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ARARAQUARA, QUARTA-FEIRA 21 DE MARÇO DE 2012 AMÉRICO BRASILIENSE 50 C1 Tribuna Impressa Araraquara, 21 de março de 2015 O que os pequenos cidadãos de Américo Brasiliense esperam do futuro e da cidade? O samba e a ferveção de Américo convergiam no lendário Caneco 90, casa de shows famosa na região Lodi e Alfredo, casal centenário, são os moradores mais idosos e contam 78 anos de casamento Entre certidões e goiabadas Nos 50 anos da ‘Cidade Doçura’, dona Célia Bortolli completa 85 anos e continua trabalhando no único cartório de Américo; uma história de superações, mas recheada de alegria de viver e de uma deliciosa goiabada EDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO ANOS

Aniversario de Americo

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ARARAQUARA, QUARTA-FEIRA 21 DE MARÇO DE 2012

AMÉRICOBRASILIENSE

50C1 Tribuna Impressa Araraquara, 21 de março de 2015

O que os pequenos cidadãos de Américo Brasiliense esperam do futuro e da cidade?

O samba e a ferveção de Américo convergiam no lendário Caneco 90, casa de shows famosa na região

Lodi e Alfredo, casal centenário, são os moradores mais idosos e contam 78 anos de casamento

Entre certidões e goiabadasNos 50 anos da ‘Cidade Doçura’, dona Célia Bortolli completa 85 anos e continua trabalhando no único cartório de Américo; uma história de superações, mas recheada de alegria de viver e de uma deliciosa goiabada

EDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO

ANOS

C2AMÉRICO 50BRASILIENSE ANOS Araraquara, 21 de março de 2015

Tribuna Impressa

REPORTAGENSMicheli Valala REVISÃOSérgio Mendes

DIAGRAMAÇÃORaíssa Yoshizava e Valmir Campos

FOTOSMarcos Leandro

JORNAL DO GRUPO

EMPRESA JORNALÍSTICA TRIBUNA ARARAQUARA LTDA.

Cinco décadas de pura doçura

Comemorar aniversário é sempre bom, no entanto, al-guns marcos, como meio sé-culo, são ainda melhores. É o caso de Américo Brasiliense, que completa hoje 50 anos de emancipação.

Ao contrário de Araraqua-ra, que cheira a laranja, Amé-rico Brasiliense cheira a açúcar em função das usinas. Tanto que é carinhosamente chama-da de “Cidade Doçura”.

Mas este singelo apelido poderia também ser atribuí-do ao jeito acolhedor de seus moradores. E por falar nos amerilienses, a cidade pode crescer, mas ainda é aquela cidade em que todos se co-nhecem, entram e saem das casas dos vizinhos, tomam café juntos, trocam receitas e xícaras de açúcar, sabem o número de telefone dos ami-gos, quase sempre sem olhar na agenda telefônica.

Nesta edição, por exemplo, a Tribuna conta belas histórias de pessoas com idades entre 84 e 107 anos, que vivem bem e esbanjam saúde, como Célia Della Roveri Bortolli e o casal Lodi e Alfredo Santoro.

Já Yolanda Romania Benas-si mostra seus dons culinários, especialmente os doces que prepara em casa.

As crianças, futuros cida-dãos de Américo Brasiliense, falam sobre o que pensam e o que desejam para a ‘Cidade

Doçura’. Enfim, uma edição es-pecialmente docinha.

HistóriaAmérico Brasiliense foi

emancipada em 21 de março de 1965. O primeiro prefeito foi Antonio Pavan, e o vice, Elias Leme da Costa. Eles de-ram os primeiros passos para que o município crescesse.

OrigemO nome Américo Brasi-

liense foi dado por Manoel Antônio Borba, em homena-gem a seu amigo republica-no, Américo Brasiliense de Almeida e Mello, que foi o terceiro governador do Esta-do de São Paulo no período pós-1889.

Américo era advogado e iniciou sua carreira política em 1866, quando foi verea-dor em São Paulo. Ajudou a elaborar a primeira Constitui-ção Brasileira, em 1891. Viveu todo o período histórico que culminou na proclamação da República.

NúmerosDe acordo com o Censo

do IBGE (Instituto Brasilei-ro de Geografia e Estatística) de 2010, a ‘Cidade Doçura’ tem aproximadamente 40 mil habitantes. Apesar de ser um município pequeno, gera uma receita de mais de R$ 47 milhões.

C3Araraquara, 21 de março de 2015 Tribuna Impressa

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Tribuna Impressa

Célia, sinônimo de garra e vitalidadeCom 84 anos, essa jovem senhora ainda trabalha no cartório da família todos os dias, ajuda crianças e faz doces para os amigos

MICHELI VALALA [email protected]

Prestes a completar 85 anos, Célia Della Rovere Bortolli pode ser considerada uma mulher que sempre esteve na vanguar-da. Na década de 1940, quando ainda o homem era o único pro-vedor da casa. Aos 13 anos, ela, a filha mais velha, perdeu o pai, Sinforiano, e aceitou a sugestão da sua professora Alzira de in-terromper os estudos — estava na quarta- série — para traba-lhar no escritório dos Irmãos Dosualdo. Sua mãe, Carolina, passou a lavar roupas para fora e, desta forma, as duas sustenta-ram os outros seis filhos.

E essa garra continua até hoje. Célia ainda trabalha no Cartório de Registro Civil e Tabelionato Bel. Carlos Alberto Bortolli, que passou a pertencer a sua família.

Em 1953, casou-se com um amigo de infância, Cláudio, com quem teve dois filhos: Cláudio e Carlos Alberto. Mas o destino preparava uma surpresa para Célia. Seu tio, Joaquim Justo ti-nha o cartório, que, até hoje, é o único de Américo Brasiliense.

Ele admirava muito Caroli-na e Célia; então, todas as vezes que em viajava para São Pau-lo, deixava a chave do cartório com elas para que tomassem conta. Em 1956, ele faleceu de repente. “Minha tia Ada me pe-diu que eu trabalhasse no cartó-rio, até alguém fosse nomeado. Aceitei”, conta.

Parece história de novela, mas não foi. Francisco Loffredo

Júnior, que era juiz de Direito de Araraquara, nomeou uma pes-soa de Santa Lúcia, que morreu dois dias depois. Um tabelião de Rincão foi nomeado, mas também morreu. Foram reali-zados cinco concursos. Neste período, várias pessoas foram até lá, mas desistiram de assu-mir o cartório, pois a cidade era muito pequena. Uma lei, que Célia acredita que tenha sido sancionada pelo então gover-nador do Estado, Abreu Sodré, dizia que “os interinos que es-tivessem no cartório por mais de cinco anos e houvesse três pessoas desistentes, seriam au-tomaticamente nomeados”. “Eu era interina. Olha como é que eu fui nomeada”, diz.

O atual tabelião é seu filho Carlos Alberto, que se formou em Direito e prestou concurso público para assumir o cargo. “Eu brinco com ele e digo que agora sou empregada dele”, conta em meio a risadas.

A história da goiabadaAlém de tudo o que faz, Cé-

lia ainda é famosa pelos seus do-ces. A goiabada é um dos mais esperados. Ela faz apenas uma vez por ano. Tem um pé de goia-ba de 60 anos no quintal; nesta época do ano, ela recolhe todos os frutos, limpa-os, cozinha-os sem água, mexe devagar, bate--os no liquidificador, passa na peneira e a massa formada vai para o tacho e é mexida por ho-ras, até dar o ponto. “Não vendo; não tem quem não ganha goia-bada aqui”, brinca.

Quando meu pai faleceu, foi difícil no começo, ele não era registrado; naquele tempo, nem tinha aposentadoria. Daí, para criar meus irmãos, eu, aos 13 anos, fui trabalhar.CÉLIA DELLA ROVERE BORTOLLI

Tabeliã aposentada

Saúde de ferroNesses 84 anos de vida, Célia nunca teve

e não tem nenhuma doença. Remédios? Para quê? Alimenta-se bem, dorme bem e dá muitas risadas. A única fez que ela precisou ficar ‘de molho’ foi há 15 anos, quando quebrou o pé. Mas quem disse que ela ficou quietinha? Ativa, como sempre foi, passava os dias de ‘repouso’ fazendo tapetes para enfeitar a casa. Segundo ela, vai trabalhar enquanto puder. Realmente é impressionante a história de vida dessa senhori-nha, que nunca reclamou dos problemas.

ESFORÇOBoa aluna, aprendeu seu ofício rapidamente, inclusive a parte de contabilidade. No escritório, traba-lhava o dia todo e, depois da jor-nada, fazia aulas de datilografia. Quando assumiu interinamente o cartório, também captou todos os ensinamentos que lhe foram transmitidos. Só não quis aprender a usar computador, prefere fazer tudo à mão e acha um ‘pecado’ a pessoas terem letra feia.

Célia Della Rovere Bortolli fará 85 anos em abril e esbanja alegria e vitalidade

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Tribuna Impressa AMÉRICO 50

BRASILIENSE ANOS

MULHER DE GARRAAcima, Célia trabalhando no cartório da família; embaixo, ela aos 17 anos e, ao lado, sua carteira de trabalho

Célia trabalha desde os 13 anos, mas apenas aos 19 é que teve a carteira assinada, pois só em São Carlos era oferecido este serviço. Ela diz que os ‘segredos’ de tanta disposição são fáceis: nunca parar de trabalhar, comer de tudo — sem exageros —, to-mar leite de vaca, ovos caipiras e, para relaxar, uma cervejinha.

Querida por todos, sua casa vive cheia de gente. O dia todo seus amigos a visitam, tomam café, provam suas de-lícias — ela faz doces caseiros, um mais gostoso que o outro. Aos domingos, faz almoço para cerca de 30 pessoas.

Além de tudo o que faz, ain-da consegue tempo de ajudar a Fundação Reviver, a qual aju-dou a criar. Hoje, são assistidas 120 crianças.

Os segredos de Célia, a mulher que não para

Um exemploCélia por duas vezes tomou as rédeas da família; primei-ro, ainda criança, quando o pai morreu, e há sete anos, quando o marido faleceu

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Tribuna Impressa

Crianças falam o que desejam para o futuro Américo Brasiliense, a ‘Cidade Doçura’, completa hoje 50 anos. Há muita história para contar, mas como é o olhar dos jovens moradores? O que será que eles esperam do município para os próximos anos? Quais seus desejos? A ‘Tribuna’ ouviu oito crianças que moram na cidade para saber o que elas pensam. Confira

AMILLY VITÓRIA F. DAS NEVES, 5 ANOS“Eu queria uma praça cheinha de brinquedos e que as escolas oferecessem computadores e aulas de balé.”

LEONARDO H. MAGALHÃES, 8 ANOS“Gostaria que a minha cidade tivesse ruas com mais asfalto e menos buracos e parques para a gente brincar; eu só brinco dentro de casa.”

VÍTOR HUGO SANTOS, 6

ANOS“Eu queria mesmo um shopping com cinema e parque.

Aqui não tem.”

KELLY MARINHO,

12 ANOS“Gostaria muito

que a cidade fosse mais limpa,

menos lixo nas ruas e praças mais bonitas.”

NELSON SOUZA

DE JESUS JÚNIOR, 9

ANOS“Gosto bastante

de Américo; desejo que a cidade seja

conhecida no mundo inteiro e

que tenha muito sucesso.”

ARTHUR DE SOUZA REIS, 6 ANOS“Gostaria de desejar parabéns para a cidade, mas queria algo para melhorar, como um parquinho nas praças para as crianças.”

ARQUIVO PESSOAL

C7Araraquara, 21 de março de 2015

Tribuna Impressa AMÉRICO 50

BRASILIENSE ANOS

ANA JÚLIA DE SOUZA REIS, 4 ANOS“Parabéns para Américo Brasiliense. Muitas felicidades! Tem que ter um bolo bem grande para todas as pessoas comemorarem.”

JHONATA DAS NEVES,

8 ANOS“Queria que tivesse mais

hospitais, para melhorar a saúde

dos moradores.”

ARQUIVO PESSOAL

C8AMÉRICO 50BRASILIENSE ANOS Araraquara, 21 de março de 2015

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Caneco 90 marcouo samba na regiãoCasa de shows de Américo Brasiliense atraía centenas de pessoas todos os domingos; vários artistas renomados passaram por lá

No início da década de 1990, Araraquara foi conside-rada a “Terra do Pagode”, mas era em Américo Brasiliense que os amantes do samba que-bravam tudo, mais especifica-mente no Caneco 90, que este ano completa 25 anos.

O proprietário, Jofre Francis-co Carneiro, de 54 anos, conta que tinha um comércio de frios, quando resolveu abrir uma lan-chonete, bem em frente. Com o passar do tempo, a transformou em uma casa de shows de samba e pagode, que rapidamente caiu no gosto dos amerilienses, bem como dos moradores de Arara-quara e São Carlos.

Havia shows todos os do-mingos e, segundo Carneiro, passaram por lá grandes nomes de músicos e grupos regionais, como Magnatas do Pagode,

Doce Mania e Turma do Sam-ba, entre outros. Mas os famo-sos também marcaram história, por exemplo, Arlindo Cruz, Sombrinha e Fundo de Quintal.

O Caneco 90 parou de fun-cionar em novembro de 2014, mas agora voltou com tudo. Cada 15 dias, aos domingos, há shows para relembrar os bons e velhos tempos.

Deu namoroO produtor artístico Cris-

tiano de Oliveira, 39, e sua noiva, a professora Silvia Ales-sandra Gomes, 40, se conhe-ceram no Caneco 90. “Éramos apenas amigos, por fim, acaba-mos namorando, algum tempo depois, estamos juntos há dez anos”, diz Oliveira.

Para ele, só quem viveu aquela época pode entender o

que era ir ao Caneco 90. “Meu pai tinha um Passat, juntáva-mos os amigos e rachávamos a gasolina para ir todo santo domingo”, completa.

Fiat 147O mesmo fazia Sueli Lon-

ghini, 56, mais conhecida como Tia Su. Ela tinha um Fiat 147 “azul-calcinha”. Todos os do-mingos, colocava umas dez me-ninas no carro só para ir ao Ca-neco. “Para mim, só tenho boas lembranças”, diz, com saudades.

O nomeO médico e amigo da família Jorge Zbeidi havia estudado no Rio de Janeiro e lá havia um bar chamado Caneco 70, então sugeriu Caneco 90

Comemoração em dobroAlém de comemorar os 50 anos de Américo Brasiliense,

O Caneco 90 completa 25 anos em abril. Então, anote aí as festividades. Amanhã, a partir das 19h, haverá apresenta-ção do Som Brasil e Bola na Trave. No dia 5/4, será a vez de Sakanas e Magnatas do Pagode, no dia 12/4, Alma Brasileira e convidados, no dia 19/4, quem fará o show será Jhony e Som Brasil e, para fechar a programação do mês, dia 26/4, Os Quarentões e a Turma do Samba vão colocar todo mundo para dançar. Sempre a partir das 19h.

FOLIA E ALEGRIAAcima, uma foto recente de Jofre Francisco Carneiro no Caneco 90 e, abaixo, um registro das domingueiras

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ARQUIVO PESSOAL

SUCESSO!Sombrinha e Arlindo Cruz foram dois dos mitos do samba brasileiro que passaram pelo Caneco 90, que chegou a receber pelo menos 400 pes-soas de toda a região.

C9Araraquara, 21 de março de 2015

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BRASILIENSE ANOS

Os moradores mais idosos, Lodi, com 104 anos, e Alfredo, com 107, estão juntos há 78 anos

Um amor para a vida inteira

Os ares ou as águas de Américo Bra-siliense devem ter algo mágico. Os mora-dores da ‘Cidade Doçura’ vivem muito e bem. Um exemplo é o casal Lodi e Alfre-do Santoro. Acreditem, ela está com 104 anos e ele, 107. Saudáveis e lúcidos, eles contam que se casaram em 1937 e estão juntos até hoje. São os moradores mais velhos do município, de acordo com o Cartório de Registro Civil e Tabelionato Bel. Carlos Alberto Bortolli.

O pai de Alfredo, Vicente Santoro, veio da Itália para Américo Brasiliense, com-prou uma fazenda de café. Assim, pôde oferecer as melhores escolas a ele e ao ir-mão, Benedicto. Os dois, aliás, chegaram a estudar Medicina no Rio de Janeiro, mas, infelizmente, não concluíram o curso.

Voltando a história de amor de Lodi e Alfredo, ela conta que, apesar de ter nascido em Araraquara, foi morar em Américo muito nova. Nesta época, Al-fredo estudava em Campinas e, quando ia até a fazenda da família, andava a ca-

valo até o centro de Américo. “Ele usava uma roupa preta, porque estava de luto pela morte da mãe, e sempre ficava de olho nele. Nos conhecemos, namora-mos e nos casamos. Temos duas filhas, a Marina e a Eliane”, diz.

HistóriasCom a crise de 29, a quebra da Bolsa

de valores de Nova York, Vicente San-toro, como muitos cafeicultores, per-deu tudo. Alfredo voltou para ajudar o pai. Hipotecaram o imóvel e, plantando algodão e cereais para recuperar o que havia se perdido.

Apesar de tantas dificuldades, sem-pre lutaram para superar. Quando es-tavam com cerca de 70 anos, resolve-ram desfrutar da vida. “Viajamos por todo o mundo, Europa, Japão, China, Paris, Egito, Itália, Jerusalém. Logo na primeira viagem, eu ganhei a faixa de ‘Miss Simpatia’ e ele ficou encarregado pelas malas”, conta Lodi.

DE MÃOS DADASSão 78 anos de casamento e companheirismo; Alfredo e Lodi mantêm o carinho um pelo outro. Fazem questão de usar as alianças. Um amor puro e verdadeiro, com muita história para contar

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zoomaméricobrasiliense

RelíquiaMorador de Américo Brasiliense passeia de bicicleta em frente ao prédio de uma

antiga metalúrgica do município. Uma obra que faz parte da história e enriquece o cenário da ‘Cidade Doçura”

Pode chegarPasseando pela rua Manoel Borba, uma das primeiras vias da cidade, uma casinha

de passarinho bem no alto de uma residência

SantuárioEsta é a primeira igreja de Américo Brasiliense, a antiga Matriz,

inaugurada em 16 de fevereiro de 1969. Ainda em funcionamento

FiguraEste é o Bob, um vira-lata muito sapeca, em cima do carro da família.

Ele posou para a foto; queria sair no jornal de aniversário de AméricoPassado e presente

Este é o relógio de sol, um marco da praça Pedro de Toledo de Américo Brasi-liense. Na Antiguidade, esse tipo de estrutura servia para determinar a hora do dia, usando como referência a posição do Sol

C11Araraquara, 21 de março de 2015

Tribuna Impressa AMÉRICO 50

BRASILIENSE ANOS

ArquiteturaEssa construção de 1924 e chama a atenção de quem passa por ela.

A modernidade tem suas vantagens, mas os imóveis antigos têm seu charme

Vai um mamão, aí?Na ‘Cidade Doçura’, onde muitos moradores fazem doces caseiros, é fácil

encontrar de frutas nas casas, como esse mamoeiro carregado

A portaOutro prédio antigo de Américo Brasiliense é este. Morado-

res dizem que era um depósito de açúcar de uma usina

E agora, José?Essa placa de sinalização, completamente escondida entre

as árvores, dificulta a visualização dos motoristas. Cuidado!

Mais um

Mais um belo prédio antigo pelas ruas de Amé-rico Brasiliense. Imaginem quantas histórias não se passaram dentro dele. Linda imagem flagrada pelas lentes do fotógrafo Marcos Leandro

C12AMÉRICO 50BRASILIENSE ANOS Araraquara, 21 de março de 2015

Tribuna Impressa

Dona Yolanda,a doceira da‘Cidade Doçura’ Pudim de milho verde estava escondido em caderno de receitas da sua época de solteira

A aposentada — mas que ain-da trabalha como cabeleireira — Yolanda Romania Benassi, de 72 anos, sempre morou em Américo Brasiliense e ama cozinhar. Des-de de quando era solteira, já tinha seu caderno de receitas.

Em 1965, quando se casou com Luiz Benassi, resolveu passar seu caderno de receitas a limpo e viu que tinha uma sobre pudim de milho verde. “Nunca havia feito e nem me lembrava que tinha essa receita. Daí, achei interessante e resolvi fazê-la. Foi um sucesso. To-dos gostaram”, conta.

Tanto que na tradicional Festa do Milho, realizada anualmente em Bueno de Andrada, sua sobri-nha, Rosa Berti, levou o prato e, para variar, também fez sucesso. “Mas não passei a receita, não”, diz.

Mãos de ouroYolanda não é doceira pro-

fissional, mas confessa que faz e gosta de fazer doces. Em sua casa não entra nada industrializado. Para receber amigos, familiares e preparar a sobremesa aos do-mingos, sempre recorre ao seu caderno de receitas.

Outra receita que chama a atenção é o doce de batata-do-ce. Anote: um quilo de batata--doce, um quilo de açúcar, dois pacotes de gelatina sem sabor vermelha e um litro de leite de coco. Cozinhe as batatas, amas-se bem, dissolva a gelatina com uma xícara de água fervida. Misture todos os ingredientes e leve ao fogo. Antes, bata um pouco e despeje numa assadeira untada, corte e enrole.

Pudim de milho verdeMuito fácil: são cinco ovos, duas

latas de milho, uma lata de leite con-densado, uma lata e meia de leite de vaca e uma colher de sopa de amido de milho. Para fazer, basta bater tudo no liquidificador por cinco minutos. O ideal é cozinhar em uma forma própria para pudim, aquela que tem suporte para banho-maria, já caramelizada, por quase uma hora, deixe esfriar bem para tirar da forma.

UMA DOÇURA

Yolanda Romania Benassi mostra seu caderno de

receitas, onde estão registradas

suas delícias