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Lesões Térmicas UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE MEDICINA INTERNATO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA BELÉM – PA 2016 Andreza Oliveira Danilo Cunha Renilda Aires

Lesões térmicas

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Page 1: Lesões térmicas

Lesões Térmicas

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁCENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

CURSO DE MEDICINAINTERNATO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

BELÉM – PA2016

Andreza OliveiraDanilo CunhaRenilda Aires

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Queimaduras

São lesões dos tecidos orgânicos decorrentes de trauma de origem térmica resultante da exposição a chamas, líquidos quentes, superfícies quentes, frio, substâncias químicas, eletricidade, radiação, atrito ou fricção.

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Medidas Imediatas

Via Aérea

Interrupção do Processo de Queimadura

Acessos Venosos

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Via Aérea

Indicadores clínicos de lesão por inalaçãoQueimaduras faciais e/ou cervicais.Chamuscamento dos cílios e das vibrissas nasais.Depósitos de carbono na boca e/ou nariz e expectoração carbonácea.Alterações inflamatórias agudas na orofaringe.Rouquidão.Confusão mental e/ou de confinamento no local do incêndio.Explosão com queimaduras da cabeça e do tronco.Níveis sanguíneos de carboxi-hemoglobina maiores que 10%, se o doente foi envolvido em incêndio.

Medidas Imediatas

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Interrupção do Processo de Queimadura

Remover toda a roupa do paciente, sem arrancar a roupa aderente a pele.Remover pós químicos da ferida delicadamente com escova.Lavar áreas da superfície corporal comprometida com água abundante.Cobrir o paciente com lençóis limpos e secos.

Acessos Venosos

Estabelecer acesso venoso com cateter de grosso calibre (16 G) em veia periférica.

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Avaliação do Paciente Queimado

História Área Superfície Corporal “Regra dos Nove”

Profundidade da Queimadura

I grau, II grau, III grau

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História

Lesões associadas durante tentativas para escapar do fogo.Determinar o momento em que ocorreu a queimadura.Nas queimaduras em ambientes fechados com perda de consciência, suspeitar de lesão por inalação e lesão cerebral anóxica.Interrogatório sobre doenças preexistentes: diabetes, hipertensão, doença cardíaca, pulmonar e/ou renal e uso de medicamentos.Existência prévia de alergia ou hipersensibilidade.A história do doente deve ser condizente com o padrão de queimadura.Investigar imunização do paciente contra o tétano.

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Área de superfície corporal“Regra do Nove” determina a extensão da queimadura. Adulto: dividido em regiões anatômicas que representam 9% ou múltiplos de 9% da área superfície corporal (ASC) total.Criança: ASC diferente do adulto. A cabeça corresponde a uma percentagem maior e os membros inferiores a uma percentagem menor do que no adulto.A palma da mão do paciente, incluindo os dedos, representa aproximadamente 1% de sua superfície corporal.

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Lesão de I grauAtinge a camada mais externa da pele, a epiderme. Clinicamente a lesão é hiperemiada, úmida, dolorosa. Ex: lesão por raios solares.

Profundidade da Queimadura

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Atinge tanto a epiderme como parte da derme. Clinicamente a lesão apresenta a formação de bolhas ou flictemas. Ex: lesão térmica causada por líquidos superaquecidos.

Lesão de II grauProfundidade da Queimadura

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Lesão de III grauAcomete a totalidade das camadas da pele (epiderme e derme) e, em muitos casos, outros tecidos, tais como tecido celular subcutâneo, músculo e tecido ósseo. Clinicamente apresenta um aspecto esbranquiçado ou marmóreo; há redução da elasticidade tecidual. Ex: queimadura elétrica, térmica.

Profundidade da Queimadura

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Avaliação Primária e Reanimação do Paciente Queimado

CirculaçãoVentilaçãoVia Aérea

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Via Aérea

Verificar sinais sugestivos de lesão precoce da via aérea e tratar.Garantir permeabilidade da via aérea precocemente.Manifestações clínicas da lesão por inalação frequentemente não aparecem nas primeiras 24 hs.Se esperar por evidências radiológicas de lesão pulmonar ou modificações na gasometria arterial, o edema da via aérea poderá impedir a intubação.

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Ventilação

Situações relacionadas: hipóxia, intoxicação por monóxido de carbono e lesão por inalação de fumaça.Administrar oxigênio suplementar com ou sem intubação.Considerar exposição ao monóxido de carbono em pacientes queimados em ambientes fechados.Realizar gasometria arterial imediatamente para a avaliação evolutiva do padrão pulmonar.Critérios para o diagnóstico da lesão por inalação por fumaça: 1) Exposição a um agente combustível; 2) Sinais de exposição a fumaça na via aérea inferior, abaixo das cordas vocais, pela broncoscopia.

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Circulação

Tratar o choque.Sondagem vesical obrigatória.Fazer monitoração horária do débito urinário a fim de avaliar o volume sanguíneo circulante, na ausência de diurese osmótica.Fazer reposição volêmica: 2 a 4 ml de Ringer lactato por kg de peso corporal por percentagem de ASC com queimadura de II e III graus nas primeiras 24 hs, a fim de manter um volume sanguíneo circulante adequado e débito urinário satisfatório.O volume de líquido estimado é feito: metade do volume total nas primeiras 8 hs após a queimadura e o restante nas 16 hs seguintes.

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Avaliação Secundária e Medidas Auxiliares

1-Exame Físico• Estimar a extensão e a profundidade da queimadura.• Avaliar a presença de lesões associadas.• Pesar o paciente.

2-Documentação • Registro descrevendo o tratamento ministrado.

3-Exames Iniciais para Pacientes

com queimaduras graves

• Hemograma completo.• Tipagem sanguínea e provas cruzadas.• Carboxi-hemoglobina• Glicemia.• Eletrólitos.• Teste de gravidez para mulheres em idade fértil.• Rx-Tórax em pacientes intubados ou com suspeita de lesão por inalação de fumaça.

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4-Manutenção da circulação

periférica em queimaduras

circunferenciais de Extremidades

Avaliação Secundária e Medidas Auxiliares

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Avaliação Secundária e Medidas Auxiliares

5-Sondagem gástrica

• Se náuseas, vômitos, distensão abdominal ou se queimadura envolver mais de 20% da ASC.

• Deve ser colocada antes de uma eventual transferência.

6-Narcóticos, analgésicos e

sedativos• Administrados em doses pequenas e frequentes e apenas por via EV.

7-Cuidados com a ferida

• Cobrir área queimada com um pano limpo.• Não romper bolhas ou aplicar agentes antissépticos.• Não usar água fria em pacientes com queimaduras extensas (>10% da ASC).

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Avaliação Secundária e Medidas Auxiliares

8-Antibióticos

• Não são indicados como profilaxia na fase inicial logo após queimaduras.

• Devem ser reservados para o tratamento de infecções.

9-Imunização antitetânica • Determinar o estado de imunização do paciente.

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Queimaduras EspeciaisQueimaduras Químicas

Exposição a ácidos, álcalis ou derivados do petróleo.

Determinante: tempo de contato,concentração e quantidade do agente químico.

Retirar qualquer pó antes de lavar. Lavar a área com água abundante 20-

30 min.

Queimaduras Elétricas A diferença de perda de calor entre os

tecidos superficiais e profundos, permite ter pele aparentemente normal com necrose muscular profunda.

Manejo imediato: atenção a via áerea e a ventilação, estabelecimento de acesso venoso, monitoração eletrocardiográfica,sondagem vesical de demora.

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Critérios para Transferência1. Queimaduras de espessura parcial e espessura total comprometendo mais que 10% da ASC. 2. Queimaduras de espessura parcial e total envolvendo face, olhos, ouvidos, mãos, pés, genitália, períneo

ou comprometendo a pele sobre as principais articulações.3. Queimaduras de espessura total em qualquer extensão, em qualquer grupo etário.4. Queimaduras elétricas mais graves, incluindo lesões por raios.5. Queimaduras químicas importantes.6. Lesões por inalação.7. Queimaduras em pacientes com doenças prévias que podem complicar o atendimento, prolongar a

recuperação ou elevar a mortalidade.8. Qualquer paciente queimado, no qual o trauma concomitante aumente o risco de morbidade ou

mortalidade, pode ser tratado inicialmente em um centro de trauma, até que esteja estável, antes de ser transferido para um centro de queimados.

9. Crianças com queimaduras atendidas em hospitais sem pessoal qualificado ou sem equipamentos para seu cuidado devem ser transferidas para um centro de queimados dotado de recursos.

10. Queimaduras em pacientes que irão necessitar de suporte especial, tanto do ponto de vista social como emocional, ou de reabilitação prolongada, incluindo suspeitas de negligência ou abuso de crianças.

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Lesões por exposição ao frio

▪Lesões leves.▪Dor inicial, palidez e diminuição

da sensibilidade da parte afetada. ▪Não há perdas teciduais.

“Frostnip”

▪Se deve ao congelamento dos tecidos e formação de cristais de

gelo intracelular com oclusão microvascular e anoxia tecidual.

Congelamento

▪Se deve a dano endotelial, a estase e a oclusão vascular.

▪“Pé de Trincheira”.▪Complicações: infecção local, celulite, linfangite e gangrena.

Lesão Não Congelante

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Manejo das lesões por frio

Roupas úmidas e apertadas devem ser trocadas por cobertores aquecidos e, se o paciente puder beber, dar líquidos VO.

Colocar a parte afetada em água quente (40°C) até que volte a cor rosada e haja evidência de reperfusão.

Usar analgesia.Monitoração cardíaca durante o reaquecimento.Manter as feridas limpas.

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Referência Bibliográfica:

Advanced Trauma Life Suport;Suporte Avançado de Vida no Trauma para Médicos – ATLS, Manual do Curso para Alunos. 9ª edição; Chicago: Copyright, 2012; cap 4, 107