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PATOLOGIAS GESTACIONAIS Enfª Esp. Morgana Teles

Patologias gestacionais

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PATOLOGIAS GESTACIONAIS

Enfª Esp. Morgana Teles

A redução da morbimortalidade materna esta

diretamente relacionada ao PN de qualidade e ao acesso no nível de

complexidade, se necessário.

A OMS define como morte materna a morte de uma mulher durante a gestação ou até em 42

dias após sua interrupção.

Um desafio relacionado a saúde materna corresponde às

complicações obstétricas, principal causa de hospitalização

de mulheres em idade fértil, podendo levar a eventos mortais

evoluindo a desfechos letais durante a gravidez, parto e

puerpério.

Dentre as principais patologias gestacionais, estão:

1. DHEG2. PP SINDROMES

3. DPP HEMORRAGICAS

4. DOENÇA TROFLOBLÁSTRICA5. RUPREME

1. DHEGOs distúrbios hipertensivos da

gestação oferecem riscos tanto para a mãe quanto para o feto, contribuindo para o aumento da taxa de morbidade materna.

Considera-se HA a ocorrência de PAS ≥140mmHg e PAD ≥ 90mmmHg.

A aferição deve ser feita com a gestante em repouso, com o diagnóstico baseado na média de duas aferições, com intervalo mínimo de 06h e máximo de uma semana entre si.

1.2. Classificação da DHEG

Ultima classificação (2000), esta dividido em:

Hipertensão Crônica (HC)Pré-eclâmpsia (PE)EclâmpsiaHC com PE sobrepostaHipertensão Gestacional

1.2.1. Hipertensão Crônica (HC)Observada antes da gravidez, ou

antes de 20 semanas de gestação e/ou persiste após a 12ª semana pós-parto;

Pode evoluir para uma PE.

1.2.2. Pré-eclâmpsia (PE)Presença de proteinúria ( 300mg de

proteína ou mais em 24h) e HA depois da 20ª semana;

Edema e ganho de peso não são critérios para diagnóstico

1.2.2. Pré-eclâmpsia (PE) - cont...Sinais de iminência: cefaléia, epigastralgia,

dor no hipocôndrio D e alterações visuais;Esta dividido em

PE leve - PAS < 160mmHg e/ou PAD <110mmHg, sem sintomas e alterações laboratoriais

PE grave - PAS ≥ 160mmHg e/ou PAD ≥110mmHg, apresentando pelo menos um ou mais dos critérios:

PAD ≥110mmHg, proteinúria > 5g/24h ou fita 3+ ou superior, oligúria (< 300ml/12h), sintomas neurológicos, cefaléia, escotomas, epigastralgia, alterações hepáticas, edema pulmonar e trombocitopneia.

1.2.3. EclâmpsiaHipertensão gestacional ou PE, com

uma ou mais crise convulsivas tônico-clônicas, associadas ou não a coma;

Pode ocorrer durante a gestação, TP, PI;

1.2.4. HC com PE sobrepostaSurgimento da PE em mulheres com

HC ou doença renal que não apresentam proteinúria antes da 20ª semana ou seu aumento súbito;

1.2.5. Hipertensão GestacionalElevação da PA pela 1ª vez depois

da segunda metade da gestação, sem proteinúria;

Pode ser a Hipertensão Transitória da Gravidez ( retorna ao normal até a 12ª semanas após o parto) ou Hipertensão Crônica ( PA elevada persiste além de 12 semanas)

SINDROME DE HELLPVariante de um PE, caracterizado por

hemólise, elevação das enzimas hepáticas, plaquetopenia, apresentando variação na PA ou proteinúria;

Avaliar a IG – conduta conservadora;IG entre 24 a 33 semanas – uso de

corticóide (dexametasona ou betametasona);

IG ≤ 34 semanas – interrupçãoAlerta para o desenvolvimento de

falência sistêmica múltipla de órgãos

Pg 16Q- 2proenf

1.3. DiagnósticoBaseia na sua classificação dada a

cada tipo.

Ambiente tranqüilo;Decúbito elevado 30º e face

lateralizada;Oxigenoterapia (5l/min)Punção de veia central ou calibrosa;Cateter vesical continuo.

1.4. Cuidados Gerais na eclâmpsia

1.5. TratamentoAnticonvulsivante- Droga de escolha – SULFATO DE

MAGNÉSIO- DOSE DE ATAQUE – 5g diluídos em

100ml de solução glicosada ou salina, infundidos lentamente (15min) ou 5g (10ml a 5%), IM em cada nádega;

- DOSE DE MANUTENÇÃO – 1g/h (10ml a 50% com 490ml de SG 5% a 100ml em bomba de infusão ou 33gts/min por 24h ou 5g (10ml a 5%), IM de 4/4h.

1.5. Tratamento (cont.)Anticonvulsivante- Cuidados: diurese ( ≥ 300ml), reflexos

patelar, FR ( ≥ 14 rpm), gluconato de cálcio 10%.

Anti-hipertensiva- NIFEDIPINO – 10mg/VO, 30/30min até

dose máxima de 30mg, S/N;- HIDRALAZINA 20mg/1ml – diluir 1amp

com 19ml de AD. Iniciei com 5ml IV, com intervalos de 20min ate a PA baixar ou atingir no máximo de 20mg

Crise HipertensivaPA ≥ 160 x 110 mmHg

Hidralazina 5 mg EVRepetir 5-10mg 20/20

min até 40 mg/dia

Nifedipina 5-10mg VORepetir 10mg cada

30min até 30 mg

Nitroprussiato de Sódio

0,25mg/Kg/min. Cuidados especiais

Não Melhora

Não Melhora

1 -Análise e registro dos sinais vitais – maternos e fetais;2 - Observação e alerta da evolução e manifestações

clínicas como escotoma, epigastralgia, visão turva;3 - Controle rigoroso do balanço hídrico;4 - Farmacoterapia de acordo com os protocolos

estabelecidos;5 - Observar os efeitos de toxidade do sulfato de

magnésio – rubefação, cefaléia, depressão respiratória;6 - Proporcionar ambiente tranqüilo e na penumbra;7 - Preparação pré-operatória para uma eventual

cesareana;8 - Cuidados pós-operatórios

Cuidados de enfermagem

Objetivos da assistência à paciente e intervenções da enfermagem:

ProenfPg 35 e 36

2. PLACENTA PRÉVIAImplantação da placenta no segmento

inferior, próximo ou sobre o orifício interno do colo, após a 28ª semana gestacional;

Tipos - centro-total, parcial e marginal;Fatores de risco – idade materna

avançada, tabagismo, multiparidade, cesárea anterior, gemelaridade;

Quadro clinico – sangramento indolor (vermelho vivo), sangramento sentinela ( 26ª e 28ª semana);

2. PLACENTA PRÉVIAtiposHermogenes pg 268Fig 26.1

2. PLACENTA PRÉVIADiagnostico:

Clinico – sangramento vermelho vivo, indolor, inicio súbito, intermitente e progressivo, exame especular, BCF +, utero indolor, tonos uterino normal

NÃO REALIZAR TOQUE VAGINAL Ultrasson – US – transvaginal (mais

indicado)

Conduta: PN – encaminha a um centro de referência ; suplementação de ferro, exames

laboratoriais – tirar depois q aprender

Gestação <37 semanas – repouso, uso de corticóides, avaliação fetal, exames laboratoriais

Interrromper a gestação caso haja comprometimento fetal,, materno, sangrmaneto profundo, maturidade fetal a partir das 35s, TP

2. PLACENTA PRÉVIA Gestação >37 semanas – casárea ( sangramento abundante, BCF comprometidos, PP total ou parcial) ou vaginal ( sangramento discreto, BCF bons, placenta marginal ou lateral)

• Complicações – Acretismo Placentário: interromper até 35ª semanas, pode levar a histerictomia.

3. DPPSeparação da placenta da parede

uterina, antes do parto, em gestações acima de 20ª;

Causas – DHEG, trauma abdominal, tabagismo, cocaína, DPP anterior, cordão curto, gemelaridade;

Manifestações – dor abdominal, STV quantidade variável, hipertonia uterina, BCF alterados;

Diagnostico – clinico, sendo auxiliado na USG e laboratoriais.

Cuidados de enfermagem

1- Determinar a extensão da perda sanguínea: história do inicio do sangramento, duração, quantidade e sintomas associados;2 - Controlar os sinais vitais materno e fetal;3 - Proporcionar reposição sanguínea;4 - Minimizar as possibilidades de sangramento adicional;5 - Reduzir a ansiedade.

Objetivos da assistência à paciente e intervenções da enfermagem:

3. DPP (cont...)Hermognes274 fig 27.2

3. DPP (cont...)Quadro clínico ( classificação

conforme Sher):DPP Grau I – descolamento discreto sem manifestações clínicas achado ocasional

DPP Grau II – clássico feto vivoDPP Grau III A – feto morto sem CIVD

DPP Grau III B – feto morto com CIVD

3. DPP (cont...)HermognesPag 273 tab 27.1

3. DPP (cont...)Condutas: - Medidas Gerais: acesso venoso

calibroso imediato com infusão de 1000ml de cristalóides, cateterismo vesical ( diurese ≥ 30ml/h), SSVV 15/15min, Oxigenoterapia (mascara 10 l/min ou cateter 5 l/min), exames laboratoriais.

- Tratamento Obstétrico: avaliar vitalidade fetal, estabilidade materna, IG, coagulograma (CIVD) – TESTE DE WINER.

3. DPP (cont...)Manual do msFluxog DPP pg 61

Descolamento prematuro placenta e CIVD

( Coagulação Intravascular Disseminada)

CIVD:- Caracterizada pela ativação

exarcebada da coagulação , ocasionando a formação e deposito de fibrinas na microcirculação;

- Compromete: fluxo sanguíneo para diversos órgãos e isquemia tecidual;

- Medidas: reposição volêmica, plasmas e plaquetas, anticoagulantes.

1 - Punção venosa em veias de grosso calibre;

2 - Ágil e oportuna administração de líquidos prescritos;

3 - Exame físico;4 - Verificação constante de sinais vitais;5 - Cateterismo vesical de demora;6 - Monitorização da freqüência cardíaca

fetal;7 - Manter oxigenação adequada

Cuidados de enfermagem

Objetivos da assistência à paciente e intervenções da enfermagem:

1.4. Doença Trofoblástica GestacionalSão quaisquer blastomas originários

do tecido de revestimento das vilosidades coriais (trofoblasto).

Fatores: idade materna (maior que 45 anos ou menor que 18 anos), historia reprodutiva, dieta e nutrição, outros fatores.

Classificação: Mola hidatiforme completa (MHC); Mola hidatiforme parcial (MHP) , Mola invasora (MI).

1.4. Doença Trofoblástica GestacionalMHC – degeneração das vilosidades

coriais, podendo ser confundida com a mola parcial, ausência de partes fetais, e proliferação do trofoblasto difusa e circunferencial;

MHP – degeneração distintas das vilosidades (uma normal e outra com degeneração), proliferação do trofoblasto focal e leve, e presença de partes fetais;

MI – presença de vesículas na intimidade do miométrio nos espaços vasculares ou locais distantes (pulmão, vagina).

a. MHP

b. MHC

c. MI

1.4. Doença Trofoblástica Gestacional

Quadro clínico: sangramento vaginal abundante e irregular, 1º trimestre/início do 2º, pouca dor ou indolor, elimina vesículas (MHC), hiperêmese gravídica, pré-eclâmpsia antes 1/2 gestação, aumento uterino superior ao esperado pela IG, ausência de BCF, Emissão de vesículas (não muito comuns).

sinais/sintomas metastáticos: - vagina = sangramento, massa endurecida - pulmão = dispnéia, tosse, hemoptise- gastrointestinal (raro) = sangramento retal- cérebro = cefaléia, sintomas neurológicos

Diagnóstico: US - aspecto vesicular(em cachos de uva), dosagem de beta-hCG (maior do que a esperada para idade gestacional), laparoscopia;

Conduta: - Medidas Gerais: avaliar complicações

(anemia, PE, IRA), solicitar exames de rotina, profilaxia da isoimunização materna.

- Medidas Especificas: esvaziamento uterino, AMIU, indução com misoprostol procedendo com curetagem, e histerectomia (s/n).

1.4. Doença Trofoblástica Gestacional

1 - Monitorar o sinais vitais maternos;2 - Avaliar a quantidade e o tipo de

sangramento vaginal (observar a presença de qualquer outra secreção vaginal);

3 - Palpar a altura do útero, quando acima do umbigo medir o fundo do útero.

4 - Mantendo a volêmia;5 - Manter um acesso venoso;6 - Avaliar os SSVV maternos;7 - Monitorar os resultados laboratoriais

para avaliar o estado da paciente.

Cuidados de enfermagem

Objetivos da assistência à paciente e intervenções da enfermagem:

OBS:

Com o diagnostico de DTG, há um risco de Carcinoma ou tumor

trofóblastico, e para assegurar a remissão da doença, as portadoras

devem ser monitoradas ( acompanhamento clinico, US,

monitoramento laboratorial,) Dosagem de beta-hCG semanalmente até negativar por três determinações

consecutivas. Posteriormente, há cada 3 meses por 1 ano. Proibir gravidez durante um ano.

1.4. Doença Trofoblástica Gestacional

Obrigado pela sua atenção.

Contribuindo com o milagre da vida