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Exemplo de caso
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Em um hospital havia um menino de 6 anos tinha problemas respiratórios e não podia ficar sem a bomba de oxigênio fixa, ele estava na fila de espera para receber um pulmão.
No hospital o pai um ambulante o visitava todos os dias trazendo um doce para o menino.
Certas vezes sem motivo aparente o menino retirava os aparelhos e saia correndo, mas por sua dificuldade respiratória o garoto ficava apenas alguns minutos correndo e depois desmaiava por falta de oxigênio. As pessoas no hospital ficavam chocadas pensando que o garoto hospitalizado já exibia sintomas de problemas mentais.
A médica que cuidava do garoto era uma pessoa dedicada e tinha um carinho especial pelo caso. Como não conseguia descobrir o que acontecia com o garoto solicitou uma interconsulta com a psicóloga.
A psicóloga depois de algum tempo descobriu que o desejo do garoto era de poder sair do hospital um pouco, pois como a bomba de oxigênio era fixa ele não podia se movimentar muito pelo hospital.
A psicóloga convocou a equipe que atendia o garoto e com o auxilio de todos no foi possível fazer uma campanha para comprar para o hospital uma bomba de oxigênio móvel. Com isso o menino pode sair para passear pelo hospital, temporariamente, mas já valeu à pena.
O pai era muito presente, sempre visitava o garoto para lhe trazer um doce e nos finais de semana brincava com ele no hospital.
A mãe ao contrario do pai se aproveitava da situação do garoto e com astucia, sabendo do afeto que todos sentiam do garoto no hospital, sempre que precisava de dinheiro usava o garoto como propaganda para arrecadar donativos.
As dificuldades do garoto foram se agravando e depois de 1 ano ele saiu da pediatria e foi para a UTI pois o pulmão não conseguia mais funcionar.
A médica sabendo de um prognóstico desfavorável solicitou novamente uma interconsulta, médica e psicóloga, prepararam o garoto para um possível falecimento.
Em aproximadamente três meses de acompanhamento a psicóloga fez um trabalho com o garoto que através de brincadeiras fazê-lo entender o que era morte.
A criança devido a sua dificuldade foi cada vez mais piorando e por causa de sua dificuldade respiratória e a falência de seu único pulmão já não falava muito.
Isolou-se de visitas e atendimentos, não queria falar e tampouco brincar com ninguém.
Antes de sua morte a psicóloga foi ao seu leito e talvez em gesto de agradecimento o garoto tossiu sangue e entregou a psicóloga sem falar ou demonstrar nenhum tipo de sentimento e na madrugada do dia seguinte o garoto faleceu.
As enfermeiras avisaram a psicóloga assim que chegou que o garoto tinha falecido e que a sua médica não sabia e gostariam que ela contasse.
A psicóloga assim que a médica chegou foi a sua sala e contou do ocorrido. A médica com uma reação exaltada pediu para que a psicóloga a deixasse sozinha. A psicóloga saiu da sala e desceu a escada, quando chegou no fim da escada ouviu a porta da médica abrindo e com um grito a médica disse “Não era pra acontecer!”, “Não era!”. Depois de dois dias a médica pediu uma interconsulta da psicóloga para ela. A psicóloga acompanhando a médica fez a entender que ninguém tem a total
certeza de salvar alguém a onipotência que tinha e a castração de saber que não pôde ajudar o menino a deixaram frustrada.
Com a ajuda da psicóloga a médica aceitou a morte do garoto e conseguiu compreender que ela não tinha culpa sobre o ocorrido.
Uma semana depois da morte do menino a chefe das enfermeiras solicitou uma interconsulta.
O pai após a morte do filho ainda visitava o hospital todos os dias e quando lembrava que ele morreu ficava sentado no banco de fora do hospital por uma ou duas horas e depois ia embora. A psicóloga atendeu a solicitação da chefe das enfermeiras e conversou com o pai, durante um tempo fez o pai compreender a morte do seu filho, aceitá-la e tentar continuar sua vida.
Podem ser vistos no exemplo acima os três modelos de interconsulta: Interconsulta para entender melhor o que está acontecendo com um
determinado paciente Interconsulta, acompanhamento em conjunto com o profissional com
dificuldades de falar sozinho Interconsulta quando o profissional está com dificuldades pessoais.