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Tanatologia Forense Prof. Esp. David Hélio Borges

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Tanatologia Forense

Prof. Esp. David Hélio Borges

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A oração ao cadáver desconhecido

"Ao curvar-te com a lâmina rija de teu bisturi sobre o cadáver desconhecido, lembra-te

que este corpo nasceu do amor de duas almas;

cresceu embalado pela fé e esperança daquela que em seu seio o agasalhou,

sorriu e sonhou os mesmos sonhos das crianças e dos jovens;

por certo amou e foi amado e sentiu saudades dos outros que partiram,

acalentou uma manhã feliz e agora jaz na fria lousa,

sem que por ele tivesse derramado uma lágrima sequer, sem que tivesse uma só prece.

Seu nome só Deus o sabe; mas o destino inexorável deu-lhe o poder e a grandeza de

servir a humanidade que por ela passou indiferente”.

Karel Rokitansky (1876) Ao cadáver, respeito e agradecimento

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Avaliação

Será realizada 1 (uma) avaliação teórica – AT1 + Estudo dirigido. Far-se-á a média

entre as notas obtidas. Será aprovado o aluno que alcançar média igual ou superior a 6 (seis).

Os alunos cuja média aritmética ao final da disciplina for < 6,0 (seis) deverão ser submetidos à avaliação de todo conteúdo da disciplina (Recuperação (R)) sendo aprovados se a nota final for ≥ 7,0 (sete).

Aprovado

No final do curso serão levadas em consideração a assiduidade e a participação do aluno em sala de aula.

Recuperação Reprovado

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Noções de Medicina Legal

Ciência social.

Disciplina jurídica.

É a resposta ou a solução da Medicina aos problemas do Direito.

É o conjunto de conhecimentos médicos e paramédicos destinados a servir ao Direito, cooperando na elaboração, auxiliando na interpretação e colaborando na execução dos dispositivos legais, no seu campo de ação de medicina aplicada. (FRANÇA, 1990).

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Noções de Medicina Legal

É a ciência e a arte extrajudiciária auxiliar alicerçada em um conjunto de

conhecimentos médicos, paramédicos e biológicos destinados a defender os

direitos e os interesses dos homens e da sociedade.

Sinonímia

Medicina Legal Forense.

Medicina Judiciária.

Medicina Forense.

Medicina Criminal.

Biologia Forense.

Biologia Legal.

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Ramos da Medicina Legal

Antropologia - Identidade e Identificação.

Traumatologia - Lesões corporais.

Sexologia - Questões ligadas ao sexo.

Asfixiologia - Asfixias em geral e suas modalidades.

Tanatologia - Todas as questões ligadas à morte.

Toxicologia - Venenos, intoxicações, álcool, outros.

Psiquiatria - Transtornos e doenças mentais.

Psicologia - Avaliação de idosos e crianças.

Infortunística - Acidentes de trabalho e profissionais.

Vitimologia – Trata da vítima.

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Tanatologia

É o ramo da Medicina Legal que estuda

os fenômenos cadavéricos que ocorrem com o

advento da morte e as consequências jurídicas

inerentes a ela.

Estuda a morte e as repercussões na

esfera jurídica.

Etimologia

Grego: tanathos (morte)

logia (estudo)

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O que é a Morte?

CFM n° 1480/97: morte é definida quando da parada total e irreversível das atividades

encefálicas (morte encefálica).

Substitui o termo morte circulatória, tida como a parada definitiva das atividades do coração.

A morte não é um instante e sim um processo.

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Aquela que compromete de forma irreversível a vida de relação e a coordenação da vida vegetativa.

Morte encefálica

NÃO confundir com morte cortical!!

Morte cortical (cerebral) – compromete apenas a vida de relação, mas o tronco cerebral continua a regular os outros processos vitais (respiração e circulação).

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Provas irrefutáveis e irreversíveis de morte

Interrupção da circulação cerebral comprovada por angiografia e ausência de reação à atropina.

Injeção intracárdica de adrenalina (permanência de um traçado nulo, sem nenhuma oscilação).

Midríase bilateral fixa.

Ausência total de reflexos.

Falta de respiração espontânea por mais de cinco (5) minutos.

EEG plano.

PA = O.

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Provas irrefutáveis e irreversíveis de morte

Abolição total de toda a atividade do SNC.

Pupilas dilatadas e sem respostas a fortes estímulos luminosos.

Ausência de movimentos oculares.

Ausência de reação à estímulos auditivos com água gelada.

Ausência de reflexos corneais e escleróticos.

Ausência de reflexos osteotendinosos.

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Diagnóstico da morte

Morte: Cessação dos fenômenos vitais, pela parada das funções encefálicas,

respiratórias e cardíacas.

O momento da morte não pode ser objeto de diagnóstico porque ele não é evidente, nem avaliável.

A morte não é um momento ou um instante, mas um processo gradativo que não se sabe quando se inicia e quando termina.

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Do exame clínico

Reflexo pupilar: resposta a uma fonte luminosa de boa intensidade.

Reflexo corneal: fenômeno de Bell – utilização de mechas de algodão na córnea.

Reflexo oculocefalógiro: realizam-se movimentos rápidos de rotação da cabeça. Observa-se um deslocamento ocular no sentido contrário aos movimentos realizados.

Reflexos oculovestibular: aplica-se lentamente 50 ml de água gelada (4° C) sobre a membrana timpânica, observando-se se há desvio ocular.

Eletroencefalograma (EEG).

Angiografia.

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Tipos de morte

Morte aparente: suspensão aparente de algumas funções.

Morte relativa: abolição efetiva e duradoura de algumas funções vitais, sendo possível recuperá-las.

Morte intermediária: suspensão de algumas atividades vitais, não sendo possível recuperá-las.

Morte absoluta: suspensão total e definitiva de todas as atividades vitais.

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Atestado de óbito

Documento público, preenchido geralmente por um médico.

Declaração de óbito é o termo mais adequado.

Três vias: uma branca, uma amarela e uma rosa.

Documento gratuito.

Conferir exemplar.

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Causa jurídica da morte

Mecanismo:

•esganadura (homicídio?) x enforcamento (suicídio?).

Local da morte (não utilizar local de crime, pois pode-se se tratar de um acidente) – Perinecroscopia.

• suicídio por PAF (zona de tatuagem, direção do tiro para cima e para trás).

• esgorjamento homicida x esgorjamento suicida (características das lesões).

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Fenômenos cadavéricos

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Fenômenos abióticos/avitais/vitais negativos imediatos

Perda da consciência: EEC isoelétrico.

• Receptores de Krause = Frio.

• Receptores de Ruffini = Calor.

• Discos de Merkel = Tato e pressão.

• Receptores de Vater-Pacini = Pressão.

• Receptores de Meissner = Tato.

• Terminações nervosas livres =

Principalmente dor.

Perda da sensibilidade: Sensibilidade tátil (corpúsculos sensitivos).

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Fenômenos abióticos/avitais/vitais negativos imediatos

Abolição da motilidade/tono muscular:

• Sinal de REBOUILLAT: injetar 1 ml de éter e ácido pícrico no músculo vasto lateral. Em

caso de morte o éter é expelido pelo orifício produzido pela agulha.

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• Mão: 4 dedos juntos, flexionados, recobrindo o polegar que está dirigido para o oco da mão.

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• Dilatação pupilar: relaxamento do esfíncter pupilar.

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• Face hipocrática/máscara da morte: expressão de sofrimento, de dor.

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• Abertura das pálpebras, dilatação do ânus, abertura da boca, presença de esperma e/ou urina no canal uretral.

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Fenômenos abióticos/avitais/vitais negativos imediatos

Cessação da respiração: a abolição da respiração pode ser evidenciada pela ausculta

pulmonar com a ausência dos murmúrios vesiculares.

• Prova de WINSLOW: Teste da vela acesa.

• Prova de OTT: consiste em colocar uma vela acesa na pele. Se houver vida, haverá flictena serosa ou sanguinolenta. Se houver morte, haverá a formação de uma ampola contendo gás, que se romperá com um estalido.

Cessação da circulação:

• Sinal de HALLUIN: consiste em pingar uma gota de éter no olho. Se houver irritação, há vida.

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Fenômenos abióticos/avitais/vitais negativos mediatos

Desidratação cadavérica: a temperatura, a umidade, a ventilação e a causa da morte

influenciam muito.

• Decréscimo de peso: 8 g/kg/dia. Exemplo: 80 kg. 8g x 80 kg = 640 g/dia. Pode chegar a 18

g/kg/dia, ou seja, 18g x 80 kg = 1440 g/dia.

Obs: na criança/recém nascido é mais rápido.

• Pergaminhamento da pele: dessecamento da pele, endurecimento. Torna-se sonora

à

percussão. Tonalidade pardacenta/amarelada, com estrias decorrentes de arborizações

vasculares que se desenham na pele (início na bolsa testicular). • Dessecamento das mucosas dos lábios.

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Fenômenos abióticos/avitais/vitais negativos mediatos

Modificações dos globos oculares:

• Sinal de LOUIS: diminuição e perda da tensão do globo ocular.

• Sinal de BOUCHUT: enrugamento da córnea.

• Sinal de SOMMER e LARCHER: mancha da esclerótica.

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Sinal de Stenon-Louis

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Sinal de SOMMER e LARCHER

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Sinal de SOMMER e LARCHER

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Fenômenos abióticos/avitais/vitais negativos mediatos

Esfriamento do cadáver (algor mortis):

• Fatores que influenciam: renovação do ar, umidade, ventilação, roupas do cadáver,

panículo adiposo, causa da morte.

• 1,5 °C por hora.

• Lento nas 3 primeiras horas (0,5° C).

• Rápido nas 6 próximas horas (1° C ou mais).

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Temperaturacorporal

Tempo

Temperaturaambiente

Temperaturada hora da morte

Resfriamento corporal

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Fenômenos abióticos/avitais/vitais negativos mediatos

Manchas de hipostase cutâneas (livor mortis): os livores cadavéricos se caracterizam

pela tonalidade azul-púrpura percebidas na superfície corporal. Com a parada da

circulação, o sangue, pela lei da gravidade, vai se acumulando nas partes baixas, deixando

de aparecer nas superfícies de contato que o cadáver sofre por compressão sob o plano

resistente.

• Violáceas: mortes em geral.

• Vermelho-róseas: asfixias por monóxido do carbono.

• Marrom-escuras: envenenamento.

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Fenômenos abióticos/avitais/vitais negativos mediatos

• Aparecem em torno de 2 a 3 horas após a morte. Mudam até 12 horas se o corpo for

trocado de posição. Depois de 12 horas, os livores se fixam.

Qual a diferença entre os livores e as equimoses?

• Existe hipostase visceral (fígado, pulmões, rins, baço, encéfalo) e nos dentes (pink teeth).

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Fenômenos abióticos/avitais/vitais negativos mediatos

Rigidez cadavérica (rigor mortis): resultante de muitos fatores, todos eles decorrentes da

supressão da ATP. É um fenômeno físico-químico em um estado de contratura muscular.

Varia de acordo com a idade, a constituição individual e a causa da morte.

O que justifica esse fenômeno?

Desidratação?

Fatores enzimáticos?

Fatores químicos?

Todos?

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Fenômenos abióticos/avitais/vitais negativos mediatos

Rigidez cadavérica (rigor mortis): resultante de muitos fatores, todos eles decorrentes da

supressão da ATP. É um fenômeno físico-químico em um estado de contratura muscular.

Varia de acordo com a idade, a constituição individual e a causa da morte.

• Ordem: Face (1 a 2 hrs), mandíbula (1 a 2 hrs), pescoço (1 a 2 hrs), MMSS (2 a 4 hrs),

tronco (6 a 8 hrs), MMII (8 a 10 hrs).

• Tempo: início entre 1 e 2 horas após a morte, pode se estender até 8 horas para

começar e desaparece com o início da putrefação depois de 24 horas (pela mesma

ordem, devido a quebra do sistema coloidal).

Importância: Não se restringe apenas ao diagnóstico de morte, mas também na

determinação do tempo aproximado de morte.

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Rigor mortis ou rigidez cadavérica

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Fenômenos transformativos destrutivos

Autólise: é a destruição celular – fenômenos fermentativos anaeróbicos.

• 1° fase: Citoplasma – Fase latente.

• 2° fase: Núcleo celular – Fase necrótica.

• Obs: as células mais afetadas são as que mais possuem enzimas: mucosa gástrica e

intestino.

O meio celular se torna ácido. Verifica-se essa acidez pelo exame dos líquidos

corporais, tais como sangue, líquido cefalorraquidiano, humor vítreo, humor aquoso.

Observam-se alterações em nível do sódio, potássio, glicose, cloro, uréia e creatina.

Putrefação: é a decomposição fermentativa da matéria orgânica por ação de diversos

germes e alguns fenômenos daí decorrentes.

• O intestino é o ponto de partida da putrefação (mancha verde abdominal), com exceção

dos recém-nascidos e dos fetos.

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Mancha verde abdominal

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Mancha verde abdominal

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Fenômenos transformativos destrutivos

• A putrefação é mais rápida em recém-nascidos e em crianças do que em adultos, sendo

que esta se inicia nas vias aéreas superiores (devido à esterilidade dos intestinos).

• Quanto mais obeso o indivíduo for, mais rápida é a putrefação.

• A causa da morte influencia muito. Exemplos:

- Acelerada: Infecções e mutilações.

- Retardada: Antibióticos.

• Abaixo de 0° C, esta fase não se inicia (congelação).

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Fenômenos transformativos destrutivos - Putrefação

Marcha da putrefação:

1)Período cromático ou de coloração: o seu início se dá com a mancha verde abdominal.

Segue a seguinte ordem: abdome, tórax, cabeça e membros (superiores e inferiores).

Obs: Tonalidade verde-escura se deve à formação de hidrogênio sulfurado, combinado

com a hemoglobina (sulfumetemoglobina).

Obs: nos afogados, o período de coloração começa pela cabeça e porção superior do

tórax. O início se dá nas vias aéreas superiores.

2) Período gasoso ou enfisematoso: do interior do corpo vão surgindo gases da

putrefação (enfisema putrefativo). Aparecem bolhas na epiderme, com conteúdo líquido

hemoglobínico.

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Fenômenos transformativos destrutivos - Putrefação

• Aspecto gigantesco do cadáver: Atitude em epistótomo ou posição de lutador.

• Projeção dos olhos e língua.

• Face, abdome e bolsa testicular “gigantes”.

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Período gasoso ou enfizematoso

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Fenômenos transformativos destrutivos - Putrefação

• Gases da putrefação:

- 1° dia: gás não inflamável – Atividade das bactérias aeróbicas, produtoras de gás

carbônico.

- 2° ao 4° dia: gases inflamáveis – Hidrocarbonetos, metano e hidrogênio produzido pelas bactérias aeróbicas.

*Obs: 28 % de concentração de metano em contato com o ar atmosférico pode justificar a

combustão espontânea do cadáver.

- 5° dia em diante: gases não inflamáveis, tais como azoto e amônia.

Circulação póstuma de Brouardel: os gases fazem pressão sobre o sangue que foge para

a periferia e devido ao destacamento da epiderme esboça na derme um desenho

vascular.

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Fenômenos transformativos destrutivos - Putrefação

Marcha da putrefação:

3) Período coliquativo ou de liquefação:

•Dissolução pútrida do cadáver.

• Podem-se evidenciar ações violentas de instrumentos em geral.

• Diminuição da área e da massa cadavérica.

• Surge um grande número de larvas e insetos.

• O esqueleto fica recoberto por uma massa de putrilagem.

• O corpo perde sua forma, a epiderme se desprega da derme.

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Fenômenos transformativos destrutivos - Putrefação

Marcha da putrefação:

4) Período de esqueletização:

•O cadáver se apresenta com os ossos quase livres, presos unicamente por ligamentos.

Este processo pode se estender por anos (3 a 5 anos).

• Os ossos se tornam cada vez mais leves.

• A tendência é que o esqueleto se desarticule.

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Período de esqueletização.

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Fenômenos transformativos destrutivos - Putrefação

** 5) Maceração:

• Feto no útero materno (6° a 9° semana de gestação).

• Perda da configuração da coluna vertebral: sinal de HARTLEY.

• Assimetria craniana: sinal de Horrer.

• Achatamento da abóboda craniana: sinal de SPANGLER.

• Os ossos se livram dos tecidos, como se estivessem soltos.

• O ventre se achata.

• O corpo perde a sua consistência inicial.

• Destacamento de amplos retalhos de tegumentos cutâneos (luvas).

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Fenômenos transformativos destrutivos - Putrefação

** 5) Maceração: Evolução

•1° grau: 1° semana de morte fetal: presença de flictenas na epiderme com conteúdo

serosanguinolento.

• 3° grau: 3° semana de morte fetal: deformação craniana, infiltração hemoglobínica das vísceras e córion (membrana que forma a placenta e envolve os anexos do feto) friável de tonalidade marron escura.

• 2° grau: 2° semana de morte fetal: rotura dos flictenas, líquido amniótico sanguinolento e epiderme arroxeada.

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Fenômenos transformativos conservadores

Mumificação:

• Meio artificial: embalsamamentos.

• Natural: ar seco e muito calor (desidratação rápida).

• O cadáver fica com o peso reduzido.

• A pele fica seca, enrugada e enegrecida.

• A cabeça fica diminuída de tamanho.

• Dentes e as unhas ficam conservados.

• Inviabilidade da ação bacteriana.

• Mais provável de acontecer: recém nascidos, pessoas magras, vítimas de grandes

hemorragias.

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Fenômenos transformativos conservadores

Adipocera ou saponificação:

• Transformação do cadáver em uma substância de consistência untuosa, mole,

quebradiça, de tonalidade amarelo escura.

Vantagens: Conserva melhor as lesões em casos de vítimas de enforcamento, arma branca

e P.A.Fs. Além do mais, se faz possível a realização de exames toxicológicos e

histopatológicos dada a conservação das vísceras em geral.

• Raríssimo em indivíduos magros e caquéticos.

• A obesidade contribui muito.

• Locais propícios: Água estagnada, pouco corrente e solo argiloso, úmido (de difícil

acesso atmosférico).

• Geralmente acontece na 6° semana de morte.

• Aparência de cera ou sabão.

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Fenômenos transformativos conservadores

Calcificação:

• Mais frequente em fetos mortos, retidos na cavidade uterina

• Litopédios (crianças de pedra).

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Fenômenos transformativos conservadores

Corificação:

• Cadáver que foi enterrado em uma urna de zinco, hermeticamente fechada – conservado

em face da inibição dos fatores transformativos.

• Músculos preservados.

• Órgãos amolecidos.

• Abdome achatado e deprimido.

• Pele de aspecto de couro curtido.

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Fenômenos transformativos conservadores

Congelação:

• Cadáveres submetidos à abaixíssimas temperaturas por tempo prolongado.

• - 40 °C – conserva-se integralmente o corpo, inclusive os espermatozóides.

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Fenômenos transformativos conservadores

Fossilização:

• Mantém a forma do cadáver, mas não conserva qualquer componente de sua estrutura

orgânica.

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Cronotanatognose = estimativa do tempo de morte

• Esfriamento do corpo: 1 a 3 horas – 0,5 °C.

4 horas em diante – 1°C a 1,5°C.

• Flacidez muscular: 36 a 48 horas após o óbito, pela mesma ordem*.0

• Rigidez cadavérica: 1° e 2° hora após a morte – nuca.

2° a 4° hora após a morte – MMSS.

4° a 6° hora após a morte – Tórax e abdome.

6° a 8 hora após a morte – MMII.

• Livores de hipóstase: 2 a 3 horas após a morte.

Fixam-se entorno de 12 horas post mortem.

Fixação na face e pescoço – 8 horas.

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Cronotanatognose

• Gases da putrefação: 1° dia – Gás carbônico.

2° ao 4° dia – Hidrocarbonetos e hidrogênio.

5° em diante – Azoto e amônia.

• Conteúdo estomacal: 1 e 2 horas após a última refeição – os alimentos são plenamente reconhecíveis. De 4 a 7 horas – Fase final da digestão. 7 horas ou mais, o estômago se encontra vazio. Obs: Depende muito do que a pessoa ingeriu.

• Crescimento de pelos: 0,021 mm/h.

• Cristais no sangue putrefeito: após o 3° dia, formam-se lâminas cristalóides, fragmentadas e incolores.

• Mancha verde abdominal: 24 e 36 horas após a morte. Às vezes pode aparecer antes, quando o clima for quente (18 horas). De 3 a 5 dias, se estende para todo o corpo.

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Calendário da morte

• Menos de 2 horas: Corpo flácido, quente e sem livores.

• + de 2 anos: Esqueletização completa.

• 5 dias em diante: aparecimento de moscas e insetos + degradação da matéria corporal.

• De 72 a 96 horas: Fundo de olho irreconhecível.

• De 48 a 72 horas: Extensão da mancha verde abdominal para o tórax e resto do corpo.

• De 24 a 48 horas: Início da flacidez, presença da mancha verde abdominal.

• De 16 a 24 horas: Mancha verde abdominal e desaparecimento das artérias do fundo do olho.

• De 8 a 16 horas: Rigidez generalizada e hispotase.

• De 4 a 6 horas: Rigidez da nuca, mandíbula, MMSS, livores relativamente acentuados

• De 2 a 4 horas: Rigidez cadavérica na nuca, mandíbula e início dos livores.

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Destino do cadáver

Imumação simples; Antônimo: exumação

Inumação com necrópsia;

Imersão; não se faz mais.

Destruição (abutres, fogo, etc...) – Motivos religiosos;

Cremação;

Peças de amputação ou de esquartejamento: não precisam de declaração de óbito.

Precisa OBRIGATORIAMENTE de identificação.