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Manual para dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial: A Portaria 344 de 12 de maio de 1998 da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde (SVS/MS) é a principal legislação nacional sobre o comércio de medicamentos sujeitos a controle especial. Nela, as substâncias estão distribuídas em listas que determinam a forma como devem ser prescritas e dispensadas (Quadro 1). Estas listas (Anexo I da Portaria no 344) são atualizadas através de Resoluções de Diretoria Colegiada (RDC) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e devem ser acessadas por todos os profissionais que trabalham com substâncias sujeitas a controle especial -LISTA DENOMINAÇÃO: A1 Lista das substâncias entorpecentes A2 Lista das substâncias entorpecentes de uso permitido somente em concentrações especiais A3 Lista das substâncias psicotrópicas B1 Lista das substâncias psicotrópicas B2 Lista das substâncias psicotrópicas anorexígenas C1 Lista das outras substâncias sujeitas a controle especial C2 Lista das substâncias retinoicas C3 Lista das substâncias imunossupressoras C4 Lista das substâncias antirretrovirais C5 Lista das substâncias anabolizantes D1 Lista das substâncias precursoras de entorpecentes e/ou psicotrópicos D2 Lista de insumos químicos utilizados para fabricação e síntese de entorpecentes e/ou psicotrópicos E Lista de plantas proscritas que podem originar substâncias entorpecentes e/ou psicotrópicas LISTA F - Lista das substâncias de uso proscrito no Brasil F1 Substâncias entorpecentes F2 Substâncias psicotrópicas F3 Substâncias precursoras F4 Outras substâncias

Manual para dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial

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Page 1: Manual para dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial

Manual para dispensação de medicamentos sujeitos a controle

especial:

A Portaria 344 de 12 de maio de 1998 da Secretaria de Vigilância Sanitária do

Ministério da Saúde (SVS/MS) é a principal legislação nacional sobre o

comércio de medicamentos sujeitos a controle especial. Nela, as substâncias

estão distribuídas em listas que determinam a forma como devem ser

prescritas e dispensadas (Quadro 1).

Estas listas (Anexo I da Portaria no 344) são atualizadas através de

Resoluções de Diretoria Colegiada (RDC) da Agência Nacional de Vigilância

Sanitária (Anvisa) e devem ser acessadas por todos os profissionais que

trabalham com substâncias sujeitas a controle especial -LISTA

DENOMINAÇÃO:

A1 Lista das substâncias entorpecentes

A2 Lista das substâncias entorpecentes de uso permitido somente em

concentrações especiais

A3 Lista das substâncias psicotrópicas

B1 Lista das substâncias psicotrópicas

B2 Lista das substâncias psicotrópicas anorexígenas

C1 Lista das outras substâncias sujeitas a controle especial

C2 Lista das substâncias retinoicas

C3 Lista das substâncias imunossupressoras

C4 Lista das substâncias antirretrovirais

C5 Lista das substâncias anabolizantes

D1 Lista das substâncias precursoras de entorpecentes e/ou

psicotrópicos

D2 Lista de insumos químicos utilizados para fabricação e síntese de

entorpecentes e/ou psicotrópicos

E Lista de plantas proscritas que podem originar substâncias

entorpecentes e/ou psicotrópicas

LISTA F - Lista das substâncias de uso proscrito no Brasil

F1 Substâncias entorpecentes

F2 Substâncias psicotrópicas

F3 Substâncias precursoras

F4 Outras substâncias

Page 2: Manual para dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial

GUARDA E RESPONSABILIDADE

As substâncias sujeitas a controle especial e os medicamentos que as contêm

devem ser guardados sob chave ou outro dispositivo que ofereça segurança,

em local exclusivo para este fim e sob a responsabilidade do farmacêutico. Sua

dispensação deve ser feita exclusivamente por farmacêuticos, sendo

proibida a delegação da responsabilidade sobre o controle dos medicamentos

a outros funcionários.

ANÁLISE DO RECEITUÁRIO:

O farmacêutico é responsável por analisar as prescrições e só pode dispensar

os medicamentos quando todos os itens da receita e da Notificação de Receita

estiverem devidamente preenchidos. A Receita de Controle Especial e a

Notificação de Receita devem estar preenchidas de forma legível, com a

quantidade escrita em algarismos arábicos e por extenso, sem emenda ou

rasura. Também devem estar preenchidos o nome e o endereço completo do

paciente e a data de emissão.

Para evitar informações incorretas, deve-se solicitar o documento de

identificação do comprador para o preenchimento dos dados na Receita de

Controle Especial ou Notificação de Receita.

TIPOS DE RECEITUÁRIO

As prescrições de substâncias sujeitas a controle especial devem ser

realizadas em Receita de Controle Especial ou Notificação de Receita. A

Receita de Controle Especial é utilizada para a prescrição de substâncias das

listas C1 e C5 e adendos das listas A1, A2 e B1. Ela deve ser preenchida em

duas vias, manuscrita, datilografada ou informatizada e apresentar em

destaque os dizeres: “1a via – Retenção da Farmácia ou Drogaria” e “2a via –

Orientação ao Paciente”

A Notificação de Receita é o documento que, acompanhado da receita,

autoriza a dispensação de medicamentos contendo substâncias das listas A, B

e C2. A Notificação de Receita Especial para a dispensação de medicamentos

de uso sistêmico contendo substâncias da lista C2 deve ser acompanhada do

“Termo de Consentimento Pós-Informação”. Conforme determina a Lei Federal

no 9965/2000, as receitas de medicamentos contendo substâncias

anabolizantes devem trazer a identificação do profissional, o número de

registro no conselho profissional, o número de Cadastro da Pessoa Física

(CPF), o endereço e o telefone profissionais, além do nome e endereço do

paciente e o Código Internacional de Doenças (CID). A prescrição de

medicamentos contendo substâncias da lista B2 deve ser realizada em

Notificação de Receita B2, conforme modelo disponível na Resolução RDC no

58/2007 da Anvisa. Para a prescrição da sibutramina, também é necessário

apresentar o “Termo de Responsabilidade do Prescritor para Uso de

Page 3: Manual para dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial

Medicamento Contendo a Substância Sibutramina”. Para a prescrição de

anfepramona, femproporex ou mazindol, é preciso apresentar o “Termo de

Responsabilidade do Prescritor para Uso de Medicamento Contendo as

Substâncias Anfepramona, Femproporex, Mazindol”. Os modelos estão

disponíveis na Resolução RDC nº 50/2014 e devem ser preenchidos em três

vias, sendo uma arquivada no prontuário do paciente, uma arquivada na

farmácia e uma devolvida ao paciente.

Em certos casos, uma substância está presente em determinada lista, mas é

prescrita com receituário diferente do padrão. Isto ocorre quando há previsão

nos adendos que constam ao final de cada lista. O zolpidem, por exemplo,

pertence à lista B1 e, como regra geral, deveria ser prescrito através de receita

e Notificação de Receita B. O adendo da lista B1, porém, estabelece que

medicamentos contendo zolpidem em quantidade de até 10 mg por unidade

posológica devem ser prescritos em Receita de Controle Especial em duas

vias. Portanto, apesar de o zolpidem pertencer à lista B1, comprimidos de

zolpidem contendo até 10 mg devem ser prescritos em Receita de Controle

Especial em duas vias e não em Notificação de Receita B.

VALIDADE DO RECEITUÁRIO

Prazo: Excetuando-se as prescrições de medicamentos da lista C3, as demais

têm validade por até 30 dias a partir da data do preenchimento.

Local de aquisição: Prescrições contendo substâncias das listas B e C2 só

podem ser atendidas dentro da Unidade Federativa (UF) em que foram

emitidas. Já os medicamentos sujeitos a Notificação de Receita A podem ser

dispensados em outra UF desde que seja apresentada receita com justificativa

do uso. Receitas de Controle Especial (para substâncias das listas C1 e C5)

são válidas em todo território nacional, não sendo necessário apresentar

justificativa para aquisição em outra UF. Estabelecimentos que receberem

Notificações de Receita A e Receitas de Controle Especial provenientes de

outras UF devem apresentá-las à Autoridade Sanitária local em até 72 horas

para averiguação e visto.

QUANTIDADES MÁXIMAS PARA DISPENSAÇÃO

Como regra geral, medicamentos contendo substâncias das listas A, B2

(exceto sibutramina) e C2 podem ser dispensados em quantidade de até cinco

ampolas (no caso de formulações injetáveis) ou quantidades suficientes para

até 30 dias de tratamento (no caso de outras formas farmacêuticas, incluindo

as formas líquidas). Medicamentos contendo substâncias das listas B1, C1 e

C5 podem ser dispensados em quantidade de até cinco ampolas (no caso de

formulações injetáveis) ou quantidades suficientes para até 60 dias de

tratamento (no caso de outras formas farmacêuticas, incluindo as formas

Page 4: Manual para dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial

líquidas). Medicamentos antiparkinsonianos e anticonvulsivantes podem ser

prescritos em quantidades suficientes para até seis meses de tratamento.

Para a aquisição de medicamentos contendo substâncias das listas A, B1, C1 e

C5 em quantidades acima das citadas, o prescritor deve preencher uma

justificativa datada e assinada contendo o CID ou diagnóstico e posologia.

Cada Notificação de Receita B2 deve ser usada para no máximo 30 dias de

tratamento, com exceção da sibutramina, para a qual pode ser dispensada

quantidade suficiente para até 60 dias de tratamento. Para os anorexígenos, a

legislação determina uma dosagem máxima diária acima da qual não é

permitida a dispensação

Notificações de Receita podem conter apenas uma substância das listas A, B

ou C2, enquanto as Receitas de Controle Especial podem conter até três

substâncias das listas C1 e C5.

Doses máximas diárias permitidas para substâncias psicotrópicas

anorexígenas:

Sibutramina: 15,0 mg;

Femproporex: 50,0 mg;

Anfepramona: 120,0 mg;

Mazindol: 3,0 mg.

- OBSERVAÇÕES:

- Para o cálculo da duração de um frasco de medicamento em gotas, deve-se

levar em consideração a dose e a posologia que constam na receita e a

concentração e o volume da apresentação farmacêutica. Exemplo: Informações

da receita: Fluoxetina gotas (20 mg/ml): utilizar 20 gotas uma vez ao dia.

Informações do produto: Frasco contendo 20 ml, em que 20 gotas

correspondem a 1 ml. Cálculo: O paciente utilizará 20 gotas ao dia, portanto se

20 gotas equivalem a 1 ml, então o paciente utilizará 1 ml/dia. Como o frasco

contém 20 ml, um frasco será suficiente para 20 dias de tratamento.

- Alguns profissionais acreditam erroneamente que a quantidade máxima

dispensada não pode ser superior a três caixas, entretanto a legislação

determina que a prescrição contenha a quantidade de formas farmacêuticas, e

não de embalagens. Portanto, cabe ao farmacêutico calcular o número de

embalagens que conterão a quantidade de formas farmacêuticas prescritas,

sempre observando a dose e a posologia receitadas e a quantidade máxima

permitida.

Exemplo

: Informações da receita: Carbamazepina comprimidos de 200 mg. Usar dois

comprimidos por via oral, duas vezes ao dia por 60 dias. Cálculo: O paciente

utilizará quatro comprimidos ao dia por 60 dias, portanto serão necessários 240

Page 5: Manual para dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial

comprimidos para atender à prescrição. Caso a farmácia disponha apenas de

caixas contendo 20 comprimidos de 200 mg, o paciente poderá receber 12

caixas que serão suficientes para 60 dias de tratamento. Em grande parte das

receitas a quantidade é expressa em número de caixas, o que não permite

saber com exatidão quantas unidades são desejadas pelo prescritor. Neste

caso, o mais sensato é não ultrapassar a quantidade de embalagens prescrita,

além de não superar a quantidade máxima permitida em termos de tempo de

tratamento.

CARIMBO DE IDENTIFICAÇÃO DO PRESCRITOR

O carimbo não é obrigatório na Receita de Controle Especial nem na

Notificação de Receita quando os dados do profissional estiverem impressos

no cabeçalho da receita ou no campo do emitente, respectivamente. No caso

de o profissional pertencer a uma instituição ou estabelecimento hospitalar, ele

deverá identificar sua assinatura manualmente (desde que legível) ou com

carimbo, constando também a inscrição no conselho profissional

PRESCRIÇÃO POR CIRURGIÕESDENTISTAS E MÉDICOS VETERINÁRIOS

Cirurgiões-dentistas e médicos veterinários podem prescrever substâncias

sujeitas a controle especial (exceto as da lista C4) desde que para uso

odontológico e veterinário, respectivamente. Podem ser citados como exemplos

de medicamentos utilizados em odontologia: Analgésicos opioides como

codeína e tramadol, anti-inflamatórios inibidores seletivos da cicloxigenase-2

como celecoxibe e etoricoxibe e fármacos utilizados no tratamento de dores

crônicas na mandíbula ou face como amitriptilina, carbamazepina e

gabapentina.

No caso de prescrições veterinárias, a Receita de Controle Especial ou

Notificação de Receita deve conter o nome e o endereço completo do

proprietário e a identificação do animal.

INTERCAMBIALIDADE

Aplicam-se aos produtos sujeitos a controle especial as mesmas regras de

substituição dos demais medicamentos. Portanto, há intercambialidade entre o

medicamento de referência e o genérico e também entre o medicamento de

referência e o similar equivalente (Resolução RDC no 58/2014 da Anvisa).

Também devem ser observadas as as seguintes regras:

• Nas farmácias privadas: A prescrição pode ser realizada pelo nome genérico

ou marca comercial. Medicamentos similares não intercambiáveis podem ser

dispensados apenas quando prescritos por sua marca comercial, não sendo

permitida a sua substituição.

Page 6: Manual para dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial

O farmacêutico deverá indicar a substituição efetuada na prescrição, apor seu

carimbo e nome e número de inscrição no CRF, datar e assinar. As listas de

medicamentos genéricos e de similares intercambiáveis sofrem atualizações

periódicas.

CARIMBO INFORMATIVO DA QUANTIDADE DISPENSADA

Os estabelecimentos devem possuir carimbo próprio, que será utilizado para

anotar no verso da Receita de Controle Especial retida ou da Notificação de

Receita a quantidade dispensada e o número do lote.

DEVOLUÇÃO DE MEDICAMENTOS

Medicamentos sujeitos a controle especial dispensados não podem ser

devolvidos ao estabelecimento, exceto nos casos previstos no Código de

Defesa do Consumidor (ex: produto com defeito).

SOLICITAÇÃO REMOTA PARA DISPENSAÇÃO

Medicamentos sujeitos a controle especial não podem ser comercializados por

meio remoto.

FRACIONAMENTO

Medicamentos sujeitos a controle especial não podem ser fracionados.

ESCRITURAÇÃO

Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados Farmácias e

drogarias privadas devem fazer a escrituração dos medicamentos controlados

através do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados –

SNGPC. A escrituração no SNGPC é exclusiva do farmacêutico

responsável técnico pelo estabelecimento, que deve ser cadastrado no

sistema com usuário e senha próprios. A senha deve ser sigilosa, não devendo

ser delegada a ninguém. Na ausência do responsável técnico, a escrituração

pode ser feita pelo farmacêutico substituto, desde que este também seja

cadastrado no sistema. Cada estabelecimento deve desenvolver seu próprio

sistema, capaz de gerar arquivos no formato especificado pela Anvisa com as

informações da movimentação dos estoques, como entradas, saídas, perdas e

transferências. Cada arquivo gerado deve ser transmitido para o SNGPC em

Page 7: Manual para dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial

intervalo que varia entre no mínimo um e no máximo sete dias. O envio de

arquivo deve ser feito mesmo que não tenha havido movimentação no período.

Cadastramento de produtos A partir da segunda versão do SNGPC, o

inventário dos produtos deve ser enviado ao sistema da Anvisa via transmissão

de arquivo. Para o envio do inventário de medicamentos, devem ser

informados: a classe terapêutica a qual o medicamento pertence (sujeito a

controle especial), o número do registro do medicamento no Ministério da

Saúde (que pode ser obtido nas embalagens dos próprios produtos ou ainda

consultados no endereço eletrônico da Anvisa), o número do lote (que

diferencia entre letras maiúsculas e minúsculas e espaço entre os caracteres),

a quantidade e a unidade de medida. Para os insumos, no caso de farmácias

de manipulação, devem ser informados: a classe terapêutica a qual o insumo

pertence (sujeito a controle especial), o código da Denominação Comum

Brasileira (DCB), o CNPJ da empresa fornecedora, o número do lote, a

quantidade e a unidade de medida do insumo (gramas). Para consultar os

códigos DCB, a Farmacopeia Brasileira mantém a lista atualizada disponível

em: http://www.anvisa.gov.br/hotsite/farmacopeiabrasileira/dcb.htm. Deve-se

tomar cuidado com a informação da classe terapêutica. Por exemplo, se um

medicamento controlado for informado (na entrada do inventário) como sendo

um antimicrobiano, sua saída com receita com data posterior a 10 dias da

prescrição não será aceita pelo sistema.

(A orientação da Anvisa é que os medicamentos e substâncias não sejam

cadastrados no sistema conforme a lista a que pertencem, e sim pela

prescrição a que ficam sujeitos. Por exemplo, duas substâncias pertencentes à

lista B1: diazepam e fenobarbital. Diazepam é sujeito à prescrição em

Notificação de Receita B (como os medicamentos da lista B1 geralmente são) e

deve ser cadastrado no SNGPC como sujeito à prescrição em Notificação de

Receita B. Já o fenobarbital consta no adendo da lista, que diz que

medicamentos contendo essa substância devem ser prescritos em Receita de

Controle Especial em duas vias. Assim, produtos contendo fenobarbital devem

ser cadastrados no SNGPC como sujeitos à prescrição em Receita de Controle

Especial em duas vias. Ou seja, mesmo pertencentes à mesma lista, as

substâncias podem ter cadastros diferentes no SNGPC.)

BALANÇOS

Os estabelecimentos devem apresentar balanços com a movimentação de

estoques dos medicamentos sujeitos a controle especial para visto e

conferência pela Vigilância Sanitária local. Os balanços contêm duas partes:

balanço completo (que resume as quantidades iniciais, quantidades de

entradas, saídas, perdas e saldo final em estoque no período) e balanço de

aquisições (que contém a descrição de todas as aquisições, com número de

nota fiscal, identificação do fornecedor e quantidade adquirida).

Prazos de entrega Esses balancetes são trimestrais e anuais. Os trimestrais

devem ser entregues até 15 de abril, 15 de julho, 15 de outubro e 15 de janeiro,

contendo a movimentação do primeiro, segundo, terceiro e quarto trimestre,

Page 8: Manual para dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial

respectivamente. O balancete anual deve ser entregue até 31 de janeiro do ano

subsequente.

BMPO e BSPO

Os Balanços de Medicamentos Psicoativos e Outros Sujeitos a Controle

Especial (BMPO) com a movimentação de estoques de medicamentos

industrializados contendo substâncias das listas A, B2 e C4 devem ser

entregues em duas vias por farmácias e drogarias. No Paraná, em

cumprimento à Resolução Estadual no 225/1999, farmácias hospitalares e

clínicas médicas e veterinárias devem entregar o BMPO referente aos

medicamentos das listas A, B, C1, C2, C4 e C5, também em duas vias.

Os Balanços de Substâncias Psicoativas e Outras Sujeitas a Controle Especial

(BSPO) devem conter a movimentação de substâncias das listas A1, A2, A3,

B1, B2, C1, C2, C3, C4, C5 e D1 e devem ser entregues por farmácias

(inclusive hospitalares), indústrias farmoquímicas, distribuidores e indústrias ou

laboratórios farmacêuticos que manipulem, produzam, fabriquem e/ou

distribuam estas substâncias. O BSPO deve ser apresentado em quatro vias.

Arquivamento

Os balanços, assim como documentos referentes às entradas e saídas,

contendo substâncias da lista C2 devem ser arquivados no estabelecimento

por cinco anos. Segundo a Lei no 9965/2000, as receitas contendo

anabolizantes também devem permanecer arquivadas por cinco anos. A

documentação referente à movimentação de medicamentos ou substâncias

pertencentes às demais listas precisa ser arquivada por dois anos. Ao fim dos

prazos, os documentos podem ser destruídos.

Relação Mensal de Notificações de Receita

Para medicamentos e substâncias constantes das listas A e B2, devem ser

entregues mensalmente à Vigilância Sanitária a Relação Mensal de

Notificações de Receita A – RMNRA – e a Relação Mensal de Notificações de

Receita B2 – RMNRB2 – até o dia 15 do mês seguinte, mesmo que não tenha

havido dispensação desses medicamentos no mês informado. A RMNRA deve

ser acompanhada das Notificações de Receita A e respectivas justificativas,

quando existentes; a RMNRB2 deve ser acompanhada das Notificações de

Receita B2 e respectivos Termos de Responsabilidade. Essas relações devem

ser feitas em duas vias. Uma via é devolvida à farmácia após visto, enquanto

que as Notificações de Receita podem ser devolvidas em um prazo de até 30

dias após a entrega.

Page 9: Manual para dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial
Page 10: Manual para dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial

MODELOS DE RECEITA E NOTIFICAÇÕES DE RECEITA

Notificação de Receita B

Page 11: Manual para dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial
Page 12: Manual para dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial
Page 13: Manual para dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial

Receituário de Controle Especial

Page 14: Manual para dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial

CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O RECEITUÁRIO DE CONTROLE

ESPECIAL

O formulário de Receita Especial, válido em todo território nacional deverá ser

preenchido em 2 (duas) vias, manuscrito, datilografado ou

informatizado,apresentando, obrigatoriamente em destaque em cada uma das

vias os dizeres: 1ª via – “Retenção da Farmácia ou Drogaria” e 2ª via –

“Orientação ao Paciente”.

As receitas que incluam medicamentos a base de substâncias constantes das

listas C1 (outras substâncias sujeitas a controle especial), C5 (anabolizantes) e

os adendos das listas A1 (entorpecentes), A2 e B1 (psicotrópicos) do

Regulamento Técnico e de suas atualizações, somente poderão ser aviadas

quando prescritas por profissionais devidamente habilitados e com os campos

descritos abaixo devidamente preenchidos:

a- Identificação do emitente: impresso em formulário do profissional ou da

instituição, contendo o nome e endereço do consultório e/ ou da residência

doprofissional, n.º da inscrição no Conselho Regional e no caso da instituição,

nome e endereço da mesma;

b- Identificação do usuário: nome e endereço completo do paciente, e no caso

de uso veterinário, nome e endereço completo do proprietário e identificação do

animal;

c- Nome do medicamento ou da substância prescrita sob a forma de

Denominação Comum Brasileira (DCB), dosagem ou concentração, forma

farmacêutica, quantidade (em algarismos arábicos e por extenso) e posologia;

d- Data da emissão;

e- Assinatura do prescritor: quando os dados do profissional estiverem

devidamente impressos no cabeçalho da receita, este poderá apenas assiná-la.

No caso de o profissional pertencer a uma instituição ou estabelecimento

hospitalar, deverá identificar sua assinatura, manualmente de forma legível ou

com carimbo, constando a inscrição no Conselho Regional;

f- Identificação do registro: na receita retida, deverá ser anotado no verso, a

quantidade aviada e, quando tratar-se de formulações magistrais, também

onúmero do registro da receita no livro correspondente.

Page 15: Manual para dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial

Notificação de Receita Especial para Retinoides Sistêmicos

Page 16: Manual para dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial
Page 17: Manual para dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial
Page 18: Manual para dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial

REFERÊNCIAS

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Medicamentos

controlados: perguntas frequentes Disponível em:

<http://www.anvisa.gov.br/medicamentos/controlados/perguntas_frequent

es.htm>.Acesso em 20 nov. 12.

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Nota técnica sobre a

RDC no20/2011. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/

sngpc/documentos%202013/Nota_Tecnica_RDC_n_20_2011_24_09_2013_

x.pdf>.Acesso em 12 fev. 15.

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Nota técnica nº

003/2013 - Versão 2.0 SNGPC. Disponível

em:<http://www.anvisa.gov.br/sngpc/documentos%202013/Nota_Tecnica_

n_003-2013_CSGPC_NUVIG_ANVISA2.pdf>.Acesso em 12 fev. 15.

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Projeto SNGPC para

Farmácias e Drogarias. Guia para geração do padrão de transmissão

SNGPC. Versão 2.2. Disponível em:

<http://www.anvisa.gov.br/sngpc/Documentos2012/Manual_SNGPC_2.0_2.

pdf>. Acesso em 12 fev. 15. BRASIL.

Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC no16, de 2 de

março de 2007. Aprova o regulamento técnico para medicamentos

genéricos, Anexo I. Acompanha esse regulamento o AnexoII, intitulado

“Folha de rosto do processo de registro e pós-registro de medicamentos

genéricos”. Diário Oficial da União, Brasília, 5 mar. 07.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC no17,

de 2 de março de 2007. Dispõe sobre o registro de Medicamento Similar e

dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília,5 mar. 07.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC no 18

de 13 de maio de 2015. Dispõe sobre a atualização do Anexo I, Listas de

Substâncias Entorpecentes, Psicotrópicas, Precursoras e Outra sob

Controle Especial, da Portaria SVS/MS no 344, de 12 de maio de 1998 e dá

outras providências.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC no 22,

de 29 de abril de 2014. Dispõe sobre o Sistema Nacional de

Gerenciamento de Produtos Controlados – SNGPC, revoga a Resolução

de Diretoria Colegiada nº 27, de 30 de março de 2007, e dá outras

providências. Diário Oficial da União, Brasília, 30 abr. 14.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC no 58,

de 5 de setembro de 2007. Dispõe sobre o aperfeiçoamento do controle e

fiscalização de substâncias psicotrópicas anorexígenas e dá outras

providências. Diário Oficial da União, Brasília, 6 set. 07.

Page 19: Manual para dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 58,

de 10 de outubro de 2014. Dispõe sobre as medidas a serem adotadas

junto à Anvisa pelos titulares de registros de medicamentos para a

intercambialidade de medicamentos similares com o medicamento de

referência. Diário Oficial da União, Brasília, 13 out. 14.

BRASIL. Senado Federal. Decreto Legislativo nº 273/2014, de 04 de

setembro de 2014. Susta a Resolução – RDC nº 52, de 6 de outubro de

2011, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, que dispõe

sobre a proibição do uso das susbtâncias anfepramona, femproporex e

mazindol, seus sais e isômeros, bem como intermediários e medidas de

controle da prescrição e dispensação de medicamentos que contenham a

substância sibutramina, seus sais e isômeros, bem como intermediários e

dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 05 set. 14.

BRASIL. Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde.

Portaria no 344 de 12 de maio de 1998. Aprova o Regulamento Técnico

sobre substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial.

LEGISLAÇÃO SANITÁRIA

Agência Nacional de Vigilância Sanitária

www.anvisa.gov.br

Secretaria de Estado da Saúde do Paraná

Ministério da Saúde – Saúde Legis

www.saude.gov.br/saudelegis

Page 20: Manual para dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial

Procedimento Operacional Padrão para dispensação de medicamentos

controlados

OBJETIVOS

Padronizar os procedimentos para a dispensação de medicamentos

controlados (Portaria 344/98) de forma a assegurar o uso correto, racional e

seguro dos mesmos, e de forma a efetivar o controle e fiscalização de

substâncias entorpecentes, psicotrópicas e anorexígenas.

PROCEDIMENTO

- Receber a prescrição médica do cliente (receita ou notificação de receita);

- Verificar legibilidade e ausência de rasuras e emendas;

- Verificar identificação do usuário;

- Identificação do medicamento, concentração, dosagem, forma farmacêutica e

quantidade;

- Modo de usar ou posologia;

- Duração do tratamento;

- Local e data da emissão;

- Assinatura e identificação do prescritor com o número de registro no

respectivo conselho profissional.

- Localizar o produto no estoque.

- Realizar inspeção visual para verificar a identificação do medicamento, o

prazo de validade e a integridade da embalagem.

- Fornecer sempre, em relação a qualquer produto, as informações acerca do

uso correto e seguro, assim como orientações sobre as condições ideais de

armazenamento.

- Carimbar com o carimbo da farmácia o verso da receita ou notificação de

receita e preencher com os dados do medicamento e do comprador.

- Preencher a data da venda e assinar.

- Registrar a venda do produto para controle estatístico do estoque e previsão

do consumo.

- Preencher os campos necessários respectivos venda do produto tal como

dados do comprador, medicamento dispensado, lote e validade do mesmo na

hora de registrar a venda na respectiva tela do programa SYSFAR para

posterior transmissão de arquivo ao site SNGPC no prazo máximo de 07dias

Page 21: Manual para dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial

- Embalar de acordo e entregar o produto ao cliente.

- Devolver a segunda via da receita ou a receita (no caso de notificação de

receita) ao cliente e guardar a notificação ou primeira via no armário destinado

aos medicamentos da Portaria 344/98 para que sejam registradas.

Notificação de Receita

A Notificação de Receita (NR) é o documento que, acompanhado da receita,

autoriza a dispensação de medicamentos das listas A1 e A2 (Entorpecentes),

A3, B1 (Psicotrópicas), B2 (Psicotrópicas Anorexígenas), C2 (Retinóica para

uso sistêmico) e C3 (Imunossupressoras).

Notificação de Receita tipo “A” – Cor Amarela

Para medicamentos relacionados nas listas A1 e A2 (Entorpecentes) e A3

(Psicotrópicos)

Validade após prescrição: 30 dias. Válida em todo o território Nacional.

Quantidade Máxima / Receita: 30 dias de tratamento.

Limitado a 5 ampolas por medicamento injetável.

Notificação de Receita tipo “B1” – Cor Azul

Para medicamentos relacionados nas listas B1 (Psicotrópicas)

Validade após prescrição: 30 dias. Válida somente no estado emitente.

Quantidade Máxima / Receita: 60 dias de tratamento.

Limitado a 5 ampolas por medicamento injetável.

Notificação de Receita tipo “B2” – Cor Azul

Para medicamentos relacionados nas listas B2 (Psicotrópicas Anorexígenas)

Validade após prescrição: 30 dias. Válida somente no estado emitente.

Quantidade Máxima / Receita: 30 dias de tratamento.

Para medicamentos relacionados nas listas C2 (Subst. Retinóides de uso

sistêmico)

Validade após prescrição: 30 dias. Válida somente no estado emitente.

Quantidade Máxima / Receita: 30 dias de tratamento.

Limitado a 5 ampolas por medicamento injetável.

Deve vir acompanhada do Termo de Consentimento de Risco e Consentimento

Pós-Informação.

Notificação de Receita Talidomida – Cor Branca

Para medicamentos relacionados nas listas C3 (Imunossupressoras)

Page 22: Manual para dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial

Validade após prescrição: 15 dias. Válida somente no estado emitente.

Quantidade Máxima / Receita: 30 dias de tratamento.

Limitado a 30 dias o número de ampolas por medicamento injetável.

Deve vir acompanhada do Termo de Esclarecimento para Usuário de

Talidomida e Termo de Responsabilidade.

A Notificação de Receita deverá estar preenchida de forma legível, sendo

a quantidade em algarismos arábicos por extenso, sem emenda ou

rasura. Deve conter somente uma substância e ficará retida pela farmácia

ou drogaria no momento da compra do medicamento. A receita deve ser

devolvida ao paciente devidamente carimbada, como comprovante do

aviamento ou da dispensação.

O farmacêutico que realiza dispensação de medicamentos deve registrar as

avaliações de prescrições. Toda vez que lhe for apresentada uma prescrição

com algum tipo de não conformidade (ilegível, incompatibilidade entre

fármacos, dosagens inadequadas, etc), deverá registrar o problema e qual o

procedimento realizado para resolver a não conformidade (contato com

prescritor por exemplo). Não existe um modelo oficial de registrar as

avaliações, segue em anexo uma sugestão que você poderá adequar conforme

sua necessidade e objetivos. Os dados das avaliações servem para gerar

estatística mensal do trabalho realizado pelo farmacêutico e para informar os

Órgãos de Fiscalização (Vigilância Sanitária e CRF) sobre os problemas

encontrados.

Page 23: Manual para dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial

DÚVIDAS FREQUENTES:

As receitas podem ser dispensadas quando estão preenchidas com letra

diferente?

As receitas podem ser dispensadas quando estão preenchidas com letra

diferente, pois a Portaria 344/98 informa apenas que as receitas devem

ser dispensadas quando todos os itens estiverem preenchidos (não cita a

mesma letra).

De acordo com a Portaria 344/98:

“§ 4º A farmácia ou drogaria somente poderá aviar ou dispensar quando

todos os itens da receita e da respectiva Notificação de Receita estiverem

devidamente preenchidos.”

É obrigatório o carimbo do médico na Receita?

Não, o carimbo só é necessário para indicar o número do CRM, CRMV ou

CRO do médico. Quando estes dados estiverem devidamente impressos

no campo do emitente, é desnecessário. O CRM, CRMV ou CRO pode ser

colocado manualmente na receita.

De acordo com a Portaria 344/98:

“h) assinatura do prescritor: quando os dados do profissional estiverem

devidamente impressos no campo do emitente, este poderá apenas

assinar a Notificação de Receita. No caso de o profissional pertencer a

uma instituição ou estabelecimento hospitalar, deverá identificar a

assinatura com carimbo, constando a inscrição no Conselho Regional, ou

manualmente, de forma legível;”

A Receita de Controle Especial (branca C1 e C5) de outro estado pode ser

dispensada?

Sim, a Receita de Controle Especial (branca) de outro estado pode ser

dispensada.

De acordo com a Portaria 344/98:

Art. 52 O formulário da Receita de Controle Especial (ANEXO XVII), válido

em todo o Território Nacional, deverá ser preenchido em 2 (duas) vias,

manuscrito, datilografado ou informatizado, apresentando,

obrigatoriamente, em destaque em cada uma das vias os dizeres: "1ª via -

Retenção da Farmácia ou Drogaria" e "2ª via - Orientação ao Paciente".

Page 24: Manual para dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial

§ 3º As farmácias ou drogarias ficarão obrigadas a apresentar dentro do

prazo de 72 (setenta e duas) horas, à Autoridade Sanitária local,

Receitas de Controle Especial procedentes de outras Unidades

Federativas, para averiguação e visto.

Qual o número de medicamentos da lista C1 que podem ser prescritos na

mesma receita?

Podem ser prescritos 3 medicamentos (substâncias) na mesma receita.

De acordo com a Portaria 344/98:

Art. 57 A prescrição poderá conter em cada receita, no máximo 3 (três)

substâncias constantes da lista "C1" (outras substâncias sujeitas a

controle especial) deste Regulamento Técnico e de suas atualizações, ou

medicamentos que as contenham.

Podem ser fracionadas as ampolas de medicamentos injetáveis da

Portaria 344/98?

Os medicamentos injetáveis devem ser dispensados em caixa fechada.

De acordo com a Portaria 344/98:

Art. 79 É vedado às drogarias o fracionamento da embalagem original de

medicamentos a base de substâncias constantes das listas deste

Regulamento Técnico.

9) Os medicamentos de referência da Portaria 344/98 podem ser

intercâmbiados com os medicamentos genéricos?

Quando o medicamento é prescrito com o nome de referência, a

legislação permite aviar o medicamento genérico.

Observe o caso abaixo, com o medicamento de referência Lexotan:

Quando o medicamento é prescrito com o nome de referência, a

legislação permite o farmacêutico fazer o intercâmbio pelo medicamento

genérico, no caso acima, seria o Bromazepan.

Os dados devem ser anotados no verso da receita.

De acordo com Resolução RDC 135/03:

2.1. Será permitida ao profissional farmacêutico a substituição do

medicamento prescrito pelo medicamento genérico correspondente,

salvo restrições expressas pelo profissional prescritor

Page 25: Manual para dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial

2.2. Nesses casos, o profissional farmacêutico deverá indicar a

substituição realizada na prescrição, apor seu carimbo a seu nome e

número de inscrição do Conselho Regional de Farmácia, datar e assinar.

A farmácia ou drogaria poderá aceitar a devolução de medicamentos

controlados, seja qual for o motivo da interrupção da administração dos

medicamentos?

Não, pois os medicamentos controlados estão sujeitos a norma

diferenciada dos demais e não está prevista a forma de estorno no

balanço desses medicamentos. A Portaria SVS/MS Nº. 344/98 dispõe que

um produto sob regime especial de controle, ao sair do estabelecimento

farmacêutico, deve ter sua "baixa" efetuada pelo farmacêutico no SNGPC,

através da receita ou notificação de receita do paciente/comprador. E a

"entrada" no sistema, somente pode ser feita por Nota Fiscal de compra

(de uma distribuidora, por exemplo) e não por qualquer outro meio, como

a devolução do medicamento. Além do fator legal, deve ser considerado

também o risco sanitário, que é quando o consumidor ou responsável

pelo enfermo adquiriu um medicamento, e depois quer trocar por outro

(por qualquer razão: interrupção, falecimento do paciente), isto não é

possível tendo em vista o risco sanitário, pois ao sair da farmácia ou da

drogaria, o produto saiu da responsabilidade do farmacêutico (não se

sabe em que condições ocorreram o transporte, armazenagem, etc.) e

como este profissional não poderá mais ser responsabilizado pela

qualidade do produto, esta troca não é possível nesta situação. A

Instrução Normativa (Portaria Nº 6/99) da Portaria 344/98, no artigo 90,

recomenda ao paciente ou ao seu responsável que façam a entrega

destes medicamentos à Vigilância Sanitária local. A troca só é possível

quando o medicamento adquirido vier da fábrica com algum desvio de

qualidade.

Quais medicamentos da Portaria SVS/MS 344/98, o cirurgião dentista

pode prescrever?

Conforme disposto na Portaria SVS/MS nº. 344/98, o cirurgião dentista

somente pode prescrever substâncias e medicamentos sujeitos ao

controle especial para uso odontológico (artigo 38 e 55, § 1º). De acordo

com a normativa, eles podem prescrever tanto na Notificação de Receita

como na Receita de Controle Especial. Como a legislação não é

específica e, não existe uma lista disponível dos medicamentos de uso

odontológico, o farmacêutico para avaliar a prescrição desses

profissionais, deve estar atualizado com os mais diversos tratamentos

preconizados na odontologia, ter bom senso e na dúvida, entrar em

contato com o dentista para esclarecer eventuais problemas que tenha

detectado. Na ausência ou negativa da confirmação, o farmacêutico não

pode aviar e/ou dispensar os medicamentos prescritos ao paciente, expor

os motivos por escrito, com nome legível, nº. do CRF e assinatura em

Page 26: Manual para dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial

duas vias, sendo 01 (uma) via entregue ao paciente e outra arquivada no

estabelecimento farmacêutico com assinatura do paciente. Ou então,

escrever os motivos no verso da prescrição e devolver ao paciente. Após,

pode enviar cópia da receita para o Conselho Regional de Farmácia para

análise e encaminhamento ao Conselho Regional de Odontologia.

No site da Associação Brasileira de Cirurgiões Dentistas, está disponível

um esclarecimento sobre “Prescrição de medicamentos pelo Cirurgião-

Dentista” que auxilia na análise das mesmas:

http://www.abcdbrasil.org.br/destaques_orientandocd_prescmed.html

Quando uma drogaria pode iniciar a venda de medicamentos sujeitos a

controle especial?

Para comercializar medicamentos sujeitos a controle especial uma

drogaria precisa de:

(AFE) publicada no Diário Oficial da União constando a autorização para

venda de medicamentos sujeitos a controle especial;

local contemplando a atividade de venda de medicamentos sujeitos a

controle especial (Port.344/98);

ao SNGPC (Certificado de

Escrituração Digital);

medicamentos sujeitos a controle especial e permita gerar arquivo no

padrão XML para transmissão das informações ao SNGPC.

Como proceder com receitas apresentadas em Notificação errada,

inválida, suspensa ou preenchidas incorretamente?

Não deve ser realizada a dispensação e o motivo deve ser esclarecido ao

portador da Notificação. Se possível o farmacêutico deve entrar em

contato com o médico prescritor informando o ocorrido.

As farmácias ou drogarias podem atender uma Receita de Controle

Especial ou Notificação (NRA, NRB ou NRB2) proveniente de outro estado

da Federação?

- Sim, pois este tipo de

receituário é válido em todo o território nacional por 30 dias, a contar da

data de prescrição. As farmácias ou drogarias que dispensarem

medicamentos prescritos em Receita de Controle Especial, procedente de

outro Estado, ficam obrigadas a apresentá-las dentro do prazo de 72

horas, à autoridade sanitária local para averiguação e visto.

Page 27: Manual para dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial

- Sim, pois a NRA é

válida em todo o território nacional por 30 dias, a contar da data de

prescrição. Para atendimento em unidade federativa diversa da

prescrição, é necessária a apresentação de receita médica com

justificativa de uso.

- azuis) e

Notificação de Receita Especial (branca- C2) - Não, pois as mesmas são

válidas somente na área de abrangência da unidade federativa que

concedeu a numeração para confecção dos respectivos talonários.

Como devem ser feita a prescrição e a dispensação de medicamentos que

necessitam de Notificação de Receita – listas A(amarela), B (azul) e C2 e

C3 (brancas)?

A prescrição deverá ser feita em uma receita comum do médico ou da

instituição – indicando a posologia e a quantidade correta do

medicamento – que servirá de orientação para o paciente. O médico

também deverá preencher a Notificação da Receita, de acordo com as

Listas, que será retida pela farmácia ou drogaria e servirá para comprovar

a dispensação do medicamento perante as autoridades sanitárias

competentes. No verso da Notificação de Receita retida na farmácia ou

drogaria, deverá ser realizado o registro da dispensação (carimbo no

verso).

Como saber se determinado medicamento deverá ser prescrito em

Notificação de Receita ou Receita de Controle Especial?

Através de consulta à lista das substâncias da portaria nº 344/98 e seus

respectivos adendos. É importante salientar que essa lista é atualizada

pelo menos quatro vezes ao ano e está disponível no site da Anvisa

(www.anvisa.gov.br). Deve-se dar aos adendos das Listas especial

atenção, pois modificam o tipo de formulário de prescrição. Tem-se como

exemplo a substância FENOBARBITAL, que apesar de constar na lista B1,

está sujeita a prescrição em receita de controle especial, em duas vias,

segundo o adendo.

6 - As receitas e notificações de receitas de medicamentos controlados

podem ser preenchidas com cores de caneta diferente?

Sim, pois não existe nenhuma proibição na Portaria 344/98, a referida

portaria informa apenas que as receitas devem ser dispensadas quando

todos os itens estiverem preenchidos. (Atenção para rasuras ou

emendas!)

7 - É obrigatório o carimbo do médico na Receita?

Não, o carimbo só é necessário para indicar o número do CRM, CRMV ou

CRO do médico. Quando estes dados estiverem devidamente impressos

no campo do emitente, é desnecessário.O CRM, CRMV ou CRO pode ser

colocado manualmente na receita.

Page 28: Manual para dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial

8 - Os modelos de receituários de medicamentos controlados devem ser

exatamente iguais aos descritos na Portaria SVS/MS nº344/1998?

Sim. Os receituários devem ser seguidos exatamente conforme descrito

nos Art. 36 e 55 Portaria SVS/MS Nº344/1998 e seus anexos: anexo IX

(modelo de talonário oficial "A", para as listas "A1", "A2" e "A3"), anexo X

(modelo de talonário - "B", para as listas"B1" e "B2"), anexo XI (modelo

de talonário - "B" uso veterinário para as listas "B1" e "B2"), anexo XII

(modelo para os retinóides de uso sistêmico, lista "C2") e anexo XVII

(modelo de Receita de Controle Especial para as listas C1 e C5).

OBS.: Se a Notificação de Receita teve sua impressão autorizada pela

VISA local, mas a gráfica imprimiu com um Layout um pouco diferente do

modelo padrão, isso não impede a dispensação, pois cabe a VISA local

notificar a gráfica para correção do erro, não é justo penalizar o paciente

quando o erro é de responsabilidade de outro. ATENÇÃO!: Isto vale

apenas para os casos em que a Notificação contém todos os itens

obrigatórios impressos e preenchidos pelo prescritor, conforme

estabelecido na legislação. O único problema constatado foi uma

variação no modelo estabelecido. Em caso de dúvida, entre em contato

com o técnico da Vigilância Sanitária responsável pelo recebimento dos

Balanços da drogaria na qual você trabalha.

A farmácia ou drogaria poderá aceitar a devolução de medicamentos

controlados, seja qual for o motivo da interrupção da administração dos

medicamentos?

Não. A relação do consumidor na compra de produtos e serviços é regida

pelo Código de Defesa do Consumidor. No entanto, a regulamentação dos

medicamentos controlados segue normatização internacional de controle

de substâncias e medicamentos entorpecentes e psicotrópicos. A

Portaria Nº344/98 não prevê a forma de estorno no balanço desses

medicamentos.

OBS.: Existe a possibilidade de troca, por exemplo, se o cliente for a um

estabelecimento farmacêutico e o medicamento adquirido vier da fábrica

com algum desvio de qualidade, é possível a troca. Contudo, se um

consumidor ou responsável pelo paciente adquiriu um medicamento, e

depois quer trocar por outro (por qualquer razão: interrupção, falecimento

do paciente), isto não é possível.

10- Quantos medicamentos da lista C1 que podem ser prescritos no

mesmo Receituário de Controle Especial (2 vias)?

Podem ser prescritos até 3 medicamentos (substâncias) na mesma

receita. (OBS.: Esta informação se aplica aos medicamentos da lista C1,

não faz referência aos demais medicamentos que também são prescritos

nesse tipo de receituário).

Page 29: Manual para dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial

- Podem ser fracionadas as ampolas de medicamentos injetáveis da

Portaria 344/98?

Não. Os medicamentos injetáveis devem ser dispensados em caixa

fechada. De acordo com a Portaria 344/98: “Art. 79 - É vedado às

drogarias o fracionamento da embalagem original de medicamentos a

base de substâncias constantes das listas deste Regulamento Técnico.”

Podem ser misturadas apresentações no mesmo receituário (caixas com

20 comprimidos ou 15 comprimidos)?

Sim. O que é controlado é a substância, não a caixa.Observe que a

quantidade pode variar de acordo com o tratamento. Podemos aviar muito

mais que 3 caixas, desde que o modode usar esteja claro. Nos casos em

que a quantidade necessária ultrapasse a quantidade disponível por

embalagem, verifique se o medicamento possui uma apresentação que

mais se aproxima da quantidade prescrita.

Exemplo: Alprazolam 1 mg

Tomar 3 comprimidos ao dia.

Total de compridos para 60 dias: 180 compridos*

Seriam 9 caixas com 20 compridos ou 12 caixas com 15 compridos, ou

ainda, 4 caixas com 15 compridos mais 6 caixas com 20 compridos.

* O Alprazolam possui dosagem máxima de até 3mg ao dia. OBS. AS

QUANTIDADES DEVEM SER ANOTADAS NO VERSO DA RECEITA APÓS

O CARIMBO.

IMPORTANTE:

profissional capacitado a analisar todo receituário a ser dispensado,

tendo autonomia intrínseca para aviar ou não a prescrição. Esta avaliação

passa não somente pelo âmbito legal, mas pela avaliação da terapêutica

do paciente, aspectos éticos e farmacológicos.

Os medicamentos de referência da Portaria 344/98 podem ser

intercambiados com os medicamentos genéricos?

Quando o medicamento é prescrito com o nome de referência, a

legislação permite aviar o medicamento genérico.

Ex.: O medicamento é prescrito com o nome de referência Frontal, a

legislação permite o farmacêutico fazer o intercâmbio pelo medicamento

genérico, no caso, seria o Alprazolam. Devem ser anotados no verso da

receita, o nome do medicamento dispensado, o laboratório, o número de

caixas, a apresentação e o farmacêutico deve carimbar, datar e vistar a

receita.

Page 30: Manual para dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial

É permitido o uso de Notificação de Receita sem a identificação da

gráfica onde foi confeccionada?

Não. Conforme o Art. 36 da Portaria SVS/MS nº 344/1998 a Notificação de

Receita deverá conter, devidamente impressa, aidentificação da gráfica:

nome, endereço e C.N.P.J./ C.G.C. impressos no rodapé de cada folha do

talonário. A razão de tal exigência se faz, visando maior controle e

rastreamento das prescrições dos medicamentos sujeitos ao Controle da

referida Portaria. Cabe à Autoridade Sanitária, fornecer ao profissional ou

instituição devidamente cadastrados, o talonário de Notificação de

Receita "A", e a numeração para confecção dos demais talonários, bem

como avaliar e controlar esta numeração.

A prescrição de medicamentos anorexígenos pode ser realizada em

Notificação de Receita B?

Não. De acordo com a Resolução RDC N°50/2014, que dispõe sobre as

medidas de controle de comercialização, prescrição e dispensação de

medicamentos que contenham as substâncias anfepramona,

femproporex, mazindol e sibutramina, seus sais e isômeros, a prescrição,

dispensação e o aviamento de medicamentos que contenham as

substâncias tratadas nesta norma deverão ser realizados por meio da

Notificação de Receita "B2", de acordo com a Resolução de Diretoria

Colegiada - RDC nº 58, de 05 de setembro de 2007, ou aquela que vier

substituí-la.

É proibida a associação de medicamentos a base de substâncias

anorexígenas a outros medicamentos?

Sim. O Artigo 3° da Resolução RDC N°58/2007 determina que: Fica vedada

a prescrição, a dispensação e o aviamento de fórmulas de dois ou mais

medicamentos, seja em preparação separada ou em uma mesma

preparação, com finalidade exclusiva de tratamento da obesidade, que

contenham substâncias psicotrópicas anorexígenas associadas entre si

ou com as seguintes

substâncias:

I -ansiolíticas, antidepressivas, diuréticas, hormônios ou extratos

hormonais e laxantes;

II - simpatolíticas ou parassimpatolíticas.

Concluímos que, ao se analisar o risco sanitário, o farmacêutico NÃO

deve realizar a manipulação e nem a venda destes produtos, ainda que

em cápsulas distintas; os profissionais médicos NÃO devem prescrevê-

las e os pacientes NÃO devem tomá-las.

Page 31: Manual para dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial

Como fazer o descarte de medicamentos controlados (Portaria SVS/MS nº

344/1998)?

Os medicamentos controlados vencidos devem ser identificados e

separados dos estoques comercializáveis. O estabelecimento deve

possuir um PGRSS que contemple o destino final desses produtos e

contrato com uma empresa autorizada para realizar o transporte e destino

final desses medicamentos. Em caso de encerramento das atividades

com medicamentos sujeitos a controle especial, o Farmacêutico deve

dirigir-se à Autoridade Sanitária Local, que orientará sobre a destinação

correta dos medicamentos.

Como saber se uma determinada substância é controlada?

As informações relativas a medicamentos e substâncias sujeitas ao

controle especial encontram-se na Portaria SVS/MS n°. 344 de 12 de maio

de 1998. O anexo I desta Portaria contém as Listas das Substâncias

Sujeitas a Controle Especial classificadas por grupos (psicotrópicos,

entorpecentes), que são atualizadas sempre que necessário. As

atualizações são publicadas oficialmente, acontecem periodicamente e

devem ser sempre consultadas por todos os profissionais da área.

Pode-se dispensar 2 (duas) caixas com 14 comprimidos de um

medicamento controlado ao invés de 1 (uma) caixa do mesmo

medicamento com 28 comprimidos, conforme prescrito?

Sim. Podem-se dispensar duas caixas com os 14 comprimidos, pois deve

ser respeitado a posologia e o tempo de tratamento. O que é controlado é

a substância, não a caixa.

MODELO DE CARIMBO PARA DISPENSAÇÃODE MEDICAMENTOS

CONTROLADOS:

CARIMBO: CONTROLADO: APLICAR NA PRIMEIRA VIA DA RECEITA: PERTENCE A DROGARIA

DADOS DA EMPRESA, INCLUÍDO ENDEREÇO *MEDICAMENTO DISPENSADO:

*QUANTIDADE: *LOTE: *MS:

*COMPRADOR: *ENDEREÇO *RG ORGÃO EXP: UF:

*DISPENSA EM: ____/____/______ *ASSINATURA DO FARMACÊUTICO

Page 32: Manual para dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial