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PLANTAS MEDICINAIS E NUTRIÇÃO Priscila de Paula Piva Agosto de 2009

Plantas Medicinais E NutriçãO

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Palestra Hospital Tatuapé 27 de agosto de 2009

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Page 1: Plantas Medicinais E NutriçãO

PLANTAS MEDICINAIS E NUTRIÇÃO

Priscila de Paula PivaAgosto de 2009

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PLANTAS MEDICINAIS

Histórico Conceitos Princípios ativos e toxicidade Identificação de plantas e nomenclatura científica Formas de utilização Legislações

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HISTÓRICO

Documentos suméricos e babilônicos - 3500 anos a.C.: alcaçuz, tomilho, papoula, açafrão, coentro, canela, p.ex.

Egito – 2600 a.C. Mais de 700 compostos – papiro de Ebers.

Ex. sabugueiro – ácido salicílico; mirra, cânhamo, babosa, absinto.

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HISTÓRICO

As antigas civilizações da China e Índia, e nas Américas os

tupis, maias, astecas e incas tinham conhecimentos profundos sobre

plantas medicinais e tóxicas.

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PLANTAS MEDICINAISMedicina TradicionalAutêntica de det. grupos étnicosPráticas, abordagens, terapias espirituais e corporais, entre outros procedimentosTeorias, crenças e experiências passam por geraçõesXamãs, pajés “Mateiros”

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PLANTAS MEDICINAIS

Medicina PopularIncorpora prática da medicina tradicionalMescla de informaçõesNão vive dentro das matasInfluência de várias culturasSem resultados conclusivosBenzedeiras

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Contexto Brasil

Plantas medicinais são consideradas pela população como “naturais” e isentas de efeitos colaterais.

Os usuários das Unidades de Saúde não referem uso de chás ou outras formas de utilização de plantas medicinais para os profissionais, principalmente médicos, e os profissionais também não perguntam.

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Políticas Públicas

• OMS - Estratégia sobre medicina tradicional 2002 – 2005.

• Decreto nº 5.813, de 22 de junho de 2006. Aprova a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos.

• Lei Municipal Nº 14903/2009 - Criação do Programa de Produção de Fitoterápicos e Plantas Medicinais no Município de São Paulo.

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CONCEITOS

“Plantas Medicinais são espécies de origem vegetal utilizadas com finalidade terapêutica, voltada para prevenção ou tratamento de doença ou para alívio de sintomas.” (Di Stasi, 2007)

Flores de Passiflora alata – maracujá-doce

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CONCEITOSFitoterapia:

prática terapêutica – uso de fitoterápicos

Fitoterápicos: produto de origem vegetal padronizado quanto a sua eficácia, segurança e controle de qualidade

« Medicamento

Maytenus ilicifolia gastrite, úlcera

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RDC 17/ 2000 - ANVISA

Droga vegetal: planta ou suas partes, após processos de coleta, estabilização e secagem, podendo ser íntegra, rasurada, triturada ou pulverizada.

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PRINCÍPIOS ATIVOS

Metabolismo primário: N, P, K, Ca, Mg, S = sobrevivência da planta

Metabolismo secundário:

Princípio ativo Plantas medicinais

defesa contra herbívoros e microorganismos

proteção contra raios UV

atração de animais para polinização

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PRINCÍPIOS ATIVOS

Variável para cada espécie, idade, parte

da planta, ciclo/ fase germinativa

Sinergias e Antagonismos: alteração de

biodisponibilidade, complexo de subst.

Problemas com plantio - espinheira

santa, guaco.

Soja: mais isoflavonas quando orgânica.

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Atuação Conjunta Fitocomplexo:

“Conjunto de substâncias químicas, originadas tanto do metabolismo

primário quanto secundário, responsáveis em conjunto pelos efeitos terapêuticos

tradicionais de uma determinada droga vegetal ou fitoterápico”

Princípios ativos Substâncias inertes: Exs.: clorofila, proteínas, açúcares, lipídios. Ópio, alecrim

(Fonte: Prof. Luis Carlos Marques – aula Fitoterapia, pdf, 2009)

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PRINCÍPIOS ATIVOS

Resveratrol – polifenol: encontrado em casca de uvas expostas a fungo cinza ou lesão mecânica - propriedades anti-inflamatórias, antivirais, neuroprotetoras e anticancerígenas.

Licopeno – carotenóide: anticancerígeno, anti-inflamatório, antioxidante.

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PRINCÍPIOS ATIVOS Óleos essenciais: aromatizantes, anti-sépticos, antiinflamatórios, digestivos, rubefaciente, calmantes, sedativos.

Temperos como:

alecrim

(Rosmarinus officinalis), manjericão

(Acimum basilicum), erva-doce,

salsinha, sálvia.

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PRINCÍPIOS ATIVOS

Glicosídeo – Flavonóides:

Fortalecem vasos capilares

Antiinflamatório

Antioxidantes

Pigmento de flores amarelas como camomila, calêndula.

Chá verde, uvas, frutas, legumes.

Taraxacum officinale diurético, hepatoprotetor

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PRINCÍPIOS ATIVOS

• Schinus terebinthifolius

• Aroeira• Pimenta bras.• “Segredo de

cozinheiros franceses”.

• Antimicrobiana• Antiinflamatória• Analgésico

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TOXICIDADE

Glicosídeos – antraquinônicos: irritante intestinal se utilizado cronicamente.

Sene (Cassia angustifolia) e cáscara sagrada (Rhamnus purshiana) .

Solaninas: produção de brotos e cor verde – defesa contra stress: irritante gástrico, náuseas, vômitos, cefaléia.

Solanum tuberosum – batata

Solanum melongena - beringela

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TOXICIDADE EM USO INTERNO Utilização externa: Arnica - contusões,

antiinflamatória. Porém: flores, raiz -

vômitos, vertigens, convulsões em uso interno.

Confrei - Symphytum officinale -cicatrizante / fístulas.

Porém: toda a planta - paralisia nervosa, hepatotóxica em uso interno.

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TOXICIDADEQuantidade acima do indicado

PLANTA Indicação Dose excessiva

Açafrão Digestiva, emenagoga

Transtornos nervosos e renais; abortivo.

Anis-estrelado

Digestiva, carminativa

Delírio, convulsões: causados pela essência anetol

Arruda Emenagoga, antiespasmódica

Risco de aborto, reações alérgicas na pele.

Sálvia Anti-séptica, tonificante, emenagoga

Convulsões, transtornos nervosos.

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Identificação de Plantas Gênero + espécie BOLDO: Plectranthus barbatusColeus barbatus nome popular = tapete de Oxalá

Boldo brasileiro: digestão, azia, “ressaca”.

Não indicado para gestantes e uso contínuo.

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Identificação de Plantas

Boldo baiano

Estomalina

Vernonanthura condensata

Boldo rasteiro, boldinho – Plectranthus neochilus

P. neochilus

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Identificação de Plantas BOLDO DO CHILE:Peumus boldoDisfunções hepáticas

Contra-indicar em:Litíase biliarCrianças, gestantes e

lactantesNão utilizar cronicamente:

alcalóides

Farmácias

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RESOLUÇÃO CFN Nº 402/2007

Regulamenta a prescrição

fitoterápica pelo nutricionista de

plantas in natura frescas, ou como droga vegetal nas

suas diferentes formas

farmacêuticas, e dá outras providências Aloe vera – Babosa

Mucilagem – queimaduras, gastrite, hidratação capilar, imunoestimulante (?) K, T3, T4

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RESOLUÇÃO CFN Nº 402/2007

Art. 4º O Nutricionista terá total autonomia para prescrever os produtos objetos desta Resolução, quando julgar conveniente a necessidade de complementação da dieta de indivíduos ou grupos, atuando isoladamente ou como membro integrante de uma equipe multiprofissional de saúde.

Page 27: Plantas Medicinais E NutriçãO

RESOLUÇÃO CFN Nº 402/2007

Art. 2º - define: Fitoterapia, Fitoterápico, Plantas Medicinais, Droga Vegetal.

Formas de preparo:

Infuso – folhas e flores

Decocção – raízes, cascas, gravetos

Macerado – álcool caseiro

Tintura – diluição padronizada 1/5 álcool

70° - 50°

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RESOLUÇÃO CFN Nº 402/2007

Art. 3º - As formas farmacêuticas permitidas para o uso pelo profissional nutricionista são exclusivamente as de uso oral.

Page 29: Plantas Medicinais E NutriçãO

RESOLUÇÃO CFN Nº 402/2007

Art. 3º A Prescrição Fitoterápica é parte do procedimento realizado pelo Nutricionista na prescrição dietética que deverá conter, obrigatoriamente:

I - nomenclatura botânica, sendo opcional o nome popular; II - parte usada; III - forma farmacêutica/modo de preparo;IV - tempo de utilização; V - dosagem; VI - freqüência de uso; VII - horários.

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RESOLUÇÃO CFN Nº 402/2007

Art. 6º O Nutricionista não poderá prescrever aqueles produtos cuja legislação vigente exija prescrição médica.

Art. 7º O Nutricionista somente poderá prescrever aqueles produtos que tenham indicações terapêuticas relacionadas ao seu campo de conhecimento específico.

Art. 8º O Conselho Federal de Nutricionistas recomenda que o Nutricionista, que optar por utilizar em suas prescrições os produtos objetos desta Resolução, seja devidamente capacitado.

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LEGISLAÇÃO - ANVISA

RDC 277/2005 – café, cevada

RDC 267/05 e 219/06 – chás

RDC 360/2003 – rotulagem nutricional

Resolução ANVISA - RE nº 89/ 2004 – Lista de registro simplificado de fitoterápicos

Flor de laranjeira

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CHÁS

ALIMENTÍCIOS Tradicionais Herbais Flores/ Frutas “Funcionais”

MEDICINAIS

INFUSÃO (não deve ser chamado

de chá)

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CHÁS ALIMENTÍCIOS

Não precisam de registro obrigatório. Lista de espécies vegetais para uso em chás – RDC 267/05 e 219/06. Granel ou sachet. Não permite indicação ou posologia. Não pode induzir consumidor sobre efeitos terapêuticos.

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Chás Alimentícios - RDC 267/05 e 219/06Frutas:Abacaxi,  Acerola, Ameixa, Amora,

Ananás,  Banana, Cassis ou groselha negra, Cereja, Damasco (sem semente), Framboesa, Groselha, Guaraná (sementes),  Laranja , Limão (frutos, cascas dos frutos, flores e folhas), Mamão, Manga, Maracujá (polpa das frutas), Marmelo, Mirtilo, Morango, Pêra, Pêssego (sem sementes), Pitanga (frutos e folhas), Tangerina , Tamarindo, Uva

Legumes: beterraba e cenouraHerbais e florais: camomila, capim-limão,

chás preto, verde ou branco, erva cidreira/melissa, mate, funcho e erva-doce (frutos), hibisco (flores), hortelã, menta, jasmim; boldo, carqueja, estévia, rosa silvestre ou mosqueta

Chicória - Cichorium intybus L.

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Chás “Funcionais”

Calmante – camomila, melissa

Digestivo – hortelã, gengibre, laranja

Anti-gripal – gengibre + limão + mel + guaco; erva-doce, canela

Estimulante – chá preto, canela, mate

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Chá “funcional” ???

Descrição: Chá Misto Boa Noite.  Ingredientes:Capítulos florais de camomila, folhas de capim-cidreira, folhas e outras partes do ramo de erva cidreira, folhas e outras partes do ramo de hortelã, polpa de maracujá desidratada, maçã desidratada e aromatizante.  

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Procedência

• Descrição: Chá Espinheira Santa Pacote 20g  

• Informação Nutricional - porção de 1g

• Ingredientes:Espinheira Santa.

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RE 98/2004LISTA DE REGISTRO SIMPLIFICADO DE FITOTERÁPICOS 

Nomenclatura botânica  

Calendula officinalis L.  5 

Nome popular  Calêndula  

Parte usada  Flores  

Padronização/Marcador 

Flavonóides totais expressos em quercetina ou hiperosídeos;  

Formas de uso  Tintura, extratos 

Indicações / Ações terapêuticas 

Cicatrizante, anti-inflamatório 

Dose Diária   8,8-17,6 mg de flavonóides 

Via de Administração  Tópico 

Restrição de uso  Venda sem prescrição médica 

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RE 98/2004LISTA DE REGISTRO SIMPLIFICADO DE FITOTERÁPICOS 

Nomenclatura botânica  

Cynara scolymus L.  8 

Nome popular  Alcachofra  

Parte usada  Folhas  (não utilizar extrato seco)

Padronização/Marcador 

Cinarina ou Derivados do ácido cafeoilquínico expressos em Ácido Clorogênico 

Formas de uso  Tintura, extratos  

Indicações /Ações terapêuticas 

Colerético, colagogo

Dose Diária   7,5 mg a 12,5 mg de cinarina ou derivados 

Via de Administração  Oral 

Restrição de uso  Venda sem prescrição médica 

Efeitos colaterais Distúrbios gastrointestinais, alergias

Obs 1. Contra-indicado em colelitíase

Obs 2. Contra-indicado em gravidez e lactação

Obs 3. Promove a diminuição de colesterol sanguíneo

Vermelho: autoria do Prof. Luis C. Marques

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Fonte: Prof. Luis Carlos Marques – aula Fitoterapia, pdf, 2009

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RE 98/2004LISTA DE REGISTRO SIMPLIFICADO DE FITOTERÁPICOS

Sem prescrição médica

Aesculus hippocastanum L.  Castanha da Índia Allium sativum L.  Alho  Matricaria recutita L.  Camomila  Maytenus ilicifolia    Espinheira-SantaMelissa officinalis L.   Melissa, Erva-cidreira Mentha piperita L.   Hortelã-pimentaPanax ginseng C. A. Mey. Ginseng  (máx. 3 meses)Passiflora incarnata L.   Maracujá - Folhas Paullinia cupana H.B.&K . Guaraná  Peumus boldus Molina    Boldo, Boldo-do-Chile Pimpinella anisum L.    Erva-doce, Anis Rhamnus purshiana DC.   Cáscara Sagrada  Salix alba L.    Salgueiro branco Senna alexandrina Mill.    Sene  Zingiber officinale Rosc.   Gengibre Mikania glomerata Spreng Guaco Hamamelis virginiana   Hamamelis - oral e tópicoPolygala senega    Polígala - “resfriado”Eucalyptus globulus   Eucalipto 

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Regulamentações diversas Alimentos

Decreto-lei nº986:Institui normas básicas sobre alimentos.

Resolução 16/99:Registro de alimentos e ou novos ingredientes.

Resolução 18/99:Diretrizes básicas para análise e comprovação de propriedades funcionais e ou de saúde alegadas em rotulagem de alimentos.

Resolução 19/99:Registro de alimento com alegação de propriedades funcionais e ou de saúde em sua rotulagem.

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