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Origem embrionária das gônadas: Embora o sexo do embrião seja geneticamente determinado no momento da fertilização, as gônadas masculinas e femininas só adquirem características morfológicas após a sétima semana do desenvolvimento(SADLER, 2010). As gônadas aparecem, inicialmente, como um par de cristas longitudinais, as cristas gonadais ou genitais. Elas são formadas por proliferação do epitélio e uma condensação do mesênquima subjacente. As células germinativas só aparecem nas cristas genitais após a sexta semana do desenvolvimento(SADLER, 2010). As células germinativas primordiais tem origem no epiblasto, migram através da linha primitiva, e ao redor da terceira semana residem entre as células endodérmicas na parede do saco vitelino junto ao alantóide. Durante a quarta semana, elas migram por meio de movimentos amebóides ao longo do mesentério dorsal da porção posterior do tubo digestório primitivo, alcançando as gônadas primitivas no começo da quinta semana e invadindo as cristas genitais na sexta semana. Se elas não alcançarem as cristas, as gônadas não se desenvolverão. Daí as células germinativas primordiais terem uma influência indutiva sobre o desenvolvimento das gônadas (sejam elas testículos ou ovários) (SADLER, 2010). Pouco antes e durante a chegada das células germinativas primordiais, o epitélio da crista genital prolifera, e as células epiteliais penetram no mesênquima subjacente. Aí elas formam inúmeros cordões de formato irregular, os cordões sexuais primitivos. Tanto nos embriões do sexo masculino quanto nos embriões do sexo feminino, esses cordões estão conectados ao epitélio superficial, e é impossível diferenciar entre uma gônada masculina e uma gônada feminina. Daí a gônada ser conhecida como gônada indiferenciada(SADLER, 2010). Diferenciação das gônadas: A diferenciação do sexo é um processo complexo que envolve muitos genes, incluindo alguns que são autossômico. A chave para o dimorfismo sexual é o cromossomo Y, que contém o gene determinante dos testículos chamados gene SRY (região no Y que determina o sexo) no seu braço curto (Yp11). O produto protéico desse gene é um fator de transição que inicia uma cascata a jusante de genes que determinam o destino dos órgãos sexuais rudimentares. A proteína SRY é o fator que determina os testículos. Sob sua influência, ocorre o desenvolvimento do sexo masculino; na sua ausência, estabelece-se o desenvolvimento do sexo feminino(SADLER, 2010).

Origem embriologica

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Page 1: Origem embriologica

Origem embrionária das gônadas:

Embora o sexo do embrião seja geneticamente determinado no momento da fertilização,

as gônadas masculinas e femininas só adquirem características morfológicas após a sétima

semana do desenvolvimento(SADLER, 2010).

As gônadas aparecem, inicialmente, como um par de cristas longitudinais, as cristas

gonadais ou genitais. Elas são formadas por proliferação do epitélio e uma condensação do

mesênquima subjacente. As células germinativas só aparecem nas cristas genitais após a

sexta semana do desenvolvimento(SADLER, 2010).

As células germinativas primordiais tem origem no epiblasto, migram através da linha

primitiva, e ao redor da terceira semana residem entre as células endodérmicas na parede

do saco vitelino junto ao alantóide. Durante a quarta semana, elas migram por meio de

movimentos amebóides ao longo do mesentério dorsal da porção posterior do tubo

digestório primitivo, alcançando as gônadas primitivas no começo da quinta semana e

invadindo as cristas genitais na sexta semana. Se elas não alcançarem as cristas, as

gônadas não se desenvolverão. Daí as células germinativas primordiais terem uma

influência indutiva sobre o desenvolvimento das gônadas (sejam elas testículos ou ovários)

(SADLER, 2010).

Pouco antes e durante a chegada das células germinativas primordiais, o epitélio da

crista genital prolifera, e as células epiteliais penetram no mesênquima subjacente. Aí elas

formam inúmeros cordões de formato irregular, os cordões sexuais primitivos. Tanto nos

embriões do sexo masculino quanto nos embriões do sexo feminino, esses cordões estão

conectados ao epitélio superficial, e é impossível diferenciar entre uma gônada masculina e

uma gônada feminina. Daí a gônada ser conhecida como gônada indiferenciada(SADLER,

2010).

Diferenciação das gônadas:

A diferenciação do sexo é um processo complexo que envolve muitos genes, incluindo

alguns que são autossômico. A chave para o dimorfismo sexual é o cromossomo Y, que

contém o gene determinante dos testículos chamados gene SRY (região no Y que

determina o sexo) no seu braço curto (Yp11). O produto protéico desse gene é um fator de

transição que inicia uma cascata a jusante de genes que determinam o destino dos órgãos

sexuais rudimentares. A proteína SRY é o fator que determina os testículos. Sob sua

influência, ocorre o desenvolvimento do sexo masculino; na sua ausência, estabelece-se o

desenvolvimento do sexo feminino(SADLER, 2010).

Page 2: Origem embriologica

• Testículo:

Se o embrião é geneticamente determinado como pertencente ao sexo masculino, as

células germinativas primordiais carregam um complexo cromossômico sexual XY. Sob a

influência do gene SRY sobre o cromossomo Y, que codifica o fator que determina o

testículo, os cordões sexuais primitivos continuam a proliferar e penetram profundamente na

região medular para formar os cordões testiculares ou medulares. Em direção ao hilo da

gônada, os cordões terminam numa rede de cordões celulares minúsculos que depois dão

origem aos túbulos da rede do testículo. Durante o desenvolvimento subseqüente, uma

densa camada de tecido conjuntivo fibroso, a túnica albugínea, separa os cordões

testiculares do epitélio superficial (SADLER, 2010).

No quarto mês, os cordões testiculares assumem o formato de ferradura, e suas

extremidades são contínuas com as da rede do testículo. Os cordões testiculares são agora

compostos de células germinativas primordiais e células de sustentação, as células de

sertoli, derivadas do epitélio superficial da gônada (SADLER, 2010).

As células intersticiais de Leydig, derivadas do mesênquima original da crista gonadal,

encontram-se entre os cordões testiculares. Elas começam a se desenvolver pouco antes

do começo da diferenciação desses cordões. Ao redor da oitava semana de gestação de

gestação, as células de Leydig iniciam a produção de testosterona, e o testículo é capaz de

influenciar a diferenciação sexual dos ductos genitais e da genitália externa (SADLER,

2010).

Os cordões testiculares permanecem sólidos até a puberdade, quando adquirem uma

luz, formando assim os túbulos seminíferos. Uma vez que os túbulos seminíferos são

canalizados, eles se unem aos túbulos da rede do testículo, que, por sua vez, entram nos

ductulos eferentes. Esses ductos eferentes são as partes remanescentes dos túbulos

excretores do sistema mesonéfrico. Eles se ligam à rede do testículo e ao ducto mesonéfrico

ou Wolffiano, o qual se torna o ducto deferente.(SADLER, 2010)

Ovários:

Nos embriões do sexo feminino com um complemento cromossômico sexual XX e

nenhum cromossomo Y, os cordões sexuais primitivos se dissociam em aglomerados de

células irregulares. Esses aglomerados, que contém grupos de células primitivas

primordiais, ocupam a região medular do ovário. Mais tarde, eles desaparecem e são

submetidos por um estroma vascular que forma a região medular do ovário. (SADLER,

2010)

Page 3: Origem embriologica

O epitélio superficial da gônada feminina, ao contrário daquele do sexo masculino,

continua a proliferar. Na sétima semana, ele dá origem a uma segunda geração de cordões,

os cordões corticais, os quais penetram no mesênquima subjacente mas permanecem

próximo à superfície. No terceiro mês, esses cordões se dividem em grupos de células

isolados. As células nesses grupos continuam a proliferar e começam a circundar cada

oogônia com uma camada de células epiteliais chamadas células foliculares. Juntas, as

oogônias e as células foliculares constituem um folículo primário. (SADLER, 2010)

Assim, pode-se afirmar que o sexo genético de um embrião é determinado no momento

da fertilização, dependendo de se o espermatozóide carrega consigo um cromossomo X ou

um cromossomo Y. Nos embriões com uma configuração cromossômica sexual XX, os

cordões medulares da gônada regridem, e uma geração secundária de cordões corticais se

desenvolve. Em embriões com um complexo cromossômico sexual XY, os cordões

medulares desenvolvem-se nos cordões testiculares, e os cordões corticais secundários

deixam de se desenvolver.(SADLER, 2010)

Referência: SADLER, T. W. Langman, Embriologia médica. 11ª. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. 212,213,214 p.