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TRANSPLANTES

Transplantes

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TRANSPLANTES

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O transplante, também chamado de transplantação, é a transferência de células, tecidos e órgãos vivos com a finalidade de restabelecer uma função perdida.

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Este é o antes e o depois de Richard Lee Norris, de 37 anos. Em março de 2012, recebeu transplante de mandíbula, dentes, língua, pele, nervos e músculos.

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TIPOS DE TRANSPLANTE

Autólogo: transplante para o mesmo indivíduo;

Isólogo ou singênico: órgão ou tecido provém de um gêmeo idêntico;

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Homólogos ou alogênicos: entre indivíduos diferentes da mesma espécie;

Heterólogos ou xenogênicos: entre espécies diferentes.

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Xenoantígenos: moléculas reconhecidas como estranhas nos xenoenxertos.

Aloantígenos: moléculas reconhecidas como estranhas nos aloenxertos. Desencadeiam respostas imunes celulares e humorais.

Linfócito

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TIPOS DE DOADORES

Doadores vivos.

Tipos de órgãos doados: Um dos rins, parte do pulmão, parte do fígado e medula óssea.

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Doadores não-vivos  ou com constatação de morte encefálica.

Tipos de tecidos e órgãos doados: Rins, pulmões, válvulas cardíacas, fígado, pâncreas, intestino, córneas, osso, cartilagem, tendão, veias e pele.

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Pessoas que vivem com enxertos funcionais nos Estados Unidos, 1999-2007.

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HISTÓRIA

DO

TRANSPLANTE

A verger's dream. Saints Cosmas and Damian

performing leg transplant ( Master of Los Balbases,

1495)

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O primeiro transplante do mundo foi realizado em 1933 por cirurgião ucraniano em um homem para tratar uma insuficiência renal aguda;

Em 1963 foi realizado o primeiro transplante de fígado e em 1967 o primeiro cardíaco.

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No Brasil o primeiro transplante realizado foi em 1968.

 Em 1978, a introdução da ciclosporina (droga imunossupressora) revolucionou os transplantes clínicos em todo o mundo.

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E na década de 1980, as retiradas de múltiplos órgãos foram padronizadas, surgiram novos medicamentos imunossupressores e foi desenvolvida uma solução de conservação de órgãos que aumentaram o sucesso dos transplantes no mundo.

Ciclosporina

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IMUNOLOGIA DO TRANSPLANTE

Célula T

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Genes polimórficos de histocompatibilidade, localizados num segmento do braço curto do cromossomo 6 expressos em quase todos os tecidos determinam o reconhecimento de células transplantadas como próprias ou estranhas.

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As moléculas do complexo principal de histocompatibilidade (MHC) são responsáveis por quase todas as reações de rejeição forte (rápida). Clinicamente, as moléculas do MHC são chamadas de HLA (antígenos leucociários humanos).

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A função das moléculas protéicas de membrana MHC é apresentar peptídeos derivados de antígenos protéicos, em uma forma que pode ser reconhecida pelas células T.

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As moléculas HLA estão presentes na superfície de todas nossas células nucleadas e as características genéticas ou tipagem de cada indivíduo são herdadas metade do pai e a outra metade da mãe.

COMO FUNCIONA A GENÉTICA DA REJEIÇÃO DO ENXERTO?

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As duas vias de apresentação de moléculas MHC do enxerto para as células T do receptor:

I. APRESENTAÇÃO DIRETA:

Célula apresentadora do

antígeno(enxerto)

Linfócito T(receptor)

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Durante o desenvolvimentos dos linfócitos T no timo, as células T com baixa reatividade ao MHC próprio tendem a sobreviver e as células T que têm alta afinidade pelo MHC próprio tendem a ser eliminadas. Células T que se ligam fortemente a moléculas alogênicas do MHC não são necessariamente eliminadas.

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Uma única molécula alogênica do MHC pode ser

=Muitas moléculas de MHC próprios + peptídeos

diferentes ligados

=

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● TODAS as moléculas MHC em um APC doador serão reconhecidas por células T alorreativas como estranhas.

● Em uma infecção microbi-ana, MENOS DE 1% das moléculas do MHC em uma APC apresentam peptídeos microbianos que são reconhecidos como estranhos pelas células T.

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ALORRECONHECIMENTO DIRETO

Células T CD 8(moléculas de MHC de classe I)

Linfócitos T citotóxicos

Matam as células do enxerto

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II. APRESENTAÇÃO INDIRETA:

Célula apresentadora do

antígeno(enxerto)

Linfócito T(receptor)

Célula produtora de antígeno(receptor)

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ALORRECONHECIMENTO DIRETO

Células T CD 8(moléculas de MHC de classe I)

Linfócitos T citotóxicos

Matam as células do enxerto

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II. APRESENTAÇÃO INDIRETA: As moléculas alogênicas do MHC tem sequências diferentes daquelas do hospedeiro e podem gerar peptideos estranhos às moléculas de MHC do hospedeiro.

Célula apresentadora do

antígeno(enxerto)

Linfócito T(receptor)

Célula produtora de antígeno(receptor)

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II. APRESENTAÇÃO INDIRETA: alorreconhe-cimento feito por moléculas MHC de classe II. O aloantígeno é adquirido pelas APC do hospedeiro principalmente pela via endossômica vesicular, em consequência da fagocitose.

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II. APRESENTAÇÃO INDIRETA:

● Induz respostas de células T CD4 (específicas para

moléculas do MHC alogênicas de classe II);

● Pode contribuir para a rejeição tardia ou crônica de

aloenxertos.

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ALORRECONHECIMENTO INDIRETO

Células T CD 4(moléculas de MHC de classe II)

Células produtoras de citocinas

Matam as células do enxerto

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SENSIBILIZAÇÃO

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REJEIÇÃO

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Em cutura mista de linfócitos, a rejeição pode ser inibida por agentes que bloqueiam as moléculas B7. Por que, então, na ausência de infecção, estes co-estimuladores são expressos?

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O dano esquêmico e morte de células do enxerto associados ao transplante de órgãos faz com que as células danificadas expressem moléculas que estimulam reações imunológicas naturais, o que resulta na expressão aumentada de coestimuladores nas APC.

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REJEIÇÃO

I. HIPERAGUDA II. AGUDA III. CRÔNICA

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REJEIÇÃO HIPERAGUDA(dentro de 48 horas)

I. Anastomose entre os vasos sanguíneos do hospedeiro e do

enxerto

II. Anticorpos se ligam ao endotélio e

ativam o complemento

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Lesão celular endotelial que ativa

plaquetas

Trombose arterial

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LESÃO ISQUÊMICA IRREVERSÍVEL!

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REJEIÇÃO AGUDA

Infiltrados de linfócitos T citotóxicos

(principalmente CD8) invadem e destroem

componentes do enxerto

Produção de citocinas que ativam e recrutam células

inflamatórias

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Aloanticorpos se ligam a aloantígenos em células endoteliais vasculares

Ativação e recrutamento de

neutrófilos

Ativação do complemento, trombose intravascular e

necrose vascular

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DESTRUIÇÃO DO ENXERTO!

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REJEIÇÃO CRÔNICA(dentro de 6 meses a 1 ano)

Ativação de células T alorreativas e secreção

de citocinas

Proliferação de células vasculares endoteliais e células musculares lisas (túnica íntima e média)

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Reparo com fibrose (substituição do parênquima por tecido fibroso não-funcional) e

consequente isquemia (oclusão arterial)

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FALÊNCIA DO ÓRGÃO!

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PREPARAÇÃO PARA O TRANSPLANTE

Critérios, aspectos e procedimentos utilizados na seleção de doadores que fazem aumentar a sobrevida dos transplantes:

● Doador vivo ou não;

● Grau de parentesco;

● Compatibilidade ABO;

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● Tipagem HLA do receptor;

● Prova cruzada ou cross-match;

● Idade do doador;

● Ponto de vista clínico e emocional.

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PROVA CRUZADA OU CROSS-MATCH

A prova cruzada (cross-match) é o exame utilizado para detectar a presença de anticorpos pré-formados específicos contra um tipo de doador. Pode-se dizer que é uma simulação do transplante.

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● É feito através de amostras de sangue do receptor e do(s) possível(eis) doador(es).

● Se for positivo, o transplante não pode ser realizado, pois a chance de rejeição imediata é quase 100%.

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SISTEMA ABO

● Verifica a compatibilidade dos tipos de sangue do doador e do receptor;

● A compatibilidade do sistema ABO é um dos critérios na escolha de doadores para transplantes;

● Antígenos ABO são expressos no endotélio vascular;

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● A incompatibilidade ABO maior pode levar à rejeição do enxerto por lesão e trombose endotelial;

● Mais importante em tecidos muito vascularizados.

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Estruturas de carboidrato adicionadas à superfície celular:

A: herda um gene para N-acetil-D-galactosaminil transferase, que gera o antígeno A.

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B: herda um gene que gera D-galactosiltransferase, que gera o antígeno B.

AB: herda genes para as duas enzimas.

O: não herda genes para nenhuma enzima.

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TERAPIA IMUNOSSUPRESSORA

● Objetiva prevenir o reconhecimento do aloenxerto como exógeno e subsequente destruição dos tecidos transplantados.

● Atualmente, são usados quatro grandes grupos de terapias imunossupressoras gerais: antimeta-bólitos, corticosteróides, metabólitos fúngicos e bacterianos e radiação X.

● A introdução da ciclosporina, um metabólito fúngico, introduziu a era moderna dos transplantes.

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A ciclosporina inibe a ativação do NFAT (fator nuclear de células T ativadas e a transcrição da citocina IL-2 e outros genes citocinais, o que bloqueia a proliferação e diferenciação de células T dependentes de IL-2.

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Azatioprina é um antimetabólito que inibe uma enzima que participa da síntese do DNA.

Tacrolimus é um imunossupressor derivado de um metabólito bacteriano.

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Outros tratamentos mais específicos envolvem anticorpos monoclonais e o bloqueio dos sinais co-estimulatórios de linfócitos específicos.

A combinação de medicamentos, geralmente em esquema tríplice, ou seja, com 3 imunossupressores, visa garantir melhor eficácia do tratamento, pois cada um deles tem mecanismos de ação diferentes e a combinação possibilita usar doses mais seguras, evitando eventos adversos.

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TOLERÂNCIA A ALOENXERTOS

Em alguns casos o aloenxerto é aceito sem a necessidade do uso de medicamentos imunoensaios-supressores Pode acontecer por dois fatores:

1. Quando tecidos ou células são transplantados no chamado “sítio privilegiado”;

2. Quando o estado de tolerância é induzido biologicamente.

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O QUE HÁ DE NOVO?● Os órgãos mais frequentemente doados por doadores

vivos são a medula óssea e os rins.

● De quantos órgãos precisaríamos para acabar com a fila de transplantes no Brasil? Anote aí: 63.000 órgãos.

● Você sabia que na China, os prisioneiros condenados à morte são obrigados a doar seus órgãos?

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● Em 1970, um cirurgião americano já conseguiu unir a cabeça de um chimpanzé ao corpo de outro, mas não pôde conectar o cérebro com o espinha dorsal e o animal morreu após nove dias.

● A primeira operação de transplante de cabeça humana, está com data marcada para o ano de 2017.

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BIBLIOGRAFIAKNOTT, R. B.; SCHEFER, J. & SCHOENBORN, B. P. (1990). Neutron structure of the immunosuppressant cyclosporin A. Acta Crystallographica Section C 46: 1528-1533. (Estrutura da ciclosporina) DOI:10.1107/S0108270189011480.

WANG, R. et al. Structural basis of mouse cytomegalovirus m152/gp40 interaction with RAE1 reveals a paradigm for MHC/MHC interaction in γimmune evasion. Proc Natl Acad Sci U S A. 2012 Dec 18;109(51):E3578-87. doi: 10.1073/pnas.1214088109

Imunologia: Aula 7 - Complexo Principal de Histocompatibilidadehttps://www.youtube.com/watch?v=QU_edDJuRPg (Acessado em 10/11/15)

http://evunix.uevora.pt/~sinogas/TRABALHOS/ (Acessado em 10/11/15)