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Excelentíssimo Senhor Procurador do Trabalho da PRT da 6ª Região REF. INQUERITO CIVIL 1740/2013 NOELIA LIMA BRITO, brasileira, solteira, procuradora judicial do Município do Recife e advogada, residente e domiciliada na Rua Conde D’Eu, nº 93, Apt. 502, Santo Amaro, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, advogando em causa própria, tendo em vista a notificação para comparecer perante essa douta Procuradoria, em razão de denúncia totalmente infundada e difamatória apresentada por pessoa ou pessoas de identidade não revelada, prestar os esclarecimentos que adiante passa a expor:

Defesa mpt abaixo_assinado2

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Page 1: Defesa mpt abaixo_assinado2

Excelentíssimo Senhor Procurador do Trabalho da PRT da 6ª

Região

REF. INQUERITO CIVIL 1740/2013

NOELIA LIMA BRITO, brasileira, solteira, procuradora

judicial do Município do Recife e advogada, residente e domiciliada na

Rua Conde D’Eu, nº 93, Apt. 502, Santo Amaro, vem, respeitosamente,

perante Vossa Excelência, advogando em causa própria, tendo em

vista a notificação para comparecer perante essa douta Procuradoria, em

razão de denúncia totalmente infundada e difamatória apresentada por

pessoa ou pessoas de identidade não revelada, prestar os

esclarecimentos que adiante passa a expor:

A notificada tem sido alvo de sistemática perseguição e

assédio moral promovido por agentes da Administração pública municipal

e por políticos, em razão de ter, desde sempre, seja como Procuradora do

Município, seja como cidadã, manifestado de maneira proativa sua

indignação e dissonância contra práticas nefandas adotadas no âmbito do

Município do Recife, por sucessivas gestões que privilegiaram o

clientelismo eleitoreiro, em detrimento dos princípios basilares da

Administração Pública. As denúncias ora rebatidas fazem parte desse

ataque orquestrado contra a honra e a credibilidade da notificada, pessoa

de reputação ilibada nos meios jurídicos, na Administração pública, nos

movimentos sociais em que milita e na mídia em geral.

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Dentre as práticas contra a qual tem se debatido a

notificada, desponta a terceirização no âmbito da Administração Pública

Municipal, pelos motivos mais que sabidos por essa Procuradoria

Regional, vez que não foram poucas as atuações da Procuradoria do

Trabalho no restante do país, no combate a referida prática que fere,

entre outros princípios, o do concurso público.

No caso específico da Prefeitura do Recife e, mais

detidamente, da Procuradoria da Fazenda Municipal, de onde, ao que

tudo indica, partem as levianas, falsas e jamais comprovadas acusações

de tratamento grotesco e, inclusive, com uso de vocabulário até

incompatível com o que costumeiramente utiliza a ora notificada, contra

terceirizados daquela especializada, os males da terceirização foram

expostos pela notificada em Relatório circunstanciado entregue, contra-

recibo (cópia anexa), ao procurador do Município, Raimundo Fernandes

de Souza, quando ainda exercia o cargo de Diretor Geral das

Procuradorias da gestão João da Costa.

Além disso, a notificada protocolou junto a esta

Procuradoria Regional do Trabalho, uma denúncia (Termo de

Denúncia nº 1746, de 22/08/2011) expondo a maneira pela qual se

davam e ainda continuam se dando as terceirizações naquela

Procuradoria Municipal (cópia anexa), a qual chefiara por onze meses e

da qual saíra no início do ano de 2011, por discordar totalmente da forma

de funcionamento, falta de estrutura e da situação de ilegalidade pela

qual se dá o aparelhamento do órgão, que não difere, é importante

destacar, do que ocorre em grande parte das secretárias da Prefeitura do

Recife, onde os serviços são prestados quase sempre por terceirizados e,

o que é mais grave, em flagrante desvio de função, tudo conforme

minuciosamente exposto no Relatório prefalado e na denúncia referida,

onde o descumprimento da legislação trabalhista, em prejuízo dos

próprios terceirizados, também fora denunciado, sem que nenhuma

providência, entretanto, fosse tomada por esse órgão do Parquet federal

naquela oportunidade.

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Na Denúncia nº 1746, feita perante essa PRT, a notificada

já alertava a esse órgão ministerial que vinha sendo vítima de

chantagens e ameaças, daí porque, inclusive pedira sigilo para a

denúncia: “Coloco todas essas questões sob o crivo desse

respeitável órgão, destacando a necessidade de se tomar

providências contra tantos atentados que têm sido praticados,

seja contra a legislação trabalhista, seja contra a Constituição

Federal, que prevê o concurso público para o acesso aos cargos

públicos. Solicito sigilo sobre minha identidade, pois já fui alvo

de ameaças e perseguições por me insurgir contra as

irregularidades aqui reportadas.”

Estranhamente, essa PRT ignorou totalmente a denúncia da

ora notificada e a encaminhou para o Ministério Público Estadual,

declinando de sua competência. A ora notificada não tem notícias de

quaisquer providências que tenham sido tomadas pelo Ministério Público

Estadual a partir de suas denúncias originariamente feitas a este MPT e

recambiadas àquele, uma vez que as ilegalidades persistem sendo

praticadas em todos os órgãos da municipalidade, notadamente na

Secretaria de Assuntos Jurídicos, a ponto de terceirizados contratados

como digitadores exararem despachos de encaminhamentos de

diligências e ainda utilizarem carimbos onde são designados como

“procuradores judiciais” (doc. Anexo).

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Para que esse órgão ministerial tenha pelo menos uma vaga

ideia da indignidade que está sendo praticada contra a notificada, ao lhe

serem atribuídas condutas totalmente infames e inverídicas, sobre as

quais discorrerá logo em seguida, a ora notificada, mesmo após deixar a

procuradoria da Fazenda Municipal, a pedido seu e pelas razões expostas

no multicitado relatório, onde expusera todas as irregularidades

encontradas naquela especializada, chegou a ser procurada por

terceirizados da Procuradoria para que intercedesse a seu favor, como

sempre fizera, no sentido de que lhes fosse assegurado o respectivo

pagamento, pois por incansáveis vezes foi a própria notificada quem

ligou para as empresas terceirizadas e para o Departamento de

Administração Setorial da SAJ, cobrando-lhes providências para que fosse

realizado o pagamento e o crédito dos vale-transportes dos terceirizados

da Procuradoria da Fazenda Municipal do Recife, já que os prejudicados

com tais atrasos temiam por demissão, na hipótese de tomarem a frente

de tais cobranças.

Foi nesse sentido e atendendo a pedido dos terceirizados de

Serviços Gerais da SAJ, que a ora notificada protocolou a Denúncia nº

2526, reportando que apesar de ter recebido os respectivos empenhos, a

empresa contratada retinha os pagamentos dos prestadores de serviço. A

partir da mencionada denúncia, essa PRT, em atitude bem diversa

daquela observada na outra denúncia, celebrou o Termo de

Ajustamento de Conduta nº 1660/2012 (cópia anexa), por

intermédio da Procuradora Melícia Alves de Carvalho Mesel.

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Está claro que o alvo da ora notificada sempre foram as

terceirizações, dada sua flagrante ilegalidade e o prejuízo que os

contratos respectivos causam ao Erário e aos próprios trabalhadores, ex

vi as centenas de Reclamações Trabalhistas que tramitam no Fórum

Trabalhista da Capital, contra empresas fantasmas e inexplicavelmente

insolventes, como é o caso da Transval, apenas para citar um exemplo.

Jamais as pessoas dos terceirizados, foram objeto de qualquer tipo de

ofensa ou ataques pessoais por parte da notificada, que é figura pública

que milita na defesa dos direitos humanos, junto aos movimentos sociais,

tendo inclusive atuado perante essa Procuradoria Regional do Trabalho,

representando os rodoviários da Oposição Rodoviária, em 2012 e 2013,

promovendo denúncias em seu próprio nome, de modo a preservar a

incolumidade e os empregos daqueles profissionais e tudo sem auferir

qualquer vantagem econômico-financeira ou pessoal, muito pelo

contrário, passando a ser a própria notificada alvo de todo tipo de ataque

e perseguições políticas, as mais abjetas, como a que ora se pretende

instaurar mediante a provocação do Ministério Público do Trabalho com

acusações sabidamente falsas.

Até o momento nada foi feito para corrigir a situação

denunciada pela notificada, seja pelo Município do Recife, apesar de

saber da ilegalidade das terceirizações realizadas para suprir a

necessidade de pessoal da SAJ e apesar do alerta feito, por escrito, no

relatório antes mencionado, seja por essa Procuradoria Regional do

Trabalho, seja pelo Ministério Público Estadual, em face da denúncia

anteriormente mencionada. Entretanto, as chantagens e ameaças contra

a denunciante, ora notificada, de fato se concretizaram através de

desdobramento dado ao “abaixo-assinado” que fora forjado por

dirigentes da prefeitura do Recife e por políticos a estes associados, cujos

interesses impublicáveis e subterrâneos foram e continuam sendo

contrariados pela atuação firme, proba e independente da notificada,

com o intuito exclusivo de intimidar e calar sua voz, para que seus

desmandos e até improbidades continuassem e continuem impunes e

sem qualquer denúncia ou publicidade.

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O mais estranho é que conforme se comprova com os

depoimentos anexos, colhidos no procedimento administrativo

disciplinar instaurado recente extemporaneamente contra a notificada,

por provocação de dois indivíduos que forneceram endereços falsos em

suas provocações (ver Certidão anexa), o “abaixo-assinado” já fora objeto

de procedimento administrativo dirigido pelo então Secretário de

Assuntos Jurídicos da PCR, Cláudio Ferreira, que de logo percebeu

suas inconsistências e falta de veracidade, determinando o arquivamento

do procedimento, nos termos previstos pelo Estatuto dos Servidores

Públicos do Recife. Esse procedimento convenientemente desapareceu

do interior do Gabinete do atual Secretário de Assuntos Jurídicos,

Ricardo Nascimento, que mandou instaurar o inquérito, passados mais

de dois anos do anterior arquivamento das falsas denúncias e mesmo

ciente de que qualquer penalidade, à exceção da de demissão, já estaria

prescrita. Conforme se pode observar pela Certidão anexa, da lavra do

atual Secretário Executivo da SAJ, Luciano Gesteira,

desaparecimentos de processos dentro daquele gabinete não são fatos

raros, entretanto, quando o desaparecimento prejudica e muito, a ora

notificada, não se instaura qualquer sindicância para buscar a localização

dos documentos desaparecidos, nem se busca sequer restaurar os autos

desaparecidos, pois o intuito é persegui-la e prejudicá-la a todo custo e

irresponsavelmente, sem o menor zelo pela honra de uma procuradora

com mais de 17 anos de serviços prestados com a máxima e reconhecida

dedicação ao Município do Recife.

O que pretendem os inimigos políticos da notificada? Demiti-

la de seu cargo de procuradora, conquistado há 17 anos por concurso

público, para permanecerem praticando suas ilegalidades e

improbidades, dentro da Prefeitura do Recife, sem sequer serem

molestados? É com essa finalidade que chegaram às raias da insanidade

de instaurarem inquérito forjado e já prescrito com base em acusações

que sabem falsas e infundadas?

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Conforme se lê no depoimento do procurador Luiz Cláudio

de Farias Júnior, então assessor do Diretor Geral das

Procuradorias (cópia anexa), nos autos do inquérito administrativo

extemporaneamente e ilegalmente instaurado contra a ora notificada

pelo secretário Ricardo Nascimento, aquele procurador “nunca

presenciou a investigada tratar qualquer pessoa de forma

descortês; que ficaram surpresos com as denúncias ora em

apuração, pois nunca chegara qualquer reclamação antes nesse

sentido”.

Do depoimento do então Diretor Geral das

Procuradorias, Raimundo Fernandes, podemos pinçar o seguinte:

“que nunca visualizou a investigada tratar qualquer funcionário

desta Prefeitura, terceirizados ou contribuintes de forma

descortês, ou que faltasse, efetivamente, com a urbanidade.”

Mais adiante ainda acrescenta: “que a investigada

discordava de que os serviços da Fazenda Municipal fossem

realizados por prestadores de serviços, externando que

atividades meio deveriam ser efetuadas por funcionários que

exercessem cargos efetivos nesse Município; que a posição dos

Procuradores Judiciais em geral é no sentido de que as atividades

gerais da Procuradoria devem ser realizadas por servidores e não

por terceirizados.”

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Page 8: Defesa mpt abaixo_assinado2

No que concerne às falsas acusações feitas contra a ora

notificada no abaixo-assinado subscrito por prestadores de serviço da

Procuradoria da Fazenda Municipal é de se destacar que a notificada teve

conhecimento de que sobredito documento foi urdido e elaborado por um

grupo de pessoas ligadas à procuradora judicial Juliana Santa Cruz,

então procuradora-chefe da Procuradoria da Fazenda Municipal, no

mesmo dia em que a notificada comunicou àquela procuradora que teria

que pedir providências ao Ministério Público do Trabalho para a

situação insustentável das terceirizações no âmbito daquela

Procuradoria, já que a própria Administração se omitia em dar a devida

solução, qual seja, a criação de uma carreira para o apoio administrativo

do órgãos, seguido da realização do competente concurso público.

Importante destacar, ainda, sobre o depoimento do

procurador Raimundo Fernandes, que “as denúncias em questão

foram lhe entregues por Juliana Santa Cruz, Chefe da

Procuradoria da Fazenda Municipal, na oportunidade; que só por

comentários tomou conhecimento de que a investigada tinha

dificuldade de relacionamento com prestadores de serviços, mas

que nunca presenciou de fato”. O que o ex-secretário executivo de

Assuntos Jurídicos menciona sobre boatos a respeito de “dificuldades

de relacionamento” da notificada com terceirizados, nada mais é que o

natural conflito pessoal de interesses destes com as posições adotadas

pela notificada, de oposição à própria prática das terceirizações e desvios

de função no âmbito da Administração pública, diferindo de boa parte de

seus colegas ao tomar medidas efetivas de combate a essas práticas, não

ficando apenas no discurso, atraindo, assim, o descontentamento e por

vezes, até o ódio de quem se vê atingido por suas iniciativas

moralizadoras.

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Page 9: Defesa mpt abaixo_assinado2

O combate travado pela noticiada contra as más práticas

administrativas dentro da Procuradoria da Fazenda Municipal são antigas

e foi somente por acreditar que poderia contribuir com a moralização do

órgão que aceitou assumir sua direção, entretanto, ao ter a certeza de

que nenhuma gestão tem interesse em libertar aquela Procuradoria de

seu ranço patriarcal e clientelista, resolveu não mais permanecer no

cargo, nem naquele órgão, onde o aparelhamento parece invencível.

Ainda em 2004, a notificada protocolou denúncias feitas ao ex-Prefeito

João Paulo, ao então secretário Assuntos Jurídicos Bruno Ariosto e à

então Procuradora Geral Assistente, Tatiana Mariz, de que uma

terceirizada de nome GISELE TAVARES trocava de função com a chefe

do Setor de Controle de Processos, NAIR BORGES, esta servidora

comissionada. É claro que esse tipo de atitude desagrada muitas

pessoas, fere e contraria interesses e desencadeia reações indesejáveis

contra quem se atreve a denunciar o que está errado em estruturas

viciadas.

Para se ter uma ideia de como a situação de descalabro

administrativo na PFM é antiga e ao que tudo indica, sem solução, de

modo a revelar que o grande “crime” da notificada foi ter a “presunção”

de desafiar essa estrutura e nenhum outro, vejamos um trecho da

denúncia de 2004, feita às autoridades acima mencionadas:

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“Não bastassem os fatos aqui narrados, para

confirmar definitivamente que a Srta. Giselle exerce de fato a

chefia do SCP, trago a Vosso conhecimento, a cópia da ‘vista’ ao

Procurador-Chefe, referente ao Agravo de Instrumento nº

0083974-1, o qual contraminutei, onde solicitei ao Procurador-

Chefe que fosse observado o prejuízo quanto ao prazo para dita

contraminuta, em decorrência do atraso na entrega da

publicação da intimação a minha pessoal, ao que o Procurador-

Chefe determinou ao SCP que esclarecesse o motivo do atraso. É

evidente que essa explicação somente poderia ser dada pelo

Chefe do Serviço, então, novamente a Srta. Giselle Tavares,

manifestando mais uma vez o animus de chefe, explica ao

Procurador-Chefe ‘que o atraso se deu devido ao período de

transição de responsável pelo SCP’.

Observe-se que o Procurador-Chefe, no verso do

mesmo documento, em Cota a qual atravessou com um ‘SEM

EFEITO’, chega a dizer que acatava as razões do SCP, dadas pela

Srta. Giselle Tavares, na qualidade de ‘chefe’ daquele serviço.

Fazendo-se um levantamento do período compreendido entre

julho de 2002 até a presente data, não há notícia de que o

verdadeiro chefe do SCP tenha exercido essa chefia, mas apenas

a Srta. Giselle, que é sempre quem aparece como tal.”

Conforme exposto anteriormente, a chefe de fato do SCP,

embora a servidora NAIR BORGES fosse nomeada de direito, foi,

durante pelo menos dois anos, uma terceirizada, ou seja, GISELLE

TAVARES. Apesar da gravidade dos fatos narrados, nenhum

procedimento foi instaurado e apenas foi determinado ao procurador-

chefe que colocasse a servidora nomeada de direito para exercer a

Chefia de fato, passando a terceirizada GISELLE TAVARES a assessorar

o Procurador-Chefe em seu gabinete até o dia em que resolveu se

desligar por vontade própria da Procuradoria.

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Page 11: Defesa mpt abaixo_assinado2

Como esperar que esse tipo de conduta seja corrigida ou

reprimida se no âmbito da própria Chefia da PFM nos deparamos com

situação de descalabro, em que três procuradores chegaram a ratear as

remunerações de dois cargos comissionados para, ao arrepio da lei,

compartilharem as atribuições da Chefia da Procuradoria e o horário

respectivo, que para procuradores em cargos comissionados é de 8

horas? A prática foi confessada pela procuradora JULIANA SANTA CRUZ

em email enviado para todos os procuradores do Município do Recife,

inclusive para os que hoje compõem o gabinete do Secretário Ricardo

Nascimento, sem que nenhum tenha tomado qualquer medida para

apurar as irregularidades confessadas:

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Vários dos subscritores do abaixo-assinado são pessoas que

têm até hoje relação de respeito e cordialidade com a ora notificada, a

ponto de declinarem sua admiração pelo trabalho que a notificada presta

junto aos movimentos sociais e de combate à corrupção na

Administração Pública, que já foi objeto, inclusive, de uma matéria feita

para o Caderno Aurora, do jornal Diário de Pernambuco, no qual, a

própria notificada faz menção ao documento em questão, de modo a

revelar o tipo de perseguição de que tem sido vítima.

É mais que evidente que os absurdos descritos no abaixo-

assinado jamais foram nem poderiam ter sido proferidos ou praticados

pela ora notificada, os quais nega com veemência, sendo mais que óbvio

que os prestadores foram levados a assinar a falsa denúncia movidos por

fundado temor de perderem seus empregos, seja pela denúncia que

afinal a ora notificada levou a efeito, ou, quiçá, até por temerem

demissão, acaso se recusassem a subscrever tal documento.

Nenhuma das acusações foi comprovada sequer

minimamente, muito pelo contrário, já que compulsando as assinaturas

ali lançadas, a notificada constatou que vários dos que ali subscreveram

suas assinaturas sequer trabalhavam na sede da Procuradoria da

Fazenda Municipal, não tendo qualquer contato, por menor, que fosse

com a notificada, durante o período em que afirmam ter sido vítimas das

ofensas narradas no documento e nem posteriormente, uma vez que a

ora notificada desde 2011 está lotada na Procuradoria Judicial, portanto

em prédio inclusive diverso no ocupado pela PFM.

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Page 13: Defesa mpt abaixo_assinado2

Para que esse nobre representante do Parquet tenha uma

ideia da falsidade das acusações, os prestadores de serviços JOSE

GUSTAVO DE ANDRADE TENORIO, EDILSON MACEDO DA SILVEIRA

E BRUNO MENDES DE SA LIMA e NAYANNA ALEXANDRINA

PEREIRA DE FRANÇA, que aparecem assinando o abaixo-assinado

contra a notificada, embora contratados pelo Município do Recife,

prestavam serviços à 1ª Vara dos Executivos Fiscais Municipais

(documentos anexo), tendo como superiora imediata, a Juíza Titular

daquela Vara, Dra. Maria Eliane de Carvalho. Já a prestadora de

serviços CARLA RENATA LEÃO BRASIL também estava à disposição do

TJPE, trabalhando no setor de recebimento de petições, no Fórum Rodolfo

Aureliano e também não tinha contato com a notificada. Como podem ter

sido vítimas de qualquer uma das práticas noticiadas no malfadado

documento se nem na Procuradoria da Fazenda prestavam serviços, pois

estavam à disposição do TJPE, por força de um convênio firmado entre a

PCR e aquele Tribunal, somente finalizado após a ora notificada já não

mais ocupar a chefia daquela Procuradoria?

Causa espécie, por outro lado, que parte considerável dos

subscritores do abaixo-assinado difamatório trabalhasse sob o comando

imediato do servidor comissionado MARIO MONTEIRO MENEZES, sobre

o qual a ora notificada escreveu em seu Relatório entregue ao então

secretário executivo de Assuntos Jurídicos, RAIMUNDO FERNADES, o

seguinte:

“Quando assumi a Chefia da PFM observei que o Chefe do Setor

de Atendimento, apesar de exercer mera função gratificada de um setor, na

verdade, findara por se tornar uma espécie de supergerente da PFM, com

ingerências em todos os setores do órgão, chegando ao ponto, inclusive, de ser

o gerente de sistemas da Procuradoria com ascendência sobre a própria

Procuradora-Chefe, o que só vim a descobrir meses depois, já que meu

antecessor nada me informara sobre isso.

Passei então a atribuição falo da Gerência de sistemas, ao Auditor

do Tesouro Municipal que fora posto à disposição da PFM e que passou a

intermediar as tratativas da Procuradoria com a EMPREL.

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Page 14: Defesa mpt abaixo_assinado2

Mas o que é importante dizer sobre o Setor de Atendimento é que

é um setor estratégico da PFM, em especial porque trata diretamente com o

contribuinte, com este fazendo negociações, mediante acesso aos dados de seu

cadastro.

Quando assumi a Chefia da PFM, havia dois terceirizados no Setor

de Atendimento que sequer iam trabalhar, outros chegavam na hora que bem

entendiam. Um deles era, inclusive, marido de outra terceirizada, que na época

era Secretária do Procurador-Chefe que me antecedera.

Uma das peculiaridades da terceirização na PFM é que todo

mundo é parente ou amigo ou vizinho de alguém. Um verdadeiro feudo.

O mais grave com relação a esse setor, quando eu assumi a

Chefia da PFM era que além de 60% do atendimento ser para levantamentos de

valores que se enquadrariam na Portaria 300, ainda se soube que havia

estímulo para que não fosse feito o pagamento dos débitos ajuizados nos anos

de 2004 e 2005, pois ‘também iriam prescrever’. Quando se questionava a

origem dessa orientação, os funcionários do atendimento culpavam os

funcionários das Varas ou os do atendimento da Secretaria de Finanças, que por

sua vez culpavam os do SCP, que por sua vez acusavam os assistentes dos

procuradores, que na sua quase totalidade são acadêmicos de Direito, embora

todos sejam prestadores de serviços terceirizados contratados como

‘digitadores’.

(...)

Outra informação que me chegou, por intermédio, inclusive, do

Chefe do Setor de Atendimento, foi a de que alguns terceirizado, até antes de

eu assumir, prolongavam seus expedientes para fazer levantamentos de débitos

que seriam entregues a escritórios de advocacia e a despachantes, para que

fosse feita cooptação de clientes para pedidos de prescrição com base na

Portaria 300/2009.

De fato, constatei que havia milhares e milhares de requerimentos

administrativos protocolados de qualquer jeito pelo Setor de Controle de

Processos e pelo próprio Setor de Atendimento (sem procurações, sem

autorizações de interessados), etc. E que eram distribuídos aos Procuradores,

apesar de existir um Núcleo no Subsolo do Fórum Joana Bezerra que fora criado,

exclusivamente, para analisar processos de execução fiscal encaminhados pelas

Varas.

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Page 15: Defesa mpt abaixo_assinado2

Diante de tal denúncia, questionei-lhe quem seriam essas

pessoas, ele desconversou e afirmou que ‘esses” nós já havíamos tirado da

Procuradoria, não declinando os nomes. Mesmo assim, suspendi todos os

requerimentos de prescrição, criei um Setor de Protocolo (isso sequer existia na

Procuradoria, por mais incrível que pareça) e arquivei todo e qualquer pedido de

prescrição submetendo sua análise ao comparecimento do interessado à

negociação de todos os seus débitos, tendo por ápice, a Semana da Conciliação

Fiquei extremamente chocada ao saber que um terceirizado que

trabalhara no Setor de Atendimento, portanto, negociando débitos e tendo

acesso a dados cadastrais dos contribuintes fora preso em flagrante, praticando

assalto a mão armada, com direito a fotos nos jornais e tudo. Tratava-se de

Arthur Francisco Ferreira Cavalcanti, que inclusive recebera verbas trabalhistas

dos cofres municipais porque a empresa terceirizada simplesmente

desapareceu e que apesar de tudo isso, ou seja, ter sido dispensado por desídia

e ter acionado a Municipalidade, ainda foi contratado para prestar serviços para

a secretaria de Finanças, mediante outra empresa terceirizada.

Isso só demonstra como um órgão da importância da PFM está a

mercê de elementos de mea índole, tão somente porque não há o cumprimento

de princípios constitucionais básicos da Administração, como é o caso do

concurso público.

Aliás, um dos maiores desgastes que tive na Chefia foi ter que

realizar o recadastramento de terceirizados e estagiários, quando foram

confirmadas as situações de pessoas contratadas e que não iam trabalhar ou

nunca tinham comparecido ao estágio, principalmente aqueles que eram

cedidos ao Fórum (caso dos estagiários). Sem falar em uma situação em que se

flagrou um estagiário de nível médio que fora contratado quando já havia

terminado o segundo grau havia três anos (este estava na 1ª Vara dos

Executivos Fiscais Municipais e chegou a ter sua contratação como terceirizado

solicitada pela Juíza, o que não foi possível em razão das irregularidades constatadas

junto ao IEL).

(...)

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Page 16: Defesa mpt abaixo_assinado2

Uma das minhas maiores preocupações foi com o problema das

senhas de acesso às informações cadastrais dos contribuintes, à Base de Dados

da Receita Federal e, acima de tudo, aquela relativa à baixa de débitos, uma

vez que meu antecessor chegou a me revelar a existência de uma denúncia no

Ministério Público contra um prestador de serviços que teria uma senha para

baixar débitos e que em razão dessa denúncia, ele, o Procurador Gustavo

Carvalho, chegara a ser chamado a prestar esclarecimentos perante o MPPE.

Questionado sobre o nome do terceirizado, não quis informar, limitando-se a

dizer que já havia sido desligado da PFM.”

Já a terceirizada JANAINA CRISTINA MARQUES LOPES,

esposa do comissionado chefe do Atendimento MARIO MENEZES e uma

das subscritoras do malfadado abaixo-assinado, apesar de terceirizada,

era a responsável pelo DEPARTAMENTO DE MOVIMENTAÇÃO

PROCESSUAL – DMP, tendo saído de licença-maternidade tão logo a ora

notificada assumiu a chefia da PFM, sendo de se destacar, portanto, que

durante quase todo o período em que a notificada esteve na Chefia da

PFM, referida prestadora permaneceu de licença-maternidade, sendo,

portanto, mínima qualquer convivência entre ambas.

Ainda durante a licença-maternidade da mencionada

terceirizada, a notificada descobriu que existiam milhares de processos

de execuções fiscais acumulados em um prédio próximo à sede da PFM,

onde funcionava o DMP, tendo providenciado sua devolução às Varas dos

Executivos Fiscais. Entretanto, conforme narrado no Relatório entregue

ao Secretário Executivo da SAJ, já mencionado:

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Page 17: Defesa mpt abaixo_assinado2

“O assombro mesmo veio com a descoberta do estoque enorme

de processos não materializados com valores superiores a R$ 1.000,00. Ao

assumir a Chefia da PFM, em 01/03/2011, fui informada por meu antecessor que

todos os processos de valores superiores a R$ 1.000,00 (um mil reais) haviam

sido materializados, por meio de um projeto, pelo qual se gastara R$ 80 mil com

uma gráfica para impressão respectiva, de modo a que se evitasse a prescrição.

(...) Para minha surpresa existia um a quantidade enorme de processos, em

especial daqueles ajuizados durante o ano de 2005, sem materialização.(...) Até

hoje não consegui que me fosse explicado o porquê das não materializações e

envio tempestivo dos processos de 2004 e 2005 às Varas dos Executivos Fiscais

se até um projeto foi criado para tal fim, com emprego de recursos públicos,

inclusive. Em 2004, como é de conhecimento de todos na Procuradoria da

Fazenda Municipal e na Secretaria de Assuntos Jurídicos, protocolei denúncia

junto ao Ministério Público de Pernambuco, onde alertava exatamente o descaso

com que era tratada a Dívida Ativa e os processos virtuais da Fazenda Municipal

do Recife, falo do PI nº 98/2004 e muito me causa espécie que apesar disso,

nenhuma providência tenha sido tomada para se evitar novos e maiores

prejuízos ao Erário pelas mesmas causas ali reportadas.”

Em seu relato, a notificada ainda chama a atenção para a

situação de total descalabro da estrutura administrativa da Procuradoria:

“A estrutura administrativa da PFM, se é que se pode chamar

assim aquela ausência de tudo, está carcomida por anos de descaso e

inoperância da Administração. (...) É vergonhoso esse precipício havido entre os

que fazem a atividade-fim e a atividade-meio. Isso faz com que nós,

Procuradores, vivamos sempre à beira do precipício, em vias de sermos

puxados, ladeira abaixo, por essa estrutura viciada.

Como conviver num ambiente cheio de ‘disse-me-disse sobre

recebimentos de gorjetas, presentinhos e até caminhões de tijolos de

construtoras para agilização de pedidos de certidões negativas, petições para

desistências de prazos recursais, pedidos de prescrição e sumiços de processos

que reaparecem como por encanto em meio a um mar de desorganização?

17

Page 18: Defesa mpt abaixo_assinado2

Durante minha chefia, fiz transferências, remanejamentos, todo o

possível para arejar os diversos setores da procuradoria. É necessário, porém,

que a mudança seja realmente estrutural, profunda, paliativos não irão resolver

e extirpar esse câncer que se entranhou na PFM: a terceirização.

Feito esse breve relato, a conclusão é que é mais que urgente a

tomada de providências no sentido da profissionalização dos quadros

administrativos da Procuradoria da Fazenda Municipal, com a criação de um

corpo de apoio técnico formado por profissionais qualificados, devidamente

selecionados por concurso público, como é vontade da Constituição Federal.”

Não se pode descartar, portanto, que um ou outro subscritor

do abaixo-assinado tenha sido movido por algum interesse contrariado

em razão das medidas moralizadoras que a notificada foi obrigada a

tomar para não incidir em prevaricação.

É importante mencionar, ainda, que ao assumir a Chefia da

PFM, a notificada foi comunicada pelo Procurador HUMBERTO VIEIRA

sobre a ocorrência de falsificações de sua assinatura em petições de

extinção de executivos fiscais e de comprovantes de quitação de débitos

relativos a esses executivos e que haviam ensejado a extinção de

processos em benefício de determinado contribuinte e em desfavor do

Erário Municipal, num montante que à época superava a casa dos R$ 3

milhões.

Apesar de tais ocorrências terem sido flagranteadas havia

mais de uma ano, nenhuma medida saneadora fora tomada pelo

procurador-chefe que antecedeu à notificada, nem muito menos fora

noticiado o crime à autoridade policial competente para as investigações

a seu cargo, ficando os processos e os documentos fraudados

simplesmente guardados num armário na sala da Chefia da PFM.

Tão logo tomou conhecimento do fato, a notificada localizou

os executivos fiscais onde foram praticadas as fraudes, que estavam, por

mais incrível que isso possa parecer, repita-se, guardados dentro de um

armário na sala da Chefia e, incontinenti, protocolou notícia-crime na

Delegacia de Crimes contra a Ordem Tributária.

18

Page 19: Defesa mpt abaixo_assinado2

Os fatos falam por si mesmos. É evidente que esse tipo de

atitude da notificada atraiu para si muita resistência da parte dos que

estavam acostumados com outro modus operandi no trato da coisa

pública.

É evidente também que os partícipes dos delitos

denunciados pela notificada não ficaram felizes com a denúncia do caso à

Polícia, pois esperavam que as falsificações permanecessem onde

sempre estiveram, ou seja, trancafiadas num armário e longe de

qualquer investigação capaz de identificar os responsáveis.

Para quem não tem boa-fé, nem responsabilidade, nem

muito menos sabe o preço que se paga durante toda uma vida para se

construir uma reputação é muito fácil escrever todo tipo de sandice em

um pedaço de papel e assacar infâmias contra uma procuradora com 17

anos de serviços muito bem prestados à Municipalidade, nem que para

isso os difamadores se valham de sua ascendência sobre hipossuficientes

temerosos de perder seus empregos.

Achando pouco os danos morais que o malfadado abaixo-

assinado já provocara contra a ora notificada, os responsáveis pela

feitura do documento, passados mais de dois anos da absolvição da

notificada por quaisquer daquelas práticas deploráveis que lhe foram

falsamente atribuídas, na tentativa de intimidá-la e calá-la, ainda se

utilizaram se laranjas para provocar a reabertura do malsinado

procedimento e ainda com o requinte de divulgar o abaixo-assinado no

Blog do Magno Martins, um jornalista sabidamente chapa-branca.

19

Page 20: Defesa mpt abaixo_assinado2

A orquestração foi montada utilizando cabos eleitorais

ligados ao atual secretário de Habitação da Prefeitura do Recife, o

petista “queijo do reino”, Eduardo Granja (queijo-do-reino é como são

chamados os filiados ao PT, mas que estão a serviço do projeto político

do governador e presidenciável Eduardo campos), que protocolaram

pedidos de informações junto ao gabinete do Prefeito (documentos

anexos) e fornecendo endereços falsos (cf. Certidão Comissão Inquérito

PCR). O secretário Eduardo Granja se tornou um dos queridinhos do

prefeito Geraldo Júlio, a ponto de ser mantido num cargo estratégico da

Prefeitura, apesar do rompimento político de seu partido e de seu

padrinho, o ex-prefeito João da Costa, com a gestão e a ponto de serem

coleguinhas de “peladas” de finais de semana.

Por causa desses pedidos de informações, o atual

secretário de Assuntos Jurídicos, Ricardo Correia Nascimento

determinou a instauração de inquérito contra a notificada, mesmo

sabendo da improcedência da denúncia e de que tudo não passava de

um jogo político sórdido de perseguição contra a notificada, que além de

ser um procuradora independente é articulista de um dos Blogs políticos

mais conceituados e acessados do estado de Pernambuco, o Blog de

Jamildo, além de manter seu próprio Blog, onde publica artigos que já

deram ensejo a abertura de procedimentos criminais investigatórios pelo

Ministério Público Estadual, inclusive contra o governado Eduardo

Campos:

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Page 21: Defesa mpt abaixo_assinado2

Por não ter nada a temer e em razão de ter o secretário

Ricardo Correia declarado ao caderno Aurora do Diário de Pernambuco,

que instaurara inquérito contra a notificada para atender pedido da parte

interessada e para não prevaricar, a própria notificada pediu à Comissão

de Inquérito que intimasse os denunciantes para que esclarecessem qual

seu interesse na causa. Qual não foi a surpresa da notificada e da própria

Comissão de Inquérito ao descobrirem que os denunciantes, apesar de

protocolaresm suas denúncias no próprio gabinete do Prefeito Geraldo

Júlio e não no protocolo geral da PCR, como qualquer cidadão faria,

forneceram endereços falsos em seus requerimentos.

Através da Rede Social “Facebook” e do site do TRT6, é

possível confirmar o acima alegado pelo menos com relação a um dos

denunciantes, Dayvson Félix Barbosa, este, cabo eleitoral de Eduardo

Granja, o atual secretário de Habitação e que tinha, por sua vez, contrato

terceirizado como fiscal da CSURB, pela TRANSVAL, documentação

anexa) estando, portanto, a serviço desse grupo político, como laranja,

na perseguição que promovem contra a notificada.

Vários outros prestadores de serviços que também

assinaram o documento tinham e ainda têm, conforme dito

anteriormente excelentes relações pessoais com a ora notificada e

somente um temor muito grande de eventuais consequências poderiam

justificar terem se submetido a subscrever as inverdades assacadas

contra a notificada. Fosse esta pessoa que desconhecesse a natureza

precária da situação desses prestadores, fosse a notificada pessoa

insensível a sua dependência e temor pelos que estão no poder, teria

utilizado de todo o material probatório ora carreado a este procedimento

investigatório para interpelar criminalmente os subscritores do

documento ou mesmo processá-los por crimes contra sua honra,

entretanto, a notificada tem a convicção que só agiram dessa maneira

inconsequente por temor pela perda de seus empregos e por pressão dos

que detinham poder para demiti-los.

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Page 22: Defesa mpt abaixo_assinado2

Vejamos três exemplos de pessoas que assinaram o

documento, mas que manifestaram-se de maneira totalmente diversa

quando não se encontravam sob a vigília dos seus chefes imediatos e

mediatos, os verdadeiros perseguidores e assediadores a serem

investigados e punidos: Magdala da Silva Leite, em 07 de abril de

2012, portanto, em data bem posterior àquela em que fora assinado o

documento contendo as falsas acusações contra a notificada, e quando

esta se encontrava, inclusive, lotada na Procuradoria Judicial, deseja-lhe

boa sorte na campanha que se iniciava, em que a notificada fora pré-

candidata a Prefeitura do Recife, demonstrando sua simpatia pela ex-

chefe, a ponto de torcer por seu sucesso na empreitada eleitoral, que não

chegou a se concretizar.

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Page 23: Defesa mpt abaixo_assinado2

Nessa outra conversa, ocorrida em 07 de março de 2012, a

prestadora de serviços Wanessa Rayzza Loyo Marinho Vanderlei,

também via “Facebook” compartilha com a notificada sua alegria por ter

sido aprovada no Mestrado da UFPE e ainda obtido uma bolsa de estudos,

com o que não precisaria mais continuar trabalhando na PFM e para

agradecer à notificada, pelo tempo em que trabalhou na Procuradoria da

Fazenda Municipal, mesmo já fazendo mais de um ano que a notificada já

não trabalhava mais naquela procuradoria, mas, conforme dito

anteriormente, na Procuradoria Judicial, situada não na Rua do

Imperador, como a PFM, mas no cais do Apolo, no edifício sede da PCR:

Não faltam provas de que as acusações lançadas no abaixo-

assinado são totalmente infundadas, provas, aliás, produzidas pelos

próprios subscritores do documento que, repita-se, não teriam qualquer

outro motivo para subscrevê-lo que não fossem intimidações sofridas da

parte dos que tinham interesse em desmoralizar e prejudicar a notificada,

que são seus inimigos políticos, detentores, estes sim, do poder para

demitir e, inclusive, para instaurar inquéritos forjados para atacar a honra

de uma procuradora que não compactua com seus malfeitos contra os

próprios interesses do Município.

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Page 24: Defesa mpt abaixo_assinado2

No último dia 13 de dezembro foi o aniversário da ora

notificada e nesse dia, mais uma das pessoas que assinaram o

documento contendo as falsas acusações contra a notificada e que dera

ensejo à instauração do presente procedimento declarou expressamente

sua admiração pela notificada. Trata-se da prestadora Adriana

Rodrigues da Silva que fez o seguinte registro na página do “Facebook”

da notificada: “Que Deus continue te abençoando e que seja

sempre assim dinâmica, forte, formadora de opinião e inteligente

como sempre foi e é, paz espiritual e harmonia sempre!!! Bjus

sou sua fã viuuuuu.”

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Page 25: Defesa mpt abaixo_assinado2

Por certo que essas pessoas não fariam tais manifestações

de apreço, agradecimento e até admiração pela notificada se esta fosse o

tipo de pessoa capaz de lhes ter ofendido com palavras de tão baixo

calão e desrespeitosas como aquelas expostas no infeliz abaixo-assinado.

Por fim, para demonstrar a senha persecutória que move o

prefeito Geraldo Júlio e seu secretário de Assuntos Jurídicos Ricardo

Nascimento contra a notificada e a vontade de manter o status quo

clientelista vigente, a notificada ainda trás ao conhecimento desse órgão

ministerial que contra si foi instaurado outro inquérito em razão de ter

levado ao conhecimento de seu chefe imediato que um terceirizado de

nome JEFFERSON FRANÇA, este lotado na Procuradoria Judicial, fazia

uso de um carimbo onde se apresentava como “Procurador Judicial”.

Numa sindicância nula porque instaurada por autoridade incompetente e

integrada por membros de secretaria estranha a de lotação do sindicado

e toda montada para beneficiar o terceirizado e incriminar a denunciante,

ora notificada, aquele prestador chegou a afirmar, certamente instruído e

embalado pelo inquérito forjado pelas falsas denúncias feitas na PFM, que

a denúncia materialmente comprovada sobre o uso do carimbo era

perseguição por ele ter “flagrado” deslizes funcionais da notificada que

consistiam em não comparecimento a audiências iniciais trabalhistas e a

não apresentação de Agravo para dar trâmite a RR e que teriam sido por

este denunciados em 2011 ao procurador-chefe, de então.

Estranhamente, não há registro de tais flagrantes, havendo sim,

confissão do digitador JEFFERSON FRANÇA perante a Comissão de

Inquérito de que somente teria feito os levantamentos sobre o que ele

chama de deslizes funcionais da Procuradora, após esta denunciá-lo pelo

uso indevido de procurador, sendo ele um digitador.

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Page 26: Defesa mpt abaixo_assinado2

Conforme se percebe, os terceirizados têm sido utilizados a

torta e à direita como interpostas pessoas de integrantes da

Administração pública, notadamente àquelas ligadas ao meio político,

certamente em razão de sua condição de hipossuficiência, para produção

de denúncias caluniosas contra a ora investigada, ainda mais se são

flagrados em situações que lhes possam custar seus empregos, como no

caso do digitador JEFFERSON FRANÇA, que mesmo solicitado a

informar um único fato que corroborasse com sua alegação de

perseguição, não foi capaz de fazê-lo, senão vejamos: “que não tem

diretamente problema pessoal com a investigada; (...)que o

desentendimento havido com a investigada se deu após a

acusaçãoo do uso indevido de carimbos; que fez a denúncia

contra ela investigada, mediante documentos acostados às fls.

34/70, depois de ser imputado a ele declarante o uso indevido de

carimbo da procuradoria judicial”; (...) ratifica que agiu em face

da investigada depois que esta lhe denunciou por uso indevido

de carimbo da Procuradoria Judicial”.

Vê-se, pois, que os denuncistas muitas vezes se deixam usar

pelos donos do poder porque movidos por sentimentos de vingança ou de

auto-defesa.

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Page 27: Defesa mpt abaixo_assinado2

Corrobora com essa constatação o depoimento da

procuradora TATIANA MARIZ, dado também à Comissão de Inquérito

que investiga (extemporaneamente) os fatos inverídicos também ora em

investigação por esse órgão do Parquet, quando afirma que “o então

secretário de Assuntos Jurídicos deu conhecimento à investigada

das acusações que lhe eram imputadas por terceirizados; que ela

investigada, declinou que aqueles fatos e (sic) davam por que

(sic) havia a sua discordância no que toca aquele serviço ser

prestado por funcionários terceirizados; que os terceirizados se

achavam, dessa forma, ameaçados devido a sua situação de

estarem prestando serviço a este Município e não seram (sic)

funcionários do quadro próprio; que tomou conhecimento de que

a investigada fez naquela oportunidade um relatório da situação

da procuradoria e de supostos problemas graves que existiam

naquele local pleiteando sua transferência a qual foi acolhida;”

Conforme se depreende, ainda, do depoimento da

procuradora TATIANA MARIZ, “as acusações que pesavam sobre a

investigada se davam com relação ao período anterior a

assunção do cargo exercido pelo depoente CLAUDIO FERREIRA,

en†ão Secretário de Assuntos Jurídicos”. Percebe-se claramente o

caráter político da presente denúncia, sendo de se estranhar que só

venha a ser feita depois de tanto tempo e ainda depois de vários

terceirizados, que inclusive assinaram o documento com as acusações

falsas, já terem ingressado com ações trabalhistas posteriormente às

datas do suposto fato, contra a empresa prestadora, sem sequer

incluírem o Município no polo passivo ou mesmo requererem danos

morais pelos alegado assédio moral e ofensas de que teriam sido vítimas

por parte da ora investigadas (docs. Anexos).

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Page 28: Defesa mpt abaixo_assinado2

Qual a finalidade, portanto, de tais denúncias, inclusive na

imprensa “chapa branca”? Evidentemente que malferir a honra da

procuradora NOELIA BRITO e desacreditá-la perante a opinião pública

para que suas opiniões sobre os desmandos do governos Eduardo

Campos e de seu secretário-prefeito Geraldo Júlio não tenham a enorme

repercussão e respaldo que encontram. Por outro lado, pretendem

intimidá-la, quiçá, até, despojá-la de seu cargo público tão arduamente

conquistado.

Retomando ainda o depoimento da procuradora TATIANA

MARIZ, vale destacar o seguinte: “que alguns funcionários

terceirizados não estavam satisfeitos com a investigada por

entender esta que os serviços não deveriam ser desempenhados

por eles terceirizados, vez que não desenvolviam de forma

satisfatória, que o mencionado relatório fazia um resumo de

todos os problemas que entendia a investigada existir no âmbito

da procuradoria da Fazenda Municipal, inclusive e principalmente

com relação ao serviço terceirizado, vez que a maioria dos serviços da Fazenda Municipal é efetuado por terceirizados, no que toca a atividade meio, ressaltando que a atividade fim não é delegada a terceirizados, sendo efetivamente

desenvolvidas por Procuradores Judiciais;”

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Page 29: Defesa mpt abaixo_assinado2

No depoimento colhido pela Comissão Central de Inquérito

da SAJ, prestado por REGINA REGIA PEREIRA DE BRITO FREITAS, esta

afirma que JEFFERSON FRANÇA, apesar de ser contratado como

Digitador, conforme cópia de seu contrato que consta da Sindicância

instaurada para apurar o uso indevido de carimbo de procurador por este

tesceirizado, “desempenhava as suas funções na Procuradoria

Judicial dando apoio ao setor, no que consiste a encaminhamento

de processos”. Em seu próprio depoimento, o prestador JEFFERSON

FRANÇA reconhece que não presta os serviços para os quais foi

contratado, nem ele nem seus colegas: “que ele depoente ao receber

as publicações das tramitações dos processos, as quais são

acompanhadas por empresas contratadas, localiza as pastas dos

referidos processos e faz encaminhamento nos mesmos para

encaminhamento aos procuradores; que esse trabalho é

realizado por ele depoente e outros trabalhadores que atuam no

SCP; que os protocolos, para os procuradores, como o constante

a fl. 59, dos autos, tanto pode ser feito por ele depoente como

outros trabalhadores que atuavam no SCP protocolavam

processos para a investigada, que os funcionários que trabalham

no SCP trabalhista imprimem atas de audiências e as colocam na

pasta dos autos suplementares; que essas atas de audiências são

encaminhadas ao procurador chefe para conhecimento; que o

contrato dele depoente é efetuado por empresa prestadora de

serviços; que normalmente quando essas empresas encerram o

contrato com esta prefeitura os prestadores de serviços são

remanejados para outras empresas;”

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Page 30: Defesa mpt abaixo_assinado2

De todo o exposto, o que se percebe é que se há uma vítima

de assédio moral e perseguições aqui, esta é a própria investigada, uma

vez que desde que se atreveu a questionar as ilegalidades ocorridas a

partir das terceirizações feitas pela Prefeitura do Recife, em especial

aquelas da Secretaria de Assuntos Jurídicos, virou alvo de abaixo-

assinados difamatórios, inquéritos forjados, matérias apócrifas em blogs

chapa branca e até denúncias anônimas em órgãos do Ministério Público

sem que, entretanto, suas denúncias relativas as flagrantes ilegalidades

por ela denunciadas sejam sequer investigadas ou corrigidas, embora já

tenham causado enormes prejuízo ao Erário municipal e federal e ao

próprio patrimônio dos trabalhadores, sem falar ao descarado desrespeito

aos princípios da legalidade, da moralidade e do concurso público, em por

uma secretaria onde tais princípios deveriam ser o norte.

Por não compactuar com os desmandos de sucessivas

gestões clientelistas e que sempre só se preocuparam em favorecer as

empresas prestadoras, a quem não fiscalizam o cumprimento de suas

obrigações contratuais e nem instauram inquéritos para punir os

responsáveis por tais prevaricações, a procuradora, ora signatária, tem

sido alvo de perseguição implacável e odienta, pois os poderosos da PCR

preferem perseguir quem defende o interesse público, para que sirva de

exemplo inverso àqueles que também estejam pensando em, como ela,

não prevaricar.

Prestadas as informações, requer o arquivamento de todas as

denúncias contra a investigada, NOELIA BRITO, porque falsas e pior,

caluniosas e difamatórias, destinadas tão somente a esconder o estado

de ilegalidade e imoralidade administrativas que tomaram contra da

Secretaria de Assuntos Jurídicos da PCR e de outras secretarias daquela

prefeitura e que sejam apuradas todas as denúncias aqui carreadas,

sendo recomendado ao Prefeito do Recife que providencie, com a

máxima urgência, a criação dos respectivos cargos públicos e a

realização do indispensável concurso público para todas as atividades

meios da Secretaria de Assuntos Jurídicos e suas Procuradorias.

Descumprida a Recomendação, requer o ajuizamento da competente

Ação Civil Pública para o fim acima requerido.

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Page 31: Defesa mpt abaixo_assinado2

É o que espera,

Por ser de Justiça.

Recife, 10 de fevereiro de 2014.

NOELIA BRITOOAB/PE 16.261

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