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Projeto Terapêutico Singular Acolhimento Mais Médicos_edital 12_2016

Projeto Terapêutico Singular

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Projeto Terapêutico SingularAcolhimento Mais Médicos_edital 12_2016

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Projeto Terapêutico Singular• A concepção do PTS no Brasil vem sendo construída

há 20 anos no Brasil

• “Trata-se de um potente dispositivo de integração e organização de equipes de profissionais da saúde”

• Considerar : SUS, Movimento Sanitário, Reforma Psiquiátrica

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• SUS

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• Reforma Sanitária

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Projeto Terapêutico Singular• Luta antimanicomial

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Projeto Terapêutico Singular• No campo da saúde mental• PTS – não limitado aos momentos de crise• Desenvolvido pela equipe com o usuário – busca

autonomia afetiva-material-social • Vinculada a noção de “profissional de referência “

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Projeto Terapêutico Singular• 1990 em Santos – movimento antimanicomial –

buscavam alternativas ao manicômio nos “NAPS” e buscavam “formas de cuidado e de tratamento que sejam conjuntamente espaços de vida “ • Dupla de referência

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Projeto Terapêutico Singular• “O projeto terapêutico é um movimento de co-

produção e de co-gestão do processo terapêutico de indivíduos e coletivos em situação de vulnerabilidade”• Conceito de autonomia• Conceito de vulnerabilidade

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Projeto Terapêutico Singular• Vulnerabilidade

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Projeto Terapêutico Singular• Discutindo diferenças entre vulnerabilidade e risco,

considera-se que, apesar deles terem uma estreita relação, são distintos

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Projeto Terapêutico Singular• No conceito epidemiológico de risco construíram-se

instrumentos teóricos capazes de identificar associações entre eventos ou condições, patológicos ou não. Os estudos nesta perspectiva buscam, o “isolamento fenomenológico”, ou seja, busca-se isolar o fenômeno, associando-se as variáveis dependentes e independentes, através de um controle rigoroso do grau de incerteza acerca do não acaso das associações estabelecidas(2).

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Projeto Terapêutico Singular• de um processo analítico, onde se busca produzir um

conhecimento objetivo a partir da associação de caráter probabilístico. Assim, o risco epidemiológico é a probabilidade de que um indivíduo de qualquer grupo exposto a um determinado agravo ou condição venha a também a pertencer a outro grupo, o dos “afetados”(

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Projeto Terapêutico Singular• Já a vulnerabilidade tem como propósito a busca da

“síntese”, ou seja, trazer os elementos abstratos associados e associáveis aos processos de adoecimentos para planos de elaboração teórica mais concreta e particularizada, onde os nexos e mediações entre esses fenômenos sejam o objeto do conhecimento sobre vulnerabilidade, diferentemente dos estudos de risco, busca universalidade não a reprodutibilidade ampliada de sua fenomenologia e inferência, segundo os autores

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Projeto Terapêutico Singular• “A vulnerabilidade quer expressar os potenciais de

adoecimento/não adoecimento relacionados a todo e cada indivíduo que vive em certo conjunto de condições”(3-4).

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Projeto Terapêutico Singular• Na perspectiva da vulnerabilidade, a exposição a

agravos de saúde e mesmo acometimento que leva a morte resulta tanto de aspectos individuais como de contextos ou condições coletivas que produzem maior suscetibilidade aos agravos e morte em questão e, simultaneamente, a possibilidade e os recursos para o seu enfrentamento

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Projeto Terapêutico Singular• não basta olhar o risco em termos biológicos. É essencial lembrar

que há algumas condições que aumentam a vulnerabilidade das pessoas e que o acolhimento representa grande oportunidade de incluí-las, de inseri-las em planos de cuidado. Como uma criança desnutrida que não é levada às consultas de puericultura há oito meses, um homem de 50 anos que vai a um serviço de saúde pela primeira vez depois de muitos anos, uma mulher em idade fértil (sem realizar Papanicolau há quatro anos) que trabalha como diarista (sem carteira assinada) e cuida sozinha de três filhos menores de idade. Se eles procuram a unidade com um problema clinicamente simples e de baixo risco, esse momento é oportuno também para ofertar ou programar outras possibilidades de cuidado. •

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Projeto Terapêutico Singular• Em alguns casos, o tato, a competência técnica, o

bom senso e a sensibilidade são suficientes para avaliar os casos atendidos, considerando o risco e a vulnerabilidade. No entanto, pode haver dificuldades na estratificação, seja de cunho técnico, seja em termos da aceitação/suporte pelos colegas de trabalho. Por isso é importante que as equipes discutam, que haja troca de conhecimentos, que sejam pactuados critérios e sinais que sirvam de subsídios para a classificação do risco, bem como para o entendimento da vulnerabilidade (que, muitas vezes, requer exceção ao que está padronizado).

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Projeto Terapêutico Singular• A natureza da atenção básica, na qual as noções de

vinculação, responsabilização, clínica ampliada e gestão do cuidado são fundamentais, exige, de forma bastante evidente, a combinação do olhar sobre riscos e vulnerabilidades. Por várias razões, entre as quais destacamos algumas: • • A presença de condições geradoras de grande

vulnerabilidade (riscos sociais ou subjetivos) pode requerer intervenções no mesmo dia (médicas ou não), agendamento para data próxima ou construção de projeto terapêutico singular em curto prazo, mesmo com risco biológico baixo;

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Projeto Terapêutico Singular• autonomia

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Projeto Terapêutico Singular• A palavra autonomia deriva do grego auto (próprio)

e nomos (lei, regra, norma). Quer dizer governo de si próprio, a determinação da pessoa de tomar as melhores decisões para estruturar sua vida, saúde e integridade física, psíquica e social.• Autonomia é o contrário de heteronomia, ou o ato de ser

governado por outrem.• Assim, Autonomia em saúde é a capacidade de o ser humano

saber optar pelo que é bom, pelo que gera bem-estar, ou seja, de orientar o desenvolvimento pessoal por si próprio.• Autocuidado, autogestão e autossaúde são características da

autonomia em saúde.•  

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Projeto Terapêutico Singular• A partir do pressuposto de que ser humano não nasce

autônomo, mas torna-se autônomo, através de um processo de desenvolvimento bio-psico-social• o ser humano é influenciado por diversas variáveis, que

irão, de certa forma, determinar o “grau” de autonomia que ele possui. Essas variáveis não contaminam a sua autonomia, ao contrário, fazem parte dela. Mas, existem outros fatores sócio-econômicos e culturais que influenciam o processo de escolha e tomada de decisão. Estes fatores sim reduzem a autonomia do indivíduo.

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Projeto Terapêutico Singular• Exemplo idoso acamado negligenciado

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Projeto Terapêutico Singular• o Projeto terapêutico singular é um conjunto de

propostas de condutas terapêuticas articuladas, para um sujeito individual ou coletivo, resultado da discussão coletiva de uma equipe interdisciplinar, com apoio Matricial se necessário. Geralmente é dedicado a situações mais complexas “casos pérolas “• é uma variação da discussão de “caso clínico”

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Projeto Terapêutico Singular• Portanto, é uma reunião de toda a equipe em que

todas as opiniões são importantes para ajudar a entender o sujeito com alguma demanda de cuidado em saúde e, consequentemente, para definição de propostas de ações

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Projeto Terapêutico Singular•projeto pode ser feito para grupos ou famílias e

não só para indivíduos, além de frisar que o projeto busca a singularidade (a diferença) como elemento central de articulação (lembrando que os diagnósticos tendem a igualar os sujeitos e minimizar as diferenças: hipertensos, diabéticos etc.).

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Projeto Terapêutico Singular• A formulação de um PTS• Processo de construção coletiva professional /equipe-

usuários em torno de situação de interesse comum• Usado como estratégia de resolução de casos mais

complexos • “ casos pérolas “• Lógica do trabalho interdisciplinar – referência são as

equipes de saúde da Atenção Básica

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Projeto Terapêutico Singular• Equipes da atenção básica nas ubs de São Paulo • Esf• Tradicional• Mista• Integral• Ama ubs integrada

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Page 29: Projeto Terapêutico Singular

Projeto Terapêutico Singular• o Projeto terapêutico singular contém quatro

movimentos:• 1) definir hipóteses diagnósticas: • Co-produção da problematização• avaliação orgânica, psicológica e social que possibilite

uma conclusão a respeito dos riscos e da vulnerabilidade do usuário

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Projeto Terapêutico Singular• ou seja, tentar entender o que o sujeito faz de tudo

que fizeram dele, procurando não só os problemas, mas as potencialidades. é importante lembrar de verificar se todos na equipe compartilham das principais hipóteses diagnósticas, e sempre que possível aprofundar as explicações (por que tal hipótese ou fato ocorreu?).

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Projeto Terapêutico Singular• 2) definição de metas: uma vez que a equipe fez os

diagnósticos, ela faz propostas de curto, médio e longo prazo, que serão negociadas com o sujeito doente pelo membro da equipe que tiver um vínculo melhor• 3) divisão de responsabilidades: é importante definir

as tarefas de cada um com clareza• Co-produção do projeto

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Projeto Terapêutico Singular• promover uma dinâmica de continuidade do Projeto

terapêutico singular é a escolha de um profissional de referência. não é o mesmo que responsável pelo caso, mas aquele que articula e “vigia” o processo

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Projeto Terapêutico Singular• 4) reavaliação: momento em que se discutirá a

evolução e se farão as devidas correções de rumo• Co-gestão /avaliação

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Projeto Terapêutico Singular• alguns aspectos precisam ser observados:• a) a escolha dos casos para reuniões de Projeto

terapêutico singular: na atenção básica a proposta é de que sejam escolhidos usuários ou famílias em situações mais graves ou difíceis, na opinião de alguns membros da equipe

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Projeto Terapêutico Singular• b) as reuniões para discussão de Projeto terapêutico

singular: de todos os aspectos que já discutimos em relação à reunião de equipe, o mais importante no caso deste encontro para a realização do Projeto terapêutico singular é o vínculo dos membros da equipe com o usuário e a família

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Projeto Terapêutico Singular• c) tem sido importante para muitas equipes na

atenção básica e centros de especialidades reservar um tempo fixo, semanal ou quinzenal, para reuniões exclusivas do Projeto terapêutico singular

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Projeto Terapêutico Singular• d) o tempo de um Projeto terapêutico singular: o

tempo mais dilatado de formulação e acompanhamento do Projeto terapêutico singular depende da característica de cada serviço. serviços de saúde na atenção básica e centros de especialidades com usuários crônicos têm um seguimento longo (longitudinalidade) e também uma necessidade maior da Clínica ampliada

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Projeto Terapêutico Singular• e) Projeto terapêutico singular e Mudança: quando

ainda existem possibilidades de tratamento para uma doença, não é muito difícil provar que o investimento da equipe de saúde faz diferença no resultado. o encorajamento e o apoio podem contribuir para evitar uma atitude passiva por parte do usuário. Uma pessoa menos deprimida, que assume um projeto terapêutico solidário como projeto em que se (re)constrói e acredita que poderá ser mais feliz, evidentemente tende a ter um prognóstico e uma resposta clínica melhor.

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Projeto Terapêutico Singular• no entanto, não se costuma investir em usuários que se

acreditam “condenados”, seja por si mesmos, como no caso de um alcoolista, seja pela estatística, como no caso de uma patologia grave. se esta participação do usuário é importante, é necessário persegui-la com um mínimo de técnica e organização. não bastam o diagnóstico e a conduta padronizados• O não envolvimento• diante dessa tendência, é importante no Projeto terapêutico

singular uma certa crença de que a pessoa tem grande poder de mudar a sua relação com a vida e com a própria doença. • Lembrar da herança do movimento da reforma psiquiátrica

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Projeto Terapêutico Singular• Próximo passo :• Uma anamnese para a clinica ampliada e o projeto

terapêutico singular

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Obrigada!