117
Aula 00 Direito Processual do Trabalho p/ TRT-MT (Técnico Judiciário - Área Administrativa) Professor: Bruno Klippel 00000000000 - DEMO

Direito Processual do Trabalho p/ Concurso TRT-MT

Embed Size (px)

Citation preview

  • Aula 00

    Direito Processual do Trabalho p/ TRT-MT (Tcnico Judicirio - rea Administrativa)

    Professor: Bruno Klippel

    00000000000 - DEMO

  • Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/ MT - FCC

    Prof. Bruno Klippel Aula 00

    Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 1 de 115

    AULA 00 DEMONSTRATIVA: DIREITO

    PROCESSUAL DO TRABALHO:TEORIA GERAL DO

    PROCESSO DO TRABALHO; PRINCPIOS E

    ORGANIZAO DA JUSTIA DO TRABALHO.

    Edital publicado em 20/11/2015

    SUMRIO PGINA

    1. Apresentao 01

    2. Cronograma 04

    3. Metodologia 07

    4. Matria objeto da aula Teoria: 08

    5. Questes comentadas sobre o tema: 63

    6. Lista das questes apresentada 97

    7. Gabaritos 114

    8. Consideraes finais 115

    1. APRESENTAO:

    Prezados Alunos do ESTRATGIA CONCURSOS,

    Hoje dia 20/11/2015 foi publicado o EDITAL PARA O TRT 23

    REGIO MATA GROSSO com provas no dia 21/02/2016. A

    organizao ficar a cargo da Fundao Carlos Chagas

    (www.concursosfcc.com.br).

    Temos muito tempo para realizarmos uma preparao completa e sem a

    correria de outros editais. Temos exatos 3 (trs) meses para a prova !!!

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/ MT - FCC

    Prof. Bruno Klippel Aula 00

    Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 2 de 115

    Em relao ao contedo do edital, nenhuma surpresa !!! A FCC cobrou o

    mesmo contedo programtico dos TRTs MG, RS e PR, os ltimos

    realizados.

    Os tpicos exigidos em NOES DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

    so os seguintes:

    NOES DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO: 1 Da Justia do Trabalho:

    organizao e competncia. 2 Das Varas do Trabalho e dos Tribunais Regionais do

    Trabalho: jurisdio e competncia. 3 Dos servios auxiliares da Justia do Trabalho:

    das secretarias das Varas do Trabalho e dos distribuidores. 4 Do processo judicirio do

    trabalho: princpios gerais do processo trabalhista (aplicao subsidiria do CPC). 5 Dos

    atos, termos e prazos processuais. 6 Da distribuio. 7 Das custas e emolumentos. 8

    Das partes e procuradores; do jus postulandi; da substituio e representao

    processuais; da assistncia judiciria; dos honorrios de advogado. 9 Das excees. 10

    Das audincias: de conciliao, de instruo e de julgamento; da notificao das partes;

    do arquivamento do processo; da revelia e confisso. 11 Das provas. 12 Dos dissdios

    individuais: da forma de reclamao e notificao; da reclamao escrita e verbal; da

    legitimidade para ajuizar. 13 Do procedimento ordinrio e sumarssimo. 14 Da sentena

    e da coisa julgada; da liquidao da sentena: por clculo, por artigos e por

    arbitramento. 15 Da execuo: da citao; do depsito da condenao e da nomeao

    de bens; do mandado e penhora. 16 Dos embargos execuo. 17 Da praa e leilo; da

    arrematao; da remio; das custas na execuo. 18 Execuo contra fazenda pblica.

    19. Recursos no processo do trabalho. 20. Processo Judicial Eletrnico: Resoluo

    Administrativa n 243/2014.

    A nica alterao para o curso pr-edital do Estratgia a

    incluso do ltimo tpico processo judicial eletrnico que

    agora ser objeto de aula especfica.

    Antes de adentrarmos nas informaes sobre nosso curso, um breve

    currculo para que voc possa me conhecer:

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/ MT - FCC

    Prof. Bruno Klippel Aula 00

    Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 3 de 115

    Meu nome BRUNO KLIPPEL, sou Advogado, Mestre em Direito

    Processual Civil pela Faculdade de Direito de Vitria (FDV), Doutor em

    Direito do Trabalho na PUC/SP, sou Professor de Direito do Trabalho e

    Processo do Trabalho na FDV/ES, na Universidade de Vila Velha

    (UVV/ES), da Faculdade Estcio de S de Vitria/ES, bem como no curso

    preparatrio para concursos CEP Centro de Evoluo Profissional, em

    Vila Velha e Vitria (ES), IOB/Marcato Concursos/SP e Aprova

    Concursos/PR. Tenho alguns livros escritos, voltados para concursos

    pblicos, que recomendo como leitura para todos os concursos da rea

    trabalhista. So eles:

    a. DIREITO SUMULAR TST ESQUEMATIZADO, 4

    ed, 2014, da Editora Saraiva

    (http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/7415

    250)

    b. PASSE EM CONCURSOS PBLICOS - QUESTES

    COMENTADAS PARA CARREIRAS TRABALHISTAS, no

    qual comento as questes de direito do trabalho e

    processo do trabalho, 2012, Ed. Saraiva

    (http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/4090856/c

    arreiras-trabalhistas-magistratura-e-mpt-col-passe-

    em-concursos-publicos-questoes-comentadas/).

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/ MT - FCC

    Prof. Bruno Klippel Aula 00

    Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 4 de 115

    c. PASSE NA OAB PRTICA TRABALHISTA, 2013, Ed.

    Saraiva

    (http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/4867982/p

    asse-na-oab-2-fase-teoria-modelos-trabalho/).

    d. MANUAL DE DICAS MINISTRIO PBLICO

    ESTADUAL E DA UNIO, 2013, Ed. Saraiva.

    http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/497

    5349

    Tenho mais de 10 anos de experincia docente em cursos preparatrios

    para concursos e a utilizarei para ajud-los na anlise dos temas de

    processo do trabalho que podem ser cobrados no CONCURSO PARA O

    TRT MT.

    1. CRONOGRAMA:

    Antes de falarmos sobre o nosso cronograma, passemos por uma

    explicao importante e necessria sobre a reorganizao do edital: os

    editais da FCC, na matria de direito processual do trabalho, totalmente

    fora de ordem, fora de uma ordem lgica, devendo ser reorganizado

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/ MT - FCC

    Prof. Bruno Klippel Aula 00

    Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 5 de 115

    para um estudo mais simples. Se voc comparar a ordem do edital

    com qualquer livro de direito processual do trabalho, ver que a

    ordem diferente, mas que o livro tem uma estrutura mais lgica.

    Um exemplo simples a indicao da matria princpios como o

    item 5 (cinco) do edital, sendo que por lgica deveria ser a

    primeira matria. Outro exemplo o estudo dos recursos, que por

    lgica deve ser antes da execuo, mas que no edital da FCC vem

    depois !!! A falta de organizao do edital poderia dificultar o

    entendimento da matria, que o processo uma ordem lgica de

    atos processuais.

    Nosso curso est dividido em 08 aulas,de forma a cobrir absolutamente

    todas as matrias que podem ser cobradas pela FCC FUNDAO

    CARLOS CHAGAS nas provas de processo do trabalho. Trata-se da

    primeira aula GRATUITA e DEMONSTRATIVA, seguindo-se 08 aulas de

    processo do trabalho.

    O nosso estudo ser dividido da seguinte maneira:

    Aula 00 Aula demonstrativa Teoria geral do processo do trabalho; princpios e organizao da Justia do Trabalho. Aula 01 Competncia da Justia do Trabalho. Aula 02 Servios Auxiliares da Justia do Trabalho; Partes e Procuradores; Ministrio Pblico. Aula 03 Atos, termos e Prazos Processuais; custas; nulidades processuais; Petio inicial. Aula 04 Notificao do reclamado; resposta do ru; revelia. Aula 05 Audincia; das provas no processo do trabalho; da sentena e da coisa julgada; rito sumrio e sumarssimo. Aula 06 Dos recursos no processo do trabalho teoria geral e recursos em espcie.

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/ MT - FCC

    Prof. Bruno Klippel Aula 00

    Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 6 de 115

    Aula 07 Liquidao de sentena e processo de execuo. Aula 08 Processo Judicial Eletrnico Aula EXTRA 1 Dicas de Direito Processual do Trabalho para reviso Aula EXTRA 2 Questes da FCC do ano de 2015 Aula EXTRA 3 Questes especficas dos TRTs MG e RS Aula EXTRA 4 Questes especficas do TRT PR

    A reorganizao ser feita da seguinte forma:

    ASSUNTOS DO EDITAL AULA DO CURSO

    1 Justia do trabalho. Organizao e

    competncia. 2 Varas do trabalho e dos

    tribunais regionais do trabalho.

    Aula 00

    Jurisdio e competncia. Aula 01

    3 Servios auxiliares da justia do

    trabalho. Secretarias das varas do

    trabalho e distribuidores.

    Aula 02

    4 Processo judicirio do trabalho. 4.1

    Princpios gerais do processo

    trabalhista (aplicao subsidiria do

    CPC).

    Aula 00

    5 Atos, termos e prazos processuais. 6

    Distribuio.

    Aula 00 e 03

    7 Custas e emolumentos. Aula 03

    8 Partes e procuradores. Jus

    postulandi. substituio e

    representao processuais. Assistncia

    judiciria. Honorrios de advogado.

    Aula 02

    9 Excees. Aula 04

    10 Audincias. De conciliao, de

    instruo e de julgamento.

    Aula 05

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/ MT - FCC

    Prof. Bruno Klippel Aula 00

    Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 7 de 115

    Notificao das partes. rquivamento do

    processo. Revelia e confisso.

    Aula 04

    11 Provas. Aula 05

    12 Dissdios individuais. Forma de

    reclamao e notificao. Reclamao

    escrita e verbal. Legitimidade para

    ajuizar.

    Aula 03

    13 Procedimento ordinrio e

    sumarssimo.

    Aula 05

    14 Sentena e coisa julgada.

    Liquidao da sentena. Por clculo,

    por artigos e por arbitramento.

    Aula 05 e 07

    15 Execuo. Citao. Depsito da

    condenao e nomeao de bens.

    Mandado e penhora. 16 Embargos

    execuo. 17 Praa e leilo.

    Arrematao. Remio. Custas na

    execuo. 18 Execuo contra a

    fazenda pblica

    Aula 07

    19 Recursos no processo do trabalho.

    Aula 06

    20 Processo Judicial Eletrnico Aula 08

    As nossas aulas sero ofertadas de acordo com o seguinte cronograma,

    que nos permitir estudar com calma todo o contedo da matria,

    realizando uma preparao com antecedncia:

    AULA 00 12/11

    AULA 01 19/11

    AULA 02 30/11

    AULA 03 10/12

    AULA 04 20/12

    AULA 05 28/12

    AULA 06 10/01

    AULA 07 20/01

    AULA 08 30/01

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/ MT - FCC

    Prof. Bruno Klippel Aula 00

    Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 8 de 115

    2. METODOLOGIA:

    O nosso curso de TEORIA + QUESTES seguir a metodologia que ser

    explicada a diante, por entendermos que a melhor forma de estudo.

    Num primeiro momento, ser explicada a matria por meio de texto de

    linguagem simples, direta, prpria de materiais de cursos preparatrios

    para concursos. Depois, sero inseridas algumas questes comentadas de

    concursos anteriores. Ao trmino das questes comentadas, sero

    inseridas as questes sem comentrios, para que voc possa faz-las

    sozinho, pois mais a frente estar o gabarito. Assim, com TEORIA +

    QUESTES o aprendizado fica muito mais fcil.

    3. MATRIA OBJETO DA AULA TEORIA:

    1. Conceito de direito processual do trabalho;

    O direito processual do trabalho pode ser conceituado como o conjunto de

    princpios e normas que visam dar cumprimento s normas de direito material

    do trabalho, aplicando a norma geral e abstrata aos casos concretos de forma a

    promover a composio dos conflitos.

    O direito processual do trabalho possui regras prprias, dispostas na

    Consolidao das Leis do Trabalho (CLT), alm de lhe ser aplicada normas de

    direito processual comum, ou seja, de direito processual civil. Assim, aplicam-se

    o Cdigo de Processo Civil (CPC), a Lei de Execues Fiscais (L. 6830/80), Lei de

    Ao Civil Pblica (L. 7347/85), Lei do Mandado de Segurana (L. 12016/09),

    dentre outras. A aplicao das normas extravagantes h que ser feita apenas

    quando omissa a CLT, isto , aplica-se o direito processual comum apenas

    subsidiariamente ao processo do trabalho, conforme disposio constante no art.

    769 da CLT.

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/ MT - FCC

    Prof. Bruno Klippel Aula 00

    Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 9 de 115

    Art. 769 CLT - Nos casos omissos, o direito processual

    comum ser fonte subsidiria do direito processual do

    trabalho, exceto naquilo em que for incompatvel com as

    normas deste Ttulo.

    2. Eficcia da lei processual no tempo e no espao;

    Em primeiro lugar, destaca-se a eficcia da lei processual no tempo. Acerca de

    tal tema, a doutrina majoritria destaca 3 (trs) teorias: 1. Unidade; 2. Fases

    processuais; 3. Atos processuais. A primeira teoria destaca que uma lei

    processual nova no poderia ser aplicada a um processo em curso, isto , aquele

    deve ser tratado como uma unidade, iniciando e terminando sob a gide de uma

    mesma lei. A segunda teoria afirma que, para fins de verificao da incidncia de

    uma lei processual nova, h que se dividir o processo em fases (postulatria,

    saneatria, instrutria, decisria, etc), sendo que a legislao processual nova

    somente seria aplicada prxima fase processual. Por fim, a teoria dos atos

    processuais, aplicvel ao processo do trabalho, pela incidncia do art. 1211 do

    CPC, afirma que a lei processual nova ser aplicada aos atos processuais

    seguintes, no podendo retroagir. Em sntese, aguarda-se apenas a concluso

    do ato processual presente para, no prximo, j se aplicar a legislao novata,

    j que aquela de aplicao imediata.

    ! Aplica-se a teoria dos atos processuais no tocante eficcia

    da lei processual no tempo.

    Art. 1.211. CPC: Este Cdigo reger o processo civil em

    todo o territrio brasileiro. Ao entrar em vigor, suas

    disposies aplicar-se-o desde logo aos processos

    pendentes.

    Por fim, importante destacar importante aspecto relacionado ao tema, disposto

    no art. 915 da CLT. Ao ser intimado de uma sentena condenatria, nasce para

    mim o direito de recorrer (in casu, interpor o Recurso Ordinrio art. 895 CLT)

    no prazo de 8 (oito) dias? Caso entre em vigor, durante o prazo para recurso,

    nova lei, alternando aquele para 5 (cinco) dias, seguirei qual dos dois prazos? A

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/ MT - FCC

    Prof. Bruno Klippel Aula 00

    Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 10 de 115

    resposta encontra-se nos dois dispositivos j citados (Art. 1211 do CPC e 915 da

    CLT). O recurso ser interposto normalmente no prazo de 8 (oito) dias, no

    sofrendo qualquer interferncia em virtude da lei nova, pois deve-se seguir a lei

    que estava vigente ao tempo em que nasceu o direito ao recurso, ou seja,

    quando do incio do prazo recursal. No nosso exemplo, o prazo recursal foi

    reduzido de 8 (oito) para 5 (cinco) dias. Caso fosse aumentado, o pensamento

    seria o mesmo, j que a norma e ser seguida sempre aquela em vigor quando

    do nascimento do direito processual (recorrer).

    Art. 915 CLT - No sero prejudicados os recursos

    interpostos com apoio em dispositivos alterados ou cujo

    prazo para interposio esteja em curso data da vigncia

    desta Consolidao.

    No que concerne eficcia da lei processual no espao, a lei processual ser

    aplicada em todo territrio nacional, aplicando-se aos brasileiros e estrangeiros

    que ali laboram. Segundo RENATO SARAIVA, (..) prevalece o princpio da

    territorialidade, vigorando a lei processual trabalhista em todo o territrio

    nacional, sendo aplicada tanto aos brasileiros quantos aos estrangeiros

    residentes no Brasil. A mesma idia est sedimentada no art. 1 do CPC.

    ! Lei processual estrangeira no se aplica aos processos

    trabalhistas que tramitam no Brasil.

    Art. 1 CPC: A jurisdio civil, contenciosa e voluntria,

    exercida pelos juzes, em todo o territrio nacional,

    conforme as disposies que este Cdigo estabelece.

    3. Princpios;

    3.1. Dispositivo;

    Tambm denominado de princpio da inrcia, o princpio dispositivo est

    contemplado nos artigos 2 e 262 do CPC, dispe que o juiz no poder prestar

    a tutela jurisdicional sem ser provocado, o que significa dizer que o Poder

    Judicirio mantm-se inerte at ser provocado pelo autor, que exerce o direito

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/ MT - FCC

    Prof. Bruno Klippel Aula 00

    Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 11 de 115

    de ao, requerendo ao Estado-Juiz que analise a pretenso exposta na petio

    inicial.

    Art. 2 CPC: Nenhum juiz prestar a tutela jurisdicional

    seno quando a parte ou o interessado a requerer, nos

    casos e forma legais.

    Art. 262 CPC. O processo civil comea por iniciativa da

    parte, mas se desenvolve por impulso oficial.

    Em sede trabalhista, o princpio possui algumas excees, que devem ser

    analisadas detidamente:

    Art. 878 CLT: trata-se da exceo mais importante, que afirma a

    possibilidade da execuo ser promovida ex officio pelo Magistrado. Trata-

    se apenas da execuo definitiva, pois a provisria depende de

    requerimento (art. 475-O CPC);

    Art. 878 CLT - A execuo poder ser promovida por

    qualquer interessado, ou exofficio pelo prprio Juiz ou

    Presidente ou Tribunal competente, nos termos do

    artigo anterior.

    Art. 39 CLT: prev que a DRT (hoje SRT Superintendncia Regional do

    Trabalho e Emprego) remeta cpia do processo administrativo para a

    Justia do Trabalho, para que se d incio reclamao trabalhista contra

    falta de anotao da CTPS e reconhecimento de vnculo empregatcio;

    Art. 39 CLT - Verificando-se que as alegaes feitas pelo

    reclamado versam sbre a no existncia de relao de

    emprgo ou sendo impossvel verificar essa condio

    pelos meios administrativos, ser o processo

    encaminhado a Justia do Trabalho ficando, nesse caso,

    sobrestado o julgamento do auto de infrao que

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/ MT - FCC

    Prof. Bruno Klippel Aula 00

    Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 12 de 115

    houver sido lavrado.

    Art. 856 CLT: dispe que o dissdio coletivo poder ser iniciado de ofcio

    pelo Tribunal. A FCC continua entendendo que o dispositivo est em vigor,

    apesar de entendimentos contrrios.

    Art. 856 CLT - A instncia ser instaurada mediante

    representao escrita ao Presidente do Tribunal. Poder

    ser tambm instaurada por iniciativa do presidente, ou,

    ainda, a requerimento da Procuradoria da Justia do

    Trabalho, sempre que ocorrer suspenso do trabalho.

    A regra continue sendo a impossibilidade do Poder Judicirio instaurar processo

    de ofcio, ou seja, sem provocao da parte legtima, sob pena de violao

    reflexa ao princpio da imparcialidade.

    Exemplo: Digamos que Joo tenha sido demitido, sem receber as verbas

    a que tinha direito. Para que a ao trabalhista tenha incio, Joo dever

    buscar a Justia do Trabalho, por meio de advogado ou sozinho. Mas

    vejam que ele ter que pedir ao Poder Judicirio uma providncia, que no

    caso a condenao da empresa ao pagamento das verbas devidas. Caso

    a empresa seja condenada e no recorra, teremos o trnsito em julgado,

    que significa dizer que a sentena se tornar imutvel. Se no houver o

    pagamento voluntrio da quantia fixada na sentena, teremos que iniciar

    outro processo, que chamado de processo de execuo. Esse processo

    de execuo pode ser iniciado por meio de pedido de Joo ou mesmo pelo

    prprio Juiz, conforme art. 878 da CLT. Nessa segunda situao, j no

    processo de execuo, pode o Juiz iniciar os atos para retirada da quantia

    do patrimnio da empresa. Vejam que no primeiro processo, chamado de

    conhecimento, h a incidncia do princpio dispositivo, pois o Juiz fica

    inerte. J no processo de execuo, incide o princpio inquisitivo, em que o

    Juiz atua mesmo sem pedido da parte.

    3.2. Inquisitivo;

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/ MT - FCC

    Prof. Bruno Klippel Aula 00

    Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 13 de 115

    O princpio em anlise possui importantes desdobramentos em sede de processo

    do trabalho. O primeiro deles, destaca-se, est relacionado ao impulso oficial,

    descrito no art. 262 do CPC e 765 da CLT. Uma vez exercido o direito de ao,

    tem o Juiz o dever de realizar os atos processuais de ofcio, evitando que o

    processo j instaurado permanece sem a prtica de atos processuais. A Lei n.

    5584/70, que entre outros importantes temas disciplina o rito sumrio, traz em

    seu art. 4 o dever do Juiz impulsionar o processo de ofcio.

    Art. 765 CLT - Os Juzos e Tribunais do Trabalho tero

    ampla liberdade na direo do processo e velaro

    pelo andamento rpido das causas, podendo

    determinar qualquer diligncia necessria ao

    esclarecimento delas.

    Ademais, mostra-se inevitvel falar sobre os poderes instrutrios do juiz,

    prescritos no art. 130 do CPC, de ampla aplicao no processo do trabalho.

    Segundo aquele dispositivo, deve o Juiz determinar as provas que sero

    produzidas, independentemente de pedido das partes, alm de indeferir aquelas

    que foram pedidas, mas que se mostram protelatrias, dispensveis. O mesmo

    sentido traz o art. 852-D da CLT, quando trata do rito sumarssimo.

    ! A Smula 74 do TST foi alterada por meio da Resoluo n

    174 de maio de 2011, fazendo-se inserir o inciso III que trata

    dos poderes instrutrios do juiz.

    Art. 130 CPC. Caber ao juiz, de ofcio ou a

    requerimento da parte, determinar as provas

    necessrias instruo do processo, indeferindo as

    diligncias inteis ou meramente protelatrias.

    Smula 74, III TST: A vedao produo de prova

    posterior pela parte confessa somente a ela se aplica,

    no afetando o exerccio, pelo magistrado, do

    poder/dever de conduzir o processo.

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/ MT - FCC

    Prof. Bruno Klippel Aula 00

    Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 14 de 115

    Art. 852-D CLT. O juiz dirigir o processo com

    liberdade para determinar as provas a serem

    produzidas, considerado o nus probatrio de cada

    litigante, podendo limitar ou excluir as que considerar

    excessivas, impertinentes ou protelatrias, bem como

    para apreci-las e dar especial valor s regras de

    experincia comum ou tcnica.

    Por fim, o princpio inquisitivo (ou inquisitrio) revela-se na possibilidade do

    Magistrado conhecer de ofcio das matrias de ordem pblica, tais como

    condies da ao e pressupostos processuais. Nestes termos, o juiz pode

    conhecer de ofcio a incompetncia absoluta (art. 113 CPC), determinando a

    remessa para o juzo que julgar competente. Alm disso, se verificar que o

    mandado de segurana foi impetrado aps o prazo de 120 (cento e vinte) dias,

    extinguir o mesmo por ausncia da condio da ao interesse processual.

    Exemplo: Pense que Joo ajuizou uma ao trabalhista pedindo a

    equiparao salarial com Jos, seu colega de trabalho. No requereu a

    produo de prova pericial, pois entendeu que os documentos juntados

    ao processo serviam para provar o seu direito. Mesmo sem que nenhuma

    das partes tenha pedido a produo da percia, na audincia, o Juiz

    entendeu que somente poderia julgar com certeza se naquela situao

    fosse produzida uma percia, para ver se os argumentos do autor e ru

    eram verdadeiros ou no. Vejam que o Juiz, de ofcio, ou seja, sem

    pedido de ningum, pode determinar a produo da prova que entender

    necessria. Aps a produo das provas, haver o livre convencimento

    do Magistrado, ou seja, ele interpretar a prova e lhe dar o valor,

    conforme o seu entendimento.

    Art. 113 CPC: A incompetncia absoluta deve ser

    declarada de ofcio e pode ser alegada, em qualquer

    tempo e grau de jurisdio, independentemente de

    exceo. 1o No sendo, porm, deduzida no prazo

    da contestao, ou na primeira oportunidade em que

    Ihe couber falar nos autos, a parte responder

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/ MT - FCC

    Prof. Bruno Klippel Aula 00

    Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 15 de 115

    integralmente pelas custas. 2o Declarada a

    incompetncia absoluta, somente os atos decisrios

    sero nulos, remetendo-se os autos ao juiz

    competente.

    3.3. Juiz natural;

    O princpio constitucional em destaque est inserido em dois importantes incisos

    do art. 5 da CRFB/88, o que demonstra o grau de preocupao do Legislador

    Constituinte com a garantia de que os julgamentos sero proferidos por rgos

    designados por meio de regras objetivas, excluindo-se critrios subjetivos de

    escolha.

    Os incisos XXXVII e LIII do art. 5 da Carta Magna afirmam, em coro, que

    ningum deve ser processado e julgado seno por autoridade competente, que

    aquela que possui atribuio legal para julgar determinado conflito de interesses.

    As regras de competncia, que esto espalhadas pela Constituio Federal,

    Cdigo de Processo Civil, Consolidao das Leis do Trabalho e diversas outras

    leis extravagantes, demonstram qual a autoridade judiciria que possui

    atribuio para julgar um conflito de interesses, sendo que tal atribuio

    determinada por critrios objetivos (nunca subjetivos), tais como: matria a ser

    analisada, pessoa em que est sendo julgada, relao para com outro processo,

    valor da causa e territrio no qual surgiu o conflito.

    ! Prev o princpio que os rgos judicirios devem ser pr-

    constitudos e as normas de competncia preestabelecidas.

    XXXVII - no haver juzo ou tribunal de exceo;

    LIII - ningum ser processado nem sentenciado seno

    pela autoridade competente;

    Os mesmos dispositivos so utilizados para justificar a existncia do princpio do

    promotor natural, cuja idia tambm busca evitar a designao por critrios

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/ MT - FCC

    Prof. Bruno Klippel Aula 00

    Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 16 de 115

    subjetivos, j que absolutamente distantes da imparcialidade que exigida dos

    sujeitos estatais do processo.

    Exemplo: Se trabalhei na cidade de Vitria/ES e quero ajuizar uma ao

    trabalhista em face da minha ex-empregadora, sei que a ao dever ser

    ajuizada naquela mesma cidade, pois o art. 651 da CLT diz que o local

    do ajuizamento da ao trabalhista o local da prestao dos servios. A

    regra pr-estabelecida, criada antes do ajuizamento da ao. No pode

    ocorrer de ser criada uma Vara do Trabalho especfica para julgar o meu

    processo ou ser designado um Juiz especial para julgar a minha ao,

    pois haveria ferimento ao princpio do Juiz Natural, j que esse aquele

    criado pela lei antes da ocorrncia do fato.

    3.4. Identidade fsica do juiz;

    Previsto no art. 132 do CPC, dispe que o Magistrado que concluir a audincia de

    instruo e julgamento deve julgar a lide, j que teve contato direto com as

    testemunhas, partes, perito, etc, o que lhe traz, presumidamente, uma melhor

    possibilidade de julgar. Esse princpio no era aplicado no processo do trabalho,

    mas em setembro/2012 o TST cancelou a SMULA N 136, o que fez com

    que tal princpio agora passe a ser aplicado na esfera trabalhista. Cuidado, pois

    se trata de informao que pode ser cobradas nos concursos pblicos.

    Exemplo: Ajuizei uma reclamao trabalhista em face da minha ex-

    empregadora, sendo que a primeira audincia foi presidida pelo Juiz Joo

    da Silva, que produziu as provas, ouviu as testemunhas, colheu o

    depoimento das partes, ouviu as explicaes do perito, etc. Como ele

    manteve contato direto com as partes, testemunhas e perito, ou seja,

    com as provas, deve ele julgar a ao. Esse o princpio da identidade

    fsica do juiz. Claro que pode ser do Juiz Joo da Silva se aposentar,

    antes de proferir a sentena. Pode ser que ele seja afastado por motivo

    de sade ou qualquer outro. Nessas situaes, outro Juiz o substituir,

    pois so excees ao princpio, que esto descritas no art. 132 do CPC.

    Art. 132 CPC. O juiz, titular ou substituto, que

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/ MT - FCC

    Prof. Bruno Klippel Aula 00

    Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 17 de 115

    concluir a audincia julgar a lide, salvo se estiver

    convocado, licenciado, afastado por qualquer motivo,

    promovido ou aposentado, casos em que passar os

    autos ao seu sucessor. Pargrafo nico. Em qualquer

    hiptese, o juiz que proferir a sentena, se entender

    necessrio, poder mandar repetir as provas j

    produzidas.

    3.5. Imparcialidade;

    Mostra-se bastante natural encontrar em livros e manuais sobre direito

    processual (civil, penal, trabalhista, etc), uma figura triangular, demonstrando

    nas bases as partes e no cume o juiz, sendo que este se encontra mesma

    distncia de autor e ru. Nestes termos, o juiz demonstra ser imparcial, ou seja,

    propicia um tratamento igual s partes, conforme preconiza o art. 125, I do CPC

    (um dos deveres do Juiz, na conduo do processo, tratar as partes de

    maneira igualitria).

    Art. 125 CPC. O juiz dirigir o processo conforme as

    disposies deste Cdigo, competindo-lhe: I - assegurar

    s partes igualdade de tratamento;

    Contudo, existem situaes que o legislador j pressups que o Juiz no deve

    atuar, por entender que ele tende a ser parcial, isto , tende a ajudar ou

    prejudicar uma das partes. Essas so as situaes arroladas nos artigos 134 e

    135 do CPC, que receberam a denominao, respectivamente, de impedimento e

    suspeio. Em ambas, deve o juiz de ofcio declarar-se impedido ou suspeito,

    determinando a remessa dos autos para o substituto legal.

    ! No curso da demanda, o tratamento dado pelo legislador s

    hipteses de suspeio e impedimento o mesmo. Porm, aps

    o trnsito em julgado, somente o impedimento subsiste pelo

    prazo de 2 (dois) anos, ocasio em que pode ser ajuizada a

    ao rescisria.

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/ MT - FCC

    Prof. Bruno Klippel Aula 00

    Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 18 de 115

    No processo do trabalho, as regras esto dispostas, principalmente, nos artigos

    795 e 799 da CLT. O primeiro dispositivo legal destaca o momento de que dispe

    a parte para alegar as nulidades processuais, sendo a audincia o momento

    adequado (caso o juiz no se declare suspeito ou impedido). O segundo afirma

    que as partes podero oferecer exceo de suspeio e incompetncia. Silencio a

    CLT acerca da exceo de impedimento. Justifica-se a ausncia de preciso

    expressa em virtude da Consolidao Trabalhista ter sido redigida quando em

    vigor o CPC/39, que tambm era silente sobre a matria. Contudo, aplica-se

    subsidiariamente o CPC para possibilitar a apresentao da exceo de

    impedimento.

    Exemplo:Imagina se Joo ajuza uma reclamao trabalhista, que

    distribuda 3 Vara do Trabalho de Vitria/ES, que a Vara em que

    titular o Dr. Jos, melhor amigo de Joo. claro que h uma forte

    tendncia a que o Juiz ajude o amigo, razo pela qual ele no deve

    julgar aquela ao. Deve considerar-se suspeito, passando os autos para

    o seu substituto legal, que o outro Juiz designado pelas normas

    internas do Tribunal. Da mesma forma ocorreria se o Juiz fosse inimigo

    de uma das partes, parente, credor, devedor, bem como outras

    situaes em que, provavelmente, no seria o Juiz imparcial.

    Art. 795 CLT - As nulidades no sero declaradas

    seno mediante provocao das partes, as quais

    devero argi-las primeira vez em que tiverem de

    falar em audincia ou nos autos. 1 - Dever,

    entretanto, ser declarada exofficio a nulidade

    fundada em incompetncia de foro. Nesse caso,

    sero considerados nulos os atos decisrios. 2 -

    O juiz ou Tribunal que se julgar incompetente

    determinar, na mesma ocasio, que se faa

    remessa do processo, com urgncia, autoridade

    competente, fundamentando sua deciso.

    Art. 799 CLT - Nas causas da jurisdio da Justia

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/ MT - FCC

    Prof. Bruno Klippel Aula 00

    Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 19 de 115

    do Trabalho, somente podem ser opostas, com

    suspenso do feito, as excees de suspeio ou

    incompetncia. 1 - As demais excees sero

    alegadas como matria de defesa. 2 - Das

    decises sobre excees de suspeio e

    incompetncia, salvo, quanto a estas, se

    terminativas do feito, no caber recurso, podendo,

    no entanto, as partes aleg-las novamente no

    recurso que couber da deciso final.

    3.6. Concentrao dos atos processuais;

    O princpio da concentrao dos atos processuais est intimamente relacionado

    ao princpio da celeridade. Em verdade, trata-se de tcnica utilizada pelo

    legislador trabalhista para acelerar o trmite processual. A idia foi simples:

    concentrar a maioria dos atos processuais em uma nica audincia, de forma a

    que o procedimento possa ser encurtado, levando o julgamento a ser proferida

    em perodo de tempo menor.

    No processo do trabalho a audincia una (art. 849 CLT), no devendo ser

    interrompida, regra geral. Naquela ser buscada a soluo conciliatria,

    produzida a defesa, colhidas as provas e decidida a lide. Tudo isso apenas uma

    audincia. Comparando-se o rito ordinrio do processo do trabalho com mesmo

    procedimento do processo civil, verifica-se, graficamente, que o primeiro

    extremamente simples e, por isso, mais clere.

    Art. 849 CLT - A audincia de julgamento ser contnua;

    mas, se no for possvel, por motivo de fora maior,

    conclu-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcar a

    sua continuao para a primeira desimpedida,

    independentemente de nova notificao.

    Direito Processual do Trabalho Rito Ordinrio

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/ MT - FCC

    Prof. Bruno Klippel Aula 00

    Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 20 de 115

    Petio Inicial Distribuio Notificao Audincia (sentena)

    Direito Processual Civil Rito Ordinrio

    Petio Inicial Distribuio Concluso ao Juiz e Despacho Inicial

    Citao Defesa Aud. Preliminar Aud. de Instruo Razes

    finais Sentena

    A simples comparao acima atesta que a maioria dos atos processuais

    realizada na audincia, no havendo que se falar em citao para posterior

    apresentao de defesa para depois designar-se audincia preliminar e, aps,

    audincia de instruo. Ao final desta, geralmente concedido prazo para

    apresentao de memoriais (razes finais escritas), indo os autos conclusos para

    ser proferida sentena.

    Exemplo: No dia da audincia, Joo compareceu sala de audincia da

    3 Vara do Trabalho de Vitria/ES. As 9h em ponto, foi feito o prego,

    sendo chamados autor e ru. Na mesma audincia foi tentado o acordo

    entre as partes, o que no ocorreu. Em seguida, o ru apresentou

    defesa, foram ouvidas as partes e testemunhas. Cada parte teve 10

    minutos para apresentar as razes finais, demonstrando ao Juiz os

    motivos que ele deveria levar em considerao na hora do julgamento.

    Foi novamente tentado o acordo entre as partes. Como novamente no

    houve conciliao, passou-se sentena, que condenou o ru ao

    pagamento de R$10.000,00 ao autor, seu ex-empregador, por dano

    moral decorrente do vnculo de emprego havido no passado. Vejam que

    todos esses atos processuais ocorreram em um nico dia, em uma

    audincia, todos os atos concentrados naquele momento.

    3.7. Oralidade;

    Um dos aspectos mais relevantes do direito processual do trabalho a

    celeridade, ou seja, a busca pela entrega da prestao jurisdicional em perodo

    de tempo razovel, conforme preconiza o art. 5, LXXVIII da CRFB/88. Contudo,

    a celeridade somente alcanada pela efetivao de diversos princpios aqui

    estudados, dentre eles, o da oralidade.

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/ MT - FCC

    Prof. Bruno Klippel Aula 00

    Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 21 de 115

    LXXVIII a todos, no mbito judicial e administrativo, so

    assegurados a razovel durao do processo e os meios

    que garantam a celeridade de sua tramitao.

    A viso do processo do trabalho criada pelo legislador, ao elaborar a

    Consolidao das Leis do Trabalho, foi de pensar em um procedimento em que

    os atos processuais fossem realizados oralmente, dispensando-se a formalidade

    dos atos escritos e o tempo necessrio sua comunicao e realizao.

    Por esses e outros motivos, a serem analisados, dispe o legislador que:

    O reclamante poder ajuizar reclamao trabalhista oral, nos

    termos do art. 840 da CLT, sendo que nessa hiptese a reclamao ser

    distribuda vara do trabalho, devendo o reclamante comparecer no

    prazo de 5 (cinco) dias para reduo termo dos fatos e fundamentos.

    Facilita-se, com isso, o acesso justia, pois mesmo quem no sabe

    escrever e no possui advogado, pode buscar a soluo dos litgios

    atravs da jurisdio.

    Art. 840 CLT- A reclamao poder ser escrita ou verbal.

    1 - Sendo escrita, a reclamao dever conter a

    designao do Presidente da Junta, ou do juiz de direito a

    quem for dirigida, a qualificao do reclamante e do

    reclamado, uma breve exposio dos fatos de que resulte

    o dissdio, o pedido, a data e a assinatura do reclamante

    ou de seu representante. 2 - Se verbal, a reclamao

    ser reduzida a termo, em 2 (duas) vias datadas e

    assinadas pelo escrivo ou secretrio, observado, no que

    couber, o disposto no pargrafo anterior.

    O juiz realizar a leitura da petio inicial (reclamao

    trabalhista), caso no seja dispensada pelas partes (art. 847 CLT):

    Nesse ponto, quis o legislador privilegiar, alm do fator tempo, os

    reclamantes que viessem a utilizar-se do jus postulandi, ou seja, que

    ajuizassem suas aes sem Advogado, nos termos do art. 791 da CLT.

    No sabendo ler e tendo apresentado petio inicial oral, poderia verificar

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/ MT - FCC

    Prof. Bruno Klippel Aula 00

    Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 22 de 115

    se o servidor reduziu a termo exatamente o que lhe foi exposto. Alm

    disso, privilegia-se igualmente o reclamado, que sem Advogado, no

    sabendo ler, teria cincia dos fatos que lhe foram imputados, de maneira

    a contrap-los no momento adequado.

    O reclamado apresentar a defesa oralmente, no prazo de 20 (vinte)

    minutos, conforme art. 847 da CLT. Apesar de no ser habitual na

    prtica, a defesa oral no prazo acima exposto a regra nas questes

    objetiva, isto , para tais questes de concursos, deve-se assinalar, em

    sombra de dvidas, que a resposta do ru ser apresentada oralmente,

    no prazo de 20 (vinte) minutos. Em tal prazo devero ser apresentadas

    todas as peas de defesa, se for a hiptese (contestao, excees e

    reconveno).

    Art. 847 CLT - No havendo acordo, o reclamado ter vinte

    minutos para aduzir sua defesa, aps a leitura da

    reclamao, quando esta no for dispensada por ambas as

    partes.

    O juiz buscar a conciliao em dois momentos obrigatrios da

    audincia, sob pena de nulidade processual. Dispem os artigos 846 e

    850 da CLT que o juiz tentar a conciliao no incio da audincia (ou

    seja, antes da apresentao da defesa) e aps as razes finais. Em tese,

    a ausncia de qualquer das tentativas de conciliao torna o processo

    nulo. Contudo, a jurisprudncia trabalhista abrandou a regra, afirmando

    que a ausncia da 2 tentativa conciliatria (depois das razes finais)

    que impe a nulidade referida.

    Art. 846 CLT - Aberta a audincia, o juiz ou presidente

    propor a conciliao.

    Art. 850 CLT - Terminada a instruo, podero as partes

    aduzir razes finais, em prazo no excedente de 10 (dez)

    minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente

    renovar a proposta de conciliao, e no se realizando

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/ MT - FCC

    Prof. Bruno Klippel Aula 00

    Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 23 de 115

    esta, ser proferida a deciso.

    As razes finais sero realizadas em audincia, nos termos do art.

    850 da CLT, em 10 (dez) minutos para cada parte, sem que haja, na CLT,

    a possibilidade de converso em memoriais escritos. Contudo, diante da

    complexidade da causa, poder o Magistrado, utilizando-se

    subsidiariamente do CPC, determinar a converso, designando prazo para

    as partes apresentarem as alegaes finais em cartrio.

    A sentena ser proferida ao trmino da audincia, oralmente,

    prestigiando-se o princpio em estudo e em reforo ao princpio da

    concentrao dos atos processuais, demonstrando-se o que fora exposto:

    o processo do trabalho se desenvolve em sua maioria na audincia una. A

    sentena oral, ao trmino da audincia, est prevista nos artigos 831 e

    850 da CLT.

    Art. 831 - A deciso ser proferida depois de rejeitada

    pelas partes a proposta de conciliao.

    A parte apresentar o protesto em audincia, caso discorde de

    alguma deciso interlocutria proferida em audincia, visando evitar a

    precluso acerca da matria. O protesto uma figura processual parecida

    com o agravo retido oral, previsto no art. 523, 3 do CPC, porm, sem

    qualquer fundamentao, bastando parte que requeira ao Juiz que

    inclua na ata de audincia o protesto da parte, isto , a sua discordncia.

    Tal ato j permite que a parte, no recurso da deciso final, se insurja em

    face da deciso proferida em audincia, j que protesto evitou a

    precluso em relao matria.

    ! Nunca esquecer: defesa oral em 20 (vinte) minutos. Alm

    disso, dois momentos obrigatrios de conciliao (incio da

    audincia e aps razes finais).

    Exemplo: Os atos processuais so realizados, em sua maioria, de forma

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/ MT - FCC

    Prof. Bruno Klippel Aula 00

    Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 24 de 115

    oral. Assim, posso ir Justia do Trabalho e dizer que quero ajuizar uma

    reclamao trabalhista verbal. Esse meu pedido ser distribudo a uma

    das Varas do Trabalho existentes e eu, em 5 dias, comparecerei Vara

    do Trabalho sorteada para narrar a minha histria, que ser reduzida

    termo, ou seja, colocada no papel. Essa a petio inicial verbal. Na

    audincia, o ru apresentar, pelas normas da CLT, a defesa oralmente,

    no prazo de at 20 minutos. Pela CLT, no h defesa escrita, como

    geralmente ocorre, mas oral, no prazo acima destacado. Ao final da

    audincia, o Juiz deve proferir a sentena, oralmente. Vejam que os

    principais atos so orais, facilitando o acesso das pessoas ao Poder

    Judicirio e tornando o processo mais rpido.

    3.8. Irrecorribilidade imediata das interlocutrias;

    Uma das mais importantes tcnicas utilizadas pelo legislador para alcanar a

    celeridade dos ritos trabalhistas, toca impossibilidade de ser interposto recurso

    em face de decises interlocutrias, ao contrrio do que ocorre no processo civil,

    pois naquela seara as referidas decises so impugnadas por agravo

    (instrumento ou retido).

    Assim, sendo proferida deciso interlocutria deferindo a reintegrao do

    reclamante, no poder a empresa interpor de imediato qualquer recurso.

    Dever aguardar ser proferida sentena para interpor o recurso cabvel em face

    desta ltima deciso. Ao interpor o recurso ordinrio (art. 895, I CLT),

    demonstrar o seu inconformismo tambm em face de interlocutria proferida.

    Assim dispe o art. 893, 1 da CLT.

    Art. 893 1 CLT - Os incidentes do processo so

    resolvidos pelo prprio Juzo ou Tribunal, admitindo-se a

    apreciao do merecimento das decises interlocutrias

    somente em recursos da deciso definitiva.

    Na sistemtica do direito processual do trabalho, tal princpio no traz prejuzo

    s partes, j que o rito processual mostra-se bastante clere, em virtude da

    concentrao dos atos processuais.

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/ MT - FCC

    Prof. Bruno Klippel Aula 00

    Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 25 de 115

    Portanto, a regra a impossibilidade de se interpor recurso em face de decises

    interlocutrias. Ocorre que a regra comporta excees. A primeira, descrita no

    art. 799, 2 da CLT, que trata das decises interlocutrias terminativas do

    feito. Entende-se que tais decises so aquelas que reconhecem a

    incompetncia absoluta da Justia do Trabalho e que, por isso, conforme art.

    113, 2 do CPC, determinam a remessa dos autos para fora da Justia do

    Trabalho, isto, para a justia comum ou outra especializada. Nessa situao,

    caber recurso e imediato e, apesar de tratar-se de deciso interlocutria, o

    recurso cabvel ser o ordinrio (art. 895, I da CLT).

    ! Pouco importa o momento em que a interlocutria

    proferida. A regra a impossibilidade de se interpor recurso,

    salvo as excees legais e jurisprudenciais.

    Art. 799 2 CLT - Das decises sobre excees de

    suspeio e incompetncia, salvo, quanto a estas, se

    terminativas do feito, no caber recurso, podendo, no

    entanto, as partes aleg-las novamente no recurso que

    couber da deciso final.

    Outras excees esto contidas na Smula 214 do TST. So trs as situaes

    destacadas pelo Tribunal Superior do Trabalho:

    Deciso de TRT contrria Orientao Jurisprudencial ou Smula

    do TST: nessa hiptese, ao dar provimento ao recurso e determinar a

    anulao da sentena, com retorno dos autos ao primeiro grau, pode o

    TRT decidir em desconformidade com Orientao Jurisprudencial ou

    Smula do TST, hiptese que gera o cabimento de recurso de revista para

    o TST.

    Deciso suscetvel de impugnao mediante recurso para o prprio

    tribunal: nessa situao, apesar de ter sido proferida deciso

    interlocutria, poder a parte prejudicada valer-se de recurso, pois a

    deciso pode ser impugnada por recurso interno, ou seja, processado e

    julgado pelo mesmo tribunal. Situao tpica ocorre quando o Relator

    analisa pedido liminar, cabendo a interposio de agravo regimental ou

    julga nos termos do art. 557 do CPC, podendo-se impugnar a deciso por

    agravo interno (art. 557, 1 CPC).

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/ MT - FCC

    Prof. Bruno Klippel Aula 00

    Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 26 de 115

    Art. 557 CPC. O relator negar seguimento a recurso

    manifestamente inadmissvel, improcedente, prejudicado

    ou em confronto com smula ou com jurisprudncia

    dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal

    Federal, ou de Tribunal Superior.(Redao dada pela Lei

    n 9.756, de 17.12.1998) (...) 1o Da deciso caber

    agravo, no prazo de cinco dias, ao rgo competente para

    o julgamento do recurso, e, se no houver retratao, o

    relator apresentar o processo em mesa, proferindo voto;

    provido o agravo, o recurso ter seguimento.

    Deciso que julga exceo de incompetncia, determinando a

    remessa dos autos para Vara do Trabalho vinculada outro

    TRT:nessa situao, deve-se verificar, quando do julgamento de exceo

    de incompetncia territorial, se o juzo para o qual ser remetida a

    demanda trabalhista est vinculado ou no ao mesmo TRT. Por exemplo,

    se a ao for ajuizada perante Vara do Trabalho de Vitria/ES (TRT 17

    Regio) e for determinada a remessa dos autos para Vara do Trabalho de

    So Paulo/SP (TRT 2 Regio), caber recurso, pois a demanda foi

    ajuizada perante um TRT (ES), sendo remetida para outro TRT (SP).

    Muda-se de regio por meio do julgamento da exceo de incompetncia.

    No se pode pensar em Estado, e sim, em Regio, pois o Estado do So

    Paulo possui duas regies Capital (2 Regio) e Campinas (15 Regio)

    sendo que, por outro lado, alguns Estados da Federao no possuem

    TRT, tais como RR, AP, AC e TO.

    Exemplo: Digamos que Joana, apesar de grvida, tenha sido demitida

    sem justa causa da empresa em que trabalhava. Revoltada, procurou um

    Advogado que ajuizou uma ao trabalhista, pedindo a imediata

    reintegrao, ou seja, o seu retorno por deciso liminar, no incio do

    processo. Analisando esse pedido liminar, o Juiz proferiu uma deciso

    negando o pedido de retorno, por entender que no ficou provado que a

    autora engravidou enquanto empregada. Essa deciso negando o pedido,

    no incio do processo, recebe o nome de deciso interlocutria, pois o

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/ MT - FCC

    Prof. Bruno Klippel Aula 00

    Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 27 de 115

    processo no terminou, e sim, apenas analisou um pedido de urgncia.

    Por mais revoltada que Joana esteja com a deciso desfavorvel, no

    poder interpor nenhum recurso, pois a regra que no cabe recurso de

    deciso proferida no meio do processo (deciso interlocutria).

    SUM-214 TST - DECISO

    INTERLOCUTRIA.IRRECORRIBILIDADE (nova redao) -

    Res. 127/2005, DJ 14, 15 e 16.03.2005 Na Justia do

    Trabalho, nos termos do art. 893, 1, da CLT, as

    decises interlocutrias no ensejam recurso imediato,

    salvo nas hipteses de deciso: a) de Tribunal Regional

    do Trabalho contrria Smula ou Orientao

    Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b)

    suscetvel de impugnao mediante recurso para o

    mesmo Tribunal; c) que acolhe exceo de incompetncia

    territorial, com a remessa dos autos para Tribunal

    Regional distinto daquele a que se vincula o juzo

    excepcionado, consoante o disposto no art. 799, 2, da

    CLT.

    3.9. Duplo grau de jurisdio;

    O princpio do duplo grau de jurisdio gera a possibilidade das partes

    recorreram de decises que lhes forem desfavorveis, interpondo os recursos

    previstos em lei. Apesar de usual a utilizao de recursos, o direito de interp-

    los no considerado uma garantia constitucional, pois no h qualquer

    dispositivo na CRFB/88 prevendo tal direito.

    O exerccio do duplo grau se d por interpretao sistemtica do texto

    constitucional, j que naquele h previso da existncia de tribunais, sendo

    competentes para o processamento e julgamento de recursos.

    Ao se buscar a reforma ou anulao de uma deciso judicial, afirma-se a

    existncia de um dos seguintes vcios: error in judicandoe error in procedendo,

    que significam o equvoco do julgador quando de sua anlise acerca da situao

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/ MT - FCC

    Prof. Bruno Klippel Aula 00

    Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 28 de 115

    concreta, sujeita jurisdio estatal e o equvoco na realizao de algum ato

    processual, isto, erro no procedimento.

    ! O error in procedendo gera o pedido de anulao da deciso,

    enquanto o error in judicando faz com que o recorrente

    requeria a reforma do julgado.

    Ainda sobre o tema, mostra-se importante salientar que os recursos so

    julgados, geralmente, por rgo de hierarquia superior quele que proferiu a

    deciso, mas nada impede que o remdio processual seja julgado pelo mesmo

    rgo que proferiu a deciso recorrida, como ocorre nos embargos de

    declarao.

    Alm disso, por no se tratar de garantia constitucional, pode ser restringido,

    isto , pode a lei impor situaes das quais no caiba recurso, como ocorre no

    procedimento sumrio, tambm conhecido por dissdio de alada, previsto na Lei

    n 5584/70.

    Exemplo: se ajuzo uma ao trabalhista buscando a condenao do ru

    ao pagamento de R$1.000.000,00 em danos morais e perco, posso

    interpor recurso, que em regra julgado pelo rgo de hierarquia

    superior, um tribunal. Muitas vezes tenho mais de uma possibilidade de

    interpor recurso, as vezes vrias, mas deve haver pelo menos um

    recurso disponvel s partes, para que seja exercido o duplo grau de

    jurisdio, j que possvel que o Juiz erre, j que humano.

    3.10. Contraditrio e ampla defesa;

    Os princpios em comento esto assegurados na CRFB/88 no art. 5, LV, que

    aduz, em sntese, a necessidade das partes serem informadas dos atos

    processuais para, querendo, apresentarem manifestao, isto , reao. Sabe-se

    que a marcha processual formada por diversos atos, dos quais participam as

    partes, bem como terceiros, sendo que os primeiros so intimados

    cientificados pelo Estado, de maneira que possam atuar no processo, caso

    queiram. O contraditrio, como j afirmado, pode ser reduzido frmula

    informao + possibilidade de reao.

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/ MT - FCC

    Prof. Bruno Klippel Aula 00

    Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 29 de 115

    ! No h necessidade de reao efetiva, bastante oferecer

    parte a possibilidade de reagir, por tratar-se de faculdade

    daquela.

    LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo,

    e aos acusados em geral so assegurados o contraditrio

    e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.

    Assim, deve o Estado cientificar as partes por meio da citao (notificao) e da

    intimao. Assim, sendo designada audincia no processo do trabalho, as partes

    devem ser notificadas para comparecerem. obvio que o comparecimento no

    obrigatrio, por tratar-se de nus, o que representa dizer que a ausncia trar

    conseqncias processuais, tais como o arquivamento da reclamao caso o

    autor falte quele ato ou a revelia sendo faltoso o ru.

    Em tpico prprio, sero analisadas as regras sobre a notificao e intimao no

    processo do trabalho, mas alguns pontos merecem relevo nesse momento:

    A notificao do ru no processo do trabalho no necessita ser requerida

    na petio inicial, por tratar-se de ato automtico do servidor do juzo;

    A notificao do ru no feita para apresentar defesa em certo prazo,

    como no processo civil, e sim, para comparecer audincia, na qual

    poder ser apresentada defesa oral. A audincia ser a primeira

    desimpedida no prazo de pelo menos 5 (cinco) dias entre o recebimento

    da notificao e a realizao daquele ato, de acordo com o art. 841 da

    CLT.

    Art. 841 CLT - Recebida e protocolada a reclamao, o

    escrivo ou secretrio, dentro de 48 (quarenta e oito)

    horas, remeter a segunda via da petio, ou do termo, ao

    reclamado, notificando-o ao mesmo tempo, para

    comparecer audincia do julgamento, que ser a

    primeira desimpedida, depois de 5 (cinco) dias. 1 - A

    notificao ser feita em registro postal com franquia. Se

    o reclamado criar embaraos ao seu recebimento ou no

    for encontrado, far-se- a notificao por edital, inserto

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/ MT - FCC

    Prof. Bruno Klippel Aula 00

    Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 30 de 115

    no jornal oficial ou no que publicar o expediente forense,

    ou, na falta, afixado na sede da Junta ou Juzo. 2 - O

    reclamante ser notificado no ato da apresentao da

    reclamao ou na forma do pargrafo anterior.

    As intimaes so feitas de ofcio pelo Juzo, conforme disposto no art.

    262 do CPC, que afirma que o processo se desenvolve por impulso oficial.

    Art. 262 CPC. O processo civil comea por iniciativa da

    parte, mas se desenvolve por impulso oficial.

    Por fim, vale a pena dizer que nem sempre a ausncia de citao ou intimao

    importar em violao ao princpio do contraditrio, pois a nulidade processual

    somente ser pronunciada se for verificado o prejuzo da parte, pois nulidade

    igual a vcio de forma + prejuzo. Caso a violao ao contraditrio no acarrete

    prejuzo, o ato ser vlido, pois entrar em cena o princpio da

    instrumentalidade das formas, a ser estudado em tpico prprio.

    ! Nulidade = erro de forma + prejuzo.

    Sobre a ampla defesa, afirma-se que as partes podero utilizar-se de todos os

    meios processuais legais para a demonstrao de seu direito, inclusive o

    silncio, pois segundo destaca o TST, por meio de sua Smula n. 403, I que

    no caracteriza dolo processual, previsto no art. 485, III, do CPC, o simples

    fato de a parte vencedora haver silenciado a respeito de fatos contrrios a ela.

    Exemplo:aps trabalhar diversos anos em uma empresa, Joo foi

    demitido e ajuizou reclamao trabalhista em face do ex-empregador,

    alegando ter trabalhado em jornada extraordinria sem receber qualquer

    quantia, alm de ter sido humilhado perante todos os demais

    empregados, quando da sua demisso, tendo em vista que o gerente lhe

    disse, em alto e bom som, que ele era incompetente, preguioso e

    outros elegios. Ajuizou a ao e pediu a condenao da empresa ao

    pagamento de R$100.000,00 (reunindo todos os pedidos). A empresa

    deve ser notificada (citada) para conhecer as alegaes de Joo e, caso

    queira, apresentar defesa. Pode at no apresentar defesa, caso no

    queira, mas a possibilidade de reagir lhe foi conferida. Assim, foram

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/ MT - FCC

    Prof. Bruno Klippel Aula 00

    Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 31 de 115

    respeitados os princpios do contraditrio e ampla defesa. Situao

    diversa ocorreria se Joo inclusse o endereo errado da empresa em sua

    petio inicial e o ex-empregador no tivesse conhecimento da ao,

    sendo condenado revelia. O erro do endereo impediu o conhecimento

    da causa pelo ru.

    3.11. Conciliao;

    A conciliao um dos pilares mais importantes do processo do trabalho,

    contribuindo em muito para a manuteno de sua peculiar celeridade. Ao criar a

    sistemtica processual trabalhista, o legislador procurou, em todos os

    procedimentos, instigar as partes composio conciliatria do conflito, criando

    momentos especficos e obrigatrios para que o Juiz busque o acordo, de forma

    a extinguir o processo com resoluo do mrito, conforme art. 269, III do CPC,

    da maneira clere e eficaz.

    ! Homologao de acordo gera sempre a extino do processo

    com resoluo de mrito.

    Art. 269 CPC. Haver resoluo de mrito:

    (...) III - quando as partes transigirem;

    Um primeiro ponto a ser destacado que o art. 764 da CLT afirma que os

    dissdios individuais e coletivos sero objeto de tentativa de conciliao, sendo

    lcito s partes formul-la em qualquer momento do processo, inclusive, em

    execuo de sentena, como a prtica demonstra ser comum.

    Art. 764 CLT - Os dissdios individuais ou coletivos

    submetidos apreciao da Justia do Trabalho sero

    sempre sujeitos conciliao.

    Nos dissdios individuais, o Juiz buscar a conciliao em dois momentos

    obrigatrios, no incio e no trmino da audincia. Em termos mais precisos, aps

    a realizao do prego (art. 846 CLT) e aps as razes finais (art. 850 CLT). No

    rito sumarssimo, destaque para o art. 852-E, que afirma que o Juiz buscar a

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/ MT - FCC

    Prof. Bruno Klippel Aula 00

    Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 32 de 115

    conciliao em todos os momentos da audincia. Nos dissdios coletivos, o

    Presidente do Tribunal designar audincia prpria para a tentativa de

    conciliao, conforme ser melhor estudado em aula sobre aquele espcie de

    dissdio.

    Art. 852-E CLT. Aberta a sesso, o juiz esclarecer as

    partes presentes sobre as vantagens da conciliao e

    usar os meios adequados de persuaso para a soluo

    conciliatria do litgio, em qualquer fase da audincia.

    No se pode esquecer jamais que a homologao de acordo gera a extino do

    processo com resoluo do mrito, de acordo com o art. 269, III do CPC. Alm

    disso, caso seja apresentada proposta de acordo, o Juiz no obrigado a

    homolog-la, de acordo com a Smula n. 418 do TST, no sendo possvel a

    impetrao de mandado de segurana, uma vez que o Juiz do Trabalho dever

    verificar se o acordo prejudicial ou no ao obreiro, tendo em vista o princpio

    da proteo.

    ! O juiz no obrigado a homologar o acordo apresentado

    pelas partes e deferir liminar.

    SUM-418 TST - MANDADO DE SEGURANA VISANDO

    CONCESSO DE LIMI-NAR OU HOMOLOGAO DE ACORDO

    (converso das Orientaes Jurisprudenciais ns 120 e

    141 da SBDI-2) - Res. 137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005

    A concesso de liminar ou a homologao de acordo

    constituem faculdade do juiz, inexistindo direito lquido e

    certo tutelvel pela via do mandado de segurana.

    Por fim, importante fazer referncia ao contedo da Smula n. 259 do TST, que

    afirma ser a ao rescisria o meio processual adequado para desconstituir

    deciso homologatria de acordo, por faltar interesse na interposio de recurso.

    ! Eventual erro no acordo deve ser demonstrado por ao

    rescisria.

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/ MT - FCC

    Prof. Bruno Klippel Aula 00

    Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 33 de 115

    SUM-259 TST - TERMO DE CONCILIAO. AO

    RESCISRIA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e

    21.11.2003 S por ao rescisria impugnvel o termo

    de conciliao previsto no pargrafo nico do art. 831 da

    CLT.

    Exemplo: imagine que voc tenha ajuizado uma ao trabalhista

    pedindo a condenao do reclamado ao pagamento de R$10.000,00.

    Na audincia a empresa apresentou proposta de acordo: pagaria

    R$6.000,00 naquela mesma data. Voc disse que aceitava e o Juiz

    achou o acordo conveniente, razo pelo qual homologou o mesmo e

    extinguiu o processo com resoluo do mrito. Contudo, poderia

    ocorrer da empresa oferecer apenas R$3.000,00 e voc aceitar, mas o

    Juiz no homologar, por entender que aquele valor estava muito abaixo

    do que voc merecia. Mesmo que voc afirme que concorda (e que o

    direito seu !!) o Juiz no obrigado a homologar (aceitar) o acordo.

    No aceitando, o processo continuar com a prtica dos demais atos

    processuais.

    3.12. Jus postulandi;

    O princpio em estudo revela a possibilidade das partes realizarem os atos

    processuais sem a representao de Advogado. Tal regra encontra-se prevista

    no art. 791 da CLT. Essa norma passou a ser muito contestada aps a CRFB/88,

    j que a Carta Magna prev no art. 133 a indispensabilidade do Advogado,

    demonstrando a sua importncia para a administrao da justia. Advogou-se

    tese da no recepo do dispositivo celetista.

    ! O art. 791 da CLT no conflita com o art. 133 da CRFB/88, por

    isso foi recepcionado.

    Art. 791 CLT - Os empregados e os empregadores podero

    reclamar pessoalmente perante a Justia do Trabalho e

    acompanhar as suas reclamaes at o final.

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/ MT - FCC

    Prof. Bruno Klippel Aula 00

    Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 34 de 115

    Art. 133 CF. O advogado indispensvel administrao

    da justia, sendo inviolvel por seus atos e manifestaes

    no exerccio da profisso, nos limites da lei.

    Ocorre que o entendimento do STF e do TST foi em sentido contrrio. O jus

    postulandi continua a existir na Justia do Trabalho, independentemente do valor

    da causa ou da complexidade da demanda.

    Apesar do TST manter a aplicao do instituto, foi editada a Smula n, 425

    daquele tribunal, restringindo-o em algumas situaes. Segundo o entendimento

    consolidado, no subsiste o jus postulandi nos recursos para o TST, na ao

    cautelar, ao rescisria e no mandado de segurana. A justificativa bastante

    plausvel. Em relao aos recursos julgados pelo TST, os requisitos de

    admissibilidade complexos (prequestionamento, cabimento, fundamentao, etc)

    impedem que algum, que no seja Advogado, realize o ato corretamente. Nas

    demais hipteses, os requisitos e procedimentos tambm dificultam a prtica

    dos atos, merecendo o acompanhamento de Advogado, que possui capacidade

    postulatria.

    Em sntese, temos as seguintes restries ao jus postulandi;

    Vara do Trabalho e Tribunal Regional do Trabalho: Ao Rescisria,

    Mandado de Segurana e Ao Cautelar.

    Tribunal Superior do Trabalho:Ao Rescisria, Mandado de

    Segurana, Ao Cautelar e Recursos processados e julgados por aquele

    tribunal.

    SUM-425 TST - JUS POSTULANDI NA JUSTIA DO

    TRABALHO. ALCANCE - Res. 165/2010, DEJT divulgado em

    30.04.2010 e 03 e 04.05.2010 Ojus postulandidas partes,

    estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se s Varas do

    Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, no

    alcanando a ao rescisria, a ao cautelar, o mandado de

    segurana e os recursos de competncia do Tribunal

    Superior do Trabalho.

    Exemplo:Se quero ajuizar uma reclamao trabalhista em face do meu

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/ MT - FCC

    Prof. Bruno Klippel Aula 00

    Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 35 de 115

    ex-empregador, posso contratar um Advogado ou no, ajuizar a ao

    pessoalmente. Posso redigir a minha prpria petio inicial ou ajuiz-la

    oralmente, comparecendo Justia do Trabalho para que um servidor

    (voc, por exemplo), reduz termo a minha histria, isto , coloque-a

    no papel. Contudo, caso haja necessidade de impetrar um mandado de

    segurana na Justia do Trabalho, ajuizar uma ao rescisria, uma ao

    cautelar ou interpor um recurso para o TST, ai necessitarei de um

    Advogado. Digamos que a deciso do Juiz do Trabalho (Vara do

    Trabalho) tenho sido desfavorvel. Sem Advogado estava, sem

    Advogado recorri ao TRT, que manteve a deciso desfavorvel. Agora,

    para recorrer ao TST tenha que contratar um Advogado, pois a Smula

    n 425 do TST diz que no se aplica o jus postulandi aos recursos para

    aquele Tribunal. Logo, no posso interpor o recurso sozinho.

    Obrigatoriamente esse recurso dever ser assinado por um Advogado.

    3.13. Motivao das decises judiciais;

    Sobre esse importante princpio, merece destaque o art. 93, IX da CRFB/88, que

    aduz ser necessria a fundamentao de todas as decises judiciais, sob pena de

    nulidade. Trata-se de nulidade absoluta que, portanto, no pode ser sanada. Nos

    termos do art. 458 do CPC, so requisitos da sentena: relatrio, fundamentao

    e dispositivo. A fundamentao o momento em que o juiz analisa a causa de

    pedir do autor, bem como os fundamentos da defesa, concluindo pela

    procedncia ou improcedncia do pedido formulado na exordial.

    Art. 93 IX CF: todos os julgamentos dos rgos do Poder

    Judicirio sero pblicos, e fundamentadas todas as

    decises, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a

    presena, em determinados atos, s prprias partes e a

    seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais

    a preservao do direito intimidade do interessado no

    sigilo no prejudique o interesse pblico informao.

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/ MT - FCC

    Prof. Bruno Klippel Aula 00

    Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 36 de 115

    A CLT tambm faz referncia ao princpio, quando insere no art. 832, que da

    deciso devero constar o nome das partes, o resumo do pedido e da defesa, a

    apreciao das provas, os fundamentos da deciso e a respectiva concluso.

    ! Por poltica legislativa, em alguns procedimentos, pode o

    legislador deixar de exigir o relatrio, mas nunca a

    fundamentao e o dispositivo.

    Art. 832 CLT - Da deciso devero constar o nome das

    partes, o resumo do pedido e da defesa, a apreciao das

    provas, os fundamentos da deciso e a respectiva

    concluso.

    O princpio aplicvel a todos os atos decisrios, ou seja, decises

    interlocutrias, sentenas, acrdos e decises monocrticas. Apenas os

    despachos no precisam ser fundamentos, j que no possuem forma, no

    geram prejuzo, por apenas impulsionarem o processo.

    ! Dos despachos no cabe recurso, conforme art. 504 do CPC.

    Exemplo:imagine que tenha ajuizada uma reclamao trabalhista,

    alegando ter trabalhado em jornada noturna, sem receber o adicional

    devido, bem como em jornada extraordinria, sem nada receber. Para

    provar os suas alegaes, juntou documentos, levou testemunhas

    audincia. Saiu daquele ato satisfeito(a), pensando que a sentena seria

    procedente, ou seja, voc conseguiria a condenao pretendida. Quando

    da intimao da sentena, voc se assustou ao saber que a deciso tinha

    sido desfavorvel. Qual a primeira pergunta que lhe veio mente? Por

    que o Juiz no reconheceu os meus pedidos? Imagina se ele no

    precisasse explicar a deciso, no precisasse fundamentar a negativa do

    seu pedido? Certamente voc ficaria ainda mais irritado(a). Vejam pelo

    princpio que o Juiz deve fundamentar, motivar a deciso, explicando os

    motivos que o levaram a julgar daquela maneira.

    3.14. Probidade processual;

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/ MT - FCC

    Prof. Bruno Klippel Aula 00

    Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 37 de 115

    O princpio em referncia tambm conhecido por boa-f processual e destaca

    que todos os sujeitos do processo parcial ou imparciais devem seguir as

    condutas previstas no art. 14 do CPC. O primeiro destaque encontra-se no caput

    do mencionado artigo, que faz meno s partes e todos aqueles que de

    qualquer forma atuarem no processo, alterando-se entendimento anterior a

    2001, que restringia o dispositivo apenas s partes.

    Art. 14 CPC. So deveres das partes e de todos aqueles

    que de qualquer forma participam do processo: (Redao

    dada pela Lei n 10.358, de 27.12.2001) I - expor os

    fatos em juzo conforme a verdade; II - proceder com

    lealdade e boa-f; III - no formular pretenses, nem

    alegar defesa, cientes de que so destitudas de

    fundamento; IV - no produzir provas, nem praticar atos

    inteis ou desnecessrios declarao ou defesa do

    direito. V - cumprir com exatido os provimentos

    mandamentais e no criar embaraos efetivao de

    provimentos judiciais, de natureza antecipatria ou

    final.(Includo pela Lei n 10.358, de 27.12.2001)

    Pargrafo nico. Ressalvados os advogados que se

    sujeitam exclusivamente aos estatutos da OAB, a

    violao do disposto no inciso V deste artigo constitui ato

    atentatrio ao exerccio da jurisdio, podendo o juiz,

    sem prejuzo das sanes criminais, civis e processuais

    cabveis, aplicar ao responsvel multa em montante a ser

    fixado de acordo com a gravidade da conduta e no

    superior a vinte por cento do valor da causa; no sendo

    paga no prazo estabelecido, contado do trnsito em

    julgado da deciso final da causa, a multa ser inscrita

    sempre como dvida ativa da Unio ou do Estado.

    As partes que descumprirem as regras ali contidas so denominadas de

    litigantes de m-f, cabendo a aplicao de penalidades previstas no art. 18 do

    CPC, que destaca as normas sobre multas e outras penas pecunirias a serem

    impostas. Destaca-se que tais penalidades pecunirias no so impostas ao

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/ MT - FCC

    Prof. Bruno Klippel Aula 00

    Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 38 de 115

    Advogado, pois segundo o nico do art. 14 do CPC, queles aplicam-se apenas

    as regras previstas nos estatutos da Ordem dos Advogados do Brasil.

    ! As penas pecunirias no se aplicam aos Advogados, e sim, s

    partes.

    Art. 18 CPC. O juiz ou tribunal, de ofcio ou a

    requerimento, condenar o litigante de m-f a pagar

    multa no excedente a um por cento sobre o valor da

    causa e a indenizar a parte contrria dos prejuzos que

    esta sofreu, mais os honorrios advocatcios e todas as

    despesas que efetuou. (Redao dada pela Lei n 9.668,

    de 23.6.1998) 1 Quando forem dois ou mais os

    litigantes de m-f, o juiz condenar cada um na

    proporo do seu respectivo interesse na causa, ou

    solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a

    parte contrria. 2 O valor da indenizao ser desde

    logo fixado pelo juiz, em quantia no superior a 20%

    (vinte por cento) sobre o valor da causa, ou liquidado por

    arbitramento.

    Destaca-se no art. 18 do CPC que a multa ser aplicada de ofcio pelo Poder

    Judicirio, isto , sem necessidade de pedido. Ademais, a aplicao de multa

    poder ser realizada em qualquer instncia e momento processuais.

    ! A litigncia de m-f, com bem como as suas conseqncias,

    devem ser declaradas de ofcio pelo juiz.

    Existem outros dispositivos do CPC que tratam da matria, podendo-se destacar

    o art. 538, nico, extremamente utilizado na prtica forense, pois trata de

    multa a ser aplicada na utilizao de embargos de declarao com fins

    protelatrios.

    Art. 538 CPC. Os embargos de declarao interrompem o

    prazo para a interposio de outros recursos, por

    qualquer das partes. (Redao dada pela Lei n 8.950, de

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/ MT - FCC

    Prof. Bruno Klippel Aula 00

    Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 39 de 115

    13.12.1994)Pargrafo nico. Quando manifestamente

    protelatrios os embargos, o juiz ou o tribunal,

    declarando que o so, condenar o embargante a pagar

    ao embargado multa no excedente de 1% (um por

    cento) sobre o valor da causa. Na reiterao de embargos

    protelatrios, a multa elevada a at 10% (dez por

    cento), ficando condicionada a interposio de qualquer

    outro recurso ao depsito do valor respectivo.

    Exemplo:ajuizei uma ao trabalhista alegando a existncia de dano

    moral, diante de uma situao chata que ocorrera no dia-a-dia da

    empresa, que culminou com o meu pedido de demisso. O meu

    gerente, em determinado dia, na frente de toda a equipe, afirmou que

    eu nunca cumpria as metas porque era incompetente, porque no me

    empenhava e que devia buscar outra profisso. Essa situao me

    humilhou muito, pois toda a equipe presenciou, razo pela qual

    procurei o Poder Judiciria com ao de dano moral. Ocorre que na

    audincia, a empresa r levou um empregado, que a tudo presenciou,

    mas pagou quele para que mentisse. Assim fez com outras 2

    testemunhas. Essa atitude considerada pelo de m-f. Conseguindo

    perceber a Manobra, o Juiz condenou a r ao pagamento de multa por

    litigncia de m-f, j que houve ferimento ao princpio da probidade

    processual.

    3.15. Eventualidade;

    O princpio da eventualidade normalmente aplicvel ao direito de defesa,

    estando previsto no art. 300 do CPC, que aduz que toda a matria de defesa

    dever ser apresentada no momento oportuno, qual seja, na contestao, sob

    pena de precluso. Alm da defesa de mrito, deve o ru apresentar a defesa

    processual, prevista no art. 301 do CPC. Contudo, diferentemente do que ocorre

    com a defesa de mrito, no haver precluso em relao ltima, por tratar-se

    em regra de defesa que pode ser conhecido de ofcio pelo Magistrado, nos

    termos do art. 301, 4 do CPC.

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/ MT - FCC

    Prof. Bruno Klippel Aula 00

    Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 40 de 115

    ! O nico pressupostos processual de validade negativo que

    no pode ser conhecido de ofcio o compromisso arbitral,

    conforme art. 301, 4 CPC.

    Art. 300 CPC. Compete ao ru alegar, na contestao,

    toda a matria de defesa, expondo as razes de fato e de

    direito, com que impugna o pedido do autor e

    especificando as provas que pretende produzir.

    Art. 301 4 CPC. Com exceo do compromisso arbitral,

    o juiz conhecer de ofcio da matria enumerada neste

    artigo.

    Ligada ao tema, destaca-se ainda o princpio da impugnao especificada dos

    fatos, previsto no art. 302 do CPC. Segundo o dispositivo, o ru dever formular

    defesa especfica em relao aos fatos articulados pelo autor, no podendo,

    regra geral, formular defesa genrica. Esse ltimo tipo de defesa, se

    apresentada por quem no possui autorizao judicial, tida como no

    apresentada, acarretando revelia, com a presuno de veracidade dos fatos

    apresentados na petio inicial.

    Art. 302 CPC. Cabe tambm ao ru manifestar-se

    precisamente sobre os fatos narrados na petio inicial.

    Presumem-se verdadeiros os fatos no impugnados,

    salvo: I - se no for admissvel, a seu respeito, a

    confisso; II - se a petio inicial no estiver

    acompanhada do instrumento pblico que a lei

    considerar da substncia do ato; III - se estiverem em

    contradio com a defesa, considerada em seu conjunto.

    Pargrafo nico. Esta regra, quanto ao nus da

    impugnao especificada dos fatos, no se aplica ao

    advogado dativo, ao curador especial e ao rgo do

    Ministrio Pblico.

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/ MT - FCC

    Prof. Bruno Klippel Aula 00

    Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 41 de 115

    Exemplo:eu sou Advogado de uma empresa que est respondendo a

    uma ao ajuizada por Joo. J a 2 ao ajuizada por aquele ex-

    empregado pedindo a mesma coisa. J fiz a defesa na primeira ao,

    que est tramitando na 2 Vara do Trabalho de Vitria. Agora, na

    defesa da 2 ao, que tramita na 10 Vara de Vitria, vou alegar a

    litispendncia, que a existncia de duas aes iguais, pedindo

    para extinguir a primeira ao sem resoluo do mrito. Ocorre que,

    na pressa, esqueci de alegar a litispendncia. E agora? Ser que perdi

    a oportunidade de alegar esse vcio? Ser que o Juiz aplicar o

    princpio da eventualidade, impedindo de alegar futuramente esse

    vcio? As respostas so negativas. A litispendncia, bem como as

    outras matrias do art. 301 do CPC, com exceo do compromisso

    arbitral, podem ser alegadas posteriormente, bem como o prprio Juiz

    pode reconhecer a existncia das 2 aes idnticas e extinguir a

    primeira.

    3.16. Precluso;

    Precluso significa perda. Tratando-se de instituto processual, acarreta a perda

    da possibilidade de realizao de um ato processual, que pode ocorrer em

    virtude de trs fatos:

    Prtica de ato processual fora do prazo estabelecido:Denominada de

    precluso temporal, encontra-se prevista no art. 183 do CPC e ocorre

    quando o ato deixa de ser praticado dentro do prazo que estabelecido

    por lei ou pelo juiz. Trata-se de corrente perda do prazo. A no

    interposio do recurso no prazo de 8 (oito) dias gera precluso temporal,

    ou seja, a perda da possibilidade de recorrer. Importante destacar que a

    impossibilidade de praticar-se o ato aps o decurso do prazo relativo,

    pois pode ser configurada a justa causa, nos termos do nico do artigo

    referido, abrindo-se novo prazo, a ser estipulado pelo Juiz, para a

    realizao do ato.

    Art. 183 CPC. Decorrido o prazo, extingue-se,

    independentemente de declarao judicial, o direito de

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/ MT - FCC

    Prof. Bruno Klippel Aula 00

    Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 42 de 115

    praticar o ato, ficando salvo, porm, parte provar que

    o no realizou por justa causa. 1o Reputa-se justa

    causa o evento imprevisto, alheio vontade da parte, e

    que a impediu de praticar o ato por si ou por

    mandatrio. 2o Verificada a justa causa o juiz

    permitir parte a prtica do ato no prazo que Ihe

    assinar.

    Realizao de ato processual incompatvel:Denominada de precluso

    lgica, ocorre quando a parte perde a oportunidade de realizar

    determinado ato processual, por j ter realizado outro incompatvel, ou

    seja, a incompatibilidade entre o primeiro ato e o segundo impede a

    prtica deste ltimo. Tal situao encontra-se prevista no art. 503 do CPC,

    que prev a impossibilidade da parte que aceitou a deciso, tcita ou

    expressamente, interpor recurso, por tratarem de situaes antagnicas,

    incompatveis entre si.

    Art. 503 CPC. A parte, que aceitar expressa ou tacitamente

    a sentena ou a deciso, no poder recorrer. Pargrafo

    nico. Considera-se aceitao tcita a prtica, sem reserva

    alguma, de um ato incompatvel com a vontade de

    recorrer.

    Realizao de ato processual em momento anterior, sem

    possibilidade de renovao: Por fim, a denominada precluso

    consumativa, que impede a prtica de ato processual quando o mesmo j

    houver sido praticado anteriormente. Trata-se da impossibilidade de

    repetir-se ato j realizado, tendo em vista que as partes possuem apenas

    uma oportunidade para a realizao dos atos processuais. Se apresentada

    contestao incompleta, no poder repetir o ato ou complement-lo. Em

    grau recursal, geralmente denominado de princpio da consumao ou

    complementariedade.

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/ MT - FCC

    Prof. Bruno Klippel Aula 00

    Prof. Bruno Klippel www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 43 de 115

    No se deve confundir precluso com perempo, j que esta ltima uma pena

    pela ausncia do reclamante:

    Por duas vezes, audincia, sendo as demandas extintas sem resoluo

    do mrito, isto , arquivadas (art. 732 CLT);

    Uma nica vez no ato de reduo termo da reclamao verbal (art. 731

    CLT).

    A perempo retira o direito de ao da parte pelo prazo de 6 (seis) meses, pois

    durante tal prazo no poder o reclamante ajuizar novamente a demanda. Caso

    ajuze, a ao ser extinta sem resoluo do mrito, por trata-