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Aula 00
Dir Processual do Trabalho p/ TRT 24 (Analista Judicirio - rea Judiciria e Execuode Mandados)
Professores: Adriana Lima, Bruno Klippel
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Direito Processual do Trabalho Teoria e Questes Prof. Bruno Klippel / Profa. Adriana Lima Aula 00
Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 1 de 126
DIREITO CONSTITUCIO
AULA 00 PRINCPIOS DO PROCESSO DO TRABALHO E
ORGANIZAO DA JUSTIA DO TRABALHO.
Direito Processual do Trabalho TRT 24 Regio MS
ANALISTA JUDICIRIO AREA JUDICIRIA E OFICIAL DE
JUSTIA AVALIADOR
Prof. Bruno Klippel / Profa. Adriana Lima
APRESENTAO
Ol amigos do Estratgia Concursos, tudo bem?
O edital do TRT 24 Regio - MS foi publicado hoje, sendo organizado pela
FCC Fundao Carlos Chagas.
As provas sero aplicadas no dia 26/03/2017, ou seja, TEMOS MUITO
TEMPO PARA ESTUDAR, O QUE ALTAMENTE POSITIVO !!!
No h qualquer surpresa na matria de Direito Processual do Trabalho, ou
seja, foram cobrados os mesmos pontos dos demais concursos de TRTs.
Espervamos o bsico da FCC e foi isso que veio.
Para Analista Judicirio rea Judiciria e Oficial de Justia
Avaliador, vem sendo cobrados os seguintes tpicos:
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO: 1 Da Justia do Trabalho: organizao e
competncia. 2 Das Varas do Trabalho, dos Tribunais Regionais do Trabalho e do
Tribunal Superior do Trabalho: jurisdio e competncia. 3 Dos servios auxiliares da
Justia do Trabalho: das secretarias das Varas do Trabalho; dos distribuidores; dos
oficiais de justia e oficiais de justia avaliadores. 4 Do Ministrio Pblico do Trabalho:
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Direito Processual do Trabalho Teoria e Questes Prof. Bruno Klippel / Profa. Adriana Lima Aula 00
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organizao. 5 Do processo judicirio do trabalho: princpios gerais do processo
trabalhista (aplicao subsidiria do CPC). 6 Dos atos, termos e prazos processuais. 7
Da distribuio. 8 Das custas e emolumentos. 9 Das partes e procuradores; do jus
postulandi; da substituio e representao processuais; da assistncia judiciria; dos
honorrios de advogado. 10 Das nulidades. 11 Das excees. 12 Das audincias: de
conciliao, de instruo e de julgamento; da notificao das partes; do arquivamento
do processo; da revelia e confisso. 13 Das provas. 14 Dos dissdios individuais: da
forma de reclamao e notificao; da reclamao escrita e verbal; da legitimidade para
ajuizar. 15 Do procedimento ordinrio e sumarssimo. 16 Dos procedimentos especiais:
inqurito para apurao de falta grave, ao rescisria e mandado de segurana. 17 Da
sentena e da coisa julgada; da liquidao da sentena: por clculo, por artigos e por
arbitramento. 18 Dos dissdios coletivos: extenso, cumprimento e reviso da sentena
normativa. 19 Da execuo: execuo provisria; execuo por prestaes sucessivas;
execuo contra a fazenda pblica; execuo contra a massa falida. 20 Da citao; do
depsito da condenao e da nomeao de bens; do mandado e penhora; dos bens
penhorveis e impenhorveis; da impenhorabilidade do bem de famlia - Lei n
8.009/1990. 21 Dos embargos execuo; da impugnao sentena; dos embargos
de terceiros. 22 Da praa e leilo; da arrematao; da remio; das custas na
execuo. 23 Dos recursos no processo do trabalho. 24 Smulas do TST de Direito
Processual do Trabalho. 25 Processo Judicial Eletrnico: Resoluo CSJT n 136/2014
A distribuio do contedo ser realizada da seguinte maneira:
Nosso curso est dividido em 10 aulas,de forma a cobrir absolutamente
todas as matrias que podem ser cobradas pela FCC FUNDAO CARLOS CHAGAS
nas provas de processo do trabalho. Trata-se da primeira aula GRATUITA e
DEMONSTRATIVA, seguindo-se 09 aulas de processo do trabalho.
Aula 00 Aula demonstrativa Teoria geral do processo do trabalho; princpios e organizao da Justia do Trabalho. Aula 01 Competncia da Justia do Trabalho. Aula 02 Servios Auxiliares da Justia do Trabalho; Partes e Procuradores; Ministrio Pblico. Aula 03 Prazos Processuais; custas; nulidades processuais; Petio inicial. Aula 04 Notificao do reclamado; resposta do ru; revelia.
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Direito Processual do Trabalho Teoria e Questes Prof. Bruno Klippel / Profa. Adriana Lima Aula 00
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Aula 05 Audincia; das provas no processo do trabalho; da sentena e da coisa julgada; rito sumrio e sumarssimo. Aula 06 Dos recursos no processo do trabalho teoria geral e recursos em espcie. Aula 07 Liquidao de sentena e processo de execuo. Aula 08 Procedimentos especiais trabalhistas. Aula 09 Dissdio coletivo de trabalho e ao de cumprimento. Aula 10 Processo Judicial Eletrnico Aula 11 Dicas de Direito Processual do Trabalho para reviso
As aulas sero postadas conforme o cronograma abaixo:
Aula 00 05/12
Aula 01 12/12
Aula 02 20/12
Aula 03 05/01
Aula 04 12/01
Aula 05 19/01
Aula 06 25/01
Aula 07 01/02
Aula 08 08/02
Aula 09 15/02
Aula 10 22/02
Aula 11 28/02
Aula 12 - 28/02
Para uma melhor organizao do material, de forma facilitar o
entendimento da matria e levando em considerao que o edital da
FCC, em processo do trabalho, muito desorganizado, fora da ordem
lgica habitual de estudo, reorganizamos de acordo com o quadro
abaixo, que demonstra estarem presentes no curso todos os pontos do
edital. Vejamos:
ASSUNTOS DO EDITAL AULA DO CURSO
1 Da Justia do Trabalho: organizao
e competncia. 2 Das Varas do
Trabalho, dos Tribunais Regionais do
Trabalho e do Tribunal Superior do
Trabalho:
Aula 00
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jurisdio e competncia. Aula 01
3 Dos servios auxiliares da Justia do
Trabalho: das secretarias das Varas do
Trabalho; dos distribuidores; dos
oficiais de justia e oficiais de justia
avaliadores.
Aula 02
4 Do Ministrio Pblico do Trabalho:
organizao.
Aula 02
5 Do processo judicirio do trabalho:
princpios gerais do processo
trabalhista (aplicao subsidiria do
CPC).
Aula 00
6 Dos atos, termos e prazos
processuais.
Aula 03
7 Da distribuio. Aula 02 e 03
8 Das custas e emolumentos. Aula 03
9 Das partes e procuradores; do jus
postulandi; da substituio e
representao processuais; da
assistncia judiciria; dos honorrios
de advogado.
Aula 02
10 Das nulidades. Aula 03
11 Das excees. Aula 04
12 Das audincias: de conciliao, de
instruo e de julgamento; da
notificao das partes; do
arquivamento do processo; da revelia e
confisso.
Aula 05
13 Das provas. Aula 05
14 Dos dissdios individuais: da forma
de reclamao e notificao; da
reclamao escrita e verbal; da
legitimidade para ajuizar.
Aula 03 e 04
15 Do procedimento ordinrio e
sumarssimo.
Aula 05
16 Dos procedimentos especiais:
inqurito para apurao de falta grave,
Aula 08
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ao rescisria e mandado de
segurana.
17 Da sentena e da coisa julgada; Aula 05
da liquidao da sentena: por clculo,
por artigos e por arbitramento.
Aula 07
18 Dos dissdios coletivos: extenso,
cumprimento e reviso da sentena
normativa.
Aula 09
19 Da execuo: execuo provisria;
execuo por prestaes sucessivas;
execuo contra a fazenda pblica;
execuo contra a massa falida. 20 Da
citao; do depsito da condenao e
da nomeao de bens; do mandado e
penhora; dos bens penhorveis e
impenhorveis; da impenhorabilidade
do bem de famlia - Lei n 8.009/1990.
21 Dos embargos execuo; da
impugnao sentena; dos embargos
de terceiros. 22 Da praa e leilo; da
arrematao; da remio; das custas
na execuo.
Aula 07
23 Dos recursos no processo do
trabalho.
Aula 06
24 Smulas do TST de Direito
Processual do Trabalho.
Todas as aulas
25 Processo Judicial Eletrnico:
Resoluo CSJT n 136/2014
Aula 10
Antes de adentrarmos nas informaes sobre nosso curso, um breve
currculo para que voc possa nos conhecer:
Meu nome BRUNO KLIPPEL, sou Advogado, Mestre em Direito
Processual Civil pela Faculdade de Direito de Vitria (FDV), Doutor em
Direito do Trabalho na PUC/SP, sou Professor de Direito do Trabalho e
Processo do Trabalho na FDV/ES, na Universidade de Vila Velha (UVV/ES), da
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Faculdade Estcio de S de Vitria/ES, bem como no curso preparatrio para
concursos CEP Centro de Evoluo Profissional, em Vila Velha e Vitria (ES),
IOB/Marcato Concursos/SP e Aprova Concursos/PR. Tenho alguns livros
escritos, voltados para concursos pblicos, que recomendo como leitura para
todos os concursos da rea trabalhista. So eles:
Direito Sumular TST Esquematizado 6 Ed 2016 Ed Saraiva;
Direito Sumular TST Esquematizado 5 Ed 2015 Ed Saraiva;
Direito Sumular TST Esquematizado 4 Ed 2014 Ed. Saraiva;
Direito Sumular TST Esquematizado 3 Ed 2013 Ed. Saraiva;
Direito Sumular TST Esquematizado 2 Ed 2012 Ed. Saraiva;
Direito Sumular TST Esquematizado 1 Ed 2011 Ed. Saraiva;
Passe em Concursos Pblicos Nvel Mdio 1 Ed 2014 Ed. Saraiva;
Manual de Dicas Ministrio Pblico 1 Ed 2013 Ed. Saraiva;
Passe na OAB 2 Fase Direito do Trabalho 1 Ed 2013 Ed. Saraiva;
Passe em Concursos Pblicos Carreiras Trabalhistas 1 Ed 2012 Ed. Saraiva;
Dissdio Coletivo de Trabalho Teoria e Prtica 1 Ed 2012 Ed. Lumen Juris;
Questes Comentadas Magistrado do Trabalho e MPT 1 Ed 2012 Ed. Juspodivm;
Direito Processual e a Administrao Pblica 1 Ed 2011 Ed. Forense Universitria;
Passe na OAB: questes comentadas da FGV 1 Ed 2011 Ed. Lumen Juris;
O novo perfil dos embargos infringentes 1 Ed 2008 Ed. BH Editora;
Discursos introdutrios na cincia do direito 1 Ed 2007 Ed. Lumen Juris;
Aspectos polmicos e atuais dos recursos cveis e assuntos afins, V. 10 2006 Ed. Revista dos Tribunais;
Meu nome e ADRIANA LIMA, fui aprovada no concurso do Tribunal Superior
do Trabalho (TST) de 2012, e sou Analista Judiciria - rea Judiciria (AJAJ).
Sempre gostei muito da rea trabalhista, e atualmente estou lotada no gabinete
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Direito Processual do Trabalho Teoria e Questes Prof. Bruno Klippel / Profa. Adriana Lima Aula 00
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de uma Ministra do TST. Meu trabalho consiste em produzir os votos da
Ministra, o que me permite manter um contato direto com o Direito do Trabalho
e o Direito Processual do Trabalho, e acompanhar as alteraes de
jurisprudncia praticamente em tempo real. Anteriormente ao TST, exerci o
cargo de Tcnico Judicirio - rea Administrativa no Tribunal Regional
do Trabalho da 15 Regio (TRT15), cuja sede em Campinas/SP. No
TRT15, atuei como assessora de uma juza, produzindo as sentenas nos
processos trabalhistas. Tambm fui aprovada para Analista Judicirio -
rea Judiciria do TRT2 (So Paulo) e do TRT15. Sou formada em Direito
pela PUC/GO.
Abraos. Bons estudos!!
Prof. Bruno Klippel
Vitria/ES
www.brunoklippel.com.br
Profa. Adriana Lima
Braslia/DF
MATRIA DA AULA
CONCEITO DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO;
O direito processual do trabalho pode ser conceituado como o conjunto de
princpios e normas que visam dar cumprimento s normas de direito material do
trabalho, aplicando a norma geral e abstrata aos casos concretos de forma a
promover a composio dos conflitos.
O direito processual do trabalho possui regras prprias, dispostas na
Consolidao das Leis do Trabalho (CLT), alm de lhe ser aplicada normas de direito
processual comum, ou seja, de direito processual civil. Assim, aplicam-se o Cdigo de
Processo Civil (CPC), a Lei de Execues Fiscais (L. 6830/80), Lei de Ao Civil Pblica
(L. 7347/85), Lei do Mandado de Segurana (L. 12016/09), dentre outras. A aplicao
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das normas extravagantes h que ser feita apenas quando omissa a CLT, isto ,
aplica-se o direito processual comum apenas subsidiariamente ao processo do
trabalho, conforme disposio constante no art. 769 da CLT.
Art. 769 CLT - Nos casos omissos, o direito processual
comum ser fonte subsidiria do direito processual do
trabalho, exceto naquilo em que for incompatvel com as
normas deste Ttulo.
EFICCIA DA LEI PROCESSUAL NO TEMPO E NO ESPAO;
Em primeiro lugar, destaca-se a eficcia da lei processual no tempo. Acerca
de tal tema, a doutrina majoritria destaca 3 (trs) teorias: 1. Unidade; 2. Fases
processuais; 3. Atos processuais. A primeira teoria destaca que uma lei processual
nova no poderia ser aplicada a um processo em curso, isto , aquele deve ser
tratado como uma unidade, iniciando e terminando sob a gide de uma mesma lei. A
segunda teoria afirma que, para fins de verificao da incidncia de uma lei
processual nova, h que se dividir o processo em fases (postulatria, saneatria,
instrutria, decisria, etc), sendo que a legislao processual nova somente seria
aplicada prxima fase processual. Por fim, a teoria dos atos processuais, aplicvel
ao processo do trabalho, pela incidncia dos artigos 14 e 1046 do CPC/15, afirma que
a lei processual nova ser aplicada aos atos processuais seguintes, no podendo
retroagir. Em sntese, aguarda-se apenas a concluso do ato processual presente
para, no prximo, j se aplicar a legislao novata, j que aquela de aplicao
imediata.
! Aplica-se a teoria dos atos processuais no tocante eficcia da
lei processual no tempo.
Art. 14. A norma processual no retroagir e ser aplicvel
imediatamente aos processos em curso, respeitados os
atos processuais praticados e as situaes jurdicas
consolidadas sob a vigncia da norma revogada.
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Art. 1.046. Ao entrar em vigor este Cdigo, suas
disposies se aplicaro desde logo aos processos
pendentes, ficando revogada a Lei no 5.869, de 11 de
janeiro de 1973.
Por fim, importante destacar importante aspecto relacionado ao tema,
disposto no art. 915 da CLT. Ao ser intimado de uma sentena condenatria, nasce
para mim o direito de recorrer (in casu, interpor o Recurso Ordinrio art. 895 CLT)
no prazo de 8 (oito) dias? Caso entre em vigor, durante o prazo para recurso, nova
lei, alternando aquele para 5 (cinco) dias, seguirei qual dos dois prazos? A resposta
encontra-se nos dois dispositivos j citados (Art. 14 e 1046 do CPC/15 e 915 da CLT).
O recurso ser interposto normalmente no prazo de 8 (oito) dias, no sofrendo
qualquer interferncia em virtude da lei nova, pois deve-se seguir a lei que estava
vigente ao tempo em que nasceu o direito ao recurso, ou seja, quando do incio do
prazo recursal. No nosso exemplo, o prazo recursal foi reduzido de 8 (oito) para 5
(cinco) dias. Caso fosse aumentado, o pensamento seria o mesmo, j que a norma e
ser seguida sempre aquela em vigor quando do nascimento do direito processual
(recorrer).
Art. 915 CLT - No sero prejudicados os recursos
interpostos com apoio em dispositivos alterados ou cujo
prazo para interposio esteja em curso data da vigncia
desta Consolidao.
No que concerne eficcia da lei processual no espao, a lei processual ser
aplicada em todo territrio nacional, aplicando-se aos brasileiros e estrangeiros que ali
laboram. Segundo RENATO SARAIVA, (..) prevalece o princpio da territorialidade,
vigorando a lei processual trabalhista em todo o territrio nacional, sendo aplicada
tanto aos brasileiros quantos aos estrangeiros residentes no Brasil. A mesma ideia
est sedimentada no art. 16 do CPC/15.
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! Lei processual estrangeira no se aplica aos processos trabalhistas
que tramitam no Brasil.
Art. 16. A jurisdio civil exercida pelos juzes e pelos
tribunais em todo o territrio nacional, conforme as
disposies deste Cdigo.
PRINCPIOS DO PROCESSO DO TRABALHO;
Princpio Dispositivo;
Tambm denominado de princpio da inrcia, o princpio dispositivo est
contemplado no artigo 2 do CPC/15, dispe que o juiz no poder prestar a tutela
jurisdicional sem ser provocado, o que significa dizer que o Poder Judicirio mantm-
se inerte at ser provocado pelo autor, que exerce o direito de ao, requerendo ao
Estado-Juiz que analise a pretenso exposta na petio inicial.
Art. 2o O processo comea por iniciativa da parte e se
desenvolve por impulso oficial, salvo as excees previstas
em lei.
Em sede trabalhista, o princpio possui algumas excees, que devem ser
analisadas detidamente:
Art. 878 CLT: trata-se da exceo mais importante, que afirma a possibilidade
da execuo ser promovida ex officio pelo Magistrado. Trata-se apenas da
execuo definitiva, pois a provisria depende de requerimento (art. 520 do
CPC/15);
Art. 878 CLT - A execuo poder ser promovida por
qualquer interessado, ou ex officio pelo prprio Juiz ou
Presidente ou Tribunal competente, nos termos do
artigo anterior.
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Art. 39 CLT: prev que a DRT (hoje SRT Superintendncia Regional do
Trabalho e Emprego) remeta cpia do processo administrativo para a Justia do
Trabalho, para que se d incio reclamao trabalhista contra falta de
anotao da CTPS e reconhecimento de vnculo empregatcio;
Art. 39 CLT - Verificando-se que as alegaes feitas pelo
reclamado versam sobre a no existncia de relao de
emprego ou sendo impossvel verificar essa condio
pelos meios administrativos, ser o processo
encaminhado a Justia do Trabalho ficando, nesse caso,
sobrestado o julgamento do auto de infrao que
houver sido lavrado.
Art. 856 CLT: dispe que o dissdio coletivo poder ser iniciado de ofcio pelo
Tribunal. A FCC continua entendendo que o dispositivo est em vigor, apesar de
entendimentos contrrios.
Art. 856 CLT - A instncia ser instaurada mediante
representao escrita ao Presidente do Tribunal. Poder
ser tambm instaurada por iniciativa do presidente, ou,
ainda, a requerimento da Procuradoria da Justia do
Trabalho, sempre que ocorrer suspenso do trabalho.
A regra continue sendo a impossibilidade do Poder Judicirio instaurar processo de
ofcio, ou seja, sem provocao da parte legtima, sob pena de violao reflexa ao
princpio da imparcialidade.
Exemplo: Digamos que Joo tenha sido demitido, sem receber as
verbas a que tinha direito. Para que a ao trabalhista tenha incio,
Joo dever buscar a Justia do Trabalho, por meio de advogado ou
sozinho. Mas vejam que ele ter que pedir ao Poder Judicirio uma
providncia que, no caso, a condenao da empresa ao
pagamento das verbas devidas. Caso a empresa seja condenada e
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no recorra, teremos o trnsito em julgado, que significa dizer que
a sentena se tornar imutvel. Se no houver o pagamento
voluntrio da quantia fixada na sentena, teremos que iniciar outro
processo, que chamado de processo de execuo. Esse processo
de execuo pode ser iniciado por meio de pedido de Joo ou
mesmo pelo prprio Juiz, conforme art. 878 da CLT. Nessa segunda
situao, j no processo de execuo, pode o Juiz iniciar os atos
para retirada da quantia do patrimnio da empresa. Vejam que no
primeiro processo, chamado de conhecimento, h a incidncia do
princpio dispositivo, pois o Juiz fica inerte. J no processo de
execuo, incide o princpio inquisitivo, em que o Juiz atua mesmo
sem pedido da parte.
Princpio Inquisitivo;
O princpio em anlise possui importantes desdobramentos em sede de
processo do trabalho. O primeiro deles, destaca-se, est relacionado ao impulso
oficial, descrito no art. 2 do CPC/15 e 765 da CLT. Uma vez exercido o direito de
ao, tem o Juiz o dever de realizar os atos processuais de ofcio, evitando que o
processo j instaurado permanea sem a prtica de atos processuais. A Lei n.
5584/70, que entre outros importantes temas disciplina o rito sumrio, traz em seu
art. 4 o dever do Juiz impulsionar o processo de ofcio.
Art. 765 CLT - Os Juzos e Tribunais do Trabalho tero
ampla liberdade na direo do processo e velaro
pelo andamento rpido das causas, podendo
determinar qualquer diligncia necessria ao
esclarecimento delas.
Ademais, mostra-se inevitvel falar sobre os poderes instrutrios do juiz,
prescritos no art. 370 do CPC/15, de ampla aplicao no processo do trabalho.
Segundo aquele dispositivo, deve o Juiz determinar as provas que sero produzidas,
independentemente de pedido das partes, alm de indeferir aquelas que foram
pedidas, mas que se mostram protelatrias, dispensveis. O mesmo sentido traz o
art. 852-D da CLT, quando trata do rito sumarssimo.
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! A Smula 74 do TST foi alterada em abril de 2016 para se adequar
ao Novo CPC, mencionando-se os dispositivos do CPC/15.
Smula n 74 do TST CONFISSO. (atualizada em
decorrncia do CPC de 2015) Res. 208/2016, DEJT
divulgado em 22, 25 e 26.04.2016
I - Aplica-se a confisso parte que, expressamente
intimada com aquela cominao, no comparecer
audincia em prosseguimento, na qual deveria depor.
(ex-Smula n 74 - RA 69/1978, DJ 26.09.1978) II - A
prova pr-constituda nos autos pode ser levada em
conta para confronto com a confisso ficta (arts. 442 e
443, do CPC de 2015 - art. 400, I, do CPC de 1973),
no implicando cerceamento de defesa o
indeferimento de provas posteriores. (ex-OJ n 184 da
SBDI-1 - inserida em 08.11.2000) III- A vedao
produo de prova posterior pela parte confessa
somente a ela se aplica, no afetando o exerccio, pelo
magistrado, do poder/dever de conduzir o processo.
Art. 852-D CLT. O juiz dirigir o processo com
liberdade para determinar as provas a serem
produzidas, considerado o nus probatrio de cada
litigante, podendo limitar ou excluir as que considerar
excessivas, impertinentes ou protelatrias, bem como
para apreci-las e dar especial valor s regras de
experincia comum ou tcnica.
Por fim, o princpio inquisitivo (ou inquisitrio) revela-se na possibilidade do
Magistrado conhecer de ofcio das matrias de ordem pblica, tais como condies da
ao e pressupostos processuais. Nestes termos, o juiz pode conhecer de ofcio a
incompetncia absoluta (art. 64, 1 do CPC/15), determinando a remessa para o
juzo que julgar competente. Alm disso, se verificar que o mandado de segurana foi
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impetrado aps o prazo de 120 (cento e vinte) dias extinguir o mesmo por ausncia
da condio da ao interesse processual.
Exemplo: Pense que Joo ajuizou uma ao trabalhista pedindo a
equiparao salarial com Jos, seu colega de trabalho. No
requereu a produo de prova pericial, pois entendeu que os
documentos juntados ao processo serviam para provar o seu
direito. Mesmo sem que nenhuma das partes tenha pedido a
produo da percia, na audincia, o Juiz entendeu que somente
poderia julgar com certeza se naquela situao fosse produzida
uma percia, para ver se os argumentos do autor e ru eram
verdadeiros ou no. Vejam que o Juiz, de ofcio, ou seja, sem
pedido de ningum, pode determinar a produo da prova que
entender necessria. Aps a produo das provas, haver o livre
convencimento do Magistrado, ou seja, ele interpretar a prova e
lhe dar o valor, conforme o seu entendimento.
Art. 64. A incompetncia, absoluta ou relativa, ser
alegada como questo preliminar de contestao.
1o A incompetncia absoluta pode ser alegada em
qualquer tempo e grau de jurisdio e deve ser
declarada de ofcio. 2o Aps manifestao da parte
contrria, o juiz decidir imediatamente a alegao
de incompetncia. 3o Caso a alegao de
incompetncia seja acolhida, os autos sero
remetidos ao juzo competente. 4o Salvo deciso
judicial em sentido contrrio, conservar-se-o os
efeitos de deciso proferida pelo juzo incompetente
at que outra seja proferida, se for o caso, pelo juzo
competente.
Princpio do Juiz natural;
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O princpio constitucional em destaque est inserido em dois importantes
incisos do art. 5 da CRFB/88, o que demonstra o grau de preocupao do Legislador
Constituinte com a garantia de que os julgamentos sero proferidos por rgos
designados por meio de regras objetivas, excluindo-se critrios subjetivos de escolha.
Os incisos XXXVII e LIII do art. 5 da Carta Magna afirmam, em coro, que
ningum deve ser processado e julgado seno por autoridade competente, que
aquela que possui atribuio legal para julgar determinado conflito de interesses.
As regras de competncia, que esto espalhadas pela Constituio Federal,
Cdigo de Processo Civil, Consolidao das Leis do Trabalho e diversas outras leis
extravagantes, demonstram qual a autoridade judiciria que possui atribuio para
julgar um conflito de interesses, sendo que tal atribuio determinada por critrios
objetivos (nunca subjetivos), tais como: matria a ser analisada, pessoa em que est
sendo julgada, relao para com outro processo, valor da causa e territrio no qual
surgiu o conflito.
! Prev o princpio que os rgos judicirios devem ser pr-
constitudos e as normas de competncia preestabelecidas.
XXXVII - no haver juzo ou tribunal de exceo;
LIII - ningum ser processado nem sentenciado seno
pela autoridade competente;
Os mesmos dispositivos so utilizados para justificar a existncia do
princpio do promotor natural, cuja ideia tambm busca evitar a designao por
critrios subjetivos, j que absolutamente distantes da imparcialidade que exigida
dos sujeitos estatais do processo.
Exemplo: Se trabalhei na cidade de Vitria/ES e quero ajuizar
uma ao trabalhista em face da minha ex-empregadora, sei que
a ao dever ser ajuizada naquela mesma cidade, pois o art. 651
da CLT diz que o local do ajuizamento da ao trabalhista o local
da prestao dos servios. A regra pr-estabelecida, criada
antes do ajuizamento da ao. No pode ocorrer de ser criada
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uma Vara do Trabalho especfica para julgar o meu processo ou
ser designado um Juiz especial para julgar a minha ao, pois
haveria ferimento ao princpio do Juiz Natural, j que esse
aquele criado pela lei antes da ocorrncia do fato.
Princpio da Identidade fsica do juiz;
O CPC/15 no traz qualquer dispositivo que se refira ao art. 132 do CPC/73,
que tratava do princpio da identidade fsica do Juiz. Assim, o entendimento da
doutrina no sentido de no mais subsistir o princpio antes expresso no sistema
processual. Logo, poder um Juiz produzir as provas e outro julgar, sem qualquer
restrio, o que vai ao encontro do princpio da celeridade, pois possibilita a prtica de
atos processuais por vrios Juzes que atuem em uma mesma Vara, como comumente
acontece nas Varas do Trabalho, que em alguns TRTs possuem 2 (dois) Juzes.
Princpio da Imparcialidade;
Mostra-se bastante natural encontrar em livros e manuais sobre direito
processual (civil, penal, trabalhista, etc), uma figura triangular, demonstrando nas
bases as partes e no cume o juiz, sendo que este se encontra mesma distncia de
autor e ru. Nestes termos, o juiz demonstra ser imparcial, ou seja, propicia um
tratamento igual s partes, conforme preconiza o art. 139, I do CPC/15 (um dos
deveres do Juiz, na conduo do processo, tratar as partes de maneira igualitria).
Art. 139. O juiz dirigir o processo conforme as
disposies deste Cdigo, incumbindo-lhe: I - assegurar
s partes igualdade de tratamento;
Contudo, existem situaes que o legislador j pressups que o Juiz no
deve atuar, por entender que ele tende a ser parcial, isto , tende a ajudar ou
prejudicar uma das partes. Essas so as situaes arroladas nos artigos 144 e 145 do
CPC/15, que receberam a denominao, respectivamente, de impedimento e
suspeio. Em ambas, deve o juiz de ofcio declarar-se impedido ou suspeito,
determinando a remessa dos autos para o substituto legal.
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! No curso da demanda, o tratamento dado pelo legislador s
hipteses de suspeio e impedimento o mesmo. Porm, aps o
trnsito em julgado, somente o impedimento subsiste pelo prazo de
2 (dois) anos, ocasio em que pode ser ajuizada a ao rescisria.
No processo do trabalho, as regras esto dispostas, principalmente, nos
artigos 795 e 799 da CLT. O primeiro dispositivo legal destaca o momento de que
dispe a parte para alegar as nulidades processuais, sendo a audincia o momento
adequado (caso o juiz no se declare suspeito ou impedido). O segundo afirma que as
partes podero oferecer exceo de suspeio e incompetncia. Silenciou a CLT
acerca da exceo de impedimento. Justifica-se a ausncia de previso expressa em
virtude da Consolidao Trabalhista ter sido redigida quando em vigor o CPC/39, que
tambm era silente sobre a matria. Contudo, aplica-se subsidiariamente o CPC para
possibilitar a apresentao da exceo de impedimento.
Exemplo: Imagina se Joo ajuza uma reclamao trabalhista,
que distribuda 3 Vara do Trabalho de Vitria/ES, que a
Vara em que titular o Dr. Jos, melhor amigo de Joo. claro
que h uma forte tendncia a que o Juiz ajude o amigo, razo
pela qual ele no deve julgar aquela ao. Deve considerar-se
suspeito, passando os autos para o seu substituto legal, que o
outro Juiz designado pelas normas internas do Tribunal. Da
mesma forma ocorreria se o Juiz fosse inimigo de uma das partes,
parente, credor, devedor, bem como outras situaes em que,
provavelmente, no seria o Juiz imparcial.
Art. 795 CLT - As nulidades no sero declaradas
seno mediante provocao das partes, as quais
devero argui-las primeira vez em que tiverem de
falar em audincia ou nos autos. 1 - Dever,
entretanto, ser declarada ex officio a nulidade
fundada em incompetncia de foro. Nesse caso,
sero considerados nulos os atos decisrios. 2 -
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O juiz ou Tribunal que se julgar incompetente
determinar, na mesma ocasio, que se faa
remessa do processo, com urgncia, autoridade
competente, fundamentando sua deciso.
Art. 799 CLT - Nas causas da jurisdio da Justia
do Trabalho, somente podem ser opostas, com
suspenso do feito, as excees de suspeio ou
incompetncia. 1 - As demais excees sero
alegadas como matria de defesa. 2 - Das
decises sobre excees de suspeio e
incompetncia, salvo, quanto a estas, se
terminativas do feito, no caber recurso, podendo,
no entanto, as partes aleg-las novamente no
recurso que couber da deciso final.
Princpio da Concentrao dos atos processuais;
O princpio da concentrao dos atos processuais est intimamente
relacionado ao princpio da celeridade. Em verdade, trata-se de tcnica utilizada pelo
legislador trabalhista para acelerar o trmite processual. A ideia foi simples:
concentrar a maioria dos atos processuais em uma nica audincia, de forma a que o
procedimento possa ser encurtado, levando o julgamento a ser proferido em perodo
de tempo menor.
No processo do trabalho a audincia una (art. 849 CLT), no devendo ser
interrompida, regra geral. Naquela ser buscada a soluo conciliatria, produzida a
defesa, colhidas as provas e decidida a lide. Tudo isso em apenas uma audincia.
Comparando-se o rito ordinrio do processo do trabalho com mesmo procedimento do
processo civil, verifica-se, graficamente, que o primeiro extremamente simples e,
por isso, mais clere.
Art. 849 CLT - A audincia de julgamento ser contnua;
mas, se no for possvel, por motivo de fora maior,
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conclu-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcar a
sua continuao para a primeira desimpedida,
independentemente de nova notificao.
Direito Processual do Trabalho Rito Ordinrio
Petio Inicial Distribuio Notificao Audincia (sentena)
A simples comparao entre o procedimento ordinrio da CLT e do CPC
atesta que a maioria dos atos processuais realizada na audincia no primeiro caso,
no havendo que se falar em citao para posterior realizao de audincia de
mediao e apresentao de defesa, para depois designar-se audincia para produo
de provas, que o que ocorre no processo civil. No processo do trabalho todos os atos
processuais so realizados em uma nica audincia.
Exemplo: No dia da audincia, Joo compareceu sala de
audincia da 3 Vara do Trabalho de Vitria/ES. As 9h em ponto,
foi feito o prego, sendo chamados autor e ru. Na mesma
audincia foi tentado o acordo entre as partes, o que no ocorreu.
Em seguida, o ru apresentou defesa, foram ouvidas as partes e
testemunhas. Cada parte teve 10 minutos para apresentar as
razes finais, demonstrando ao Juiz os motivos que ele deveria
levar em considerao na hora do julgamento. Foi novamente
tentado o acordo entre as partes. Como novamente no houve
conciliao, passou-se sentena, que condenou o ru ao
pagamento de R$10.000,00 ao autor, seu ex-empregador, por
dano moral decorrente do vnculo de emprego havido no passado.
Vejam que todos esses atos processuais ocorreram em um nico
dia, em uma audincia, todos os atos concentrados naquele
momento.
Princpio da Oralidade;
Um dos aspectos mais relevantes do direito processual do trabalho a
celeridade, ou seja, a busca pela entrega da prestao jurisdicional em perodo de
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tempo razovel, conforme preconiza o art. 5, LXXVIII da CRFB/88. Contudo, a
celeridade somente alcanada pela efetivao de diversos princpios aqui estudados,
dentre eles, o da oralidade.
LXXVIII a todos, no mbito judicial e administrativo, so
assegurados a razovel durao do processo e os meios
que garantam a celeridade de sua tramitao.
A viso do processo do trabalho criada pelo legislador, ao elaborar a
Consolidao das Leis do Trabalho, foi de pensar em um procedimento em que os atos
processuais fossem realizados oralmente, dispensando-se a formalidade dos atos
escritos e o tempo necessrio sua comunicao e realizao.
Por esses e outros motivos, a serem analisados, dispe o legislador que:
O reclamante poder ajuizar reclamao trabalhista oral, nos termos do
art. 840 da CLT, sendo que nessa hiptese a reclamao ser distribuda vara
do trabalho, devendo o reclamante comparecer no prazo de 5 (cinco) dias para
reduo termo dos fatos e fundamentos. Facilita-se, com isso, o acesso
justia, pois mesmo quem no sabe escrever e no possui advogado, pode
buscar a soluo dos litgios atravs da jurisdio.
Art. 840 CLT- A reclamao poder ser escrita ou verbal.
1 - Sendo escrita, a reclamao dever conter a
designao do Presidente da Junta, ou do juiz de direito a
quem for dirigida, a qualificao do reclamante e do
reclamado, uma breve exposio dos fatos de que resulte
o dissdio, o pedido, a data e a assinatura do reclamante
ou de seu representante. 2 - Se verbal, a reclamao
ser reduzida a termo, em 2 (duas) vias datadas e
assinadas pelo escrivo ou secretrio, observado, no que
couber, o disposto no pargrafo anterior.
O juiz realizar a leitura da petio inicial (reclamao trabalhista),
caso no seja dispensada pelas partes (art. 847 CLT): Nesse ponto, quis o
legislador privilegiar, alm do fator tempo, os reclamantes que viessem a
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utilizar-se do jus postulandi, ou seja, que ajuizassem suas aes sem
Advogado, nos termos do art. 791 da CLT. No sabendo ler e tendo
apresentado petio inicial oral, poderia verificar se o servidor reduziu a termo
exatamente o que lhe foi exposto. Alm disso, privilegia-se igualmente o
reclamado, que sem Advogado, no sabendo ler, teria cincia dos fatos que lhe
foram imputados, de maneira a contrap-los no momento adequado.
O reclamado apresentar a defesa oralmente, no prazo de 20 (vinte)
minutos, conforme art. 847 da CLT. Apesar de no ser habitual na prtica, a
defesa oral no prazo acima exposto a regra nas questes objetiva, isto ,
para tais questes de concursos, deve-se assinalar, em sombra de dvidas,
que a resposta do ru ser apresentada oralmente, no prazo de 20 (vinte)
minutos. Em tal prazo devero ser apresentadas todas as peas de defesa, se
for a hiptese (contestao, excees e reconveno).
Art. 847 CLT - No havendo acordo, o reclamado ter vinte
minutos para aduzir sua defesa, aps a leitura da
reclamao, quando esta no for dispensada por ambas as
partes.
O juiz buscar a conciliao em dois momentos obrigatrios da
audincia, sob pena de nulidade processual. Dispem os artigos 846 e 850 da
CLT que o juiz tentar a conciliao no incio da audincia (ou seja, antes da
apresentao da defesa) e aps as razes finais. Em tese, a ausncia de
qualquer das tentativas de conciliao torna o processo nulo. Contudo, a
jurisprudncia trabalhista abrandou a regra, afirmando que a ausncia da 2
tentativa conciliatria (depois das razes finais) que impe a nulidade
referida.
Art. 846 CLT - Aberta a audincia, o juiz ou presidente
propor a conciliao.
Art. 850 CLT - Terminada a instruo, podero as partes
aduzir razes finais, em prazo no excedente de 10 (dez)
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minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente
renovar a proposta de conciliao, e no se realizando
esta, ser proferida a deciso.
As razes finais sero realizadas em audincia, nos termos do art. 850 da
CLT, em 10 (dez) minutos para cada parte, sem que haja, na CLT, a
possibilidade de converso em memoriais escritos. Contudo, diante da
complexidade da causa, poder o Magistrado, utilizando-se subsidiariamente
do CPC, determinar a converso, designando prazo para as partes
apresentarem as alegaes finais em cartrio.
A sentena ser proferida ao trmino da audincia, oralmente,
prestigiando-se o princpio em estudo e em reforo ao princpio da
concentrao dos atos processuais, demonstrando-se o que fora exposto: o
processo do trabalho se desenvolve em sua maioria na audincia una. A
sentena oral, ao trmino da audincia, est prevista nos artigos 831 e 850 da
CLT.
Art. 831 - A deciso ser proferida depois de rejeitada
pelas partes a proposta de conciliao.
A parte apresentar o protesto em audincia, caso discorde de alguma
deciso interlocutria proferida em audincia, visando evitar a precluso acerca
da matria, a parte requerer ao Juiz a incluso na ata de audincia do
protesto, isto , da sua discordncia. Tal ato j permite que a parte, no recurso
da deciso final, se insurja em face da deciso proferida em audincia, j que
protesto evitou a precluso em relao matria.
! Nunca esquecer: defesa oral em 20 (vinte) minutos. Alm disso,
dois momentos obrigatrios de conciliao (incio da audincia e
aps razes finais).
Exemplo: Os atos processuais so realizados, em sua maioria, de
forma oral. Assim, posso ir Justia do Trabalho e dizer que
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quero ajuizar uma reclamao trabalhista verbal. Esse meu pedido
ser distribudo a uma das Varas do Trabalho existentes e eu, em
5 dias, comparecerei Vara do Trabalho sorteada para narrar a
minha histria, que ser reduzida termo, ou seja, colocada no
papel. Essa a petio inicial verbal. Na audincia, o ru
apresentar, pelas normas da CLT, a defesa oralmente, no prazo
de at 20 minutos. Pela CLT, no h defesa escrita, como
geralmente ocorre, mas oral, no prazo acima destacado. Ao final
da audincia, o Juiz deve proferir a sentena, oralmente. Vejam
que os principais atos so orais, facilitando o acesso das pessoas
ao Poder Judicirio e tornando o processo mais rpido.
Princpio da Irrecorribilidade imediata das interlocutrias;
Uma das mais importantes tcnicas utilizadas pelo legislador para alcanar
a celeridade dos ritos trabalhistas, toca impossibilidade de ser interposto recurso em
face de decises interlocutrias, ao contrrio do que ocorre no processo civil, pois
naquela seara as referidas decises so impugnadas por agravo (instrumento ou
retido).
Assim, sendo proferida deciso interlocutria deferindo a reintegrao do
reclamante, no poder a empresa interpor de imediato qualquer recurso. Dever
aguardar ser proferida sentena para interpor o recurso cabvel em face desta ltima
deciso. Ao interpor o recurso ordinrio (art. 895, I CLT), demonstrar o seu
inconformismo tambm em face de interlocutria proferida. Assim dispe o art. 893,
1 da CLT.
Art. 893 1 CLT - Os incidentes do processo so
resolvidos pelo prprio Juzo ou Tribunal, admitindo-se a
apreciao do merecimento das decises interlocutrias
somente em recursos da deciso definitiva.
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Na sistemtica do direito processual do trabalho, tal princpio no traz
prejuzo s partes, j que o rito processual mostra-se bastante clere, em virtude da
concentrao dos atos processuais.
Portanto, a regra a impossibilidade de se interpor recurso em face de
decises interlocutrias. Ocorre que a regra comporta excees. A primeira, descrita
no art. 799, 2 da CLT, que trata das decises interlocutrias terminativas do feito.
Entende-se que tais decises so aquelas que reconhecem a incompetncia absoluta
da Justia do Trabalho e que, por isso, conforme art. 64, 1 do CPC/15, determinam
a remessa dos autos para fora da Justia do Trabalho, isto , para a justia comum
ou outra especializada. Nessa situao, caber recurso e imediato e, apesar de tratar-
se de deciso interlocutria, o recurso cabvel ser o ordinrio (art. 895, I da CLT).
! Pouco importa o momento em que a interlocutria proferida. A
regra a impossibilidade de se interpor recurso, salvo as excees
legais e jurisprudenciais.
Art. 799 2 CLT - Das decises sobre excees de
suspeio e incompetncia, salvo, quanto a estas, se
terminativas do feito, no caber recurso, podendo, no
entanto, as partes aleg-las novamente no recurso que
couber da deciso final.
Outras excees esto contidas na Smula 214 do TST. So trs as
situaes destacadas pelo Tribunal Superior do Trabalho:
Deciso de TRT contrria a Orientao Jurisprudencial ou Smula do
TST: nessa hiptese, ao dar provimento ao recurso e determinar a anulao da
sentena, com retorno dos autos ao primeiro grau, pode o TRT decidir em
desconformidade com Orientao Jurisprudencial ou Smula do TST, hiptese
que gera o cabimento de recurso de revista para o TST.
Deciso suscetvel de impugnao mediante recurso para o prprio
tribunal: nessa situao, apesar de ter sido proferida deciso interlocutria,
poder a parte prejudicada valer-se de recurso, pois a deciso pode ser
impugnada por recurso interno, ou seja, processado e julgado pelo mesmo
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tribunal. Situao tpica ocorre quando o Relator decide monocraticamente nos
termos do art. 932 do CPC/15, podendo-se impugnar a deciso por agravo
interno (art. 1.021 do CPC/15).
Art. 932. Incumbe ao relator: I - dirigir e ordenar o
processo no tribunal, inclusive em relao produo de
prova, bem como, quando for o caso, homologar
autocomposio das partes; II - apreciar o pedido de
tutela provisria nos recursos e nos processos de
competncia originria do tribunal; III - no conhecer de
recurso inadmissvel, prejudicado ou que no tenha
impugnado especificamente os fundamentos da deciso
recorrida; IV - negar provimento a recurso que for
contrrio a: a) smula do Supremo Tribunal Federal, do
Superior Tribunal de Justia ou do prprio tribunal; b)
acrdo proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo
Superior Tribunal de Justia em julgamento de recursos
repetitivos; c) entendimento firmado em incidente de
resoluo de demandas repetitivas ou de assuno de
competncia; V - depois de facultada a apresentao de
contrarrazes, dar provimento ao recurso se a deciso
recorrida for contrria a: a) smula do Supremo Tribunal
Federal, do Superior Tribunal de Justia ou do prprio
tribunal; b) acrdo proferido pelo Supremo Tribunal
Federal ou pelo Superior Tribunal de Justia em
julgamento de recursos repetitivos; c) entendimento
firmado em incidente de resoluo de demandas
repetitivas ou de assuno de competncia; VI - decidir o
incidente de desconsiderao da personalidade jurdica,
quando este for instaurado originariamente perante o
tribunal; VII - determinar a intimao do Ministrio
Pblico, quando for o caso; VIII - exercer outras
atribuies estabelecidas no regimento interno do
tribunal. Pargrafo nico. Antes de considerar
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Deciso que julga exceo de incompetncia, determinando a remessa
dos autos para Vara do Trabalho vinculada outro TRT: nessa situao,
deve-se verificar, quando do julgamento de exceo de incompetncia
territorial, se o juzo para o qual ser remetida a demanda trabalhista est
vinculado ou no ao mesmo TRT. Por exemplo, se a ao for ajuizada perante
Vara do Trabalho de Vitria/ES (TRT 17 Regio) e for determinada a remessa
dos autos para Vara do Trabalho de So Paulo/SP (TRT 2 Regio), caber
recurso, pois a demanda foi ajuizada perante um TRT (ES), sendo remetida
para outro TRT (SP). Muda-se de regio por meio do julgamento da exceo de
incompetncia. No se pode pensar em Estado, e sim, em Regio, pois o Estado
do So Paulo possui duas regies Capital (2 Regio) e Campinas (15
Regio) sendo que, por outro lado, alguns Estados da Federao no
possuem TRT, tais como RR, AP, AC e TO.
Exemplo: Digamos que Joana, apesar de grvida, tenha sido
demitida sem justa causa da empresa em que trabalhava.
Revoltada, procurou um Advogado que ajuizou uma ao
trabalhista, pedindo a imediata reintegrao, ou seja, o seu
retorno por deciso liminar, no incio do processo. Analisando esse
inadmissvel o recurso, o relator conceder o prazo de 5
(cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vcio ou
complementada a documentao exigvel.
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pedido liminar, o Juiz proferiu uma deciso negando o pedido de
retorno, por entender que no ficou provado que a autora
engravidou enquanto empregada. Essa deciso negando o pedido,
no incio do processo, recebe o nome de deciso interlocutria,
pois o processo no terminou, e sim, apenas analisou um pedido
de urgncia. Por mais revoltada que Joana esteja com a deciso
desfavorvel, no poder interpor nenhum recurso, pois a regra
que no cabe recurso de deciso proferida no meio do processo
(deciso interlocutria).
SUM-214 TST DECISO INTERLOCUTRIA.
IRRECORRIBILIDADE (nova redao) - Res. 127/2005, DJ
14, 15 e 16.03.2005 Na Justia do Trabalho, nos termos
do art. 893, 1, da CLT, as decises interlocutrias no
ensejam recurso imediato, salvo nas hipteses de
deciso: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrria
Smula ou Orientao Jurisprudencial do Tribunal
Superior do Trabalho; b) suscetvel de impugnao
mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe
exceo de incompetncia territorial, com a remessa dos
autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se
vincula o juzo excepcionado, consoante o disposto no art.
799, 2, da CLT.
Princpio do Duplo grau de jurisdio;
O princpio do duplo grau de jurisdio gera a possibilidade das partes
recorreram de decises que lhes forem desfavorveis, interpondo os recursos
previstos em lei. Apesar de usual a utilizao de recursos, o direito de interp-los no
considerado uma garantia constitucional, pois no h qualquer dispositivo na
CRFB/88 prevendo tal direito.
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O exerccio do duplo grau se d por interpretao sistemtica do texto
constitucional, j que naquele h previso da existncia de tribunais, sendo
competentes para o processamento e julgamento de recursos.
Ao se buscar a reforma ou anulao de uma deciso judicial, afirma-se a
existncia de um dos seguintes vcios: error in judicando e error in procedendo, que
significam o equvoco do julgador quando de sua anlise acerca da situao concreta,
sujeita jurisdio estatal e o equvoco na realizao de algum ato processual, isto,
erro no procedimento.
! O error in procedendo gera o pedido de anulao da deciso,
enquanto o error in judicando faz com que o recorrente requeira a
reforma do julgado.
Ainda sobre o tema, mostra-se importante salientar que os recursos so
julgados, geralmente, por rgo de hierarquia superior quele que proferiu a deciso,
mas nada impede que o remdio processual seja julgado pelo mesmo rgo que
proferiu a deciso recorrida, como ocorre nos embargos de declarao.
Alm disso, por no se tratar de garantia constitucional, pode ser
restringido, isto , pode a lei impor situaes das quais no caiba recurso, como
ocorre no procedimento sumrio, tambm conhecido por dissdio de alada, previsto
na Lei n 5584/70.
Exemplo: se ajuzo uma ao trabalhista buscando a condenao
do ru ao pagamento de R$1.000.000,00 em danos morais e
perco, posso interpor recurso, que em regra julgado pelo rgo
de hierarquia superior, um tribunal. Muitas vezes tenho mais de
uma possibilidade de interpor recurso, as vezes vrias, mas deve
haver pelo menos um recurso disponvel s partes, para que seja
exercido o duplo grau de jurisdio, j que possvel que o Juiz
erre, j que humano.
Princpio do Contraditrio e ampla defesa;
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Os princpios em comento esto assegurados na CRFB/88 no art. 5, LV,
que aduz, em sntese, a necessidade das partes serem informadas dos atos
processuais para, querendo, apresentarem manifestao, isto , reao. Sabe-se que
a marcha processual formada por diversos atos, dos quais participam as partes,
bem como terceiros, sendo que os primeiros so intimados cientificados pelo
Estado, de maneira que possam atuar no processo, caso queiram. O contraditrio,
como j afirmado, pode ser reduzido frmula informao + possibilidade de reao.
! No h necessidade de reao efetiva, bastante oferecer parte a
possibilidade de reagir, por tratar-se de faculdade daquela.
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo,
e aos acusados em geral so assegurados o contraditrio
e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.
Assim, deve o Estado cientificar as partes por meio da citao (notificao)
e da intimao. Assim, sendo designada audincia no processo do trabalho, as partes
devem ser notificadas para comparecerem. obvio que o comparecimento no
obrigatrio, por tratar-se de nus, o que representa dizer que a ausncia trar
consequncias processuais, tais como o arquivamento da reclamao caso o autor
falte quele ato ou a revelia sendo faltoso o ru.
Em tpico prprio, sero analisadas as regras sobre a notificao e
intimao no processo do trabalho, mas alguns pontos merecem relevo nesse
momento:
A notificao do ru no processo do trabalho no necessita ser requerida na
petio inicial, por tratar-se de ato automtico do servidor do juzo;
A notificao do ru no feita para apresentar defesa em certo prazo, como
no processo civil, e sim, para comparecer audincia, na qual poder ser
apresentada defesa oral. A audincia ser a primeira desimpedida no prazo de
pelo menos 5 (cinco) dias entre o recebimento da notificao e a realizao
daquele ato, de acordo com o art. 841 da CLT.
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Art. 841 CLT - Recebida e protocolada a reclamao, o
escrivo ou secretrio, dentro de 48 (quarenta e oito)
horas, remeter a segunda via da petio, ou do termo, ao
reclamado, notificando-o ao mesmo tempo, para
comparecer audincia do julgamento, que ser a
primeira desimpedida, depois de 5 (cinco) dias. 1 - A
notificao ser feita em registro postal com franquia. Se
o reclamado criar embaraos ao seu recebimento ou no
for encontrado, far-se- a notificao por edital, inserto
no jornal oficial ou no que publicar o expediente forense,
ou, na falta, afixado na sede da Junta ou Juzo. 2 - O
reclamante ser notificado no ato da apresentao da
reclamao ou na forma do pargrafo anterior.
Por fim, vale a pena dizer que nem sempre a ausncia de citao ou
intimao importar em violao ao princpio do contraditrio, pois a nulidade
processual somente ser pronunciada se for verificado o prejuzo da parte, pois
nulidade igual a vcio de forma + prejuzo. Caso a violao ao contraditrio no
acarrete prejuzo, o ato ser vlido, pois entrar em cena o princpio da
instrumentalidade das formas, a ser estudado em tpico prprio.
! Nulidade = erro de forma + prejuzo.
Sobre a ampla defesa, afirma-se que as partes podero utilizar-se de todos
os meios processuais legais para a demonstrao de seu direito, inclusive o silncio,
pois segundo destaca o TST, por meio de sua Smula n. 403, I que no caracteriza
dolo processual, previsto no art. 485, III, do CPC, o simples fato de a parte vencedora
haver silenciado a respeito de fatos contrrios a ela. O Art. 485, III do CPC a que
alude a Smula do TST o atual art. 966, III do CPC/15.
No CPC/15, o art. 10 destaca a necessidade de efetivao do
contraditrio at mesmo em relao s normas de ordem pblica, que na
vigncia do CPC/73 podiam ser reconhecidas de ofcio.
Exemplo: aps trabalhar diversos anos em uma empresa, Joo
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foi demitido e ajuizou reclamao trabalhista em face do ex-
empregador, alegando ter trabalhado em jornada extraordinria
sem receber qualquer quantia, alm de ter sido humilhado
perante todos os demais empregados, quando da sua demisso,
tendo em vista que o gerente lhe disse, em alto e bom som, que
ele era incompetente, preguioso e outros elogios. Ajuizou a
ao e pediu a condenao da empresa ao pagamento de
R$100.000,00 (reunindo todos os pedidos). A empresa deve ser
notificada (citada) para conhecer as alegaes de Joo e, caso
queira, apresentar defesa. Pode at no apresentar defesa, caso
no queira, mas a possibilidade de reagir lhe foi conferida. Assim,
foram respeitados os princpios do contraditrio e ampla defesa.
Situao diversa ocorreria se Joo inclusse o endereo errado da
empresa em sua petio inicial e o ex-empregador no tivesse
conhecimento da ao, sendo condenado revelia. O erro do
endereo impediu o conhecimento da causa pelo ru.
Princpio da Conciliao;
A conciliao um dos pilares mais importantes do processo do trabalho,
contribuindo em muito para a manuteno de sua peculiar celeridade. Ao criar a
sistemtica processual trabalhista, o legislador procurou, em todos os procedimentos,
instigar as partes composio conciliatria do conflito, criando momentos especficos
e obrigatrios para que o Juiz busque o acordo, de forma a extinguir o processo com
resoluo do mrito, conforme art. 487, III, b do CPC/15, da maneira clere e
eficaz.
! Homologao de acordo gera sempre a extino do processo com
resoluo de mrito.
Art. 487. Haver resoluo de mrito quando o juiz: III -
homologar: b) a transao;
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Um primeiro ponto a ser destacado que o art. 764 da CLT afirma que os
dissdios individuais e coletivos sero objeto de tentativa de conciliao, sendo lcito
s partes formul-la em qualquer momento do processo, inclusive, em execuo de
sentena, como a prtica demonstra ser comum.
Art. 764 CLT - Os dissdios individuais ou coletivos
submetidos apreciao da Justia do Trabalho sero
sempre sujeitos conciliao.
Nos dissdios individuais, o Juiz buscar a conciliao em dois momentos
obrigatrios, no incio e no trmino da audincia. Em termos mais precisos, aps a
realizao do prego (art. 846 CLT) e aps as razes finais (art. 850 CLT). No rito
sumarssimo, destaque para o art. 852-E, que afirma que o Juiz buscar a conciliao
em todos os momentos da audincia. Nos dissdios coletivos, o Presidente do Tribunal
designar audincia prpria para a tentativa de conciliao, conforme ser melhor
estudado em aula sobre aquele espcie de dissdio.
Art. 852-E CLT. Aberta a sesso, o juiz esclarecer as
partes presentes sobre as vantagens da conciliao e
usar os meios adequados de persuaso para a soluo
conciliatria do litgio, em qualquer fase da audincia.
No se pode esquecer jamais que a homologao de acordo gera a extino
do processo com resoluo do mrito, de acordo com o art. 487, III, b do CPC/15.
Alm disso, caso seja apresentada proposta de acordo, o Juiz no obrigado a
homolog-la, de acordo com a Smula n. 418 do TST, no sendo possvel a
impetrao de mandado de segurana, uma vez que o Juiz do Trabalho dever
verificar se o acordo prejudicial ou no ao obreiro, tendo em vista o princpio da
proteo.
! O juiz no obrigado a homologar o acordo apresentado pelas
partes e deferir liminar.
SUM-418 TST - MANDADO DE SEGURANA VISANDO
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CONCESSO DE LIMINAR OU HOMOLOGAO DE ACORDO
(converso das Orientaes Jurisprudenciais ns 120 e
141 da SBDI-2) - Res. 137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005
A concesso de liminar ou a homologao de acordo
constituem faculdade do juiz, inexistindo direito lquido e
certo tutelvel pela via do mandado de segurana.
Por fim, importante fazer referncia ao contedo da Smula n. 259 do TST,
que afirma ser a ao rescisria o meio processual adequado para desconstituir
deciso homologatria de acordo, por faltar interesse na interposio de recurso.
! Eventual erro no acordo deve ser demonstrado por ao rescisria.
SUM-259 TST - TERMO DE CONCILIAO. AO
RESCISRIA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e
21.11.2003 S por ao rescisria impugnvel o termo
de conciliao previsto no pargrafo nico do art. 831 da
CLT.
Exemplo: imagine que voc tenha ajuizado uma ao trabalhista
pedindo a condenao do reclamado ao pagamento de
R$10.000,00. Na audincia a empresa apresentou proposta de
acordo: pagaria R$6.000,00 naquela mesma data. Voc disse
que aceitava e o Juiz achou o acordo conveniente, razo pelo
qual homologou o mesmo e extinguiu o processo com resoluo
do mrito. Contudo, poderia ocorrer da empresa oferecer apenas
R$3.000,00 e voc aceitar, mas o Juiz no homologar, por
entender que aquele valor estava muito abaixo do que voc
merecia. Mesmo que voc afirme que concorda (e que o direito
seu !!) o Juiz no obrigado a homologar (aceitar) o acordo.
No aceitando, o processo continuar com a prtica dos demais
atos processuais.
Princpio do Jus postulandi;
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O princpio em estudo revela a possibilidade das partes realizarem os atos
processuais sem a representao de Advogado. Tal regra encontra-se prevista no art.
791 da CLT. Essa norma passou a ser muito contestada aps a CRFB/88, j que a
Carta Magna prev no art. 133 a indispensabilidade do Advogado, demonstrando a
sua importncia para a administrao da justia. Advogou-se tese da no recepo do
dispositivo celetista.
! O art. 791 da CLT no conflita com o art. 133 da CRFB/88, por isso
foi recepcionado.
Art. 791 CLT - Os empregados e os empregadores podero
reclamar pessoalmente perante a Justia do Trabalho e
acompanhar as suas reclamaes at o final.
Art. 133 CF. O advogado indispensvel administrao
da justia, sendo inviolvel por seus atos e manifestaes
no exerccio da profisso, nos limites da lei.
Ocorre que o entendimento do STF e do TST foi em sentido contrrio. O jus
postulandi continua a existir na Justia do Trabalho, independentemente do valor da
causa ou da complexidade da demanda.
Apesar do TST manter a aplicao do instituto, foi editada a Smula n, 425
daquele tribunal, restringindo-o em algumas situaes. Segundo o entendimento
consolidado, no subsiste o jus postulandi nos recursos para o TST, na ao cautelar,
ao rescisria e no mandado de segurana. A justificativa bastante plausvel. Em
relao aos recursos julgados pelo TST, os requisitos de admissibilidade complexos
(prequestionamento, cabimento, fundamentao, etc) impedem que algum, que no
seja Advogado, realize o ato corretamente. Nas demais hipteses, os requisitos e
procedimentos tambm dificultam a prtica dos atos, merecendo o acompanhamento
de Advogado, que possui capacidade postulatria.
Em sntese, temos as seguintes restries ao jus postulandi;
Vara do Trabalho e Tribunal Regional do Trabalho: Ao Rescisria,
Mandado de Segurana e Ao Cautelar.
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Tribunal Superior do Trabalho: Ao Rescisria, Mandado de Segurana,
Ao Cautelar e Recursos processados e julgados por aquele tribunal.
SUM-425 TST - JUS POSTULANDI NA JUSTIA DO
TRABALHO. ALCANCE - Res. 165/2010, DEJT divulgado em
30.04.2010 e 03 e 04.05.2010 - O jus postulandi das
partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se s Varas
do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, no
alcanando a ao rescisria, a ao cautelar, o mandado de
segurana e os recursos de competncia do Tribunal
Superior do Trabalho.
Exemplo:Se quero ajuizar uma reclamao trabalhista em face do
meu ex-empregador, posso contratar um Advogado ou no,
ajuizar a ao pessoalmente. Posso redigir a minha prpria
petio inicial ou ajuiz-la oralmente, comparecendo Justia do
Trabalho para que um servidor (voc, por exemplo), reduza
termo a minha histria, isto , coloque-a no papel. Contudo, caso
haja necessidade de impetrar um mandado de segurana na
Justia do Trabalho, ajuizar uma ao rescisria, uma ao
cautelar ou interpor um recurso para o TST, a necessitarei de um
Advogado. Digamos que a deciso do Juiz do Trabalho (Vara do
Trabalho) tenha sido desfavorvel. Sem Advogado estava, sem
Advogado recorri ao TRT, que manteve a deciso desfavorvel.
Agora, para recorrer ao TST tenho que contratar um Advogado,
pois a Smula n 425 do TST diz que no se aplica o jus
postulandi aos recursos para aquele Tribunal. Logo, no posso
interpor o recurso sozinho. Obrigatoriamente esse recurso dever
ser assinado por um Advogado.
Princpio da Motivao das decises judiciais;
Sobre esse importante princpio, merece destaque o art. 93, IX da CRFB/88,
que aduz ser necessria a fundamentao de todas as decises judiciais, sob pena de
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nulidade. Trata-se de nulidade absoluta que, portanto, no pode ser sanada. Nos
termos do art. 489 do CPC/15, so requisitos da sentena: relatrio, fundamentao e
dispositivo. A fundamentao o momento em que o juiz analisa a causa de pedir do
autor, bem como os fundamentos da defesa, concluindo pela procedncia ou
improcedncia do pedido formulado na exordial.
Art. 93 IX CF: todos os julgamentos dos rgos do Poder
Judicirio sero pblicos, e fundamentadas todas as
decises, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a
presena, em determinados atos, s prprias partes e a
seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais
a preservao do direito intimidade do interessado no
sigilo no prejudique o interesse pblico informao.
A CLT tambm faz referncia ao princpio, quando insere no art. 832, que
da deciso devero constar o nome das partes, o resumo do pedido e da defesa, a
apreciao das provas, os fundamentos da deciso e a respectiva concluso.
! Por poltica legislativa, em alguns procedimentos, pode o
legislador deixar de exigir o relatrio, mas nunca a fundamentao
e o dispositivo.
Art. 832 CLT - Da deciso devero constar o nome das
partes, o resumo do pedido e da defesa, a apreciao das
provas, os fundamentos da deciso e a respectiva
concluso.
O princpio aplicvel a todos os atos decisrios, ou seja, decises
interlocutrias, sentenas, acrdos e decises monocrticas. Apenas os despachos
no precisam ser fundamentos, j que no possuem forma, no geram prejuzo, por
apenas impulsionarem o processo.
! Dos despachos no cabe recurso, conforme art. 1.001 do CPC/15.
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Exemplo: imagine que tenha ajuizada uma reclamao
trabalhista, alegando ter trabalhado em jornada noturna, sem
receber o adicional devido, bem como em jornada extraordinria,
sem nada receber. Para provar os suas alegaes, juntou
documentos, levou testemunhas audincia. Saiu daquele ato
satisfeito(a), pensando que a sentena seria procedente, ou seja,
voc conseguiria a condenao pretendida. Quando da intimao
da sentena, voc se assustou ao saber que a deciso tinha sido
desfavorvel. Qual a primeira pergunta que lhe veio mente?
Por que o Juiz no reconheceu os meus pedidos? Imagina se ele
no precisasse explicar a deciso, no precisasse fundamentar a
negativa do seu pedido? Certamente voc ficaria ainda mais
irritado(a). Vejam pelo princpio que o Juiz deve fundamentar,
motivar a deciso, explicando os motivos que o levaram a julgar
daquela maneira.
Princpio da Probidade processual;
O princpio em referncia tambm conhecido por boa-f processual e
destaca que todos os sujeitos do processo parciais ou imparciais devem seguir as
condutas previstas no art. 77 do CPC/15.
Art. 77. Alm de outros previstos neste Cdigo, so
deveres das partes, de seus procuradores e de todos
aqueles que de qualquer forma participem do processo: I
- expor os fatos em juzo conforme a verdade; II - no
formular pretenso ou de apresentar defesa quando
cientes de que so destitudas de fundamento; III - no
produzir provas e no praticar atos inteis ou
desnecessrios declarao ou defesa do direito; IV -
cumprir com exatido as decises jurisdicionais, de
natureza provisria ou final, e no criar embaraos sua
efetivao; V - declinar, no primeiro momento que lhes
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couber falar nos autos, o endereo residencial ou
profissional onde recebero intimaes, atualizando essa
informao sempre que ocorrer qualquer modificao
temporria ou definitiva; VI - no praticar inovao ilegal
no estado de fato de bem ou direito litigioso.
As partes que descumprirem as regras ali contidas so denominadas de
litigantes de m-f, cabendo a aplicao de penalidades previstas no art. 81 do
CPC/15, que destaca as normas sobre multas e outras penas pecunirias a serem
impostas. Destaca-se que tais penalidades pecunirias no so impostas aos
Advogados pblicos e privados, Membros da Defensoria Pblica e Ministrio Pblico,
pois segundo o 6 do art. 77 do CPC/15, queles aplicam-se as penalidades
disciplinares a serem aplicadas pelos rgos e classe ou categoria.
! As penas pecunirias no se aplicam aos Advogados, Defensores
Pblicos e Membros do Ministrio Pblico e sim, s partes.
Art. 81. De ofcio ou a requerimento, o juiz condenar o
litigante de m-f a pagar multa, que dever ser superior
a um por cento e inferior a dez por cento do valor
corrigido da causa, a indenizar a parte contrria pelos
prejuzos que esta sofreu e a arcar com os honorrios
advocatcios e com todas as despesas que efetuou.
1o Quando forem 2 (dois) ou mais os litigantes de m-f,
o juiz condenar cada um na proporo de seu respectivo
interesse na causa ou solidariamente aqueles que se
coligaram para lesar a parte contrria. 2o Quando o
valor da causa for irrisrio ou inestimvel, a multa poder
ser fixada em at 10 (dez) vezes o valor do salrio-
mnimo. 3o O valor da indenizao ser fixado pelo juiz
ou, caso no seja possvel mensur-lo, liquidado por
arbitramento ou pelo procedimento comum, nos prprios
autos.
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Destaca-se no art. 81 do CPC/15 que a multa ser aplicada de ofcio pelo
Poder Judicirio, isto , sem necessidade de pedido. Ademais, a aplicao de multa
poder ser realizada em qualquer instncia e momento processuais.
! A litigncia de m-f, bem como as suas consequncias, devem ser
declaradas de ofcio pelo juiz.
Existem outros dispositivos do CPC/15 que tratam da matria, podendo-se
destacar o art. 1.026, 2, extremamente utilizado na prtica forense, pois trata de
multa a ser aplicada na utilizao de embargos de declarao com fins protelatrios.
2o Quando manifestamente protelatrios os embargos
de declarao, o juiz ou o tribunal, em deciso
fundamentada, condenar o embargante a pagar ao
embargado multa no excedente a dois por cento sobre o
valor atualizado da causa.
Exemplo: ajuizei uma ao trabalhista alegando a existncia
de dano moral, diante de uma situao chata que ocorrera no
dia-a-dia da empresa, que culminou com o meu pedido de
demisso. O meu gerente, em determinado dia, na frente de
toda a equipe, afirmou que eu nunca cumpria as metas porque
era incompetente, porque no me empenhava e que devia
buscar outra profisso. Essa situao me humilhou muito, pois
toda a equipe presenciou, razo pela qual procurei o Poder
Judicirio com ao de dano moral. Ocorre que na audincia, a
empresa r levou um empregado, que a tudo presenciou, mas
pagou quele para que mentisse. Assim fez com outras 2
testemunhas. Essa atitude considerada de m-f.
Conseguindo perceber a Manobra, o Juiz condenou a r ao
pagamento de multa por litigncia de m-f, j que houve
ferimento ao princpio da probidade processual.
Princpio da Eventualidade;
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O princpio da eventualidade normalmente aplicvel ao direito de defesa,
estando previsto no art. 336 do CPC/15, que aduz que toda a matria de defesa
dever ser apresentada no momento oportuno, qual seja, na contestao, sob pena
de precluso. Alm da defesa de mrito, deve o ru apresentar a defesa processual,
prevista no art. 337 do CPC/15. Contudo, diferentemente do que ocorre com a defesa
de mrito, no haver precluso em relao ltima, por tratar-se em regra de
defesa que pode ser conhecido de ofcio pelo Magistrado, nos termos do art. 337, 5
do CPC.
Art. 336. Incumbe ao ru alegar, na contestao, toda a
matria de defesa, expondo as razes de fato e de direito
com que impugna o pedido do autor e especificando as
provas que pretende produzir.
Art. 337, 5o Excetuadas a conveno de arbitragem e a
incompetncia relativa, o juiz conhecer de ofcio das
matrias enumeradas neste artigo.
Ligada ao tema, destaca-se ainda o princpio da impugnao especificada
dos fatos, previsto no art. 341 do CPC/15. Segundo o dispositivo, o ru dever
formular defesa especfica em relao aos fatos articulados pelo autor, no podendo,
regra geral, formular defesa genrica. Esse ltimo tipo de defesa, se apresentada por
quem no possui autorizao judicial, tida como no apresentada, acarretando
revelia, com a presuno de veracidade dos fatos apresentados na petio inicial.
Art. 341. Incumbe tambm ao ru manifestar-se
precisamente sobre as alegaes de fato constantes da
petio inicial, presumindo-se verdadeiras as no
impugnadas, salvo se: I - no for admissvel, a seu
respeito, a confisso; II - a petio inicial no estiver
acompanhada de instrumento que a lei considerar da
substncia do ato; III - estiverem em contradio com a
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defesa, considerada em seu conjunto. Pargrafo nico. O
nus da impugnao especificada dos fatos no se aplica
ao defensor pblico, ao advogado dativo e ao curador
especial.
Exemplo: eu sou Advogado de uma empresa que est
respondendo a uma ao ajuizada por Joo. J a 2 ao
ajuizada por aquele ex-empregado pedindo a mesma coisa. J
fiz a defesa na primeira ao, que est tramitando na 2 Vara
do Trabalho de Vitria. Agora, na defesa da 2 ao, que
tramita na 10 Vara de Vitria, vou alegar a litispendncia,
que a existncia de duas aes iguais, pedindo para extinguir
a primeira ao sem resoluo do mrito. Ocorre que, na
pressa, esqueci de alegar a litispendncia. E agora? Ser que
perdi a oportunidade de alegar esse vcio? Ser que o Juiz
aplicar o princpio da eventualidade, impedindo de alegar
futuramente esse vcio? As respostas so negativas. A
litispendncia, bem como as outras matrias do art. 301 do
CPC, com exceo do compromisso arbitral, podem ser
alegadas posteriormente, bem como o prprio Juiz pode
reconhecer a existncia das 2 aes idnticas e extinguir a
segunda.
Princpio da Precluso;
Precluso significa perda. Tratando-se de instituto processual, acarreta a
perda da possibilidade de realizao de um ato processual, que pode ocorrer em
virtude de trs fatos:
Prtica de ato processual fora do prazo estabelecido: Denominada de
precluso temporal, encontra-se prevista no art. 223 do CPC/15 e ocorre
quando o ato deixa de ser praticado dentro do prazo que estabelecido por lei
ou pelo juiz. Trata-se de corrente perda do prazo. A no interposio do recurso
no prazo de 8 (oito) dias gera precluso temporal, ou seja, a perda da
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possibilidade de recorrer. Importante destacar que a impossibilidade de se
praticar o ato aps o decurso do prazo relativo, pois pode ser configurada a
justa causa, nos termos do nico do artigo referido, abrindo-se novo prazo, a
ser estipulado pelo Juiz, para a realizao do ato.
Art. 223. Decorrido o prazo, extingue-se o direito de
praticar ou de emendar o ato processual,
independentemente de declarao judicial, ficando
assegurado, porm, parte provar que no o realizou
por justa causa. 1o Considera-se justa causa o evento
alheio vontade da parte e que a impediu de praticar o
ato por si ou por mandatrio. 2o Verificada a justa
causa, o juiz permitir parte a prtica do ato no prazo
que lhe assinar.
Realizao de ato processual incompatvel: Denominada de precluso
lgica, ocorre quando a parte perde a oportunidade de realizar determinado ato
processual, por j ter realizado outro incompatvel, ou seja, a incompatibilidade
entre o primeiro ato e o segundo impede a prtica deste ltimo. Tal situao
encontra-se prevista no art. 1.000 do CPC/15, que prev a impossibilidade da
parte que aceitou a deciso, tcita ou expressamente, interpor recurso, por
tratarem de situaes antagnicas, incompatveis entre si.
Art. 1.000. A parte que aceitar expressa ou tacitamente a
deciso no poder recorrer. Pargrafo nico. Considera-
se aceitao tcita a prtica, sem nenhuma reserva, de ato
incompatvel com a vontade de recorrer.
Realizao de ato processual em momento anterior, sem possibilidade
de renovao: Por fim, a denominada precluso consumativa, que impede a
prtica de ato processual quando o mesmo j houver sido praticado
anteriormente. Trata-se da impossibilidade de repetir-se ato j realizado, tendo
em vista que as partes possuem apenas uma oportunidade para a realizao
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Direito Processual do Trabalho Teoria e Questes Prof. Bruno Klippel / Profa. Adriana Lima Aula 00
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dos atos processuais. Se apresentada contestao incompleta, no poder
repetir o ato ou complement-lo. Em grau recursal, geralmente de