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Reabilitação do Idoso Prof a Leani Souza Máximo Pereira, PhD Prof a Rosângela Corrêa Dias , PhD Prof a . Gisele de Cássia Gomes, MsC Prof. João Marcos Dias, PhD Programa de Pós Graduação em Ciências da Reabilitação Depto de Fisioterapia Universidade Federal de Minas Gerais CURSO DE INTRODUÇÃO A GERIATIA E GERONTOLOGIA

Reabilitação do Idoso

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CURSO DE INTRODUÇÃO A GERIATIA E GERONTOLOGIA de Ourinhos (SP) Reabilitação do Idoso Profa Leani Souza Máximo Pereira, PhD Profa Rosângela Corrêa Dias , PhD Profa. Gisele de Cássia Gomes, MsC Prof. João Marcos Dias, PhD

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Reabilitação do IdosoProfa Leani Souza Máximo Pereira, PhD

Profa Rosângela Corrêa Dias , PhD

Profa. Gisele de Cássia Gomes, MsC

Prof. João Marcos Dias, PhD

Programa de Pós Graduação em Ciências da Reabilitação

Depto de Fisioterapia Universidade Federal de Minas Gerais

CURSO DE INTRODUÇÃO A GERIATIA E GERONTOLOGIA

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Envelhecimento ativo• Em 2002 a OMS instalou as diretrizes para um envelhecimento

ativo que visa a programação e efetivação de ações individuais,comunitárias e sociais direcionadas para um viver mais e melhor com independência global e participação social.

• OMS divulgou através de material didático as normativas para se alcançar uma sociedade mais adequada a dar o suporte devido, através de políticas públicas e educação daqueles que envelhecem.

• Ao instalar essa política a OMS esperava que as sociedades do mundo todo, assim como os próprios idosos se preparassem e fizessem valer suas orientações para o envelhecimento ativo.

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Envelhecimento ativo

• Pode ser compreendido como o processo de otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida.

• Visa o autogerenciamento da vida, da saúde física, mental e financeira até os anos mais avançados, tendo pra isso um programação anterior e um suporte dos poderes públicos.

• Essa abordagem apoia a responsabilidade dos mais idosos no exercício de sua participação nos processos políticos e em outros aspectos da vida em comunidade.

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Envelhecimento Ativo – OMS - 2002

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Fatores determinantes para um envelhecimento ativo Fatores determinantes transversais

• Cultura e gênero• Relacionados aos serviços do sistemas de saúde, serviços social

e assistência à saúde. Fatores determinantes relacionados a aspectos pessoais

• Biologia e genética• Fatores psicológicos

Fatores determinantes comportamentais • Medicamentos• Iatrogenia • Adesão às terapias• Atividade física• Alimentação saudável

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Fatores determinantes relacionados ao ambiente físico• Moradia segura• Água pura, ar puro e alimentos seguros

Fatores determinantes relacionados ao ambiente social• Apoio social • Violência e maus tratos • Educação e alfabetização

Fatores determinantes relacionados ao ambiente social•Renda•Proteção social •Trabalho

Fatores determinantes comportamentais cont.

•Tabagismo•Álcool•Saúde oral

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Reabilitação Gerontológica

• Conjunto de intervenções diagnósticas e terapêuticas cujo objetivo é de manter

e/ou restaurar a capacidade funcional dos idosos, otimizando o potencial

individual do idoso (Becker e Kaufman,1998;Weber,Fleming e Evans,1995, Perracini, e Fló, 2009).

• A funcionalidade é um dos atributos fundamentais do envelhecimento

humano, pois trata-se da interação entre a capacidade física e psico-cognitiva

para a realização de atividades no cotidiano.

• Ela é influenciada pelo processo de envelhecimento fisiológico, por

características de gênero, idade, classe social, renda, escolaridade, condições

de saúde, cognição, ambiente,história de vida e por recursos de personalidade

Neri, 2007.

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Perfis de funcionalidade, incapacidade e saúde

http://www.who.int/classifications/icf/en/; Guccione, 2002:114-124; Perracini e Fló, 2009:3-24

Vida digna, livre arbítrio, execução de tarefas cotidianas e vida emocional e social satisfatórias

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Autonomia: É a capacidade individual de decisão e comando sobre privacidade, livre escolha, auto-governo e regulação, independência moral e liberdade individual para satisfazer necessidades e sentimentos.

A autonomia é mais abrangente do que a independência

O indivíduo pode ser independente e não ser autônomo: demências

O indivíduo pode ser autônomo sem ser independente: seqüela de AVE

Independência funcional: é a capacidade de realizar algo com os próprios meios. Está ligada à mobilidade e à capacidade funcional e realização independente de atividades básicas, instrumentais e avançadas de vida diária. A independência necessita de condições motoras e cognitivas satisfatórias para o desempenho dessas tarefas.

Dependência funcional: É a incapacidade de funcionar satisfatoriamente sem ajuda, devido a limitações físicas ou cognitivas gerada por doenças incapacitantes, estados afetivos e vivências negativas, escassez ou inadequação de ajuda física ou psicológica, desamparo, desmotivação e barreiras ambientais.

Guccione, 2002:114-124; Perracini e Fló, 2009:3-24

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Avaliação Funcional do IdosoTarefa Complexa

Requer analisar

Perracini e Fló, 2009:25-53

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Avaliação Funcional do IdosoAspectos gerais a serem considerados

Freitas et al, 2006:900-925

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Avaliação Funcional do Idoso

Freitas e al, 2006: 1199-1209; Perracini e Fló, 2009: 3-24; Perracini e Fló, 2009: 25-53

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Avaliação Funcional do IdosoPrincipais Instrumentos

VanSwearingen e Brach,2001; Guccione, 2002:114-124

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A deambulação ou marcha consiste no deslocamento do indivíduo no

ambiente, na posição bípede, com uma postura aceitável, uma estabilidade

adequada e o menor gasto energético possível. É o produto da interação

harmônica entre os sistemas: neurológico, vestibular, somato-sensorial e

músculo-esquelético.

O processo de envelhecimento fisiológico por si só também pode trazer

alterações características na marcha bem como doenças, disfunções nos

sistemas descritos acima.

A avaliação da marcha do idoso envolve uma visão sindrômica e

multidisciplinar, ela permite identificar e abordar as alterações, fisiológicas e

patológicas, apresentadas pelo idoso.

Pereira, LSM et al, 1999, 2002

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.POR QUE AVALIAR A MARCHA DO IDOSO?

•Preditivo de várias doenças , disfunções, alterações musculares, incapacidades

funcionais e quedas.

•Possibilidade de prescrever de auxílios para a deambulação para melhorar a

estabilidade, prevenção de quedas e independencia funcional, Pereira,LSM, 2002

Esse transtorno se encontra presente em 63% de idosos institucionalizados e

de 8 a 19% em idosos da comunidade Rubenstein, L. Z. 2002

As avaliações podem ser realizadas em laboratórios de movimento,filmagens,

registros eletromiográficos dinâmicos, sensores plantares , com protocolos

padronizados ou simplesmente através de uma observação criteriosa

Pereira,LSM, 2002

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Prescrição de Auxílios para a deambulação Objetivos:

Melhorar a estabilidade da marcha;

Prevenção de quedas;

Independência Funcional;

Proteção articular

Devem ser prescritos pelos fisioterapeutas porque conhecem mais as peculiaridades

funcionais, musculares e biomecânicas dos idosos.

Prescrição adequada: individualidade e especificidade de cada paciente;

São necessários os treinamentos com os auxílios para deambulação;

Os auxílios para a marcha podem ser provisórios ou definitivos;

Verificar o ambiente no qual o auxilio para a marcha vai ser utilizado;

“Muitas vezes a boa idéia atrapalha”

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PRESCRIÇÃO INADEQUADA DO ANDADOR

O NÃO TREINAMENTO COM O ANDADOR

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Prescrever muletas axilares para o idoso é contra indicado:Comprimem o plexo braquial, parestesias, dores incoordenação motora e quedas

Andador Articulado

Andador Fixo

Andadores com Rodas Dianteiras

Pereira, 2002, Alouche, S 2010

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Caminhadas são efetivas para melhorar a massa óssea da coluna

[ 1.31( IC 95%;- 003;2.65) do quadril do quadril 0.92 (IC 95% 0.21-1.64)]0.92 (IC 95% 0.21-1.64)]

Recomendações: Freqüência: caminhadas diárias ou 3 vezes na semana Duração: é preferível caminhadas diárias com ~30’ do que longas

caminhadas com menor freqüência semanal Intensidade: a velocidade da marcha durante a caminhada deve

ser auto-selecionada Vestimentas e calçados: adequadas ao clima e calçados com

solados que absorvam impacto (tipo tênis)

Exercise for preventing and treating osteoporosis in posmenopausal women Bonaiuti, D; Cranney,A; Ivovine R et al In:Cochrane Library, 2006 18 estudos randomizados

controlados(RCTs)

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Comportamento Motor e Quedas em Idosos

Consideraçõessistemas cinestésicos sensíveis à idade; déficits locais discretos em cada sistema déficit do

conjuntograndes diferenças individuais e entre os próprios sistemas

de um mesmo indivíduo falha nos sistemas = menor status funcional = quedas treinamento = aumento do desempenho motorQuanto maior a elaboração do movimento a ser executado

maior o demanda de diferentes áreas cerebrais. Circuitos e regiões.

Quanto maior o comprometimento dos sistemas envolvidos com o ato motor maior será a necessidade de utilização de circuitos conscientes para sua execução. Perda do automatismo.

A maioria das quedas em idosos acontecem durante a deambulação nas atividades de vida diária.

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Instabilidade Postural e Quedas

Quedas são as causas líderes de hospitalização nos idosos acima de

65 anos. Um em cada 3 idosos nesta faixa etária irá cair a cada ano e destes 20 a

30% sofrerão lesões moderadas a severas que irão prejudicar seu retorno

à vida independente e com isso há um aumento do risco de morte

prematura.O índice de morte nos 12 meses subsequentes á uma queda

acompanhada de lesão é de 50%.As quedas aumentam a necessidade de acompanhamento de serviços

constantes de saúde e o risco de institucionalização e na ordem de 3 a

10 vezes, respectivamente.

Fatores de risco mais expressivos:Quedas prévias,Perda de força, Alterações da marcha,Comprometimento do equilíbrio. Tinetti e Kumar, JAMA 2010

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Comportamento Motor

Considerações

movimento normal = integridade do SNC/ periférico,

circulatório, músculoesquelético, visual e aparelho

vestibular

Equilíbrio = interação de informações de sinais

vestibulares, sistema somatossensorial, visual, atividade

músculoesquelética

ATO MOTOR PERCEPÇÃO SELEÇÃO EXECUÇÃO

A lentidão de resposta em qualquer fase do ato motor é o

principal motivo de queda.

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Comportamento motor e envelhecimento

Capacidade espacial é uma das capacidades que mais sofre influência com o passar dos anos.Déficits sensoriaisDéficit atencionalRedução da capacidade de memória de trabalhoPrejuízo na função do lobo frontal Prejuízo na função neurotransmissoraDeterioração da circulação sanguinea cerebralDiminuição do tempo de reação

Krammer, Willinis,2002; Jamese Coyle,1998

Quedas

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Função Muscular e Envelhecimento Normal

Taafle, 2006 ; Vandervoort, 1998

Caracterizada por:

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Instrumentos de avaliação da função muscular

• Teste Muscular Manual (TMM): • Semiquantitativo e subjetivo• Baixo custo operacional• Facilidade de uso na clínica

• Critérios para uso:▫Arco de movimento ▫Força da gravidade▫Força externa aplicada

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SARCOPENIA

Zhong, 2007; Taafle, 2006; Deschenes, 2004; Doherty, 2003; Matiello-Sverzut, 2003; Reeves; Narici; Maganaris, 2006.

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Tratamento da sarcopenia

Exercise and Physical Activity for older adults. Med Sci Sports Exerc 2009; 1510-1540

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OSTEOARTRITE

Altman, 2009; Zhang & Jordan, 2008; Felson et al, 2006; Arden et al, 2006;Egri et al, 1999

Locais mais comumente acometidos

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Osteoartrite: Tratamento

Altman, 2010; Altman , 2009; O’Reilly et al., 2001

Grande ênfase nos tratamentos não farmacológicos como primeira escolha terapêutica:

Educação (protocolos educacionais) Modalidades terapêuticas: calor, gelo, TENS Exercícios terapêuticos orientados por profissional, Caminhadas e fisioterapia aquática

Exercícios devem ser complementados por programas de proteção articular:

Dosar repouso e atividade;Condicionamento neuromuscularRedução de estresse articular: palmilhas, dispositivos de auxílio à marchaRedução e controle de peso corporal