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ITR e IGF GESTÃO E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

Gestão e legislação tributária itr e igf

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ITR e IGFGESTÃO E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

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ITRImposto sobre a propriedade

Territorial Rural

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Normas

• O ITR é previsto constitucionalmente, através do inciso VI do artigo 153 da Constituição Federal;

• A legislação que rege o ITR é a Lei 9.393/1996 e alterações subsequentes.

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Fato gerador

• Art. 1º O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR, de apuração anual, tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, localizado fora da zona urbana do município, em 1º de janeiro de cada ano.

• § 1º O ITR incide inclusive sobre o imóvel declarado de interesse social para fins de reforma agrária, enquanto não transferida a propriedade, exceto se houver imissão prévia na posse.

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• § 2º Para os efeitos desta Lei, considera-se imóvel rural a área contínua, formada de uma ou mais parcelas de terras, localizada na zona rural do município.

• § 3º O imóvel que pertencer a mais de um município deverá ser enquadrado no município onde fique a sede do imóvel e, se esta não existir, será enquadrado no município onde se localize a maior parte do imóvel

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Função

A função deste imposto é de caráter extrafiscal, ou seja, tem por objetivo disciplinar, favorecer ou desestimular os contribuintes a realizar determinadas ações, por considerá-las convenientes ou nocivas ao interesse público.

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São imunes do ITR, desde que atendidos os requisitos constitucionais e legais:I - a pequena gleba rural; II - os imóveis rurais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; III - os imóveis rurais de autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;

Imunidade

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IV - os imóveis rurais de instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos.

Os imóveis rurais de que tratam as hipóteses descritas nos itens III e IV somente são imunes do ITR quando vinculados às finalidades essenciais das entidades neles mencionadas.

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Art. 2º Nos termos do art. 153, § 4º, in fine, da Constituição, o imposto não incide sobre

pequenas glebas rurais, quando as explore, só ou com sua família, o proprietário que não

possua outro imóvel.• Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo,

pequenas glebas rurais são os imóveis com área igual ou inferior a :

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• I - 100 ha, se localizado em município compreendido na Amazônia Ocidental ou no Pantanal mato-grossense e sul-mato-grossense;

• II - 50 ha, se localizado em município compreendido no Polígono das Secas ou na Amazônia Oriental;

• III - 30 ha, se localizado em qualquer outro município.

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 Isenção

Art. 3º São isentos do imposto:

• I - o imóvel rural compreendido em programa oficial de reforma agrária, caracterizado pelas autoridades competentes como assentamento.

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• II - o conjunto de imóveis rurais de um mesmo proprietário, titular do domínio útil ou possuidor a qualquer título, cuja área total em cada região observe o respectivo limite da pequena gleba rural;

• III - os imóveis rurais oficialmente reconhecidos como áreas ocupadas por remanescentes de comunidades de quilombos que estejam sob a ocupação direta e sejam explorados, individual ou coletivamente, pelos membros destas comunidades.

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Declaração Anual - DITR

O contribuinte do ITR entregará, obrigatoriamente, em cada ano, o Documento de Informação e Apuração do ITR - DIAT, correspondente a cada imóvel, observadas data e condições fixadas pela Secretaria da Receita Federal.

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Base de cálculo (BC)

A Base de Cálculo (BC) do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) é o Valor da Terra Nua Tributável (VTNT), obtido mediante a seguinte equação:

• VTNT = Valor da Terra Nua (VTN) X (Área tributável / Área total do imóvel rural)

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Alíquotas

A alíquota utilizada para cálculo do ITR é estabelecida para cada imóvel rural, com base em sua área total e no respectivo grau de utilização, conforme a seguinte tabela:

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Contribuinte

• Contribuinte do ITR é o proprietário de imóvel rural, o titular de seu domínio útil ou o seu possuidor a qualquer título.

• O domicílio tributário do contribuinte é o município de localização do imóvel, vedada a eleição de qualquer outro.

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Lançamento

A apuração e o pagamento do ITR serão efetuados pelo contribuinte, independentemente de prévio procedimento da administração tributária, nos prazos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, sujeitando-se a homologação posterior.

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REPASSE DA UNIÃO PARA OS MUNICÍPIOS

50% do ITR relativos aos imóveis do município (ressalvada a hipótese do art. 153, §4º, III da CF em que os municípios poderão, por convênio com a UNIÃO, arrecadar 100% do ITR);

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O ITR poderá ser fiscalizado e cobrado pelos municípios, por opção, nos termos da lei, “desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renuncia fiscal” (art. 153, § 4º, III da CF). Nessa hipótese, 100% do produto da arrecadação pertencerá ao município fiscalizador e arrecadador.

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Questões interessantes

- Imóvel situado na zona urbana do município, ainda que explorado com atividade rural, está sujeito ao ITR?

- Não. Somente os imóveis situados na zona rural do município, assim definida em lei municipal, estão sujeitos ao ITR.

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- Quais as áreas não tributáveis do imóvel rural?

- As áreas não tributáveis do imóvel rural são as:

I - de preservação permanente; II - de reserva legal; III - de Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN);

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IV - de interesse ecológico, assim declaradas mediante ato do órgão competente, federal ou estadual, que sejam:a) destinadas à proteção dos ecossistemas

e que ampliem as restrições de uso previstas para as áreas de preservação permanente e de reserva legal; e

b) comprovadamente imprestáveis para a atividade rural.

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V - de servidão ambiental; VI - cobertas por florestas nativas, primárias ou secundárias em estágio médio ou avançado de regeneração; VII - alagadas para fins de constituição de reservatório de usinas hidrelétricas autorizada pelo Poder Público.

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IGFImposto sobre Grandes

Fortunas

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• Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:

• I - importação de produtos estrangeiros; • II - exportação, para o exterior, de produtos

nacionais ou nacionalizados;• III - renda e proventos de qualquer natureza; • IV - produtos industrializados;

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• V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;

• VI - propriedade territorial rural; • VII - grandes fortunas, nos termos de lei

complementar.

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Normas

• Possui previsão constitucional no art. 153, VII, mas não possui regulamento legal, sendo que deveria ser regulado por Lei Complementar.

• O IGF inscreve-se na competência da União, que poderá instituí-lo nos termos de lei complementar, como soa o art. 153, VII, da Constituição Federal.

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Fato Gerador

• Art. 3º O imposto tem como fato gerador a titularidade de grande fortuna, definida como o patrimônio líquido que exceda o valor de 8.000 (oito mil) vezes o limite mensal de isenção para pessoa física do imposto de que trata o art. 153, III, da Constituição Federal, apurado anualmente, no dia 31 de dezembro do ano-base de sua incidência.

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• § 1º Considera-se patrimônio líquido a diferença entre o total de bens e direitos de qualquer natureza, localização e emprego, e as obrigações do contribuinte.

• § 2° Na apuração do fato gerador, a sociedade conjugal estável terá cada cônjuge tributado pela titularidade do patrimônio individual e, se for o caso, de metade do valor do patrimônio comum.

• § 3º Os bens e direitos dos filhos menores serão tributados juntamente com os dos pais.

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Função

• Função: como o Brasil não se encontrou em guerra depois de 1945, é difícil dizer sua função, sobretudo, podemos dizer que tem função fiscal arrecadando dinheiro, pois em caso de guerra há muito gastos (soldados, armas etc.).

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Base de Cálculo

• A base de cálculo do imposto é o valor do conjunto dos bens que compõem a fortuna diminuído das obrigações pecuniárias do contribuinte, exceto as contraídas para a aquisição de bens excluídos (art. 4º). Os bens serão avaliados (§1º):

• a) os imóveis, pela base de cálculo do imposto territorial ou predial, rural ou urbano, ou se situados no exterior, pelo custo de aquisição;

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• b) os créditos pecuniá-rios sujeitos a correção monetária ou cambial, pelo valor atualizado, excluído o valor dos considerados, nos termos da lei, de realização improvável;

• c) os demais, pelo custo de sua aquisição pelo contribuinte.

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Alíquota• Art. 4°. O Imposto sobre Grandes Fortunas

incidirá sobre a parcela do patrimônio líquido que ultrapassar o valor definido no art. 3º desta Lei e será apurado da seguinte forma:

• I - para a faixa de patrimônio líquido que superar o valor de 8.000 (oito mil) vezes o limite mensal da isenção para pessoa física do imposto de que trata o inciso III do art. 153 da Constituição Federal, até 25.000 (vinte e cinco mil) vezes este mesmo limite,

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• incidirá alíquota de 0,5% (zero vírgula cinco por cento);

• II - para a faixa de patrimônio líquido que superar os valores do inciso anterior, até 75.000 (setenta e cinco mil) vezes o mesmo limite mensal de isenção, incidirá alíquota de 0,75% (zero vírgula setenta e cinco por cento);

• III - para a faixa de patrimônio líquido que superar o valor do inciso anterior, incidirá alíquota de 1% (um por cento)

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• Art 5° O imposto incidirá às seguintes alíquotas: Classe de valor de patrimônio (em R$) Alíquota

• Até 2.000.000,00 Isento • de 2.000.000,01 a 5.000.000,00 1% • de 5.000.000,01 a 10.000.000,00 2%• de 10.000.000,01 a 20.000.000,00 3% • de 20.000.000,01 a 50.000.000,00 4% • Mais de 50.000.000,00 5%

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Sujeito Passivo

• No projeto, são contribuintes do imposto as pessoas físicas residentes ou domiciliadas no País (art. 2º). Acrescentam as pessoas físicas ou jurídicas domiciliadas no exterior, em relação ao seu patrimônio no País (arts. 4º e 5º, respectivamente). Este último elege a pessoa jurídica solidariamente responsável pelo pagamento do imposto.

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Lançamento

• O imposto será lançado com base em declaração do contribuinte na forma de lei, da qual deverão constar todos os bens do seu patrimônio, e respectivo valor. O bem que não constar da declaração presumir-se-á, até prova em contrário, adquirido com rendimentos sonegados ao imposto de renda, e os impostos devidos serão lançados no exercício em que for apurada a omissão.

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Divisão de Receita

• São impostos da UNIÃO (7) - II, IE, IR, IPI, IOF, ITR, IGF (imposto sobre grandes fortunas)

• São impostos dos ESTADOS E DF (3) – ITCMD, ICMS, IPVA

• São imposto MUNICIPAIS (3) – IPTU, ITBI E ISS • UNIÃO reparte com ESTADOS E MUNICÍPIOS• ESTADOS repartem só com MUNICÍPIOS• MUNICÍPIOS não repartem com ninguém

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• REPASSE DA UNIÃO PARA OS ESTADOS:• 1) 100% DO IRRF (imposto de renda retido na fonte)

sobre os rendimentos pagos pelos Estados/DF;• 2) 25% dos impostos residuais (se criados);• 3) 10% do IPI proporcionalmente às exportações de

produtos industrializados do Estado;• 4) 29% do CIDE Combustível;• 5) 30% do IOF sobre o ouro utilizado como ativo

financeiro ou instrumento cambial conforme a origem da operação;

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• REPASSE DA UNIÃO PARA OS MUNICÍPIOS• 1) 100% da arrecadação do IRRF sobre os rendimentos

pagos pelo município;• 2) 50% do ITR relativos aos imóveis do município

(ressalvada a hipótese do art. 153, §4º, III da CF em que os municípios poderão, por convênio com a UNIÃO, arrecadar 100% do ITR);

• 3) 7,25% do CIDE Combustível;• 4) 70% do IOF sobre o ouro utilizado como ativo financeiro

ou instrumento cambial conforme a origem da operação;

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• REPASSE DOS ESTADOS PARA O MUNICÍPIO• 1) 50% do IPVA dos veículos licenciados em seu

território;• 2) 25% do ICMS;• 3) 2,5% do IPI transferido pela União aos Estados

proporcional às exportações ocorridas no território estadual (equivale à 25% dos 10% que os Estados receberam a título de IPI).

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Questões Controvertidas

Seguindo com as posições desfavoráveis à criação desse imposto, Rodrigo Chinini Mojica apresenta sua opinião acreditando que uma referida regularização afrontaria a estrutura tributária. Nos dizeres do jurista:

• […] nota-se que o legislador constituinte, ao menos no que tange ao imposto sobre grandes fortunas, abandonou as diretrizes de todo o sistema constitucional-tributário brasileiro, que, com assento no princípio da legalidade, da isonomia e da segurança, é de natureza rígida e exaustiva.

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• Por essa razão, não se pode conceber a criação de um imposto sobre grandes fortunas sem se admitir que tal tributo, por falha do próprio Constituinte, acabará por afrontar toda a estrutura tributária nacional, não sendo descabido afirmar, ainda, que, seja qual for o critério adotado para fins de fixação da base de cálculo do IGF, tal eleição certamente ocasionará a violação ao direito de propriedade, ao princípio do não-confisco e ao princípio da isonomia.

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• Isso porque muito contribuintes economicamente incapazes para efeitos desta tributação poderão ter que dispor de seu patrimônio para atender aquilo que o legislador resolver rotular de “grande fortuna ”, ao passo que muitos outros – estes sim capazes de arcar com o IGF – poderão ficar livres desta exação por uma simples questão de política legislativa.

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• Assim sendo, entendemos que a eventual criação formal do IGF não se adequa ao molde rígido e exaustivo do sistema constitucional-tributário pátrio, sendo de constitucionalidade duvidosa e, por isso, plenamente questionável.

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Projetos

Tramitam no Congresso Nacional os seguintes projetos de lei complementar, visando à instituição do imposto:

• PLP 162/89, do Senador Fernando Henrique Cardoso (23-6-89), atual nº 202/ 89, ao qual foram apensados os abaixo;

• PLP 108/89, do Deputado Juarez Marques Batista (6-6-89);

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• PLP 208/89, do Deputado Antônio Mariz (11-12-89);

• PLP 218/90, do Poder Executivo (Mensagem 315/90, E.M. 063, de 15-3-90);

• PLP 268/90, do Deputado Ivo Cersó- simo (28-11-90).

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• http://www.jurisway.org.br/concursos/dicas/dica.asp?id_dh=10018

• http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/tributaria/declaracoes-e-demonstrativos/ditr-declaracao-do-imposto-sobre-a-propriedade-territorial-rural/perguntas-e-respostas-itr/perguntaserespostasitr2015.pdf

• http://www.portaltributario.com.br/tributos/itr.htm• http://www.normaslegais.com.br/legislacao/tributario/

lei9393.htm• http://ambitojuridico.com.br/site/index.php/?

n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=12506&revista_caderno=26

Referências Bibliográficas

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• https://jus.com.br/artigos/32549/o-in-existente-imposto-sobre-grandes-fortunas-igf-no-ordenamento-juridico-brasileiro

• http://www.jurisway.org.br/concursos/dicas/dica.asp?id_dh=10018

• http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=963421&filename=PLP+130/2012

• http://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/581/r146-06.pdf?sequence=4