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Centro de Investigaç o em Medicina Natural Instituto Português de Naturologia JULHO / 2014 SCIENTIFIC JOURNAL OF REVISTA CIENTÍFICA DE MEDICINA NATURAL Vol. nr.: II | Semestral NATURAL MEDICINE

Revista julho vfinal

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Centro de Investigação em Medicina NaturalInstituto Português de Naturologia

JULHO / 2014

SCIENTIFIC JOURNAL OF

REVISTA CIENTÍFICA DE MEDICINA NATURAL

Vol. nr.: II | Semestral

NATURAL MEDICINE

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SCIENTIFIC JOURNAL OF NATURAL MEDICINEREVISTACIENTÍFICADEMEDICINANATURAL

Diretor:ProfessoraDoutoraMariaManuelaN.daCostaMaiadaSilva

ConselhoCientífico:ProfessoraDoutoraAnaCláudiaBarreiraNunesProfessoraDoutoraAnaCristinaEstevesProfessoraDoutoraAnaCristinaEstreladeO.C.CordeiroProfessorDoutorAntónioJoséAfonsoMarcosProfessorDoutorArménioJorgeMouraBarbosaProfessorDoutorCarlosManuelMoreiraMotaCardosoProfessorDoutorJoãoPauloFerreiraLealDoutorJoséMariaRoblesRoblesProfessorDoutorLuisAlbertoCoelhoRebeloMaiaProfessoraDoutoraMariaIsabeldoAmaralA.V.P.deLeãoProfessoraDoutoraMariaManuelaN.daCostaMaiadaSilvaProfessorDoutorMiguelTatoDiogoDoutorRuiMiguelFreitasGonçalves

Editor:DoutorRuiMiguelFreitasGonçalves

Depósito legal:Osartigossãodaresponsabilidadedosseusautores.Sãoreservadostodososdireitos.Todaareprodução,destarevista,sejaqualforomeio,semprévia autorização, é ilícita e incorre em responsabilidadecivilecriminal.

Julho/2014PublicaçãoSemestral

Edições:CentrodeInvestigaçãoemMedicinaNatural InstitutoPortuguêsdeNaturologia

E-mail:[email protected]

Parceiros e Projetos:

e-medico+

Foidivulgado,pelaOMS,noiníciodesteanode2014,umimportantedocumentointitulado– WHO Traditional Medicine Strategy 2014-2023 – ( "Estratégia da OMS para a Medicina Tradicional 2014-2023" ).Nestedocumentoassinala-se,entreoutrosaspetos,anecessidadede

"estimularapesquisaestratégicaemMT&C,atravésdadisponibilizaçãodeapoioparaprojetosdeinvestigaçãoclínicasobresegurançaeeficácia".

Ainda,deacordocomestedocumento,noqueserefereàformaçãoepesquisacientífica,fazcons-tarqueonúmerodeEstadosMembrosqueoferecemprogramasdeformaçãodenívelsuperioremMT&C,incluindolicenciatura,mestradoedoutoramento,deníveluniversitário,aumentaramdeape-nasalguns,para39EM,representando30%dospaísesparticipantesdodocumento(129paísesmem-bros).QuantoaosEstadosMembrosquedesenvolvempesquisacientíficaemMT&C,eminstitutosnacionais,oaumentofoide19Estadosem1999para73EstadosMembros,em2012.

EmPortugal,assinala-searegulamentaçãodasTerapêuticasNãoConvencionais,quevêmreconheceraautonomiacientíficaeprofissionalemdeterminadasáreasnaturológicas.

Estamos,semdúvida,aatravessartemposdegrandemudançanahistóriadaMedicinaNatural.Esta-moscrentesqueestarevistaestánobomcaminhonoqueserefereàdignificaçãodoestudoedapráti-caclínicaemMT&C.Abertoatodososinvestigadoreseclínicosestudiosos,oCentrodeInvestigaçãoemMedicinaNatural,aqueestáassociadaaRevista,estáprontoparaaceitarosfuturosdesafiosdanovaeradaabordagemdasaúde.

AgradecemosatodososcolaboradoresedesafiamososespecialistasemMedicinaNaturaleminves-tigarepartilharoconhecimentoparaquepossamosfazerpartedosnúmerosaapresentarem2023,pelaOMS.

Estálançadoodesafio.

ADiretora

MariaManuelaNunesdaCostaMaiadaSilva

Índice

NotasPréviasMariaManuelaN.daCostaMaiadaSilva 3

EditorialRuiMiguelFreitasGonçalves 4

HábitosdeIngestãodeÁguaEmcriançasdo3ºe4ºanodo1ºciclodoConcelhodeSantarém 5

OPapeldaFáscianaMedicinaChinesaParte1 16

Aplicação da Anestesia comAcupunturanumaEndodontia-EstudodeCaso 30

AAcupunturanoTratamentodeDTMeDorOrofacial 38

AAcupunturaAnestésica 60

MembrosdoConselhoCientífico(ResumoCurricular) 85

NormasparaPublicação 88

notas prévias

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HáBITOS DE INGESTÃO DE áGUA Em Crianças do 3 e 4º ano do 1º ciclo do Concelho de Santarém

CatarinaMaia,FernandaReis,DiogoMaia,EuniceFigueiredo,HélioSimões,AnaMartins,AndréCarvalho,TatianaBritoeAnaSofiaMil-Homens*[email protected]

Resumo:

Objectivo:caracterizaroshábitosdeingestãodeáguaemcriançasdo3ºe4ºanodo1ºciclodocon-celhodeSantarém.Metodologia:Apopulaçãodoestudofoiconstituídapelasdascriançasinscritasnos3.ºe4.ºsanos,do1.ºciclodasescolasdoconcelhodeSantarém.Foiconstituídoumquestionáriodeadministraçãodire-ta,denaturezaconfidencialcomrespostasfechadas.Aanáliseestatísticafoirealizadaatravésdopro-gramaStatistical Package for the Social Sciences (SPSS)paraWindows,apósarecolhadetodososdados.Resultados:Participaram485crianças,96,3%comasidadescompreendidasentreos8eos10anose3,5%commaisde10anos(uminquiridonãorespondeu,correspondendoa0,2%).Dosinquiridos,51,6%eramdosexomasculinoe48,2%dosexofeminino(uminquiridonãorespondeu,correspon-dendoa0,2%).Verificou-sequeamaioriadascriançasnãotemnoçãodaquantidadedeáguaingeridadiariamente,bemcomoatotalidadedos inquiridosnãobebequantidadeadequadaesuficientedeáguapordia.Constatou-seumbaixoconsumodeáguaforadecasa,nomeadamentenaescola,assimcomobaixaingestãodeáguanahoradoexercíciofísico.Conclusões:Aimplementaçãodeprogramasdeinformaçãoesensibilização,juntodaaludidacomu-nidadeescolarpoderáprevenireventuaisrepercussõesdeumadeficientehidratação.

* Síntese curricular:

CatarinaMaia,FernandaReis,DiogoMaia,EuniceFigueiredo,HélioSimões,AnaMartinseAndréCarvalhoAlunos2ºanodeNaturopatiadoInstitutoPortuguêsNaturologia(IPN)-PóloLisboa

TatianaBritoDocentedeNaturopatiaeCoordenadoranoInstitutoPortuguêsNaturologia(IPN)-PóloLisboa

AnaSofiaMil-HomensNutricionista,DocenteResponsávelpeladisciplinadeDietoterapiaeNutriçãodoInstitutoPortuguêsNaturologia(IPN)-PoloLisboa

“Knowledge is power. Information is liberating. Education is the premise of pro-

gress, in every society, in every family.”

(Kofi Annan)

A necessidadehumanadeconhecimentoé,por resultardaconstanteevoluçãohumana, emsimesma infindável.Assimsendoéde formaorgulhosaque lançamoso segundonúmerodaScientificJournalof NaturalMedicine.Continuamosapretenderergueroedifíciodoconhe-

cimentonaáreadaMedicinaNaturalecomistocontribuirparaainformaçãodopublicoemgeralcon-tribuindoparaaevoluçãonoquedizrespeitoàsuaimplementaçãonasociedadePortuguesaeEuropeia.

NestenúmeropodemoscontarcomtrabalhosdeinvestigaçãodealtaqualidadesobreproblemáticasatuaiserelevantesnapráticaclínicaemMedicinaNatural,produzidosporprofissionaisreconhecidosdaárea.É com entusiasmoque acolhemos trabalhos originais que visem elucidar os profissionais de saúde, acomunidadecientíficaeopúblicogeralacercadaavaliação,validação,desenvolvimentoeintegraçãodaMedicinaNaturalcomrecursoaestratégiascientíficasrobustasemqueorigormetodológicoeformalédesumaimportância.

Aguardamosasuacontribuição,

OEditorRuiM.Gonçalves,PhD

editorial

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■ Introdução

Aáguaéumasubstânciaquímicaindispensávelàvida.Asadaptaçõescríticasatravessamumama-triz de espécies, incluindo o homem. Sem água,os sereshumanospodemsobreviver apenasporalgunsdias.Oorganismohumanoéformadoemmédiaporcercade70%deágua, sendoaáguarepresentativade75%dopesomédionascriançase55%dopesomédioemidosos(EvaristoEduar-dodeMiranda,2004).Éportantoessencialparaavidaeaparaahemóstasecélula(BarryM.Popkin,D’AnciE.KristeneIrwinH.Rosenberg,2010).Semáguaoorganismonãofunciona,umavezqueamesma é utilizada emvárias funçõesfisiológi-cas,nomeadamentenadigestão,naabsorçãoenotransportedenutrientes,narealizaçãodereacçõesquímicasecomosolventeparaosresíduosdoor-ganismo.Adiluiçãodosresíduospermitereduzira sua toxicidade, facilitando o processo de ex-creçãodessesmesmoscompostosdoorganismo(BarryM.Popkin,D’AnciE.Kristene IrwinH.Rosenberg,2010).

A água, para alémde fundamental namanuten-çãodatemperaturacorporal,constituiabasedosangueedetodasassecreçõeslíquidas,comoaslágrimas,asalivaeossucosgástricos.Oresulta-dodasuaingestãoinsuficienteéadesidrataçãodapele,oenfraquecimentodoscabelos,asalteraçõesaoníveldofuncionamentodotratodigestivo,bemcomo,poracumulaçãodesubstâncias, formaçãodecálculosrenais,biliaresehipertensão(KathleenM.Zelman,2008).Nocasoparticulardascrianças,assuasnecessidadeshídricasdiáriasdestinam-seareporasperdassensíveis,comoaurinaefezes,einsensíveis,comoaáguaperdidaporevaporaçãoatravésdospulmõesedapele,decorrentedeumaactividadediariacomexerciciofisico(GinaRubi,ManuelSalgado,2009).

CONSEqUêNCIAS DE UM CONSUMO DE ágUA DEFICIENTE

SegundooEuropeanHydratationInstitute,oshu-manosnemsemprerespondemasinaisfisiológi-cosdesede,expondo-se,dessemodo,aosnefastosefeitosdadesidratação.Essefactopodedependerde vários fatores como o desconhecimento dasvantagensda ingestãode líquidos; esquecimentode ingerir líquidos;nãogostardosabordaágua;ausênciadesede;faltadeáguaparabeber;neces-sidadefrequentedeurinareperturbaçõesnolocaldetrabalho/escola.(EuropeanHydrationInstitu-te,2014;ProfessorSimonThorntonUniversitédeLorraine),France,2010)Adesidrataçãopodeterinfluêncianascapacidadesfísicasecognitivasdosindivíduos.Umaperdadelíquidoequivalentea1%dopesocorporalpodeserconsideradasuficienteparadiminuirasfunçõesbiológicasem10%,umaperda de 2% do peso corporal poderá resultarnumadiminuiçãode20%e,porconseguinte,atéaos 10% de peso corporal, poderá ocorrer umaperda de consciência no limite a morte (Vasey,Christopher, 2006). Alguns estudos sobre a dis-ponibilizaçãodeágua,acriançasemidadeescolar,demostramasuainfluêncianaatençãoeatividadecognitiva.(EuropeanHydrationInstitute,2014)Aspesquisasqueenvolveramcriançasàsquaisfoiadministrada água, nas quantidades adequadas,mostrammelhoriasnaatençãovisual.Noestudorealizado por Benton eBurgess, amemória e odesempenhoforammelhoradoscomahidrataçãodascrianças.Algumaspatologiaspoderãoterasuaorigemnafalta ou deficiência do consumo adequado deágua,aoniveldascrianças,nomeadamente:

Fadiga – a desidratação é responsável por umabrandamento das reacções enzimáticas respon-sáveis pela produção de energia.O efeito não ésósentidofisicamentecomlassitudeeprostração,comotambémsereflectenoestadomental,carac-terizadoporfaltadeentusiasmoealegriadeviver.

Acorrecçãodahidrataçãotrazdevoltaaenergiaeaestaminaperdidas;

Obstipação–napresençadedesidrataçãocróni-ca,oreaproveitamentonormaldelíquidosdobolofecalnos intestinospode ser excessiva, afimdecompensarasdeficiênciashídricasdoorganismo.Quandoistoacontece,asfezestornam-sedurasedifíceisdeseremeliminadas.Comoaumentodaingestãodiáriadeágua,érecuperadaahumidadenormalnecessáriaparaumaeliminaçãoeficiente.

Distúrbios digestivos –ocorpoproduzcercade7litrosdesucosdigestivosdiariamente.Nocasodedesidrataçãocrónica, as secreções sãomenosabundanteseosprocessosdigestivosnãoseope-ramadequadamente,oquepoderesultaremindi-gestão,gases,distensãoabdominal,dor,náuseaeperdadeapetite.Nestecaso,beberáguaduranteodia e antesdas refeições asseguraqueexistemlíquidossuficientesparaaproduçãodesucosdi-gestivos.

gastrite e Úlceras–afimdeprotegerasmem-branasmucosasdosácidosdigestivos,oestômagosecretaumacamadagrossademuco.Estacamadaéconstituídapor98%deáguae2%debicarbo-natodesódio.Devidoàssuaspropriedadesalcali-nas,obicarbonatoneutralizaosácidosquetentamcorroer estabarreiraprotectora.Numestadodedesidratação,oestômagonãotemàsuadisposi-çãoáguasuficienteparaproduziromuco,fazen-docomqueasmembranasfiquemvulneráveisàacçãodosácidosdigestivos,provocandoprimeiroumainflamaçãoeporfim,umalesãonostecidosouúlcera.

Problemas respiratórios–asmembranasmuco-sasdo trato respiratório são levementehumede-cidascomoprotecçãocontrapartículasestranhas(comopólenepó)mastambémparahumedeceroar inspiradoquandoesteémuitoseco.Nade-sidratação, porções do trato respiratório secam,

tornando-semenospermeáveisàstrocasgasosasemaissensíveisaosataquesporagentesexternos.Oresultadoéumapropensãoparatosses,alergiaseoutrosdistúrbiosrespiratóriosquedesaparecemumavezqueseoptimizeahidratação.

Desequilíbrio ácido-base – de maneira a queoorganismo trabalhedamelhor formapossível,deve haver um balanço interno entre substân-ciasácidasealcalinas.Oestilodevidaedietadamaioriadaspessoastêmatendênciaaacidificaroambienteinternocelulardocorpo,oquepodeori-ginarinúmerosproblemasdesaúde.Estaacidifi-caçãoétornadapiorcomoconsumoinsuficientedeágua,quelimitaareduçãodesubstânciasaci-dificante e produtosmetabólicos normais, pelosórgãosexcretórios.

Excesso de peso e obesidade – uma teoria,poucasvezesmencionada,paraoquelevaumin-divíduoacomermaisdoqueassuasnecessidadesfisiológicas,éasede.Existemduasopçõesparasa-tisfazerasensaçãodesede,beberlíquidosouco-meralimentosricosemágua.Seoindivíduooptarpela segunda,vai receberos líquidosnecessáriosmastambémumexcessodesubstânciasnutritivasde que não precisa e que vão contribuir para oaumentodopeso.Éditoquemuitasvezesasedeéconfundidacomafome,umarazãopossívelparataléqueaocomermos,podemostambémsaciara sede, o que pode gerar um ciclo vicioso, poisquantos mais alimentos forem ingeridos, maioréanecessidadedeáguaparaproduçãodesucosdigestivos e reação enzimáticade transformaçãodessesalimentos.Alémdereduçãodovolumedecomida,umamaioringestãodiáriadeáguavaitra-duzir-senumaestimulaçãodosprocessosmetabó-licosnormais,quevãopromoveraperdadepeso.

Eczema–asglândulassudoríparaseliminamdia-riamenteentre6a7decilítrosdesuor,aquanti-dadenecessáriaparadiluir as toxinas segregadasdeformaanãoirritaremapele.Nocasodedesi-

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drataçãocrónica,ovolumenecessárioparaapro-duçãodesuoréinsuficiente,dandoorigemaumsuormais concentrado e agressivo, tendo comoconsequência irritação e inflamação cutânea,acompanhadadevermelhidão,comichão,borbu-lhasemicrolesõesnapele.

Hipercolesterolemia – o colesterol, necessáriopara a construção das membranas celulares, éconstantementerequeridopelascélulas.Nocasode desidratação, essa necessidade irá aumentarsubstancialmenteparaevitarqueascélulaspercamfluidointercelularexcessivamente.Aindaqueestemecanismo compensatório evite males maiores,umefeitosecundárioindesejáveléoaumentodecolesterolnacirculaçãosanguíneaetodosospro-blemasdesaúderelacionados.

Cistite e Infecções urinárias–casoas toxinascontidasnaurinanãoestejamdevidamentedilu-ídas, podem prejudicar as membranas urinárias,criandomicrolesõesquesãoporsuavezatacadasporgermes,quesemultiplicamnolocalafectadoeoriginaminfecçõesdolorosas.

Hipo e Hipertensão arterial – é graças à ca-pacidade de vasoconstrição e vasodilatação dosvasossanguíneosqueosistemacirculatórioétãobemadaptadoamudançasnovolumedesangue.Noentanto,estascapacidadespodemserusadasdeformaexagerada,oquepoderesultarempro-blemasde saúde.Quandoocorpo lida comumvolume sanguíneo diminuído causado por desi-dratação, os vasos contraem-se fortemente. Istoasseguraqueovolumeésuficienteparapreencherosvasosecapilaresdeformaanãohaveremes-paços vazios.Mas esta vasoconstrição defensivapodetornar-sepermanenteseocorposofrerumadesidratação crónica e o resultado é a hiperten-são crónica. Embora a falta de líquidos possaoriginarhipertensão,omesmosepodedizerdocontrário,comahipotensão.Estacondiçãoafligepessoas cujas capacidades vasoconstritoras estão

diminuídas.Comumvolumesanguíneoreduzido,osvasosvãoserforçadosarealizaremacontrac-ção,umanecessidadequepodeserdiminuídacomumamaioringestãodeágua,deformaespaçada,demaneiraanãosobretaxarosistemacirculatório.

Problemas articulares–acartilageméumtecidocomumelevadoteordeágua.Asuafunçãoépro-tegerassuperfíciesdosossos, impedidoquenosmovimentos, haja fricção e dano.Um indivíduocronicamente desidratado irá, desenvolver umacartilagemmaisfina.Oresultadoéumaumentode atrito entre os ossos, causando inflamação edor.Paraalémdisso,oaumentodaconcentraçãodemetabolitostóxicosnacirculaçãosanguíneaenostecidoscelulares,causadospeladesidratação,vãoaumentaraexposiçãodasarticulaçõesatoxi-naseoutrassubstânciasirritantes.Oequilíbriohídricodascriançasdependedaac-ção da aldosterona e da hormona antidiurética.Esta é responsável pelamanutenção da osmola-lidadeplasmáticaentre285e295mOsm/Kg.(GRubino,MSalgado,2009).Deacordocomasre-comendaçõesAutoridadeEuropeiadeSegurançaAlimentar(EFSA,2010),ascriançascomasida-des compreendidas no presente estudo, deverãorealizarumconsumodiáriode1600ml/diapararapazeseraparigasentreos4e8anos,bemcomo2100ml/diapararapazese1900mlpararaparigas,ambosentreos9e13anos.

AingestãodeáguadopontodevistadasTerapiasComplementaresAMedicinaOrtomoleculareaNaturopatiaatuamessencialmente aoniveldaprevençãoprimária eencaramopacientecomoumtodo,ouseja,comosendoumconjuntoquedeve funcionar emhar-monia.Dessaformaépossívelencontraraorigemdosproblemaseencontrarocaminhoparaaho-meostase.Quandoexistemalteraçõesmetabólicas(desequilíbriosorgânicos)quelevamaoquadrode“doença”,osnutrientessãoutilizadosdeformaarestabelecero equilíbrio, atravésdautilizaçãode

substânciaseelementosnaturais,ondeseincluiaágua.Aingestãodeágua,emjejum,permitecor-rigir umapossíveldesidrataçãodesencadeadanoperíododesono.Cercade30minutosantesdasrefeições e/ou após as refeições (cercadeduashorasemeiadepoisdeumarefeição)poderáauxi-liarofuncionamentodoaparelhodigestivo,faci-litaratransformaçãoeassimilaçãodosnutrientes.Ahidrataçãoanteseduranteoexercíciopermitereporasperdasresultantesdodesgastemuscularesuor(JoséMacieira,2009).

■ Objectivos do Trabalho

Opresente estudo surgeno âmbitodo trabalhofinaldadisciplinadeDietoterapiaeNutrição,docursodeNaturopatia,do InstitutoPortuguêsdeNaturologia – Polo de Lisboa.O estudo foi re-alizadopelosalunosdo2ºano,comoobjectivodecaracterizar os hábitos de ingestão de água em crianças do 3º e 4ºanos do 1º ciclo do Con-celho de Santarém.Algumas considerações foram tomadas em con-sideraçãonadefiniçãodoobjectivodesteestudo,designadamente:

a) Ascriançasativasquebrincamquandoestácalor, podem perder grandes quantidades deágua,atravésdosuor,eporvezesestãotãodis-traídasabrincareesquecem-sedeingerirágua;b) Algunsestudos(EuropeanHydrationIns-titute, 2014); indicamque a ingestão adequa-dadeaguapelascriançaspodeajudá-lasatermelhoresresultadosaniveldaaprendizagem,aumentandoosniveisdeconcentraçãoeme-móriaemcurtoprazo;c) AAutoridade Europeia para a Segurançados Alimentos (European Food Safety Au-thority–EFSA,2010)concluiuqueaingestãodeáguarecomendadaemcriançasentre4e8anoséde1,600ml/diaede2,100ml/diaspararapazese1,900mlparameninas,ambosentre9e13anos.d) ApesardeasBalançasAlimentaresPortu-

guesasforneceremestimativasdoconsumo,apartirdasdisponibilidadesdosalimentosedosInquéritos Nacionais de Saúde fornecereminformação sobreo consumoalimentar indi-vidualdealgunsalimentos,estasinformaçõessão insuficientespara se conhecer a real ten-dênciadoconsumoedospadrõesalimentaresda população portuguesa, no caso particularrelativamente ao consumode água (Lopes etal.,2006).

■ Material e Métodos

Foielaboradoumquestionáriodeadministraçãodireta, de natureza confidencial e com respostasfechadas, o qual foi aplicado aos alunos dos 3.ºe4.ºsanos,do1.ºciclodasescolasdoconcelhodeSantarém.Aseleçãodoconcelhoseleccionadoparaodesenvolvimentodesteestudoprendeu-secom conveniência de residência dos alunos des-tacando-se a excelente colaboração e empenho,manifestados pela Câmara Municipal de Santa-rém,nomeadamentepelaDivisãodeEducaçãoeJuventude,contribuindodessemodo,paraoêxitodotrabalhorealizado.Otrabalhodecamporealizou-senoperíodocom-preendidoentreosdias26deMaioe5deJunhode2014, tendo sido efetuadoumpedidode au-torizaçãopréviaaosrespetivosAgrupamentosdeEscolas e tendo-se obtido o consentimento porpartedosencarregadosdeeducação.Foramdistri-buídos1000questionários,tendosidorecolhidos485,quecorrespondemaosalunoscujosencarre-gadosdeeducaçãoautorizaramaparticipaçãonopresenteestudo.Aamostranãoincluicriançascomidadesinferio-resa6-7anos,namedidaemque,emidadesmaisjovens,ascriançasnãoconseguemconceptualizaranoção realde tempoepor issoaavaliaçãodoseu consumo alimentar tem que ser recordadaatravés das suas famílias (Livingstone, Robson,&Wallace,2004).Paraalémdisso,emboratenhosidocontempladooparâmetrodaidadessuperior

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a10anos,estefatorfoilimitadocomadetermi-naçãodoanoescolar,poisacimadestafaixaetáriaasnecessidadesenergéticasenutricionaisehídri-casaumentamconsideravelmente((Wriedenetal.,2008).AanáliseestatísticadosdadosfoirealizadaatravésdoprogramaStatistical Package for the Social Sciences (SPSS). No questionário foram colocadas 16 perguntasfechadas(cadauma,deescolhamúltipla):Idade/Sexo/Bebeságua?/Senãobebeságua,quebebi-dasbebes?/Qualaáguaquebebesmais?/Qualéaáguaquegostasmais?/Qualaquantidade,maisou menos, de água que bebes por dia?/ Ondebebesmais água?/Qual a altura do dia emquebebesmais?/O que é que bebes às refeições?/Costumasbeberáguadatorneiraemcasa?/Cos-tumas beber água engarrafada em casa?/ Daságuasengarrafadasqueexistem,quaissãoasquemais bebes?/ Escolhes sempre a mesma marcadeáguaengarrafada?/Costumasenchergarrafascomáguada torneirapara levares contigo?/Natuacasabebeságuadatorneirafiltrada?

■ Resultados e Discussão

Das485criançasparticipantes,250(51,6%)eramdo sexomasculinoe234 (48,2%)do sexo femi-nino (1criança,correspondentea0,2%nãores-pondeu),bemcomo96%dascriançasapresentavaidadescompreendidasentreos8eos10anose4%tinhamaisde10anos. Àpergunta“Bebes água?”:Das485crianças,472(97,5%)responderamafirmativamenteeape-nas12(2,5%)responderamquenão.Caracterização da amostra por idade: -8 anos de idade: 100 (98%) crianças bebem águaeapenas2(2%),nãobebem;-9anosde idade:229 (95,8%) crianças bebem águae10(4,2%)nãobebem;-todasascriançascom10anosdeidade(126),as-simcomoascriançascommaisde10anosdeida-de(17),responderamafirmativamenteàpergunta.

31,8%dascriançasinquiridasdesconhecem a quantidade de água ingerida. Caracterização da amostra por idade: -8anosdeidade:11(10,8%)criançasbebem2co-posdeágua(0,4L),25 (24,5%)criançasbebem4 copos de água (0,7L), 17 (16,7%) criançasbe-bem 6 copos de água (1L), 17 (16,7%) criançasbebem8coposdeágua(1,5L);-9anosdeidade:35(14,6%)criançasbebem2co-posdeágua(0,4L),49(20,5%)criançasbebem4coposdeágua(0,7L),43 (18%) criançasbebem6 copos de água (1L),31(13%)criançasbebem8coposdeágua(1,5L);-10anosdeidade:11(8,7%)criançasbebem2co-posdeágua(0,4L),22(17,5%)criançasbebem4coposdeágua(0,7L),39 (31%) criançasbebem6 copos de água (1L),18(14,3%)criançasbebem8coposdeágua(1,5L);->10anosdeidade:2(11,8%)criançasbebem2coposdeágua(0,4L),2(11,8%)criançasbebem4coposdeágua(0,7L),4(23,5%)criançasbebem6coposdeágua(1L),4(23,5%)criançasbebem8coposdeágua(1,5L);Caracterização da amostra por género: -masculino: 34 (13,6%) crianças bebem2 coposdeágua(0,4L),46(18,4%)criançasbebem4co-posdeágua(0,7L),57 (22,8%)criançasbebem6 copos de água (1L),42(16,8%)criançasbebem8coposdeágua(1,5L);-feminino:25(10,7%)criançasbebem2coposdeágua(0,4L),52 (22,2%)criançasbebem4 copos de água (0,7L), 47 (20,1%) crianças bebem 6coposde água (1L), 28 (12%)criançasbebem8coposdeágua(1,5L);

Àpergunta“O que bebes às refeições?”:347 (71,5%) bebem água,88(18,1%)bebemsumosenéctares,38(7,8%)bebemrefrigerantes,6(1,2%)bebem leite e5 (1%)nãobebemàs refeições (1nãorespondeucorrespondendoa0,2%).Caracterização da amostra por idade: -8 anos de idade: 82 (81,2%) crianças bebem água, 15(14,9%)bebemsumosenéctares,2(2%)

bebemleitee2(2%)bebemrefrigerantes;-9 anos de idade: 171 (71,5%) crianças bebem água, 48 (20,1%) bebem sumos e néctares, 15(6,3%)bebemrefrigerantes,3(1,3%)nãobebemàsrefeiçõese2(0,8%)bebemleite;-10 anos de idade: 84 (66,7%) criançasbebem água, 21 (16,7%) bebem sumos e néctares, 18(14,3%)bebemrefrigerantes,2(1,6%)bebemleiteeapenas1(0,8%)nãobebeàsrefeições;-> 10 anos de idade: 9 (52,9%) crianças bebemágua, 4 (23,5%) bebem sumos e néctares, 3(17,6%) bebem refrigerantes, e apenas 1 (5,9%)nãobebeàsrefeições;Caracterização da amostra por género: -masculino: 166 (66,7%) criançasbebem água, 53(21,3%)bebemsumosenéctares,21(8,4%)be-bemrefrigerantes,6(2,4%)bebemleitee3(1,2%)nãobebemàsrefeições;-feminino:180 (76,9%)criançasbebem água,35(15%)bebemsumosenéctares,17(7,3%)bebemrefrigerantese2(0,9%)nãobebemàsrefeições.

Àpergunta“Se não bebes água, que bebidas bebes?”:121(24,9%)bebemleite.83 (17,1%) be-bem sumos e néctares,28(5,8%)bebemrefri-gerantes,7 (1,4%)bebemcháe7 (1,4%)bebemoutrasbebidas.

Inquiridossobreo tipo de água engarrafada que mais ingerem: 423(87,2%)criançasrespon-deram–água sem gás.Caracterização da amostra por idade: -8 anos de idade: 94 (92,2%) crianças bebemágua sem gás,2(2%)criançasbebemáguacomgás,1criançarespondeuquebebeáguacomsabo-reseapenas1criançaingerebebidasdesportivas.Nestegrupo,apenas4criançasnãoingeremáguaengarrafada.-9 anos de idade: 197 (82,4%) crianças bebemágua sem gás, 5 (2,1%) crianças bebem águacomgás,4(1,7%)criançasresponderamqueinge-remáguacomsabores,12(5%)criançasingerembebidasdesportivas.Nestegrupo,21(8,8%)crian-

çasnãoingeremáguaengarrafada.-10 anos de idade: 117 (92,9%) crianças bebemágua sem gás, 3 (2,4%) crianças bebem águacomgás,2(1,6%)criançasresponderamqueinge-remáguacomsabores,1(0,8%)criançasingerembebidasdesportivas.Nestegrupo,3(2,4%)crian-çasnãoingeremáguaengarrafada.->10anosde idade:14 (82,4%) criançasbebemágua sem gás, 1 (5,9%) crianças responderamqueingeremáguacomsabores,1(5,9%)criançasingerem bebidas desportivas, 1 (5,9%) criançasnãoingeremáguaengarrafada.Caracterização da amostra por género: -masculino: 214 (85,6%) crianças bebem água sem gás, 7 (2,8%) crianças ingerem água comgás,6 (2,4%)criançasbebemáguacomsabores,10(4%)criançasingerembebidasdesportivase13(5,2%)nãobebeáguaengarrafada.-feminino: 208 (88,9%) crianças bebem água sem gás, 3 (1,3%) ingerem água com gás, 2(0,9%)águacomsabores,5(2,1%)criançasinge-rembebidasdesportivas,16(6,8%)nãobebeáguaengarrafada.

Inquiridossobreonúmero de vezes que en-chiam a garrafa de água em casa:72(28,8%)rapazes responderamque enchiam a garrafa deágua muitas vezes, 89 (35,6%) responderam às vezes, 50 (20%)enchemagarrafapoucasvezese39(15,6%)nuncaenchemagarrafacomágua.Em relação àsmeninas: 83 (35,5%) enchem agarrafacomáguamuitas vezes; 66 (28,2%)en-chemapenasàsvezes,51(21,8%)enchempoucasvezese34(14,5%)nuncaenchem.

Para aquelas crianças que responderam ter água filtrada em casa,foi-lhesperguntadoonde bebiam mais água: 150 (71,9%) responderamquebebiammaiságuaem casa,54(24,4%)res-ponderam na escola, apenas 8 (3,6%) ingeremágua,noutroslocais.

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ConsiderandoasrecomendaçõesdaEFSA,quepreconizamumconsumodiáriodeágua,paraascriançascomasidadescompreendidasnopresenteestudo,de1600ml/diapararapazeseraparigasentreos4e8anos,bemcomo2100ml/diapararapazese1900mlpararaparigas,ambosentreos9e13anos.Opresenteestudoverificouqueumagrandepartedosparticipantes(31,8%)nãotemnoçãodaquantidadedeáguain-geridadiariamentee,poroutro,atotalidadedosparticipantesnãobebequantidadeadequadaesuficientedeáguapordia,comosepodevernográficoapresentadoembaixo.

Gráfico 1–Distribuiçãoderespostasàpergunta“qual a quantidade, mais ou menos, de água que bebes por dia? (n=485)”

Torna-seaindaimportantereferir,nestecontexto,que,deacordocomoEuropeanHydratationInstitute,aavaliaçãocognitivadadisponibilidadedeinstalaçõessanitáriaspodedesempenharumpapelnadecisãosobrequandoeondeingerirlíquidos,apesardapresençadossinaisfisiológicosdasede.Estudosrecentes(SimonThornton,2010;BonnetFetal,2012;StookeyJDetal,2012)demonstramqueumaelevadaosmolaridadeurinária, emcrianças em idade escolarquandochegamà escola, constituiumsinaldedesidratação,sugerindoqueumacessolimitadoàsinstalaçõessanitáriaspoderáserumdosfactoresqueinfluenciaascriançasquantoàalturadeingestãodelíquidos.Poderásugerir-seque,nossereshumanos,pareceexistirumaformadecontrolocognitivonarespostaaossinaisdesedeequetalvezestacapacidadedesesobreporaossinaisdesedeleveaque,alongoprazo,existaumaincapacidadededetetarossinaisdesedecorretamente,fazendocomquealgunsindivíduospermaneçamhipohidratadosdurantelongosperíodosdetempoaolongodavida(SimonThornton,2010).Deacordocomosresultadosobtidosnesteestudo,rela-tivamenteàquestãosobreolocalondeosparticipantesbebemmaiságua,72,05%dascriançasrespondeu

“emcasa”,sendoque,apenas24,02%afirmarambebermaiságuanaescola.Estefactosuscitaanecessidadedeumaanálisemaiscuidadadesteassunto.Considerandoqueumaboahidrataçãoéimportanteparaasaúdefísicaemental,equeocérebrorepresentaapenas2%dopesocorporal,masrecebe20%dofluxosanguíneo(EuropeanHydrationInstitute,2014);quandooorganismoseencontradesidratado,ovolumedesanguediminui,existindoumapossiveldiminuiçãodaquantidadedeoxigénioedosnutrientesvitaisaocérebro.Assim,arealizaçãodetarefasfísicasementaispoderáserafetadanegativamente.Deacordocom(EuropeanHydrationInstitute,2014),aperdadecercade1-2%dopesocorporal–desde500mla2litros–podefazercomqueascriançassesintammenosalerta,comdificuldadesdeconcentração,maiscansadasecomcefaleias.Umdadorelevantedoestudoprende-secomaingestãodeáguaduranteoexercíciofísico.Noâmbitodapergunta: “emque alturadodiabebesmais água”, embora47,11%dos inquiridos afirmassebeber águadurantetodoodia,apenas18,8%dascriançasafirmaramfazê-loduranteoexercíciofísico,comosepodeconstatarnoGráfico2.

Gráfico 2–Distribuiçãoderespostasàpergunta“qual a altura do dia em que bebes mais? (n=485)”

Comoreferido,adesidrataçãoqueseproduzduranteoexercíciofísico,podeserreduzidaouevitadaatravésdaingestãodequantidadessuficientesdeáguaduranteouantesdasatividadesfísicas,momentoemqueseproduzaperdadeágua.Duranteoexercício,aingestãodelíquidosdeveserregular,masafrequênciadain-gestãoeaquantidadeconsumidadependemdefatores,comoaintensidadeeduraçãodoexercícioeascondi-çõesmeteorológicas,bemcomoascaracterísticasfísicasdoindivíduo,incluindoopesocorporaleascaracte-rísticasindividuaisdesudação(EuropeanHydrationInstitute,2014);Emclimasmuitoquentesehúmidos,osdesportosdeexteriordevemserrealizadosnoiníciodamanhãounofinaldatarde,eérecomendávelevitaresforçosfísicosdesnecessáriosduranteashorasmaisquentesdodia(EuropeanHydrationInstitute,2014).

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Estesdadosserãorelevantesnoâmbitodoplane-amentodasaulasdeeducaçãofisicanoshorariosescolares.Quandosepraticaexercícioporcurtosperíodosdetempoouabaixaintensidade,comoéocasodascriançasquecompõemouniversodoinquéritoaquianalisado,aingestãodeáguaéumaopçãoperfeitamenteadequada.

■ Conclusão

Apesardaslimitaçõesdopresenteestudo,nome-adamente,afaltadecaracterizaçãosocial,econó-micaegraudeescolaridadedosprojenitoresdosinquiridos,alimitaçãodaamostraaumadetermi-nadaáreageográficaeteremsidoconsideradasvá-lidastodasasrespostasdosinquiridos,foipossívelconstatar a relevância do tema junto desta faixaetária.Nãosepretende,queopresenteestudosebasteasimesmo,muitopelocontrário.Pretende-mosqueelesejaumpontodepartidaparaposte-rioresestudoseinvestigaçõessobreumamatériaquepautamosdeparticular importância,quernaáreadaprevenção,querdotratamentodediversaspatologias.Estapreocupaçãotemvindoaserma-nifestadaaoniveldaEuropa,estandoaComissãoEuropeia, a levar a efeito uma consulta sobre apolíticadaáguapotáveldaUE,deformaaverifi-

carondeépossívelefectuarmelhorias(ComissãoEuropeia,2014)Aconstatação,nopresenteestudo,deumbaixoconsumo de água fora de casa, nomeadamentena escola,dabaixa ingestãode águanahoradoexercíciofísicoedofactodeamaioriadosinquiri-dosnãoternoçãodaquantiadeingestãodiáriadeágua,poderáconstituirumindicadordanecessi-dadedeumreforçodeinformaçãoesensilibiliza-çãoparaestetema,juntodacomunidadeescolar,de forma a prevenir eventuais repercussões deumadeficientehidratação.Oacompanhamentoaosalunoserespectivasfa-mílias,noquerespeitaaoshábitosdeingestãodeáguaeoplaneamentodoconsumodeáguaempe-ríodosemqueseacentueaactividadefísicaemen-tal,poderáconstituirumaapostanumaestratégiaeficazdepromoçãodaingestãoadequadadeáguaentreas faixasetáriasdosalunosdo3ºe4ºanosdo 1º ciclo, inclusivamente através da inclusãodestetemanosprogramascurriculares,associan-doaactividadesestimulantes,eaomesmotempoeducativasnestaárea.DestemodoumNaturopatapoderásurgircomoelementocontribuintenadeli-neação,implementaçãoeavaliaçãodessasmesmasestratégias.

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PALAVRAS-CHAVE:Água,Crianças,Hábitosdeconsumo,Nutrição,Naturopatia.

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O PAPEL DA FáSCIANA MEDICINA CHINESA Parte 1 [email protected]

Resumo:

Durantedécadasacomunidadecientíficavembuscandoencontraraexplicaçãocientíficaparaofun-cionamentodaacupunctura,eafaltaderespostasduranteestetempotrouxeaestapráticamilenarumolhardedesconfiançadoOcidente.Naúltimadécada,comaevoluçãodosestudossobreotecidoconjuntivoeseupapelnoorganismo,muitospontoscomeçamaseresclarecidos.Estarevisãomostraem2partes,asmaisrecentesdescobertasquecolocamafásciacomoabasefísicaeenergéticaparaofuncionamentodaacupunctura.Nesta1ªparteapresentam-seosestudossobreopapeldafáscianoDeQi enalocalizaçãodospontosdeacupuncturaeemumapróximaediçãoa2ªpartemostraráarevisãosobreotrajectodosmeridianos.Comestainformação,mostra-seaacupuncturaporumavisãopalpávelecompreensívelparaamenteocidentalrelacionandoestapráticamilenaraestruturasanatómicas,mostrandoassimqueousodaacupuncturapodeestarperfeitamenteinseridonapráticadamedicinamoderna.

* Síntese curricular:

LicenciadaemEngenhariaZootécnicapelaUniversidadeEstadualPaulistaEspecializaçãopelaUniversidadedoArizona.MestradoemGenéticaMolecularpelaUniversidadedeSãoPaulo.DiplomadaemMassagemeMedicinaChinesapeloIns-titutoPortuguêsdeNaturologia.Terapeutadaáreademassagemeacupunctura.

■ Introdução

Hámais de 100 anos atrás, quandooOcidentedescobriu a Medicina Tradicional Chinesa, ouquandoAndrewTaylor Still fundou aOsteopa-tia (Still abriu aAmerican School of Osteopathy em1892),afásciaeravistasomentecomoumtecidodeproteçãoesustentação,umtecidoqueenvolviaoutros tecidos.Na verdade, em latim clássico o

termo“fáscia”significabanda(umlongoeestrei-topedaçodematerial).O estudo da fáscia não avançou durantemuitotempojáquesuaobservaçãoemcadáveresestavalongederefletiracomplexidadedoseupapelnoorganismo.Na verdade a própria fragilidade dafáscia, sendoum tecidofiníssimo tornavaquaseimpossívelumestudomaisaprofundado.

NasúltimasdécadasdoséculoXX,aquantidadedeestudossobreafásciaaumentousignificativa-mente, sendo que estes estudos nos mostraramqueestetecidotemumpapelbastantemaiscom-plexoeabranjentenoorganismo,sendoessencialparaocrescimentoesuportedomesmo.Nopri-meiroInternational Fascia Research Congressem2007,a fáscia foi definida como: “a componente de tecido mole do tecido conjuntivo que permeia o corpo, formando uma matriz contínua, tridimensional que dá suporte es-trutural a todo o corpo. Ele interpenetra e envolve todos os órgãos,músculos, ossos e fibras nervosas, criando uma integração para o funcionamento dos sistemas do corpo.”(Findley&Shalwala,2013)Afásciapromovesuportemecânico,movimento,transporte defluidos, transporte celular, contro-la o metabolismo em outros tecidos e forneceaocorpoglobalidade.Aoconectartodoocorpoemuma rede única sem interrupções, a fáscia éo tecido capaz de transmitir informações a lon-gadistância.Oequilíbrioeaintegridadedafásciarefletem-se na homeostase do organismo ou nodesequilíbriodomesmo.Provavelmenteotermoglobalidade,ouredeúnicasem interrupções, ou ainda outros termos indi-candoacapacidadedestetecidopercorrertodoocorpochamoua atençãodealgunsmembrosdaclassecientífica,especialmenteos ligadosaestu-dosdecirculaçãodeenergianocorpoeosligadosaterapiasmanuaiseholísticas.Em2000,emseulivroEnergy Medicine,JamesOsh-mandizqueatramadotecidoconjuntivoéumarede de comunicação semicondutora que podetransportarsinaisentretodasaspartesdocorpo,eaindatemacapacidadedegerarenergia jáquecadamovimentoecadacompressãodocorpofazcomque a grade cristalina do tecido conjuntivogeresinaisbioelétricos.Assimqualquermovimen-todocorpoproduzefazcircularenergiaeinfor-mações.(Oschman,2000)Esta capacidade condutora da fáscia desperta aatençãodeoutrogrupodepesquisadores: aque-les que há décadas vinham tentando perceber o

mecanismodefuncionamentodaacupuncturanoorganismo, sem conseguir esclarecer totalmenteestemecanismo.Não é nenhuma surpresa que oOcidente tenhadificuldadeemaceitarqualquermetodologiaquenãopossa ser explicadaem termospalpáveis.LiPing, em seu livro “El Gran Libro de la Medici-na China” diz sobre este assunto: “enquanto noOrienteosconceitospodemserabstratos,noOci-denteexisteumanecessidadedebasespalpáveisecientíficasparaquequalquermétododetrabalhotenhacredibilidade”(LiPing,2002)A fáscia, segundomostram os estudosmais re-centes (Myers, 2009; Findley, 2012; Langevin,2009),podeserumaespéciede“eloperdido”nosestudos sobreo funcionamentoda acupunctura,esclarecendo alguns conceitos em uma lingua-gempalpável,defácilcompreenssãoparaamenteocidental,oqueauxiliasobremaneiraaaceitaçãodestametodologianospaísesOcidentais,especial-mentepelacomunidademédica.Comosdadosobtidosnestesestudosmaisrecen-tes,pode-sedizerqueafáscia(rededetecidocon-juntivo)éaestruturafísicaporondepassaoQi.Ésobreeste tecidoqueestão localizadososcanaisenergéticosoumeridianos,equandoalgonãoestábemcomafásciaoorganismoiráestaremdese-quilíbrio(LangevineYandow,2002).Emcondiçõesnormaisafásciadeveserflexiveledeslizante.Asrestriçõeseaderênciasnafásciaquepodemocorrerporstress,traumatismos,máspos-turas,etc,tornamafásciamaisrígidaeencurtada,levando a dor, restrição de movimentos e maufuncionamento dos órgãos. Qualquer problemana fáscia afeta emuitasvezes criaproblemasdesaúdeparaosquaisnãoexistequalquerexplicaçãodentrodosmétodosdediagnósticodaMedicinaOcidental.Osdesequilíbriosdafáscianãoaparecememexa-mesemétodoscomplementaresdediagnósticos,epodemserarazãopelaqual, jáhámilharesdeanosaMedicinaChinesasaberavaliarosdesequi-líbriosdocorpoantesmesmodestestornarem-se

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perceptíveis.Assim,apesardaacupuncturaedasdescobertasmaisrecentessobreotecidoconjun-tivoeseupapelnocorpoestaremseparadospormilharesdeanos,aacupuncturaeafásciaparecemestarintimamenterelacionadas.

■ A Acupunctura e o Ocidente – A Necessidade de Confirmação

Aacupuncturacomeçouaserpraticadacommaisênfasenoocidenteapartirdadécadade60,eamedidaqueaacupuncturavaiconquistandoespa-çocomoumaopçãoterapêutica,cresceointeresseeanecessidadedeexplicarestametodologiaemtermoscientíficos.Noocidenteométodocientí-fico visa dar objetividade as nossas observaçõesempregando a experimentação com controlo dealgunsparâmetrosenquantoseinvestigamoutrasvariáveis.Naáreadasaúdenormalmenteosestudosseguemduas linhas:oestudodosmecanismosdeaçãoea eficácia terapêutica, e no caso da acupuncturaambostrouxeramgrandesdificuldadesparaaco-munidadecientífica.Nestetrabalhonosinteressaopapeldafáscianomecanismodeaçãodaacu-puncturaepor issoostrabalhossobreaeficáciaterapêutica poderão ser consultados em outrasfontes.Atéantesde2000,ostrabalhosexistentespodemagrossomodoserdivididosem3grandesgrupos:osestudosdeanatomia;omodeloneuroquímicoeomodelobioelétrico (Jayasurya, 1995;Lewith,1985):

1. Estudos de anatomia–envolvendonormal-mentedissecaçãoanatómica,ondeoscientis-tasprocuraramrelacionaraanatomiadocor-po, tantomacroscópica comomicroscópica,embuscadeestruturasquecorrespondessemaosmeridianoseaospontosdeacupunctura.Diversos trabalhos conseguiram relacionargrandepartedospontosdeacupuncturacomosistemanervoso.Observaçõesmicroscópi-

cas demonstraram que nas regiões dos acu-puntos existem numerosos ramos nervosos,plexos e terminações neurais. Estes estudosfalharamporémnacompreençãodasestrutu-rasenvolvendoosmeridianos.

2. Modelo neuroquimico ou neurohumoral –envolveoefeitomaisestudadodaacupunc-tura,oefeitoanalgésico.Estemodelomostraque a acupunctura estimula a produção desubstânciascomoendorfinaseserotoninasouestimulaaligaçãodestassubstânciasaseusre-ceptores,noentanto,asuaexplicaçãoparaosefeitossistémicosdaacupuncturacareceaindadeconfirmação.

3. Modelo bioelétrico – este modelo surgiuquandoasanálisesanatomicasforamincapa-zesdeexplicarosmeridianosdaacupuncturae seu trajecto.Omodelobioelétrico revelouqueasáreascutâneasondesesituamospon-tosdeacupuntura,assimcomoatrajetóriadoscanaisenergéticos,apresentammaiorconduti-vidadeelétrica.Abasedestemodelofoiajádescobertaligaçãodospontosdeacupuncturacomáreasdeconcentraçãodosistemanervo-so.Ofuncionamentodosistemanervoso,criaumcampoeletromagnético,poisaconduçãodos impulsos nervosos envolve uma grandemovimentaçãodeíonsapequenasdistânciasecargaselétricasoscilandoquegeramumcam-poeletromagnético.

Apesardeestesmodelosdeestudoevidenciaremeesclareceremalgumasdaspropriedadesterapêu-ticas da acupunctura, longe estãode substanciarmuitosdosresultadosobtidospelosacupuntores.Porexemplo,omodelobioeléctriconãoécapazdeexplicarporqueosinalcausadopelaestimula-çãodeumpontodeacupuncturachegaaocórtexvisualnocérebromaisrapidamentedoqueseriacapazatravésdoscircuitosneurológicosconheci-dos,mostrandoqueprovavelmenteosinalutiliza

outrasviasdetransmissão(Mattos,2010).UmasériedeestudosnofinaldoséculoXXse-guemmostrandoopapeldotecidofascialnaacu-punctura,eoscientistasviramaquiumapossibili-dadedeatravésdestarelaçãoresponderadúvidasnomecanismodefuncionamentodaacupuncturaque nunca tinham ficado totalmente clarificadasnosmodelosdeestudousadosanteriormente.Estarevisãopretendemostrarestesnovosconcei-tos enovas relações entreo conhecimentoOci-dentaleafilosofiaOriental.

■ A Fáscia

Apalavrafáscia,usadanosingularporserumte-cidoúnico,representaumconjuntomembranosomuitoextensonoqualtudoestáligadoemconti-nuidade,umaentidade funcionalque trazgloba-lidade ao organismo.Este tecido se espalha portodoocorpo,formandoumaredeouteiacontí-nuadesdeoaltodacabeçaatéapontadosdedosdos pés, envolvendo fibras musculares, gruposmusculares,vasossanguíneos,nervos,etodososcomponentesdocorpo,desdegrandesórgãosatéamaispequenacélulaformandootecidoconjun-tivo, que representa 70% dos tecidos do corpohumano(Bienfait,2004).Promovesuporteme-cânico,movimento, transporte de fluidos, trans-portecelular,controlaometabolismoemoutrostecidoseforneceaocorpoglobalidade.Éprecisoteranoçãoinequivocaqueestetecidofornecein-tegridadeaoorganismo,semaqualseríamosumaglomeradodecélulasetecidosdesorganizadosesemcomunicaçãoentresi.O tecido conjuntivo é formadopelas células dotecido conjuntivo e por sua matriz extracelular,sendo que ao contrário de outros tecidos comoapele,ouosmúsculosquedependemprioritaria-mente das suas células constituintes, as proprie-dadesdo tecidoconjuntivodependemprincipal-mente da quantidade, tipo e organização da suamatrizextracelular,formadaporfibras(colágenoeelastina),proteinoglicanos,glicoproteinaselíqui-

dolacunar.Comexceçãodolíquidolacunar,todasasoutras substâncias são sintetizadaspelas célu-lasdoprópriotecidoconjuntivo,osblastos,cujanomenclaturavariadependendodalocalizaçãodotecido (osteoblastos, fibroblastos, condroblastos,etc.)(Bienfait,2004;Culavetal.,1999).Amatrizextracelularformadaentãopelasproteí-nasestruturaisfibrosas(colágenoeelastina),pelasglicoproteínasadesivasepelogeldeproteinogli-canos, émaisabundantequeasprópriascélulasdotecidoconjuntivo.Éamatrizquedeterminaaspropriedadesfísicasdotecidoeaformadomes-moemcada local e regula a actividadede suaspróprias células. Essencial ainda é que a matrizextracelulardistribuiastensõesdosmovimentosedagravidadepelocorpo,gerandoequilíbriooude-sequilíbrio,ounalinguagemdaMedicinaChinesasaúdeoudoença.

■ Colágeno e Elastina

Ocolágeno e a elastina são as duas fibras prin-cipais damatriz extracelular. A proporção entrecolágenoeelastinavariadependendodalocaliza-çãodo tecidoconjuntivo, sua funçãoprincipal eestímulosexternossobreestetecido.Aelastina,proteínadelongaduração,éestáveletembaixa taxaderenovação.Éresponsávelpelamaiorpartedaelasticidadedostecidospermitindoaos seusfilamentos deformarem-se quando ten-sionados, podendo estender-se 150% e retomarsua forma anterior. Não é conhecido qualquermecanismoqueestimuleaproduçãodeelastina,massabe-sequeaquantidadedeelastinaencon-tradanotecidorefleteaquantidadedestressme-cânicoimpostoaesteeasolicitaçãodedeforma-çãoreversível(Culavetal.,1999).O colágeno, proteínade curta duração,modifi-ca-se a vida toda.É secretadode acordo comatensãoproduzidapelotecido.Tensõesmaispro-longadaslevamadeposiçãodecolágenoemsérieeassimosfeixesdetecidoconjuntivoficammaislongos, já tensões curtas e intermitentesdensifi-

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camo colágenoe suadeposiçãodá-se empara-leloformandofeixesconjuntivosmaisresistentese compactos, porém com menos elasticidade.Quanto mais feixes de colágeno o tecido tiver,menoselásticoeleserá.Dequalquerformaaca-pacidadedealongamentodocolágenoébastanterestrita,menosde10%(Mattos,2010).Esta capacidade de modificação das fibras decolágeno parece ser a grande responsável pelosdesequilíbriosnoorganismo, jáqueumadasca-racterísticasfundamentaisdafásciaéqueomenortensionamento,sejaeleactivooupassivo,repercu-tesobreoconjunto.Todasaspeçasanatómicasdocorpodestaformaestãoligadasentresi.Asfibrasdecolágeno tornam-semaisdensasnuma tenta-tiva de defenderemo tecido de tensões, e destaformaotecidoficamaissólidoemenoselástico,deixandodecumprirsuafunçãomecânicaerece-bendodesta formaumamaiorcargade tensões,voltandoasedensificar.Alémdareduçãonamo-bilidadeenaelasticidade,adensificaçãodocolá-genodeixaasfibrasmaislargasereduzoespaçoextracelularprejudicandoacirculaçãodosfluidos(Culavetal.,1999).

■ Proteinoglicanos

Segundocomponentemais abundantenamatrizextracelular. São macromoléculas solúveis comumpapel estrutural emetabólico.Algumas fun-ções metabólicas importantes destas moléculassãoahidrataçãodamatriz,amanutençãodaesta-bilidadedarededecolágenoeassimahabilidadederesistiraforçasdecompressão(Bienfait,2004;Culavetal.,1999).Osproteinoglicanosligam-sedeformacovalenteaumaoumaiscadeiasdeglicosaminoglicanos.Ascadeiasdeglicosaminoglicanostemcarganegati-va e criam um potencial osmótico que faz comque amatriz extracelular absorva águadas áreasenvolventesoqueauxilianamanutençãodahidra-taçãodamatriz,sendoqueograudeabsorçãovaidependerdonúmerodecadeiasdeglicoproteínas

notecido.Otecidoconjuntivovaitermaisdestascadeiasdeglicoproteínaseportantomaishidrata-çãoquantomaissujeitoforacargasdecompres-sãocomoéporexemploocasodasarticulações.Destaformaosproteinoglicanostemafunçãodedarrigidezamatrizextracelular,resistindoacom-pressãoepreenchendoespaços.Existemfortesevidênciasmostrandoqueaaltera-çãodafisiologiadotecidoconjuntivoassociadaaostressmecânico,provocaumamudançadaquan-tidade e do tipo de cadeias de proteinoglicanos,oquealtera tambéma formahabitualdo tecido(Bienfait,2004).

■ glicoproteínas e Integrinas

Asglicoproteínasassimcomoosproteinoglicanospossuempapelestruturalemetabóliconotecidoconjuntivo.Formamomucode tecidos e secre-ções.Estasmoléculas temum importante papelempromoveraconecçãoentreoscomponentesdamatrizcelulareentreointeriordascélulaseamatrizextracelular.Atravésdestepapel,temumaimportantefunçãoderegulação,sendocapazesdepromovermudançasnãosónoformatodascélu-las, comonaproliferação ediferenciação celular(Ingber,1998).As integrinas constituem a principal família dereceptores da superfície celular que intervémnafixaçãoda célula àmatriz extracelular.A impor-tância das integrinas é reforçada pelas funçõesque desempenham numa ampla variedade deprocessos bilógicos. As integrinas transmiteminformações de tensão e compressão da matrizextracelular para o interior das células inclusiveparaonúcleo,ecomissoregulamaorganizaçãodo citoesqueleto emodulam processos celularescomoproliferaçãoediferenciaçãocelular,migra-çãoeposicionamentodascélulas,ousimpesmenteotamanhoeformadodasmesmas(Dieter,2005).

■ Fluido Intersticial e Circulação de água Livre

O fluido intersticial preenche todos os espaçoslivresentreascélulasdotecidoconjuntivo,entreos feixesde colágeno e entre a redede elastina.Estelíquido,possuiintensaactividademetabólicacomimportantepapelnanutriçãodostecidosenaeliminaçãodesubstâncias.Éapartirdestelíquidoqueseformaalinfa(MooreePersaud,2005).Como foi colocado anteriormente, a densifica-çãodosfeixesdecolágenoemrespostaatensõesconstantes, reduzo espaço extracelular e conse-quentementeovolumedisponívelparaacircula-çãodofluidointersticial.Pelofluidointersticialocorreacirculaçãodeágualivre,diferenteda circulaçãodefluidos chamadacirculaçãodeáguaassociada.Acirculaçãodeágualivreéumacirculaçãorápida,queocorreutilizan-do asmucinas hidrófilas dos feixes de colágenocomo“conductos”,umavezqueafisiologiadasmucinaspermitetrocasosmóticasmediantealte-raçãodedensidadenomeiointerno.MarcellBien-fait diz sobre esta circulação: “...Não é ridículopensarmos que essa circulação vital poderia sera circulação energética dos acupuntores. Ambasas circulaçõesde água livre e de água associada,dependemdomovimentodafásciaeconfirmama noção de globalidade deste tecido” (Bienfait,2004).

■ A Fáscia e a Sensação de De Qi

Umdosfenômenosligadosapráticadaacupunc-turaequeintrigaoscientistashádécadaséacha-madasensaçãodeDe Qi.Estasensaçãoédescritade muitas formas pelos pacientes: na forma deardor,pressão, choque, calor, etc emuitos auto-resconsideramoDe Qi essencialparaoresultadopositivo da prática da acupunctura. Enquanto opacientesenteoDe Qi,oterapeutasentecomoseotecidoemvoltadaagulhasetivessecontraídoesegurasseaagulhacommaisforça,sendoqueeste

efeitobiomecânicodoDe Qi pode ser chamadode compressão da agulha (needle grasp 1) (Helms,1995).Durantealgumtempoaexplicaçãofisiológicaparaacompressãodaagulhaeraacontraçãodamus-culatura esquelética (Gunn eMilbrandt, 1977) oqueentretantonãoerasuportadopelosresultadosquantitativosdaspesquisas, jáqueacompressãoda agulha aconteciamesmo em locais onde nãohámusculaturaesqueléticacomonopulsoouempunturassuperficiaisapenasatingindoapele.Noiníciodosanos2000,HeleneLangevinesuaequi-panaUniversidadedeVermont,começaramatra-balharcomumanovaproposta:adequeotecidoenvolvidonacompressãodaagulhaerao tecidoconjuntivo(Langevinetal.,2001).Langevin propôs que a compressão da agulhasedáporqueasfibrasdecolágenoeelastinadotecido conjuntivo se enrolam e comprimem aagulhadurantearotaçãodamesma.Destaformaumaligaçãomecânicaentretecidoeagulhaées-tabelecida e um sinalmecânico é transmitido.Asubsequentetraduçãodestesinalmecânicoparaaresposta celularpode explicaros efeitos locais edistaisdaacupunctura.Oenrolardasfibrasdotecidoconjuntivoaoredordaagulha,resultanumagrandeampliaçãodaco-nexãomecânicaentreaagulhaeotecidoconjun-tivonolocaldainserção. Existeporémlogono inícioda inserção,umaforçaqueestimulaasfibras a começarem a se enrolar na agulha, sen-do que esta força parece ser derivada da tensãosuperficial da agulha, somada a atração elétrica(Langevin et al., 2001). Uma vez que o tecidoconectivoé formadoporcélulasenvolvidaspelamatriz extracelular contendo fibras de colágenoeelastinaassociadasaglicoproteinaseproteino-glicanosdecarganegativa(AumailleyeGayraud,1998),aatraçãoelétricadeveocorrerentreometaldaagulhaeascargasdotecido.Estaforçadeatra-

1 Nos trabalhos científicos utilizados neste capítulo o termo utilizado pelos autores é “needle grasp”, que traduzi como compressão da agulha na falta de um termo mais correcto, já que o termo grasp ilustra melhor a capacidade do tecido em envolver a agulha durante o estímulo da acu-punctura.

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çãoéfraca,mascomforçasuficienteparainiciaroenrolamentodasfibrasnaagulhaespecialmentedadoaopequenodiâmetrodamesma.

Umavezqueaagulhadeacupuncturaestejaacopladaaotecido,osmovimentosfeitosnaagulhaenviamumsinalatravésdotecidoconjuntivopeladeformaçãodamatrizextracelularcomomostraaFigura1eaFigura2.

Langevinobservouquedepoisdamanipulaçãodaagulha,asfibrasdecolágenoestavammaisretas,maispró-ximasemaisparalelas.Éestaalteraçãonoformatodasfibrasquecausaumatransmissãodesinalmecânicoatravésdamatrizextracelulareatravésdocitoesqueletodosfibroblastosedeoutrascélulasdotecidoquesofremumareorganizaçãoactiva,estesinalatingeointeriordascélulas,oquedevecontribuirparaosefeitosterapêuticosdaacupunctura(Lavenginetal,2007).Areorganizaçãodocitoesqueletoemrespostaaosinalmecânicorecebidopelamatrizextracelularpodeinduzircontraçãocelular,migraçãoousíntesedeproteínas(Maniotisetal.,1997).

Atraduçãodosinalmecânicoparaointeriordascélulascomasubsequenterespostacelulareseusefeitosemcadeia,podemexplicaroporquêdostratamentosdeacupuncturateremefeitosquedurampormuitosdiasousemanas,oumesmoresolvemoproblemadeformapermanente.

Figura 1: Aimagemdaesquerdamostraainserçãodaagulhanotecidoconjuntivoeadireitamostraquecomarotaçãodaagulhaasfibrasdecolágenorepresentadaspeloama-reloenrolam-senaagulha.Osfibroblastossãoatraídosporestesinalmecânicoeosinalchegaaocitoesqueletorepresentadopelaárearosaescurodafigura(Langevinetal.,2001).

Figura 2:Formaçãodeumaespiralnotecidoconjuntivocomarotaçãodaagulhaemtecidoconjuntivoobservadoaomicroscópio.Osnúmerosde0a7mostramonúmeroderotaçõesefectuadasnaagulha(LangevineYandow,2002).

Alémdaacupunctura,outrasformasdeterapiamanualtemacapacidadedecausardeformaçãonotecidoconjuntivo,eassimproduzirumsinalmecânicopelotecido.UmadastécnicasdentrodaMedicinaChinesacomestacapacidadealémdaacupuncturaéoGuaSha,usadopelosterapeutasparaaplicarforçadecom-pressãoaopaciente.Estaaplicaçãodeforçaconcentradaelocalizadanãoépossívelapenascomasmãos.Aestimulaçãomecânicafeitanestecasonostecidosmoles,resultaemumaproduçãodefactoresmecânicosdecrescimentoqueactivamemodificamcélulasmusculareseotecidoconjuntivo(Findleyetal.,2012)

■ A Fáscia e os Pontos de Acupunctura

OideogramaChinêsquerepresentaopontodeacupuncturatambémsignifica“buraco”,oquedáaidéiaqueospontossãocomofendasnotecidoondeaagulhapodepenetrarmaisprofundamenteeteracessoacomponentesmaisprofundosdotecido(O’ConnoreBensky,1981)(Figura3).

Figura 3: ideograma Shu simplificado, usado demaneira geral para representar todos os pontos docorpo.O termo Shu tem diversas representações ediversossignificados.(Zhang,2006)

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Ostextosdeacupuncturamaisrecentesrelacionamalocalizaçãodospontosaestruturasanatómicaseme-didasespecíficas,masapesardestasreferênciasamelhorformadeencontraropontoexactoéatravésdapalpação,duranteaqualoacupuntorprocuraporumadepressãoleveoumesmopelasensaçãodecederdotecidoaumapressãosuave(LangevineYandow,2002).

Tradicionalmenteaacupuncturaéfeitaempontosespecíficosdocorpo,ospontosdeacupuncturaaolongodemeridianosdescritosámilharesdeanos.Muitosdesteslocaiscomoosestudosanterioresmostramresi-demsobrelâminasdetecidofascialentreosmúsculosouentremúsculosetendões.Seguindoestaestrutura,quandoaagulhaéinseridanopontocorrecto,irápenetrarprimeiroatravésdadermeetecidosubcutâneoeemseguidanotecidoconjuntivointersticial,enquantoqueporoutroladoseaagulhaforinseridaforadopontocorrectoirápenetraradermeeotecidosubcutâneoedepoischegaraumaestruturacomoumossoouummúsculo,comomostraaimagemnaFigura3

Figura 3:OpontoVB32(Zhongdu)situadonotecidoconjuntivodeconexãoentreosmúsculosbíceps femoralevasto lateral, eempretoopontodecontrole.DamesmaformanafiguradadireitaoIG14(Binao)entreosplanosfasciaiseopontodecontrole(LavegineYandow,2002)

HeleneLaveginanalisouimagensdecortestransversaisdobraçocomalocalizaçãodepontosdos3me-ridianosYinqueporaípassam(Coração,PulmãoePericárdio)edos3meridianosYang(IntestinoGrosso,IntestinoDelgadoeSanjiao)everificouque80%dospontosdeacupuncturadestemeridianoslocalizam-seemclivagensdeplanosfasciais,ondeaagulhaaoserinseridaencontraráumamaiorquantidadedetecidoconjuntivoemrelaçãoaospontosdecontrole.JamesFoxjuntocomHeleneLavegin,em2008(Foxetal.,2008)fezumestudoatravésdeimagensdeul-trasomduranteapunturanopontoVB32(Zhongdu)enumpontocontrolepróximo(Figura3).Paraevitarqualqueralteraçãomecânicanapuntura,amesmafoifeitadeformacomputadorizada,porissosempreigualemtodososlocais.Osresultadosdestetrabalhomostraramqueacapacidadedasfibrasdotecidoconjuntivoseenrolaremnaagulhadeacupuncturaémaiornopontodeacupuncturaemrelaçãoaopontocontrole,equeoestímulomecânicocriadopelaagulha,sepropagapormaistempoeamaiordistâncianopontodeacupunctura.

■ A Fáscia e o Trajecto dos Meri-dianos

Osmeridianos tão procurados por anatomistas,parecemafinalestarrelacionadosalinhasmiofas-ciaisdetensãocriadasaolongodocorpo.Estetemaficaráparaa2ªpartedestarevisão,ondeseirádestacarotrabalhodedoisautoresquepa-recem ser se não os únicos,mas os primeiros adesenvolverumconceitomaisprofundorelacio-nandoafásciacomaregulaçãoemovimentaçãodocorpo,assimcomocomoequilíbriodocorpodeformaglobal.PhillipBeachéumOsteopataaustralianoquenadécada de 80 começou a estudarMedicina Tra-dicionalChinesa edesenvolveu alguns conceitosinteressantessobreosmeridianosdaacupunctura.Emseu livro“Muscles an Meridians – The Manipu-lation of Shape”,Beachdizqueosmeridianossãolinhasqueparecemnãoseguirnenhumaestruturaanatómica, alguns seguem em linha reta, outrosem zigue-zague.Nesta altura este autor já suge-riaqueosmeridianosdeveriamseguiraslinhasdafáscia, porém ele próprio comenta que umavezquea fásciaestáemtodaaparte,naquelaalturaestaafirmaçãoacabavasignificandozero.(Beach,2010)Uma década depois, outro terapeuta, ThomasMyersquenosanos90ensinavaAnatomiaMio-fascialnoInstitutoRolf começouaexclareceroparadigmadeBeachemostrarqueapesardafásciaestar em todoo corpo e em cada célula, a pos-sibilidadede relação comosmeridianosda acu-puncturaera real.Myerscomeçouadesenvolverjuntocomseusalunosumtrabalhoexaustivonaáreadascadeiamiofascia. Nestaalturatodososlivrosmostravamateoriademúsculosindividual-mente,masIdaRolf diziasemprequetudoestavaconectadoatravésdafáscia.Estetrabalhoresul-tounapublicaçãoem2001daprimeiraediçãodeseulivro“ Anatomy Trains”.Myers,desenvolveuasrelaçõesdiretaseindiretasentremúsculosemovi-mentos,enoseutrabalhomostraqueestes“meri-

dianos”outrilhosmiofasciaisformamlinhaspelocorpoporondesãodistribuidastrações,tensões,fixações,compensaçõeseamaioriadosmovimen-tos do corpo.Ao todoMyers descreve 12 linhatensionaisqueseinterconectamedãosustentaçãobiomecanicaatodocorpo2.(Myers,2009)Um dos fundamentos básicos utilizados porMyersparadefinirostrilhosmiofasciaisfoiadi-recção eprofundidadedasfibras fasciais encon-tradas.Segundoele,ostrilhosmiofasciaisdevemprosseguir emumadireçãoeprofundidadecon-sistenteatravésdeconexãodirectapelamembra-nafibrosa ou indirecta, conectadas pormeio deuma junção óssea interposta.Mudanças bruscasdedireçãoouprofundidadeacabariamporanularacapacidadedotrilhomiofascialemtransmitiratensãoparaopróximoelodacadeia.Segundoanoçãodeglobalidadedafáscia,qualquerlesãonotrilhomiofascialpodegerarproblemasemtodaacadeia e atrapalhar a transmissãode tensão.Emtermos clínicos, ele conduz a um entendimentodiretamenteaplicáveldecomoproblemasdoloro-sos emuma área do corpopodem estar ligadosauma região totalmente“silenciosa” e até certopontodistantedesseproblema.Dessaformaoco-nhecimentodostrilhospermiteaoterapeutadefi-nirumaestratégiadetratamentoglobalemtodootrilhoafetado,umaestratégiaholística.Oconceitodequeafásciaconectaocorpocomoum todo em uma trama semfimnão é antagô-nicoaoconceitomúsculo–ossoapresentadonadescriçãoanatómicausual,aocontrário,écomple-mentar.Quandoumapartedocorposemovimen-ta,ocorporespondecomoumtodoefuncional-menteoúnicotecidoaoqualsepodeatribuiressarespostaéotecidoconjuntivo.PhillipBeachcorroboraesteconceitoemsuate-oria de “campos contrácteis”, onde desenvolveummodelodecompreensãobiomecânicadetodoocorpo,não sódamusculatura,mostrandoque

2 Para evitar equivocos, uma vez que Myers chama suas linhas de me-ridianos miofasciais, neste trabalho as linhas de Myers receberão o nome de trilhos e o uso do termo meridianos será exclusivamente para os me-ridianos da medicina chinesa.

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cadacélula individual temelementoscontrácteis,jáquetudoestáenvolvidopelafáscia,sugerindoquedesde apressão sanguínea até a funçãodosrinsafetaospadrõesdemovimentoe formadocorpo.DestaformaomodelodeBeachsegueme-nosaanatomiadafáscia(comoodeMyers)emaisa lógica dosmovimentos, relacionando posturascorporais com a facilidade empalpar os pontoscorrespondentes a determinados meridianos daacupunctura e sua relação superficial e profun-da.EmseutrabalhoBeachmostraaindacomoapuncturadecertospontosalteraaposiçãosubtildocorpoedizqueaescolhadospontoséumamaneirademanipularaforma,sendoqueformaefunçãoestãoprofundamentecorrelacionadas.Ambososautorescitam-semutuamenteemseustrabalhos e comentam não só a estreita relaçãoentreosconceitosquedesenvolveramsugerindo--oscomocomplementares,comoaindaarelaçãoentreseustrabalhoseaMedicinaChinesa.

■ Conclusão

Nesta primeira parte da revisão sobre o papelda fáscia naMedicina Chinesa, pode-se ver queapesar de a acupunctura e as descobertasmaisrecentessobreotecidoconjuntivoeseupapelnocorpoestaremseparadospormilharesdeanos,aacupuncturaeafásciaparecemestarintimamenterelacionadas.Actualmente os estudosmostramque funcional-mente a redede tecido conjuntivonãopromoveapenas suporteparaocorpo,mas tambémman-témobalançodoorganismoaoregularosreflexosneurais,aactividadeneuroendócrina,aimunidadeeatravésdareparaçãodedanosemcélulasetecidos.Destaformacoloca-seahipótesedequeexisteumsistemadeautovigilâncianocorpohumanoquedifereessencialmentedosnovesistemasfuncionais(sistemadigestivo,nervoso,respiratório,circulató-rio, estrutural, glandular, urinario, imunológico elinfático)queregulaatravésdafásciaoequilíbrioeahomeostasedoorganismo(Wang,2007).

Partindo-se do princípio quemesmo uma ener-gia subtil precisa de ummeio físico para fluir esemanifestar, ebaseadonos estudosque foramapresentados,pode-sedefinirqueafásciaéabasefísicaporondeoQicircula,esuasfibrassãoes-senciaisparaatransmissãodosinaldeacupunctu-ratantoemtermoslocaiscomoàdistância,pode-mosdizerqueacondiçãodafásciaseráessencialparaumbomfluxodeQinoorganismo.Emtermosfuncionais,afásciamoldaedáformaao corpo.Aestruturada fáscia aumenta a resis-tência,melhoraacirculaçãosanguíneaeabsorvechoques, além de manter o corpo estruturado,protegido e lubrificado. Permite que a estruturacorpóreasemovafacilmente,deslizandoaslâmi-nasfasciaisumasobreaoutraàmedidaquenosdobramosenosmovemos.Asrestriçõeseaderênciasnafásciaeentreoste-cidosadjacentes,comonocasodetraumatismos,stress,processosinflamatórios,cirurgias,máspos-turas,etc, tornaafásciamaissólidaeencurtada,criandopressõesemáreassensíveis,levandoàdor,restrições de movimento e mau funcionamentodosórgãos.Numtraumaouirritaçãoocorpocriaumtecidocicatricialparaajudarareparareaimo-bilizaraárea,talqualumabandagem.Elaligaasestruturascomosefosseumacolaesetornaparteestruturaldafáscia.Aporçãodafásciaqueforne-celubrificaçãoparaamobilidade,agorapodetor-nar-seumasubstânciapegajosaesólida.Istopodeinibiracirculaçãodosangueedalinfa,reduzirosmovimentosdocorpo,inibiraforçadosmúsculosecomprometerasfunçõesorgânicas.OfluxodeQiserádebilitadoouirregularedesequilíbriosirãoaparecer no organismo.Estudosmostraramquepacientescomdores lombarescrônicaspossuemafáscianaregiãolombarmaisdensaecomfibrasmais desorganizadas do que pacientes sem dorlombar(Langevinetal.,2009).

Temos que nos lembrar que a fáscia é continuaao longo do corpo, assim como a circulação deQi,assimquandoumaseçãodelaseretraioufica

imobilizada, pode afetar outras áreas oumesmoafetarocorpointeirojáqueosuavefluxodeQi ficará comprometido.Damesma forma quandoumbloqueioouumacicatrizétratada,elaliberaofluxodeenergia,transmissãonervosaecircula-çãosanguínea.Acirculaçãodeáguapela fáscia é essencialparaasaúdedopróprioorganismo,assimcomoahi-drataçãodaprópriafáscia,umavezqueamatrizextracelulardeveestarbanhadapelofuidointers-ticial. Assim quando este aspecto do corpo nãoestábem,surgembloqueiosecomelessinaisdedesequilíbriodoorganismo.Edemasquesurgempelaimobilização,manchasnapele,espinhas,fu-rúnculos,vermelhidão,sãoexemplosdeestasedolíquidolacunar;doresagudassemgravidade,do-resquese irradiamou‘queimam’,aretraçãoeoencurtamentomuscular,sãobloqueiosdafáscia.Marcell Bienfait diz que a osteoartrose (densifi-cação, calcificação e degeneração da cartilagem)ocorrepelomalfuncionamentodabombaarticu-larcausadapelaperdadaelasticidadecápsulo-liga-mentar-comumnoprocessodeenvelhecimentoepelaociosidadedohomemmoderno.Defactoopróprioprocessode envelhecimentodohomemé a densificação progressiva do tecido conjun-tivo, reduzindo o volume dos espaços lacunareseacirculaçãodosfluídos(Bienfait,2004),oquenaMedicinaChinesachamamosdevaziodeYincausadopelaidadeeesgotamentodosfluidosor-gânicos.

Aacupunctura é capazdeproporcionarumaal-teraçãono tecidofascialatravésdoenrolamentodasfibrasdecolágenoaoredordaagulhaedaca-deiadeeventosgeradosporesta transmissãodesinalmecânico.Aindaestáporserdeterminadoamaneiracomocadaumadasdiferentesformasdemanipulaçãoda agulhade acupunctura afecta asdiferentesrespostascelularespossíveis.AconexãoentrementeecorpotãoimportantenaMedicinaChinesaepor tanto tempodeixadadeladopelamedicinaOcidentaléfundamentalparao bom funcionamento da fáscia e consequente-menteaboacirculaçãodoQi.Imagine-senopapeldospulmõestentandorespirarplenamentenumapessoa deprimida, curvada, sobre tensão. Imagi-ne-senopapeldosrinstentandofiltrarosanguequandoosseusductosevasosinternostemoes-paçolimitadoporqueaposturaestácontraídaouocorpocaídoparabaixo.Imagine-senopapeldofígadotentandopurificarosangueeeliminarde-tritostóxicosoumetabólicosenquantoseudonoestá frustrado, enrijecido e afundadona cadeira.Ajustaraposturacorporal, trabalharamentedeformapositivaotimizatodososaspectosdofluxonaturalinterior,ofluxodeQimelhoraquandoserelaxaaposturacorporaleaquietaaconsciênciaeesta capacidadede trabalhar emconjunto corpoementeéfundamentalnaMedicinaChinesa,nasArtesMarciaiseemtodasasterapiasholísticas.

PALAVRAS-CHAVE:Fascia,Tecidoconjuntivo,Meridianos,Tensegridade,De-Qi.

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APLICAçÃO DA ANESTESIA COM ACUPUNTURA NUMA ENDODONTIAPaciente com nevralgia do trigémeo (NT) bilateral

NunoPacheco,AndréSantos*[email protected],[email protected]

Resumo:

Apaciente,umamulherde51anos,apresentavaumquadroclinicocomdiagnósticorarodenevral-giado trigémeo(NT)bilateralcomsintomatologiadolorosanazonadodente17.Foi realizadaaendodontiacomatécnicaanestésicaporacupunturaeelectroestimulação.Nenhumaoutraformadeanestesiaquímicafoiutilizadanesteprocedimento.TendocomobaseateoriabásicadaMTC,oprotocoloutilizadofoi:ID18(Quanliao),E3(Juliao),4Ig(Hegu),ponto 20 Vg(Baihui)eopontodenteeShenemendeauriculoterapia.Acorrenteelé-tricaescolhidafoiadenso-dispersa,própriaparaanalgesia.Após15minutos,foramfeitosostestesdesensibilidade(negativos),iniciou-seoprocedimentoen-dodôntico.AzonaatratarestavaanalgesiadaeadordaNTnãofoiativada.Conseguiu-seumaanalgesiacompletadazonaatratar,permitindoassimqueotratamentoemcausafosserealizado.Nãoforamregistadososefeitosadversosdaanestesiaquímicaporinfiltração,nome-adamente,abocadormente,alergiaàanestesiaquímica,dorpósoperatória.NumcasocomplexocomoestedeNTbilateral,aanestesiaporelectroacupuntura,foiaopçãomaisvantajosaparaapaciente.

* Síntese curricular:

NunoPacheco-LicenciadoemCiênciasreligiosas,pelaUCP,DiplomadoemMTC,Aromoterapia,reflexologia,Auriculo-terapia,peloIPN,FormadornaÁreadeMTC,àsdisciplinasdeEstruturademeridianoselocalizaçãodePontos(EMLP)eNutriçãoeDietética,naperspetivaoriental(NUD).ExercefunçõesdeterapeutadeMTCemváriasClinicasMédicasedemedicinaDentária,palestranteemcongressosdaáreadasterapêuticasnãoconvencionais,autordeartigosemrevistasdaespecialidade,vice-PresidentedaAssembleiaGeraldaApsana.

AndréSantos-DiplomadoemMTC,Shiatsu,reflexologia,Auriculoterapia,peloIPN,FormadornaÁreadeMTCàsdiscipli-nasdeauriculoterapia,Shiatsueacupuntura.Pós-graduaçãoemacupunturapeloIPN.ExercefunçõesdeterapeutadeMTCemváriasClinicasMédicasedemedicinaDentária,palestranteemcongressosdaáreadasterapêuticasnãoconvencionais,autordeartigosemrevistasdaespecialidade;PresidentedaAssembleiaGeraldaApsana.

■ estudo de caso ■ Definição de endodontia

Endodontiaéaciênciaqueenvolveaetiologia,aprevenção,odiagnósticoeotratamentodasalte-raçõespatológicasdapolpadentáriaedassuasre-percussõesnaregiãoperiapicale,porconsequên-cia,noorganismo(Leonardo,M.R.,2008).Do ponto de vista etimológico, endodontia éa especialidade da odontologia que se ocupa dointerior do dente, mais especificamente, de umtecido conectivomuito especifico que só se en-contranosdentes,conhecidoporpolpadentária(Rodrigues-Ponce, 2003). É na parte da polpa,ondeseencontramasterminaçõesnervosaseair-rigaçãosanguíneadodente,quesecentraomaiorinteresse da endodontia, também conhecida pordesvitalização,termoqueporvezesestáincorreto,poisodentejánãotemvida.O elevado grau de conhecimentos sobre as ca-racterísticas anatómicas dos dentes e o aperfei-çoamento da técnica manual para compensar ainacessibilidadevisualque se temdo local a tra-balhar,exigequeaendodontiaimpliqueumasériedefasesque,aseremignoradas,podemtornarumtratamento endodôntico aparentemente simples,emalgodifícile,muitasvezes,impraticável.(Bra-mante,M.B.,2004).Édesalientarquequalquertratamentoendodôn-ticopodeapresentarcomplicaçõesoumesmoaci-dentes,quenecessitarãodeoutrotipodeinterven-ções(Andretta,2009).

■ Nevralgia do trigémeo (NT): breve resumo

A nevralgia ou neuralgia do trigémeo apresentaumquadroclinicotípicoecaracterístico,queédi-fícilconfundircomodontalgias(Loeser,1985;Tei-xeira,1997;Siqueira,2003).ANTéumasíndromededorcronica,carateriza-daporparoxismosdedorexcruciantenoslábios,gengivas,bochechas,queixoemuitoraramentenaregiãoenervadapeladivisãooftálmicadoquinto

parcraniano.AdordaNTafetademaneiradra-máticaaqualidadedevidadospacientesacometi-dos(Alves,2004).Adorédesencadeadaportoqueemdeterminadospontos,pontosgatilho,ouporaçõescomolavarosdentes,mastigaroupodemesmoserespontâ-nea.Podeterumafrequênciaelevada,sendocapazderepetiraté100vezespordia,oquelevaaumaincapacidadetotal.Amaioriadospacientesdefinea dor como que relâmpagos que atacam a face,nomeadamenteazonadamaçadorosto,pertodonarizouáreadamandibula.Muitasteoriasforampropostasparaexplicarafi-siopatologiadaNT,masnenhumaexplica todososaspetosclínicosdestacondição.(Alves,2004).ANT tem umdiagnóstico difícil, pois a ausên-ciade testes laboratoriais e anátomo-fisiológicosobjetivoseoamploespetrodesíndromesdedorfacial, tornamesta patologia difícil de diagnosti-carparanão-especialistas(Alves,2004).SegundoAlves(Alves,2004),odiagnósticodaNTdependeestritamente da história clinica e pelo preenchi-mentodoscritériosdaIHS–InternationalHea-dacheSociety(QuadroI)edaIASP–Internatio-nalAssociationfortheStudyof Pain.Nocasoemestudo, aNTbilateral aindaémaisrara,oquetornaarecolhabibliográficaaindamaisdifícil.OtratamentomédicodaNTutilizamedi-camentos antiepileticos (carbamazepina e oxcar-bazepina,osdeprimeiraescolha)ecasofalhem,poder-se-árecorreraprocedimentoscirúrgicos.

■ Acupuntura e analgesia

Emborasendoumamedicinamilenar,aacupun-turanãosepôdeincorporarnoarsenalterapêuticoocidental até relativamente pouco tempo (Gau-dy,2006).Ostemposmudarameapesquisacientífica,alia-daàpublicaçãodeváriosestudos,fazem,hoje,daacupuntura uma ferramenta eficaz e de grandeutilidadenocampodaanestesiae,comparticularinteresseeeficácia,namedicinadentária.

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ReconhecidaquerpelaOMSquerporoutrosor-ganismosinternacionais,aacupunturaeasuaapli-caçãonaanalgesiatemvindoacrescereosrelatosapresentados confirmam, mostrando evidênciascientíficas,asuaeficácia.Graçasao trabalhode-senvolvidonosúltimosanos,àrealizaçãodeestu-dosepublicaçõesdeestudosefetuadossegundoasexigênciasdamedicinabaseadaemevidências(que,contudo,jánãodeveterapretensãodeva-lidartudo:sóreúne20%doconsensomédico)sepôdeincorporaraacupunturaemconsultashos-pitalaresemédicas(Gaudy,2006).Não querendo fazer deste trabalho uma longaabordagemcientíficaexaustiva, tentaremosmos-trar, através deste caso prático, a aplicabilidade,com sucesso, da anestesia com acupuntura, naendodontia,numapacientecomnevralgiadotri-gémeobilateral.Segundo a MTC a nevralgia do trigémeo podeterasuaorigemnainvasãodeventofrionaface,quepodeserfacilitadaporumacondiçãopreexis-tentededeficiênciadeQieXue(ROSS,2005).Asuaorigempodeestarrelacionada,também,comproblemas de dentes. Segundo Ferreira, (Ferrei-ra,2011), aMTC incluiaNTnador facialenaodontalgia, sendo consideradas na sua etiologiaasagressõespelasenergiasperversasvento/frioevento/calor ou por subida à extremidade cefáli-cadofogointernoqueoriginaumaobstruçãonacirculaçãodeQiedeXue,causandodor;fogodefígadooufogodeestômago,associadosaraivare-primidaepreocupação,deficiênciadeYindeRimou a hábitos alimentares irregulares (Ross,2005).O seu tratamento em MTC deve ter em contasimultaneamente quer as ramificações do nervotrigémeoequerascausasdanevralgiadebasedodiagnósticoemMTC.

PREPARAçãO DA PACIENTEApósarecolhadedadosdagrelhaelaborada,pas-samosparaapreparaçãodapaciente,tarefalevadaacabopelaequipa.Numaprimeirafaseamedicadentista abordou a paciente para a possibilidade

de se realizar a anestesia com acupuntura, factoqueapacienteaceitou.Deseguidaosterapeutasde acupuntura explicaram todooprocedimento,detalhadamente.Notou-sealgumaapreensão ini-cialnapaciente,querapidamente,apósaexplica-çãodetodooprocedimento,ficoumaisdescon-traídaeconfiantenotratamento.Derealçarqueapacientenuncatinharealizadonenhumtratamen-todeacupunturaeoseudesconhecimentosobreaterapiapoderiaterajudadoaum“certomedo”,(palavrasdapaciente)ealgumadesconfiança.Jána salaonde se iria realizar a endodontia, fo-ramcolocadasasagulhasdeacupunturaeligadasà máquina de electroestimulação. Foi aplicadauma corrente denso-dispersa/analgesia.Durante15minutos a corrente foi sendo aumentada atéapaciente referir formigueirona zona a tratar euma certa dormência (Ver correntes no ponto4.3).Nestemomentoamédicadentistacomeçouarealizaralgunstestesdesensibilidadeeperanteosresultadosiniciouoprocedimentoendodônti-conodente17.Durantetodooprocedimentofoirealizadoshiatsucranianoàpaciente,pararelaxar.

MATERIAL UTILIzADOOmaterialutilizadofoiescolhidopelassuascarac-terísticasmais especificas, nomeadamenteo tipodeagulhaeamáquinadeelectroestimulação.Nãoapresentaremosomaterialnecessárioparaapartedentária,nemomaterialdeesterilização,poisésu-postoasuautilizaçãoemqualquerprocedimentoendodôntico,taiscomoluvas,máscarasedemaisacessórios.O tipode agulha utilizada foram agulhasfilifor-mescomcânuladamedida0,25x25mme0,13x18mmde ligametálica e com revestimentode co-bre,porquea condutividadeémelhor,damarcaTEWA,defabricochinêsecontrolodequalidadealemão.Estaagulhapermiteumainserçãorápida,indolor,namaioriadoscasos,degranderesistên-ciaecomumacondutividadeexcelente.AmáquinadeelectroestimulaçãoutilizadafoidamarcaHwato,modeloSDZ-IV,digital,deseisca-

naisdesaída,com3correntespré-defenidas:correntedetonificação,correntededispersãoecorrentedenso--dispersa,autilizadanestecaso.Omodeloemcausaédosmaisatuaisdomercadoeofereceuasgarantiasexigidasnestetrabalhoemclinica.

PROTOCOLO DE PONTOS SELECIONADOSAseleçãodepontosfoicriteriosa,tendoemcontaoobjetivoprincipal,aanalgesia.Contudo,ofactodeapacientesofrerdenevralgiadotrigémeobilateral,tambémpesounaescolhadospontosdeacupuntura.TalcomodizJeremyRoss(Ross,2005)acombinaçãodepontosaquiescolhidanãotemaintençãodeserumafórmulafixa.Sãodadascomodiretrizespassíveisdemodificaçãodeacordocomasnecessidadesindividuaisdopacienteeestilodoterapeuta(Ross,2005).Certoéqueacombinaçãopropostatemcomoprincípiosteóricosdecombinaçãoabasedateoriadame-dicinatradicionalchinesa(MTC).Foiaindautilizadopontosdaauriculoterapia,comoauxiliardaanalgesia.O protocolo por nós proposto é o seguinte:ID18 (Quanliao),E3(Juliao),4Ig(Hegu),ponto 20 Vg(Baihui)eopontodenteeshenemendeauricu-loterapia.

Foto 1:Localizaçãodospontosdeacupuntura(imagemrealdocasoemestudo)

Aescolhadestespontostevecomoprincipalpreocupaçãoaanalgesiaeapatologiadapaciente,NevralgiadoTrigémeobilateral.Porquesetratadeumaáreaanatómicarestrita,nãoutilizamosmuitosmaispontosque,segundoassuasaçõesemMTC,poderiamserúteisnumtratamentodistintodapatologiadapaciente.Comopontoslocais,escolhemosoponto18doIDeoponto3doE. O ponto 18ID – quanliao-temasualocalizaçãonabordainferiordoarcozigomático,perpendicular-

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menteabaixodoânguloexternodoolho,namar-gemanteriordomúsculomasséter(Jarney,2010).Aprofundidadedeinserçãofoide0,3a0,5Cun,(Yu-LinLian,2005)obliqua,emdireçãoàzonaaanalgesiar.Estepontotemcomoindicaçõesasín-dromedolorosamiofascial(síndromedeCosten),nevralgiadotrigémeo,espasmofacial,dordentá-ria,sinusitemaxilar,transtornosgnatológicos.NaMTCasuaaçãotorna-oimportantenostranstor-nos faciais dovento-frio e vento-calor e alivia ador(Ross,2005).

O ponto 3 do E - Juliao localiza-se abaixo doarco zigomático, diretamente abaixo do 1E, aoníveldaextremidadeinferiordaasadonariz,nomúsculo zigomático menor e, mais profunda-mente,nolevantadordoângulodaboca(Yu-LinLian,2005)(Jarney,2010).Ainserçãofoide0,2a0,5cun,obliquaemdireçãoàzonaaanalgesiar.As suasprincipais indicações são: congestãona-sal,sinusiteedornabochecha(Jarney,2010),noentanto,podeserutilizadonaparalisiafacialenanevralgiadotrigémeo(Ross,2005).

O ponto 4 Ig – HEgU, ponto Yuan – fonte,teminúmerasvariaçõesparaalocalização,sendorecomendadaapalpaçãodaáreainteiraàprocurados pontosmais reativos (Jarney, 2010).No en-tantoalocalizaçãopadrãomaiscomuménascos-tasdamão,aoladodopontomédiodosegundoossometacárpico,nomúsculoabdutordopolegar(Yu-Lin Lian,2005). Segundo Jarney ,2010, a lo-calizaçãopadrãoéocentrodomúsculo,entreoprimeiroeosegundoossometacárpico,nopontomaisaltodasaliênciadomúsculointerósseodor-sal quando o polegar está aduzido, no nível dopontomédiodosegundoossometacárpico (Jar-ney,2010).

Por causa desse efeito extremamente poderososobreocorpoeamente,oIG4talvezsejaopon-todeacupunturamaisusadode todoocorpoetemsidoempreguenamaioriadasdoençasesin-

tomas(Jarney,2010)).Estepontoéconsideradoumdospontosmais importantesdocorpoparaaanestesia(combinadocompontosnasorelhas),poismovefortementeoQiestagnadoedescendeoyangexcessivo,aliviando,dessaforma,adoreacalmaamente(Jarney,2010).Trata-sedopontodistalmaispoderosoparatratardesordensdaface,bocaeórgãossensoriais(Jarney,2010).Nassuascapacidadesde tratamentopodemos incluirumalista bastante alargada de ações.Aqui apresenta-remos as quemais se adequam a este caso: dorfacial,nevralgiadotrigémeo(Ross,2005),dordedente,dorerigidezdamandíbula(Jarney,2010).Ainserçãofoide0,5a0,8cunperpendicular(Yu--LinLian,2005).

ELECTROESTIMULAçãO: TIPO DE CORRENTES E FREqUêNCIAS E DURAçãOApartirde1934sãoefetuadososprimeirostestesdeacupunturacomelectroestimulação.Nadécadade40e50,médicosjaponesescomeçamatraba-lhar com a electroacupuntura. Segundo Silvério--Lopes( Silvério-Lopes,2007), a justificativa, é apremissadequesomadososestímulosdaagulhaedaelectricidadeháummaiorefeitoanalgésico,mediado por opióides endógenos. O desenvol-vimento desta técnica evolui muito nas últimasdécadas,sendocadavezmaisutilizadaaelectro-acupunturanasmaisdiversasáreas:dor,estética,psiquiatria,anestesia.Acorrenteusadanestecasofoi aDenso-Dispersa, amais apropriada para aanalgesia.Trata-sedeumacorrentecomdoistiposdepulsos,ondeumutilizaumacorrentetonifica-doraeoutro,umacorrentequedispersa,sendoasensaçãonopaciente,umperíododeestímuloeoutrode repouso,provocandoassimumamaiorlibertaçãodeopióidesouneuropétideosopióidesendógenosquemodelamoprocessobioquímicodaanalgesia(Silvério-Lopes,2007).Sendoumprocessogradual,debaixaintensidadee frequência até atingir a analgesia, definimos oprocedimentosegundooquadroseguinte:

FREqUêNCIA INTENSIDADE TEMPO

CORRENTE DENSO-DISPERSA

10 Hz 10 Hz 5 MIN.

PRIMEIROS SINAIS DE FORMIGUEIRO

30 Hz 15 Hz 5 MIN.

EFEITO ANALGéSICO ATIVO. INICIO DO PROCEDIMENTO

ENDODôNTICO50 Hz 20 Hz 7 MIN.

60 Hz 25 Hz 5 MIN.

80 Hz 30 Hz (TOLERADAPELAPACIENTE)

ATÉFINALDOPROCEDIMENTOENDODôNTICO

Noiníciodoprocesso,acorrentefoibaixaparaqueapacienteseambientasse,subindogradualmenteatéàprimeirasensaçãodeformigueironazonaatratar.Apósosprimeiros10minutosdeelectroestimulaçãoapa-cientereferiuosprimeirossinaisdeformigueiro,aumentando-seafrequênciaeaintensidadeparavaloresde50hze20hz,respetivamente.Após15minutosdeelectroestimulação,foramrealizadososprimeirostestesdesensibilidade:toque,frio.Ostestesforamnegativosàsensibilidade.Iniciou-seoprocedimentoendodônticoaos20minutosjácomumafrequênciaeintensidadede60hze25hz,respetivamente.Oprocedimentoendodônticodecorreusemproblema,apacientenuncareferiudornemdesconforto.Afre-quênciaeaintensidadeforamaumentadasatéaolimitede80hze30hz,respetivamente.Aelectroestimulaçãofoidesligadaapósaconclusãodoprocedimentoendodôntico.Acorrentedenso-dispersagarantiuquetodootratamentodecorressedentrodosparâmetrosnormaisdeanalgesia,istoé,nãofoisentidaqualquerdor,nemdesconforto.EmrelaçãoàNT,nãohouvesinaisdeativa-ção,nemantesnemdepoisdoprocedimentoendodôntico.

RESULTADOS VERIFICADOSOsresultadosverificadosconfirmaramqueaanestesiaatravésdaacupunturafuncionou.Apacientenuncareveloudor,mantendo-sedurantetodootratamentobem,confianteesemrevelarqualquertipodedescon-forto.AdordeativaçãodaNTnãofoiregistada.Desalientarquenãofoiusadaqualqueranestesiaquímica,ouqualqueroutrométodoanestésico,àexceçãodaanestesiaporacupunturaeelectroacupuntura,emtodooprocedimentoendodôntico.Estedecorreusemintercorrênciaseforamrealizadastodasastécnicasnecessáriaseespecificasestabelecidas,apriori,paraestetratamento.

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■ Conclusão

Aanestesiaatravésdaacupunturaeelectroacupunturapermitiurealizaroprocedimentoendodônticopro-postoparaestecasoclinico.FoiconseguidaumaanestesiacompletadazonaatratarenãofoiativadaadordaNT.Nãoforamregistadososefeitosadversosdaanestesiaporinfiltração,nomeadamente,abocadormente,alergiaàanestesiaquímica,dorpósoperatória.Torna-seclaro,queanalisandoemprofundidadeocasoatratar,aanestesiaporelectroacupuntura,poderáserumasoluçãobastanteeficazesemosefeitosadversosdaanestesiaquímicaporinfiltração.Serãoprecisosmaiscasosparaqueosconhecimentosdosseusefeitossejamdivulgadosepostosemprática.Umadosegrandededesconhecimento,oumuitasvezes,faltadevontade,levaaqueestesprocedimentosanestésicoscomplementares,sejampostosdeparte.Enemsetratadeumacréscimosignificativonovalormonetáriodostratamentos.Aanestesiaatravésdaacupunturaeelectroacupunturamostrou-seumaferramentadetratamentoanestésico,emodontologia,capazdeobter resultadosbemsignificativos,merecedoresdenovosaprofundamentosenovasáreasdeaplicação.NumcasocomplexocomoestedeNTbilateral,aanestesiaporelectroacupuntura,foiaopçãoquemaisvantagenstrouxeramparaapaciente.Osresultadosobtidossãobastanteanimadoresecapazesde,porsisó,mereceremmaisatençãodosespecialistasemodontologia.

PALAVRAS-CHAVE:AnalgesiaDentária,Acupuntura,Eletroacupuntura,NevralgiadoTrigêmeo,Endodontia.

║ REFERêNCIAS BIBLIOgRáFICAS

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A ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DE DTM E DOR OROFACIALLuísM.S.Viegas [email protected]é[email protected]ã[email protected]

Resumo:

Osdistúrbios temporomandibulares (DTM)e adororofacial sãoproblemasque atingemgrandepartedapopulação,relacionando-sequercomaregiãodaarticulaçãotemporomandibular(ATM),quercomoutrasestruturasdacabeça,face,pescoçoedacavidadeoral.Oobjetivodeste trabalho foi estudar a açãodaAcupuntura, comoespecialidadecoadjuvante,notratamentodeDTMedoresorofaciais.Pretendeu-severificarosprincipaissintomasnumgrupodepacientescomDTMedoresorofaciais,selecionaraterapêuticaadequadaacadacaso,combasenosprincípiosdetratamentodaAcupuntura–MTC,registandoosresultadosobtidos.Ficoudemonstra-doqueaAcupuntura,quandodirecionadaparacadaindivíduo,conduzaresultadossatisfatóriosnotratamentodosDTMedoresorofaciais.

Síntese curricular:

LuísM.S.ViegasTerapeuta/Profissional deTerapiasNãoConvencionais; Formação académica emEconomia eGestão;Diplomado emMedicinaTradicionalChinesa,BiopunturaHomeopática,Aromaterapia,MassagemOcidentaleDesportiva,ShiatsupeloInstitutoPortuguêsdeNaturologia(IPN);MestredeReikiEssencial-sistemaUsui;FormadornaáreadasTerapiasNãoConvencionais.

SérgioFerreiraDiplomadoemMedicinaTradicionalChinesanaespecialidadedeAcupuntura,InstitutoPortuguêsdeNaturologia(IPN);Doutor emAcupuntura,WorldFederationof ChineseMedicine Societies (WFCMS);Pós graduado emAcupunturaeMoxibustão,AssociaçãoMédicaChinesa;DiplomadoemOsteopatia, IPN;DiretordoDepartamentodeMedicinaChinesadoIPNedocentenestainstituição.

JoãoCarlosPinhoRegentedasUnidadesCurricularesdeOclusão,ATMeDorOrofacialdaFaculdadedeMedicinaDentáriadaUniver-sidadedoPorto;ProfessorAssociadocomAgregaçãodaFaculdadedeMedicinaDentáriadaUniversidadedoPorto.

■ Introdução

AVALIAçãO DO PROBLEMA E SUA RELEVâNCIAOs distúrbios temporomandibulares (DTM) e adororofacialsãoproblemasqueatingemgrandepartedapopulaçãoesãocausa,cadavezmaisfre-quente,deconsultamédica.Pordefinição,dororofacialétodaadorassociadaatecidosmoles(pele,vasossanguíneos,glândulas,músculos, estruturas nervosas) e mineralizados(ossos,dentes)dacavidadeoraledaface.AdorrelacionadacomosDTMéumsubgrupocomumdadororofacial,quecomfrequênciaéincorreta-mentereferidacomosíndromedaATM.Defacto,otermoDTMrefere-seaproblemasrelacionadoscom a ATM e / ou estruturas associadas (DeLeeuw, 2013; Ferreira, 2010). Usualmente, essadorpodeserreferidanaregiãodacabeçae/oupescoçooumesmoestarassociadaacervicalgias,cefaleiasprimáriasedoençassistémicascomofi-bromialgiaeartritereumatoide.(DeLeeuw,2013)O tratamento inapropriado da dor aguda podelevar à dor crónica, mais complexa de resolvercomaterapêuticaconvencional.Comoobjetivode otimizar o tratamento da dor crónica, torna--seimportanteperceberosmecanismosdador,asuaetiologiaepatogénese,(DeLeeuw,2013)bemcomoautilizaçãodetratamentosnãoconvencio-nais, tais como aAcupunctura, especialidade in-tegrantedaMedicinaTradicionalChinesa(MTC).

OBJETIVOSA realização deste trabalho de investigação foinorteadapeloobjetivodeprovararelevânciadopapeldaAcupunturacomoespecialidadecoadju-vantenotratamentodeDTMedoresorofaciais.Nareferidainvestigaçãopretendeu-severificar,deentreosutentesdaclínicadaFMDUP,daUnidadeCurricular deOclusão,ATMeDorOrofacial, enos pacientes que se propuseramparticipar (emdiferentes graus), os principais sinais e sintomasrelacionados comDTMedores orofaciais, sele-

cionar a terapêutica adequada a cada caso, combasenosprincípiosdetratamentodaAcupunturacomoespecialidadecoadjuvante,registareanalisarosrespetivosresultados.

■ Revisão de Literatura

A ANATOMIA qUE ENVOLVE DTM E DOR OROFACIALSumariamente,ereportando-nosapenasaoscons-tituintesósseos,aarticulaçãotemporomandibular(ATM) é formada pela fossamandibular e emi-nência articular (vertente posterior do túberculoarticular)doossotemporalepelocôndilodaman-díbula, sendo considerada a mais complexa docorpohumano.Éclassificadacomoumadiartrosebicondílea pois é constituída por duas articula-ções,direitaeesquerda,quenãopodemfuncionarseparadamente.Comopermite,aomesmotempo,executarmovi-mentosderotaçãoedetranslação,tambémclas-sificada comouma articulação ginglemoartroidal(Okeson,2013).Anatomicamente,aATMéconstituídaporváriasestruturas, nomeadamente, côndilo mandibular,fossamandibular, eminênciaarticulardo tempo-ral,discoarticular,cápsulaarticular,ligamentosemúsculosqueserelacioname/ouafetamasuadi-nâmica(músculoselevadores,depressoresepos-turais). É a única articulação que possui no seuinteriorummúsculo,opterigóideolateralsuperior(Okeson,2013;Dawson,2007).

DISTÚRBIO TEMPOROMANDIBULAR E DOR OROFACIALDefinição de DTM e Dor OrofacialÉconsensualqueosDTMtêmumaetiologiamul-tifatorialepodemcomprometerafunçãomastiga-tória,adeglutiçãoea fala.Estamultifatoriedadeetiológicadeve-seàatuaçãosó,ouemcombina-ção, de vários fatores que podem ser definidoscomofatorespredisponentes,iniciantesouperpe-tuantes.Dependendodascircunstâncias,umfator

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quetemvindoaterumpapelcadavezmaisrele-vante,éaAcupuntura.

Tratamento do DTM e Dor Orofacial pela AcupunturaEmMTCnãoexisteespecificamenteumadefini-çãodeDTMedororofacialconformeexistenaMedicinaConvencional.Daíanecessidadedesefazeroseuenquadramentosegundoalgunsprin-cípiosbásicosquefundamentamaMedicinaTra-dicionalChinesa.AAcupunturapodeedevefazerpartedoproces-so de reabilitação dos pacientes que apresentemDTMedoresorofaciais.DopontodevistadaAcupuntura,aregiãodafaceedaATMéprivilegiadapelaconfluênciaeriquezadospontosqueostenta.VemosquepraticamentetodososcanaisYang(comexceçãododaBexiga)têmrelaçãodeproximidadecomaATMecomamandíbula(Ferreira,2010).Aidentificaçãodopadrãodesíndrome,deacordocomosmeridianos, é umdosmais antigosmé-todos de diagnóstico. Permite-nos distinguir ossinais e sintomas patológicos de acordo com omeridianoenvolvido(Maciocia,2007).A teoria dos meridianos, para além de ser umabasedediagnóstico,permite,também,elaboraroprincípiodetratamento.Porexemplo,ospontosdomeridianodoEstômagoE6(Jiache)eE7(Xia-guan)sãopontoslocaisparaproblemasdosdentes,doqueixo,daface,dopescoçoedagarganta;paratrataraartritetemporomandibularpode-seusaracombinaçãodospontosE6(Jiache),E7(Xiaguan),E44(Neiting)eIG4(Hegu)(Ross,2003);jáospon-tosE7 (Xiaguan), IG4 (Hegu), Sj17 (Yifeng) eE6(Jiache)poderãoserusadosparatratarproblemasnamandíbula(Yamamura, 2001).Outrocanaldeenergiaafetadonodistúrbiotem-poromandibularéodaVesículaBiliar.Acombi-naçãodepontosVB1(Tongziliao),VB2(Tinghui),VB43 (Xiaxi), ID2 (Qiangu), ID17 (Tianrong),ID18(Quanliao)eIG4(Hegu)éutilizadanacefaleialateraledorfaciallateral(Ross, 2003).

■ Material e Métodos

MATERIAIS UTILIzADOSPara este trabalho foram utilizados os seguintesmateriais:

•Agulhasfiliformesdeacupunturadescartá-veis,comasmedidas0,22x25mme0,25x40mm (Huan Qiu / Suzhou Huanqiu Acu-punctureMedicalApllianceCo.Lda.);

•Recipientedecontençãoparadeposiçãodasagulhasdeacupuntura(QuickBox/RiglingGmbH);

•Charutosdemoxapararealizaçãodemoxi-bustãolocal(MoxaRollPure/GreenNa-tureCo.Ltd.);

•Cilindrosdemoxapararealizaçãodamoxi-bustãosobreaagulhadeacupuntura(MoxaRoll/GreenNatureCo.Ltd.);

•Material para a assepsia (algodãohidrófilo,álcoola70º);

•Luvaslatexdescartáveis;•Óleovegetaldegrainhadeuva100%bio-lógicode1ªpressãoa frioeóleoessencialdelavanda100%biológico(Florame/Flo-rame);

•Aparelho de electroestimulação (inno-TENS-SD/Heller-Medizintechnik);

•Eletromiógrafodesuperfíciedeoitocanais,EMG2BioResearchInc.(USA)erespetivosoftwaredeprocessamentodedados;

•Elétrodos descartáveis bipolares auto-ade-sivos Ag/AgCl “nogel” BioFLEX EMGElectrodes(BioResearchInc.USA).

MéTODOSApresentação da amostraEsteestudotevecomoamostrainicialdezindiví-duos,selecionadosdeentreosutentesdaclínicadaFMDUP,dasUnidadesCurricularesdeOclu-são,ATMeDorOrofacial, onde eramacompa-nhadospormédicosdentistaseestudantesdoúl-timoanodocursodeMedicinaDentária.Destes,apenas cinco, de ambos os sexos e com idades

podeintegrarmaisdoqueumadestascategoriase/ou,numDTMserum fatorperpetuante.En-quantonoutropoderáserumfatorpredisponente,etc.Comofatoresetiológicos,enoestadoatualdoconhecimento,podemmencionar-sefatoresoclu-sais,trauma,stressemocional,dorprofundaepa-rafunção,paraalémdosfatoresgenéticos,biológi-cosehormonais(Okeson,2013;PrakashA,et al).DossinaisesintomasquepodemserobservadosnosDTM,adoreadisfunçãosãoosprincipais.Adororofacialpodeapresentarmultiplasorigenspodendoestarassociadaacondições físicas (do-res somáticasouneuropáticas) e/ou associada acondiçõespsicológicas.Adormuscularéaprin-cipalqueixadospacientescompatologiafuncio-nalmuscular,emquepoderáexistirrestriçãodosmovimentosmandibulares,podendohaveraltera-çãodaposiçãoposturaldamandíbula.Podeestarassociadaàfunção(mastigação,deglutiçãoefala),quepodeseragravadapelapalpaçãomanualdosmúsculos. Existem diversos tipos de distúrbiosmuscularesrelacionadoscomosDTM,nomeada-menteco-contraçãodeproteção,miosite,mialgiademediaçãocentral,miospasmo,edormiofascial(originadaporpontosdegatilhomusculares).No que diz respeito à disfunção mastigatória,a sua causamais comumpode estar relacionadacomdesarranjos internosdocomplexocôndilo/disco, incompatibilidades estruturaisdas superfí-ciesarticularesedistúrbiosinflamatóriosdaATMeestruturasassociadas.Frequentemente surgem sinais, como os ruídosarticulares, antesdehaverqualquer sintomatolo-giadolorosa,peloquesão,muitasvezes,ignoradospelospacientes.Nestascircunstâncias,pornorma,não se efetua tratamento.No entanto, o doentedeveseravaliadoperiodicamenteealertaromé-dicodentista,casosurjasintomatologiadolorosaconcomitante.

Abordagens terapêuticas para o tratamento de DTM e Dor OrofacialOtratamentoparaosDTMeparaadororofacialnãotemreunidoumgrandeconsenso.Nãoexis-teumaformaúnicadeostratar,sendonecessáriauma abordagem multidisciplinar (Dionne, 2006;Okeson,2013;DeLeeuw,2013).Aterapêuticafarmacológicaparaotratamentodasintomatologiadolorosaémuitocomum,emboraouso incorretoeabusivosejaumapreocupação(Dionne,2006).Amedicaçãomaisfrequentemen-te usada no tratamento dosDTM inclui analgé-sicos, AINES, corticosteroides, relaxantes mus-culares, ansiolíticos e suplementos nutricionaiscomoomagnésio,aglucosaminaeacondroitina(Dionne,2006).Sempre que possível, os sintomas crónicos dosDTMdevemsercontroladosatravésdeterapêu-ticanão farmacológica, comoéo casodas tera-pêuticascomportamentaiseterapêuticasoclusaisnãoinvasivas,nomeadamentegoteirasoclusaisdeestabilização(Wright,2005).

ExistemoutrasterapêuticasquepodemcoadjuvarotratamentodasintomatologiadosDTMcomoéocasodasterapiasderelaxamento.Opacientepodesertreinadoarelaxarosmúsculossintomáti-cos,demodoahaverummaioraportesanguíneoe,consequentementeummaiorfluxodeoxigénioeaeliminaçãodassubstânciasalgogénicas,resul-tantesdoprocessometabólico,queestimulamosnociceptores,sejameliminadas.Amassageméumapráticaantigaquepermiteainativação dos pontos de gatilho, promovendoumadiminuiçãodadoreumaumentodaamplitu-dedosmovimentosmandibulares.ÉconsideradaumdosmeiosalternativosmaisbenéficosparaotratamentodosDTM.Contudo,amelhoriadasin-tomatologiaobtidaapartirdamassagemétempo-rária,sendonecessáriosessõesregularesparaqueosseusefeitossemantenham(Wright,1995).Outraterapiabenéficanotratamentodasintoma-tologia dosDTM e na dormúsculo-esquelética,

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42 ScientificJournalof NaturalMedicine|Vol.2 ScientificJournalof NaturalMedicine|Vol.2 43

compreendidasentreos25eos76anos,vieramaconstituiraamostrafinaldesteestudo,umavezqueforamosquerealizarammaiornúmerodesessõesrelativamenteaotratamentoestipulado.Estescincopacientesapresentavam sintomas deDTM, nomeadamente níveis variados de limitação de abertura bucal e doresorofaciais,peloquerealizavamtratamentosconvencionais (terapiacomportamental,utilizaçãodegoteirasoclusaisdeestabilizaçãoefarmacoterapia).

Recolha de dados para definição do diagnósticoNaprimeiraconsulta,apósesclarecimentodoâmbitodesteestudo,viaoraleescrita(Explicação do Estudo),eaanuênciadecadapacienteemparticiparnesteprojeto,foiassinada,porcadaumdeles,aDeclaração de Consentimento Informado.Paraarealizaçãododiagnóstico,foramrecolhidas,atravésdopreenchimentodaFicha de Recolha de Dados, váriasinformaçõesrelativasaohistorialclínicodecadapaciente,queixa(s)principal(ais),sintomasgeraisedeMTC.Seguidamente,eparaumdiagnósticomaispreciso,solicitou-searespostaàsquestõesdaFicha de Dados de Avaliação do Distúrbio e da Ficha de Avaliação – Oclusão,queconstituíramaanamnese.

IND

IVÍD

UO

qUEIXA (S)PRINCIPAL (AIS)

MTCTIPO DE PULSO

MTCDESCRIçÃO DA LÍNGUA

MTC - 5 MOVIMENTOS

MD

FG TR MT

ÀG

1

-DorOrofacial-DTM-Dorairradiarparaanucaetrapézios

Rápido, tenso, dé-bil, escorregadioemC,vazioemR

CORPO:débil,umpoucopálida,trémula,algumasmarcaslateraisdedentes,vasossublinguaisdilatadosepúpura.CAPA:finaebranca.Inexistentenaponta.

2-DorOrofacial-DTM-Bruxismo

Superficial, vasto,tenso,escorregadio,débilemR

CORPO:edemacia-do,marcaslateriasdedentes,maisvermelhalateralmenteenaponta,fissuracentralevasossublinguaisumpoucodiminuídos.CAPA:umpoucogrossa,ligeiramenteamareladanaraízeaspetogorduroso.

3

-DorOrofacial-DTM-Fibrose ( por tra-tamento de radio-terapia)

Profundo, rápido,tenso,escorregadio,vazioemR

CORPO: afilado naponta, marcas lateraisde dentes, mais ver-melha lateralmente enaponta,vasossublin-guaispoucodilatadosepúrpura.CAPA: praticamenteinexistente.

4

-DorOrofacial-DTM-Bruxismo

Profundo, tenso,escorregadio, fino,vazioemR

CORPO: vermelhovioláceo, marcas la-terais de dentes, maisvermelha lateralmentee na ponta, vasos su-blinguais dilatados eescuros.CAPA: muito fina ebranca, inexistente la-teralmenteenaponta.

5

-Dororofacialecervical;-DTM;-Tensãonostra-pézios.

Tenso, escorrega-dio,débil

CORPO: um poucodébil, cor vermelhapúrpura, mais verme-lha na ponta, marcaslateraisdedentes,vasossublinguaispúrpura.CAPA: fina e branca,inexistentenaponta.

Legenda: - emexcesso; -emdéfice;-muitadeficiência;- Zang-Fuemoposição;

-alterado

Tabela 1-Anamnese-MTC(resumo)

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44 ScientificJournalof NaturalMedicine|Vol.2 ScientificJournalof NaturalMedicine|Vol.2 45

Apartirdaanálisedasrespostasdadaspelospacientesàsfichasderecolhadedadosanteriormentereferidas(resumonastabelas1e2)ebrevedescriçãooraldossintomasedisfunçõesapresentadospelosmédicosdentistase/ouestudantesdemedicinadentáriaqueacompanhavamcadaumdoscasos,foirealizadoodiagnósticoparacadaumdospacientes.

qUESTIONáRIOINDIVÍDUOS

1 2 3 4 5

1-Sentedificuldadeemabriraboca? S S S S AV

2-Sentedificuldadeemmoveramandíbulaparaoslados? S S S N AV

3-Temcansaço/dormuscularquandomastiga? S S N S S

4-Sentedoresdecabeçacomfrequência? S N S S S

5-Sentedoresnanucaoutorcicolo? S N S S AV

6-Temdoresdeouvidooupróximodele(ATM)? AV S N S AV

7-JánotousetemruídonaATMquandomastigaouquandoabreaboca? S S N S S

8-Jáobservousetemalgumhábitocomoapertarourangerosdentes? S S N AV S

9-Sentequeosseusdentesnãosearticulambem? N S N N S

10-Considera-seumapessoatensa/nervosa? S S AV S S

Índice de Sintomas de DTM 85 80 45 75 80

Legenda:S-Sim;Legenda:S-Sim;N-Não;Av-Àsvezes;EscalaanalógicaparacálculodoíndicedesintomasdeDTM:Não-0;Àsvezes-5;Sim-10

Tabela 2-Anamnese–sintomasdeDTM–FaseInicial(resumo)

Diagnóstico, princípio de tratamento e descrição do tratamento

INDIVÍDUO 1Pacientedosexofeminino,34anos,professora,altura157cmepeso96kg.Relatavadororofacialmaisacen-tuadadoladoesquerdo,comirradiaçãoparaacervicaletrapézios,DTMebruxismo.Napalpaçãomuscularapresentavadoroudesconfortonosmúsculosmasseter,pterigóideomedialetrapézio.Sofriadeestadosde-pressivosedizia-seansiosa.Referiuqueporvezestemrefluxogástricoeazia.Sentia-secansada.Paraanalisarosdadosdalínguaepulso,consulte-seatabela1.Deacordocomosdadosobtidos,chegou-seaoseguintediagnósticoporMTC:estagnaçãodeQieXuèdoF,originandocalornoE;vaziodeQidoR,comascensãodecaloraoC;retençãodeHumidadenoJiaomédioenoC.PrincípiodeTratamentoporMTC:drenaraestagnaçãodeQieXuénoF,tonificando-o;tonificaroQidoR;acalmaroC.

Tratamento:Otratamentodesenvolveu-senasseissessõesprevistas(vertabela3).

PONTOS

SESSÃO

E6

E7

IG4

F3

E36

VB

34

E44

PC

7

VB

21

R6

C7

YIN

TA

NG

VB

20

ID3

RE

N17

PC

6

R3

BA

6

1a xe xe x x x x x x

2a xe xe x x xm x x x x x

3a xe xe x x xm x x x x x

4a xe x xe x x x x x x x

5a xe x xe x x x x x x x x

6a xe x x x xm x xe x x x x x

Legenda: x - pontopunturado; xe -punturadocomelectroestimulação;xm -punturadocommoxa.

Tabela 3 -Registodepontospunturadosnoindivíduo1,aolongodassessões

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46 ScientificJournalof NaturalMedicine|Vol.2 ScientificJournalof NaturalMedicine|Vol.2 47

INDIVÍDUO 2Pacientedosexomasculino,63anos,reformado,altura164cmepeso69kg.RelatavadororofacialmaisfortequandoacordadevidoaobruxismonoturnoeDTM.Napalpaçãomuscularapresentavadoroudesconfortonosmúsculosmasseter(maisintensodemanhã),temporaletrapézio.Sofreudedepressãotraumáticapós--guerraenomomentodaconsultareferiuquetinhaestadosdepressivosedeansiedade;tomavamedicaçãoparaoefeito.Irritava-secomfacilidadeeerabastanteagitado.Referiuque,porvezes,tinharefluxogástricoeazia.Paraanalisarosdadosdalínguaepulso,consulte-seatabela1.Deacordocomosdadosobtidos,chegou-seaoseguintediagnósticoporMTC:estagnaçãodeQieXuèdoFgerandohiperatividadedoYang,comagressãoaoEeC;vaziodeYinQidoR;deficiênciadeQieXuèdoBa.PrincípiodeTratamentoporMTC:drenaraestagnaçãodeQieXuénoF;aclararocalornoEenoC;toni-ficaroQidoR;tonificaroQieXuèdoBa.

Tratamento:Otratamentodesenvolveu-senasseissessõesprevistas(vertabela4).

PONTOS

SESSÃO

E6

YIN

TA

NG

IG4

C7

E36 E7

PC

6

VB

34

BA

4

BA

I HU

I

VB

21

R3

R6

E44 E8 F3

VB

20

1a xe x x x xm x x x x x x x x

2a xe x x x xm x x x x x x x x x

3a xe x x x xm x x x x x x

4a xe x xe x xm x x x x x x x

5a xe x x x xm x x x x x x x x

6a xe x x x xm x x x x

Legenda: x - pontopunturado; xe -punturadocomelectroestimulação;xm -punturadocommoxa.

Tabela 4 -Registodepontospunturadosnoindivíduo2,aolongodassessões

INDIVÍDUO 3Pacientedosexofeminino,58anos,professorareformada,altura160cmepeso50kg.Relatavadororofacial,DTMeperdademobilidadeaoníveldacervicaldevidoafibroseformadadurantetratamentoderadiotera-pia.Há16anosquelheforadetetadoumcarcinomanasofaríngeocommetástasesnosnóduloslinfáticoscer-vicais,tendosidosujeitaatratamentoderadioterapiadurante5anos.Comessetipodetratamentosurgiramumasériedeproblemas:grandeperdadeaudiçãoeolfato,osteo-rádio-necroseaníveldomaxilar,ausênciadefunçãosalivar,grandedificuldadeemfalar,hipotiroidismo,fraturadasvértebrasC6eC7,oquelhetrouxealgumasdificuldadesmotorasnomembrosuperiordireito,danosnaepiglote,impedindoocontrolodade-glutiçãoequeportalfaziaaalimentaçãoporsondadiretanoestômago.Devidoaotratamentoanteriormentereferido,todaaáreadopescoço,cervical,músculosmasseter,pterigóideomedial,esternocleidomastóideoetrapézioseencontravammuitofibrosados,limitando-lheimensoosmovimentosnormaisdacabeça,sejaaníveldasfunçõesdopescoço,dafalaoumastigatórios.Sofriadeestadosdepressivos,eraansiosaecostu-mavasentiropressãotorácica.Sentiadéficeemocionaleenergético.Paraanalisarosdadosdalínguaepulso,consulte-seatabela1.Deacordocomosdadosobtidos,chegou-seaoseguintediagnósticoporMTC:vaziodeYineYangQidoRcomdeficiênciadeJing;estagnaçãodeQieXuèdoF;deficiênciadeQieXuèdoBacomretençãodeHumidadenoJiaomédio.PrincípiodeTratamentoporMTC:tonificarQieXuèdoFeBaedrenarHumidadedoJiaomédio;tonificaroJing–YineYangdoR;acalmaroC.Tratamento:Otratamentodesenvolveu-senasseissessõesprevistas(vertabela5).

PONTOS

SESSÃO

E6

IG4

VB

20

E36

VB

21

VB

34

BA

9

E44 E7

R3

C7

F3

BA

4

PC

6

SJ2

1

E4

AN

MIA

N

BA

6

BA

10

1a x x

2a xe xe x xm x x x x

3a xe xe x xm x x x x x x

4a xe xe x x x x x x x x

5a xe x x xm xe x x x x

6a xe x x xm xe x x x x x

Legenda: x - pontopunturado; xe -punturadocomelectroestimulação;xm -punturadocommoxa.

Tabela 5 -Registodepontospunturadosnoindivíduo3,aolongodassessões

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48 ScientificJournalof NaturalMedicine|Vol.2 ScientificJournalof NaturalMedicine|Vol.2 49

INDIVÍDUO 4Pacientedosexofeminino,76anos,reformada,altura150cmepeso56kg.Relatavadororofacialconstante,tipo“moedeira”,comzumbidos,maisacentuadadoladodireito,DTMebruxismo.Napalpaçãomuscularapresentavadoroudesconfortonosmúsculosmasseter,pterigóideomedial,trapézioeparavertebrais.Jáforasujeitaaintervençãocirúrgicaaopeitopararemoçãodetumor(benigno).Sofriadedoresnacoluna,princi-palmentenacervicalelombar.Desdehá30anosquesofriadeestadosdepressivosesediziaansiosa.Tinhaumaaparênciapálidaesentia-secansada.Paraanalisarosdadosdalínguaepulso,consulte-seatabela1.Deacordocomosdadosobtidos,chegou-seaoseguintediagnósticoporMTC:vaziodeYineYangQidoRcomdeficiênciadeJing;deficiênciadeYangQieXuèdoC;deficiênciadeQieXuènoFeBacomretençãodeHumidadenoJiaomédio.PrincípiodeTratamentoporMTC:tonificarQieXuèdoFeBaedrenarHumidadedoJiaomédio;tonificarQidoC;tonificaroJing–YineYangdoR.

Tratamento:Dasseissessõesprevistasparaotratamentoapenasocorreramcinco(vertabela6).

PONTOS

SESSÃO

E6

IG4

E36

VB

20

VB

21

E7

C7

PC

7

R3

R6

SJ2

1

YIN

TA

NG

RE

N17

E40

PC

6

BA

6

P7

R7

1a x xe x x x x x

2a xe xe xm x x x x x x x x x x x x

3a xe x xm x xe x x x x x x

4a xe x xm x xe x x x x x xe

5a xe x xm x x x x x x x x

Legenda: x - pontopunturado; xe -punturadocomelectroestimulação;xm -punturadocommoxa.

Tabela 6 -Registodepontospunturadosnoindivíduo4,aolongodassessões

INDIVÍDUO 5Pacientedosexofeminino,25anos,médicadentista,altura160cmepeso49kg.Relatavadororofacialecer-vical,DTMeepisódiosdebruxismo.Napalpaçãomuscularapresentavadoroudesconfortonosmúsculosmasseter,temporaletrapézio.Dizia-seansiosa,tensaeentravaemstresscomfacilidade.Tinhaumaaparênciapálidaesentia-secansada.Sofriadecefaleiasqueafetavamáreascorrespondentesaomeridianodavesículabiliar.Paraanalisarosdadosdalínguaepulso,consulte-seatabela1.Deacordocomosdadosobtidos,chegou-seaoseguintediagnósticoporMTC:estagnaçãodeQieXuédoF;deficiênciadeQieXuédoBa;deficiênciadeYangdoRedoBa.PrincípiodeTratamentoporMTC:drenaroF;tonificarQieXuédoBa;tonificarYangeQidoReBa.

Tratamento:Dasseissessõesprevistasparaotratamentoapenasocorreramtrês(vertabela7).

PONTOS

SESSÃO

E6

IG4

VB

21

VB

20

E7

C7

VB

2

1a xe xe x x x x

2a xe x xe x x

3a xe x xe x x x x

Legenda: x - pontopunturado; xe -punturadocomelectroestimulação;xm -punturadocommoxa.

Tabela 7-Registodepontospunturadosnoindivíduo5,aolongodassessões

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50 ScientificJournalof NaturalMedicine|Vol.2 ScientificJournalof NaturalMedicine|Vol.2 51

ELETROMIOgRAFIAAeletromiografiadesuperfícieéummétodonãoinvasivo, bem toleradopelo doente, quenão in-terfere com o normal funcionamento muscular.Permite avaliar a terapêutica instituída, indepen-dentemente das impressões subjetivas sentidaspelos doentes. Como desvantagens, pode existirumasobreposiçãodaatividadeelétricademúscu-losvizinhos,(Basmajian,1985;Widmalm,1988)enãopoderregistaraatividadeelétricadosmúscu-los profundos, por serem inacessíveis neste tipode exame (Ferrario, 1993;Koole, 1991;Ferrario,1991).Oexameeletromiográficofoiefetuadonumasalapequena(3,20mtx3,70mt),comumsóobser-vador, tendo sido utilizada apenas a iluminaçãoemqueafontedeluzestavadirigidaparaochão,originandoumailuminaçãosuave,demodoapro-porcionaraodoenteumambientecalmoepropí-cioàdescontração,fatorextremamenteimportan-tepararegistaraatividadebasalderepouso.Todos os registos foram obtidos com o doentesentado numa cadeira com apoio dorsal, comoplanodeFrankfortsensivelmenteparaleloaosolo.OstestesEMGforamtodosrealizadosnamesmasessão,paraevitarqualquertipodealteração,tan-totécnicocomoemocional.Houveumdescansode cincominutos entre cada teste para permitirummelhorrelaxamentoeevitarafadigapsíquicaemuscular.Os potenciais bioelétricos dosmúsculos do do-ente,foramobtidosmedianteacolocaçãodeelé-trodos,Ag/AgClbipolares autoadesivos“nogel”(BioResearch,USA),sobreapelequerecobreosmúsculos, previamente limpa com álcool a 70º,parareduziraimpedânciadapassagemdacorren-teelétrica.Acolocaçãodesteselétrodosfoiefetuadaparale-lamenteàorientaçãodasfibrasmusculares,apóspalpaçãomuscular,tendoematençãoasreferên-ciasanatómicas(Ferrario,1993).Oelétrododeterra,situadono1ºcanaldoeletro-miógrafo, para derivação da eletricidade estática

quepodeproduzirinterferências,foicolocadonapartelateralesquerdadopescoçododoente.Este eletromiógrafo processa os sinais da ativi-dade muscular, obtidos através dos elétrodos, efornece, automaticamente, registos quantitativosdo espectro de frequência desenvolvido pelosmúsculos estudados, queficam armazenados nodiscorígido.

Registo dos potenciais bioelétricos da ativida-de basal de repousoPara efetuar este registo, o doente foi instruídoparaestaromaisrelaxadopossível,comacabeçaerecta,comosdentesseparadoseoslábiosligei-ramenteencostados,manteraspernasparalelasecolocarosbraçosnosapoioslateraisdacadeira,demodoamantersempreamesmaposição,duranteoexame(Shpuntoff,1956;Mohl,1984)eosolhosfechados,semesforço,paraevitarapossívelinter-ferênciaprovocadapelosmúsculosoculares,bemcomoquaisquerinterferênciasambientais.Este teste, para além de determinar a atividadebioelétricabasaldecadamúsculo,serve,também,para verificar a correta colocação dos elétrodos.Foram efetuados vários registos, até se verificarqueexistiaumpadrãoderegisto idêntico,sendoentão gravado o registo com atividademuscularmaisbaixa.

Registo dos potenciais bioelétricos durante a contração máxima voluntária (Clench)Nesteteste,odoentefoiinstruídoparacerrarosdentes,comamáximaforçapossível,semdesper-tardor,durante10segundos(queéotempodoteste).Foi realizado umestudo eletromiográficona se-gundasessão,comoobjetivodemedirograudetensãomuscular ao nível do temporal,massetere trapézio, nas fasesde relaxamento/ repouso econtraçãomáximavoluntária(clench)iniciais(an-tesdotratamento)efinais(depoisdotratamento),cujosresultadossepoderãoverificarnasfig.1e2,enográfico1.

Fig. 1 -Eletromiografianasfasesderepousoeclenchiniciais,antesdotratamento

Fig. 2 -Eletromiografianasfasesderepousoeclenchfinais,depoisdotratamento

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52 ScientificJournalof NaturalMedicine|Vol.2 ScientificJournalof NaturalMedicine|Vol.2 53

Gráfico 1 - Dadosdeeletromiografiarealizadaaopaciente5

■ ANáLISE DE RESULTADOS

Decidiu-seapresentarosresultadosemformadetabelademodoagarantirumamaiorfacilidadedeleituradosmesmos,umavezqueosregistosefetuadostiveramemconsideraçãodescriçõesdaevoluçãodasinto-matologiapelospacientes(tabela8)easrespostasàsquestõesdeanamnesenofinaldotratamento(tabela9).Finalmente,ográfico2permitefazeracomparaçãoentreosíndicesdesintomasdeDTMnoinícioenofinaldotratamento.

INDÍVIDUOS DESCRIçÃO DA EVOLUçÃOSINTOMAS qUE SE

MANTIVERAM

1Após 1ª sessão:semdoresesemgrandeslimitaçõesnaaberturadabocadurantequatrodias;depoisregrediu.Sessões seguintes:nãovoltouasentirdoresorofa-ciais;apartirdaquintasessãopassouadormirbem.

Doresnotrapézio

2Após 1ª sessão: adororofacialdiminuiuumpouco.Sessões seguintes:passougradualmentedasituaçãodeacordaraindacomdor,paraadenãoterdoresnaface.

Tensãomuscularnotrapézio

3

Após 1ª sessão:menortensãomuscularemenordororofacial.Sessões seguintes:melhorasgraduaismaslentas;começouporsentirmaisalívionasdoresetensãoapenasnosprimeiros2a3dias,comsonoirregular,passandoasentirmelhorasefetivasdatensãomuscu-laremelhorasgraduaisnadororofacial.

Tensãomuscularnotrapézio

4

Após 1ª sessão:ligeiroalíviodatensãomuscularedororofacial;maiscalmaedormiumelhor.Sessões seguintes:doresorofaciaismenosintensas,ligeirasdoladodireito,atrásdopavilhãoauricular;nofinal,sentequeestámuitomelhoraoníveldasdoresorofaciais;sonomaisregularnosdiasaseguiraotratamento,sendoqueparaofinaldormebem;temsentidomenosansiedade.

Ansiedade

5

Após 1ª sessão:menordororofacialemenortensãomusculardomasséter;maioraberturabucal.Sessões seguintes:diminuiçãodatensãomuscularedador,principalmenteduranteosprimeirosquatrodiasapósasessãodetratamento.

Tensãomuscularedororofacial

Tabela 8-Resultadosobtidosaolongodotratamento,segundorelatodospacientes

qUESTIONáRIOINDIVÍDUOS

1 2 3 4 5

1-Sentedificuldadeemabriraboca? AV AV S AV AV

2-Sentedificuldadeemmoveramandíbulaparaoslados? N AV S AV AV

3-Temcansaço/dormuscularquandomastiga? N AV N S AV

4-Sentedoresdecabeçacomfrequência? AV N AV AV S

5-Sentedoresnanucaoutorcicolo? N N S AV AV

6-Temdoresdeouvidooupróximodele(ATM)? N AV N AV AV

7-JánotousetemruídonaATMquandomastigaouquandoabreaboca? AV S S AV S

8-Jáobservousetemalgumhábitocomoapertarourangerosdentes? AV S N AV AV

9-Sentequeosseusdentesnãosearticulambem? N S N N S

10-Considera-seumapessoatensa/nervosa? S AV AV S S

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Índice de Sintomas de DTM 30 55 50 55 70

Legenda:S-Sim;Legenda:S-Sim;N-Não;Av-Àsvezes;EscalaanalógicaparacálculodoíndicedesintomasdeDTM:Não-0;Àsvezes-5;Sim-10

Tabela 9 -Anamnese–sintomasdeDTM–FaseFinal(resumo)

Gráfico 2 – ComparaçãodoíndicedesintomasdeDTM,noinícioenofimdotratamento,porindivíduo.

■ Interpretação/Discussão dos Resultados

AutilizaçãodaAcupuntura comoespecialidade coadjuvanteno tratamentodosDTMedoresorofaciaisfoioprincípiodeorientaçãodestetrabalho.Comotal,emtodosostratamentosefetuadosprocurou-sedarprioridadeaoproblemaapresentadocomoqueixaprincipal:oDTMeadororofacial.Contudo,emMTCnãopodemosdissociarumproblemaparticularsemanalisarotodoqueconstituioindivíduo.Oestudorealizadoimplicouaanálisesimultâneadediversasvariáveis,dadoqueospacientesqueparticipa-ramnestetrabalhoforamumaamostradeconveniência,nãotendohavidopossibilidadedeumaseleçãodeformaagarantirumaamostramaishomogénea.Poroutrolado,talacabouporsetornaromaisadequado,umavezqueestaamostraémaissimilarcomadiversidade/tipologiadepacientesqueacorremàsclínicasdentáriase/ouaosterapeutasdeMTC.Tambémaduraçãodotratamento(nºdesessões)levouaumaseleçãodosindivíduosqueconstituíramaamostrafinal.Assim,todosospacientesqueconstituíramaamostrafinalprocuraramajudanaclínicadaFMDUP,UnidadeCurriculardeOclusão,ATMeDorOrofacialporapresen-taremqueixasrelacionadascomoâmbitodeintervençãodestaUnidadeClínica.Osresultadosdostratamentosaplicadosacadapacientevierammostrar,comosepodeverificarnatabela8,quedesessãoparasessão,ocorrerammelhoras,nomeadamenteaoníveldatensãomuscular,nadororofacial

enaqualidadedosono,muitasdelassentidaslogoapósoprimeirotratamento.Domesmomodo,atabela9eográfico2mostramqueocorreramme-lhoriasemtodosospacientesemboracomgrausdiferentes e, no caso particular do individuo 3,existirumagravamentodasintomatologianofinaldotratamento.Nestepaciente,oagravamentodasintomatologia pode considerar-se que é apenasaparente, atendendo a que o mesmo apresenta-va, no início dos tratamentos, uma imobilizaçãoseveraque afetava a regiãodaATMemúsculosparavertebrais cervicais, masseter, esternocleido-mastóideo e trapézio (parcialmente), resultantede tratamento de radioterapia que lhe provocouafibrosedostecidos.Comaprogressãodotrata-mento,opacienteemcausafoiadquirindoalgumada mobilidade perdida e com isso revelaram-sealguns sintomas provenientes dessa mobilidadecomoruídosnaATM.Assim,pode-seconsiderarquemesmonestecasoparticularhouveumaevo-luçãopositivaresultantedotratamentoefetuado.Relativamenteàsdiferençasnaevoluçãodasme-lhorassentidaspelospacientes,comoseconstatanacomparaçãoestabelecidanográfico2,refira-sequetalpoderáficaradever-seadiferentesestadosemocionaiseàsdiferentessensibilidadesdecadaindivíduoàdor,peloqueasrespostasàsquestõesdaanamnesedependemdesteseassimpoderemapresentaralgumasubjetividade;aograudeseve-ridadedecadacasoque,apesardeapresentaremsintomassemelhantes,édiversoetemorigensdi-ferentes;aalgunspacientesteremjásidosujeitosatratamentosconvencionais(utilizaçãodegoteiraoclusal de estabilização e/ou fármacos) e conti-nuaremafazê-loenquantooutrosnão.Dereferir,ainda,queonúmerodesessõesemquefoiaplica-dootratamentotambémpoderátercontribuídoparaosdiferentesresultados,comosepodeveri-ficarnocasodoindivíduo5,queteveapenastrêssessões,oquepodeterdificultado,paraalémdascondicionantes referidasanteriormente, aobten-çãodeumamelhoriamaissubstancialdossinto-mas.Nestaaltura,efaceàsdiferençasverificadas

nosdiversospacientesrelativamenteàmelhoriadasintomatologia,pode serpertinente refletir se asmesmasnão serão, também,o resultadodos di-ferentestratamentosaplicadosaosindivíduosqueconstituíramaamostra.Urgeentãorelembrarqueapósaanamnese,realizadaseguindoosprincípiosdaMTC,foifeitoumdiagnósticoindividualees-tabelecidoorespetivoprincípiodetratamentodeacordocomasparticularidadesdecadaum.Comoseconstatanesteestudo,apesardospacienteste-remchegadotodoscomqueixassimilaresaoníveldedororofacial eDTM,estes tiveramumdiag-nósticoe tratamentosdiferenciados,como já foireferidoanteriormente,poisaorigemdosproble-masémultifatorial.

ComotodososindivíduosapresentavamqueixasdedororofacialeDTM,foramsempreseleciona-dospontos locaisE6,E7, e pontosdistais IG4,E44,comopontosespecíficosnotratamentodes-tassintomatologias.AMTCtemumavisãoholísticadoserhumanoe, assimsendo,háuma interaçãoentre todososórgãoseestruturascomasemoçõesdoindivíduo.De facto, todos os pacientes apresentaram umainfluênciadaáreaemocionalsobreapatologiaemestudo.Todosrevelaramansiedadeetensãoaoní-veldosmúsculosmasseteretrapézio,eemalgunsencontraram-sesintomasdeestadosdepressivos,razão pela qual forampunturados pontos comoC7,Bai Hui, Yin Tang,Ren17,entreoutros.Pelaanálisedastabelas3,4,5,6e7podecons-tatar-seque,paraalémdospontoscomunsato-dosospacientes, anteriormente referidos, forampunturados outros, com funções de tratamentodasespecificidadesdecadaum.Nasreferidasta-belaspodetambémconstatar-sequeotratamentofoisendoalterado/adaptadodesessãoparases-são.Tal ficou a dever-se ao facto de haver umaalteração e evolução da sintomatologia o quedeterminou o constante reajuste do tratamento.Pode também verificar-se que foram utilizadasoutras técnicas associadas à acupuntura, comoa

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electroestimulação e amoxibustão, como formade aumentar e potenciar o efeito terapêuticodaAcupuntura.Apesar da interpretação dos resultados obtidosmostrarem que a Acupuntura altera de formapositivaasqueixasrelacionadascomDTMedororofacial, no final dos tratamentos os pacientesreferiram que ainda mantinham, embora maisatenuados, alguns dos sintomas, nomeadamentetensãomuscularnotrapézio(indivíduos1,2,3e5), ansiedade (indivíduo4)edororofacial (indi-víduo5).

Atensãomuscularnotrapéziosentidapelosindi-víduos1,2e3,bemcomoaansiedadeassinaladapelo indivíduo4,poderiam sermelhoradas seoestudopudessedesenvolver-sedurantemaistem-poeassimtercontempladoummaiornúmerodesessõesdetratamentodeAcupunturaassociadaaoutrasterapiasdeMTC.Amanutençãodealgu-matensãomuscularedororofacialnoindivíduo5pode justificar-sepelo factodestenão terefe-tuadoonúmerode sessões estabelecido, embo-ra, talcomoosrestantes, julga-sequeviriaa ternecessidadedeumtratamentomaisprolongado.Ainda relativamente a estepaciente,há a salien-tarqueomesmo,teveapossibilidadederealizarumaeletromiografia.Esteexamemedeaativida-dedosmúsculosdosistemaestomatognático,emrepouso e em tensão, permitindo, pela sua aná-lise,avaliarquantitativamenteahiperatividadedamusculatura a qual está diretamente relacionadacom a dor orofacial.Ao efetuar-se a eletromio-grafiaantesedepoisdeumasessãodetratamentopretendeu-se constatar até que ponto omesmoafetavaodesempenhodosmúsculosdosistemaestomatognático.Comosepodeverificarpelasfig.1e2,eográfico1,houveumadiminuiçãoefetivada hiperatividade dosmúsculos testados após aaplicaçãodotratamentodeAcupunturacomcon-sequentereduçãodadororofacial.Aoportunidadedesetertidoacessoaesteexameveioabrirnovaspossibilidadesparatrabalhosde

investigaçãofuturosnestaárea,umavezqueper-miteaobtençãodedadosquantitativose,porisso,maisrigorosos,relativosàaçãodaAcupunturanotratamentodeDTMedororofacial,anulando-se,assim,oquesepodeconsiderar,aparcomocur-toespaçode tempo,uma limitaçãodesteestudoque foi a quantificaçãodos sintomas apartir daopiniãodospacientes,oquepodeterintroduzidoalgumasubjetividade.

■ Conclusão

Oestudorealizadomostrouqueapósostratamen-tosdeAcupunctura,quandoaplicadaisoladamen-teoucombinadacomoutrasterapiasdeMTC,ospacientescomqueixasrelacionadascomDTMedororofacialapresentarammelhoras,emboraemgrausdiferenciados,queraoníveldodesconfortoprovocadopor este distúrbio (dor, tensão, entreoutros),queraonívelneuro-emocional,umavezque o estado emocional do indivíduo tem umpapel preponderante no desencadear de muitaspatologias, nomeadamente o DTM, participan-donoequilíbrioenergéticodoorganismo.Ficoutambémclaroquenãoexisteumprocedimento/protocoloclínicopadrãonotratamentodapato-logiabemcomonaseleçãodepontosdeacupun-turaaseremutilizadosemcadatratamento,edesessãoparasessão,equeestaseleçãotemdeiraoencontrodasnecessidadesindividuaisdospacien-tesedaevoluçãodasintomatologiaaolongodotratamento.

Os resultados obtidos mostram haver compati-bilidade entreos tratamentos convencionais eolevadoacabopelaAcupuntura,tendo-severifica-doclaramenteumareduçãonasqueixasdospa-cientes,umaumentonamobilidademandibulareumamelhoranaqualidadedosono,emsuma,naqualidadedevidadosindivíduosalvo.Apesardasconclusõesobtidas,considera-sequeoestudodaaçãodaAcupunturaéaindaumcam-povastoaserexploradoemváriasáreasdasaúde,

nomeadamentenaáreaodontológica.Parafinalizar,podedizer-sequeesteestudopodeterdadooseucontributoparaoreconhecimentodaAcu-punturacomoespecialidademédicanomundoocidental,deformaaqueestadeixedeserconsideradaum“tratamentoalternativo”epasseaservistacomoumcomplementoessencialnotratamentodeDTMedororofacialaparcomasterapiasconvencionais.

PALAVRAS-CHAVE:Acupuntura;Distúrbiotemporomandibular(DTM);Articulaçãotemporomandibular(ATM);Dororo-facial;Odontalgia;Bruxismo

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A ACUPUNTURA ANESTéSICATeoria e Prática

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Resumo:

Pretendeu-secomopresentetrabalhoabordarateoriaeapráticadaAcupuncturaAnestésica,acom-panhandovárioscasospráticosdesdeacirurgiaaopós-operatório.Aanestesiaporacupuncturaéumprocessoemdesenvolvimento,ondemédicosecientistasaperfeiçoamosseusestudosteóricoseassuasbasespráticasnabuscadaeficácia,aplicandométodoseconhecimentosdaciênciamoderna,comointuitodeosmelhoraraexperiênciadaMedicinaTradicionalChinesa(M.T.C.).AAcupuncturaAnestésica(A.A.)temfunçõesdiferentesdaacupuncturaterapêutica,nocampoci-rúrgicooobjectivoestárelacionadocomocérebroecomasfunçõesnervosas,comacapacidadedesentirounãotudooqueestáaacontecernamesadeoperações.Atualmenteverifica-sequenemtodososmecanismosdeacçãodaacupuncturaestãoesclarecidos,oexercíciodedescreverasbasesfisiológicasrelacionadascomosefeitosdaacupuncturaéumprocessoquesetemdesenvolvidoaolongodeváriosanos,comtrabalhosporinvestigadoresdiferentes.Infelizmenteoscomresultadosobtidossão inconclusivos,devidoaodesenhodoestudo,aotamanhodaamostra,aousodecon-trolos inapropriados,entreoutros.Contudo,múltiplossãoosestudosemqueseapoiamasnovasdescobertas.

* Síntese curricular:

DiplomadaemMedicinaTradicionalChinesapeloInstitutoPortuguêsdeNaturologia.ParticipaçãoemdiversostrabalhosdeinvestigaçãonaáreadaFitoterapia,dosquaisRelaxeneAgiflex,publicadosemrevistadaespecialidade.Co-autoradeváriaspublicaçõeseartigosdaespecialidadenoJornaldeMatosinhos,nomeadamente:“AsmaeSinusiteTratamentopelaAcupunctura”;“DorCiáticaeaAcupunctura”;“HérniaDiscaleaAcupunctura”;“MudançasdeEstaçãoeaAcupunctura”e“ReumatismoeaAcupunctura”.EspecializadaemHipnose,Craniopuntura,TerapiaFloral,Aromaterapia,Geotermal.

DiplomadoemMedicinaTradicionalChinesapeloInstitutoPortuguêsdeNaturologia.Participaçãoemdiversostrabal-hosdeinvestigaçãonaáreadaFitoterapia,dosquaisRelaxeneAgiflex,publicadosemrevistadaespecialidade.Co-autordeváriaspublicaçõeseartigosdaespecialidadenoJornaldeMatosinhos,nomeadamente:“AsmaeSinusiteTratamentopelaAcupunctura”;“DorCiáticaeaAcupunctura”;“HérniaDiscaleaAcupunctura”;“MudançasdeEstaçãoeaAcu-punctura”e“ReumatismoeaAcupunctura”.EspecializadoemHipnose,Craniopuntura.

■ Introdução

Nahistóriadaacupuncturaverificamosquedesdesempre existiuumanecessidadede se explicar ejustificarosistemademeridianoseasuarelaçãoanatómicacomosistemanervoso,contudováriasquestões permanecem sem explicação científica.EmM.T.C.todasessasperguntastêmrespostaeestãorelacionadascomosistemadeChingLuoeZangFu,sendofundamentalesseconhecimentona escolha de pontos na prática da acupuncturaanestésica. A descoberta daA.A. foi um desen-volvimentonatural,vistoqueaacupuncturatemumaacçãoanalgésica,contudoumconhecimentoprofundodastécnicasdeacupuncturaéessencial,porque sem a sensação de De-Qi a anestesia eanalgesiasãoinexistentes.Transversalmentenapesquisaclínicaenosestu-dos publicados verificou-se que a acupuncturaanestésica é um êxito, pois para além do efeitoanestésicoeanalgésico,proporcionaumefeitore-gulador influenciando num recobromais rápidosemefeitossecundáriosprovocadospelaanestesiaconvencional.(Chien-hsiung,1972).

■ Objectivos

Oobjectivoprincipal deste trabalho é dar a co-nhecer aA.A. como uma alternativa à anestesiaconvencional. Aprofundar o conhecimento daacupuncturaparaalémdautilidadequehabitual-mente lheconfereme torná-lanumaopçãocre-dível,umaalternativamais saudável,maisbaratae disponível para todos os que querem usufruirdela. Através das pesquisas científicas, clinicas etrabalhospublicados,verifica-sequeaA.A.,estárelacionada com o normal funcionamento doSistemaNervosoCentral, coma sua ligaçãoaosMeridianos,aospontosdeacupuncturamaiscor-rectosdependendodacirurgiaeàcapacidadedesentiraDe-Qi.(Ho,S.;Lu,L.,2000).DesalientarosucessodaAcupuncturaaolongodeváriosanoseofactodejáserumaalternativa

reconhecidapelaOrganizaçãoMundialdeSaúdedesde1979,nocasodaAcupuncturaAnestésicajásepraticaemváriospaísesecomumataxadesucessosurpreendente. (WorldHealthOrganiza-tion,2003).

■ Descoberta da Acupunctura Anestésica

Uma das primeiras cirurgias realizada comA.A.documentadaparaefeitosdepesquisafoiefectu-ada naClínicaORLdeKwanchow.Ummédicocomexperiência emM.T.C., tendo conhecimen-toqueaacupuncturatinhaumtratamentomuitoeficazemcasosdeamigdalite aguda, (poraliviaradorereduzirainflamação),resolveuapósumaamigdalectomia e perante um paciente em pós--operatório que se encontrava com fortes doresdegarganta e sempossibilidadede se alimentar,colocaruma agulhanoponto IG4 (Hegu), adordesapareceu eopaciente conseguiu alimentar-senormalmente. Foi através destes resultados, quemembrosdestaequipadecidiramexperimentarecomprovar se seria possível utilizar apenas acu-puncturaanestésicanaamigdalectomiasuprimin-do de forma completa a utilização de anestesiafarmacológica. No início as experiências foramrealizadas nosmembrosda equipamédica, utili-zandoospontosIG4(Hegu)eE44(Neiting),veri-ficaramumadiminuiçãodadorefoinumtrabalhocomacupunctoresemédicosocidentaisquesere-alizouesecomprovouqueerapossívelaprimeiracirurgiadesucessodocumentadautilizandoape-nasacupuncturaanestésica.(Chien-hsiung,1972)Nas primeiras intervenções cirúrgicas ao tóraxcom A.A., realizaram-se em 1959, utilizavam--seentre90a100agulhasnasextremidadesdospacientes, eramnecessários 4 acupunctores paramanipularemeestimularemasagulhasconstante-mente,mascomaexperiênciaqueiamadquirindoforamexcluindograndepartedasagulhasecons-tataramque o importante era localizar correcta-menteoponto, sendoqueactualmenteoproto-

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colo utiliza apenas umamédia de 2 pontos (vertabela em anexo). No Instituto deTuberculosedePequimverificaramqueumnúmeroreduzidodeagulhasealocalizaçãocorrectadospontosdeacupuncturaeramsuficientesparaaeficáciades-tascirurgias,aspoucasagulhasutilizadastornama manipulação mais fácil e mais segura para osprofissionaisdesaúdeepaciente.Váriosautoresactualmente referem que apenas 2 a 4 pontosdentrodesta selecção [IG4 (Hegu), IG11 (Quchi),SJ5 (Waiguan), Pc6 (Neiguan),E36 (Zusanli), BP6(Sanyinjiao),F3(Taichong),R3(Taixi)]sãonecessá-riosparaqueoefeitodaanestesiasejageneraliza-do.(Ho,S.;Lu,L.,2000).

■ A Condutividade do Sistema Nervoso e dos Ching-Luo

Asexperiênciasemlaboratórioeapráticaclínicarevelaramqueexistemfenómenosqueaneurofi-siologianãoconsegueexplicar,contudosãoenten-didosapartirdateoriadosmeridianos,sendoqueoseuentendimentojáédescritono“PrincípiosdeMedicinaInternadoImperadorAmarelo”.“Os Ching-Luo estabelecem comunicação entre o interno e o externo e se encarregam da circulação de sangue e de energia (…) o sistema Ching-Luo apresenta-se como uma estreita união entre os órgãos internos e a estrutura externa do corpo. A principal função é o transporte e distribui-ção de energia, a manutenção do corpo e a manutenção do equilíbrio indispensável à saúde”.Porestemotivo,assensaçõesproduzidaspelaagulhanospontosdeinserçãosãotransmitidasaolongodosmeridianoscorrespondentesatéaosórgãosqueosregem.Apartir dos pontos de acupunctura dosmembrossuperiores obtém-se a anestesia necessária paraoperaráreasdacabeça,caraououtraspartesdocorpo… “Tratar a doença do lado direito com pontos do lado es-querdo e vice-versa”, esta foiumadasprimeiras te-orias a ser testada, pois existiu a necessidadedesearranjaremalternativasumavezquesetornavadifícil operar um dos membros quando este se

encontrava repletode agulhas.Nas intervençõesseguintes as agulhas foram colocadas no braçoopostoobtendo-seresultados igualmentesatisfa-tórios…Emneurofisiologiaestefenómenonãotemexpli-cação,poisoestímulodeumtronconervososóproduzalteraçãonaáreaabaixodoseucontrolo,oque acontecequando se injectaumanestésiconoplexobraquial,sóomembrosuperiordoladoinjectadoficaparalisado, semqualquer efeitodoladooposto,nemnosentidoascendente.Nos pacientes com hemiplegia, a punctura dopontoIG4(HeGu)noladoafectadonãoproduziaalteraçõesnaactividadeeléctricadocérebro,masomesmopontodo ladoopostoeapósa sensa-ção deDe-Qi verificaram-se alterações.Analisesaosangueefectuadas2horasapósaacupunctura,revelaramumaumentosignificativodosglóbulosvermelhosebrancos,assimcomoumaalteraçãonosníveisdeglucose,tantoemsujeitossaudáveiscomohemiplégicostratadoscomagulhasdoladosaudável. Contudo não foram registadas altera-çõesemhemiplégicostratadosdoladodaparalisia(ChineseMedicalJournal,1973).O feito de anestesia pela acupunctura pode serprovocado por pontos locais dolorosos ou porpontosdistaisdemeridianoscomacçãoefunçãode tratamento da patologia. Terapeutas antigosilustramcomoospontoseramunidospormeiode linhas, chamados demeridianos, onde se ve-rificaqueaestimulaçãonumdeterminadoponto,produzumefeitonumlocaldistante,provocandoalteraçõesnomeridiano,órgãoouvísceracorres-pondente.Ofactodaanestesiaocorrercompontosdentroouforadeummeridianolevouaquefosseconsi-deradoqueoefeitodaacupuncturaeraproduzidoporumestímulonumqualquerfeixenervosoquecontenha fibras A-δ devido aos efeitos centraisdoscontrolosdescendentesinibitórios.Noentan-to, efeitoscommaiordestaqueocorremquandosãoestimuladospontosdemeridiano,ondeseob-témanalgesianocontrolodescendenteenoper-

curso ascendentedomeridiano, a carência destaexplicaçãodependedeinteracçõesdentrodoSis-temaNervoso.(Stux;Hammerschlag,2005).AabordagemdadorsegundoaM.T.C.éopostaàdaconcepçãoocidental,analisaoequilíbrioener-géticodocorpo,oQidevefluir livremente,poiscaso contrário estamos perante uma patologia...O tratamento fundamenta-se em dois pontos: aharmonizaçãodocorpoedamenteeaplicaçõesdasagulhasnolocaldador.Umdosensinamen-tosdosantigosmestreschinesesera“…o efeito da Acupunctura no alívio da dor seria tão rápido quanto o aparecimento imediato da sombra no chão ao se estender uma vara de bambu sob a luz do sol…”,a libertaçãodeendorfinasexplicaporqueaacupuncturacon-segueresultadostãobonsnotratamentodador,sejaelacrónicaouaguda(Wang,B.,2001).Diversaspesquisasdescobriramqueotrajectodecadasinalsensorialédiferenteequeosinaldadorétransmitidopelotipomaisfinodefibranervosa.Os fundamentos da acupunctura são analisadossob diversos aspectos, entre os quais: a funçãoanalgésica da acupunctura como sendo conse-quênciadochoqueentreaslinhasbioquímicasdaacupuncturaeaslinhasdoestímulodolorosonosprocessos transmissores do S.N.C., as primeirasanulamassegundas;fortaleceosprocessosinibi-doresdocórtexcerebraleelevao limiardedor;estatécnicatemefeitossobreasestruturasreticu-laresdotroncocerebralesobreoSistemaLímbi-co;estimulaoscentrosnervososdohipotálamoeassuasfunçõessãomediadospelosnervossimpá-ticos;osefeitosdaacupuncturasãotransmitidospor substâncias bioquímicas (os receptores paraosopiáceosendógenoseparaosopióidessãoele-mentosimportantesdainibiçãodador).Aliberta-çãodeendorfinasparaolíquidocefalorraquidia-noduranteaterapêuticaeosconsequentesefeitosanalgésicosexplicamalgumasdasconclusões.Osmecanismossubjacentesaoalíviodas síndromesdolorosaspodemserdescritoseexplicadoscomumabasecientífica,destaformaospontosdeacu-punctura definidos anatomicamente, localizam--

-sepróximodosnervosouemregiõesdeelevadainervação,oquefacilitaa respostados impulsosà estimulaçãomecânicaou eléctrica.Muitos dospontosdeacupuncturatradicionalmenteseleccio-nados e utilizados no tratamento de uma deter-minadapatologialocalizam-senotecidosomáticoinervadopelosmesmossegmentosespinhaisqueoórgãovisceralcausadordodesequilíbrio.Auti-lizaçãodaagulhadesencadeiareacçõesendógenasquehabitualmenteaparecememsituaçõesfisioló-gicasnormais.Estesestímulosexcitamosrecep-toresoufibrasnervosasdotecidomanipulado–autilizaçãocomagulhadespoletaumasensaçãoes-pecífica(De-Qi),queéumsinaldeactivaçãodasfibrasnervosas(Stux;Hammerschlag,2005).A acupunctura desencadeia a libertação de Pep-tídeosOpiódesEndógenos (P.O.E.) que desem-penhamumpapelimportantenainduçãodealte-rações funcionais emdiferentes sistemas.Váriostipos de opióides foram identificados, sendo demaior interesse as encefalinas, endomorfinas, b--endorfinaedinorfinaspelasuagrandeinfluêncianocontrolodador,tendo-severificadoafinidadecom diferentes receptores opióides. Associadoa este facto,percebeu-sequediferentes tiposdecorrentes,nomeadamente2Hze100Hzsensibili-zamdiferentestiposdereceptoresopiáceosendó-genosearespectivalibertaçãodeP.O.E.,aelectro-acupuncturaa2HzutilizareceptoresµeβcujosseusP.O.E.sãoaendomorfina,ab-endorfinaeaencefalinaparainduziroefeitoanalgésico;aelec-troacupuncturaa100Hzémediadapeloreceptoropiáceoκepelopeptídeodinorfina.Naelectro-acupunctura denso-dispersa (alternada por 3 se-gundosde2Hze100Hz)os3tiposdereceptoresopiáceossãoenvolvidos(Agne,Jones.,2009).

■ Acupunctura Anestésica em Ci-rurgia e Selecção de Pontos

A A.A. tem funções diferentes da acupuncturaterapêutica,no campocirúrgicooobjectivo estárelacionadocomocérebro,comacapacidadede

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sentirounãooqueestáaacontecernamesadeoperações. Numa tentativa de explicar como aacupuncturaconseguiacriarumefeitoanestésico,estudaramemratos,estadinâmicanocérebrodeanimais em laboratório. Ao aplicar um estímulodolorosonumapartedocorpo,conseguiu-seob-servaratravésdeumelectroencefalogramaaáreadocórtexcerebralquesealteravadependendodopontotratado.AsimulaçãodeumacirurgiacomA.A. foi conseguida através da inserção da agu-lha,seguidadareferidaanestesiaeseguidamenteaplicado um estímulo doloroso. Observaram-seas alterações no electroencefalograma no córtexcerebral e a inserção em determinados pontossuprimia ou reduzia consideravelmente as alte-raçõesno electroencefalogramaproduzidospeloestímulo doloroso, havendo alteração se a esco-lhadospontosfossediferente,estesefeitosestãorelacionadoscomosdiferentesníveisdoSistemaNervoso Central. Relativamente ao tálamo, esteinteragecomdoistiposdeimpulsosaferentes,unsprovenientesdaáreaondeestáaserrealizadaaci-rurgiaeoutradesensaçãodeDe-Qi daagulha.Es-tudosexperimentaiseclínicosdemonstraramqueosimpulsosaferentesprovenientesdospontosdeinserção diversamente localizados podem inibircompletamenteador,contudoosmelhoresresul-tadossãoobtidosquandoopacientesenteoDe--Qi,casocontrárioainibiçãodadorpodenãosercompleta;a localizaçãodo impulsoé igualmenteimportante, os impulsos aferentes provenientesdequalquerpartedocorpoproduzeminibiçãodadornocampooperatório,sendoqueosimpulsosgeradosnomesmosegmentodonervoespinalsãoosqueproduzemumainibiçãomáximaequantomaispróximodocampooperatórioseencontraoponto,maioréoefeitoanestésicoobtido(ScientiaSinica,1973).NaA.A.verificou-sequeasaferênciassimpáticasvisceraiseasaferênciassomáticasconvergiamnosmesmosneuróniosdecornodorsal,verificando--seumreflexosomatovisceral (dapeleemúscu-lossobreavíscera)eumreflexoviscerosomático

(davíscerasobreapeleeosmúsculos).Sabendoqueaselecçãodepontoséfundamentalparaumaanestesia completa, e tendo em consideração ospontoslocaiseregionais,ospontosdemeridianodentrodomesmo segmento, convém salientar anecessidadedeseconhecerdevidamenteaorigemsegmentardoórgãoouvíscera–viscerótomo;dapele – dermátomo; dosmúsculos –miótomo; edaparteóssea–periósteo,poissócomacombi-naçãodestesdiferentessaberesseconsegueumaanestesia completa. Com a experiência clínica,adoptaram-se5regrasnaselecçãodospontosdeacupuncturaanestésicos:1. Pontosseleccionadospelomeridiano

•Exemplo:E36(Zusanli)emgastrectomias;2. Pontos situados nas concentrações das vias

nervosas•Exemplo:IG18(Futu)emtiroidectomias;

3. Pontossituadosnosmúsculospróximosouàalturadocampooperatório,•Exemplo:IG14(Binao)nacirurgiaaotórax;

4. Pontos abaixo dos cotovelos e joelhos queprovocamasensaçãodeDe-Qi•Exemplo:IG4(Hegu)eE36(Zusanli)devi-doaoDe-Qiimediatoeforte;

5. PontosauricularescomooShenmen,Simpá-ticoePulmão,comoutrospontoscorrespon-dentescomaáreadacirurgia.

AA.A.utiliza3métodosparainduziraanestesia,sendoestes:manipulaçãomanual(commovimen-tosderotaçãoatéaos200porminuto);estímuloeléctrico (realizada atravésdeumapequenades-cargaeléctricanasagulhas)einjecçãodeáguades-tilada, soluçõesdevitaminaB,entreoutros, estainjecçãoénormalmenteefectuadaempontosau-xiliareseoseuobjectivoéreforçaraacupuncturarealizadanospontosprincipais,eliminandoassima lacuna resultante da manipulação irregular daagulha(Hsing-tung,C.,1972).NoinícioaA.A.erarealizadaapenasnospontosde Meridiano, contudo actualmente também seutilizampontosdeauriculoterapiachinesaefran-

cesa,acupuncturanonariz,crâniopuncturaeacu-pressão…Desalientaraadministraçãodefenta-nilaouóxidonitrosoadministradoemquantidadesuficienteparapromoverainconsciência,masnãoaanalgesia(Ma-Tsue,1972).

■ De-qi e a Acção sobre as Fun-ções Nervosas

O primeiro passo para uma técnica de sucesso,consistenaescolhadospontosapropriadoscon-soanteomeridiano, a localizaçãodacirurgia e apatologia.Quandoocorpoéatacadopor facto-res patogénicos, estes propagam-se pelo sistemade meridianos, à medida que a doença avança,começamosatersinaisesintomasquenosreve-lam a extensão e gravidadedadisseminaçãope-losmeridianos,órgãosoutecidosafectados.Cadameridianopossuioseuprópriocanaldecircula-çãoeumaconexãoúnicacomoórgão,o factorpatogénicoagrideoórgãoeostecidos,compro-metendoosrestantesmeridianoseprosseguindooseupercursoespecíficodepenetraçãocadavezmaisprofundaegraveparaoorganismo.Geral-menteaspatologiasqueafectamumconjuntodemeridianossãoidentificadasdevidoànaturezaeàlocalizaçãodamanifestaçãodossinaisesintomas.Aselecçãoimplicaoconhecimentodosmeridia-nosquemaisseadequamàcirurgiaemquestãoeapartirdessaescolhaseleccionarospontosmaisindicados.Nateoriatradicional,aacupuncturasóéeficazquandoasagulhasproduzemnopacien-teumasensaçãoespecifica,fenómenojádescritono livro Princípios deMedicina Interna do Im-peradorAmarelo“…o êxito se alcança quando apa-rece o De-Qi”.Esta sensaçãodeChamadadeChino inícioé fortecomoumchoque,mas tendeadesaparecer, foi o que verificaram nas primeirascirurgiasaotórax,queoefeitodaanestesiaseen-contravanoaugeno iníciodaoperação,quandoas agulhas haviam sido inseridas emanipuladas.Contudonodecorrerdaintervençãocirúrgicanãohavendocontinuaestimulaçãodaagulhaoefeito

ia desaparecendo, surgindo assim a necessidadedeumamanipulaçãoininterruptadasagulhasdu-rante todaaoperaçãoedestemodoasrestantescirurgiasforamumêxito…Resumindo, naA.A., a sensação deDe-Qi devemanter-seconstanteeamanipulaçãodasagulhasnuncadeveser interrompida,devendo-seutilizarospontoscommaiorChamadadeChi,sendoqueestesdemonstraramserosmaiseficazes.Ainvestigaçãonestaáreacomeçouadesenvolver--se e novas questões foram surgindo, nomeada-menteacirurgiaemparaplégicos, esteseram in-capazesdesentirDe-Qinosmembrosinferiores,independentementedonúmerodepontos trata-dosnasextremidadesinferioresoudaintensidadedamanipulaçãodaagulha, sendoquenosmem-bros superiores a sensação era quase imediata,provandoqueexisteumaestreitarelaçãoentreosistemanervosoeasensaçãodeDe-Qi.Defor-ma a comprovar esta teoria realizaram-se váriasexperiênciascomanestesianaárealombarcomointuito de provocar paralisia nosmembros infe-rioreseobservaramqueparaseobterasensaçãodeDe-Qiénecessárioqueasfunçõesnervosasdeencontremnormalizadas.NoHospitalHuanSandeShangaifoiefectuadoumestudocomelectromiografiadacorrelaçãodasensaçãodas agulhas empacientes comdiversaspatologias nervosas, incluindo lesões do plexobraquial, sequelas de paralisia infantil, escleroselateral amiotrófica,miodistrofia,miastenia grave,siringomielia, tabesdorsalis, entreoutras.Os re-sultadosdesteestudoforam:pacientescompato-logiasmuscularesoucomafecçõesdosneuróniosmotoresespinaisexperimentaramasensaçãodasagulhas quando submetidos a acupunctura nosmembrosafectados,emalgunscasosverificou-seumamelhoria das funções sensoriais gerais; noscasosdesiringomieliaconfirmou-seumamelhoriadassensaçõesdolorosasemelhoriadasensibilida-detérmicadosmembrosafectados;empacientesdeidadeavançada,comhistorialdetabesdorsalis,a acupunctura produziu uma perda da sensação

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dolorosa, embora apenasdurante amanipulaçãodasagulhaseaenquantoasensaçãodeDe-Qiseprologasse; namaioria dos casos, a sensação deDe-Qifoiacompanhadadeactividadeeléctricadomúsculo tratado por acupunctura, nos casos dedistrofia,nosquaisarespostaeléctricadosmús-culos não se verificavam apesar da sensação daagulhaseraparentementenormal,emcontrapar-tidapacientesqueexperimentaramsensaçõesdo-lorosase térmicasperturbadas,nassensaçõesdaagulhanãosemanifestaram,apesardasinserçõesproduziremondaselectromiograficasdeamplitu-demédia(ChineseMedicalJournal,1973).Estes resultados reflectemqueocanal condutordassensaçõesdasagulhasnaespinalmedulaestáestritamenterelacionadocomocanalcondutordasensaçãodolorosaetérmica.Emclínicademons-trou-se que, independentemente da localizaçãodotratamentoporacupunctura,osestímulossãotransmitidos na sua totalidade ao S.N.C. por viadas terminações nervosas sensitivas que produ-zemoefeitoanalgésico,umaobstruçãocompletaafectaaeficáciadaA.A..Analoxonapodereverteroubloqueartotalmenteaanalgesia induzidapelaacupunctura,assimcomooefeitodeumainjecçãodeanestésicolocal,comoabupivicaínanopontogatilhoparaalíviodador,tambémérevertida.Ainjecção intracerebroventricular ou intratecal deCCLK-8,reverteebloqueiatotalmenteaanalgesiaproduzidatantopelamorfina,comopelaelectro-acupunctura.Todos estes estudosprovamque aacçãodaacupuncturaéproduzidapelomecanis-moópiode.

■ Principais Efeitos Fisiológicos da Acupunctura Anestésica

O efeito analgésico e anestésico–aacupunc-tura sempre foi utilizada para suprimir a dor,produzresultadosevidentesasuprimiradorempós-operatório,tendoinúmerosbenefíciospoisoorganismonãonecessitadefármacoseconseguerecuperarmelhor.

O efeito regulador – na acupunctura um dosobjectivos principais é regular o organismo, omesmopontodeacupuncturapoderegularváriaspartesdoorganismo.Aacupuncturaéeficazemcasodeinflamaçãopoisécapazdeaumentaronú-merodeglóbulosvermelhoseactivarafagocitose.Acirurgiaimplicaumaincisãonapele,aremoçãodeórgãosoudetecidosdoenteseasuturadain-cisão,estaspodemalcançarvárioscentímetroseacirurgiademorarváriashoras,duranteaqualsãoprovocadostraumatismosmúltiplos…Existeuma relaçãoentreoefeitoanalgésicoeoefeitoregulador,devendo-seaestesfenómenosadiminuiçãodasensibilidadedolorosa,oaumentoda resistência física do paciente na intervençãocirúrgica, pois a sua capacidade reguladora dasfunções sistémicas pormeio do córtex cerebral,aumentaaresistênciacorporal,deixandodeexistirefeitossecundáriosecomplicaçõespós-operatóriodaanestesiaquímica.Regulaassuasfunçõessisté-micas,respiração,pulso,pressãosanguínea,tensãoarterial,sendoporissoreguladoradasfunçõesdocorpoe“reguladordaenergia”.Estaacçãoreforçaopoderderesistênciaereduzaalteraçãocausadapelo traumatismo da operação, das funções dostecidoseórgãos.NoHospitaldeShanghai,atravésdautilizaçãodediversosmétodosparaverificarasfunçõesfisioló-gicasdocérebro,coração,pulmões,vasossanguí-neos,músculosepeledospacientessubmetidosaA.A.ecompará-lascomoutrospacientessubme-tidosàsmesmasintervençõessobanestesiaquími-ca,comparandoarecuperaçãonopós-operatórioemambososgrupos.Os resultados mostraram que a “regulação deenergia” é o efeito exercido sobre os diversosórgãos(incluindovíscerasetecidos),pelocórtexcerebral,atravésdosistemanervoso,ocórtexce-rebral actua como um “centro de controlo” docorpo humano e possui poder regulador sobreoselementosqueocompõemeoefeitodeman-ter as suas funçõesemóptimascondições.Comanestesiaquímica,asfunçõesnormaisdosnervos

eocórtexcerebralsãominimizadospelaaneste-siautilizadaeocentrodecontroloficaparalisadoduranteoqualdeixaderegulardeformaeficienteasactividadesorgânicas.Emcontrapartida,aacu-puncturaacrescentaasactividadesdocórtexquepoderegularasactividadesorgânicasesuperarasalteraçõesproduzidaspelas feridas, contribuindoassimpara umamaior segurançadurante a ope-raçãoemelhoriasnopós-operatório.Opacienteanestesiado com acupunctura permanece total-menteconscienteoquepodeproporcionarumadinâmicaentreodoenteeomédicopoisestesabequaisassensaçõesvividaspelopaciente,levandoaqueacirurgiapossasermaisprecisaesemriscodedanodeoutrostecidosneurocerebrais.OutradasvantagensdaA.A.éofactodenãorequererinstalaçõesou equipamentos complicados, a do-sagem de químicos administrados pode não sernecessáriaouésignificativamente inferior,oquefacilitaasuaaplicação,fazendocomqueacirurgiasejamuitomenos dispendiosa, chegando amaispessoasporserbastantebarata.Deteremconsideraçãoofactodeexistirumele-vadonúmerodedesordens, taiscomo,hiperten-são,falênciadofígado,rins,estômagoepulmõesque são incompatíveis com a anestesia química.Por outro lado, pacientes em estado crítico oucomalergiaàanestesiaquímica,podemsubmeter--seaintervençõescirúrgicassobaA.A.,poisestaécapazderegularasfunçõesdosórgãoseajudarnoprocessopós-operatório(Hsiang-tung,C.,1972).

■ Obstáculos que se Opõem à Acupunctura Anestésica

Apesar das cirurgias realizadas comA.A. seremumêxito, este factonãoseverificaemtodososcasos,existeaexcepçãoàregra,situaçõesemquenemsempreépossívelrealizaracirurgiacomestemétododeanestesiaatéaofim…De salientar que umdos aspectos fundamentaisa ter em conta é a influência emocional do pa-ciente,duranteacirurgia,seodoentepermanecer

acordadodurantetodooprocedimentocirúrgico,ondeouveeobservatudooqueestáaaconteceraoseuredor…Osistemamoduladordadorécompostopores-truturasdaespinalmedula,dotroncoencefálico,do sistema límbico,do tálamoedocórtexcere-bralepelosneurotransmissorescomoendorfinase serotonina, entre outros, que podem inibir ouexcitarsinapsesquelevamàinformaçãodolorosa.Amodulaçãodadorocorrepelaintegraçãodees-tímulosperiféricosaprocessoscognitivoseemo-cionais.Aespinalmedulaéumaestaçãodemo-dulaçãoda dor.Na espinalmedula os estímulosdolorosos vindos da periferia interagem comosestímulosperiféricosnãonervosos (tactoe tem-peratura) e com os estímulos nervosos descen-dentesdeestruturasencefálicas(córtexesistemalímbico). Os sistemas moduladores de dor des-cendentessãoactivadosesofreminterferênciadopensamentoedoafecto(conceitoindividualsobredor,apreciaçãodasituação,experiênciaspassadas,medo,ansiedade,depressão,entreoutras),deim-pulsosnãodolorososoriundosdaperiferia(tactoetemperatura)edeestímulosvindosdosórgãosdossentidos(sons,imagensecheiros).Dessain-teracçãoentreaperiferia,aespinalmedulaeestru-turasencefálicaséqueatransmissãodoimpulsonervoso serámodulada (abrindo ou fechando acomporta)e,docornoposteriordamedula,leva-daaestruturassubcorticaisecorticais,envolvidasnapercepçãoenaapreciaçãodador.Oambientedoblocooperatórioexerceumefeitonegativosobreosistemanervosodopaciente,al-terandoassimoefeitoanalgésicodaacupunctura,sendoqueemcertoscasosexisteanecessidadedeadministração de anestesia química. A interven-ção cirúrgica sobre acupunctura anestésica comopacientedespertoépossível,contudotemquehaver sessões de preparação para esta anestesia,opacientetemqueestarmentalmentepreparadoeconvencidodaimportânciadesteprocedimentoe se sentir confianteparaqueacirurgia sejaumsucesso. Existem ainda as diferenças individuais

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referentes ao efeito da acupunctura anestésica,sendo que a mesma intensidade de estímulo, omesmo conjuntodepontos emesmo tempodeinduçãoutilizadosparaomesmotipodecirurgiaproduzemresultadosdiferentes,contudoestasdi-ferençasnãoseobservamnosefeitosanalgésicosentreosváriosmétodosdeacupunctura,produ-zindoefeitosanalgésicosemdiferentespartesdocorpo(Chai-hsi,E.,2006).Existemoutrassituaçõesemqueaanestesianãoéeficazporsi só,designa-sepelosObstáculosàAcupunctura Anestésica, sendo a Anestesia In-completa, a Reacção Indesejável da ContracçãoeoRelaxamentoAbdominal Insuficiente.Existeumconjuntodemedidas,incluindofármacosau-xiliares, métodos de acupunctura aperfeiçoadosemelhores técnicas cirúrgicas, que ao longo doestudoseforamdesenvolvendocomointuitodeminimizarosdanosprovocadosaquandodaope-ração.CombateraAnestesiaIncompleta:

a) Inserção de agulhas de 10 cm em ambososladosouemambososextremosdaincisão,comtransmissãodeimpulsoseléctricosdealtafrequênciaenquantoseprocedea incisãoeàsuturadapele;b) Fixareléctrodosdeambososladosdainci-sãoetransmitirdirectamenteosimpulsossemasagulhas;c) Estimularatravésde impulsoseléctricosaagulhasituadajuntodasvértebrasdasvíscerasquesevaioperar;d) Nascirurgiasàorelha,olho,narizeextre-midades, utilizar pontos do tronco nervosorespectivo emvezdepontosdosmeridianosespecíficos,exemplo:nasoperaçõesdasextre-midades superiores colocar agulhas no plexobraquial,nasextremidadesinferioresinserirnafossapoplíteaounaregiãoinguinal;e) Comosedanteeparaintensificaraanalge-sia, injectar 10/15mg de petidina em algunspontos;f) Injectar uma solução salina normal – 0,5mgdeadrenalinapor10mldesoluçãoaore-

dordazonadaincisão;g) Injectar10/20mgde lidocaínana raizau-ricular;h) Injectaráguadestiladaemambososextre-mosdaincisãoenopontoB25(Dachangshu);i) Na tiroidectomia, inserir profundamenteumaagulhanopontoIG18(Futu),eapartirdesteinseriroutraagulhasubcutaneamentenadirecçãodaincisão;asagulhasprofundastêmafinalidadedereduziradorcausadapelacon-tracção,enquantoassubcutâneasdiminuemadorprovocadapelaincisão.

Paracombaterareacçãoindesejáveldacontracção:a) Injectar 120mg de dolantina e electroa-cupunctura nos pontos B17 (Geshu) e B21(Weishu);b) Injectarde15mgdedolantinae0,3mgdeescopolaminanopontoE36(Zusanli);c) Puncturar os pontos auriculares Sanjiao,Abdómen,Supra-renaiseSimpático;d) AplicarelectroacupuncturaaraizdalínguaePc6(Neiguan);e) Puncturar o E36 (Zusanli) e manipularfortemente com movimentos oscilatórios erotativos;f) Injectar 0,3 mg de escopolamina em 6ml de solução salina no B21 (Weishu), B23(Shenshu)eB17(Geshu);g) Electroestimulação forte no ponto Pc6(Neiguan)para combater a contracção abdo-minal;h) Injectarnovocaínaa1%noplexodonervoque alimenta os correspondentes dos órgãosoperados.

Parafacilitarorelaxamentomuscularabdominal:a) Electroacupuncturaintensanocampoope-ratórioenoperitoneu;b) Electroacupunctura no peritoneu comeléctrodosnoB21(Weishu)eB17(Geshu);c) Electroacupunctura intensa nos pontosE36(Zusanli)eBP6(Sanyinjiao);d) Inserçõessubcutâneasemambososlados

daincisão,comeléctrodoscolocadosa3,75cmdobordoda2ªe3ªvértebralombar;ecomplementarcomainserçãode3agulhasàvoltadopontoauricularSanjiao;e) InseriragulhasnospontosauricularesSimpáticoeMio-relaxante;f) Electroacupuncturacomestímulodealtafrequêncianos8º,9º,10º,11ºe12ºnervosintercostais;g) Injectar0,3mgdeescopolaminanospontosB23(Shenshu)eB21(Weishu);h) Injecçãointramuscularde6mldeglucosea50%ede6mldebicarbonatodesódioa4%nolocaldaincisão,areacçãoéimediataeprovocaumlongoperíododerelaxamentomuscular.

■ Pesquisa Clínica e Estudos Publicados

ConsiderandoarevisãobilbiográficadautilizaçãodeA.A.,umdostrabalhosmaisrelevanteécompilaçãoetraduçãode“Medicine&HealthCo”,realizadapeloDr.S.T.HueDr.L.K.Lu,.Dadaasuaextremaaplica-bilidadepráticaapresenta-seemseguidaumresumodasconclusõesdosestudosrealizados.NumatentativadeseaprofundartodooconhecimentoexistenteemA.A.,comointuitodeseverificarparacadaumadascirurgiasquaisospontosmaiseficazes,sendoestesagrupadosporconjuntoserealizadaumaanálisepos-teriordetodainformaçãoobtida.Nota:ospontosapresentadossãopuncturadosdoladoafectadoapenas,quandoseverificapuncturanoladosaudávelexisteindicação,emalgunscasosexistempontosquenãosãodeacupunctura,mascorrespondentesaáreascommaiorirrigaçãonervosaeprovocamigualmenteanestesia,paraconsultadelocalizaçãoeacçãodospontosreferido. CIRURgIA AO CéREBROEstudorealizadonoHospitalHuaShandeShangai,realizadoem619casosdeneurocirurgia,dosquais120intervençõesàespinalmedulae499craniotomiasdevidoatumores.

REGIÃO PARIETAL E REGIÃO FRONTAL (CHINESE MEDICAL JOURNAL, 1973)

PONTOSCORPORAIS:

GRUPO1: ID18(QUANLIAO);

GRUPO2: ID18(QUANLIAO),VB41(ZULINQI),E43(XIANGU),F3(TAICHONG);

GRUPO3: B2(ZANZHU),VB8(SHUAIGU),SJ22(ERHELIAO),VB12(WANGU);

PONTOSAURICULARES:INSERçãONOSHENMENEMDIRECçãOAORIM,INSERçãONOTRONCOCEREBRALEMDIRECçãOAOSUB-CORTEX,PONTOSIMPÁTICOEPULMãO;

COMBINAçãO:IG4(HEGU),PC6(NEIGUAN),APENASDOLADOSAUDÁVELEINSERçãONOSHENMENEMDIRECçãOAORIM,INSERçãONOPONTOFRONTALATÉAOOCCIPITAL;

Page 36: Revista julho vfinal

70 ScientificJournalof NaturalMedicine|Vol.2 ScientificJournalof NaturalMedicine|Vol.2 71

REGIÃO TEMPORAL E REGIÃO OCCIPITAL

PONTOSAURICULARES:

GRUPO1:

INSERçãONOSHENMENEMDIRECçãOAORIM,INSERçãONOTRONCOCEREBRALOUOCCIPITALEMDIRECçãOAOSUB-CORTEX,PONTOSIMPÁTICOEPULMãO;

GRUPO2: SHENMEN,INSERçãONOPONTOOCCIPITALEMDIRECçãOAOPESCOçO,PONTORIMEFÍGADO;

COMBINAçãO:

IG4(HEGU),PC6(NEIGUAN)APENASDOLADOSAUDÁVEL,INSERçãONOPONTOOCCIPITALEMDIRECçãOAOPESCOçO,INSERçãONOPONTOPESCOçOEMDIRECçãOAOOCCIPITAL;

CIRURgIA OCULAR EstudorealizadonoHospitaldoTrabalhador,doSoldadoedoCamponêsdePequimenoHospitaldaEs-coladeMedicinaChung-shandeCantão.

EXTIRPAçÃO DO CRISTALINO

PONTOSCORPORAIS:

GRUPO1:IG4(HEGU);PUNCTURADOPONTOSJ5(WAIGUAN)EMDIRECçãOAOPONTOPC6(NEIGUAN);

GRUPO2: IG4(HEGU),E2(SIBAI),B2(ZANZHU);

GRUPO3: IG4(HEGU),ID6(YANGLAO),AMBOSBILATERAIS;

COMBINAçãO: IG4(HEGU),B2(ZANZHU),AURICULOTERAPIAPONTOOLHOEPULMãODOSDOISLADOS;

ESCLEROCTOMIA

COMBINAçãO: IG4(HEGU),AURICULOTERAPIAPONTOOLHOEPULMãODOSDOISLADOS;

IRIDOTOMIA

COMBINAçãO: IG4(HEGU),B2(ZANZHU)EMDIRECçãOAOPONTOYU-SHANG(ACIMADOYU-YIAO),E7(XIANGUAN),E2(SIBAI);

ESTRABOTOMIA

PONTOSCORPORAIS: IG4(HEGU),SJ6(ZHIGOU),PUNCTURADOPONTOE2(SIBAI)EMDIRECçãOAOPONTOE1(CHENGQI);

OUTRAS CIRURGIAS OCULARES

PONTOSCORPORAIS:

GRUPO1: IG4(HEGU),SJ6(ZHIGOU),VB37(GUANGMING)

GRUPO2: IG4(HEGU),SJ6(ZHIGOU),

GRUPO3: IG4(HEGU)BILATERAL,B1(JINGMING);

PONTOSAURICULARES:

GRUPO1: SHENMEN,SIMPÁTICO,PULMãO,INSERçãODOPONTOFRONTALAOPONTOOLHO;

GRUPO2: SHENMEMEPULMãO;

CIRURgIA EM OTORRINOLARINgOLOgIAEstudorealizadonoHospitaldoPrimeiroColégiodeMedicinadeShangai,DepartamentodeOtorrinolarin-gologia(ChineseJournal,1973).

TIMPANOTOMIA

PONTOSCORPORAIS: IG4(HEGU)BILATERAL

MASTOIDECTOMIA

PONTOSCORPORAIS: IG4(HEGU),PC6(NEIGUAN),E44(NEITING),TODOSBILATERAIS;

CIRURGIA AO NARIz

PONTOSCORPORAIS: E3(MEICHONG)EMDIRECçãOAOPONTOE2(SIBAI),IG4(HEGU),SJ6(ZHIGOU);

Page 37: Revista julho vfinal

72 ScientificJournalof NaturalMedicine|Vol.2 ScientificJournalof NaturalMedicine|Vol.2 73

PONTOSAURICULARES:MAXILAREMDIRECçãOAOPONTOFRONTAL,DOPONTOSUPRA-RENAISEMDIRECçãONARIZINTERNO,DOPONTOSHENMENEMDIRECçãOAOPONTOSIMPÁTICO;

PLáSTICAS AO NARIz, PóLIPOS NASAIS

PONTOSCORPORAIS:

GRUPO1: IG4(HEGU)BILATERAL;

GRUPO2: IG4(HEGU),IG20(YINGXIANG);

GRUPO3: IG4(HEGU),ID3(HOUXI)BILATERAIS;

PONTOSAURICULARES:

GRUPO1: PONTONARIZEXTERNOEMDIRECçãOAOPONTONARIZINTERNO,BILATERAIS;

GRUPO2:NARIZEXTERNOEMDIRECçãOAONARIZINTERNO,VÉRTICEDOTRAGO,PULMãO,SIMPÁTICO;

CIRURGIA AO MAXILAR SUPERIOR

PONTOSCORPORAIS: IG4(HEGU),PC6(NEIGUAN),IG20(YINGXIANG)TODOSBILATERAIS;

COMBINAçãO: IG4(HEGU)BILATERAL,SJ5(WAIGUAN),PONTOSAURICULARESDOMAXILAR,RIM,SIMPÁTICO;

EXTRACçÃO CIRúRGICA DA LARINGE

COMBINAçãO:

IG4(HEGU),SJ6(ZHIGOU),AURICULOTERAPIAPUNCTURADOPONTOSUPRA-RENALEMDIRECçãOAOPONTOLARINGE,DOPONTOPESCOçOEMDIRECçãOAOÁPICEDOANTI-TRAGO,DOPONTOSHENMENEMDIRECçãOAOPONTOSIMPÁTICO,PULMãO,RIM,TODOSBILATERAIS;

AMIGDALECTOMIAS

PONTOSCORPORAIS:

GRUPO1: IG4(HEGU)BILATERAL;

GRUPO2: SJ6(ZHIGOU)BILATERAL;

GRUPO3: PONTOAMÍGDALAS(PORBAIXODOMAXILAR,A1,5CMDOâNGULODAMANDÍBULA)BILATERAL;

PONTOSAURICULARES: FARINGE,AMÍGDALAS,AMBOSBILATERAIS;

ESOFAGOSCOPIA, TRAqUEOSCOPIA

PONTOSCORPORAIS:

GRUPO1: IG4(HEGU)BILATERAL;

GRUPO2: IG4(HEGU),PC6(NEIGUAN),AMBOSBILATERAIS;

CIRURgIA FACIAL E BUCAL EstudorealizadonaClinicaDentaldoQuartoHospitaldeSi-na,noNonoHospitaldoPovodeShanghaieSegundoColégiodeMedicina.

áREA PARóTIDA

PONTOSCORPORAIS: E40(FENGLONG),VB38(YANGFU),B59(FUYANG),F3(TAICHONG),E43(XIANGU),VB43(XIAXI);

áREA SUBMAXILAR

PONTOSCORPORAIS: E40(FENGLONG),VB38(YANGFU),B59(FUYANG),F3(TAICHONG),BP4(GONGSUN);

CIRURGIA À MANDÍBULA

PONTOSCORPORAIS: E40(FENGLONG),VB38(YANGFU),B59(FUYANG),F3(TAICHONG),BP4(GONGSUN),IG4(HEGU),PC6(NEIGUAN);

CIRURGIA À ARTICULAçÃO TEMPOROMANDIBULAR

PONTOSCORPORAIS:E40(FENGLONG),VB38(YANGFU),B59(FUYANG),F3(TAICHONG),BP4(GONGSUN),IG4(HEGU),PC6(NEIGUAN),TODOSBILATERAIS;

COMBINAçãO:IG4(HEGU),PC6(NEIGUAN),AURICULOTERAPIAPONTOSCORRESPONDENTESÀSÁREASDACARA,DEACORDOCOMACIRURGIA;

EXTRACçÃO DENTáRIA

PONTOSCORPORAIS: GRUPO1:IG2(ERJIAN),IG4(HEGU)EMAISUMDOSCONJUNTOSSEGUINTESDEACORDOCOMODENTEAEXTRAIR;

Page 38: Revista julho vfinal

74 ScientificJournalof NaturalMedicine|Vol.2 ScientificJournalof NaturalMedicine|Vol.2 75

PONTOSCORPORAIS:

INCISIVOSUPERIOR

DU26(RENZHONG)EMDIRECçãOAOIG2(ERJIAN);

INCISIVOINFERIOR REN24(CHENGQIANG),E3(MEICHONG);

CANINOSUPERIOR

DU26(RENZHONG)EMDIRECçãOAOIG29,ID18(QUANLIAO);

CANINOINFERIOR

REN24(CHENGQIANG)EMDIRECçãOAOE5(DAYING),E6(JIACHE);

BICúSPIDESUPERIOR E7(XIANGUAN),ID18(QUANLIAO);

BICúSPIDEINFERIOR REN24(CHENGQIANG),E6(JIACHE);

MOLARSUPERIOR: ID18(QUANLIAO),E6(JIACHE);

MOLARINFERIOR:

REN24(CHENGQIANG),E6(JIACHE),REN24(CHENGQIANG),E7(XIANGUAN);

COMBINAçãO: IG3(SANJIAN)EMDIRECçãOAOIG4(HEGU)BILATERAL;VÉRTICEDOTRAGO;

UmestudorealizadonaClinicaDentáriado4ºHospitaldeSi-naem1250casosdivididosem6grupos,consistiunainjecçãode0,5a1mldesoluçãosalinaempontosdeauriculoterapiacomointuitodeproduziraanalgesianecessáriapararealizarumaextracçãodedentes;aextracçãofoiefectuada10a15minutosdepois,verificando-seumasensaçãodedormência,distensãoecalor.

EXTRACçÃO DENTáRIA

PONTOSAURICULARES::

GRUPO1: DENTEEÓMEGA;

GRUPO2: FACEELÁBIOS;

GRUPO3: SUPRA-RENAL;

GRUPO4: ANTI-TRAGO;

GRUPO5: DENTE,ÓMEGA,SUPRA-RENALEANTI-TRAGO;

GRUPO6: TODOSOSPONTOSEÁREASACIMAASSINALADAS;

CIRURgIA AO PESCOçOEstudorealizadonoPrimeiroHospitaldoPovodeShanghai(ChineseMedicalJournal,1973).

TRAqUEOTOMIA

PONTOSCORPORAIS:GRUPO1: IG4(HEGU),PC6(NEIGUAN),P1

(ZHONGFU),TODOSBILATERAIS;

GRUPO2: IG18(FUTU)BILATERAL;

TIROIDECTOMIA

PONTOSCORPORAIS:

GRUPO1: IG18(FUTU)BILATERAL;

GRUPO2: IG4(HEGU),PC6(NEIGUAN),AMBOSBILATERAIS;

GRUPO3: IG4(HEGU),E6(JIACHE)OUSJ17(YIFENG),VB20(FENGCHI),TODOSBILATERAIS;

PONTOSAURICULARES: SHENMEN,PULMãO,SUBCORTICAL,FARINGE-LARINGE,PESCOçO,TODOSBILATERAIS;

TIROCARCINECTOMIA RADICAL

PONTOSCORPORAIS: IG4(HEGU),PC6(NEIGUAN),AMBOSBILATERAIS;

COMBINAçãO:

IG4(HEGU),PC6(NEIGUAN),AMBOSBILATERAIS;AURICULOTERAPIASHENMEN,SIMPÁTICO,PULMãO,INSERçãODOPONTOPESCOçOEMDIRECçãOAOPONTOCLAVÍCULA,TODOSBILATERAIS;

Page 39: Revista julho vfinal

76 ScientificJournalof NaturalMedicine|Vol.2 ScientificJournalof NaturalMedicine|Vol.2 77

CIRURgIA AO TóRAx EstudorealizadonaSecçãodeCirurgiaaoTóraxdoGrupoCoordenadordeA.A.dePequim,enoPrimeiroHospitaldeTuberculosedeShangaiemPneumotomia,Pneumonectomia,Toracotomia,TracoplastiaeTora-coneumoplastia(ChineseMedicalJournal,1973).

CIRURGIA AO TóRAX

PONTOSCORPORAIS:

GRUPO1: IG4(HEGU),PC6(NEIGUAN);

GRUPO2: INSERçãODOPONTOSJ8(SANYANGLUO)EMDIRECçãOAOPONTOPC4(XIMEN);

GRUPO3:

PONTOEXTRAHSIAYIFENG(ATRÁSDOLÓBULODAORELHA,0,5CMABAIXODADEPRESSãOSITUADAENTREAAPÓFISEMASTÓIDEEAMANDÍBULA);

GRUPO4: INSERçãODOPONTOIG14(BINAO)EMDIRECçãOAOSJ14(JIANLIAO);

PONTOSAURICULARES: SHENMEN,SIMPÁTICO,PULMãO,ASMA,RIMETÓRAX;

CIRURGIA AO CORAçÃO – HOSPITAL DA ESCOLA DE MEDICINA DE HUNAN EM CHANGSHA (CHINESE MEDICAL JOURNAL, 1973).

PONTOSCORPORAIS: IG4(HEGU),PC6(NEIGUAN),SJ6(ZHIGOU),TODOSBILATERAIS;

PONTOSAURICULARES: SHENMEN,TÓRAX,CORAçãO,PULMãO;TODOSDOLADOESQUERDO;

CIRURGIA PERICARDÍACA

PONTOSCORPORAIS:

GRUPO1: IG4(HEGU),PC6(NEIGUAN),AMBOSDOLADOESQUERDOCOMELECTROESTIMULAçãO;

GRUPO2:IG4(HEGU),PC6(NEIGUAN),AMBOSDOLADOESQUERDOCOMELECTROESTIMULAçãO;DU13(TAODAO),DU11(SHENZHU);

CIRURGIA AO ESóFAGO

PONTOSCORPORAIS:GRUPO1: IG4(HEGU),PC6(NEIGUAN),AMBOSDOLADO

ESQUERDO;

GRUPO2: IG4(HEGU),PC6(NEIGUAN),IG14(BINAO),SJ10(TIANJING),TODOSDOLADOESQUERDO;

MASTECTOMIA

PONTOSCORPORAIS: IG4(HEGU),PC6(NEIGUAN);

PONTOSAURICULARES: SHENMEN,SIMPÁTICO,ENDÓCRINO,TÓRAXEPULMãO;

CIRURgIA ABDOMINAL EstudorealizadonoHospitaldoPovodeCh’angshan(ChineseMedicalJournal,1973).

GASTRECTOMIA SUBTOTAL E GASTROCOLOSTOMIA

PONTOSCORPORAIS:

GRUPO1: E36(ZUSANLI),SJ17(YIFENG),AMBOSBILATERAISOUAPENASDOLADOESQUERDO;

GRUPO2:E36(ZUSANLI),SJ17(YIFENG),AMBOSBILATERAIS,EMAISDOISPONTOS,UMEMCADALADODAINCISãO;

PONTOSAURICULARES: ESTôMAGO,SHENMEN,SIMPÁTICO;PULMãO,TODOSBILATERAISOUAPENASDOLADOESQUERDO;

ESPLENECTOMIA

PONTOSCORPORAIS: E36(ZUSANLI),BP6(SANYINJIAO),REN3(ZHONGJI),TODOSBILATERAIS;

COMBINAçãO:

GRUPO1:

BP4(GONGSUN),BILATERAL,AURICULOTERAPIAPONTOBAçO,SANJIAO,PULMãO,SIMPÁTICO,SHENMEN,TODOSDOLADOESQUERDO;

GRUPO2:REN15(JIUWEI),F13(ZHANGMEN),AMBOSDOLADOESQUERDO,PC4(XIMEN),IG4(HEGU),E36(ZUSANLI),TODOSBILATERAIS;

PONTOSNASAIS:INSERçãODOPONTOORELHAEMDIRECçãOAOBAçO,INSERçãODOPONTOPULMãOEMDIRECçãOAOBAçO,BAçOEESTôMAGO;

COLECISTECTOMIA

PONTOSCORPORAIS: E36(ZUSANLI),BP6(SANYINJIAO),VBEXTRA

PONTOSAURICULARES: PâNCREAS,VESÍCULABILIAR,ABDÓMEN,SHENMEN,SIMPÁTICO,PULMãO,SUBCORTEX,TODOSBILATERAIS;

COMBINAçãO:

IG4(HEGU),PC6(NEIGUAN),AURICULOTERAPIAPONTOSHENMENEMDIRECçãOAOPONTOVESÍCULABILIAR,SIMPÁTICO,PULMãO,PONTOEXTRAENTREOESTôMAGO,FÍGADOEBAçO;

ENTERECTOMIA

PONTOSCORPORAIS: E36(ZUSANLI),BP4(GONGSUN),F3(TAICHONG),IG4(HEGU),PC6(NEIGUAN),TODOSBILATERAIS;

PONTOSAURICULARES: INSERçãODOPONTOSHENMENEMDIRECçãOAOPONTOABDÓMEN;

Page 40: Revista julho vfinal

78 ScientificJournalof NaturalMedicine|Vol.2 ScientificJournalof NaturalMedicine|Vol.2 79

APENDICECTOMIA

PONTOSCORPORAIS: E36(ZUSANLI)BILATERAL,VB26(DAIMAI);

PONTOSAURICULARES:GRUPO1: APêNDICEEBOCA;GRUPO2: ABDÓMEN,PULMãOESHENMEN;

CIRURGIA À HéRNIA INGUINAL

PONTOSCORPORAIS: GRUPO1: E36(ZUSANLI)BILATERALOUDOLADOAFECTADO,VB28(WEIDAI);

GRUPO2: B18(GANSHU),B25(DACHANGSHU),BP15(DAHENG),VB28(WEIDAI);

PONTOSAURICULARES: PONTOJOELHOEMDIRECçãOAOPONTOABDÓMEN,SIMPÁTICO;

COMBINAçãO: E36(ZUSANLI),AURICULOTERAPIAGENITAISEXTERNOS,INTESTINODELGADO,SIMPÁTICO,PULMãO;

SALPINGECTOMIA

PONTOSCORPORAIS:GRUPO1: E36(ZUSANLI),F6(ZHONGFENG),AMBOS

BILATERAIS;

GRUPO2: E36(ZUSANLI),VB26(DAIMAI),AMBOSBILATERAIS;

PONTOSAURICULARES: OVÁRIOS,SHENMEN,PULMãO,TODOSBILATERAIS;

COMBINAçãO: E36(ZUSANLI),AURICULOTERAPIAGENITAISEXTERNOS,INTESTINODELGADO,SIMPÁTICO,PULMãO;

CESARIANA

PONTOSCORPORAIS:E36(ZUSANLI),BP6(SANYINJIAO),VB26(DAIMAI),PONTOEXTRAANESTÉSICO(17,5CMACIMADOMALÉOLOINTERNO),TODOSBILATERAIS;

PONTOSAURICULARES: úTERO,ABDÓMEN,SHENMEN,SIMPÁTICO,MIO-RELAXANTE;

HISTEROSSALPINGO-OOFORECTOMIA

PONTOSCORPORAIS:GRUPO1: DU2(YAOSHU),DU4(MINGMEN),VB26(DAIMAI),

B33(ZHONGLIAO),B32(CILIAO);

GRUPO2: DU2(YAOSHU),DU4(MINGMEN),VB26(DAIMAI),E36(ZUSANLI),BP6(SANYINJIAO);

CISTECTOMIA DO OVáRIO

PONTOSCORPORAIS: DU2(YAOSHU),DU4(MINGMEN),VB26(DAIMAI),B32(CILIAO),BP6(SANYINJIAO)NADIRECçãODOMERIDIANO;

COMBINAçãO: BP9(YINLINGQUAN),VB34(YANGLINGQUAN),AURICULOTERAPIAPONTORIMECORAçãO;

NEFROLITOTOMIA, URETROLITOTOMIA

PONTOSCORPORAIS:VB38(YANGFU),B60(KUNLUN),R6(ZHAOHAI),E43(XIANGU),F3(TAICHONG),BP3(TAIBAI),IG4(HEGU),SJ5(WAIGUAN),ID3(HOUXI),PC4(XIMEN);

PONTOSAURICULARES: RIM,SHENMEN,PULMãO,SIMPÁTICO,SANJIAO,BAçOOUFÍGADO;

COMBINAçãO:

BILATERALMENTEOSPONTOSSHUCORRESPONDENTESAOSNÍVEISSEGMENTARESDAÁREAAOPERAR;AURICULOTERAPIAPONTORIM,SHENMEN,SIMPÁTICO,BAçOOUFÍGADO;

CISTOLITOTOMIA, CISTORRAFIA

PONTOSCORPORAIS: BP6(SANYINJIAO)BILATERAL,REN3(ZHONGJI),REN4(GUANYUAN);

PONTOSAURICULARES: BEXIGA,ABDÓMEN,SHEMEN,PULMãO;

COMBINAçãO:E36(ZUSANLI),BP6(SANYINJIAO),AURICULOTERAPIABEXIGA,SHENMEN,SUBCORTEXDIRECCIONADOAPULMãO;

PERINEOTOMIA

PONTOSCORPORAIS: BP6(SANYINJIAO),F3(TAICHONG);

CIRCUNCISÃO

PONTOSCORPORAIS: BP6(SANYINJIAO),F3(TAICHONG)AMBOSBILATERAIS,REN3(ZHONGJI),REN4(GUANYUAN);

COMBINAçãO:RAIZDOPÉNIS,AURICULOTERAPIAPONTOGENITAISEXTERNOS,SHENMEN,SIMPÁTICO,PONTOPULMãOEMDIRECçãOAOPONTOSUB-CORTEX,TODOSBILATERAIS;

HEMORROIDECTOMIA

PONTOSCORPORAIS: B30BILATERAL;

COMBINAçãO: B49(YISHE)BILATERAL,AURICULOTERAPIARECTO,PULMãO;

Page 41: Revista julho vfinal

80 ScientificJournalof NaturalMedicine|Vol.2 ScientificJournalof NaturalMedicine|Vol.2 81

CIRURgIA AOS MEMBROS SUPERIORES E INFERIORES E COLUNA

CLAVÍCULA

COMBINAçãO: PC6(NEIGUAN),IG18(FUTU),AURICULOTERAPIACLAVÍCULA,SHENMEN,SUB-CORTEX,TODOSBILATERAIS;

ARTICULAçÃO DO OMBRO

PONTOSAURICULARES: INSERçãODOPONTOOMBROEMDIRECçãOAOPONTOARTICULAçãODOOMBRO,SHENMEN,SIMPÁTICO,RIM;

COMBINAçãO:

IG4(HEGU),P6(KONGZUI),AURICULOTERAPIAPONTOOMBROEMDIRECçãOAOPONTOARTICULAçãODOOMBRO,PULMãO,RIM,INSERçãODOPONTOSHENMENEMDIRECçãOAOPONTOSIMPÁTICO;

BOLSA ARTICULAR DO OMBRO

PONTOSCORPORAIS: SJ5(WAIGUAN),PC4(XIMEN),P6(KONGZUI),IG4(HEGU);

úMERO

PONTOSAURICULARES:INSERçãODOPONTOOMBROEMDIRECçãOAOPONTOCOTOVELO,SHENMEN,SIMPÁTICO,PULMãO,SUPRA-RENAL,RIM;

COMBINAçãO:

TODOSOSPONTOSDAREGIãOANTERIOREPOSTERIORDOOMBRO,AURICULOTERAPIAPONTOOMBRO,ARTICULAçãODOOMBRO,SHENMEN,OCCIPITAL,VÉRTICEDAORELHA;

ARTICULAçÃO DO COTOVELO

COMBINAçãO:

IG15(JIANYU),IG4(HEGU),SJ5(WAIGUAN),IG11(QUCHI),AURICULOTERAPIAINSERçãODOPONTOCOTOVELOEMDIRECçãOAOPONTOOMBRO,SHENMEN,INSERçãODOPONTOBAçOEMDIRECçãOAOPONTOPULMãO,RIM;

ANTEBRAçO

PONTOSCORPORAIS:INSERçãODOPONTOIG11(QUCHI)EMDIRECçãOAOPONTOC3(SHAOHAI),P5(CHIZE),IG4(HEGU),UMAAGULHAEMCADALADOCADAARTÉRIAAXILAR;

AMPUTAçÃO DO ANTEBRAçO

PONTOSCORPORAIS: P5(CHIZE),C2(QINGLING),AGULHANOCENTRODOMúSCULODELTÓIDE;

COMBINAçãO: IG4(HEGU),SJ3(ZHONGZHU),AURICULOTERAPIAPONTOMãO,SHENMEN,BILATERAIS;

CUBITO E RáDIO

PONTOSCORPORAIS: IG11(QUCHI),SJ5(WAIGUAN),P10(YUJI),IG4(HEGU),P2(YUNMEN),AGULHANOCENTRODOMúSCULODELTÓIDE;

COMBINAçãO:

GRUPO1:

IG4(HEGU),IG11(QUCHI),IG15(JIANYU),SJ13(NAOHUI),AGULHANOCENTRODOANTEBRAçOENTREOSTENDõES,AURICULOTERAPIAPONTOCOTOVELOEMDIRECçãOAOPONTOMãO,PULMãO,RIM;

GRUPO2:

PC6(NEIGUAN)EMDIRECçãOAOPONTOSJ5(WAIGUAN);AURICULOTERAPIAPONTOCOTOVELOEMDIRECçãOAOPONTOMãO,PULMãO,RIM;

TRANSPLANTE DOS MúSCULOS DA MÃO

PONTOSCORPORAIS: IG17(TIANDING)EMDIRECçãOAOPLEXOBRAQUIAL;

EXTRACçÃO DE TUMORES NOS GLúTEOS

PONTOSCORPORAIS: E44(NEITING),B33(ZHONGLIAO),R6(ZHAOHAI),BILATERALMENTE;

COMBINAçãO:

VB24(RIYUE),B40(WEIZHONG),E36(ZUSANLI),AURICULOTERAPIAPONTORIM,PULMãOEMDIRECçãOAOPONTOSUB-CORTEX,PONTOSHENMENEMDIRECçãOAOPONTOSIMPÁTICO;

EXTRACçÃO DE TUMORES DA COXA

PONTOSCORPORAIS: E36(ZUSANLI),B60(KUNLUN),EXTRAHOTING;

VEIA SAFENA

PONTOSAURICULARES:SHENMENEMDIRECçãOAOPONTOARTICULAçãODAANCA,PONTOABDÓMENEMDIRECçãOAOPONTOJOELHO,PULMãO,SUB-CORTEX;

IMPLANTE DE PRóTESE POR FRACTURA DA CABEçA DO FéMUR

PONTOSCORPORAIS:

GRUPO1:E36(ZUSANLI),B59(FUYANG),VB36(WAIQIU),VB39(XUANZHONG),BP6(SANYINJIAO),E43(XIANGU);

GRUPO2:

VB34(YANGLINGQUAN),E40(FENGLONG),F5(LIGOU),PONTOSSITUADOSA1,25CMEMAMBOSOSLADOSDASAPÓFISESESPINHOSASDA12ªVERTEBRATORÁCICAE1ªLOMBAR;

GRUPO3:

VB24(RIYUE),VB39(XUANZHONG),PONTOSSITUADOSACIMAEABAIXODEE4(DICANG),DOLADOAFECTADO,F6(ZHONGFENG)APENASDOLADOSAUDÁVEL;

Page 42: Revista julho vfinal

82 ScientificJournalof NaturalMedicine|Vol.2 ScientificJournalof NaturalMedicine|Vol.2 83

PONTOSAURICULARES: ARTICULAçãODAANCAEMDIRECçãOAOPONTOCALCANHAR,SHENMEN,SIMPÁTICO,RIM,SUPRA-RENAIS;

AMPUTAçÃO DE UMA PERNA A ALTURA DA COXA INFERIOR

COMBINAçãO:

VB30(HUANTIAO),B49(YISHE),PONTOA1,25CMAOLADODASAPÓFISESESPINHOSASDA3ªE4ªVÉRTEBRASLOMBARES,AURICULOTERAPIAJOELHO,ARTICULAçãODAANCA,SHENMEN,PULMãO;

EXTRACçÃO DE PARTES MOLES DA ARTICULAçÃO DO JOELHO

PONTOSCORPORAIS:

GRUPO1:

3ºNERVOLOMBARPRÓXIMOAOPONTOB24(QIHAISHU),PONTODONERVOFEMORALPRÓXIMOAOPONTOE31(BIGUAN),INSERçãOSUBCUTâNEAEMAMBOSOSLADOSDAINCISãO;

GRUPO2:3ºE4ºNERVOLOMBARPRÓXIMOAOPONTOB24(QIHAISHU)EB25(DACHANGSHU),B51(HUANGMEN);

AMPUTAçÃO DA PARTE INFERIOR DA PERNA

COMBINAçãO:

VB30(HUANTIAO),B49(YISHE),PONTOSSITUADOSA1,25CMDEAMBOSOSLADOSDA4ªE5ªVÉRTEBRASLOMBARES,AURICULOTERAPIAPONTOJOELHOEMDIRECçãOAOPONTOCALCANHAR,SHENMEN,PULMãO;

TÍBIA E PERóNIO

COMBINAçãO:

F3(TAICHONG),BP9(YINLINGQUAN),BP10(XUEHAI),B53(BAOHUANG),VB30(HUANTIAO),E31(BIGUAN),AURICULOTERAPIAPONTOJOELHOEMDIRECçãOAOCALCANHAR,SUB-CORTEX;

METATARSECTOMIA

PONTOSCORPORAIS:GRUPO1: BP6(SANYINJIAO),VB38(YANGFU),BP3(TAIBAI),

F3(TAICHONG);

GRUPO2: F3(TAICHONG),R6(ZHAOHAI),VB39(XUANZHONG);

TENDÃO DE AqUILES

PONTOSCORPORAIS:GRUPO1: B54(ZHISHI),B57(CHENGSHAN),E36(ZUSANLI),

E44(NEITING);

GRUPO2: B54(ZHISHI),B51(HUANGMEN),E36(ZUSANLI);

COMBINAçãO:

E41(JIEXI),R6(ZHAOHAI),E36(ZUSANLI),BP6(SANYINJIAO),E37(SHANGJUXU),TODOSBILATERAIS,AURICULOTERAPIAPONTOCALCANHAR,SHENMEN,OCCIPITAL,PULMãO,SIMPÁTICO;

EXTRACçÃO DE DISCOS INTERVERTEBRAIS

PONTOSCORPORAIS:

IG4(HEGU),SJ5(WAIGUAN),AMBOSBILATERAIS,AGULHASDEAMBOSOSLADOSDAINCISãO,PONTOSDOSMERIDIANOSDASCOSTAS,PORCIMAEPORBAIXODAINCISãO;

COMBINAçãO:

GRUPO1:IG4(HEGU),PC6(NEIGUAN),AURICULOTERAPIAPONTOSHENMENEMDIRECçãOAOPONTOSIMPÁTICO,COLUNA,PULMãO,RIM;

GRUPO2:

PONTOEXTRA(1,25CMPARAFORADOPONTODU4–MINGMEN),ID3(HOUXI),AMBOSBILATERAIS,AURICULOTERAPIAINSERçãODOPONTOSHENMENEMDIRECçãOAOPONTOPULMãO,INSERçãODOPONTOBAçOEMDIRECçãOAOPONTOPULMãO,AMBOSBILATERAIS.

PALAVRAS-CHAVE:Acupunctura.Anestesia.Analgesia.MedicinaTradicionalChinesa.

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Ana Cláudia Barreira NunesFarmacêutica, licenciada emCiências Farmacêu-ticas pela FFUP e doutorada em Química pelaFCUP. Curso de Plantas em Fitoterapia credi-tado pela Ordem dos Farmacêuticos e SPFiTo;CoordenadoradoCursodeFarmácia,naEscolaSuperiordeSaúdeJeanPiagetdeV.N.Gaia,ondeé regente dasUnidadesCurriculares deDermo-farmáciaeCosméticaeTecnologiadeProduçãoemFarmácia.Organiza,regularmenteWorkshopsnaáreadaDermocosméticaeparticipacomopa-lestranteemdiversoseventosdaárea.Realizain-vestigaçãocientíficanaáreadaDermocosmética,estudosdeeficácia,emparceriacomLaboratóriosFarmacêuticos.

Ana Cristina EstevesLicenciada e Biologia na Universidade de Avei-ro (UA) em1996edoutoradaemBiologiapelaUAemcolaboraçãocomcomoCentrodeNeu-rociência e Biologia da Célula, da UniversidadedeCoimbra,em2002.ProfessoraConvidadadoDepartamento de Biologia da Universidade deAveiro,bemcomoinvestigadoradoCESAM-UA(Centre of Environmental andMarine Studies).Ainvestigaçãoécentradanarelaçãodainteraçãodosmicroorganismoscomoutrosorganismoseasuarespostaàsalteraçõesdoambiente.

Ana Cristina Estrela de Oliveira C. CordeiroBolseiradepós-doutoramentodaFCT.LigaçãoàFMUPeaoIBMC.Aáreadeinvestigaçãoéadorvisceral crónica, à qual se encontram associadaspatologiascomoosíndromedecólon irritável, acistiteintersticial,entreoutrasdoenças.Estudoso-breosmecanismospato-fisiológicosdestasdoen-ças,bemcomoarranjarnovostratamentoseferra-mentasdediagnóstico.PercursoescolarnaEscolaSuperiordeBiotecnologiadaUniversidadeCató-licaPortuguesaparaobtençãoda licenciatura emMicrobiologia. PassagempeloIPATIMUP.Graude mestre em Toxicologia pela Universidade deAveiro.GraudedoutoremBiologiaHumana,pelaFaculdadedeMedicinadaUniversidadedoPorto.

António José Afonso MarcosProfessorUniversitário.MestreemMedicinaNa-turaleEspecialistaemDietéticaeNutriçãopelaFaculdade de Medicina da USC. Pós-graduadoem Acupunctura e Moxibustão pela AssociaçãoMédica Chinesa. Diplomado emAcupunctura eemNaturopatiapelaESTP.PresidentedoInstitu-toPortuguêsdeNaturologia.MembroconsultoremComissõesdeelaboraçãodediplomas legais.MembrodoConselhoCientíficodevárias revis-tascientíficas.DiretordoCTECePresidentedoConselhoCientíficodaUniversidade.

Arménio Jorge Moura BarbosaLicenciadoemBioquímicapelaUniversidadedoPorto em 2006 tendo participado no programaErasmus na Universidade de Modena e ReggioEmilia (Italia).Doutoradoem2010pelaUniver-sidadedeModenaeReggioEmilia(Itália)emquí-micacomputacional,sobreainteraçãodeligandoscomorecetordeserotonina5-HT3.Em2010ini-ciouoPos-doutoramentona áreadadescobertaedesenvolvimentodefármacosanti-cancro,utili-zandobasesdedadosdemoléculasorgânicasdeorigemsintéticaenatural.Participaanualmenteemcongressosinternacionaisapresentandoresul-tadosparatargets:epigeneticos,recetoresGPCR,complexos proteína-RNA, recetores nucleares.Colaboracomváriosgruposde investigaçãona-cionais e internacionais e temvariaspublicaçõesemrevistascientificas.

Carlos Manuel Moreira Mota CardosoLicenciaturaemMedicinaeCirurgia,pelaFacul-dadedeMedicinadaUniversidadedoPorto.Títu-lodeEspecialistaemPsiquiatriapelaOrdemdosMédicos.BolseirodaDirecçãoGeraldeCuidadosdeSaúdePrimáriosparaefectuarumestágioemTrieste (Itália)noHospitaldeS.Giovani (1985).GraudeMestreemPsicopatologiapelaUniversi-dadedoPorto(Dissertação:AClínicaPsiquiátricadeUrgência–13 anosde experiência).Graudedoutor emPsicologiapelaUniversidadedoPor-to(Dissertação:OsCaminhosdaEsquizofrenia).

membros do conselho científico (resumo curricular)

║ REFERêNCIABIBLIOGRÁFICAS

•Agne,Jones.,“EuSeiElectroterapia”,1ªedição,SociedadeVicentePallotti,SantaMaria,2009.•Chai-hsi,E.,“AcupunturaAnestésica”,EdicionsBellaterra,Barcelona,2006•Chien-hsiung,“NeedlingAnaesthesia”PingChengPress,China,1972.•ChineseMedical Journal,“AnalgesicEffectof NeedlingQuanliaoPoint inNeurosurgery”,Pe-quim,1973.

•ChineseMedicalJournal,“LaryngectomyunderAcupunctureAnaesthesia”,Pequim,1973.•ChineseMedicalJournal,“AcupunctureAnesthesiainSplenectomy”,Pequim,1973•ChineseMedicalJournalnº2,“AcupunctureAnaesthesiainCardiacSurgery”,Pequim,1973.•ChineseMedicalJournalnº2,“AcupunctureAnaesthesiainThoracicSurgery”e“PulmonaryRe-sectionunderAcupunctureAnaesthesia”,Pequim,1973.

•ChineseMedicalJournalnº2,“AcupunctureAnaesthesiainThyroidectomy”,Pequim,1973.•ChineseMedicalJournal,nº10,China,1973.•ChineseMedicalJournalnº10,“AcupunctureSensationinPatientswithNervousDiseases”,Chi-na,1973

•Ho,S.;Lu,L.“Theprinciplesandpraticaluseof acupunctureanaesthesia”,Medicine&healthPublishingCo,HongKong,2000.

•Hsing-tung,C.,“EasternHorizons”,vol.XII,Pequim,1972.•Ma-Tsue,“ThePeople’sPublishingCo”,1972.•Scientia Sinica vol.XVI, “IntegrativeActionof Thalamus in theProcess of Acupuncture forAnalgesia”,China,1973.

•Stux;Hammerschlag,“AcupuncturaClínica”,1ªedição,EditoraManole,Brasil,2005.•Wang,B. “Princípios deMedicina Interna do ImperadorAmarelo”. ÍconeEditora, SãoPaulo,2001.

•WorldHealthOrganization,“Acupuncture:ReviewandAnalysisof ReportsonControlledClini-calTrials”,2003.

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DirectordoHospitaldoCondedeFerreiraePre-sidentedoConselhodeGerência,porváriosman-datos. Director doCentro de SaúdeMental doNorte.Membro eleito do Colégio Português dePsiquiatriadaOrdemdosMédicos.CoordenadordaOrdemdosMédicosparaoServiçoNacionaldeSaúde.MandatonoColégiodepsiquiatriadaOrdem dos Médicos. Nomeado pelo ConselhoCientíficodaFaculdadedeDireitodaUniversida-dedoPortocomodocenteconvidadodaEscolaSuperiordeCriminologia.Foi-lheatribuídootítu-lo académicode “ProfessorAfiliado”.Participa-çãoemdiversostrabalhosdeinvestigaçãoeautordeváriaspublicaçõeseartigosdaespecialidade.

Jose Maria Robles RoblesLicenciadoemFisioterapiapelaUniversidadeEuropeiadeMadrid. Diplomado em Ciências da Saúde, Fisio-terapia, da Universidade AlfonsoX el Sabio,Madrid.DoutoradoemAcupunturapeloComitêInternacionalde Exames República Popular da China, pertencenteaoMinistériodaSaúdePública.FormaçãoemTerapiasAlternativas:Acupuntura,Naturopatia,Osteopatia,Mas-sagem.FormaçãoemMedicinasTradicionaispelasUni-versidadesdaChina,Tailândia.DiretordaAcademiadeCiênciasdaSaúde,emBarcelona.

João Paulo Ferreira Leal Consultorcientíficoindependente,tendodesem-penhadofunçõesdocentesaolongodeduasdéca-daseminstituiçõesportuguesasdeensinosuperiornasáreasletivasdeAntropologia,Bioética,Ética,Deontologia Profissional, e Política. É licencia-doemAntropologia,pós-graduadoemestreemRelaçõesInternacionais (ÉticaemRI),DEAemAntropologia Social e doutorado em Psicologia(PsicologiadeDesenvolvimentoMoral).Realizoupós-doutoramentoemAntropologiaMédica,comrelatóriodepesquisaorientadoparaostemasdaAntropologiadoCorpo,daDoençaedaSaúde.

Luis Alberto Coelho Rebelo MaiaEditor-in-Chief da “Iberian Journal of Clinical&ForensicNeuroscience”(ISSN-2182-0290).CédulaProfissionaldaOrdemdosPsicólogos,n.º102.ProfessorAuxiliar-BeiraInteriorUniversity.ClinicalNeuropsychologist,PhD(USAL-Spain).Neuroscientist,MsC(MedicineSchoolof Lisbon-Portugal).MedicoLegalPerit (MedicineInsti-tuteAbelSalazar-Oporto,Portugal).GraduationinClinicalNeuropsychology(USALSpain).Gra-duation in Investigative Proficiency on Psycho-biology (USAL-Spain).Clinical Psychologist (Mi-nhoUniversity-Portugal).AssociatedEditorof “RevistaPsicologiaeEducação”UBI.IntegratedResearcherinCIDESD-CenterforInvestigationinSports,EducationandHealth-UBIPortugal.

Maria Isabel do Amaral A. Vaz Ponce de LeãoLicenciatura em Filologia Românica pela Uni-versidade deCoimbra. 3.º Ciclo deEstudos emTeoriadaLiteraturaeLiteraturaComparadapelaFaculdadedeFiloloxiadaUniversidadedeSantia-godeCompostela.DoutoramentoemLiteraturasHispânicaspelamesmaUniversidade(reconheci-dopelaFaculdadedeLetrasdaUniversidadedeCoimbra,Portugal,comon.º1/98,compublica-çãonoDiáriodaRepúblican.º188de17.08.98).Agregação em 2009. Estatuto de formadora naáreaedomínioC046Português/LínguaPortu-guesa,concedidopeloConselhoCientífico-Peda-gógicodaFormaçãoContínua,conformeregistoCCPFC/RFO-02956/97. Professora CatedráticadaUniversidadeFernandoPessoa.Membrointe-gradodoCLEPULacujadirecçãopertence,eco-laboradoradoCIEC.SóciafundadoraeelementodadirecçãodoCirculoLiterárioAgustinaBessa--Luís. Coordenadora do projecto e-médico+.ÁreasdeInvestigação:LiteraturaPortuguesaCon-temporânea,Literatura/artes/ciências.Discur-sodeImprensa.Autoradevárioslivroseartigosqueincidemnasáreasacimareferidas.

membros do conselho científico (resumo curricular)

Maria Manuela Nunes da Costa Maia da SilvaLicenciaturaemDireito.3.ºCiclodeEstudosDi-reito pela Faculdade deDireito daUniversidadede Santiago de Compostela. Bolseira de Inves-tigação da JNICT durante 4 anos, com estatutode Investigadora. Doutoramento Europeu emDireito,pelaFaculdadedeDireitodaUniversida-dedeSantiagodeCompostela,reconhecidopelaFaculdadedeDireitodeCoimbraepublicadoemDiáriodaRepública.MestreemMedicinaNaturaleAplicaçãoemAtençãoPrimária,pelaFaculdadedeMedicinadaUniversidadeSantiagoComposte-la.Pós-graduaçãoemAcupuncturaeMoxibustãopelaAssociaçãoMédicaChinesa,Beijing,China.DiretoraGeraldoInstitutoPortuguêsdeNaturo-logia.ProfessoraUniversitária.Exercíciodevárioscargosdedireçãoereitoriaeminstituiçõesdeen-sinosuperior.PresidentedoConselhoCientíficodeumadasuniversidades.MembrointegradodoCLEPUL.Membro consultor emComissões deelaboraçãodediplomas legais.MembrodeCon-selhoCientíficodeváriasrevistascientíficas.Pre-sidente da APSANA - Associação Europeia deProfissionaisdeSaúdeNatural.MembrofundadordeCentrosdeInvestigaçãoemembroatualdealgunsCentrosdeInvestigação.Autoradeváriaspublicações.

Miguel F. Tato DiogoLicenciado em Engenharia de Minas pela FaculdadedeEngenhariadaUniversidadedoPortoeDoutoradoemGestãodeRecursosNaturaiscomapoioemSiste-mas de Informação Geográfica pela Universidade deVigo,Espanha.ProfessordaFaculdadedeEngenhariada Universidade do Porto.Membro (Investigador) doCIGAR–CentrodeInvestigaçãoemGeo-AmbienteeRecursosedoCERENA–CentrodeRecurosNaturaiseAmbiente.MembrodaComissãoCientíficadoProgra-madeFormaçãoContínuadaFEUP.Membro(Vogal)daComissãoDiretivadoCentrodeCompetênciasemEnvelhecimentoAtivoeSaudável(UPortoAgeingNe-twork)daUniversidadedoPorto,nogrupodetrabalho,“FosteringInnovationforAge-friendlyBuildings,Cities&Environments.

Rui Miguel Freitas gonçalvesLicenciadoemBioquímicacomespecializaçãoemIndústriasAlimentarespelaFaculdadedeCiênciasdaUniversidadedoPorto.Mestre emTecnologiaCiênciaeSegurançaAlimentarpelaEscoladeEn-genhariadaUniversidadedoMinhoepelaFaculda-dedeCiênciasdaUniversidadedoPorto.DoutoremQuímicapelaFaculdadedeCiênciasdaUniver-sidadedoPorto.BolseirodoInstitutodeBebidaseSaúde–Unicer.VencedordoPrémiodeExce-lênciaemInvestigaçãoCientíficapeloInstitutodeBebidaseSaúde.InvestigadornaáreadaQuímicade Compostos Fenólicos e seu efeito nutricionalcomváriaspublicaçõesemrevistas internacionaiseapresentaçõesemcongressosnacionaiseinterna-cionais.LicenciadoemCiênciasBásicasdaMedici-napelaEscoladeCiênciasdaSaúdedaUniversi-dadedoMinho.DiplomadoemMedicinaChinesapeloInstitutoPortuguêsdeNaturologia.Formaçãocomplementar em Shiatsu Namikoshi. FormadornaáreadaMedicinaChinesa.

membros do conselho científico (resumo curricular)

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1. AScientific Journal of Natural Medicine,pretendeserumespaçodereflexãoetrabalhonoâmbitodasaúdee,emespecial,naMedicinaNatural,fundadanaéticaenorigorcientífico.

2. Osautoresinteressadosemsubmeterartigosparaapublicaçãopoderãocontribuircomartigosdeinvestigação,recensões,ououtromaterialdenaturezaerelevânciacientífica.

3. Osinteressadospoderão,ainda,participarcomtrabalhosapresentadosemencontroscientíficos,congressos,comentários,reflexõeseoutrasactividadesderelevância.Éumespaçodedivulgaçãocientíficaparaprofissionaisde saúde, terapeutas e cientistas comoobjetivodeavaliar, validar,desenvolvereintegrarasdiversasáreasdaMedicinaNaturalnasuavertenteclínicaedeconheci-mentofundamental.

4. Arevistaapresentainvestigaçãooriginalcomimpactodiretonasterapias,protocolosterapêuticos,abordagemaosdoentes,estratégiasdeensinoedetrabalhocomoobjetivoúltimodemelhoraraqualidadedoprocessoterapêutico.

5. OâmbitodaRevistadeMedicinaNaturalinclui:

•BotânicaMédica•Fitoterapia•Farmacologiaemetodologiaanalítica•Naturopatia•Homeopatia•Nutriçãoesuplementaçãoalimentar•AcupunturaeMedicinaTradicionalChinesa•Ayurveda•Yoga•TaiChi•QiGong•Osteopatia•Massagem•MedicinaHolística•FilosofiaMédica•ÉticaMédica

6. AssecçõestipologiasdostrabalhosnaRevista de Medicina Natural são:

•TrabalhosoriginaisdeInvestigaçãoFundamentalClássica•TrabalhosoriginaisdeInvestigaçãoFundamentalModerna•TrabalhosoriginaisdePatologiaeMetodologiaTerapêutica

normas para publicação

7. Ostextospropostosdevemserenviadosparaoe-mailparasjnaturalmedicine@gmail.com.

8. Osartigossãodaresponsabilidadedosrespectivosautoresenãoserãodevolvidos,independen-tementedasuapublicação.

9. A seleçãodosartigosde investigação,parapublicação, será realizadapor revisãoanónimaporpares,preferencialmenteportrêsmembrosdoConselhoCientíficodarevista.Osdireitosautoriaissãopropriedadedarevista.

10. Cadaautorpoderásubmeter,comoautorprincipal,umartigoporcadaediçãodarevista.

11.Ostrabalhosapublicardeverão:

•Seroriginais.Asubmissãodetrabalhosà implicaqueotrabalhonãotenhasidopreviamentepublicadocomexceçãodecomunicaçãooralouposteremcongresso,teseacadémicaouaulaequenãoseencontrademomentosobapreciaçãoemnenhumaoutrapublicação.

•SerescritosemPortuguêse/ouInglês.Aaceitaçãodeoutralínguaestarásujeitaaaprovaçãodoeditor.Nãoexcedendoas7000palavras;

•Conterumresumoemportuguêseinglês,comcercade80a120palavras(abstract);•Contercincopalavraschavedevidamenteidentificadaspelosautores,parafinsdeindexação;•Serencabeçadospelotítulo,nomedoautor,categoriaprofissional,instituiçãoecontactoeletró-nico,breveresumocurricularcommáximode5linhas;

•Osartigosdeverãoserdivididosemsecçõesclaramenteidentificadascomconteúdoesequênciacoerente;

•Respeitarasregrasdametodologiadotrabalhocientífico,concernentesàsformasdecitar,or-ganizarabibliografia.

12. Apublicaçãodo trabalhoéaprovadapor todososautorese,de forma tácitaouexplícitapelaautoridadesouinstituiçõesemqueotrabalhofoirealizadoenãoserápublicadanesta,ounoutraforma,emqualqueridioma,semoconsentimentodoeditordarevista.

13. Asubmissãodematerialassumeaausênciadequalquertipodeconflitodeinteresseentretodososautoreseotrabalhorealizado.Nasuapresença,estadeveráserdeclaradaecaracterizadaaquandodasubmissãoinicialdotrabalhoeestarápresentenofinaldomanuscritoaquandodapublicação.Atítuloinformativo:umconflitodeinteresseemtrabalhocientíficoexistequandoumparticipantenoprocessodeprodução,revisãooupublicação(autor,revisore/oueditor)temligaçõesaatividadequepoderiam,deformainadequada,influenciaroseujulgamento,independentementedessejulgamentoserdefactoafetado.Asrelaçõesfinanceirascomaindústria(emprego,consultadoria,participaçãoemsociedadesfinanceiras,etc.)sãoconsideradasasmaisrelevantesmasnãodevemserexcluídosofinanciamentodotrabalhodeinvestigaçãoasligaçõespessoaiseasdecompetiçãoacadémica.

normas para publicação

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SCIENTIFIC JOURNAL OF NATURAL MEDICINE

REVISTA CIENTIFICA DE MEDICINA NATURAL

Julho 2014

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