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Legislação Brasileira e a Proteção de Dados Pessoais Renato Leite Monteiro [email protected]

Proteção de dados pessoais e o Marco Civil da Internet

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Legislação Brasileira e a Proteção de Dados Pessoais

Renato Leite Monteiro

[email protected]

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Polêmicas

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Polêmicas

• ebay:145 milhões de pessoas afetadas;

• JPMorgan Chase & Co.: 76 milhões de contas de

pessoas físicas e 7 milhões de contas

empresariais;

• Home Depot: 56 milhões de cartões de crédito

afetados;

• CHS community Health Systems: 4,5 milhões de

pessoas afetadas;

• Michaels Stores: 2,6 milhões de pessoas

afetadas;

• Nieman Marcus: 1,1 milhão de pessoas

afetadas;

http://www.ponemon.org/local/upload/file/2014%20The%20Year%20of%20the%20Mega%20Breach%20FINAL3.pdf

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Polêmicas

77% das empresas admitem que tiveram

vazamento de dados no último ano, por

conta de algum tipo de incidente. A

principal causa citada para isso é a perda

ou o roubo de equipamentos, seguida

por ataques à rede, vulnerabilidades dos

dispositivos móveis, Web 2.0 e e-mails

enviados para remetentes errados.

http://www.ponemon.org/local/upload/file/2014%20The%20Year%20of%20the%20Mega%20Breach%20FINAL3.pdf

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Legislação Internacional

1973: US Fair Information Principles;

1980: OECD Guidelines Governing the Protection of Privacy and Transborder Data Flowsof Personal Data;

1981: Council of Europe Convention for Protection of Individuals with Regard to theAutomatic Processing of Personal Data;

1995: EU Data Protection Directive (EC 46/95);

2002: EU Directive on privacy and electronic communications (EC2002/58);

2004: APEC – Asian Pacific Economic Cooperation PrivacyFramework;

2009: Madrid Resolution – International Standard on the Proctection of Personal Data;

2014: Anulação da Diretiva Europeia de Retenção de RegistrosEletrônicas

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A INTERNET É AUSENTE DE LEIS SOBRE PRIVACIDADE DE DADOS???!!!

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Existe legislação?

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Legislação Nacional – Proteção Setorial

Constituição Federal de 1988;

LEI 8.078/1990: Código de Defesa do Consumidor;

LEI 9.472/97: Lei Geral de Telecomunicações;

LEI 9.507/97: Habeas Data;

LEI 9.983/2000: crime de inserção de dados falsos em sistemas de informações da

administração pública;

LEI COMPLEMENTAR 105/2001: sigilo das operações de instituições financeiras

2002: Novo Código Civil;

Portaria nº 5/2002 da SDE/MJ: tornou abusiva cláusulas em contratos de consumo

que autorizavam o envio de dados pessoais sem o consentimento prévio.

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Legislação Nacional – Proteção Setorial

LEI 12.414/2011: disciplinou o cadastro positivo e certos aspectossobre proteção de dados pessoais no ambiente creditício (julgamentoSTJ);

LEI 12.527/2011: lei de acesso a informação (Art. 31);

LEI 12.737/2012: crime de invasão de dispositivosinformáticos (Lei Carolina Dieckmann);

DECRETO 7962/2013: regulamentou comércio eletrônico;

LEI 12.846/2013: lei anticorrupção;

LEI 12.965/2014: Marco Civil da Internet;

2015: Anteprojeto de Proteção de Dados Pessoais.

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Lei 12.737/2012

Art. 154-A. Invasão

Invadir dispositivo informático alheio +Violação indevida de mecanismo de segurança +Com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização dotitular

Ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita.

Art. 154-A, § 2º Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da invasão resultaprejuízo econômico.

Art. 154-A, §3º Reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos se da invasão resultar:

A obtenção de conteúdo de comunicações eletrônicas privadas;A obtenção de segredos comerciais ou industriais;A obtenção de informações sigilosas, assim definidas em lei, ouO controle remoto não autorizado do dispositivo invadido.

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Regulamentação

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Marco Civil (Lei n.º 12.965/2014)

- Princípios:

Art. 3º A disciplina do uso da internet no Brasil tem os seguintes princípios: (...)

II - proteção da privacidade;

III - proteção dos dados pessoais, na forma da lei;

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Marco Civil (Lei n.º 12.965/14)

- Demais previsões – Direitos dos usuários (Artigo 7º)

I - inviolabilidade da intimidade e da vida privada, suaproteção e indenização pelo dano material ou moraldecorrente de sua violação; [Art. 5º, X/CF]

II - inviolabilidade e sigilo do fluxo de suas comunicaçõespela internet, salvo por ordem judicial, na forma da lei;[Art. 5º, XII/CF]

III - inviolabilidade e sigilo de suas comunicaçõesprivadas armazenadas, salvo por ordem judicial; [Art. 5º,XII/CF]

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Direitos e garantias dos usuários

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Marco Civil (Lei n.º 12.965/14)

- Demais previsões – Direitos dos usuários (Artigo 7º)

VI - informações claras e completas constantes doscontratos de prestação de serviços, com detalhamento sobreo regime de proteção aos registros de conexão e aosregistros de acesso a aplicações de internet, bem comosobre práticas de gerenciamento da rede que possam afetarsua qualidade;

VII - não fornecimento a terceiros de seus dados pessoais,inclusive registros de conexão, e de acesso a aplicações deinternet, salvo mediante consentimento livre, expresso einformado ou nas hipóteses previstas em lei;

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Algumas solicitações invasivas do Facebook Messenger:

• Permissão para alterar o estado de conectividade de rede;

• Permissão para fazer ligações sem intervenção do usuário,possivelmente causando cobranças adicionais sem necessidade de confirmação;

• Permissão para envio de mensagens SMS sem necessidadede intervenção ou confirmação;

• Permissão para gravação de áudio com o microfone docelular sem confirmação do usuário;

• Permissão de uso da câmera para fazer fotos e vídeos sema confirmação do usuário;

• Permissão para leitura do histórico de chamadas. Estes dados são apenas salvos,mas outros apps maliciosos podem compartilhar estas informações semconhecimento do usuário;

• Permissão para ler dados sobre contatos do usuárioarmazenados no telefone, para ver com que frequênciavocê se comunica com um indivíduo em específico portelefone, e-mail ou outras formas de contato;

• Permissão para identificar o usuário pelas informações guardadas no celular, com nome einformações de contato. Estes dados podem ser enviados para terceiros;

• Permissão para acessar recursos de identificação do celular, possibilitando o reconhecimentoaté mesmo o número telefônico do usuário;

• Permissão para receber uma lista de contas conhecidas no telefone, incluindo quaisquer appsinstalados no aparelho.

Facebook MessengerPolítica de Privacidade

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Marco Civil (Lei n.º 12.965/14)

- Demais previsões – Direitos dos usuários (Artigo 7º)

VIII - informações claras e completas sobre coleta, uso,armazenamento, tratamento e proteção de seus dados pessoais, quesomente poderão ser utilizados para finalidades que:

a) justifiquem sua coleta;

b) não sejam vedadas pela legislação; e

c) estejam especificadas nos contratos de prestação de serviços ou emtermos de uso de aplicações de internet;

IX - consentimento expresso sobre coleta, uso, armazenamento etratamento de dados pessoais, que deverá ocorrer de forma destacadadas demais cláusulas contratuais;

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LIVRE

EXPRESSO

INFORMADO

CONSENTIMENTO

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Marco Civil (Lei n.º 12.965/14)

- Demais previsões – Direitos dos usuários (Artigo 7º)

X - exclusão definitiva dos dados pessoais que tiverfornecido a determinada aplicação de internet, a seurequerimento, ao término da relação entre as partes,ressalvadas as hipóteses de guarda obrigatória de registrosprevistas nesta Lei;

XI - publicidade e clareza de eventuais políticas de uso dosprovedores de conexão à internet e de aplicações de internet;

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Segurança

Art. 13. Na provisão de conexão à internet, cabe aoadministrador de sistema autônomo respectivo o dever demanter os registros de conexão, sob sigilo, em ambientecontrolado e de segurança, pelo prazo de 1 (um) ano, nostermos do regulamento.

Art. 15. O provedor de aplicações de internet constituído naforma de pessoa jurídica e que exerça essa atividade de formaorganizada, profissionalmente e com fins econômicos deverámanter os respectivos registros de acesso a aplicações deinternet, sob sigilo, em ambiente controlado e de segurança,pelo prazo de 6 (seis) meses, nos termos do regulamento.

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APL de Proteção de Dados Pessoais

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• Dado pessoal;• Dados sensíveis;• Consentimento;• Possibilidade de negar o tratamento de

dados pessoais;• Autoridade de garantia;• Privacy Officer;• Transferências internacionais de dados;• Normas Corporativas Globais;• Binding Corporate Rules – BCRs;• Vazamentos de dados e notificações

obrigatórias;• Responsabilidade;• Sanções;• Vacatio legis.

Principais pontos

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O que é dado pessoal?

• Lei de Acesso à Informação (banco de dados públicos)– Art. 4º Para os efeitos desta Lei, considera-se: IV - informação pessoal: aquela

relacionada à pessoa natural identificada (dados cadastrais) ou identificável (dado emcontexto);

• Lei de Cadastro Positivo– § 3º Ficam proibidas as anotações de: II - informações sensíveis, assim

consideradas aquelas pertinentes à origem social e étnica, à saúde, à informaçãogenética, à orientação sexual e às convicções políticas, religiosas e filosóficas.

• Marco Civil da Internet: ???

• Anteprojeto de Lei de Dados Pessoais:

– Dado pessoal: dado relacionado à pessoa natural identificada ou identificável, inclusivea partir de números identificativos, dados locacionais ou identificadores eletrônicos.Desta forma, tags, registros de geolocalização e até mesmo números IP podem,eventualmente, ser considerados dados pessoais.

– Dados sensíveis: dados pessoais que revelem a origem racial ou étnica, religiosas,filosóficas ou morais, opiniões políticas, saúde, vida sexual, dados genéticos.

– Dados anônimos?

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Princípios

• Finalidade: legítimas, específicas, explícitas e conhecidas do titular;

• Adequação: compatível com a finalidade e com as expectativas do titular,não excessivos;

• Necessidade: mínimo necessário para as finalidades almejadas;

• Livre acesso: modalidades de tratamento e a integridade de seus dadospessoais;

• Qualidade de dados: exatidão, clareza e atualização dos dados;

• Transparência: informações claras e adequadas sobre o tratamento;

• Segurança: medidas de proteção proporcionais para proteção contraacessos não autorizados;

• Prevenção: prevenir a ocorrência de danos em virtude do tratamento;

• Discriminação: tratamento não pode ser para fins discriminatórios.

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Consentimento

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Enforcement

• Autoridade de garantia: provável criação de uma entidadeadministrativa específica para supervisionar a aplicação da Leide Proteção de Dados Pessoais, conhecida como “DataProtection Authority”. O APL usa a expressão “órgãocompetente”, sem definição que agência pública receberá taiscompetências;

• Privacy Officer: conceituada como “encarregado”, ou seja, apessoa responsável dentro da empresa pelas operações epolíticas de tratamento de dados pessoais e pela comunicaçãocom o órgão competente, a versão anterior determinava quetoda empresa com mais de 200 funcionários deveria criar talcargo. A nova versão não delimita um tamanho específico;

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Principais pontos

• Vazamentos de dados e notificações obrigatórias:

• Comunicação imediata ao órgão competente sobre a ocorrência dequalquer incidente de segurança que possa acarretar prejuízo aos titularesdos dados pessoais;

• Titulares devem ser comunicados diretamente toda vez que houver umrisco a sua segurança pessoal ou possa causar danos, a ser determinadopelo órgão competente;

• Responsabilidade subjetiva: responsabilidade desde que provadaculpa;

• Sanções: podem variar desde multa até proibição, por um períodode até 10 anos, de tratamento de dados pessoais;

• Vacatio legis: o vacatio de 120 dias, período que as empresas eórgãos públicos sujeitos a lei terão para se adaptar.

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Obras sobre o tema!

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Renato Leite Monteiro

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