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Alice BianchiniDoutora em Direito Penal pela PUC/SP
Integrante da Comissão Especial da Mulher Advogada – OAB/Federal
Coeditora do Portal
www.atualidadesdodireito.com.br
Natureza jurídica das Medidas Protetivas de Urgência
As mulheres podem ser vítimas de todo tipo de violência sofrida pelos homens.
Entretanto, o inverso não é verdadeiro:
algumas violênciassão dirigidas somente àsmulheres
tais violências sãojustificadas
(cultura, religião)
Mulher é proibida de dirigir
Chibatadas por dirigirhttp://atualidadesdodireito.com.br/alicebianchini/2011/10/03/chibatadas-por-dirigir-e-agressoes-a-mulher/
Mulheres dirigem melhor que homens, diz pesquisaEstudo apontou que os homens levam mais multas e penalidadeshttp://exame.abril.com.br/estilo-de-vida/noticias/mulheres-dirigem-melhor-que-homens-diz-pesquisa
Piadas machistas podem tornar as mulheres piores motoristashttp://hypescience.com/piadas-sexistas-podem-tornar-as-mulheres-piores-motoristas/
Mulher não tem acesso à educaçãohttp://atualidadesdodireito.com.br/alicebianchini/2012/10/14/ativista-
mirim-e-baleada-por-defender-a-igualdade-de-genero/
As meninas se ocupam mais de tarefas do lar e acabam tendo
menos tempo que os meninos para brincar ou estudar,
prejudicando-lhes o rendimento escolar.http://atualidadesdodireito.com.br/alicebianchini/2013/10/11/hoje-11-de-outubro-e-o-dia-internacional-da-menina/
Números alarmantes
http://mulher.uol.com.br/comportamento/noticias/bbc/2014/03/08/mulher-ainda-gasta-quase-
dobro-do-tempo-em-trabalho-domestico-que-homem.htm
Dupla jornada de trabalho
Brasil
IDG 62
IDH 79
Mulheres recebem salário 27,1% menor do que o dos homens, muitas vezes nos mesmos cargos.
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2012
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/09/27/pela-1-vez-em-dez-anos-
diferenca-salarial-de-homens-e-mulheres-aumenta.htm
Brasil – 7º país em número de homicídios de mulheres
em uma lista de 84 países
Mapa da Violência 2012
1º lugar: ES – 9,8 homicídios por 100 mil mulheres
27 lugar: Piaui – 2,5
4,6: média nacional
De cada 10 mulheres vítima de homicídio, 7 são assassinadas por aqueles com quem elas mantêm uma relação de afeto
52% das violências praticadas pelos maridos e companheiros são de
de morte (2012)
41% das mortes de mulheres ocorreramdentro de casa
68,8% dos incidentes com vítimas mulheres
ocorreram na residênciaou habitação
Mapa de la Violencia 2012
57% das agressões contra mulheres ocorre após o término do relacionamento: GEVID -MP/SP (2013)
20 a 29 anos = 8 homicídios por 100 mil mulheres
4,6: a média nacional
Números alarmantes - Brasil
“Todos são iguais perante a lei. Não haverá privilégios, nem
distinções, por motivo de sexo”
Art. 113, 1, da CF/34
“homens e mulheres são iguais em direitos e
obrigações, nos termos desta Constituição”
Art. 5º, caput, I, da CF/88
Contextos da violência
MULHER EM SITUAÇÃO DE VDFVulnerabilidade
situacional
Coibir e Prevenir
Violência de Gênero
Âmbito doméstico,
familiar
relação Intima de afeto
Objetivos da LMP Art. 1º
Delimitação Arts. 2º e 5º
ContextoArt. 5º
Considerada umadas 3 + avançadas
do mundoBrasil foi o 18º país na AL a ter uma lei
de proteçãointegral
Lei Maria da Penha
Compromisso de todos os atores jurídicos e nãojurídicos
- Juízes
- Promotores
- Delegados
- Defensores públicos
- Advogados
- ONG
- Sociedade
concordaram, total ou parcialmente
63% “casos de violência dentro de casa devem serdiscutidos somente entre os membros da família”
78,7 “em briga de marido e mulher não se mete a colher”
82% “o que acontece com o casal em casa não interessaaos outros”
89% “roupa suja deve ser lavada em casa”
http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&id=19873
mujeres representaran el 66,5% del universo de los encuestados.
Mulher que é agredida e continua com o parceiro gosta de apanhar. (maio/junho 2013)
http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&vie
w=article&id=21971&Itemid=9
Motivos pelos quais as mulheres não “denunciam” seus agressores (respostas dadas por vítimas):
1º 31% preocupação com a criação dos filhos
2º 20% medo de vingança do agressor
3º 12% vergonha da agressão
4º 12% acreditarem que seria a última vez
5º 5% dependência financeira
6º 3% acreditarem que não existe punição e
7º 17% escolheram outra opção.
Quem é mais feliz?
FSP 24 ago 07, A26.
Homens são mais felizes do que as mulheres. FSP 24 ago 07, A26.
1. homens casados
2. homens solteiros
3. mulheres solteiras
4. mulheres casadas
AtençãoParaNocaTermiQueEstamosApredeAqu
INSERIR CAIXA DE TEXTO
INSERIR CAIXA DE TEXTO
AtençãoParaNocaTermiQueEstamosApredeAqu
Medidas protetivas de urgência
- Proibição de contato
- Proibição de frequentardeterminados lugares
- Botão de pánico
- Prisão preventiva, etc.
A prisão preventiva poderá ser ordenada
- Por qualquer crime, sem importar a quantidade de pena
- Pelo juiz na fase policial
- De forma autônoma (oudepende do descumprimento de MPU anterior)
1ª corrente: Natureza cautelar processual penal (vinculadas a um processo criminal)Rômulo de Andrade Moreira, p. e.CPP, art. 312 a) garantia da ordem pública e da ordem econômica (impedir que o réu continue praticando crimes); b) conveniência da instrução criminal (evitar que o réu atrapalhe o andamento do processo, ameaçando testumunhas ou destruindo provas); c) assegurar a aplicação da lei penal (impossibilitar a fuga do réu, garantindo que a pena imposta pela sentença seja cumprida).
2ª corrente: Natureza cautelar cível satisfativaSTJ. 4ª Turma. REsp 1.419.421-GO, Rel. Min. Luis Felipe Salomão (j. em 11/2/2014)- Não exigem inquérito ou processo penal em curso
- não são instrumentos para assegurar processos; - têm por finalidade proteger direitos fundamentais, evitando a continuidade da violência e das situações que a favorecem;- não são, necessariamente, preparatórias de ação judicial; não são acessórios de processos principais e nem se vinculam a eles;- não visam processos, mas pessoas;- “assemelham-se aos writs constitucionais que, como o hc ou o mandado de segurança, não protegem processos, mas direitos fundamentais do indivíduo”;
MPU: três questões gerais iniciais
1. Constituição Federal/Política criminal
2. Uma questão de gênero e não de sexo
3. Ação afirmativa
Estereótipos de gênero
Pesquisa do Canadá aponta empate técnico
Quem fala mais: o homem ou a mulher?
Quem gasta mais no cartão de crédito?
Homens. 26% mais – Fonte: Instituto Ibope Inteligência (2007)
Quem é mais fofoqueiro?
Homens. 76 min por dia Fonte: OnePoll (2009)
Quem mente mais?
Homens. Instituto Gfk – Alemanha
Quem fala mais de sexo?
Mulheres (5º lugar) Homens (8º lugar)
Ação afirmativa
Art. 4º CEDAW
essas medidas cessarão quando os objetivos de igualdade de oportunidade e tratamento forem alcançados
Lei excepcional (CP, art. 3º): vigora enquanto durarem as circunstânciasque lhe deram origem.
[Aplicação para homem?]
Coletivo feminino
Coletivo masculino
Alargamento das garantias
• em relação à vítima: garantia da vida, da integridade física e
psicológica etc.
Limitação de direitos
•concernentes ao réu: liberdade de ir e vir,
presunção da inocência, direito ao contraditório
etc.
www.atualidadesdodireito.com.br
Lei 12.403/11• CPP, Art. 312. Parágrafo único. A prisão preventiva
também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4o).
• CPP, Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva: III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência;
Autônoma ou decorrente de descumprimento de MPU?
Autônoma ou decorrente de descumprimento de MPU?
LEI MARIA DA PENHA• Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da
instrução criminal, caberá a prisão preventiva doagressor, decretada pelo juiz, de ofício, a requerimentodo Ministério Público ou mediante representação daautoridade policial.
• é uma das MPU
Revogação do art. 20 da LMP que permite a
decretação, pelo juiz, de ofício, da prisão preventiva
na fase policial, após o advento da Lei 12.403/11?
Colocação do tema
Art. 20 LMP: permite a decretação da prisão preventiva
Art. 311, CPP, incluído pela Lei 12.403/11: não mais admite quando a decretação de ofício for na fase
policial
Principio da especialidade?
Aplicação da lei mais recente?
Colocação do tema
Art. 20 LMP: permite a decretação da prisão preventiva
Art. 311, CPP, incluído pela Lei 12.403/11: não mais admite quando a decretação de ofício for na fase
policial
- Atores jurídicos:
advogado, defensor público, delegado, juiz, promotor de justiça
- Papéis inovadores,
o que dificulta a sua apreensão e efetivação
A mulher em situação de violência doméstica efamiliar deve estar acompanhada de advogadoem todos os atos do processo, seja nas causascíveis ou criminais, salvo por ocasião da medidaprotetiva de urgência (LMP, art. 27)
No processo penal precisa de a vítima teradvogado?
Objetivando orientação e acesso a informações eorientações essenciais à sua proteção bem comogarantias aos seus direitos, a Lei Maria da Penhapreviu a toda mulher em situação de violênciadoméstica e familiar o adequado acesso aosserviços de Defensoria Pública ou de AssistênciaJudiciária Gratuita em sede policial e judicial,mediante atendimento específico e humanizado(art. 28).Defensoria atua normalmente na defesa doacusado.
Ministério Público
Art. 25: o Ministério Público intervirá, quandonão for parte, nas causas cíveis e criminaisdecorrentes da violência doméstica e familiarcontra a mulher.
MP atua nas causas cíveis quando não hajaincapazes?
Atribuições não jurídicas, de assistência (art. 9º):
(a) inclusão da mulher em situação de violênciadoméstica e familiar no cadastro de programasassistenciais do governo federal, estadual emunicipal (§ 1º)
(b) acesso prioritário à remoção quando servidorapública (§ 2º, I)
(c) manutenção do vínculo trabalhista, quandonecessário o afastamento do local de trabalho, poraté seis meses (§ 2º, II)
Possibilidade de decretar, de ofício, a prisãopreventiva do agressor mesmo na fase deinvestigação (art. 20).
“não existe o ser
humano natural; o comportamento é
moldado pela cultura. Regina Navarro Lins. O livro do amor.
Rio de Janeiro: BestSeller. 2012.
Blog: professoraalice.jusbrasil.com.br
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