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QUALIDADE DO AR INTERIOR Susana Daniel Maio de 2012 Unidade Curricular de Ecologia da Saúde

Qualidade do Ar Interior

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Page 1: Qualidade do Ar Interior

QUALIDADE DO AR INTERIOR

Susana DanielMaio de 2012

Unidade Curricular de Ecologia da Saúde

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Artigo: “Poluição dos Ambientes Fechados ou Poluição In-door”, Autor: Luca Beltrami Gadola (presidente do Consórcio Indoor Air Quality – Itália)Publicação: Ambiente Urbano – Contribuições de Peritos. Comissão das Comunidades Europeias – Direcção Geral Ambiente, Segurança Nuclear e Protecção Civil. 1991. Bruxelas. pp 59-66. (disponível em http://www.youscribe.com/catalogue/rapports-et-theses/savoirs/science-de-la-nature/contribuicoes-de-peritos-1282943)

Organização do artigo:- Definição da poluição indoor- Origens e descoberta do fenómeno- Análises do ar interior- Fontes de poluição indoor- As dimensões do problema- O que se faz a nível mundial Poluição do ar interior é (de acordo com o autor):“uma forma particular de poluição que tem a ver com o ar, mais genericamente, com o ambiente de lugares fechados, onde se desenvolvem actividades humanas, mesmo de carácter lúdico ou de repouso”.

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De um modo geral, as comunidades reconhecem que a poluição do ar exterior tem graves efeito na saúde…

Contudo não se verifica a mesma sensibilização relativamente à poluição do ar interior.

A poluição do ar interior surgiu com a primeiras ocupações urbanas…

Antiga Roma: existem inúmeras referências de autores latinos citando os problemas com que se defrontavam os habitantes das “insulae”;

1600 a 1800: habitações de Londres e Paris – raquitismo.

Época contemporânea: mais estudos após a crise petrolífera da década de 70.

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O aumento do preço do petróleo, levou os países industrializados a emitir normas para contenção dos consumos energéticos, nomeadamente no aquecimento dos imóveis: (Portugal: Certificado Energético e de QAI, desde 2007/2009)

Aumentando o poder isolador das paredes exteriores, das coberturas e das paredes divisórias, para reduzir as perdas por condução;

Melhorando a capacidade isoladora de portas e janelas, para reduzir as perdas por convecção ou simples dispersão.

As 1.as Análises de Qualidade do Ar Interior, foram efectuadas, no fim da década de 70, nos EUA, Canadá e Europa do Norte.

O ar interior de alguns edifícios revelou-se mais tóxico do que o ar exterior.

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Fontes Agentes PoluentesExterior óxidos de enxofre, pólenes, hidrocarbonetosInterior formaldeído, amianto, substâncias orgânicas

(produtos de limpeza), substâncias alergénicas (poeiras e pelos de animais), bactérias (legionella) e fungos

Indiferenciada

óxidos de azoto, monóxido de carbono, dióxido de carbono, radão

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Qualidade do Ar Interior (QAI) não tem uma definição simples…

É um conceito complexo que integra diversos agentes e interacções de factores que afectam o tipo, o nível e a importância dos poluentes do ambiente interior…• fontes emissoras dos poluentes;• o desenho, montagem e manutenção dos sistemas AVAC;• a humidade;• e a susceptibilidade dos ocupantes.

Segundo a OMS, uma QAI aceitável significa que “a natureza física e química do ar interior que é respirado pelos ocupantes de um edifício produz um completo bem-estar, mental, físico e social, não podendo provocar absentismo, doenças e debilidades”.(www.who.int)

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A importância das interacções do ambiente na saúde do indivíduo e das populações têm vindo a ser reconhecidas nas últimas décadas.

Na perspectiva actual de saúde (equilíbrio do indivíduo consigo e com o ambiente envolvente) são identificados vários factores determinantes, com destaque para:• as características biológicas (genéticas) do indivíduo, •o seu estilo de vida, •a organização dos serviços de saúde, e •o ambiente (natural ou humanizado que o rodeia).

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80 a 90 % do nosso tempo é

passado no interior de edifícios:

Habitação, escola, creches, escritórios, centros comerciais,

A QAI é

fundamental

para a salvaguard

a da saúde

da população

Cada pessoa inala em médio 15 000 litros de ar/dia

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Os grupos populacionais mais susceptíveis de sofrer efeitos adversos na saúde relacionados com a exposição a contaminantes ambientais (biológicos/não biológicos) são: As crianças, uma vez que o seu sistema imunitário não

está totalmente desenvolvido e estão expostos a doses superiores aos adultos;

Os idosos, pois são mais susceptíveis e sofrem de várias doenças crónicas;

A população com doenças respiratórias crónicas (asma, rinite alérgica, entre outras).

Uma má QAI pode causar…

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A curto prazo (SED) A longo prazoDores de cabeça, náuseas, irritação das mucosas, bronquite, gripe, pneumonia, conjuntivites

Problemas imunológicos, problemas do sistema nervoso,

defeitos congénitos, dificuldades reprodutivas, cancro

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Mais e metade da população mundial (52%) utiliza combustíveis sólidos para cozinhar e aquecer as suas casas (OMS, 2002).

Cerca de 3 000 000 (três milhões) de pessoas morrem, por ano, prematuramente de doenças atribuíveis à poluição do ar interior, devido ao uso de combustíveis sólidos (OMS, 2006).

• 54 % doença pulmonar obstrutiva crónica;• 44 % de pneumonia;• 2 % cancro no pulmão.

Mortes devido à poluição do ar interior/milhão (fonte: World Health Report, 2002, dados de 2000)

Cerca de 50% das mortes por pneumonia em crianças, menores de 5 anos, são devida à inalação de partículas poluentes do ar interior (OMS, 2006).

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Autoridades e cientistas estão cada vez mais atentos à problemática QAI, esta é cada vez mais objecto de estudos da saúde e da ciência.

A OMS possui um Programa de Poluição do Ar Interior para apoiar os países em desenvolvimento (pesquisa e avaliação, construção, linhas estratégicas de políticas de saúde).

Embora a QAI envolva múltiplos actores e vários níveis de governação, é possível estabelecer incentivos económicos para conseguir ambientes mais saudáveis.

O uso de tecnologias mais limpas (biogás, solar, gpl), em vez do uso dos combustíveis fósseis, pode potencialmente reduzir os níveis de poluição do ar interior, minimizando os impactos na saúde das populações.

É importante investir na educação e na divulgação de informação sobre os riscos para a saúde pública associados à QAI.

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Principal Bibliografia de Suporte

Almeida, Mário Morais de. 2012. Importância da QAI nas doenças alérgicas. Seminário Qualidade do Ar Interior em Espaços Públicos - Gestão, Avaliação e Impacto na Saúde Humana. 8 de Fevereiro. (comunicação consultado em Abril de 2012, disponível em http://www.idad.ua.pt/ReadObject.aspx?obj=22407)

Decreto-lei n.º 79/2006, de 4 de Abril. Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização dos Edifícios. Diário da República n.º 67/2006. I Série-A. Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações.

Pinto, Manuel et al. 2007. Qualidade do Ambiente Interior em Edifícios de Habitação. – Destaque Eficiência Energética nos Edifícios. Engenharia e Vida, n.º 38, pp. 34 – 43.

World Health Organization. 2010. Selected Pollutants: Guidelines for Indoor Air Quality. Alemanha.

World Health Organization. 2006. Fuel for Life: Household Energy and Health. França.

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