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PODER JUDICIÁRIOTRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO

SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE IPATINGA

Processo N° 0002593-84.2013.4.01.3814 - 2ª VARA FEDERALNº de registro e-CVD 00188.2015.00023814.1.00399/00128

Classe: 1202 – AÇÃO ORDINÁRIA / PREV REV BENAutor (a): LUIZ ANACLETO FERREIRA Réu (é): INSS

SENTENÇA(Classe A, conforme Portaria COGER 30, de 09/10/2007)

I – RELATÓRIO

Trata-se de ação interposta em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, objetivando a parte autora a revisão de seu benefício previdenciário para que sejam aplicados os tetos previstos nas Emendas Constitucionais n.º 20/1998 e n.º 41/2003.

Às fl. 34 foi concedida a gratuidade da justiça e determinada a citação do réu.

O réu apresentou contestação e documentos às fls. 35/44. Alegou, preliminarmente, a ocorrência da decadência do direito à revisão do benefício, e a prescrição quinquenal. No mérito, primeiramente alegou que o benefício do autor foi concedido no período denominado buraco negro, não se podendo afirmar se o benefício foi ou não limitado ao teto; que a DIB do benefício não foi abrangida pelo art. 26 da Lei 8.870-94; que a situação do autor não foi abrangida pela decisão proferida pelo STF no RE 564.354-9.

Cálculo da contadoria judicial às fls. 101/107.

É o relato do necessário. Decido.

II – FUNDAMENTAÇÃO

II. I – PRELIMINARES

Inicialmente, a tese de que deve haver a aplicação da decadência do direito à revisão do benefício da parte autora, na forma do art. 103 da Lei 8.213/91, não

________________________________________________________________________________________________________________________Documento assinado digitalmente pelo(a) JUÍZA FEDERAL DAYSE STARLING LIMA CASTRO em 24/05/2015, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006.A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 4033053814230.

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PODER JUDICIÁRIOTRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO

SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE IPATINGA

Processo N° 0002593-84.2013.4.01.3814 - 2ª VARA FEDERALNº de registro e-CVD 00188.2015.00023814.1.00399/00128

merece prosperar, já que o presente processo não envolve revisão do ato de concessão de benefício, mas adequação do valor do benefício previdenciário aos tetos estabelecidos pelas Emendas Constitucionais n.º 20/1998 e n.º 41/2003 (Enunciado nº 66 das Turmas Recursais do Rio de Janeiro).

Reconheço a prescrição de todas as parcelas eventualmente devidas anteriores ao quinquênio anterior à propositura da ação, na forma do art. 103, parágrafo único, da Lei n.º 8.213/1991.

II. II – MÉRITO

Tendo em vista que o caso encerra matéria eminentemente de direito, passo, de pronto, ao julgamento antecipado da lide, autorizado pelo art. 330, I, do Código de Processo Civil.

A questão de mérito consiste em examinar a aplicação dos novos limites previstos nas Emendas Constitucionais n.º 20/1998 e n.º 41/2003 a partir do início de sua vigência, aos benefícios previdenciários em manutenção fixados no teto que, por ocasião de seus cálculos, foram objeto de limitação pelo valor máximo do salário de contribuição então vigente.

O art. 14 da EC nº 20/1998 e o art. 5º da EC nº 41/2003 alteraram o limite máximo para o valor dos benefícios do RGPS, elevando-os para R$ 1.200,00 e R$ 2.400,00, respectivamente:

Art. 14 - O limite máximo para o valor dos benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201 da Constituição Federal é fixado em R$ 1.200,00 (um mil e duzentos reais), devendo, a partir da data da publicação desta Emenda, ser reajustado de forma a preservar, em caráter permanente, seu valor real, atualizado pelos mesmos índices aplicados aos benefícios do regime geral de previdência social. (EC 20/98, de 15/12/1998);

Art. 5º O limite máximo para o valor dos benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201 da Constituição Federal é fixado em R$ 2.400,00 (dois mil e quatrocentos reais), devendo, a partir da data de publicação desta Emenda, ser reajustado de forma a preservar, em caráter permanente, seu valor real, atualizado pelos mesmos índices aplicados aos benefícios do regime geral de previdência social. (EC 41/03, de 31/12/2003).

________________________________________________________________________________________________________________________Documento assinado digitalmente pelo(a) JUÍZA FEDERAL DAYSE STARLING LIMA CASTRO em 24/05/2015, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006.A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 4033053814230.

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Processo N° 0002593-84.2013.4.01.3814 - 2ª VARA FEDERALNº de registro e-CVD 00188.2015.00023814.1.00399/00128

Em recente julgado (RE 564354-9/SE), o STF examinou a questão entendendo que as Emendas Constitucionais n.º 20/1998 e n.º 41/2003 aplicam-se aos benefícios concedidos anteriormente à alteração do teto.

DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOS BENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DA ALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICO PERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição da República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle de constitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antes entendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contra lei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas em conflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmente vedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdência estabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 564354-9/SE. Rel. Min. Carmen Lúcia. Tribunal Pleno. 08-09-2010. Repercussão Geral).

No caso em tela, a parte autora teve seu Salário-de-Benefício originalmente limitado ao teto do RGPS, sendo certo que os cálculos judiciais de fls. 101/107 demonstram a existência de diferenças em favor da parte autora e, portanto, o pedido deve ser julgado procedente.

II – DISPOSITIVO

Ante o exposto, reconheço a prescrição em relação às parcelas devidas anteriores a 29/05/2008 e JULGO PROCEDENTE o pedido para condenar o INSS a recalcular o valor do benefício previdenciário do autor, passando a renda mensal a R$4.663,67 (quatro mil, seiscentos e sessenta e três reais e sessenta e sete centavos) na competência de 04/2015, e a pagar o valor de R$137.321,99 (cento e trinta e sete mil, trezentos e vinte e um reais e noventa e nove centavos),

________________________________________________________________________________________________________________________Documento assinado digitalmente pelo(a) JUÍZA FEDERAL DAYSE STARLING LIMA CASTRO em 24/05/2015, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006.A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 4033053814230.

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SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE IPATINGA

Processo N° 0002593-84.2013.4.01.3814 - 2ª VARA FEDERALNº de registro e-CVD 00188.2015.00023814.1.00399/00128

a título de atrasados não alcançados pela prescrição, valor atualizado até 04/2015 (fls. 101/107).

ANTECIPO OS EFEITOS DA TUTELA, determinando ao INSS que proceda à revisão do beneficio de aposentadoria do autor, nos termos deste dispositivo de sentença.

CONDENO o INSS no pagamento dos honorários advocatícios no valor correspondente a 10% (dez por cento), calculado sobre o valor da condenação, nos termos do artigo 20, §3º, do CPC.

Custas pela parte ré, isenta por força da Lei 9.289/1996.

Registre-se. Publique-se. Intimem-se.

Após o trânsito em julgado, arquivem-se os autos.

Ipatinga/MG, 24 de maio de 2015.

DAYSE STARLING LIMA CASTROJuíza Federal Titular

2ª Vara Federal - Subseção Judiciária de Ipatinga/MG

________________________________________________________________________________________________________________________Documento assinado digitalmente pelo(a) JUÍZA FEDERAL DAYSE STARLING LIMA CASTRO em 24/05/2015, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006.A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 4033053814230.

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