43
FACULDADE INDEPENDENTE DO NORDESTE COLEGIADO DE FARMÁCIA COMPONENTE CURRICULAR: IMUNOLOGIA CLINICA IURI SOARES NAILA NEVES ROGÉRIO CALASANS VERENA BRANDÃO WESLEY BITTENCOURT DIABETES MELLITUS TIPO I E ARTRITE REUMATÓIDE

Trabalho iii unidade imuno

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Trabalho iii unidade   imuno

FACULDADE INDEPENDENTE DO NORDESTE

COLEGIADO DE FARMÁCIA

COMPONENTE CURRICULAR: IMUNOLOGIA CLINICA

IURI SOARES

NAILA NEVES

ROGÉRIO CALASANS

VERENA BRANDÃO

WESLEY BITTENCOURT

DIABETES MELLITUS TIPO I E ARTRITE REUMATÓIDE

VITÓRIA DA CONQUISTA-BA

MAIO DE 2014

Page 2: Trabalho iii unidade   imuno

FACULDADE INDEPENDENTE DO NORDESTE

COLEGIADO DE FARMÁCIA

COMPONENTE CURRICULAR: IMUNOLOGIA CLÍNICA

IURI SOARES

NAILA NEVES

ROGÉRIO CALASANS

VERENA BRANDÃO

WESLEY BITTENCOURT

DIABETES MELLITUS TIPO I E ARTRITE REUMATÓIDE

Trabalho realizado para avaliação da

terceira unidade da componente

curricular Imunologia clínica,sob a

orientação do professor Dirceu Joaquim

Costa.

VITÓRIA DA CONQUISTA-BA

MAIO DE 2014

Page 3: Trabalho iii unidade   imuno

2.0 DIABETES MELLITUS

De acordo com Gross et al (2002), “o diabetes melito inclui um grupo

de doenças metabólitas caracterizadas por hiperglicemia resultante de

defeitos na secreção de insulina e/ou em sua ação.”

O Diabetes Mellitus é uma espécie de doença crônica não

transmissível considerada uma epidemia mundial, sobretudo por causa da

tendência dos estilos de vida pouco saudáveis adotados pelos seres

humanos, o envelhecimento da população e a urbanização crescente.

De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o

número de diabéticos pelo mundo em 2000 era de 177 milhões e estima-se

que em 2025 este número aumente para 325 milhões de pessoas. No Brasil

em 2006 havia cerca 6 milhões de portadores e a Sociedade Brasileira de

Diabetes estima que hoje existe cerca de 12 milhões de diabéticos no país.

O Diabetes melito é classificado diabetes melito tipo I e diabetes

melito tipo II. O diabetes melito tipo I também conhecido como diabetes

insulinodependente ou diabetes juvenil é caracterizado por ocorrer a

destruição das células beta do pâncreas, em geral causada por processo

auto-imune e alguns poucos casos,tem etiologia idiopática.Visto que a

destruição das células beta,há a deficiência na produção de insulina no

pâncreas, promovendo a hiperglicemia plasmática (GROSS et al,2002).

O diabetes melito se manifestam por sintomas como poliúria,

polidipsia,perda de peso inexplicada, concentração plasmática de glicose

randômica superior a 200 mg/dl, concentração plasmática de glicose em

jejum acima de 126 mg/dl ou concentração plasmática acima de 200 mg/dl

dentro de duas horas após a uma ingestão de glicose por via oral.

(GOODMAN & GILMAN, 2010). A hiperglicemia crônica está associada a

dano, lesão e perda de função de alguns órgãos principalmente os rins e o

coração.

Page 4: Trabalho iii unidade   imuno

2.1 DIAGNÓSTICO DO DIABETES TIPO I

O diagnóstico da diabetes tipo 1 é feito com base clínica, de acordo

com o histórico e exames bioquímicos. Os aspectos de base clínica

observados são: perda de peso, polidipsia (muita sede), ingestão de líquidos

excessiva e poliúria (excesso de urina). Esses aspectos ocorrem durante

várias semanas ou meses.

No que se refere aos achados bioquímicos destaca-se o alto nível da

glicose sanguínea (glicose sanguínea em jejum acima de 11,1 mmol/L

também é diagnóstico de diabetes). Se houver dúvidas quanto ao

diagnóstico, um teste adicional envolve a administração de uma dose de

glicose oral (75g) e o diabetes é diagnosticado se o nível de glicose em 2

horas estiver acima de 11,1 mmol/L.

EXAMES COMPLEMENTARES

Podem ser necessários teste imunológicos para identificar os

autoanticorpos contra as células das ilhotas (IAA, GADA, IA-2ª, dentre

outros) para o diagnóstico ou à previsão. Embora a maioria dos casos de

diabetes tipo 1 seja diagnosticada clinicamente por causa dos sintomas, às

vezes a doença evolui lentamente. Isso ocorre especialmente em adultos

que devido à sua idade, supostamente teriam diabetes tipo 2 (a forma

associada à obesidade e resistência à insulina, observada tipicamente no

grupo etário acima de 35 anos). Contudo, em alguns desses adultos, há uma

necessidade gradual de injeções de insulina e, ainda mais importante,

autoanticorpos como GAD65 (GADA) são detectados no soro. Por isso essa

condição é chamada de Diabetes Autoimune Latente em Adultos (LADA,

também chamada diabetes tipo 1/2).

Quando o exame é pedido?

Quando o médico suspeita de um processo autoimune ele pode pedir

diversos desses autoanticorpos para pacientes com diagnóstico recente de

Page 5: Trabalho iii unidade   imuno

diabetes. A pesquisa de IAA como marcador de diabetes do tipo 1

autoimune deve ser feita antes do início das injeções de insulina. Estas,

sejam de insulina humana ou animal, podem estimular a produção de

anticorpos detectados na pesquisa de IAA. O exame não distingue

autoanticorpos de anticorpos que se formam em resposta às injeções de

insulina.

Podem ser pedidos um ou mais autoanticorpos para irmãos ou filhos

de pacientes com diabetes do tipo 1. Isso pode ser feito em intervalos

recomendados pelo médico em um ambiente de pesquisa.

Como o exame é usado?

Em geral, não é necessário pesquisar autoanticorpos para fazer o

diagnóstico de diabetes do tipo 1autoimune. Na população em geral, a

pesquisa de autoanticorpos traz vantagens, mas ela pode ser útil em

pacientes com alto risco de diabetes (por exemplo, irmãos ou filhos de

diabéticos do tipo 1).

A pesquisa de autoanticorpos relacionados com diabetes é pedida

principalmente para ajudar a distinguir o diabetes do tipo 1 autoimune de

diabetes devido a outras causas (por exemplo, o que é resultante de

obesidade ou de resistência à insulina). Se autoanticorpos anti-ilhotas (ICA),

autoanticorpos antidescarboxilase do ácido glutâmico (anti-GAD) ou

autoanticorpos associados a insulinoma (IA-2A) estão presentes em uma

pessoa com diabetes, fica estabelecido o diagnóstico de diabetes do tipo 1.

A pesquisa de anticorpos anti-insulina (IAA) pode ser feita antes do

início do tratamento com insulina. Se os autoanticorpos anti-insulina

estiverem presentes em uma pessoa com diabetes não tratada com insulina,

fica estabelecido o diagnóstico de diabetes do tipo 1.

Em geral, é recomendada a pesquisa de ICA ou de anti-GAD e IA-2A

porque esse enfoque tem uma relação custo-benefício melhor. O perfil de

autoanticorpos é diferente em crianças e adultos. Os IAA costumam ser os

primeiros a aparecer em crianças com risco de diabetes. Com a evolução da

Page 6: Trabalho iii unidade   imuno

doença, eles podem desaparecer, e os ICA, anti-GAD e IA-2A se tornam

mais importantes. Os IA-2A são menos comuns no início do diabetes do tipo

1 que os anti-GAD e os ICA. IAA estão presentes em cerca de 50% das

crianças com diabetes do tipo 1 inicial, mas são incomuns em adultos. Por

isso, os IAA podem ser pedidos em crianças mais jovens com risco de

diabetes.

Em ambientes de pesquisa, podem ser procurados anticorpos anti-

ilhotas quando os pesquisadores querem prever o desenvolvimento de

diabetes do tipo 1. Quanto maior for a quantidade de autoanticorpos anti-

ilhotas, maior a probabilidade de desenvolver esse tipo da doença.

Os autoanticorpos contra as células das ilhotas constituem a

característica imunológica que define o diabetes tipo 1. Existem quatro

proteínas que constituem os principais alvos autoantigênicos desses

autoanticorpos: insulina, ácido glutâmico descarboxilase-65 (GAD65), uma

tirosina fosfatase chamada IA-2, e a molécula transportadora de zinco ZnT8.

A insulina e a ZnT8 são específicas para as células β. A GAD65 e a IA-2

também podem ser encontradas em outros tipos de células das ilhotas e no

sistema nervoso.

A predominância de linfócitos TCD8 na insulite sustenta a proposta de

que provavelmente as células β são lesadas em uma reação citotóxica

mediada por essas células T. Contudo, fica claro a partir dos modelos

animais do diabetes tipo 1 que tanto células TCD4 quanto TCD8 são

necessárias para desencadear a doença. Portanto, parece provável que

linfócitos TCD4 que reconhecem autoantígenos das ilhotas, como insulina,

GAD65, IA-2 e ZnT8, sejam ativados nos linfonodos locais e ativem as

células TCD8 citotóxicas, que reconhecem alvos relacionados nas células β

e se deslocam para as ilhotas iniciando o processo destrutivo.

Page 7: Trabalho iii unidade   imuno

2.2 INSULINOTERAPIA

A insulina constitui a base de tratamento de praticamente todos os

pacientes com diabetes melito tipo I (DM tipo I) e de muitos pacientes com

diabetes melito tipo II (DM tipo II). Quando necessário, a insulina pode ser

administrada por vias intravenosa ou intramuscular; entretanto, o tratamento

em longo prazo baseia-se predominantemente na injeção subcutânea do

hormônio (GOODMAN & GILMAN, 2010).

De acordo com Goodman & Gilman (2010), as preparações de

insulina podem ser classificadas observando a sua duração de ação, em

preparações de ação curta, intermediária e longa e, de acordo com as

espécies de origem, em humana ou suína, entretanto hoje a mais utilizada é

humana. Estão disponíveis na atualidade as preparações de insulina do tipo

rápido a solúvel regular (cristalina), a lispro, aspart,glulisina.São preparações

que apresentam inicio mais rápido de ação entretanto, duração mais curta.

As insulinas de ação intermediária são formuladas para permitir uma

dissolução gradual quando administradas por via subcutânea,tendo sua

ação mais prolongada. As duas preparações desse tipo mais utilizadas são a

insulina com protamina neutra de Hagedon (NPH) (isófana) e a insulina lenta

(suspensão de insulina zíncica). A insulina ultralenta (suspensão de insulina

zíncica ampliada) e a suspensão de insulina zíncica com protamina e a

glurgina são insulinas de ação longa,pois apresentam um tempo de inicio de

ação mais lento em relação as outras embora atinja um pico de ação

prolongado.

Page 8: Trabalho iii unidade   imuno

3.0 ARTRITE REUMATOIDE

A artrite reumatoide (AR) é uma doença sistêmica crônica. Por ser

sistêmica, significa que ela pode afetar diversas partes do organismo

(embora atinja principalmente as articulações); por ser crônica, não se

consegue obter a sua cura (e sim o seu controle). A causa ainda é

desconhecida, mas sabe-se que é autoimune, ou seja, os tecidos são

atacados pelo próprio sistema imunológico do corpo.

A doença afeta entre 0,5% e 1% da população mundial adulta e cerca

de três vezes mais mulheres do que homens. Um estudo de 2004 mostrou

que a incidência da AR no Brasil é de 0,46%. Além disso, pessoas com

histórico familiar de artrite reumatoide têm mais risco de desenvolvê-la,

devido a uma maior predisposição genética.

Os principais sintomas são: dor, inchaço, rigidez e inflamação nas

membranas sinoviais e nas estruturas articulares. Com a progressão da

doença – e se esta não for tratada adequadamente – os pacientes podem

desenvolver incapacidade para a realização de suas atividades cotidianas.

Na artrite reumatoide, o sistema imunológico, responsável por

proteger o nosso organismo de vírus e bactérias, também ataca os tecidos

do próprio corpo –especificamente a membrana sinovial, uma película fina

que reveste as articulações.

O resultado desse ataque é a inflamação das articulações e

consequente dor, inchaço e vermelhidão, principalmente nas mãos e nos

pés. É importante lembrar que, por ser sistêmica, ela pode ocorrer em outras

articulações, tais como joelhos, tornozelos, ombros e cotovelos, além de

outras partes do organismo (pulmão, olhos, coluna cervical). Em outras

palavras, embora a principal característica da artrite reumatoide seja a

inflamação das articulações, várias regiões do corpo também podem ser

comprometidas.

Page 9: Trabalho iii unidade   imuno

Se não for tratada adequadamente, a inflamação persistente das

articulações pode levar ao comprometimento das juntas, provocando

deformidades e limitações nas atividades do dia a dia.

Apesar dos avanços nas pesquisas, a causa da artrite reumatoide

ainda é desconhecida. Porém, a maioria dos cientistas concorda que a

combinação de fatores genéticos e ambientais é a principal responsável.

Foram identificados marcadores genéticos que provocam uma

probabilidade dez vezes maior de manifestar a doença. Entretanto, há quem

possua esses genes e não desenvolva a AR, assim como nem todas as

pessoas com a doença têm esses genes.

Pesquisas sugerem que agentes infecciosos, como vírus ou bactérias,

podem provocar a doença em quem tem propensão genética para

desenvolvê-la. Além da resposta do organismo a eventos estressantes,

como trauma físico ou emocional, outra possibilidade são os hormônios

femininos, uma vez que a incidência é maior nas mulheres.

Fumar também pode ser um causador, pois há um alto risco de

pessoas com um gene específico desenvolverem artrite reumatoide, além de

ser um vício que pode aumentar a gravidade da doença e reduzir a eficácia

do tratamento.

3.1 EVOLUÇÃO

A artrite reumatoide pode provocar alterações em todas as estruturas

das articulações, como ossos, cartilagens, cápsula articular, tendões,

ligamentos e músculos responsáveis pelo movimento articular, além de

complicações em outros órgãos e sistemas do corpo.

Porém, não é possível prever como será a progressão da AR, pois ela

varia de acordo com cada caso, apresentando padrões de evolução

distintos. Em um grande número de pacientes, poderão ocorrer lesões

ósseas e articulares irreversíveis, perda da qualidade de vida e aumento da

mortalidade quando a doença não é tratada adequadamente.

Page 10: Trabalho iii unidade   imuno

Na trajetória da AR, as lesões ósseas se manifestam cedo: a

diminuição do espaço articular e as erosões ocorrem em 67% a 76% dos

pacientes nos dois primeiros anos de evolução da doença.

3.2 MANIFESTAÇÕES EXTRA-ARTICULARES

Como a artrite reumatoide é uma doença sistêmica, a inflamação que

afeta as articulações também pode atingir diversos órgãos e sistemas do

corpo.

As manifestações extra-articulares podem ser extremamente sérias.

Elas são mais propensas a ocorrer em pessoas que tenham AR moderada

ou grave sem controle por um longo tempo do que naquelas com grau leve

ou sob controle.

Por isso, é importante iniciar o tratamento o quanto antes, informando-

se sobre o plano de tratamento, quais medicações poderão ser usadas e as

possíveis complicações da doença para evitar que ocorram as

manifestações sistêmicas e o desenvolvimento de sequelas. Também é

fundamental manter uma comunicação constante com o seu médico,

avisando-o sobre qualquer sintoma que apareça para que ele possa

determinar a causa e ajustar o plano de tratamento.

3.2.1 OLHOS E BOCAS

As pessoas com artrite reumatoide devem fazer exames oculares pelo

menos uma vez por ano, pois elas podem desenvolver a esclerite, que causa

dor, vermelhidão, visão embaçada e sensibilidade à luz. Uma complicação

rara dessa enfermidade é a escleromalácia perfurante, que pode danificar

permanentemente o olho por inflamação severa.

A artrite reumatoide também pode causar uveíte, uma inflamação da

área entre a retina e o branco do olho, a qual, se não for tratada, pode levar

à cegueira.

Page 11: Trabalho iii unidade   imuno

Além disso, pessoas com AR são mais propensas a desenvolver a

síndrome de Sjögren, uma doença em que o sistema imunológico ataca as

glândulas produtoras de lágrima e saliva.

Como resultado, os olhos e a boca ficam secos. E se não for tratada,

a doença pode resultar em infecção do olho e cicatrizes na membrana

conjuntiva que recobre a esclera, parte branca do globo ocular.

Boa higiene bucal e acompanhamento regular com odontologista são

fundamentais, pois as bactérias tendem a se proliferar com mais facilidade

em uma boca seca, o que pode ocasionar cáries e doenças na gengiva. Isso

ocorre também porque as pessoas com AR têm uma tendência maior para

desenvolver esses tipos de enfermidades.

3.2.2 PULMÕES

Cerca de um terço das pessoas com artrite reumatoide tende a

desenvolver complicações no quadro pulmonar, por exemplo, a pleurisia,

uma inflamação no revestimento do pulmão que pode tornar o ato de

respirar bastante doloroso.

Além de o risco de contrair tuberculose ser mais elevado em pessoas

com artrite reumatoide, algumas desenvolvem uma inflamação no tecido do

pulmão, o que pode levar à fibrose pulmonar e, consequentemente, falta de

ar progressiva. Ademais, nódulos reumatoides podem se formar nos

pulmões, mas, em geral, não oferecem riscos aos pacientes.

3.2.3 CORAÇÃO

A partir do resultado de várias pesquisas, descobriu-se que pessoas

com artrite reumatoide são cerca de 2,5% mais propensas a desenvolver

doenças cardiovasculares do que a população em geral. Além disso, elas

podem ter pericardite, uma inflamação do revestimento do coração que,

geralmente, provoca dor no peito.

Page 12: Trabalho iii unidade   imuno

3.2.4 FÍGADO E RINS

Embora não haja uma relação direta da artrite reumatoide com o

fígado e os rins, alguns medicamentos para a doença podem afetar esses

órgãos. Por isso, fazer o acompanhamento médico e exames periódicos é

muito importante.

3.2.5 SANGUE E VASOS SANGUÍNEOS

A falta de controle da inflamação que acompanha a artrite reumatoide

pode ocasionar anemia, bem como a formação de coágulos sanguíneos.

Mas ambas as condições melhoram quando ela é controlada.

Em casos raros, pessoas que têm AR há muito tempo podem

desenvolver a síndrome de Felty e a inflamação de pequenos vasos

sanguíneos periféricos que suprem a pele.

A síndrome de Felty é caracterizada pelo aumento do baço e pela

baixa contagem de células brancas do sangue. Essa condição pode elevar o

risco de infecção e linfoma ou câncer dos gânglios linfáticos.

Já a inflamação dos vasos sanguíneos periféricos, conhecida como

vasculite, pode ter consequências bastante sérias se não for tratada

adequadamente. Muitas vezes, ela é anunciada por pequenos pontos

vermelhos na pele. Em casos mais graves, pode causar úlceras nas pernas

e sob as unhas.

3.2.6 SISTEMA NERVOSO

A artrite reumatoide pode originar problemas nos nervos dos braços e

das pernas, causando dormência, formigamento ou fraqueza.

Pessoas com AR podem desenvolver a síndrome do túnel do carpo,

uma condição em que os nervos que vai do antebraço até a mão é

comprimido pelo tecido inflamado, causando dormência, formigamento e

diminuição da força.

Page 13: Trabalho iii unidade   imuno

3.2.7 PELE

Cerca de 30% a 40% dos pacientes com artrite reumatoide

desenvolvem nódulos reumatoides, que são pequenos caroços que se

formam sob a pele, muitas vezes em áreas ósseas expostas à pressão,

como os dedos ou os cotovelos.

A menos que o nódulo esteja localizado em um ponto sensível, como

em regiões muito utilizadas para realizar alguma tarefa, o tratamento talvez

nem seja necessário. Às vezes, eles desaparecem naturalmente.

3.3 EPIDEMIOLOGIA

A artrite reumatoide é uma doença que ataca aproximadamente 0,5%

e 1% da população mundial adulta. Mas se forem considerados apenas

indivíduos entre 55 e 75 anos de idade, esse percentual aumenta para 4,5%.

Pessoas de todas as origens estão sujeitas a desenvolver a artrite

reumatoide. Contudo, aparentemente, ela é menos comum na África e na

Ásia do que nos Estados Unidos e na Europa. Alguns estudos sugerem que

a incidência está diminuindo nos países do norte da Europa em relação aos

demais desse continente.

No Brasil, um estudo de 2004 mostrou que a ocorrência de artrite

reumatoide é de 0,46%, o que equivaleria a quase 900 mil pessoas, levando

em conta a população do País registrada no censo de 2010.

Essa doença pode se manifestar em qualquer idade. Entretanto, é

mais frequente entre os 40 e 60 anos. Além disso, ela é três vezes mais

comum nas mulheres do que nos homens – em geral, melhora na gravidez e

piora durante a amamentação, possivelmente em razão das mudanças

hormonais.

Sabe-se que a taxa de mortalidade dos pacientes com artrite

reumatoide é maior do que a da população normal e que a expectativa de

vida cai de acordo com a gravidade da doença e de quando ela começou.

Page 14: Trabalho iii unidade   imuno

3.4 SINTOMAS E DIAGNÓSTICO

3.4.1 SINTOMAS

Dependendo do grau, os sintomas da artrite reumatoide podem ir e vir

ou até desaparecerem, e, em geral, as pessoas se sentem bem durante as

remissões.

Quando a doença se torna ativa novamente, os sintomas voltam. O

curso da artrite reumatoide varia entre os pacientes, mas os períodos de

crises e remissões são típicos da doença.

Quando a artrite reumatoide está ativa, os sintomas podem incluir

fadiga, perda de energia, falta de apetite e dores, além de rigidez muscular e

articular prolongada, que são mais comuns na parte da manhã e após os

períodos de inatividade.

Durante as crises, as articulações também ficam vermelhas com

frequência, inchadas, doloridas e sensíveis. Isso ocorre porque o tecido de

revestimento da articulação (membrana sinovial) fica inflamado (sinovite),

resultando na produção de líquido articular excessivo.

Em geral, a artrite reumatoide inflama várias articulações em um

padrão simétrico, ou seja, ambos os lados do corpo são afetados. Os

primeiros sintomas podem ser sutis. As pequenas articulações de ambas as

mãos e os punhos estão frequentemente envolvidos.

Os sintomas nas mãos afetadas pela artrite reumatoide incluem

dificuldades em tarefas simples do dia a dia, como virar maçanetas e abrir

frascos. As pequenas articulações dos pés também são acometidas, o que

pode causar dor ao andar, sobretudo após se levantar de manhã.

Ocasionalmente, apenas uma articulação está inflamada, podendo

ser causada por outras formas de artrite, como a gota ou uma infecção

bacteriana. Em casos raros, a artrite reumatoide pode até mesmo mudar a

Page 15: Trabalho iii unidade   imuno

voz e causar rouquidão, pois a articulação que permite o retesamento das

cordas vocais é afetada.

A inflamação crônica pode causar danos aos tecidos do corpo,

incluindo cartilagens e ossos. Isso leva a uma perda de cartilagem, erosão e

fraqueza dos ossos, bem como dos músculos, o que resulta na deformação

da articulação, sua destruição e perda da função.

Nas crianças, em geral, os sintomas da artrite reumatoide incluem

dor, alguma dificuldade na movimentação ao acordar, fraqueza ou

incapacidade na mobilização das articulações, além de febre alta diária

(mais de 39º C) por períodos maiores do que duas semanas. Entretanto, há

casos em que a dor é mínima ou quase inexistente.

3.4.2 DIAGNÓSTICO

O curso da artrite reumatoide (AR) varia entre os pacientes, mas os

períodos de crises e remissões são típicos da doença. A inflamação dos

tecidos indica que a AR está ativa, ao passo que a sua diminuição

caracteriza a remissão, podendo ficar inativa – de forma espontânea ou pelo

tratamento – durante semanas, meses ou até anos.

Segundo o Ministério da Saúde brasileiro, o diagnóstico da artrite

reumatoide depende da associação de uma série de sintomas e sinais

característicos, além da realização de exames laboratoriais e por imagens

que ajudam a confirmar a doença e fazer o monitoramento nos pacientes.

O reumatologista é o especialista indicado para avaliar e estabelecer

o melhor plano de tratamento para cada caso. Já os profissionais de

fisioterapia e terapia ocupacional ajudam o paciente a continuar a exercer as

atividades diárias. Além disso, grupos de apoio podem auxiliá-lo a conviver

com a doença e a enfrentar as suas limitações.

Page 16: Trabalho iii unidade   imuno

Critérios diagnósticos

Para uma pessoa ser diagnosticada com AR, o Ministério estabelece

que é necessário apresentar quatro dos sete itens que compõem os critérios

diagnósticos durante, pelo menos, seis semanas. Mas os pacientes que

possuem dois ou três critérios não estão excluídos da possibilidade de

desenvolver a doença no futuro.

Critérios

1. Rigidez matinal - rigidez nas articulações e no seu entorno durante,

pelo menos, uma hora até melhorar completamente.

2. Artrite em três ou mais áreas - inflamação em, pelo menos, três

áreas de articulação com acúmulo anormal de líquido (edema) nas partes

moles ou derrame do líquido articular.

3. Artrite de articulações das mãos ou punhos.

4. Artrite simétrica - inflamação das mesmas articulações nos dois

lados do corpo ao mesmo tempo.

5. Nódulos reumatoides - nódulos embaixo da pele localizados sobre

proeminências ósseas, em superfícies extensoras ou em regiões próximas

das articulações (região justarticular).

6. Fator reumatoide (FR) sérico - grupo de anticorpos presente no

sangue da maioria das pessoas com artrite reumatoide.

7. Alterações radiológicas - constatação em radiografias das mãos e

dos punhos de erosões localizadas ou de ostopenia justarticular, que é uma

diminuição da densidade dos ossos na região próxima das articulações.

Page 17: Trabalho iii unidade   imuno

3.4.3 EXAMES

Não existe um exame específico para detectar a artrite reumatoide,

mas há alguns que ajudam a confirmar o diagnóstico e fazer o

monitoramento da doença.

Exames de sangue:

• Anemia - contagem baixa de glóbulos vermelhos no sangue.

• Fator Reumatoide (FR) - embora nem todos que possuem esse

anticorpo tenham AR e muitos que não o possuem a desenvolvam, esse

grupo de anticorpos está presente em cerca de 80% dos pacientes com a

artrite reumatoide. Note-se também que podemos encontrar a presença do

FR em outras doenças, como tuberculose, hanseníase, sarcoidose e

endocardite bacteriana. Além disso, cerca de 40% dos indivíduos

aparentemente saudáveis com mais de 60 anos apresentam FR positivo.

• Anticorpo antipeptídeo citrulinado cíclico (anti-CCP) - presente em

60% a 70% das pessoas com artrite reumatoide. É o anticorpo mais

específico da AR.

• Velocidade de Hemossedimentação (VHS) - é a taxa que mede o

grau de sedimentação de glóbulos vermelhos em uma amostra de sangue

durante um período específico para indicar a presença de inflamação, mas

não necessariamente causada pela artrite reumatoide.

• Proteína C Reativa (PCR) - é outra prova de atividade inflamatória

(assim como a VHS). Também é capaz de indicar a presença de inflamação

causada pela artrite ou qualquer outra causa (por exemplo, infecções

bacterianas).

Exames por imagem:

• Raio-X - radiografias das mãos e dos pés são fundamentais para o

diagnóstico e o acompanhamento dos pacientes. No início da doença,

podem ser normais ou mostrar apenas o inchaço dos tecidos moles. Mas, na

Page 18: Trabalho iii unidade   imuno

medida em que a artrite reumatoide progride, podem revelar erosões ósseas

típicas nas articulações.

• Ressonância magnética (RM) - tem contribuído de forma significativa

para o diagnóstico precoce da doença, pois evidencia alterações tanto de

tecidos moles quanto de cartilagem e ossos de forma mais precoce que a

radiografia simples.

O reumatologista é o especialista essencial na avaliação e no

tratamento dos pacientes com artrite reumatoide. Ele é mais familiarizado

com a identificação da doença e com as drogas atualmente disponíveis –

suas indicações e seus efeitos adversos – para estabelecer o melhor plano

de tratamento para cada caso.

Como a fisioterapia e a terapia ocupacional contribuem para que o

paciente possa continuar a exercer as atividades da vida diária, a ajuda de

profissionais dessas áreas em coordenação com o reumatologista também é

indicada.

Além disso, existem grupos de apoio para pessoas com artrite

reumatoide que podem proporcionar troca de experiências e informações,

ajudando-as a conviver com a doença e enfrentar as suas limitações.

3.5 TRATAMENTO

O tratamento da artrite reumatoide (AR) varia de acordo com

características individuais dos pacientes e a resposta a eventuais

tratamentos feitos anteriormente. Para que ele possa ser ajustado para cada

caso e a sua eficácia seja avaliada, é necessário medir a atividade da

doença levando em consideração vários fatores, que vão desde a avaliação

dos sintomas e do estado funcional até estudos radiológicos.

Com isso, o médico reumatologista pode definir o plano de

tratamento, que envolve tratamentos medicamentosos e não

medicamentosos.

Page 19: Trabalho iii unidade   imuno

O tratamento cirúrgico é indicado para alguns pacientes com

anormalidades funcionais, como ruptura de tendão ou destruição óssea e

articular.

Existem várias classes de medicamentos que podem ser indicados e

combinados, desde analgésicos e anti-inflamatórios até drogas que

modificam o curso da doença, ajudando a reduzir e prevenir o dano articular.

Somente o especialista pode prescrevê-los, e os possíveis efeitos colaterais

devem ser monitorados para que seja feito qualquer ajuste necessário.

Atividade da doença

A mensuração da atividade da doença, que permite ajustar

individualmente o tratamento e avaliar a sua eficácia, leva em consideração

quatro fatores básicos:

1. Avaliação dos sintomas e estado funcional: graduação da dor

articular, rigidez matinal e severidade da fadiga.

2. Avaliação do envolvimento articular e manifestações extra-

articulares: as articulações devem ser avaliadas quanto ao edema, dor,

perda de movimento e deformidade. Manifestações extra-articulares,

incluindo as sistêmicas, como febre, anorexia, náuseas e perda de peso,

devem ser investigadas.

3. Marcadores laboratoriais: são aqueles que refletem o grau de

inflamação por meio de provas da fase aguda, que são a proteína C reativa

e a velocidade de hemossedimentação.

4. Estudos radiológicos: acompanhamento com radiografias a cada

seis meses de tratamento e sua comparação com as feitas inicialmente

podem indicar a atividade da doença. Diminuição da massa óssea

Page 20: Trabalho iii unidade   imuno

(osteopenia) e/ou erosões articulares e redução do espaço das articulações

são alguns desses indicativos.

Podemos classificar a artrite reumatoide de acordo com o grau de

atividade da doença da seguinte forma:

Atividade Leve: O paciente apresenta dor em, pelo menos, três

articulações com sinais de inflamação, ausência de doença extra-articular,

fator reumatoide geralmente negativo, elevação das provas de atividade

inflamatória e nenhuma evidência de erosão ou perda de cartilagem em

radiografia.

Atividade Moderada: O paciente tem de seis a 20 articulações

acometidas, doença comumente restrita às articulações, elevação das

provas de atividade inflamatória, positividade do fator reumatoide e evidência

de alterações típicas na radiografia.

Atividade Grave: Mais de 20 articulações persistentemente

acometidas, elevação das provas de atividade inflamatória, anemia de

doença crônica, baixa de albumina no sangue (hipoalbuminemia), fator

reumatoide positivo, radiografias mostrando erosões e perda de cartilagem e

doença extra-articular.

Opções de tratamento

Como ainda não há cura para a artrite reumatoide, até hoje o

tratamento da doença tem como objetivo reduzir a inflamação articular e a

dor, maximizar a função articular, evitar a destruição das articulações e a

deformidade dos membros. A intervenção médica precoce é importante para

melhorar os resultados.

A terapia ideal varia conforme as características individuais dos

pacientes e a resposta a eventuais tratamentos anteriores. O tratamento é

Page 21: Trabalho iii unidade   imuno

personalizado de acordo com fatores como: atividade da doença, tipos de

articulações envolvidas, saúde geral, idade e ocupação do paciente.

Além disso, envolve uma combinação de medicamentos, repouso,

exercícios de fortalecimento, proteção articular e educação do paciente e de

sua família. O tratamento é mais bem-sucedido quando há uma estreita

cooperação entre o médico, o paciente e os familiares.

Durante as consultas regulares, o reumatologista irá controlar a

atividade da AR e prevenir o acometimento de outros órgãos – caso isso

aconteça, ele estabelecerá o tratamento mais indicado. Os medicamentos

específicos são seguros para uso a longo prazo, e os possíveis efeitos

colaterais são controláveis e de fácil prevenção.

É necessário manter o tratamento específico por um longo tempo

após o controle da doença. Em alguns casos, pode-se diminuir ou até

suspender os medicamentos, dependendo da avaliação do reumatologista.

Porém, mesmo que isso aconteça, o acompanhamento deve continuar

regularmente para detectar possíveis recaídas.

Tratamentos não farmacológicos

Tratamentos não farmacológicos e preventivos servem como base da

terapia para todos os pacientes. Eles incluem repouso, exercício, terapia

física, ocupacional e dietética, bem como medidas gerais para proteger as

estruturas e suas funções.

Tratamento medicamentoso

O tratamento da artrite reumatoide avançou muito; por isso, quanto

antes for iniciado o uso dos medicamentos específicos, maior e melhor será

a resposta do organismo. Embora o tratamento precoce seja mais eficaz

para controlar a doença e prevenir sequelas, a qualquer momento é possível

obter a diminuição da inflamação e a melhora da qualidade de vida do

paciente.

Page 22: Trabalho iii unidade   imuno

A terapia é instituída com o objetivo de induzir a remissão e prevenir a

perda adicional de tecidos articulares ou o seu funcionamento para a

realização das atividades diárias.

O tratamento medicamentoso é sempre individual. Muda de acordo

com a resposta de cada paciente, o estágio da doença, a sua atividade e a

gravidade. As drogas modificadoras do curso da AR são a base do

tratamento, enquanto os anti-inflamatórios esteroides (corticoesteroides) e

não esteroides têm um papel adjuvante na terapia.

Recentemente, os agentes imunobiológicos passaram a compor as

opções terapêuticas. Eles atuam nas proteínas envolvidas no processo

inflamatório ou nas células do sistema imunológico e também são

modificadores do curso da doença.

O tratamento com anti-inflamatórios é indicado enquanto se observar

sinais inflamatórios ou o paciente apresentar dores articulares. O uso de

drogas modificadoras do curso da doença deve ser mantido indefinidamente.

Os medicamentos específicos, apesar de serem muito eficazes, têm

uma ação mais lenta no início, podendo demorar de semanas a meses para

alcançar a sua melhor atuação na atividade da doença. Por vezes, apenas

uma dessas medicações ou uma combinação delas é suficiente para o

controle da artrite reumatoide.

Tratamento cirúrgico

O tratamento cirúrgico é indicado para alguns pacientes com

anormalidades funcionais causadas por sinovite proliferativa, como a ruptura

de tendão, ou por destruição óssea e articular. Eventualmente, pode ser

necessário o uso de próteses articulares.

3.6 MEDICAMENTOS

Atualmente, existem cinco classes de medicamentos que apresentam

efeitos benéficos: analgésicos, anti-inflamatórios não esteroides (AINEs),

Page 23: Trabalho iii unidade   imuno

corticosteroides e drogas modificadoras do curso da doença (DMCDs). Na

classe das DMCDs temos as sintéticas (ou convencionais) e as biológicas.

A primeira linha de tratamento da artrite reumatoide inclui DMCDs,

AINEs e corticosteroides. Para pacientes com AR moderada a grave que

não respondem ao tratamento com DMCDs convencionais, a imunoterapia-

alvo com agentes biológicos é indicada, sendo considerada a segunda linha

de tratamento.

Analgésicos e anti-inflamatórios não esteroides (AINEs)

Os analgésicos e os AINEs são geralmente usados para aliviar a dor,

reduzir a inflamação do tecido e o inchaço, mas não alteram o curso da

doença. Portanto, não podem ser a única forma de tratamento.

Os analgésicos fazem efeito quando a intensidade da dor não é forte.

Sua vantagem é a boa tolerância pelo estômago e o não aumento da

pressão arterial. Quando bem tolerados, podem ser usados continuamente e

auxiliam na tentativa de usar doses baixas de corticoides.

Em geral, para reduzir os efeitos colaterais gastrointestinais, os AINEs

são tomados com as refeições. Medicamentos adicionais são recomendados

frequentemente para proteger o estômago.

Corticosteroides

Além de serem mais potentes do que os AINEs na redução da

inflamação e na restauração da mobilidade articular, os corticosteroides são

capazes de reduzir a taxa de progressão da doença. Sua administração

pode ser via oral, intramuscular, endovenosa e intra-articular.

Eles são úteis por períodos curtos durante as crises graves de

atividade da doença ou quando esta não responde aos AINEs. Contudo, os

corticosteroides podem ter efeitos secundários graves, especialmente

quando administrados em doses elevadas por longos períodos.

Page 24: Trabalho iii unidade   imuno

Esses efeitos secundários podem ser parcialmente evitados

diminuindo-se de forma gradual as doses quando os sintomas melhoram. A

interrupção abrupta dos corticosteroides pode causar sintomas de

abstinência.

Drogas modificadoras do curso da doença (DMCDs –

convencionais)

Compreende um grupo variado de medicamentos com potencial para

reduzir ou prevenir o dano articular. Além disso, as DMCDs preservam a

integridade e a funcionalidade articular, o que diminui os custos de saúde e

ajuda a manter a capacidade produtiva do paciente.

Tais agentes incluem antimaláricos, sulfassalazina, metotrexato,

leflunomida e ciclosporina. São usados menos frequentemente os sais de

ouro e a azatioprina, por não apresentarem eficácia superior aos demais e

terem efeitos adversos desfavoráveis.

Muitos desses medicamentos são drogas imunossupressoras e

devem ser usados com estrito controle médico. Os efeitos das DMCDs só

são sentidos após semanas ou meses de tratamento.

Drogas modificadoras do curso da doença (DMCDs –

biológicas)

Um dos avanços mais recentes em termos de tratamento para a AR

foi o desenvolvimento dos agentes modificadores da resposta biológica. Eles

também são DMCDs e possuem como alvo as citocinas (proteínas

envolvidas no processo inflamatório) ou as células do sistema imunológico.

Além disso, têm efeito imunossupressor e a sua ação é mais rápida

que a das DMCDs convencionais, em alguns casos ocorrendo a partir da

segunda semana da sua administração. São utilizados nos casos

Page 25: Trabalho iii unidade   imuno

moderados e graves de artrite reumatoide, que não respondem ao

tratamento convencional.

Adalimumabe, certolizumabe, etanercepte e golimumabe são

apresentados na forma farmacêutica de solução injetável para administração

subcutânea. Abatacepte, infliximabe, rituximabe e tocilizumabe são

apresentados como solução injetável para a infusão intravenosa.

3.7 ESTRATÉGIAS TERAPÊUTICAS

Estratégias terapêuticas para o tratamento da AR no Brasil

Segundo dados obtidos a partir do Consenso 2012 da Sociedade

Brasileira de Reumatologia para o tratamento da artrite reumatoide, as

estratégias terapêuticas estão descritas a seguir.

Primeira linha – DMARDs (Drogas modificadoras de doença

reumática) sintéticas

O MTX deve ser a DMARD de primeira escolha. Havendo

contraindicação, a SSZ ou a LEF pode ser utilizada como outra opção. Os

antimaláricos (DCQ e HCQ) são indicados apenas para pacientes que

possuam o grau leve da doença ou artrite indiferenciada com baixo potencial

erosivo.

Em casos excepcionais, como pacientes com hipersensibilidade a

outras DMARDs ou com hepatite viral, sais de ouro podem ser utilizados. Já

o MTX deve ser prescrito preferencialmente em monoterapia no início do

tratamento.

Não havendo a resposta clínica objetivada (remissão ou baixa

atividade da doença) com dose máxima tolerada de MTX ou na presença de

efeitos adversos, aconselha-se a troca por outra DMARD em monoterapia ou

o uso de combinações de DMARDs.

As combinações mais utilizadas são MTX com DCQ e HCQ, com SSZ

ou a soma dessas três drogas, bem como MTX associado a LEF. A

Page 26: Trabalho iii unidade   imuno

progressão da terapia deve ser rápida, com avaliações mensais do paciente

nos primeiros seis meses de tratamento e ajuste de doses e esquemas,

conforme necessário.

Deve-se aguardar um período máximo de seis meses para definir a

ausência de resposta à primeira linha de tratamento instituída. Doses baixas

de corticoides (máximo de 15 mg de prednisona ao dia ou equivalente) e

anti-inflamatórios podem ser utilizados no início do tratamento; no entanto,

recomenda-se cautela em relação ao uso pelo menor tempo possível para

diminuir a ocorrência de efeitos adversos.

Segunda linha – DMARDs (Drogas modificadoras de doença

reumática) biológicas

Apesar do tratamento com pelo menos dois dos esquemas propostos

na primeira linha, a terapia imunobiológica na AR é indicada para os

pacientes que possuem a atividade persistente da doença entre moderada e

alta.

Dentre os biológicos, as drogas antiTNF são a primeira opção no

Brasil após falha dos esquemas com DMARDs sintéticas. Isso se justifica

pela experiência mais abrangente pós-comercialização, bem como devido ao

grande volume de informações de segurança provenientes de estudos

clínicos, registros e recomendações nacionais e internacionais.

Entretanto, outras drogas, como o ABAT e o TOCI, podem ser

prescritas a critério do médico-assistente após intolerância às DMARDs

sintéticas, tendo em vista a publicação de ensaios clínicos randomizados

que embasam essa indicação.

A prescrição de RTX deve ser evitada como biológico de primeira

escolha, exceto em casos específicos, como pacientes com contraindicação

a outros biológicos, que sejam preferencialmente positivos para FR e/ou

antiCCP ou que apresentem diagnóstico associado a linfoma, por exemplo.

Page 27: Trabalho iii unidade   imuno

Em situações excepcionais, as DMARDs biológicas podem ser

indicadas após rejeição do primeiro esquema das DMARDs sintéticas em

pacientes com vários fatores de mau prognóstico, incluindo doença com

atividade muito intensa, elevado número de articulações

dolorosas/inflamadas, FR e/ou antiCCP em altos títulos e ocorrência precoce

de erosões radiográficas.

Os fatores de prognóstico negativo foram mais bem detalhados no

Consenso 2011 da Sociedade Brasileira de Reumatologia para diagnóstico e

avaliação inicial da AR. O uso de DMARDs biológicas como primeira linha

para o tratamento da AR não está previsto no Brasil, pois não há evidências

de custo/efetividade dessa indicação no País.

Terceira linha – falha/intolerância às DMARDs (Drogas

modificadoras de doença reumática) biológicas

Em cenários clínicos que cursam com ausência de resposta ao

tratamento biológico inicial, evolução para perda da resposta obtida ou com

presença de eventos adversos importantes, pode ser feita a troca de um

agente biológico por outro.

Os biológicos que apresentaram benefícios em ensaios clínicos

randomizados com pacientes que falharam ao antiTNF são ABAT, RTX e

TOCI. Pacientes que apresentaram falha ao primeiro agente antiTNF

também demonstraram benefício com o uso de uma segunda droga da

mesma classe, incluindo ADA, CERT, ETN, IFX ou GOL em estudos

observacionais prospectivos e também randomizado controlado duplo-cego

(GOL), mas persistem incertezas sobre a magnitude de seus efeitos

terapêuticos e a respeito do custo/efetividade dessa estratégia.

A escolha da sequência do tratamento a ser empregado fica a critério

do médico, pois depende das particularidades de cada caso. Recomenda-se

um período mínimo de três e máximo de seis meses de avaliação clínica

para realizar a troca de esquema terapêutico (tentativas entre DMARDs

biológicas).

Page 28: Trabalho iii unidade   imuno

Retirada de medicações e eventual suspensão de terapia

Não há dados que permitam definir o tempo de uso de determinada

terapia para a AR. No momento, a medicação indicada e em relação à qual o

paciente apresente resposta deve ser mantida por período indefinido,

conforme análise médica.

Em caso de resposta completa (remissão) e sustentada (por mais de

seis meses até um ano), pode-se tentar a retirada gradual e cuidadosa da

medicação na seguinte sequência: primeiro o AINH; em seguida, os

corticoides e as DMARDs biológicas, mantendo-se o uso das DMARDs

sintéticas.

Excepcionalmente, se a remissão se mantiver, pode-se, com muita

cautela, tentar a retirada das DMARDs sintéticas. A remissão sustentada

livre de drogas é pouco frequente, sobretudo em pacientes com

biomarcadores, como antiCCP e/ou FR.

Page 29: Trabalho iii unidade   imuno

4.0 REFERÊNCIAS

MARCONDES. José Antonio Miguel. Diabetes melito: Fisiopatologia e tratamento. Rev. Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba, v.5,n.1,p.18-26,2003 

IDF (International Diabetes Federation). DADOS EPIDEMIOLÓGICOS.

Disponível em:

<

http://www.idf.org/sites/default/files/5E_IDFAtlasPoster_2012_EN.pdf>.

Acesso em : 13/05/2014

GOLAN, D. E.; TASHJIAN, A. H.; ARMSTRONG, E. J.; ARMSTRONG,

A. W. Princípios de Farmacologia: a base fisiopatológica da farmacoterapia. 2. ed. Guanabara Koogan, 2009. Cap. 27. 

COURI, C. E. B. O futuro do Diabete. São Paulo: Abril, 2011. 180p

• KATZUNG.Bertram G. Farmacologia Básica e Clínica.10 ed. Porto

Alegre: AMGH.2010. 617 p. – 625 p.

 

DICAS ÚTEIS NO USO DA INSULINA. Disponível em: <

http://www.diabete.com.br/biblio/insul1.html > Acesso em: 24/09/2012

 

GUYTON.Arthur C. Tratado de Fisiologia Médica. 9 ed. Rio de

Janeiro: Guanabara Koogan.1997. 753p.

 

Page 30: Trabalho iii unidade   imuno

GOODMAN & GILMAN. As Bases Farmacológicas da Terapêutica.

Trad: Cosendey, Carlos Henrique de Araújo. 11.ed. Porto Alegre,

AMGH Editora. 2010. 1459p. – 1471p.

 

PACE et al. Fatores associados à auto-aplicação da insulina com diabetes mellitus acompanhados pela Estratégia Saúde da Família. Acesso em: 12/12/2012. Disponível em: <

http://www.scielosp.org/pdf/csp/v24n6/12.pdf>

DANBURY HOSPITAL. Insulina: Armazenamento e cuidados. Acesso em: 12/12/2012. Disponível em: <

http://www.danburyhospital.org/~/media/Files/Patient

%20Education/ patientedportuguese / pdf_DiabetesBrazPort /

InsulinStorage_BrazPort . ashx >

 

SOUZA, C.R.; ZANETTI, M.L. Administração de insulina: uma

abordagem fundamental na educação em diabetes. Rev.Esc.Enf.USP,

v.34, n.3, p.264-270, 2000.

 

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.

Departamento de Atenção Básica. Diabetes. Secretaria de Atenção à

Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da

Saúde, 2006.

 

BRASIL. Ministério da Saúde. Epidemiologia e Serviços de Saúde.

Brasília, 20(2):255-263, abr-jun 2011

Page 31: Trabalho iii unidade   imuno

Sociedade Brasileira de Reumatologia. Disponível em:

<http://www.reumatologia.com.br/index.asp?

Perfil=&Menu=DoencasOrientacoes&Pagina=reumatologia/

in_doencas_e_orientacoes_resultados.asp>.

Minha Vida. Disponível em:

<http://www.minhavida.com.br/saude/temas/artrite-reumatoide>.

Boletim Brasileiro de Avaliação de Tecnologias em Saúde (BRATS), n.

19, set. 2012. Disponível em:

<http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/5a1cb7804d01dc028a869

a551355428f/BRATS_19.pdf?MOD=AJPERES>.

Jornal brasileiro de patologia e medicina laboratorial, v. 47, n. 5, out.

2011. Disponível em:

<http://www.scielo.br/pdf/jbpml/v47n5/v47n5a02.pdf>.

Mayo Clinic. Disponível em:

<http://www.mayoclinic.com/health/rheumatoid-arthritis/DS00020>.

National Rheumatoid Arthritis Society (NRAS). Disponível em:

<http://www.nras.org.uk>.

MedicineNet.com. Disponível em:

<http://www.medicinenet.com/rheumatoid_arthritis/article.htm>.

Arthritis Foundation. Disponível em: <http://www.arthritis.org/conditions-

treatments/disease-center/rheumatoid-arthritis/>.

Page 32: Trabalho iii unidade   imuno