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Aula 00 Dir Processual do Trabalho p/ TRT 24ª (Analista Judiciário - Área Judiciária e Execução de Mandados) Professores: Adriana Lima, Bruno Klippel 00000000000 - DEMO

Curso Direito Processual do Trabalho p/ TRT 24

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  • Aula 00

    Dir Processual do Trabalho p/ TRT 24 (Analista Judicirio - rea Judiciria e Execuode Mandados)

    Professores: Adriana Lima, Bruno Klippel

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    DIREITO CONSTITUCIO

    AULA 00 PRINCPIOS DO PROCESSO DO TRABALHO E

    ORGANIZAO DA JUSTIA DO TRABALHO.

    Direito Processual do Trabalho TRT 24 Regio MS

    ANALISTA JUDICIRIO AREA JUDICIRIA E OFICIAL DE

    JUSTIA AVALIADOR

    Prof. Bruno Klippel / Profa. Adriana Lima

    APRESENTAO

    Ol amigos do Estratgia Concursos, tudo bem?

    O edital do TRT 24 Regio - MS foi publicado hoje, sendo organizado pela

    FCC Fundao Carlos Chagas.

    As provas sero aplicadas no dia 26/03/2017, ou seja, TEMOS MUITO

    TEMPO PARA ESTUDAR, O QUE ALTAMENTE POSITIVO !!!

    No h qualquer surpresa na matria de Direito Processual do Trabalho, ou

    seja, foram cobrados os mesmos pontos dos demais concursos de TRTs.

    Espervamos o bsico da FCC e foi isso que veio.

    Para Analista Judicirio rea Judiciria e Oficial de Justia

    Avaliador, vem sendo cobrados os seguintes tpicos:

    DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO: 1 Da Justia do Trabalho: organizao e

    competncia. 2 Das Varas do Trabalho, dos Tribunais Regionais do Trabalho e do

    Tribunal Superior do Trabalho: jurisdio e competncia. 3 Dos servios auxiliares da

    Justia do Trabalho: das secretarias das Varas do Trabalho; dos distribuidores; dos

    oficiais de justia e oficiais de justia avaliadores. 4 Do Ministrio Pblico do Trabalho:

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    organizao. 5 Do processo judicirio do trabalho: princpios gerais do processo

    trabalhista (aplicao subsidiria do CPC). 6 Dos atos, termos e prazos processuais. 7

    Da distribuio. 8 Das custas e emolumentos. 9 Das partes e procuradores; do jus

    postulandi; da substituio e representao processuais; da assistncia judiciria; dos

    honorrios de advogado. 10 Das nulidades. 11 Das excees. 12 Das audincias: de

    conciliao, de instruo e de julgamento; da notificao das partes; do arquivamento

    do processo; da revelia e confisso. 13 Das provas. 14 Dos dissdios individuais: da

    forma de reclamao e notificao; da reclamao escrita e verbal; da legitimidade para

    ajuizar. 15 Do procedimento ordinrio e sumarssimo. 16 Dos procedimentos especiais:

    inqurito para apurao de falta grave, ao rescisria e mandado de segurana. 17 Da

    sentena e da coisa julgada; da liquidao da sentena: por clculo, por artigos e por

    arbitramento. 18 Dos dissdios coletivos: extenso, cumprimento e reviso da sentena

    normativa. 19 Da execuo: execuo provisria; execuo por prestaes sucessivas;

    execuo contra a fazenda pblica; execuo contra a massa falida. 20 Da citao; do

    depsito da condenao e da nomeao de bens; do mandado e penhora; dos bens

    penhorveis e impenhorveis; da impenhorabilidade do bem de famlia - Lei n

    8.009/1990. 21 Dos embargos execuo; da impugnao sentena; dos embargos

    de terceiros. 22 Da praa e leilo; da arrematao; da remio; das custas na

    execuo. 23 Dos recursos no processo do trabalho. 24 Smulas do TST de Direito

    Processual do Trabalho. 25 Processo Judicial Eletrnico: Resoluo CSJT n 136/2014

    A distribuio do contedo ser realizada da seguinte maneira:

    Nosso curso est dividido em 10 aulas,de forma a cobrir absolutamente

    todas as matrias que podem ser cobradas pela FCC FUNDAO CARLOS CHAGAS

    nas provas de processo do trabalho. Trata-se da primeira aula GRATUITA e

    DEMONSTRATIVA, seguindo-se 09 aulas de processo do trabalho.

    Aula 00 Aula demonstrativa Teoria geral do processo do trabalho; princpios e organizao da Justia do Trabalho. Aula 01 Competncia da Justia do Trabalho. Aula 02 Servios Auxiliares da Justia do Trabalho; Partes e Procuradores; Ministrio Pblico. Aula 03 Prazos Processuais; custas; nulidades processuais; Petio inicial. Aula 04 Notificao do reclamado; resposta do ru; revelia.

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    Aula 05 Audincia; das provas no processo do trabalho; da sentena e da coisa julgada; rito sumrio e sumarssimo. Aula 06 Dos recursos no processo do trabalho teoria geral e recursos em espcie. Aula 07 Liquidao de sentena e processo de execuo. Aula 08 Procedimentos especiais trabalhistas. Aula 09 Dissdio coletivo de trabalho e ao de cumprimento. Aula 10 Processo Judicial Eletrnico Aula 11 Dicas de Direito Processual do Trabalho para reviso

    As aulas sero postadas conforme o cronograma abaixo:

    Aula 00 05/12

    Aula 01 12/12

    Aula 02 20/12

    Aula 03 05/01

    Aula 04 12/01

    Aula 05 19/01

    Aula 06 25/01

    Aula 07 01/02

    Aula 08 08/02

    Aula 09 15/02

    Aula 10 22/02

    Aula 11 28/02

    Aula 12 - 28/02

    Para uma melhor organizao do material, de forma facilitar o

    entendimento da matria e levando em considerao que o edital da

    FCC, em processo do trabalho, muito desorganizado, fora da ordem

    lgica habitual de estudo, reorganizamos de acordo com o quadro

    abaixo, que demonstra estarem presentes no curso todos os pontos do

    edital. Vejamos:

    ASSUNTOS DO EDITAL AULA DO CURSO

    1 Da Justia do Trabalho: organizao

    e competncia. 2 Das Varas do

    Trabalho, dos Tribunais Regionais do

    Trabalho e do Tribunal Superior do

    Trabalho:

    Aula 00

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    jurisdio e competncia. Aula 01

    3 Dos servios auxiliares da Justia do

    Trabalho: das secretarias das Varas do

    Trabalho; dos distribuidores; dos

    oficiais de justia e oficiais de justia

    avaliadores.

    Aula 02

    4 Do Ministrio Pblico do Trabalho:

    organizao.

    Aula 02

    5 Do processo judicirio do trabalho:

    princpios gerais do processo

    trabalhista (aplicao subsidiria do

    CPC).

    Aula 00

    6 Dos atos, termos e prazos

    processuais.

    Aula 03

    7 Da distribuio. Aula 02 e 03

    8 Das custas e emolumentos. Aula 03

    9 Das partes e procuradores; do jus

    postulandi; da substituio e

    representao processuais; da

    assistncia judiciria; dos honorrios

    de advogado.

    Aula 02

    10 Das nulidades. Aula 03

    11 Das excees. Aula 04

    12 Das audincias: de conciliao, de

    instruo e de julgamento; da

    notificao das partes; do

    arquivamento do processo; da revelia e

    confisso.

    Aula 05

    13 Das provas. Aula 05

    14 Dos dissdios individuais: da forma

    de reclamao e notificao; da

    reclamao escrita e verbal; da

    legitimidade para ajuizar.

    Aula 03 e 04

    15 Do procedimento ordinrio e

    sumarssimo.

    Aula 05

    16 Dos procedimentos especiais:

    inqurito para apurao de falta grave,

    Aula 08

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    ao rescisria e mandado de

    segurana.

    17 Da sentena e da coisa julgada; Aula 05

    da liquidao da sentena: por clculo,

    por artigos e por arbitramento.

    Aula 07

    18 Dos dissdios coletivos: extenso,

    cumprimento e reviso da sentena

    normativa.

    Aula 09

    19 Da execuo: execuo provisria;

    execuo por prestaes sucessivas;

    execuo contra a fazenda pblica;

    execuo contra a massa falida. 20 Da

    citao; do depsito da condenao e

    da nomeao de bens; do mandado e

    penhora; dos bens penhorveis e

    impenhorveis; da impenhorabilidade

    do bem de famlia - Lei n 8.009/1990.

    21 Dos embargos execuo; da

    impugnao sentena; dos embargos

    de terceiros. 22 Da praa e leilo; da

    arrematao; da remio; das custas

    na execuo.

    Aula 07

    23 Dos recursos no processo do

    trabalho.

    Aula 06

    24 Smulas do TST de Direito

    Processual do Trabalho.

    Todas as aulas

    25 Processo Judicial Eletrnico:

    Resoluo CSJT n 136/2014

    Aula 10

    Antes de adentrarmos nas informaes sobre nosso curso, um breve

    currculo para que voc possa nos conhecer:

    Meu nome BRUNO KLIPPEL, sou Advogado, Mestre em Direito

    Processual Civil pela Faculdade de Direito de Vitria (FDV), Doutor em

    Direito do Trabalho na PUC/SP, sou Professor de Direito do Trabalho e

    Processo do Trabalho na FDV/ES, na Universidade de Vila Velha (UVV/ES), da

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    Faculdade Estcio de S de Vitria/ES, bem como no curso preparatrio para

    concursos CEP Centro de Evoluo Profissional, em Vila Velha e Vitria (ES),

    IOB/Marcato Concursos/SP e Aprova Concursos/PR. Tenho alguns livros

    escritos, voltados para concursos pblicos, que recomendo como leitura para

    todos os concursos da rea trabalhista. So eles:

    Direito Sumular TST Esquematizado 6 Ed 2016 Ed Saraiva;

    Direito Sumular TST Esquematizado 5 Ed 2015 Ed Saraiva;

    Direito Sumular TST Esquematizado 4 Ed 2014 Ed. Saraiva;

    Direito Sumular TST Esquematizado 3 Ed 2013 Ed. Saraiva;

    Direito Sumular TST Esquematizado 2 Ed 2012 Ed. Saraiva;

    Direito Sumular TST Esquematizado 1 Ed 2011 Ed. Saraiva;

    Passe em Concursos Pblicos Nvel Mdio 1 Ed 2014 Ed. Saraiva;

    Manual de Dicas Ministrio Pblico 1 Ed 2013 Ed. Saraiva;

    Passe na OAB 2 Fase Direito do Trabalho 1 Ed 2013 Ed. Saraiva;

    Passe em Concursos Pblicos Carreiras Trabalhistas 1 Ed 2012 Ed. Saraiva;

    Dissdio Coletivo de Trabalho Teoria e Prtica 1 Ed 2012 Ed. Lumen Juris;

    Questes Comentadas Magistrado do Trabalho e MPT 1 Ed 2012 Ed. Juspodivm;

    Direito Processual e a Administrao Pblica 1 Ed 2011 Ed. Forense Universitria;

    Passe na OAB: questes comentadas da FGV 1 Ed 2011 Ed. Lumen Juris;

    O novo perfil dos embargos infringentes 1 Ed 2008 Ed. BH Editora;

    Discursos introdutrios na cincia do direito 1 Ed 2007 Ed. Lumen Juris;

    Aspectos polmicos e atuais dos recursos cveis e assuntos afins, V. 10 2006 Ed. Revista dos Tribunais;

    Meu nome e ADRIANA LIMA, fui aprovada no concurso do Tribunal Superior

    do Trabalho (TST) de 2012, e sou Analista Judiciria - rea Judiciria (AJAJ).

    Sempre gostei muito da rea trabalhista, e atualmente estou lotada no gabinete

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    de uma Ministra do TST. Meu trabalho consiste em produzir os votos da

    Ministra, o que me permite manter um contato direto com o Direito do Trabalho

    e o Direito Processual do Trabalho, e acompanhar as alteraes de

    jurisprudncia praticamente em tempo real. Anteriormente ao TST, exerci o

    cargo de Tcnico Judicirio - rea Administrativa no Tribunal Regional

    do Trabalho da 15 Regio (TRT15), cuja sede em Campinas/SP. No

    TRT15, atuei como assessora de uma juza, produzindo as sentenas nos

    processos trabalhistas. Tambm fui aprovada para Analista Judicirio -

    rea Judiciria do TRT2 (So Paulo) e do TRT15. Sou formada em Direito

    pela PUC/GO.

    Abraos. Bons estudos!!

    Prof. Bruno Klippel

    Vitria/ES

    www.brunoklippel.com.br

    Profa. Adriana Lima

    Braslia/DF

    MATRIA DA AULA

    CONCEITO DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO;

    O direito processual do trabalho pode ser conceituado como o conjunto de

    princpios e normas que visam dar cumprimento s normas de direito material do

    trabalho, aplicando a norma geral e abstrata aos casos concretos de forma a

    promover a composio dos conflitos.

    O direito processual do trabalho possui regras prprias, dispostas na

    Consolidao das Leis do Trabalho (CLT), alm de lhe ser aplicada normas de direito

    processual comum, ou seja, de direito processual civil. Assim, aplicam-se o Cdigo de

    Processo Civil (CPC), a Lei de Execues Fiscais (L. 6830/80), Lei de Ao Civil Pblica

    (L. 7347/85), Lei do Mandado de Segurana (L. 12016/09), dentre outras. A aplicao

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    das normas extravagantes h que ser feita apenas quando omissa a CLT, isto ,

    aplica-se o direito processual comum apenas subsidiariamente ao processo do

    trabalho, conforme disposio constante no art. 769 da CLT.

    Art. 769 CLT - Nos casos omissos, o direito processual

    comum ser fonte subsidiria do direito processual do

    trabalho, exceto naquilo em que for incompatvel com as

    normas deste Ttulo.

    EFICCIA DA LEI PROCESSUAL NO TEMPO E NO ESPAO;

    Em primeiro lugar, destaca-se a eficcia da lei processual no tempo. Acerca

    de tal tema, a doutrina majoritria destaca 3 (trs) teorias: 1. Unidade; 2. Fases

    processuais; 3. Atos processuais. A primeira teoria destaca que uma lei processual

    nova no poderia ser aplicada a um processo em curso, isto , aquele deve ser

    tratado como uma unidade, iniciando e terminando sob a gide de uma mesma lei. A

    segunda teoria afirma que, para fins de verificao da incidncia de uma lei

    processual nova, h que se dividir o processo em fases (postulatria, saneatria,

    instrutria, decisria, etc), sendo que a legislao processual nova somente seria

    aplicada prxima fase processual. Por fim, a teoria dos atos processuais, aplicvel

    ao processo do trabalho, pela incidncia dos artigos 14 e 1046 do CPC/15, afirma que

    a lei processual nova ser aplicada aos atos processuais seguintes, no podendo

    retroagir. Em sntese, aguarda-se apenas a concluso do ato processual presente

    para, no prximo, j se aplicar a legislao novata, j que aquela de aplicao

    imediata.

    ! Aplica-se a teoria dos atos processuais no tocante eficcia da

    lei processual no tempo.

    Art. 14. A norma processual no retroagir e ser aplicvel

    imediatamente aos processos em curso, respeitados os

    atos processuais praticados e as situaes jurdicas

    consolidadas sob a vigncia da norma revogada.

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    Art. 1.046. Ao entrar em vigor este Cdigo, suas

    disposies se aplicaro desde logo aos processos

    pendentes, ficando revogada a Lei no 5.869, de 11 de

    janeiro de 1973.

    Por fim, importante destacar importante aspecto relacionado ao tema,

    disposto no art. 915 da CLT. Ao ser intimado de uma sentena condenatria, nasce

    para mim o direito de recorrer (in casu, interpor o Recurso Ordinrio art. 895 CLT)

    no prazo de 8 (oito) dias? Caso entre em vigor, durante o prazo para recurso, nova

    lei, alternando aquele para 5 (cinco) dias, seguirei qual dos dois prazos? A resposta

    encontra-se nos dois dispositivos j citados (Art. 14 e 1046 do CPC/15 e 915 da CLT).

    O recurso ser interposto normalmente no prazo de 8 (oito) dias, no sofrendo

    qualquer interferncia em virtude da lei nova, pois deve-se seguir a lei que estava

    vigente ao tempo em que nasceu o direito ao recurso, ou seja, quando do incio do

    prazo recursal. No nosso exemplo, o prazo recursal foi reduzido de 8 (oito) para 5

    (cinco) dias. Caso fosse aumentado, o pensamento seria o mesmo, j que a norma e

    ser seguida sempre aquela em vigor quando do nascimento do direito processual

    (recorrer).

    Art. 915 CLT - No sero prejudicados os recursos

    interpostos com apoio em dispositivos alterados ou cujo

    prazo para interposio esteja em curso data da vigncia

    desta Consolidao.

    No que concerne eficcia da lei processual no espao, a lei processual ser

    aplicada em todo territrio nacional, aplicando-se aos brasileiros e estrangeiros que ali

    laboram. Segundo RENATO SARAIVA, (..) prevalece o princpio da territorialidade,

    vigorando a lei processual trabalhista em todo o territrio nacional, sendo aplicada

    tanto aos brasileiros quantos aos estrangeiros residentes no Brasil. A mesma ideia

    est sedimentada no art. 16 do CPC/15.

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    ! Lei processual estrangeira no se aplica aos processos trabalhistas

    que tramitam no Brasil.

    Art. 16. A jurisdio civil exercida pelos juzes e pelos

    tribunais em todo o territrio nacional, conforme as

    disposies deste Cdigo.

    PRINCPIOS DO PROCESSO DO TRABALHO;

    Princpio Dispositivo;

    Tambm denominado de princpio da inrcia, o princpio dispositivo est

    contemplado no artigo 2 do CPC/15, dispe que o juiz no poder prestar a tutela

    jurisdicional sem ser provocado, o que significa dizer que o Poder Judicirio mantm-

    se inerte at ser provocado pelo autor, que exerce o direito de ao, requerendo ao

    Estado-Juiz que analise a pretenso exposta na petio inicial.

    Art. 2o O processo comea por iniciativa da parte e se

    desenvolve por impulso oficial, salvo as excees previstas

    em lei.

    Em sede trabalhista, o princpio possui algumas excees, que devem ser

    analisadas detidamente:

    Art. 878 CLT: trata-se da exceo mais importante, que afirma a possibilidade

    da execuo ser promovida ex officio pelo Magistrado. Trata-se apenas da

    execuo definitiva, pois a provisria depende de requerimento (art. 520 do

    CPC/15);

    Art. 878 CLT - A execuo poder ser promovida por

    qualquer interessado, ou ex officio pelo prprio Juiz ou

    Presidente ou Tribunal competente, nos termos do

    artigo anterior.

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    Art. 39 CLT: prev que a DRT (hoje SRT Superintendncia Regional do

    Trabalho e Emprego) remeta cpia do processo administrativo para a Justia do

    Trabalho, para que se d incio reclamao trabalhista contra falta de

    anotao da CTPS e reconhecimento de vnculo empregatcio;

    Art. 39 CLT - Verificando-se que as alegaes feitas pelo

    reclamado versam sobre a no existncia de relao de

    emprego ou sendo impossvel verificar essa condio

    pelos meios administrativos, ser o processo

    encaminhado a Justia do Trabalho ficando, nesse caso,

    sobrestado o julgamento do auto de infrao que

    houver sido lavrado.

    Art. 856 CLT: dispe que o dissdio coletivo poder ser iniciado de ofcio pelo

    Tribunal. A FCC continua entendendo que o dispositivo est em vigor, apesar de

    entendimentos contrrios.

    Art. 856 CLT - A instncia ser instaurada mediante

    representao escrita ao Presidente do Tribunal. Poder

    ser tambm instaurada por iniciativa do presidente, ou,

    ainda, a requerimento da Procuradoria da Justia do

    Trabalho, sempre que ocorrer suspenso do trabalho.

    A regra continue sendo a impossibilidade do Poder Judicirio instaurar processo de

    ofcio, ou seja, sem provocao da parte legtima, sob pena de violao reflexa ao

    princpio da imparcialidade.

    Exemplo: Digamos que Joo tenha sido demitido, sem receber as

    verbas a que tinha direito. Para que a ao trabalhista tenha incio,

    Joo dever buscar a Justia do Trabalho, por meio de advogado ou

    sozinho. Mas vejam que ele ter que pedir ao Poder Judicirio uma

    providncia que, no caso, a condenao da empresa ao

    pagamento das verbas devidas. Caso a empresa seja condenada e

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    no recorra, teremos o trnsito em julgado, que significa dizer que

    a sentena se tornar imutvel. Se no houver o pagamento

    voluntrio da quantia fixada na sentena, teremos que iniciar outro

    processo, que chamado de processo de execuo. Esse processo

    de execuo pode ser iniciado por meio de pedido de Joo ou

    mesmo pelo prprio Juiz, conforme art. 878 da CLT. Nessa segunda

    situao, j no processo de execuo, pode o Juiz iniciar os atos

    para retirada da quantia do patrimnio da empresa. Vejam que no

    primeiro processo, chamado de conhecimento, h a incidncia do

    princpio dispositivo, pois o Juiz fica inerte. J no processo de

    execuo, incide o princpio inquisitivo, em que o Juiz atua mesmo

    sem pedido da parte.

    Princpio Inquisitivo;

    O princpio em anlise possui importantes desdobramentos em sede de

    processo do trabalho. O primeiro deles, destaca-se, est relacionado ao impulso

    oficial, descrito no art. 2 do CPC/15 e 765 da CLT. Uma vez exercido o direito de

    ao, tem o Juiz o dever de realizar os atos processuais de ofcio, evitando que o

    processo j instaurado permanea sem a prtica de atos processuais. A Lei n.

    5584/70, que entre outros importantes temas disciplina o rito sumrio, traz em seu

    art. 4 o dever do Juiz impulsionar o processo de ofcio.

    Art. 765 CLT - Os Juzos e Tribunais do Trabalho tero

    ampla liberdade na direo do processo e velaro

    pelo andamento rpido das causas, podendo

    determinar qualquer diligncia necessria ao

    esclarecimento delas.

    Ademais, mostra-se inevitvel falar sobre os poderes instrutrios do juiz,

    prescritos no art. 370 do CPC/15, de ampla aplicao no processo do trabalho.

    Segundo aquele dispositivo, deve o Juiz determinar as provas que sero produzidas,

    independentemente de pedido das partes, alm de indeferir aquelas que foram

    pedidas, mas que se mostram protelatrias, dispensveis. O mesmo sentido traz o

    art. 852-D da CLT, quando trata do rito sumarssimo.

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    ! A Smula 74 do TST foi alterada em abril de 2016 para se adequar

    ao Novo CPC, mencionando-se os dispositivos do CPC/15.

    Smula n 74 do TST CONFISSO. (atualizada em

    decorrncia do CPC de 2015) Res. 208/2016, DEJT

    divulgado em 22, 25 e 26.04.2016

    I - Aplica-se a confisso parte que, expressamente

    intimada com aquela cominao, no comparecer

    audincia em prosseguimento, na qual deveria depor.

    (ex-Smula n 74 - RA 69/1978, DJ 26.09.1978) II - A

    prova pr-constituda nos autos pode ser levada em

    conta para confronto com a confisso ficta (arts. 442 e

    443, do CPC de 2015 - art. 400, I, do CPC de 1973),

    no implicando cerceamento de defesa o

    indeferimento de provas posteriores. (ex-OJ n 184 da

    SBDI-1 - inserida em 08.11.2000) III- A vedao

    produo de prova posterior pela parte confessa

    somente a ela se aplica, no afetando o exerccio, pelo

    magistrado, do poder/dever de conduzir o processo.

    Art. 852-D CLT. O juiz dirigir o processo com

    liberdade para determinar as provas a serem

    produzidas, considerado o nus probatrio de cada

    litigante, podendo limitar ou excluir as que considerar

    excessivas, impertinentes ou protelatrias, bem como

    para apreci-las e dar especial valor s regras de

    experincia comum ou tcnica.

    Por fim, o princpio inquisitivo (ou inquisitrio) revela-se na possibilidade do

    Magistrado conhecer de ofcio das matrias de ordem pblica, tais como condies da

    ao e pressupostos processuais. Nestes termos, o juiz pode conhecer de ofcio a

    incompetncia absoluta (art. 64, 1 do CPC/15), determinando a remessa para o

    juzo que julgar competente. Alm disso, se verificar que o mandado de segurana foi

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    impetrado aps o prazo de 120 (cento e vinte) dias extinguir o mesmo por ausncia

    da condio da ao interesse processual.

    Exemplo: Pense que Joo ajuizou uma ao trabalhista pedindo a

    equiparao salarial com Jos, seu colega de trabalho. No

    requereu a produo de prova pericial, pois entendeu que os

    documentos juntados ao processo serviam para provar o seu

    direito. Mesmo sem que nenhuma das partes tenha pedido a

    produo da percia, na audincia, o Juiz entendeu que somente

    poderia julgar com certeza se naquela situao fosse produzida

    uma percia, para ver se os argumentos do autor e ru eram

    verdadeiros ou no. Vejam que o Juiz, de ofcio, ou seja, sem

    pedido de ningum, pode determinar a produo da prova que

    entender necessria. Aps a produo das provas, haver o livre

    convencimento do Magistrado, ou seja, ele interpretar a prova e

    lhe dar o valor, conforme o seu entendimento.

    Art. 64. A incompetncia, absoluta ou relativa, ser

    alegada como questo preliminar de contestao.

    1o A incompetncia absoluta pode ser alegada em

    qualquer tempo e grau de jurisdio e deve ser

    declarada de ofcio. 2o Aps manifestao da parte

    contrria, o juiz decidir imediatamente a alegao

    de incompetncia. 3o Caso a alegao de

    incompetncia seja acolhida, os autos sero

    remetidos ao juzo competente. 4o Salvo deciso

    judicial em sentido contrrio, conservar-se-o os

    efeitos de deciso proferida pelo juzo incompetente

    at que outra seja proferida, se for o caso, pelo juzo

    competente.

    Princpio do Juiz natural;

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    O princpio constitucional em destaque est inserido em dois importantes

    incisos do art. 5 da CRFB/88, o que demonstra o grau de preocupao do Legislador

    Constituinte com a garantia de que os julgamentos sero proferidos por rgos

    designados por meio de regras objetivas, excluindo-se critrios subjetivos de escolha.

    Os incisos XXXVII e LIII do art. 5 da Carta Magna afirmam, em coro, que

    ningum deve ser processado e julgado seno por autoridade competente, que

    aquela que possui atribuio legal para julgar determinado conflito de interesses.

    As regras de competncia, que esto espalhadas pela Constituio Federal,

    Cdigo de Processo Civil, Consolidao das Leis do Trabalho e diversas outras leis

    extravagantes, demonstram qual a autoridade judiciria que possui atribuio para

    julgar um conflito de interesses, sendo que tal atribuio determinada por critrios

    objetivos (nunca subjetivos), tais como: matria a ser analisada, pessoa em que est

    sendo julgada, relao para com outro processo, valor da causa e territrio no qual

    surgiu o conflito.

    ! Prev o princpio que os rgos judicirios devem ser pr-

    constitudos e as normas de competncia preestabelecidas.

    XXXVII - no haver juzo ou tribunal de exceo;

    LIII - ningum ser processado nem sentenciado seno

    pela autoridade competente;

    Os mesmos dispositivos so utilizados para justificar a existncia do

    princpio do promotor natural, cuja ideia tambm busca evitar a designao por

    critrios subjetivos, j que absolutamente distantes da imparcialidade que exigida

    dos sujeitos estatais do processo.

    Exemplo: Se trabalhei na cidade de Vitria/ES e quero ajuizar

    uma ao trabalhista em face da minha ex-empregadora, sei que

    a ao dever ser ajuizada naquela mesma cidade, pois o art. 651

    da CLT diz que o local do ajuizamento da ao trabalhista o local

    da prestao dos servios. A regra pr-estabelecida, criada

    antes do ajuizamento da ao. No pode ocorrer de ser criada

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    uma Vara do Trabalho especfica para julgar o meu processo ou

    ser designado um Juiz especial para julgar a minha ao, pois

    haveria ferimento ao princpio do Juiz Natural, j que esse

    aquele criado pela lei antes da ocorrncia do fato.

    Princpio da Identidade fsica do juiz;

    O CPC/15 no traz qualquer dispositivo que se refira ao art. 132 do CPC/73,

    que tratava do princpio da identidade fsica do Juiz. Assim, o entendimento da

    doutrina no sentido de no mais subsistir o princpio antes expresso no sistema

    processual. Logo, poder um Juiz produzir as provas e outro julgar, sem qualquer

    restrio, o que vai ao encontro do princpio da celeridade, pois possibilita a prtica de

    atos processuais por vrios Juzes que atuem em uma mesma Vara, como comumente

    acontece nas Varas do Trabalho, que em alguns TRTs possuem 2 (dois) Juzes.

    Princpio da Imparcialidade;

    Mostra-se bastante natural encontrar em livros e manuais sobre direito

    processual (civil, penal, trabalhista, etc), uma figura triangular, demonstrando nas

    bases as partes e no cume o juiz, sendo que este se encontra mesma distncia de

    autor e ru. Nestes termos, o juiz demonstra ser imparcial, ou seja, propicia um

    tratamento igual s partes, conforme preconiza o art. 139, I do CPC/15 (um dos

    deveres do Juiz, na conduo do processo, tratar as partes de maneira igualitria).

    Art. 139. O juiz dirigir o processo conforme as

    disposies deste Cdigo, incumbindo-lhe: I - assegurar

    s partes igualdade de tratamento;

    Contudo, existem situaes que o legislador j pressups que o Juiz no

    deve atuar, por entender que ele tende a ser parcial, isto , tende a ajudar ou

    prejudicar uma das partes. Essas so as situaes arroladas nos artigos 144 e 145 do

    CPC/15, que receberam a denominao, respectivamente, de impedimento e

    suspeio. Em ambas, deve o juiz de ofcio declarar-se impedido ou suspeito,

    determinando a remessa dos autos para o substituto legal.

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    ! No curso da demanda, o tratamento dado pelo legislador s

    hipteses de suspeio e impedimento o mesmo. Porm, aps o

    trnsito em julgado, somente o impedimento subsiste pelo prazo de

    2 (dois) anos, ocasio em que pode ser ajuizada a ao rescisria.

    No processo do trabalho, as regras esto dispostas, principalmente, nos

    artigos 795 e 799 da CLT. O primeiro dispositivo legal destaca o momento de que

    dispe a parte para alegar as nulidades processuais, sendo a audincia o momento

    adequado (caso o juiz no se declare suspeito ou impedido). O segundo afirma que as

    partes podero oferecer exceo de suspeio e incompetncia. Silenciou a CLT

    acerca da exceo de impedimento. Justifica-se a ausncia de previso expressa em

    virtude da Consolidao Trabalhista ter sido redigida quando em vigor o CPC/39, que

    tambm era silente sobre a matria. Contudo, aplica-se subsidiariamente o CPC para

    possibilitar a apresentao da exceo de impedimento.

    Exemplo: Imagina se Joo ajuza uma reclamao trabalhista,

    que distribuda 3 Vara do Trabalho de Vitria/ES, que a

    Vara em que titular o Dr. Jos, melhor amigo de Joo. claro

    que h uma forte tendncia a que o Juiz ajude o amigo, razo

    pela qual ele no deve julgar aquela ao. Deve considerar-se

    suspeito, passando os autos para o seu substituto legal, que o

    outro Juiz designado pelas normas internas do Tribunal. Da

    mesma forma ocorreria se o Juiz fosse inimigo de uma das partes,

    parente, credor, devedor, bem como outras situaes em que,

    provavelmente, no seria o Juiz imparcial.

    Art. 795 CLT - As nulidades no sero declaradas

    seno mediante provocao das partes, as quais

    devero argui-las primeira vez em que tiverem de

    falar em audincia ou nos autos. 1 - Dever,

    entretanto, ser declarada ex officio a nulidade

    fundada em incompetncia de foro. Nesse caso,

    sero considerados nulos os atos decisrios. 2 -

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    O juiz ou Tribunal que se julgar incompetente

    determinar, na mesma ocasio, que se faa

    remessa do processo, com urgncia, autoridade

    competente, fundamentando sua deciso.

    Art. 799 CLT - Nas causas da jurisdio da Justia

    do Trabalho, somente podem ser opostas, com

    suspenso do feito, as excees de suspeio ou

    incompetncia. 1 - As demais excees sero

    alegadas como matria de defesa. 2 - Das

    decises sobre excees de suspeio e

    incompetncia, salvo, quanto a estas, se

    terminativas do feito, no caber recurso, podendo,

    no entanto, as partes aleg-las novamente no

    recurso que couber da deciso final.

    Princpio da Concentrao dos atos processuais;

    O princpio da concentrao dos atos processuais est intimamente

    relacionado ao princpio da celeridade. Em verdade, trata-se de tcnica utilizada pelo

    legislador trabalhista para acelerar o trmite processual. A ideia foi simples:

    concentrar a maioria dos atos processuais em uma nica audincia, de forma a que o

    procedimento possa ser encurtado, levando o julgamento a ser proferido em perodo

    de tempo menor.

    No processo do trabalho a audincia una (art. 849 CLT), no devendo ser

    interrompida, regra geral. Naquela ser buscada a soluo conciliatria, produzida a

    defesa, colhidas as provas e decidida a lide. Tudo isso em apenas uma audincia.

    Comparando-se o rito ordinrio do processo do trabalho com mesmo procedimento do

    processo civil, verifica-se, graficamente, que o primeiro extremamente simples e,

    por isso, mais clere.

    Art. 849 CLT - A audincia de julgamento ser contnua;

    mas, se no for possvel, por motivo de fora maior,

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    conclu-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcar a

    sua continuao para a primeira desimpedida,

    independentemente de nova notificao.

    Direito Processual do Trabalho Rito Ordinrio

    Petio Inicial Distribuio Notificao Audincia (sentena)

    A simples comparao entre o procedimento ordinrio da CLT e do CPC

    atesta que a maioria dos atos processuais realizada na audincia no primeiro caso,

    no havendo que se falar em citao para posterior realizao de audincia de

    mediao e apresentao de defesa, para depois designar-se audincia para produo

    de provas, que o que ocorre no processo civil. No processo do trabalho todos os atos

    processuais so realizados em uma nica audincia.

    Exemplo: No dia da audincia, Joo compareceu sala de

    audincia da 3 Vara do Trabalho de Vitria/ES. As 9h em ponto,

    foi feito o prego, sendo chamados autor e ru. Na mesma

    audincia foi tentado o acordo entre as partes, o que no ocorreu.

    Em seguida, o ru apresentou defesa, foram ouvidas as partes e

    testemunhas. Cada parte teve 10 minutos para apresentar as

    razes finais, demonstrando ao Juiz os motivos que ele deveria

    levar em considerao na hora do julgamento. Foi novamente

    tentado o acordo entre as partes. Como novamente no houve

    conciliao, passou-se sentena, que condenou o ru ao

    pagamento de R$10.000,00 ao autor, seu ex-empregador, por

    dano moral decorrente do vnculo de emprego havido no passado.

    Vejam que todos esses atos processuais ocorreram em um nico

    dia, em uma audincia, todos os atos concentrados naquele

    momento.

    Princpio da Oralidade;

    Um dos aspectos mais relevantes do direito processual do trabalho a

    celeridade, ou seja, a busca pela entrega da prestao jurisdicional em perodo de

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    tempo razovel, conforme preconiza o art. 5, LXXVIII da CRFB/88. Contudo, a

    celeridade somente alcanada pela efetivao de diversos princpios aqui estudados,

    dentre eles, o da oralidade.

    LXXVIII a todos, no mbito judicial e administrativo, so

    assegurados a razovel durao do processo e os meios

    que garantam a celeridade de sua tramitao.

    A viso do processo do trabalho criada pelo legislador, ao elaborar a

    Consolidao das Leis do Trabalho, foi de pensar em um procedimento em que os atos

    processuais fossem realizados oralmente, dispensando-se a formalidade dos atos

    escritos e o tempo necessrio sua comunicao e realizao.

    Por esses e outros motivos, a serem analisados, dispe o legislador que:

    O reclamante poder ajuizar reclamao trabalhista oral, nos termos do

    art. 840 da CLT, sendo que nessa hiptese a reclamao ser distribuda vara

    do trabalho, devendo o reclamante comparecer no prazo de 5 (cinco) dias para

    reduo termo dos fatos e fundamentos. Facilita-se, com isso, o acesso

    justia, pois mesmo quem no sabe escrever e no possui advogado, pode

    buscar a soluo dos litgios atravs da jurisdio.

    Art. 840 CLT- A reclamao poder ser escrita ou verbal.

    1 - Sendo escrita, a reclamao dever conter a

    designao do Presidente da Junta, ou do juiz de direito a

    quem for dirigida, a qualificao do reclamante e do

    reclamado, uma breve exposio dos fatos de que resulte

    o dissdio, o pedido, a data e a assinatura do reclamante

    ou de seu representante. 2 - Se verbal, a reclamao

    ser reduzida a termo, em 2 (duas) vias datadas e

    assinadas pelo escrivo ou secretrio, observado, no que

    couber, o disposto no pargrafo anterior.

    O juiz realizar a leitura da petio inicial (reclamao trabalhista),

    caso no seja dispensada pelas partes (art. 847 CLT): Nesse ponto, quis o

    legislador privilegiar, alm do fator tempo, os reclamantes que viessem a

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    utilizar-se do jus postulandi, ou seja, que ajuizassem suas aes sem

    Advogado, nos termos do art. 791 da CLT. No sabendo ler e tendo

    apresentado petio inicial oral, poderia verificar se o servidor reduziu a termo

    exatamente o que lhe foi exposto. Alm disso, privilegia-se igualmente o

    reclamado, que sem Advogado, no sabendo ler, teria cincia dos fatos que lhe

    foram imputados, de maneira a contrap-los no momento adequado.

    O reclamado apresentar a defesa oralmente, no prazo de 20 (vinte)

    minutos, conforme art. 847 da CLT. Apesar de no ser habitual na prtica, a

    defesa oral no prazo acima exposto a regra nas questes objetiva, isto ,

    para tais questes de concursos, deve-se assinalar, em sombra de dvidas,

    que a resposta do ru ser apresentada oralmente, no prazo de 20 (vinte)

    minutos. Em tal prazo devero ser apresentadas todas as peas de defesa, se

    for a hiptese (contestao, excees e reconveno).

    Art. 847 CLT - No havendo acordo, o reclamado ter vinte

    minutos para aduzir sua defesa, aps a leitura da

    reclamao, quando esta no for dispensada por ambas as

    partes.

    O juiz buscar a conciliao em dois momentos obrigatrios da

    audincia, sob pena de nulidade processual. Dispem os artigos 846 e 850 da

    CLT que o juiz tentar a conciliao no incio da audincia (ou seja, antes da

    apresentao da defesa) e aps as razes finais. Em tese, a ausncia de

    qualquer das tentativas de conciliao torna o processo nulo. Contudo, a

    jurisprudncia trabalhista abrandou a regra, afirmando que a ausncia da 2

    tentativa conciliatria (depois das razes finais) que impe a nulidade

    referida.

    Art. 846 CLT - Aberta a audincia, o juiz ou presidente

    propor a conciliao.

    Art. 850 CLT - Terminada a instruo, podero as partes

    aduzir razes finais, em prazo no excedente de 10 (dez)

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    minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente

    renovar a proposta de conciliao, e no se realizando

    esta, ser proferida a deciso.

    As razes finais sero realizadas em audincia, nos termos do art. 850 da

    CLT, em 10 (dez) minutos para cada parte, sem que haja, na CLT, a

    possibilidade de converso em memoriais escritos. Contudo, diante da

    complexidade da causa, poder o Magistrado, utilizando-se subsidiariamente

    do CPC, determinar a converso, designando prazo para as partes

    apresentarem as alegaes finais em cartrio.

    A sentena ser proferida ao trmino da audincia, oralmente,

    prestigiando-se o princpio em estudo e em reforo ao princpio da

    concentrao dos atos processuais, demonstrando-se o que fora exposto: o

    processo do trabalho se desenvolve em sua maioria na audincia una. A

    sentena oral, ao trmino da audincia, est prevista nos artigos 831 e 850 da

    CLT.

    Art. 831 - A deciso ser proferida depois de rejeitada

    pelas partes a proposta de conciliao.

    A parte apresentar o protesto em audincia, caso discorde de alguma

    deciso interlocutria proferida em audincia, visando evitar a precluso acerca

    da matria, a parte requerer ao Juiz a incluso na ata de audincia do

    protesto, isto , da sua discordncia. Tal ato j permite que a parte, no recurso

    da deciso final, se insurja em face da deciso proferida em audincia, j que

    protesto evitou a precluso em relao matria.

    ! Nunca esquecer: defesa oral em 20 (vinte) minutos. Alm disso,

    dois momentos obrigatrios de conciliao (incio da audincia e

    aps razes finais).

    Exemplo: Os atos processuais so realizados, em sua maioria, de

    forma oral. Assim, posso ir Justia do Trabalho e dizer que

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    quero ajuizar uma reclamao trabalhista verbal. Esse meu pedido

    ser distribudo a uma das Varas do Trabalho existentes e eu, em

    5 dias, comparecerei Vara do Trabalho sorteada para narrar a

    minha histria, que ser reduzida termo, ou seja, colocada no

    papel. Essa a petio inicial verbal. Na audincia, o ru

    apresentar, pelas normas da CLT, a defesa oralmente, no prazo

    de at 20 minutos. Pela CLT, no h defesa escrita, como

    geralmente ocorre, mas oral, no prazo acima destacado. Ao final

    da audincia, o Juiz deve proferir a sentena, oralmente. Vejam

    que os principais atos so orais, facilitando o acesso das pessoas

    ao Poder Judicirio e tornando o processo mais rpido.

    Princpio da Irrecorribilidade imediata das interlocutrias;

    Uma das mais importantes tcnicas utilizadas pelo legislador para alcanar

    a celeridade dos ritos trabalhistas, toca impossibilidade de ser interposto recurso em

    face de decises interlocutrias, ao contrrio do que ocorre no processo civil, pois

    naquela seara as referidas decises so impugnadas por agravo (instrumento ou

    retido).

    Assim, sendo proferida deciso interlocutria deferindo a reintegrao do

    reclamante, no poder a empresa interpor de imediato qualquer recurso. Dever

    aguardar ser proferida sentena para interpor o recurso cabvel em face desta ltima

    deciso. Ao interpor o recurso ordinrio (art. 895, I CLT), demonstrar o seu

    inconformismo tambm em face de interlocutria proferida. Assim dispe o art. 893,

    1 da CLT.

    Art. 893 1 CLT - Os incidentes do processo so

    resolvidos pelo prprio Juzo ou Tribunal, admitindo-se a

    apreciao do merecimento das decises interlocutrias

    somente em recursos da deciso definitiva.

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    Na sistemtica do direito processual do trabalho, tal princpio no traz

    prejuzo s partes, j que o rito processual mostra-se bastante clere, em virtude da

    concentrao dos atos processuais.

    Portanto, a regra a impossibilidade de se interpor recurso em face de

    decises interlocutrias. Ocorre que a regra comporta excees. A primeira, descrita

    no art. 799, 2 da CLT, que trata das decises interlocutrias terminativas do feito.

    Entende-se que tais decises so aquelas que reconhecem a incompetncia absoluta

    da Justia do Trabalho e que, por isso, conforme art. 64, 1 do CPC/15, determinam

    a remessa dos autos para fora da Justia do Trabalho, isto , para a justia comum

    ou outra especializada. Nessa situao, caber recurso e imediato e, apesar de tratar-

    se de deciso interlocutria, o recurso cabvel ser o ordinrio (art. 895, I da CLT).

    ! Pouco importa o momento em que a interlocutria proferida. A

    regra a impossibilidade de se interpor recurso, salvo as excees

    legais e jurisprudenciais.

    Art. 799 2 CLT - Das decises sobre excees de

    suspeio e incompetncia, salvo, quanto a estas, se

    terminativas do feito, no caber recurso, podendo, no

    entanto, as partes aleg-las novamente no recurso que

    couber da deciso final.

    Outras excees esto contidas na Smula 214 do TST. So trs as

    situaes destacadas pelo Tribunal Superior do Trabalho:

    Deciso de TRT contrria a Orientao Jurisprudencial ou Smula do

    TST: nessa hiptese, ao dar provimento ao recurso e determinar a anulao da

    sentena, com retorno dos autos ao primeiro grau, pode o TRT decidir em

    desconformidade com Orientao Jurisprudencial ou Smula do TST, hiptese

    que gera o cabimento de recurso de revista para o TST.

    Deciso suscetvel de impugnao mediante recurso para o prprio

    tribunal: nessa situao, apesar de ter sido proferida deciso interlocutria,

    poder a parte prejudicada valer-se de recurso, pois a deciso pode ser

    impugnada por recurso interno, ou seja, processado e julgado pelo mesmo

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    tribunal. Situao tpica ocorre quando o Relator decide monocraticamente nos

    termos do art. 932 do CPC/15, podendo-se impugnar a deciso por agravo

    interno (art. 1.021 do CPC/15).

    Art. 932. Incumbe ao relator: I - dirigir e ordenar o

    processo no tribunal, inclusive em relao produo de

    prova, bem como, quando for o caso, homologar

    autocomposio das partes; II - apreciar o pedido de

    tutela provisria nos recursos e nos processos de

    competncia originria do tribunal; III - no conhecer de

    recurso inadmissvel, prejudicado ou que no tenha

    impugnado especificamente os fundamentos da deciso

    recorrida; IV - negar provimento a recurso que for

    contrrio a: a) smula do Supremo Tribunal Federal, do

    Superior Tribunal de Justia ou do prprio tribunal; b)

    acrdo proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo

    Superior Tribunal de Justia em julgamento de recursos

    repetitivos; c) entendimento firmado em incidente de

    resoluo de demandas repetitivas ou de assuno de

    competncia; V - depois de facultada a apresentao de

    contrarrazes, dar provimento ao recurso se a deciso

    recorrida for contrria a: a) smula do Supremo Tribunal

    Federal, do Superior Tribunal de Justia ou do prprio

    tribunal; b) acrdo proferido pelo Supremo Tribunal

    Federal ou pelo Superior Tribunal de Justia em

    julgamento de recursos repetitivos; c) entendimento

    firmado em incidente de resoluo de demandas

    repetitivas ou de assuno de competncia; VI - decidir o

    incidente de desconsiderao da personalidade jurdica,

    quando este for instaurado originariamente perante o

    tribunal; VII - determinar a intimao do Ministrio

    Pblico, quando for o caso; VIII - exercer outras

    atribuies estabelecidas no regimento interno do

    tribunal. Pargrafo nico. Antes de considerar

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    Deciso que julga exceo de incompetncia, determinando a remessa

    dos autos para Vara do Trabalho vinculada outro TRT: nessa situao,

    deve-se verificar, quando do julgamento de exceo de incompetncia

    territorial, se o juzo para o qual ser remetida a demanda trabalhista est

    vinculado ou no ao mesmo TRT. Por exemplo, se a ao for ajuizada perante

    Vara do Trabalho de Vitria/ES (TRT 17 Regio) e for determinada a remessa

    dos autos para Vara do Trabalho de So Paulo/SP (TRT 2 Regio), caber

    recurso, pois a demanda foi ajuizada perante um TRT (ES), sendo remetida

    para outro TRT (SP). Muda-se de regio por meio do julgamento da exceo de

    incompetncia. No se pode pensar em Estado, e sim, em Regio, pois o Estado

    do So Paulo possui duas regies Capital (2 Regio) e Campinas (15

    Regio) sendo que, por outro lado, alguns Estados da Federao no

    possuem TRT, tais como RR, AP, AC e TO.

    Exemplo: Digamos que Joana, apesar de grvida, tenha sido

    demitida sem justa causa da empresa em que trabalhava.

    Revoltada, procurou um Advogado que ajuizou uma ao

    trabalhista, pedindo a imediata reintegrao, ou seja, o seu

    retorno por deciso liminar, no incio do processo. Analisando esse

    inadmissvel o recurso, o relator conceder o prazo de 5

    (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vcio ou

    complementada a documentao exigvel.

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    pedido liminar, o Juiz proferiu uma deciso negando o pedido de

    retorno, por entender que no ficou provado que a autora

    engravidou enquanto empregada. Essa deciso negando o pedido,

    no incio do processo, recebe o nome de deciso interlocutria,

    pois o processo no terminou, e sim, apenas analisou um pedido

    de urgncia. Por mais revoltada que Joana esteja com a deciso

    desfavorvel, no poder interpor nenhum recurso, pois a regra

    que no cabe recurso de deciso proferida no meio do processo

    (deciso interlocutria).

    SUM-214 TST DECISO INTERLOCUTRIA.

    IRRECORRIBILIDADE (nova redao) - Res. 127/2005, DJ

    14, 15 e 16.03.2005 Na Justia do Trabalho, nos termos

    do art. 893, 1, da CLT, as decises interlocutrias no

    ensejam recurso imediato, salvo nas hipteses de

    deciso: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrria

    Smula ou Orientao Jurisprudencial do Tribunal

    Superior do Trabalho; b) suscetvel de impugnao

    mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe

    exceo de incompetncia territorial, com a remessa dos

    autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se

    vincula o juzo excepcionado, consoante o disposto no art.

    799, 2, da CLT.

    Princpio do Duplo grau de jurisdio;

    O princpio do duplo grau de jurisdio gera a possibilidade das partes

    recorreram de decises que lhes forem desfavorveis, interpondo os recursos

    previstos em lei. Apesar de usual a utilizao de recursos, o direito de interp-los no

    considerado uma garantia constitucional, pois no h qualquer dispositivo na

    CRFB/88 prevendo tal direito.

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    O exerccio do duplo grau se d por interpretao sistemtica do texto

    constitucional, j que naquele h previso da existncia de tribunais, sendo

    competentes para o processamento e julgamento de recursos.

    Ao se buscar a reforma ou anulao de uma deciso judicial, afirma-se a

    existncia de um dos seguintes vcios: error in judicando e error in procedendo, que

    significam o equvoco do julgador quando de sua anlise acerca da situao concreta,

    sujeita jurisdio estatal e o equvoco na realizao de algum ato processual, isto,

    erro no procedimento.

    ! O error in procedendo gera o pedido de anulao da deciso,

    enquanto o error in judicando faz com que o recorrente requeira a

    reforma do julgado.

    Ainda sobre o tema, mostra-se importante salientar que os recursos so

    julgados, geralmente, por rgo de hierarquia superior quele que proferiu a deciso,

    mas nada impede que o remdio processual seja julgado pelo mesmo rgo que

    proferiu a deciso recorrida, como ocorre nos embargos de declarao.

    Alm disso, por no se tratar de garantia constitucional, pode ser

    restringido, isto , pode a lei impor situaes das quais no caiba recurso, como

    ocorre no procedimento sumrio, tambm conhecido por dissdio de alada, previsto

    na Lei n 5584/70.

    Exemplo: se ajuzo uma ao trabalhista buscando a condenao

    do ru ao pagamento de R$1.000.000,00 em danos morais e

    perco, posso interpor recurso, que em regra julgado pelo rgo

    de hierarquia superior, um tribunal. Muitas vezes tenho mais de

    uma possibilidade de interpor recurso, as vezes vrias, mas deve

    haver pelo menos um recurso disponvel s partes, para que seja

    exercido o duplo grau de jurisdio, j que possvel que o Juiz

    erre, j que humano.

    Princpio do Contraditrio e ampla defesa;

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    Os princpios em comento esto assegurados na CRFB/88 no art. 5, LV,

    que aduz, em sntese, a necessidade das partes serem informadas dos atos

    processuais para, querendo, apresentarem manifestao, isto , reao. Sabe-se que

    a marcha processual formada por diversos atos, dos quais participam as partes,

    bem como terceiros, sendo que os primeiros so intimados cientificados pelo

    Estado, de maneira que possam atuar no processo, caso queiram. O contraditrio,

    como j afirmado, pode ser reduzido frmula informao + possibilidade de reao.

    ! No h necessidade de reao efetiva, bastante oferecer parte a

    possibilidade de reagir, por tratar-se de faculdade daquela.

    LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo,

    e aos acusados em geral so assegurados o contraditrio

    e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.

    Assim, deve o Estado cientificar as partes por meio da citao (notificao)

    e da intimao. Assim, sendo designada audincia no processo do trabalho, as partes

    devem ser notificadas para comparecerem. obvio que o comparecimento no

    obrigatrio, por tratar-se de nus, o que representa dizer que a ausncia trar

    consequncias processuais, tais como o arquivamento da reclamao caso o autor

    falte quele ato ou a revelia sendo faltoso o ru.

    Em tpico prprio, sero analisadas as regras sobre a notificao e

    intimao no processo do trabalho, mas alguns pontos merecem relevo nesse

    momento:

    A notificao do ru no processo do trabalho no necessita ser requerida na

    petio inicial, por tratar-se de ato automtico do servidor do juzo;

    A notificao do ru no feita para apresentar defesa em certo prazo, como

    no processo civil, e sim, para comparecer audincia, na qual poder ser

    apresentada defesa oral. A audincia ser a primeira desimpedida no prazo de

    pelo menos 5 (cinco) dias entre o recebimento da notificao e a realizao

    daquele ato, de acordo com o art. 841 da CLT.

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    Art. 841 CLT - Recebida e protocolada a reclamao, o

    escrivo ou secretrio, dentro de 48 (quarenta e oito)

    horas, remeter a segunda via da petio, ou do termo, ao

    reclamado, notificando-o ao mesmo tempo, para

    comparecer audincia do julgamento, que ser a

    primeira desimpedida, depois de 5 (cinco) dias. 1 - A

    notificao ser feita em registro postal com franquia. Se

    o reclamado criar embaraos ao seu recebimento ou no

    for encontrado, far-se- a notificao por edital, inserto

    no jornal oficial ou no que publicar o expediente forense,

    ou, na falta, afixado na sede da Junta ou Juzo. 2 - O

    reclamante ser notificado no ato da apresentao da

    reclamao ou na forma do pargrafo anterior.

    Por fim, vale a pena dizer que nem sempre a ausncia de citao ou

    intimao importar em violao ao princpio do contraditrio, pois a nulidade

    processual somente ser pronunciada se for verificado o prejuzo da parte, pois

    nulidade igual a vcio de forma + prejuzo. Caso a violao ao contraditrio no

    acarrete prejuzo, o ato ser vlido, pois entrar em cena o princpio da

    instrumentalidade das formas, a ser estudado em tpico prprio.

    ! Nulidade = erro de forma + prejuzo.

    Sobre a ampla defesa, afirma-se que as partes podero utilizar-se de todos

    os meios processuais legais para a demonstrao de seu direito, inclusive o silncio,

    pois segundo destaca o TST, por meio de sua Smula n. 403, I que no caracteriza

    dolo processual, previsto no art. 485, III, do CPC, o simples fato de a parte vencedora

    haver silenciado a respeito de fatos contrrios a ela. O Art. 485, III do CPC a que

    alude a Smula do TST o atual art. 966, III do CPC/15.

    No CPC/15, o art. 10 destaca a necessidade de efetivao do

    contraditrio at mesmo em relao s normas de ordem pblica, que na

    vigncia do CPC/73 podiam ser reconhecidas de ofcio.

    Exemplo: aps trabalhar diversos anos em uma empresa, Joo

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    foi demitido e ajuizou reclamao trabalhista em face do ex-

    empregador, alegando ter trabalhado em jornada extraordinria

    sem receber qualquer quantia, alm de ter sido humilhado

    perante todos os demais empregados, quando da sua demisso,

    tendo em vista que o gerente lhe disse, em alto e bom som, que

    ele era incompetente, preguioso e outros elogios. Ajuizou a

    ao e pediu a condenao da empresa ao pagamento de

    R$100.000,00 (reunindo todos os pedidos). A empresa deve ser

    notificada (citada) para conhecer as alegaes de Joo e, caso

    queira, apresentar defesa. Pode at no apresentar defesa, caso

    no queira, mas a possibilidade de reagir lhe foi conferida. Assim,

    foram respeitados os princpios do contraditrio e ampla defesa.

    Situao diversa ocorreria se Joo inclusse o endereo errado da

    empresa em sua petio inicial e o ex-empregador no tivesse

    conhecimento da ao, sendo condenado revelia. O erro do

    endereo impediu o conhecimento da causa pelo ru.

    Princpio da Conciliao;

    A conciliao um dos pilares mais importantes do processo do trabalho,

    contribuindo em muito para a manuteno de sua peculiar celeridade. Ao criar a

    sistemtica processual trabalhista, o legislador procurou, em todos os procedimentos,

    instigar as partes composio conciliatria do conflito, criando momentos especficos

    e obrigatrios para que o Juiz busque o acordo, de forma a extinguir o processo com

    resoluo do mrito, conforme art. 487, III, b do CPC/15, da maneira clere e

    eficaz.

    ! Homologao de acordo gera sempre a extino do processo com

    resoluo de mrito.

    Art. 487. Haver resoluo de mrito quando o juiz: III -

    homologar: b) a transao;

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    Um primeiro ponto a ser destacado que o art. 764 da CLT afirma que os

    dissdios individuais e coletivos sero objeto de tentativa de conciliao, sendo lcito

    s partes formul-la em qualquer momento do processo, inclusive, em execuo de

    sentena, como a prtica demonstra ser comum.

    Art. 764 CLT - Os dissdios individuais ou coletivos

    submetidos apreciao da Justia do Trabalho sero

    sempre sujeitos conciliao.

    Nos dissdios individuais, o Juiz buscar a conciliao em dois momentos

    obrigatrios, no incio e no trmino da audincia. Em termos mais precisos, aps a

    realizao do prego (art. 846 CLT) e aps as razes finais (art. 850 CLT). No rito

    sumarssimo, destaque para o art. 852-E, que afirma que o Juiz buscar a conciliao

    em todos os momentos da audincia. Nos dissdios coletivos, o Presidente do Tribunal

    designar audincia prpria para a tentativa de conciliao, conforme ser melhor

    estudado em aula sobre aquele espcie de dissdio.

    Art. 852-E CLT. Aberta a sesso, o juiz esclarecer as

    partes presentes sobre as vantagens da conciliao e

    usar os meios adequados de persuaso para a soluo

    conciliatria do litgio, em qualquer fase da audincia.

    No se pode esquecer jamais que a homologao de acordo gera a extino

    do processo com resoluo do mrito, de acordo com o art. 487, III, b do CPC/15.

    Alm disso, caso seja apresentada proposta de acordo, o Juiz no obrigado a

    homolog-la, de acordo com a Smula n. 418 do TST, no sendo possvel a

    impetrao de mandado de segurana, uma vez que o Juiz do Trabalho dever

    verificar se o acordo prejudicial ou no ao obreiro, tendo em vista o princpio da

    proteo.

    ! O juiz no obrigado a homologar o acordo apresentado pelas

    partes e deferir liminar.

    SUM-418 TST - MANDADO DE SEGURANA VISANDO

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    CONCESSO DE LIMINAR OU HOMOLOGAO DE ACORDO

    (converso das Orientaes Jurisprudenciais ns 120 e

    141 da SBDI-2) - Res. 137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005

    A concesso de liminar ou a homologao de acordo

    constituem faculdade do juiz, inexistindo direito lquido e

    certo tutelvel pela via do mandado de segurana.

    Por fim, importante fazer referncia ao contedo da Smula n. 259 do TST,

    que afirma ser a ao rescisria o meio processual adequado para desconstituir

    deciso homologatria de acordo, por faltar interesse na interposio de recurso.

    ! Eventual erro no acordo deve ser demonstrado por ao rescisria.

    SUM-259 TST - TERMO DE CONCILIAO. AO

    RESCISRIA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e

    21.11.2003 S por ao rescisria impugnvel o termo

    de conciliao previsto no pargrafo nico do art. 831 da

    CLT.

    Exemplo: imagine que voc tenha ajuizado uma ao trabalhista

    pedindo a condenao do reclamado ao pagamento de

    R$10.000,00. Na audincia a empresa apresentou proposta de

    acordo: pagaria R$6.000,00 naquela mesma data. Voc disse

    que aceitava e o Juiz achou o acordo conveniente, razo pelo

    qual homologou o mesmo e extinguiu o processo com resoluo

    do mrito. Contudo, poderia ocorrer da empresa oferecer apenas

    R$3.000,00 e voc aceitar, mas o Juiz no homologar, por

    entender que aquele valor estava muito abaixo do que voc

    merecia. Mesmo que voc afirme que concorda (e que o direito

    seu !!) o Juiz no obrigado a homologar (aceitar) o acordo.

    No aceitando, o processo continuar com a prtica dos demais

    atos processuais.

    Princpio do Jus postulandi;

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    O princpio em estudo revela a possibilidade das partes realizarem os atos

    processuais sem a representao de Advogado. Tal regra encontra-se prevista no art.

    791 da CLT. Essa norma passou a ser muito contestada aps a CRFB/88, j que a

    Carta Magna prev no art. 133 a indispensabilidade do Advogado, demonstrando a

    sua importncia para a administrao da justia. Advogou-se tese da no recepo do

    dispositivo celetista.

    ! O art. 791 da CLT no conflita com o art. 133 da CRFB/88, por isso

    foi recepcionado.

    Art. 791 CLT - Os empregados e os empregadores podero

    reclamar pessoalmente perante a Justia do Trabalho e

    acompanhar as suas reclamaes at o final.

    Art. 133 CF. O advogado indispensvel administrao

    da justia, sendo inviolvel por seus atos e manifestaes

    no exerccio da profisso, nos limites da lei.

    Ocorre que o entendimento do STF e do TST foi em sentido contrrio. O jus

    postulandi continua a existir na Justia do Trabalho, independentemente do valor da

    causa ou da complexidade da demanda.

    Apesar do TST manter a aplicao do instituto, foi editada a Smula n, 425

    daquele tribunal, restringindo-o em algumas situaes. Segundo o entendimento

    consolidado, no subsiste o jus postulandi nos recursos para o TST, na ao cautelar,

    ao rescisria e no mandado de segurana. A justificativa bastante plausvel. Em

    relao aos recursos julgados pelo TST, os requisitos de admissibilidade complexos

    (prequestionamento, cabimento, fundamentao, etc) impedem que algum, que no

    seja Advogado, realize o ato corretamente. Nas demais hipteses, os requisitos e

    procedimentos tambm dificultam a prtica dos atos, merecendo o acompanhamento

    de Advogado, que possui capacidade postulatria.

    Em sntese, temos as seguintes restries ao jus postulandi;

    Vara do Trabalho e Tribunal Regional do Trabalho: Ao Rescisria,

    Mandado de Segurana e Ao Cautelar.

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    Tribunal Superior do Trabalho: Ao Rescisria, Mandado de Segurana,

    Ao Cautelar e Recursos processados e julgados por aquele tribunal.

    SUM-425 TST - JUS POSTULANDI NA JUSTIA DO

    TRABALHO. ALCANCE - Res. 165/2010, DEJT divulgado em

    30.04.2010 e 03 e 04.05.2010 - O jus postulandi das

    partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se s Varas

    do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, no

    alcanando a ao rescisria, a ao cautelar, o mandado de

    segurana e os recursos de competncia do Tribunal

    Superior do Trabalho.

    Exemplo:Se quero ajuizar uma reclamao trabalhista em face do

    meu ex-empregador, posso contratar um Advogado ou no,

    ajuizar a ao pessoalmente. Posso redigir a minha prpria

    petio inicial ou ajuiz-la oralmente, comparecendo Justia do

    Trabalho para que um servidor (voc, por exemplo), reduza

    termo a minha histria, isto , coloque-a no papel. Contudo, caso

    haja necessidade de impetrar um mandado de segurana na

    Justia do Trabalho, ajuizar uma ao rescisria, uma ao

    cautelar ou interpor um recurso para o TST, a necessitarei de um

    Advogado. Digamos que a deciso do Juiz do Trabalho (Vara do

    Trabalho) tenha sido desfavorvel. Sem Advogado estava, sem

    Advogado recorri ao TRT, que manteve a deciso desfavorvel.

    Agora, para recorrer ao TST tenho que contratar um Advogado,

    pois a Smula n 425 do TST diz que no se aplica o jus

    postulandi aos recursos para aquele Tribunal. Logo, no posso

    interpor o recurso sozinho. Obrigatoriamente esse recurso dever

    ser assinado por um Advogado.

    Princpio da Motivao das decises judiciais;

    Sobre esse importante princpio, merece destaque o art. 93, IX da CRFB/88,

    que aduz ser necessria a fundamentao de todas as decises judiciais, sob pena de

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    nulidade. Trata-se de nulidade absoluta que, portanto, no pode ser sanada. Nos

    termos do art. 489 do CPC/15, so requisitos da sentena: relatrio, fundamentao e

    dispositivo. A fundamentao o momento em que o juiz analisa a causa de pedir do

    autor, bem como os fundamentos da defesa, concluindo pela procedncia ou

    improcedncia do pedido formulado na exordial.

    Art. 93 IX CF: todos os julgamentos dos rgos do Poder

    Judicirio sero pblicos, e fundamentadas todas as

    decises, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a

    presena, em determinados atos, s prprias partes e a

    seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais

    a preservao do direito intimidade do interessado no

    sigilo no prejudique o interesse pblico informao.

    A CLT tambm faz referncia ao princpio, quando insere no art. 832, que

    da deciso devero constar o nome das partes, o resumo do pedido e da defesa, a

    apreciao das provas, os fundamentos da deciso e a respectiva concluso.

    ! Por poltica legislativa, em alguns procedimentos, pode o

    legislador deixar de exigir o relatrio, mas nunca a fundamentao

    e o dispositivo.

    Art. 832 CLT - Da deciso devero constar o nome das

    partes, o resumo do pedido e da defesa, a apreciao das

    provas, os fundamentos da deciso e a respectiva

    concluso.

    O princpio aplicvel a todos os atos decisrios, ou seja, decises

    interlocutrias, sentenas, acrdos e decises monocrticas. Apenas os despachos

    no precisam ser fundamentos, j que no possuem forma, no geram prejuzo, por

    apenas impulsionarem o processo.

    ! Dos despachos no cabe recurso, conforme art. 1.001 do CPC/15.

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    Exemplo: imagine que tenha ajuizada uma reclamao

    trabalhista, alegando ter trabalhado em jornada noturna, sem

    receber o adicional devido, bem como em jornada extraordinria,

    sem nada receber. Para provar os suas alegaes, juntou

    documentos, levou testemunhas audincia. Saiu daquele ato

    satisfeito(a), pensando que a sentena seria procedente, ou seja,

    voc conseguiria a condenao pretendida. Quando da intimao

    da sentena, voc se assustou ao saber que a deciso tinha sido

    desfavorvel. Qual a primeira pergunta que lhe veio mente?

    Por que o Juiz no reconheceu os meus pedidos? Imagina se ele

    no precisasse explicar a deciso, no precisasse fundamentar a

    negativa do seu pedido? Certamente voc ficaria ainda mais

    irritado(a). Vejam pelo princpio que o Juiz deve fundamentar,

    motivar a deciso, explicando os motivos que o levaram a julgar

    daquela maneira.

    Princpio da Probidade processual;

    O princpio em referncia tambm conhecido por boa-f processual e

    destaca que todos os sujeitos do processo parciais ou imparciais devem seguir as

    condutas previstas no art. 77 do CPC/15.

    Art. 77. Alm de outros previstos neste Cdigo, so

    deveres das partes, de seus procuradores e de todos

    aqueles que de qualquer forma participem do processo: I

    - expor os fatos em juzo conforme a verdade; II - no

    formular pretenso ou de apresentar defesa quando

    cientes de que so destitudas de fundamento; III - no

    produzir provas e no praticar atos inteis ou

    desnecessrios declarao ou defesa do direito; IV -

    cumprir com exatido as decises jurisdicionais, de

    natureza provisria ou final, e no criar embaraos sua

    efetivao; V - declinar, no primeiro momento que lhes

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    couber falar nos autos, o endereo residencial ou

    profissional onde recebero intimaes, atualizando essa

    informao sempre que ocorrer qualquer modificao

    temporria ou definitiva; VI - no praticar inovao ilegal

    no estado de fato de bem ou direito litigioso.

    As partes que descumprirem as regras ali contidas so denominadas de

    litigantes de m-f, cabendo a aplicao de penalidades previstas no art. 81 do

    CPC/15, que destaca as normas sobre multas e outras penas pecunirias a serem

    impostas. Destaca-se que tais penalidades pecunirias no so impostas aos

    Advogados pblicos e privados, Membros da Defensoria Pblica e Ministrio Pblico,

    pois segundo o 6 do art. 77 do CPC/15, queles aplicam-se as penalidades

    disciplinares a serem aplicadas pelos rgos e classe ou categoria.

    ! As penas pecunirias no se aplicam aos Advogados, Defensores

    Pblicos e Membros do Ministrio Pblico e sim, s partes.

    Art. 81. De ofcio ou a requerimento, o juiz condenar o

    litigante de m-f a pagar multa, que dever ser superior

    a um por cento e inferior a dez por cento do valor

    corrigido da causa, a indenizar a parte contrria pelos

    prejuzos que esta sofreu e a arcar com os honorrios

    advocatcios e com todas as despesas que efetuou.

    1o Quando forem 2 (dois) ou mais os litigantes de m-f,

    o juiz condenar cada um na proporo de seu respectivo

    interesse na causa ou solidariamente aqueles que se

    coligaram para lesar a parte contrria. 2o Quando o

    valor da causa for irrisrio ou inestimvel, a multa poder

    ser fixada em at 10 (dez) vezes o valor do salrio-

    mnimo. 3o O valor da indenizao ser fixado pelo juiz

    ou, caso no seja possvel mensur-lo, liquidado por

    arbitramento ou pelo procedimento comum, nos prprios

    autos.

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    Destaca-se no art. 81 do CPC/15 que a multa ser aplicada de ofcio pelo

    Poder Judicirio, isto , sem necessidade de pedido. Ademais, a aplicao de multa

    poder ser realizada em qualquer instncia e momento processuais.

    ! A litigncia de m-f, bem como as suas consequncias, devem ser

    declaradas de ofcio pelo juiz.

    Existem outros dispositivos do CPC/15 que tratam da matria, podendo-se

    destacar o art. 1.026, 2, extremamente utilizado na prtica forense, pois trata de

    multa a ser aplicada na utilizao de embargos de declarao com fins protelatrios.

    2o Quando manifestamente protelatrios os embargos

    de declarao, o juiz ou o tribunal, em deciso

    fundamentada, condenar o embargante a pagar ao

    embargado multa no excedente a dois por cento sobre o

    valor atualizado da causa.

    Exemplo: ajuizei uma ao trabalhista alegando a existncia

    de dano moral, diante de uma situao chata que ocorrera no

    dia-a-dia da empresa, que culminou com o meu pedido de

    demisso. O meu gerente, em determinado dia, na frente de

    toda a equipe, afirmou que eu nunca cumpria as metas porque

    era incompetente, porque no me empenhava e que devia

    buscar outra profisso. Essa situao me humilhou muito, pois

    toda a equipe presenciou, razo pela qual procurei o Poder

    Judicirio com ao de dano moral. Ocorre que na audincia, a

    empresa r levou um empregado, que a tudo presenciou, mas

    pagou quele para que mentisse. Assim fez com outras 2

    testemunhas. Essa atitude considerada de m-f.

    Conseguindo perceber a Manobra, o Juiz condenou a r ao

    pagamento de multa por litigncia de m-f, j que houve

    ferimento ao princpio da probidade processual.

    Princpio da Eventualidade;

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    O princpio da eventualidade normalmente aplicvel ao direito de defesa,

    estando previsto no art. 336 do CPC/15, que aduz que toda a matria de defesa

    dever ser apresentada no momento oportuno, qual seja, na contestao, sob pena

    de precluso. Alm da defesa de mrito, deve o ru apresentar a defesa processual,

    prevista no art. 337 do CPC/15. Contudo, diferentemente do que ocorre com a defesa

    de mrito, no haver precluso em relao ltima, por tratar-se em regra de

    defesa que pode ser conhecido de ofcio pelo Magistrado, nos termos do art. 337, 5

    do CPC.

    Art. 336. Incumbe ao ru alegar, na contestao, toda a

    matria de defesa, expondo as razes de fato e de direito

    com que impugna o pedido do autor e especificando as

    provas que pretende produzir.

    Art. 337, 5o Excetuadas a conveno de arbitragem e a

    incompetncia relativa, o juiz conhecer de ofcio das

    matrias enumeradas neste artigo.

    Ligada ao tema, destaca-se ainda o princpio da impugnao especificada

    dos fatos, previsto no art. 341 do CPC/15. Segundo o dispositivo, o ru dever

    formular defesa especfica em relao aos fatos articulados pelo autor, no podendo,

    regra geral, formular defesa genrica. Esse ltimo tipo de defesa, se apresentada por

    quem no possui autorizao judicial, tida como no apresentada, acarretando

    revelia, com a presuno de veracidade dos fatos apresentados na petio inicial.

    Art. 341. Incumbe tambm ao ru manifestar-se

    precisamente sobre as alegaes de fato constantes da

    petio inicial, presumindo-se verdadeiras as no

    impugnadas, salvo se: I - no for admissvel, a seu

    respeito, a confisso; II - a petio inicial no estiver

    acompanhada de instrumento que a lei considerar da

    substncia do ato; III - estiverem em contradio com a

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    defesa, considerada em seu conjunto. Pargrafo nico. O

    nus da impugnao especificada dos fatos no se aplica

    ao defensor pblico, ao advogado dativo e ao curador

    especial.

    Exemplo: eu sou Advogado de uma empresa que est

    respondendo a uma ao ajuizada por Joo. J a 2 ao

    ajuizada por aquele ex-empregado pedindo a mesma coisa. J

    fiz a defesa na primeira ao, que est tramitando na 2 Vara

    do Trabalho de Vitria. Agora, na defesa da 2 ao, que

    tramita na 10 Vara de Vitria, vou alegar a litispendncia,

    que a existncia de duas aes iguais, pedindo para extinguir

    a primeira ao sem resoluo do mrito. Ocorre que, na

    pressa, esqueci de alegar a litispendncia. E agora? Ser que

    perdi a oportunidade de alegar esse vcio? Ser que o Juiz

    aplicar o princpio da eventualidade, impedindo de alegar

    futuramente esse vcio? As respostas so negativas. A

    litispendncia, bem como as outras matrias do art. 301 do

    CPC, com exceo do compromisso arbitral, podem ser

    alegadas posteriormente, bem como o prprio Juiz pode

    reconhecer a existncia das 2 aes idnticas e extinguir a

    segunda.

    Princpio da Precluso;

    Precluso significa perda. Tratando-se de instituto processual, acarreta a

    perda da possibilidade de realizao de um ato processual, que pode ocorrer em

    virtude de trs fatos:

    Prtica de ato processual fora do prazo estabelecido: Denominada de

    precluso temporal, encontra-se prevista no art. 223 do CPC/15 e ocorre

    quando o ato deixa de ser praticado dentro do prazo que estabelecido por lei

    ou pelo juiz. Trata-se de corrente perda do prazo. A no interposio do recurso

    no prazo de 8 (oito) dias gera precluso temporal, ou seja, a perda da

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    possibilidade de recorrer. Importante destacar que a impossibilidade de se

    praticar o ato aps o decurso do prazo relativo, pois pode ser configurada a

    justa causa, nos termos do nico do artigo referido, abrindo-se novo prazo, a

    ser estipulado pelo Juiz, para a realizao do ato.

    Art. 223. Decorrido o prazo, extingue-se o direito de

    praticar ou de emendar o ato processual,

    independentemente de declarao judicial, ficando

    assegurado, porm, parte provar que no o realizou

    por justa causa. 1o Considera-se justa causa o evento

    alheio vontade da parte e que a impediu de praticar o

    ato por si ou por mandatrio. 2o Verificada a justa

    causa, o juiz permitir parte a prtica do ato no prazo

    que lhe assinar.

    Realizao de ato processual incompatvel: Denominada de precluso

    lgica, ocorre quando a parte perde a oportunidade de realizar determinado ato

    processual, por j ter realizado outro incompatvel, ou seja, a incompatibilidade

    entre o primeiro ato e o segundo impede a prtica deste ltimo. Tal situao

    encontra-se prevista no art. 1.000 do CPC/15, que prev a impossibilidade da

    parte que aceitou a deciso, tcita ou expressamente, interpor recurso, por

    tratarem de situaes antagnicas, incompatveis entre si.

    Art. 1.000. A parte que aceitar expressa ou tacitamente a

    deciso no poder recorrer. Pargrafo nico. Considera-

    se aceitao tcita a prtica, sem nenhuma reserva, de ato

    incompatvel com a vontade de recorrer.

    Realizao de ato processual em momento anterior, sem possibilidade

    de renovao: Por fim, a denominada precluso consumativa, que impede a

    prtica de ato processual quando o mesmo j houver sido praticado

    anteriormente. Trata-se da impossibilidade de repetir-se ato j realizado, tendo

    em vista que as partes possuem apenas uma oportunidade para a realizao

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    dos atos processuais. Se apresentada contestao incompleta, no poder

    repetir o ato ou complement-lo. Em grau recursal, geralmente de