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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE IPAMERI CURSO DE AGRONOMIA PRÁTICAS AGROECOLÓGICAS LEOVILENO DOS REIS COSTA SANTOS Ipameri Goiás - Brasil Julho - 2012

Práticas agroecológicas

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monografia contendo algumas práticas agroecológicas.... permitido a cópia desde que seja citado.

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE IPAMERI

CURSO DE AGRONOMIA

PRÁTICAS AGROECOLÓGICAS

LEOVILENO DOS REIS COSTA SANTOS

Ipameri – Goiás - Brasil Julho - 2012

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LEOVILENO DOS REIS COSTA SANTOS

PRÁTICAS AGROECOLÓGICAS

Trabalho monográfico apresentado como trabalho de conclusão de curso à Universidade Estadual de Goiás - UEG, Unidade Universitária de Ipameri, como parte das exigências para obtenção do título de Engenheiro Agrônomo.

Orientador: Prof. Dr. Nei Peixoto

Ipameri-GO 2012

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Dedico este trabalho, aos meus pais, ao meu irmão e a todos que participaram de maneira construtiva em minha vida.

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"A natureza criou o tapete sem fim que recobre a superfície da terra. Dentro da pelagem desse tapete vivem todos os animais, respeitosamente. Nenhum o estraga, nenhum o rói, exceto o homem."

Monteiro Lobato

4 SUMÁRIO

RESUMO ............................................................................................................ 5 ABSTRACT ........................................................................................................ 6 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 7 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................ 12 2.1 MODALIDADES DA AGRICULTURA ECOLÓGICA ........................................ 12 2.1.1 Agricultura orgânica ...................................................................................... 12 2.1.2 Agricultura biológica ..................................................................................... 12 2.1.3 Agricultura biodinâmica ................................................................................ 13 2.2 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA AGROECOLOGIA ............................................... 14 2.3 AGROECOSSISTEMAS .................................................................................. 14 2.4 ADUBAÇÃO VERDE ........................................................................................ 14 2.5 BIODIGESTOR ................................................................................................. 15 2.5.1 Tipos de biodigestores .................................................................................. 16 2.5.1.1 Biodigestor modelo chinês ........................................................................... 16 2.5.1.2 Biodigestor modelo indiano .......................................................................... 17 2.5.1.3 Biodigestor modelo batelada ........................................................................ 18 2.5.2 Biofertilizantes ................................................................................................ 19 2.6 COMPOSTAGEM ............................................................................................. 20 2.6.1 Processo de humificação .............................................................................. 21 2.6.2 Compostagem aeróbica com esterco .......................................................... 22 2.7 CONTROLE BIOLÓGICO ................................................................................ 23 2.7.1 Controle biológico clássico .......................................................................... 24 2.7.2 Controle biológico natural ............................................................................. 24 2.7.3 Controle biológico aumentativo ou por incremento .................................. 25 2.7.4 Controle biológico por conservação ............................................................ 25 2.8 DEFENSIVOS ALTERNATIVOS ...................................................................... 26 2.8.1 Inseticidas naturais ........................................................................................ 27 2.8.2 Extratos vegetais na utilização como defensivos alternativos ................. 27 2.8.2.1 Alho (Allium sativum L.) ................................................................................ 28 2.8.2.2 Fumo (Nicotiniana tabacum L.) ..................................................................... 28 2.8.2.3 Nim (Azadirachta indica A. Juss) ................................................................. 29 2.8.2.4 Pimenta de macaco (Piper anduncum L.) .................................................... 29 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 31 4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 32

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RESUMO

SANTOS, Leovileno dos Reis Costa1; PEIXOTO, Nei2. PRÁTICAS AGROECOLÓGIAS. Universidade Estadual de Goiás, Unidade Universitária de Ipameri, Agronomia, Ipameri, Goiás, Brasil, 2012, 35p.

A busca pela sustentabilidade e da agricultura sempre foi um dos paradigmas a ser vencido pelo agricultor. Desde os primórdios da agricultura, o ser humano vem tentando quebrar esse paradigma. Com o passar do tempo as formas de agricultura foram sendo modificadas, mais precisamente a partir de meados do século 20, quando surgiu a chamada Revolução Verde, com seus pacotes tecnológicos e uma forma lamentável de se utilizar os benefícios que a natureza proporciona (solo, água, ar, a fertilidade natural do solo), que diante de seu início até os dias atuais, vem provocando cada vez mais danos ao meio ambiente. Por meio dos programas ambientais e as exigências atuais o Brasil, e diversos outros países, vem adotando formas alternativas de uso, plantio e controle, o que tem sido usualmente benéfico ao meio ambiente, minimizando cada vez mais os danos provocados pela agricultura. A agroecologia é a ciência que visa à sustentabilidade das áreas de plantio, considerando-se o bem estar da sociedade e a preservação do meio ambiente, envolvendo práticas com visão sistêmica que vem ganhando o mercado e os consumidores por parte dos produtos gerados e os métodos de plantio utilizado. Neste trabalho são destacadas práticas como a adubação verde, a utilização de biodigestores para a produção do biogás e biofertilizantes, compostagem, controle biológico e a utilização de defensivos alternativos, que, com o decorrer do tempo, vem ganhando importância no cenário da agricultura, mostrando ser eficiente e proporcionando um leque de alternativas ao agricultor.

Palavras-chaves: Sustentabilidade; bioinseticidas; composto orgânico; agroecologia; biofertilizante.

1Graduando em Agronomia, acadêmico da Universidade Estadual de Goiás, Unidade Universitária de Ipameri-GO 2Doutor em Produção Vegetal, professor da UEG, UnU-Ipameri.

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ABSTRACT

SANTOS, Leovileno dos Reis Costa1; PEIXOTO, Nei2. AGROECOLOGICS PRATICS. Universidade Estadual de Goiás, Unidade Universitária de Ipameri, Agronomia, Ipameri, Goiás, Brasil, 2012, 35p.

The search for sustainability and agriculture has always been one of the paradigms to be won by the farmer. Since the dawn of agriculture, humans have been trying to break this paradigm. Over time the forms of agriculture were being modified, more precisely from the mid 20th century, when the call came the Green Revolution, with its technological packages, and an unbridled way of using the benefits that nature provides (soil, water, air, natural soil fertility), who before its beginning until today, has caused more damage to the environment. Through environmental programs and the current demands Brazil, and several other countries, is adopting alternative forms of use, planting and control, which has usually been beneficial to the environment, minimizing increasing the damage caused by agriculture. Agroecology is the science that aims at the sustainability of growing regions along with society and the environment is a practice with a systemic view that is gaining market and systemic view of consumers by the products generated and planting methods used. This paper will highlight some practices such as green manure, the use of digesters to produce biogas and bio-fertilizers, composting, biological control and use of alternative pesticides, which, over time, is gaining importance in the agriculture, showing be efficient and providing a range of alternatives to the farmer.

Keywords: sustainability; biopesticides; organic compound; agroecology; biofertilizer.

_______________________ 1 Graduate student in Agronomy, Academic State University of Goias, Unit University Ipameri-GO. 2 Doctor of Vegetable Production, professor of UnU-UEG Ipameri.

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1. INTRODUÇÃO

Em meados do século XX, mais precisamente após a Segunda Guerra Mundial

ocorreu o início da Revoplução Verde (RV), vinda com o acréscimo de estudos

científicos e tecnológicos no intuito de aumentar a produção mundial de alimentos.

Surgira a inovação de práticas agrícolas com plantio e colheita mecanizados; intensa

utilização de insumos agrícolas, a fim de aumentar a produtividade do solo e redução

de pragas e doenças; a utilização intensiva do solo e a mínima preocupação com os

recursos naturais. Podem ser descritos como “pacotes tecnológicos” destinados a

países em desenvolvimento com a finalidade de reduzir a fome mundial. Segundo

ALTIERI (2004), houve um aumento significativo na produção de alimentos, porém, a

fome no mundo não reduziu devido à produção de alimentos ser direcionada aos

países desenvolvidos.

O impacto ambiental originado pelas mais diversas atividades econômicas

ganhou reconhecimento mundial com a realização da Primeira Conferência sobre o

meio ambiente, em Estocolmo no ano de 1972, promovida pelas Organizações das

Nações Unidas (ONU). Nesta conferência houve a percepção de que o modelo

tradicional de crescimento econômico levaria ao esgotamento completo dos recursos

naturais, pondo em risco a vida no planeta e o seu principal resultado foi a “Declaração

sobre o Ambiente Humano”, conhecida como a “Declaração de Estocolmo”. Esta

sustenta que tanto as gerações presentes como as futuras tenham reconhecido, como

direito fundamental, a vida num ambiente sadio e não degradado. A conferência de

Estocolmo atribuiu à educação ambiental um papel estratégico, na superação da crise

ambiental e ela é considerada um divisor de águas no despertar da consciência

ecológica (LEITE, 2007).

A modernização da agricultura privilegiou somente o aumento da produtividade

agrícola como parâmetro para avaliar sua eficiência, desconsiderando o agricultor e o

ambiente como parte do mesmo processo de desenvolvimento, gerando diversos

problemas sociais e ambientais. Como contrapontos surgiram movimentos de

agricultura alternativos ao modelo de produção predominante, baseados em princípios

agroecológicos e caracterizados por diferentes correntes de pensamento (AQUINO,

2005).

De acordo com MÜLLER (2002), o “boom” da RV ocorreu mais precisamente a

partir da década de 60, incentivando o aumento na produção e na produtividade

agrícola. Essa tarefa foi condicionada às seguintes ações: uso intenso de variedades

com alto rendimento melhoradas geneticamente, adubos químicos, agrotóxicos,

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irrigação e mecanização. Com isto, algumas culturas, principalmente aquelas

destinadas à exportação apresentaram um aumento considerável em sua

produtividade.

Os benefícios dessas medidas geralmente chamadas de RV foram

extremamente desiguais em termos de sua distribuição, com os maiores e mais ricos

agricultores, que controlam o capital e as terras férteis sendo privilegiados, em

detrimento dos agricultores mais pobres e com menos recursos. A RV, também,

contribuiu para disseminar problemas ambientais, como erosão do solo, desertificação,

poluição por agrotóxicos e perda de biodiversidade (REDCLIFT e GOODMAN, 1991).

A crise do modelo produtivista tem demonstrado a sua instabilidade, haja vista

a amplitude dos desequilíbrios ecológicos, associados às desigualdades sociais e aos

custos econômicos e energéticos de sua manutenção. Assim, por um lado, há

evidências concretas de desintegração do atual padrão tecnológico moderno e, por

outro, uma visão compartilhada sobre a necessidade de se buscar outro estilo de

desenvolvimento e de agricultura, mas condizentes com o ideário da sustentabilidade

(MÜLER, 2002).

Para ALTIERI (2004) a maior parte do “Terceiro Mundo” resulta do fracasso do

paradigma dominante de desenvolvimento. As estratégias de desenvolvimento

convencionais revelaram-se fundamentalmente limitadas em sua capacidade de

promover um desenvolvimento equânime e sustentável. Não foram capazes nem de

atingir os mais pobres, nem de resolver o problema da fome, da desnutrição ou das

questões ambientais.

A agroecologia é entendida como um enfoque científico destinado a apoiar a

transição dos atuais modelos de desenvolvimento rural e de agricultura convencionais

para estilos de desenvolvimento rural e de agriculturas sustentáveis (COSTABEBER,

2004).

Segundo CAPORAL e COSTABEBER (2004) partindo, especialmente, de

escritos de Miguel Altieri3, observa-se que a agroecologia constitui um enfoque teórico

e metodológico que, lançando mão de diversas disciplinas científicas, pretende estudar

a atividade agrária sob uma perspectiva ecológica. Sendo assim, a agroecologia, a

3 Engenheiro-agrônomo pela Universidade do Chile (1974); mestre pela Universidade Nacional da Colômbia (1976); PhD pela Universidade de Florida (1979); professor de Agroecologia na Universidade da Califórnia, campus de Berkeley, desde 1981; assessor cientí

co do Consórcio Latino-Americano de Agroecologia e Desenvolvimento (CLADES) desde 1989; coordenador geral do Sustainable Agriculture Networking and Extension (SANE) ligado ao PNUD (Nações Unidas) desde 1994; coordenador do Comitê de ONGs do Comitê Consultivo de Pesquisa Agrícola Internacional (CGIAR) desde 1997. Principais publicações: Agroecology: the science of sustainable agriculture (1995) e Biodiversity and pest management in agrosystems (1994).

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partir de um enfoque sistêmico, adota o agroecossistema como unidade de análise,

tendo como propósito, em última instância, proporcionar as bases científicas

(princípios, conceitos e metodologias) para apoiar o processo de transição do atual

modelo de agricultura convencional para estilos de agriculturas sustentáveis.

O uso contemporâneo do termo agroecologia data dos anos 70, mas a ciência

e a prática da agroecologia têm a idade da própria agricultura. HECHT (1989) citado

por ASSIS (2002), como forma de estabelecer uma base teórica para diferentes

movimentos de agricultura alternativa que então ganhavam força com os sinais de

esgotamento da agricultura moderna. No entanto, apesar de ser um termo que surgiu

junto às diferentes correntes da agricultura alternativa, não se deve atribuir a

agroecologia a uma prática alternativa de plantio.

Então, mais do que uma disciplina específica a Agroecologia se constitui num

campo de conhecimento que reúne várias “reflexões teóricas e avanços científicos,

oriundos de distintas disciplinas” que têm contribuído para conformar o seu atual status

teórico e metodológico (GUZMÁN CASADO et al., 2000).

O conceito de agroecossistema proporciona uma estrutura com a qual

podemos analisar os sistemas de produção de alimentos como um todo, incluindo seus

conjuntos complexos de insumos e produção e as interconexões que os compõem

GLlESSMAN, (2000). Bem como das diferentes interações presentes nestes, tendo

como princípio a conservação e a ampliação da biodiversidade dos sistemas agrícolas

como base para produzir auto-regulação e conseqüentemente sustentabilidade (ASSIS,

2002).

Segundo NEMA (2008), a agroecologia trata o solo como um organismo vivo.

Microrganismos e insetos competidores são controlados com produtos naturais e com

controle biológico. Não são utilizados agrotóxicos, adubos químicos, sementes

transgênicas e antibióticos. Os animais criados para a alimentação humana são

tratados com respeito, não podendo ficar presos o tempo todo, e devem ter espaço

suficiente para caminhar, alimentar-se e descansar. Sua alimentação é toda natural,

sem contaminação por venenos e adubos químicos, e seus desequilíbrios fisiológicos

são tratados com remédios naturais.

De acordo com ANA (2007) o termo agroecologia vem sendo utilizado como

referência para as práticas agrícolas que buscam obter boa produtividade aliada à

diversidade de alimentos. Garantindo às futuras gerações tenham o mesmo direito das

gerações atuais de viverem num ambiente saudável em que haja a proteção dos

recursos naturais. Entende-se como agroecologia o conjunto de princípios e técnicas

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que visam reduzir a dependência de energia externa e o impacto ambiental da

atividade agrícola, produzindo alimentos mais saudáveis e valorizando o homem do

campo, sua família, trabalho e sua cultura.

A agroecologia busca resgatar a lógica da complexificação das sociedades

camponesas tradicionais e dos seus conhecimentos, que haviam sido desprezados

pela agricultura moderna, incorporando princípios ecológicos, agronômicos e

socioeconômicos para um melhor entendimento dos efeitos das tecnologias, tanto nos

sistemas de produção quanto nas transformações da sociedade que sejam decorrentes

destas tecnologias. O entendimento do funcionamento dos agroecossistemas é central

na agroecologia. Este entendimento tem como pressuposto básico, a diversificação da

produção como forma de garantir a sustentabilidade. Os maiores avanços, entretanto,

parecem estar relacionados à discussão das relações entre a agronomia e a ecologia,

destacando-se as contribuições de vários estudos (CAPORAL e COSTABEBER, 2002).

O enfoque agroecológico corresponde à aplicação de conceitos e princípios da

ecologia, agronomia, sociologia, antropologia, ciência da comunicação, economia

ecológica e de tantas outras áreas do conhecimento, no manejo de agroecossistemas

que queremos que sejam mais sustentáveis através do tempo. Trata-se de uma

orientação cujas pretensões e contribuições vão mais além de aspectos tecnológicos

ou agronômicos da produção agropecuária, incorporando dimensões mais amplas e

complexas que incluem tanto variáveis econômicas, sociais e ecológicas, como

variáveis culturais, políticas e éticas. Pois, a agroecologia corresponde como

afirmamos, antes ao campo de conhecimentos que proporciona as bases científicas

para apoiar o processo de transição do modelo de agricultura convencional para estilos

de agriculturas de base ecológica ou sustentáveis, assim como do modelo

convencional de desenvolvimento a processos de desenvolvimento rural sustentável

(CAPORAL e COSTABEBER, 2002).

Segundo GÖRGEN (2004) a agroecologia se legitima como a nova grande

síntese filosófica, científica, agronômica e tecnológica incorporando as grandes

contribuições das várias correntes de agricultura ecológica, desenvolvendo novos

conhecimentos científicos, mas respeitando e se somando à sabedoria camponesa e

indígena construída em 12 mil anos de produção de alimentos em convivência com a

natureza.

As práticas agroecológicas podem ser vistas como práticas de resistência

da agricultura familiar, perante o processo de exclusão no meio rural e de

homogeneização das paisagens de cultivo. Essas práticas se baseiam na pequena

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propriedade, na força de trabalho familiar, em sistemas produtivos complexos e

diversos, adaptados às condições locais e ligados a redes regionais de produção e

distribuição de alimentos. Contradiz-se com o agronegócio imposto pela agricultura

convencional, devido ao fato de não centrar a produção no monocultivo, na

dependência de insumos químicos e na alta mecanização, além da concentração de

terras produtivas, a exploração do trabalhador rural e o consumo não local da respectiva

produção.

Na agroecologia é utilizada mais a abordagem sistêmica, onde o

desenvolvimento é um processo co-evolutivo entre o sistema social e o sistema

ambiental. O sistema social é delineado como um conjunto de sistemas de

conhecimento, valores, tecnologias e organizações. Uma das características mais

importantes da abordagem co-evolutiva é a que confere legitimidade ao conhecimento

cultural e intuitivo dos agricultores. Esse enfoque proporciona uma forte base filosófica

para as pesquisas participativas, abordagem metodológica central para a agroecologia

NORGAARD e SIKOR (2002).

A implementação e a eficiência dos sistemas agrícolas por meio do uso de

várias técnicas e estratégias. Cada uma destas terá diferentes efeitos na produtividade,

estabilidade e resiliência dentro dos sistemas de produção, dependendo das condições

locais, limitações de recursos e, em muitos casos, do mercado. O objetivo principal dos

sistemas agroecológicos consiste em integrar componentes de maneira que a

eficiência biológica global seja incrementada, a biodiversidade preservada, e a

produtividade do agroecosistema e sua alta capacidade de se sustentar sejam

mantidas (LEITE, 2007).

A agroecologia é uma ciência que visa uma produção limpa voltada para o

policultivo onde se torna cada vez mais evidente um sistema de produção, com várias

espécies utilizadas no plantio. Dando ênfase em algumas práticas como a adubação

verde, a utilização de biodigestores na produção do biogás, compostagem, controle

biológico e a utilização de defensivos alternativos. Contudo as práticas citadas serão

abordadas no decorrer deste trabalho

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 MODALIDADES DE AGRICULTURA ECOLÓGICA

2.1.1 Agricultura orgânica

Termo frequentemente usado para designar a produção de alimentos e outros

produtos vegetais, nos quais, não se utilizam produtos químicos, tais

como, fertilizantes e defensivos sintéticos, nem de organismos geneticamente modificados,

que coloquem em risco a saúde humana e o meio ambiente, geralmente adere aos

princípios de agricultura sustentável. O Brasil, por possuir diferentes tipos de solos e

climas, uma biodiversidade incrível, aliada a uma grande diversidade cultural, é sem

dúvida um dos países com maior potencial para o crescimento da produção orgânica.

Para ser considerado orgânico, o produto tem que ser produzido em um

ambiente de produção que utilize como base do processo produtivo os princípios

agroecológicos como o uso responsável do solo, da água, do ar e dos demais recursos

naturais, respeitando as relações sociais e culturais.

CAMPANHOLA e VALARINI (2001) destacam algumas razões a serem

apontadas para se estender a ampliação do mercado de produtos orgânicos no Brasil:

1° que esta tenha partido dos próprios consumidores, preocupados com a sua saúde

ou com o risco da ingestão de alimentos que contenham resíduos de agrotóxicos. 2° a

demanda tenha se originado do movimento ambientalista organizado, representado por

várias ONGs, preocupadas com a conservação do meio ambiente, tendo algumas

delas atuado na certificação e na abertura de espaços para a comercialização de

produtos orgânicos pelos próprios agricultores. 3° teria como origem os grupos

organizados contrários ao domínio da agricultura moderna por grandes corporações

transnacionais.

2.1.2 Agricultura biológica A agricultura biológica é um sistema vivo e dinâmico que reage às exigências e

às condições internas e externas. Os praticantes da agricultura biológica poderão

melhorar a eficiência e aumentar a produtividade, mas sem colocar em risco a saúde e

o bem-estar. Por conseguinte, as novas tecnologias devem ser cuidadosamente

avaliadas e os métodos existentes revistos. A agricultura é uma das atividades

basilares da humanidade, uma vez que todas as pessoas necessitam se alimentar

diariamente. A cultura e os valores dos povos estão congregados na agricultura. Os

princípios que aplicam-se à agricultura no seu sentido mais amplo, incluindo a forma

como os povos manejam os solos, a água, as plantas e os animais, de modo a

produzir, preparar e distribuir alimentos e outros bens. Estes princípios dizem respeito

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ao modo como as pessoas interagem com o meio circundante, como se relacionam

entre si e como constroem a herança para as gerações futuras. A Agricultura Biológica

baseia-se nos sistemas ecológicos vivos e seus ciclos, trabalhando com eles, imitando-

os e contribuindo para a sua sustentabilidade (IFOAN, 2005).

Agricultura biológica e os sistemas ecológicos vivos fundamentam-se em

processos ecológicos e na reciclagem de nutrientes. A nutrição e o bem estar são

proporcionados pela ecologia do ambiente produtivo específico. Por exemplo, na

produção vegetal refere-se ao solo vivo, na produção animal ao ecossistema da

exploração. Facilmente pode ser confundida com agricultura orgânica devido aos seus

princípios, a agricultura ecológica é um sistema de produção que promove e melhora a

saúde do ecossistema agrícola, ao fomentar a biodiversidade, os ciclos biológicos e a

atividade biológica do solo.

É o uso de boas práticas de gestão da exploração agrícola, em lugar do

recurso a fatores de produção externos, tendo em conta que os sistemas de produção

devem ser adaptados às condições regionais. Isto é conseguido sempre que possível,

por meio do uso de métodos culturais, biológicos e mecânicos em detrimento da

utilização de materiais sintéticos (GONÇALVES, 2002).

2.1.3 Agricultura biodinâmica A agricultura biodinâmica é a interação entre a produtividade, respeito aos

conhecimentos, saberes e práticas locais, levando em consideração iniciativas que

abordam a cada vez mais a integração das práticas de conservação e utilização dos

recursos naturais por meio de conhecimentos e saberes que visem o equilíbrio entre o

uso destes recursos e a sustentabilidade.

Nas produções biodinâmicas deve haver uma relação equilibrada entre plantas

que fixam nutrientes e as que captam o mesmo no solo, levando-se em consideração

as rotações e consórcios de culturas, permitindo o equilíbrio biológico, evitando o

ataque severo de pragas e doenças. Já a relação solo-planta é uma parcela importante

na conceituação da agricultura biodinâmica, pois adubar equivale a vitalizar o solo,

proteger a fertilidade em longo prazo. Para as gerações futuras, deve-se manter e

renovar a vida de microorganismos que auxiliam na nutrição da planta com uso de

preparados biodinâmicos que são tão importantes quanto à observação das influências

cósmicas, da atmosfera e da cronologia biológica de plantas e animais (MIKLÓS,

2001).

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2.2 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA AGROECOLOGIA A agroecologia tem como princípio básico a sustentabilidade, COSTABEBER

(2004), definiu como aquela que, tendo como base uma compreensão geral dos

agroecossistemas, seja capaz de atender alguns critérios tais como, baixa dependência

de insumos comerciais, uso de recursos renováveis localmente acessíveis,

manutenção a longo prazo da capacidade produtiva, preservação da diversidade

biológica e cultural, utilização do conhecimento e da cultura da população local.

Para ALTIERI (2002) a definição como agricultura sustentável refere se à

busca de rendimentos duráveis, através do uso de tecnologias de manejo

ecologicamente adequadas, o que requer a otimização do sistema como um todo e não

apenas o rendimento máximo de um produto específico. Da mesma forma

GLIESSMAN (2000), definiu agricultura sustentável como aquela que reconhece a

natureza sistêmica da produção de alimentos, utilizando os benefícios naturais hoje

sem comprometer sua utilização pelas futuras gerações.

Segundo ALTIERI (2003) os princípios da agroecologia podem ser aplicados

para implementar a eficiência dos sistemas agrícolas por meio do uso de várias

técnicas e estratégias. Cada uma destas terá diferentes efeitos na produtividade,

estabilidade e resiliência dentro dos sistemas de produção, dependendo das condições

locais, limitações de recursos e, em muitos casos, do mercado.

2.3 AGROECOSSISTEMAS Os agroecossistemas são sistemas abertos que visam imitar as interações

envolventes nos ecossistemas naturais, gerando como resultado, produtos que podem

ser exportados para fora de seus limites. Uma das contribuições mais importantes da

agroecologia é a definição de alguns princípios básicos relacionados com a estrutura e

função dos agroecossistemas.

De acordo com ALTIERI (2002) o agroecossistema deve ser pensado como

uma unidade ecológica principal direcionada para a produção. Contém componentes

abióticos e bióticos interdependentes e interativos, por intermédio dos quais se

processam os ciclos de nutrientes e o fluxo de energia. O funcionamento dos

agroecossistemas está relacionado com este fluxo e com a ciclagem dos materiais por

meio dos componentes estruturais, os quais são modificados de acordo com o nível de

manejo dos insumos.

2.4 ADUBAÇÃO VERDE A adubação verde é definida como prática conservacionista pela qual certas

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espécies de plantas são cultivadas e a seguir, incorporadas ou mantidas na superfície

do solo em determinado estágio fenológico, com a finalidade de assegurar ou aumentar

a capacidade produtiva do solo (CALEGARI et al., 1993). De acordo com a RRA

MANTIQUEIRA-MOGIANA (2008) a adubação verde pode ser realizada com diversas

espécies vegetais, porém a preferência pelas fabaceas está consagrada por inúmeras

vantagens, dentre as quais, destaca-se a sua capacidade de fixar nitrogênio direto da

atmosfera por simbiose.

Segundo o MAPA (2007), nas regiões de Cerrado são recomendadas algumas

plantas como a crotalária júncea, feijão guandu e a mucuna-preta podem ser semeadas

mais tarde, como culturas de safrinha. Nesse caso, a quantidade de massa verde

produzida será menor, mas ainda em boa quantidade.

De acordo com CALEGARI et al. (1993), entre os efeitos da adubação verde

sobre a fertilidade do solo, estão o aumento do teor de matéria orgânica; a maior

disponibilidade de nutrientes; a maior capacidade de troca de cátions efetiva do solo; o

favorecimento da produção de ácidos orgânicos, de fundamental importância para a

solubilização de minerais; a diminuição dos teores de Al trocável e o incremento da

capacidade de reciclagem e mobilização de nutrientes lixiviados ou pouco solúveis que

estejam nas camadas mais profundas do perfil do solo.

Os benefícios que a adubação verde promove são inúmeros, tais como,

Incremento da fertilidade natural dos solos que em geral é muito baixa, especialmente

aqueles das regiões dos Cerrados, resultando também na economia de fertilizantes

especialmente, os nitrogenados e os fosfatados (PEREIRA et al., 1992).

2.5. BIODIGESTOR

De acordo com GALIKIN et al. (2009) o biodigestor é uma estrutura projetada e

construída de modo a produzir a situação mais favorável possível para que a

degradação da biomassa seja realizada sem contato com o ar. Isso proporciona

condições ideais para que certos tipos especializados de bactérias, altamente vorazes

em se tratando de materiais orgânicos, passem a predominar no meio e, com isso,

provocar a degradação de forma acelerada.

Segundo COMASTRI FILHO (1981), estas bactérias são microorganismos

extremamente sensíveis às variações bruscas de temperatura, que devem ser

corrigidas, imediatamente, assim que verificadas. A resposta a essa queda brusca de

temperatura, no ecossistema digestor, é uma redução progressiva na produção de gás,

até a parada total da produção. Em função da temperatura requerida para seu

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desenvolvimento são conhecidos três grupos de bactérias metanogênicas: as

psicrofílicas, que se desenvolve em temperaturas menores que 20ºC; as mesofílicas,

que se desenvolvem na faixa de temperatura de 20°C a 45ºC, tendo como ponto ótimo

de rendimento a temperatura de 35ºC; e as termofílicas, que se desenvolvem em

temperaturas acima de 45ºC, tendo como ponto ótimo a temperatura de 54ºC.

Atualmente tem se difundido a utilização de três tipos de biodigestores, os do

tipo chinês, indiano e os biodigestores batelada. Os três tipos citados tem tido uma

aceitação favorável por parte dos agricultores e produtores agropecuários.

2.5.1 Tipos de biodigestores

2.5.1.1 Biodigestor modelo chinês

Desenvolvido em regiões, onde as propriedades eram pequenas, o motivo de

ser construído no subsolo, devido ao fato de ocupar pouco espaço aproveitando se de

forma adequada à área utilizada para sua construção. Segundo DIAZ (2006), esse

modelo é o mais indicado para a geração de biofertilizantes, pois possui cúpula fixa que

permite a acumulação de biogás. Também sofrem pouca variação de temperatura de

trabalho por estar completamente enterrado, porém é necessário de seladores

especiais por conta da porosidade da alvenaria.

Uma das maiores críticas feitas ao modelo chinês de biodigestor é a técnica

requerida para sua construção. Esse modelo, todo em alvenaria, requer um trabalho de

pedreiro de primeira linha, pois os tijolos usados na construção da câmara onde a

biomassa é digerida (e que é encimada pela câmara do gás) precisam ser assentados

sem o concurso de escoramento. Utiliza-se uma técnica que emprega o próprio peso

do tijolo para mantê-lo na posição necessária até que a argamassa seque. As paredes

externas e internas precisam receber uma boa camada de impermeabilizante, como

forma de impedir infiltrações de água (proveniente da água absorvida pelo solo durante

as chuvas ou de algum lençol freático próximo) e trincas ou rachaduras (GASPAR,

2003).

O modelo chinês é (figura 1) constituído quase que totalmente em alvenaria,

dispensando o uso de gasômetro em chapa de aço, reduzindo os custos, contudo pode

ocorrer problemas com vazamento de biogás caso a estrutura não seja bem vedada e

impermeabilizada. Neste tipo de biodigestor, uma parcela de gás formado na caixa de

saída é libertada para a atmosfera, reduzindo parcialmente a pressão interna do gás

(PRATI, 2010).

17

Figura 1: Biodigestor modelo chinês Fonte: FONSECA et al., 2009.

2.5.1.2 Biodigestor modelo indiano De acordo com PRATI (2010) de biodigestor caracteriza-se por possuir uma

campânula como gasômetro, a qual pode estar mergulhada sobre a biomassa em

fermentação ou em um selo d’água externo, e uma parede central que divide o tanque

de fermentação em duas câmaras. A função da parede divisória faz com que o material

circule por todo o interior da câmara de fermentação.

As diferenças entre os modelos chinês e indiano de biodigestores não são

expressivas. O detalhe se refere à cúpula do gasômetro, região onde fica armazenado

o biogás gerado pela fermentação. O biodigestor indiano (figura 2) tem cúpula móvel de

metal, na qual o gás é retido e a partir de onde pode ser distribuído. Já o modelo chinês

tem cúpula fixa de alvenaria e uma câmara cilíndrica para fermentação com o teto em

forma de arco, onde o gás fica retido.

18

Figura 2: Biodigestor modelo indiano Fonte: FONSECA et al., 2009.

De acordo com SGANZERLA (1983), citado por GASPAR (2003), o modelo

indiano é o mais usado no Brasil devido à sua funcionalidade. Quando construído,

apresenta o formato de um poço ¾ que é o local onde ocorre a digestão da biomassa

¾, coberto por uma tampa cônica, isto é, pela campânula flutuante que controla a

pressão do gás metano e permite a regulagem da emissão do mesmo. Outra razão

para sua maior difusão está no fato do outro modelo, o chinês, exigir a observação de

muitos detalhes para sua construção.

2.5.1.3 Biodigestor modelo batelada No sistema de biodigestor modelo batelada (figura 3) a matéria prima é

colocada no biorreator fechado, para que seja realizada a fermentação anaeróbica. O

gás produzido é armazenado no próprio recipiente que serve de digestor ou em um

gasômetro acoplado a ele. Terminando a produção de biogás, o digestor é aberto,

retirando finalmente seus resíduos. Após a sua limpeza, é colocada nova quantidade

de substrato, reiniciando o processo (COMASTRI FILHO, 1981).

19

Figura 3: Biodigestor modelo batelada Fonte: CPT- Centro de Produções técnicas

Os modelos chinês e indiano prestam-se para atender propriedades em que a

disponibilidade de biomassa ocorre em períodos curtos, como exemplo aquelas que

recolhem o gado duas vezes ao dia para ordenha, permitindo coleta diária de

biomassa, que deve ser encaminhada ao biodigestor, o modelo em batelada adapta-se

melhor quando essa disponibilidade ocorre em períodos mais longos, como ocorre em

granjas avícolas de corte, cuja a biomassa fica à disposição após a venda dos animais

e limpeza do galpão (DEGANUTTI et al., 2002).

2.5.2 Biofertilizantes

São os efluentes gerados resultantes da fermentação anaeróbioca da

biomassa de um biodigestor. É considerado o resultado final da biodigestão.

Com os biofertilizantes o agricultor pode fazer a nutrição das plantas

aproveitando produtos orgânicos produzidos em abundancia na propriedade como,

restos de comida, resíduos vegetais de horta, entre outros materiais orgânicos, que

poderiam poluir o ambiente, ao contrário do que esses materiais fariam ao meio

ambiente, os biofertilizantes não causam problemas de salinização do solo e são

ótimas fontes de nutrientes para as plantas.

O biofertilizante serve para nutrir e proteger as plantas que estão sendo

cultivadas além de melhorar a terra, pois faz com que aumente a retenção de água e a

facilidade de infiltração. O biofertilizante se aplica nas folhas da planta e vem absorvido

20

pela mesma, enriquecendo-a com elementos que são necessários para garantir o bom

funcionamento do seu metabolismo (ADAPTA SERTÃO, 2005).

CAPORAL et al. (2009), cita que o uso de biofertilizantes de fabricação

“caseira” (alguns já validados pela pesquisa) vem sendo uma prática cada vez mais

comum entre os agricultores ecologistas e recomendada por técnicos responsáveis. Do

mesmo modo, foi resgatado o uso das caldas sulfocálcica e bordalesa, práticas que

têm contribuindo nos processos de transição agroecológica mediante a busca de

resistência das plantas através da melhor e mais equilibrada nutrição.

2.6 COMPOSTAGEM

É a integração de técnicas visando o controle da decomposição de materiais

orgânicos, com função de obter em um curto espaço de tempo, um material estável rico

em húmus e nutrientes minerais, advindos da degradação e da incorporação do

material utilizado como matéria prima e utilizar como adubo orgânico.

A compostagem foi desenvolvida com a finalidade de acelerar com qualidade a

estabilização (também conhecida como humificação) da matéria orgânica. Na natureza

a humificação ocorre sem prazo definido, dependendo das condições ambientais e da

qualidade dos resíduos orgânicos (EMBRAPA, 2005).

É a produção do composto (adubo) orgânico formado por matéria orgânica

umidificada, obtida a partir da transformação decomposição biológica de restos

orgânicos (sobras de culturas, frutas, verduras, dejetos de animais) pela ação

microbiana do solo (SECTAM, 2003).

De acordo com PEREIRA NETO (1995) na concepção moderna a

compostagem vem sendo definida como um processo aeróbico controlado,

desenvolvido por uma colônia mista de microrganismos, efetuada em duas fases

distintas: a primeira, quando ocorrem as reações bioquímicas de oxidação mais

intensas predominantemente termofílicas; a segunda, ou fase de maturação, quando

ocorre o processo de humificação.

A compostagem, portanto, produz o adubo que é essencial para o solo na

melhoria de sua estrutura e fertilidade, além de proporcionar às culturas vigor

extraordinário e aumento na sua produtividade. Isto pode ser verificado na satisfação

do produtor rural que realiza tal tarefa (SECTAM, 2003).

A compostagem é uma técnica relativamente simples que pode ser aplicada

em diferentes situações de desenvolvimento agrícola, desde agricultores familiares

descapitalizados com uso intensivo de mão de obra, agricultores empresariais ou que

21

se utilizam de técnicas de capital intensivo, até os casos de industrialização, por

exemplo, em usinas de reciclagem de lixo urbano, em unidades de beneficiamento de

grãos e na produção de adubos organo-minerais (AQUINO, 2005).

2.6.1 Processo de humificação

Segundo BIDONE e POVINELLI (1999) quando o controle da temperatura é

realizado simultaneamente pelas operações de revolvimento e reposição de umidade

nas leiras, o tempo de compostagem nestas leiras varia de 60 a 90 dias e 45 a 60 dias

para a humificação. De acordo com COELHO (2008) a humificação ocorre sem prazo

definido na natureza, depende das condições ambientais e da qualidade dos resíduos

orgânicos.

Após o processo de humificação, o material utilizado na compostagem resulta

num composto orgânico, mineralizado e apropriado para uso agrícola (FEAM, 2002). A

humificação, acompanhada da mineralização de determinados componentes da

matéria orgânica (KIEL, 1998). A demonstração das fases de compostagem descritas e

o processo de humificação podem ser descritas abaixo na figura 4.

Figura 4: fases da compostagem Fonte: D´ALMEIDA & VILHENA, 2000.

Uma das melhores características do húmus é o poder de adsorver ou reter

cátions eletrostaticamente, e não deixar que os elementos sejam arrastados pelo efeito

da água das chuvas que percolam e atravessam toda a região onde se localizam as

raízes das plantas. Os cátions que são adsorvidos pelos colóides orgânicos se

22

difundem por troca com as raízes ou se misturam na solução do solo, que por

diferenciação dos teores do elemento ou do pH do solo, induzem a absorção de

nutrientes (SILVA, 2008). Pode se avaliar outros benefícios como a melhor aeração e

retenção de água, aumento da porosidade no solo, da matéria orgânica, melhor relação

C:N e melhor disponibilidade de nutrientes para a cultura.

2.6.2 Compostagem aeróbica com esterco

É aquela em que a fermentação ocorre em ambiente aberto, na presença de ar,

sem a compactação da massa a ser decomposta e sem encharcamento. Neste

processo há elevação de temperatura muito acima da temperatura ambiente (podendo

chegar a 70ºC) e desprendimento de gases inodoros e de vapor de água. Os resíduos

utilizados junto ao esterco devem ser triturados em pedaços de até 5,0cm para acelerar

o processo de compostagem. Resíduos em pedaços maiores podem ser usados, mas

demoram mais tempo para decomporem. Essa trituração pode ser feita em trituradores

para resíduos orgânicos ou em máquinas forrageiras EMBRAPA (2009).

2.6.1.2 Composto orgânico

Segundo KIEHL (1985), o composto é resultado da degradação biológica da

matéria orgânica na presença de oxigênio. O composto orgânico constitui um material

umidificado, com odor de terra, facilmente manuseado e estocado, que contribui,

significativamente, para a fertilidade e a estrutura do solo.

Pela legislação brasileira o composto orgânico é todo produto de origem

vegetal e animal que aplicado ao solo em quantidades, épocas e maneiras adequadas,

proporciona melhoria de suas características físicas, químicas, físico-químicas e

biológicas. Efetua correções de reações químicas desfavoráveis ou de excesso de

toxidez e, fornece às raízes os nutrientes suficientes para produzir colheitas

compensadoras com produtos de boa qualidade, sem causar danos ao solo, à planta e

ao meio ambiente (EMBRAPA, 2009).

Aplicação do composto orgânico segundo a SECTAN (2003) tem a finalidade

de enriquecer solos pobres, melhorando a sua estrutura e permitindo uma boa

fertilidade, aumentando a capacidade de absorção das plantas, facilita a aeração do

solo, retêm a água e reduz a erosão provocada pelas chuvas.

O composto gerado pela compostagem pode ser feito com restos de comida,

dejetos (estercos) de animais, folhas, resíduos de culturas (cascas de arroz, palha de

milho, vagem seca de feijão, casca seca de café), serragem, restos de capim ou por

23

resíduos orgânicos domiciliares como tem se desenvolvido atualmente nas cidades.

2.7 CONTROLE BIOLÓGICO

O controle biológico é uma técnica que utiliza meios naturais, criada para

diminuir população de organismos considerados pragas. É a inserção de predadores

naturais de insetos que causam danos econômicos às lavouras. O controle pode ser

feito por outro organismo (predador, parasita ou patógeno) que ataca a praga, podendo

ser muito eficiente no seu controle e tendo como principal característica não causar

danos acumulativos à lavoura ou aos inimigos naturais do alvo do controle.

No meio ambiente, todo organismo se alimenta e é alimento para outro

organismo, sendo essa a idéia básica do conceito de cadeia alimentar, onde cada

organismo desempenha um papel importante na regulação populacional de sua presa e

também serve como fonte de energia e nutrientes para o seu agente de mortalidade

natural. Mesmo os animais considerados em posição de “topo” na cadeia alimentar, ou

seja, aqueles que não apresentam, aparentemente, inimigos naturais (águias,

crocodilos, tubarões, o próprio homem), servem de alimento para organismos que

utilizam-nos, após a morte, como fonte de alimento e energia, como é o caso dos

decompositores (JESUS, 2010).

O controle de insetos passou por três fases antes de chegar ao MIP. Primeiro

eram usados produtos naturais como caldas e fórmulas como o uso de tabaco, alho e

outras plantas, mais tarde veio o uso de formulações químicas, os chamados

defensivos ou agroquímicos. A terceira fase foi denominada de fase da crise, onde se

pôde perceber que os custos com agrotóxicos eram muito altos e as conseqüências a

saúde muito negativas (ZABIN et al., 2009).

Segundo VALICENTE e CRUZ (1991) o controle biológico, em sua essência,

pode ser considerado como o uso de organismos vivos para manter a população de

determinada praga em equilíbrio no agroecossistema, de modo a não ocasionar danos

econômicos ao produtor. Existem na natureza vários organismos que utilizam, para sua

sobrevivência, como alimento, os insetos praga. Pássaros, aves, aranhas, vários tipos

de insetos, fungos, bactérias, vírus e muitos outros organismos têm papel importante

no controle de pragas.

De acordo com a outra forma de controle biológico de pragas que é o controle

microbiano, feito com uso de bactérias, fungos e vírus, que atacam as pragas

causando-lhes doença e morte (EMBRAPA, 2006). Nas hortas pode ser usada uma

bactéria chamada Bacillus thuringiensis que pode ser encontrada no comércio com os

nomes de Dipel, Thuricide, Condor e outros.

24

Com o decorrer do tempo e os avanços na área de Manejo Integrado de Praga

(MIP) tem se evoluído com os estudos e descoberto outras formas alternativas de

controle com o objetivo de diminuir a utilização de insumos químicos prejudiciais ao

meio ambiente, e outras formas de vida existentes na natureza inclusive o ser humano

(quando utilizado o manejo inadequado ou em super dosagens na aplicação). As

medidas de controle biológico utilizadas atualmente serão descritas no decorrer deste

trabalho.

2.7.1 Controle biológico clássico

O controle biológico clássico caracteriza-se pela introdução de um agente de

controle biológico, geralmente do mesmo local de origem da praga-alvo, para

posteriormente ser liberado em pequenas quantidades (inoculativas), visando seu

estabelecimento em um novo ambiente (PARRA et al., 2002).

Um dos programas visando o controle biológico clássico com eficiência para

ser citado atualmente é o controle da broca da cana-de-açúcar, que é a utilização da

vespa Cotesia flavips para o controle da Diatrea saccharalis, que utilizado na década

de 90 houve muito sucesso e eficiência, hoje em dia é utilizado em praticamente em

todas as regiões produtoras do país.

A vespa é um parasitóide que ovoposita sobre a lagarta D. saccharalis em que

só pode completar seu ciclo de vida associada às lagartas. Segundo EMBRAPA

(2009), o parasitismo se inicia por uma picada da vespa, que deposita grande

quantidade de ovos no interior da lagarta. Desses ovos eclodem larvas que se

alimentam do interior da lagarta, que, por sua vez, morre exaurida, sem conseguir

completar seu ciclo de vida. Quando estão bem desenvolvidas, as larvas migram para

fora do corpo da lagarta e passam à fase de pupa. Essas pupas são revestidas por

casulos de coloração branca, de onde emergem os adultos após alguns dias. Os

adultos são vespinhas pequenas com comprimento de 2,0 mm a 3,0 mm, de coloração

preta e que, logo após o nascimento, acasalam-se.

2.7.2 Controle biológico natural

Ocorre quando as populações de inimigos naturais já existem na região ou

local de plantio. São muito importantes em programas de manejo de pragas, pois, são

responsáveis pela mortalidade natural do inseto praga no agroecossistema, mantendo

um equilíbrio natural entre inseto praga e predador.

Tais parasitóides ou predadores devem ser preservados (e, se possível,

25

aumentados) por meio da manipulação de seu ambiente de forma favorável (usar

inseticidas seletivos em épocas corretas, reduzir dosagens de produtos químicos, evitar

práticas culturais inadequadas, preservar hábitat ou fontes de alimentação para

inimigos naturais) (JESUS, 2010).

Como exemplo de um parasitóide natural de controle pode se citar a utilização

ou o benefício do Trichogramma quando este se encontra presente no ambiente de

plantio. Segundo a EMBRAPA (2009) o parasitismo ocorre de maneira que as fêmeas

colocam seus ovos no interior dos ovos de S. frugiperda e ao invés de eclodir uma

larva, emerge um adulto da vespinha. Desta forma, para se obter êxito no controle é

necessário que a liberação da vespinha seja feita quando houver ovos da praga no

campo. Caso contrário o Trichogramma não encontrará o seu hospedeiro e a liberação

não controlará a praga. Além disso, é necessário que a liberação seja feita logo após a

emergência dos adultos, pois, sua longevidade é de cerca de cinco dias em condições

de campo.

2.7.3 Controle biológico aumentativo ou por incremento

De acordo com a AGUIAR MENEZES (2006) o controle biológico aumentativo

ou por incremento, ocorre quando o inimigo natural é multiplicado massalmente em

laboratórios especializados, portanto, envolve a criação ou produção massal do inimigo

natural. Posteriormente, eles são liberados no campo no momento apropriado. Esse

momento é decidido baseando-se na biologia da praga alvo, de modo a sincronizar as

liberações quando a praga encontra-se em seu estágio mais susceptível.

2.7.4 Controle biológico por conservação

Envolve a manutenção dos inimigos naturais nos agroecossistemas por

favorecer ou fornecer condições de sobrevivência e reprodução e, consequentemente,

aumentando sua efetividade. Nesse sentido, essa estratégia envolve, portanto, o

manejo do habitat, a qual compreende qualquer prática agronômica que vise o

aumento e preservação de inimigos naturais nos agroecossistemas (AGUIAR

MENEZES, 2003).

Nesse sentido, essa estratégia envolve, portanto, o manejo do habitat através

de práticas agronômicas que vise o aumento e a preservação de inimigos naturais nos

agroecossistemas, destacando-se a incorporação de espécies vegetais que

proporcionem recursos vitais (microclima, pólen, néctar, hospedeiros alternativos entre

outros.) para os inimigos naturais. Pólen e néctar, que podem ser proporcionados pelas

26

plantas companheiras tal como adubos verdes, plantas aromáticas e plantas

espontâneas são importantes porque são recursos essenciais para o estágio de vida

não carnívoro dos parasitóides e de certos predadores (EMBRAPA, 2006).

2.8 DEFENSIVOS ALTERNATIVOS

As plantas são naturalmente resistentes aos ataques de pestes e doenças. Na

natureza, em ambientes saudáveis, as várias formas de vida criam, entre si, controles

capazes de equilibrar as espécies animais e vegetais. Em nossos jardins e hortas, em

condições inadequadas, elas podem ser atacadas por muitas formas de vida e a

primeira forma de combatê-los é observar os aspectos nutricionais das plantas, a

iluminação do ambiente, a irrigação equilibrada e incentivar a existência de predadores

naturais, tais como sapos, joaninhas e pássaros.

Segundo PRIMAVESI (1994), os parasitas só aparecem porque encontram

condições favoráveis para sua alimentação, maturação e reprodução. Todos os fatores

desfavoráveis à formação de novo citoplasma, proteínas, vitaminas, enzimas,

açúcares, graxas, hormônios, substâncias aromáticas, fenóis e outros, favorecem a

nutrição e procriação de microorganismos e insetos. De acordo com AKIBA (1999),

deve-se primeiramente buscar o equilíbrio de cada ambiente através da manutenção

de áreas de matas, devido a estas táticas aumentarem o número de inimigos naturais

e, consequentemente, diminuir a pressão de pragas e doenças.

Em algumas ocasiões estas medidas não são suficientes para impedir a

ocorrência de problemas fitossanitários, principalmente em função de desequilíbrios

temporários naturais que acarretam estresse, do uso de cultivares suscetíveis e de

fatores não controláveis que venham determinar o aumento da incidência de pragas e

de agentes de doenças. Nesses casos, faz-se necessário o uso de defensivos

alternativos que podem ser de preparação caseira ou adquirida no comércio, a partir de

substâncias não prejudiciais à saúde humana e ao meio ambiente. Pertencem a esse

grupo as formulações que têm como características principais: baixa ou nenhuma

toxicidade ao homem e à natureza, eficiência no combate aos artrópodes e

microrganismos nocivos, não favorecimento à ocorrência de formas de resistência

desses fitoparasitas, disponibilidade e custo reduzido. Estão incluídos nesta categoria,

entre outros, os diversos biofertilizantes líquidos, as caldas (sulfocálcica, viçosa e

bordalesa), os extratos de determinadas plantas e os agentes de biocontrole

(PENTEADO, 1999).

Segundo INNECCO (2003) deve se pensar em algumas características para

27

eficiência dos defensivos alternativos, como: apresentarem baixa ou nenhuma

agressividade ao homem e à natureza; ter eficiência no combate de pragas que atacam

a produção; ter baixo custo de obtenção; alta disponibilidade para aquisição e

simplicidade quanto ao manejo e aplicação.

2.8.1 Inseticidas naturais

Na agricultura o conceito de praga está diretamente relacionado com os efeitos

econômicos produzidos, e é dado no sentido numérico, onde uma determinada

população de insetos se evidencia com seus estragos, afetando a produção. Assim, a

presença do inseto na cultura não implica a presença de praga, sendo que a população

entra como elemento unitário na determinação do momento exato em que medidas

devem ser adotadas para evitar prejuízos econômicos (BOARETTO e BRANDÃO,

2000).

Denominam-se inseticidas naturais os produtos derivados de plantas ou de

partes de plantas, podendo ser o próprio material vegetal ou partes dele, normalmente

moído até ser reduzido a pó, ou seus produtos derivados por extração aquosa ou com

solventes orgânicos, tais como álcool, éter, acetona, clorofórmio dentre outros

(AGUIAR-MENESES, 2005).

A substituição dos inseticidas sintéticos por substâncias vegetais representa

uma alternativa viável, mas não significa que estes extratos de plantas possam

restabelecer por si mesmos o equilíbrio ecológico que reclamamos para um sistema

agro-ecológico estável. O controle direto com este método não deixa de ser uma

medida de emergência e deve ser utilizado com muita precaução. Além disso, como

não são sistemáticos, é preciso que sejam aplicados com muita precisão no verso das

folhas, onde habita a maioria dos insetos praga (BRECHELT, 2004).

2.8.2 Extratos vegetais na utilização como defensivos alternativos

Os estudos fitoquímicos se iniciam pela pesquisa da espécie alvo, incluindo o

levantamento em literatura científica, pesquisa etnobotânica e observação do uso

popular, seguidos das etapas de isolamento, elucidação estrutural e identificação dos

constituintes mais importantes do vegetal, os metabólitos secundários (MELO, 2010).

As vantagens das substâncias botânicas são óbvias: a maioria é de baixo

custo; estão ao alcance do agricultor; algumas são muito tóxicas, mas não têm efeito

residual prolongado e se descompõem rapidamente; em sua maioria não são

venenosas para os mamíferos. Os compostos químicos encontrados em certas plantas

28

têm reações de diferente índole frente aos organismos que se desejamos eliminar.

Assim, têm sido detectadas substâncias inibidoras do crescimento e fitormônios. Estes

podem dar-nos uma idéia sobre as possíveis reações entre planta e planta. As reações

de planta a fungo parecem ser baseadas na presença de uma substância antifúngica,

cujo mecanismo de defesa é induzir ao endurecimento das paredes celulares. As

reações planta-inseto são as que melhor têm sido estudadas (BRECHELT, 2004).

Deve ter os mesmos cuidados que se tem com os praguicidas químicos para

obter eficiência na aplicação e manter a população de insetos a um nível onde não

causam danos a cultura. Plantas como o alho, o fumo, o nim e a pimenta de macaco

(planta nativa do Brasil), têm sido utilizadas com sucesso no controle de alguns

insetos-praga, principalmente quando se fala no controle de pragas em hortaliças,

plantas ornamentais ou frutíferas e na agricultura de pequena escala o extrato obtido

dessas plantas tem se obtido muita eficiência em suas diversas utilizações para o

controle de insetos.

2.8.2.1 Alho (Allium sativum L.)

Geralmente o alho é cultivado, principalmente, para alimentação humana, seu

uso é como condimento e medicinal. O alho também pode ser usado na proteção

vegetal como inseticida, fungicida e antibacteriano.

Segundo BRECHELT (2004) tanto os bulbos como as folhas, contêm

substâncias ativas que podem ser extraídas com água, ou o óleo com uma prensa, e

serem aplicadas nos cultivos. Com o extrato de alho pode se controlar lagartas,

besouros mastigadores, ácaros, pulgões e doenças causadas por fungos. Para fabricar

produtos manipulados, utiliza-se espécies que tenham um alto conteúdo das

substâncias ativas e se cultiva este tipo, especialmente com o propósito de extrair o

óleo para ser manipulado.

2.8.2.2 Fumo (Nicotiniana tabacum L.)

O fumo é constituído com um dos princípios ativos mais tóxicos existentes na

natureza, a nicotina, que possui ação direta no sistema nervoso dos insetos após o

consumo das folhas, respiração ou contato. Possui função de inseticida, fungicida e

acaricida. Segundo KATHARINA e ANTÔNIO (2004), os extratos de fumo foram

usados desde 1690 na Inglaterra para matar insetos. Em 1890, a nicotina foi

reconhecida como seu principal ingrediente ativo, a nicotina é um alcalóide derivado de

várias plantas da família Solanaceae, sendo encontrada principalmente no fumo, os

29

extratos das folhas do fumo apresentam uma concentração de nicotina 2,0% a 5,0% e

5.0% a 4,0%.

2.8.2.3 Nim (Azadirachta indica A. Juss)

De acordo com a EMBRAPA (2009) os extratos de nim nas várias espécies de

insetos são difíceis de avaliar devido à complexidade dos seus compostos e às

diversas variáveis envolvidas no processo, como: modo de aplicação, modo de ação,

dosagem, formulações, manuseio, armazenamento, partes da árvore empregadas,

condições ambientais e diversidade de insetos.

Experiências no campo mostram que o nim é ainda mais eficaz contra

lepidópteros quando utilizado de maneira adequada, com um produto à base de

Bacillus thuringiensis, o nim evita o desenvolvimento de resistências e aumenta a

quantidade de diferentes pragas que podem ser controladas. Neste caso o bacillus tem

um efeito sinergético, que melhora ainda mais o seu efeito. (BRECHELT, 2004).

Segundo MARTINEZ (2002) o nim atua no desenvolvimento dos insetos de

diferentes modos. Pela sua semelhança com o hormônio da ecdise (processo que

possibilita ao inseto trocar o esqueleto externo e, assim poder crescer), perturba essa

transformação e, em altas concentrações pode impedí-la, causando a morte da larva

ou da pupa. Por essa razão, as formas jovens de insetos são mais fáceis de controlar.

Não causa a morte do inseto imediatamente, dado o seu efeito fisiológico, porém, além

de afetar a ecdise, reduz o consumo de alimento, retarda o desenvolvimento, repele os

adultos e reduz a postura nas áreas tratadas. Também tem maior ação por ingestão, de

modo que os insetos mastigadores são mais facilmente afetados.

2.8.2.4 Pimenta de macaco (Piper anduncum L.)

A pimenta de macaco é uma espécie arbórea distribuída no Continente

Americano e Antilhas. No Brasil é encontrada nos estados do Amazonas, Pará,

Maranhão, Piauí, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro e Mato Grosso e Goiás.

Segundo SOUZA et al. (2008) a pimenta de macaco possui ampla distribuição tropical,

com ocorrência em solos areno-argilosos. Esta espécie é considerada uma planta

oportunista que invade áreas des orestadas após exploração de madeira, de alta

rusticidade e resistência a variações climáticas.

De acordo com SILVA et al. (2007) os efeitos sinérgicos do dilapiol em larvas

de quarto instar de Spodoptera litura utilizando diversos extratos de plantas. Os

resultados encontrados por esses autores demonstraram significativa mortalidade das

30

larvas, à semelhança da mortalidade encontrada em adultos de cigarrinha (Aetalion

sp.), quando submetidos a ação dos extratos aquosos de folhas e raízes.

31

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os problemas gerados pela agricultura convencional, dentro da filosofia da

Revolução Verde, levaram os agricultores a buscarem sistemas alternativos de

produção mais sustentáveis. Procurando um alimento que seja produzido com base

nos três pilares da sustentabilidade, em que nas atividades agrícolas resultem produtos

que não agridam o ambiente, sejam economicamente viáveis, ambientalmente corretos

e que seus métodos de produção sejam politicamente justos.

Com as novas classificações do termo sustentabilidade e, principalmente, as

exigências impostas pelo mercado, a agricultura vem se desenvolvendo e reutilizando

formas sustentáveis de plantio e condução de uma cultura. Assim agroecologia,

juntamente com outras formas alternativas de agricultura, surge como uma alternativa

para ampliação de estudos e práticas exigidas na atualidade.

Diante da necessidade de uma alimentação saudável, do aumento de

informação da sociedade e das exigências impostas pelos consumidores,que estão,

cada vez mais, buscando a segurança alimentar (quantidade, qualidade e

acessibilidade), bem como se informar quanto às práticas utilizadas para produção de

alimentos. Essas exigências juntamente com a escassez dos recursos naturais, a

perda da biodiversidade e a dependência do produtor, por estar sempre adquirindo

produtos industrializados, contribuem para a quebra de paradigmas da produção. A

agroecologia então constitui uma alternativa de solução para o propósito da

sustentabilidade da agricultura e busca de um novo paradigma.

32

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ADAPTA SERTÃO. Tecnologias Sociais de Adaptação às Mudanças Climáticas. BIOFERTILIZANTE ANAERÓBICO- Manual de Capacitação. p.1. 2005.

AGUIAR MENEZES, E. de L. Controle Biológico de Pragas: princípios eestratégias de aplicação em ecossistemas agrícolas. Seropédica: Embrapa Agrobiologia, 2003. 44.p. (Embrapa Agrobiologia. Documentos, 164).

AGUIAR MENEZES, E. de L. Controle Biológico: a busca pela sustentabilidade da agricultura brasileira. Revista Campo & Negócios. v. 4, n. 42, p. 66-67. 2006.

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AKIBA, F.; CARMO, M. do G. F.; RIBEIRO, R. de L. D. As doenças infecciosas das lavouras dentro de uma visão agroecológica. Ação Ambiental, Viçosa, v. 2, n. 5, p. 30-33, 1999.

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