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EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUIZ DO TRABALHO DA ª VARA DO TRABALHO DE BRASÍLIA-DF

FEDERAÇÃO DA AGRICULTURA DO ESTADO DO PARANÁ - FAEP, inscrita no CNPJ sob o nº 76.595.396/0001-29, com sede na Rua Marechal Deodoro, 450, 14º Andar, Curitiba - PR, CEP: 80010-010, por seus advogados, perante Vossa Excelência, com base nos artigos 8º, 840 e seguintes da CLT e 274 e seguintes do CPC da CLT, ajuizar a presente

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA (RITO ORDINÁRIO)

contra a CONFEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO BRASIL - CNA inscrita no CNPJ nº 33.582.750/0001-78, com sede no SGAN, Quadra 601, Módulo K, Edifício Antonio Ernesto de Salvo, Brasília-DF, pelas razões a seguir expostas.

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1. DOS FATOS

Em 15 de Abril de 2014, a Diretoria da CNA, ora ré, convocou a reunião ordinária do Conselho de Representantes da Entidade, seu órgão deliberativo máximo, para leitura e aprovação da prestação de contas e do relatório de gestão do exercício de 2013 para o dia 25 de Abril de 2014 (Doc. 2).

Contudo, como não fora disponibilizada previamente nenhuma cópia dos documentos comprobatórios das contas que seriam prestadas nem do Parecer do Conselho Fiscal, o Presidente da FAEP (autora), Sr. Ágide Meneguette, protocolou, em 22 de abril de 2014, o Ofício nº 0499-14/GP (doc. 3) requerendo e justificando a disponibilização da documentação referente as contas de despesa identificados como “Serviços de Terceiros” e “Projetos”, verbis:

Conhecedor da forma em que foi apresentada a proposta orçamentária do exercício 2013, que agrupou inteiramente itens que representam praticamente 50% de todo o orçamento da Entidade, venho por meio deste solicitar formalmente que sejam disponibilizados previamente para análise a documentação das contas de despesa “SERVIÇOS DE TERCEIROS” e “PROJETOS”. Consideramos que a garantia de acesso e de tempo hábil do parecer do Conselho Fiscal, bem como de toda a documentação (contratos, relatórios e notas fiscais) para avaliação, são pré-requisitos essenciais para o exercício da nossa competência enquanto membro do Conselho de Representantes da CNA, nos termos previstos no Estatuto em seu art. 17, IV. (g.n.)

Apenas para conhecimento de V. Excelência, estamos falando de

despesas de R$ 31.193.293,72 (trinta e um milhões de reais, cento e noventa e três mil, duzentos e noventa e três reais e setenta e dois centavos) não demonstrados e comprovados!

Como a referida solicitação não fora respondida pela Diretoria da CNA, o Presidente da Autora suscitou questão de ordem durante a Reunião do Conselho de Representantes ratificando o conteúdo do Ofício nº 0499-14/GP ressaltando que, sem os documentos solicitados, não seria possível votar a Prestação de Contas da Entidade.

O Presidente da Autora lembrou, inclusive, que pedido semelhante

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também havia sido feito pelo Presidente do Conselho Fiscal, Sr. CARLOS FERNANDES XAVIER (que também é Presidente da confederada FAEPA - Federação da Agricultura e Pecuária do Pará), no dia 22 de Abril de 2014 por meio da Carta nº 007/2014 - FAEPA (Doc. 4), de onde se denota a perplexidade quanto à inclusão da aprovação das contas na pauta da Reunião do Conselho, cujo inteiro teor se segue:

Iniciando expediente dessa semana encontrei Edital convocação da CNA, para reunião Ordinária e Extraordinária do Conselho de Representantes, próximo dia 25/04, incluindo aí “apresentação, esclarecimentos e votação da prestação de contas, exercício 2013, juntamente com Parecer do Conselho Fiscal”. Diante do exposto, gostaria de solicitar de Vossa Senhoria os itens mencionados durante a reunião do Conselho Fiscal, realizada no dia 15/04/14, com relação: “Projetos: Projetos Diversos e Serviços de Terceiros: Pessoa Jurídica”, todos os Projetos e os Contratos da 2ª rubrica, para que possa disponibilizar informações aos Senhores Conselheiros. (g.n.)

Em resposta aos questionamentos da Autora, a Presidente da Ré confessou a existência dos ofícios, mas afirmou que não houve tempo hábil para produzir a documentação antes da realização da Reunião do Conselho.

Excelência, é importante frisar que a Presidente da Ré, cujas contas estavam sendo votadas naquela Reunião, CONFESSA que os documentos referentes a DOIS GRUPOS DE DESPESAS que representam METADE do orçamento do exercício NÃO ESTAVAM DISPONÍVEIS PARA ANÁLISE, nem para os Conselheiros, nem para o Presidente do Conselho Fiscal!

Repita-se:

OS CONSELHEIROS E O CONSELHO FISCAL NÃO PUDERAM APRECIAR DOCUMENTOS QUE COMPROVARIAM OU JUSTIFICARIAM METADE

DAS DESPESAS DO EXERCÍCIO DE 2013! Apenas para conhecimento de V. Excelência, estamos falando de

despesas de R$ 31.193.293,72 (trinta e um milhões de reais, cento e noventa e três mil, duzentos e noventa e três reais e setenta e dois

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centavos) não demonstrados e comprovados! Ciente do absurdo da situação, o Presidente da Autora, citando o art.

17, inciso IV , dos Estatutos Sociais da Ré, chamou a atenção para a 1

impossibilidade de se votar Prestação de Contas, cujo conteúdo fora deliberadamente ocultado pela Direção da Ré. Afirmou o seu interesse de passar as contas pelo escrutínio de profissionais de sua confiança para que tivesse embasamento para exercer o seu direito de voto.

Nessa oportunidade, a Presidente da Ré afirmou que autorizaria a verificação dos documentos, mas proibiu a Federação Autora de auditá-los!

Em outras palavras:

A FEDERAÇÃO AUTORA TERIA ACESSO À DOCUMENTAÇÃO, MAS NÃO PODERIA CONTAR COM ASSESSORIA TÉCNICA-ESPECIALIZADA

PARA ANALISAR O SEU CONTEÚDO!

Esse tópico é de especial importância, haja vista que, na mesma Reunião, o Presidente da FAMATO - Fedeação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso, Sr. RUI PRADO, pediu esclarecimentos a respeito da empresa que realizou a auditoria das contas da Entidade Ré, a PLANALTO AUDITORIA, CONSULTORIA E PERÍCIA LTDA., sociedade empresária inscrita no CNPJ sob o nº 15.140.888/0001-35, sediada no SRTV/Sul, Quadra 701, Conjunto L, Bloco 2, nº 30, Salas 319, Parte A, brasília - DF, CEP: 70.340-906. Essas informações, contudo, também foram sonegadas pela Presidente da Ré que, ilegalmente, ignorou o pedido afirmando que a lisura da empresa auditora não estava em pauta.

O Presidente da FAMATO reiterou o seu pedido, justificando que o Parecer do Conselho Fiscal, lido (mas não disponibilizado) durante a Reunião

1 Art. 17. Compete ao Conselho de Representantes (...) IV. tomar e julgar as contas de cada exercício financeiro, apresentadas pela Diretoria, com parecer do Conselho Fiscal.

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do Conselho de Representantes, trazia em seu bojo que fora baseado no relatório da empresa auditora (que também não fora disponibilizado, ou sequer lido durante a Reunião). Nada mais natural, portanto, que a lisura da empresa auditora fosse discutida durante a Reunião que votaria a Prestação de Contas!

Novamente, a Presidente da CNA apenas afirmou que não discutira o

assunto, pois não constava na pauta. Ato contínuo, mesmo após o representante da FAESP - Federação da

Agricultura e Pecuária de São Paulo, Sr. ADALTO, ter chamado a atenção que, nos termos estatutários, a aprovação das contas poderia ser realizada até o dia 31 de Maio de 2014 e que seria importante que a Assembléia fosse suspensa para que os documentos fossem produzidos e para que o Presidente do Conselho Fiscal pudesse estar presente para prestar os esclarecimentos devidos, a Presidente da Ré declarou que não haveria necessidade de analisar as contas e que não adiaria a Reunião, determinando a aprovação imediata das contas por aclamação, o que foi feito sob os protestos de pelo menos três Federações.

Ao final da Reunião, o Presidente da Autora solicitou a cópia do áudio

da discussão, uma vez que todas as Reuniões do Conselho de Representantes são gravadas, e lhe foi entregue apenas um CD-ROM. Qual não foi a sua surpresa, quando conferiu em sua sede o conteúdo do CD e descobriu que continha apenas a apresentação de slides da “prestação de contas”.

No dia 28 de Abril de 2014, o Presidente da Autora protocolou o Ofício

nº 526/14-GP (Doc. 5) na sede da Ré narrou o acontecido e ratificou, formalmente, o pedido que havia sido feito oralmente durante a Reunião: que lhe fosse entregue o áudio da discussão. Referido ofício, contudo, não foi respondido até a data do protocolo desta ação.

Em 22 de Maio de 2014, quase um mês após a realização da Reunião, a

Ré protocolizou a Carta nº 689/2014-CNA (Doc. 6) um relatório de 12 páginas e informando que a documentação comprobatória estaria à disposição em sua sede para consulta.

Importante ressaltar que essa documentação detalhou apenas, e tão

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somente, as despesas da conta “Serviços de Terceiros”, totalizando R$ 12.959.284,52 (doze milhões, novecentos e cinquenta e nove mil e duzentos e oitenta e quatro reais e cinquenta e dois centavos), permanecendo obscuros os valores correspondentes a conta de “Projetos”, a saber, R$ 18.234.009,20 (dezoito milhões, duzentos e trinta e quatro mil e nove reais e vinte centavos).

Nada obstante, a Autora, após analisar a Carta e seus anexos, por

meio do Ofício nº 0707/14-GP (Doc. 7), pediu os seguintes documentos: a. Processo de compra/contratação/renovação dos contratos nele

mencionados; b. Contratos originais e todos os aditivos; c. Notas Fiscais; d. Produto da prestação dos serviços; e. Comprovantes de pagamento; f. Comprovantes contábeis;

das seguintes empresas:

a. CHDR SERVIÇOS EMPRESARIAIS LTDA - ME; b. INSTITUTO CNA (Contratos de custos indiretos); c. KNOWTEC LTDA.; d. PRACTICE - CONSULTORIA E GESTÃO PÚBLICA S/S e. SINTESE PESQUISA E ANÁLISE LTDA. f. SUITEPLUS TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E CONSULTORIA

LTDA. g. SUBLIME SERVIÇOS GERAIS; h. TALK COMUNICAÇÃO INTERATIVA; i. VERBO COMUNICAÇÃO E CONSLUTORIA LTDA. Referido Ofício foi entregue, no dia 2 de Julho de 2014, nas mãos da

Superintendente Administrativo Financeira da Ré, Sra. BENILDES DE BARROS GARÇÃO, que afirmou que entregaria a documentação no dia 8 de Julho de 2014 às 08:00, conforme ata notarial anexa (Doc. 8). Contudo, na data combinada, a mesma Sra. BENILDES afirmou que o Presidente em Exercício, Sr. JOÃO MARTINS DA SILVA JUNIOR, a haveria proibido de disponibilizar os documentos comprobatórios solicitados, conforme ata notarial anexa (Doc. 9).

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Esclarece-se a autora apurou que o Sr. JOÃO foi nomeado Presidente

por meio da Portaria nº 011/CNA/2014 (Doc. 10). Por derradeiro, no dia 10 de Julho de 2014, a Autora recebeu o Ofício nº

278/2014 - CNA/Pres. (Doc. 11), em que o Presidente em exercício confessa parte dos fatos ora narrados, contradiz a sua Superintendente, e confessa que não permitirá que a Federação Autora leve técnicos especializados para analisar a documentação solicitada.

Em tempo, ao contrário do que afirma, essa vedação NÃO FOI

VOTADA EM REUNIÃO DO CONSELHO DE REPRESENTANTES! Conforme a narrativa desta exordial, a Presidente afirmou que não permitiria que as suas contas fossem analisadas por auditor independente. Tendo em vista que, até o momento, a ata da referida Reunião ainda não foi disponibilizada às Federações associadas, somente o áudio já referido poderá confirmar o que ora se alega.

Excelência, diz o saber popular que “quem não deve, não teme”. A

Federação Autora deu TODAS AS OPORTUNIDADES para que a gestão atual retificasse os erros cometidos durante a Reunião do Conselho de Representantes do dia 25 de Abril de 2014 e lhe apresentasse a documentação comprobatória da Prestação de Contas. Os fatos, porém, somam-se inquestionavelmente:

a. Documentos correspondentes a 50% das contas do Exercício não

foram disponibilizados pela Ré; b. A lisura da empresa que auditou as contas não pôde ser discutida

durante a Reunião de aprovação das contas; c. A análise independente por Federação associada das contas que

estavam sendo “prestadas” foi vedada pela Presidente da Ré; d. A Reunião não foi adiada, mesmo havendo tempo hábil para tal; e. A Ré combina data para disponibilização da documentação, porém

volta atrás em sua palavra, desperdiçando o tempo de todos.

Considerando-se, portanto, o cipoal de ilegalidades narrado acima, alternativa não resta à Autora que não buscar a guarida de seus direitos no Judiciário.

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2. DO DIREITO 2.1. DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO

O art. 114, III, da Constituição Federal assegura a competência da Justiça do Trabalho, em razão da pessoa, para apreciar e julgar ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores.

João Oreste Dalazen, ao analisar a norma em referência em seu artigo “A Reforma do Judiciário e os novos marcos da Competência Material da Justiça do Trabalho no Brasil” (Rev. TST, Vl. 71,n.1, Jan/Abr 2005), afirmou:

Em meu entender, o novel art. 114, inciso III, da CF/88, atribuiu uma competência material genérica à Justiça do Trabalho para quaisquer dissídio intra-sindicais, intersindicais ou entre sindicato e empregador que envolvam a aplicação do direito sindical, de que é mero exemplo a disputa intersindical de representatividade. Sob tal perspectiva, pois, examina-se a seguir a vasta gama concebível de situações.[...] 2.2. Dissídios intra-sindicais. Reputam-se dissídios intra-sindicais, ou internos, os dissídios individuais em que se digladiam um sindicato, atuando na ttrela de direito pessoal da entidade e um associado, ou membro da categoria profissional, ou da categoria econômica. Atualmente, no Direito brasileiro, os casos mais comuns de disputas intestinas envolventes do sindicato são os seguintes: a) por direitos trabalhistas de dirigente sindical licenciado; b) para anulação de eleição sindical ou de assembléia geral; c) para cobrança de contribuições sindicais."

Sendo a Entidade Ré uma entidade sindical de grau superior por força legal (Decreto 53.516/64) e a Entidade Autora uma Federação Sindical, não há dúvidas quanto ao enquadramento da presente lide na disposição do inciso III, do art.114, da CF/88 para efeito de fixação de competência judiciária ratione personae. 2.2. DA IRREGULARIDADE NA PRESTAÇÃO DE CONTAS

Excelência, o art. 9º, I , dos Estatutos Sociais da Ré dá direito a todas 2

as Federações Associadas a participar, discutir e votar os assuntos em pauta

2 Art. 9º Constituem direitos das Federações filiadas: I. participar das reuniões do Conselho de Representantes, discutindo e votando os assuntos em pauta.

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nas Reuniões do Conselho de Representantes, entidade deliberativa máxima equivalente à assembléia geral das associações (art. 16 dos Estatutos 3

Sociais). Dentre as competências do Conselho de Representantes, está a

tomada e julgamento das contas dos exercícios financeiros apresentadas pela Diretoria, com parecer do Conselho Fiscal (art. 17, IV, dos Estatutos), e pronunciar-se a respeito do relatório das atividades desenvolvidas nos exercícios (art. 17, V , dos Estatutos). 4

Para o exercício dessas prerrogativas, é obrigação da Diretoria da

Entidade Ré “encaminhar o relatório anual e as contas de cada exercício ao Conselho de Representantes para julgamento” (art. 26, X , dos Estatutos 5

Sociais) em Reunião do Conselho. Ocorre, contudo, que o relatório da gestão administrativa e as contas

NÃO FORAM ENVIADAS PREVIAMENTE PARA A FEDERAÇÃO AUTORA PARA QUE ESTA SE PREPARASSE PARA A REUNIÃO OCORRIDA NO FINAL DE ABRIL DE 2014!!!

Conquanto somente esse fato já seria suficiente para anular a Reunião

que “aprovou” a Prestação de Contas do Exercício de 2013, há mais a se considerar.

É competência do Presidente da Entidade Ré “presidir as reuniões (...)

do Conselho de Representantes, orientando os debates, tomando os votos, proclamando os resultados e decidindo as questões de ordem”, bem como “submeter à Diretoria o relatório da gestão administrativa e do exercício financeiro para encaminhamento ao Conselho de Representantes” (art. 28, II e XV , dos Estatutos). 6

3 Art. 16 O Conselho de Representantes é o órgão da mais elevada hierarquia da CNA, composto pelos Presidentes das Federações de Agricultura. 4 Art. 17. Compete ao Conslho de REpresentantes: (...) V. pronunciar-se sobre relatório das atividades de cada exercício; 5 Art. 26. Compete à Diretoria: (...) X. encaminhar o relatório anual e as contas de cada exercício ao Conselho de Representantes para julgamento; 6 Art. 28. Compete ao Presidente: (...) II. presidir as reuniões da Diretoria e as do Conselho de Representantes, orientando os debates,

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Assim sendo, é requisito formal (e lógico) que os documentos que

embasaram a prestação de contas houvesse sido disponibilizado aos Conselheiros, sendo obrigação do Presidente zelar para que esse procedimento fosse cumprido.

E, em assim sendo, a então Presidente NÃO PODERIA TER

IGNORADO OS OFÍCIOS ENVIADOS PELA FEDERAÇÃO AUTORA E PELO PRESIDENTE DO CONSELHO FISCAL, REQUERENDO A APRESENTAÇÃO DOS DOCUMENTOS ESSENCIAIS PARA VOTAÇÃO DAS CONTAS!!!

Desse modo, tendo os referidos pedidos sido reiterados durante a

Reunião do Conselho de Representantes e tendo sido alertada que havia tempo hábil para convocação de nova Reunião após a disponibilização da documentação, era OBRIGAÇÃO DA PRESIDENTE requisitar aos órgãos administrativos internos da Entidade Ré a apresentação imediata da documentação que estava sendo votada (art. 17, XII , dos Estatutos)! 7

Há mais! Considerando a surpresa expressada pelo Presidente do Conselho

Fiscal na Carta nº 007/2014 - FAEPA (Doc. 4) a respeito tanto da convocação da Reunião do Conselho de Representantes, como da inclusão na pauta da aprovação das contas prestadas, É ABSOLUTAMENTE RAZOÁVEL SUPOR-SE QUE O “PARECER DO CONSELHO FISCAL” LIDO (MAS JAMAIS APRESENTADO PARA AS DEMAIS ASSOCIADAS) NÃO ESTARIA PRONTO, pois

O PRESIDENTE DO CONSELHO FISCAL NÃO TEVE ACESSO AOS MESMÍSSIMOS

DOCUMENTOS QUE A FEDERAÇÃO AUTORA

tomando os votos, proclamando os resultados e decidindo as questões de ordem; (...) XV. submeter à Diretoria o relatório da gestão administrativa e do exercício financeiro para encaminhamento ao Conselho de Representantes; 7 Art. 17. compete ao Conselho de Representantes: (...) XII. requisitar informações aos órgãos componentes da administração interna;

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SOLICITOU!!!! Como é possível que o Conselho Fiscal tenha emitido parecer favorável

às contas que não lhe foram inteiramente apresentadas? Como é possível que um parecer favorável tenha sido emitido se O PRESIDENTE DO CONSELHO FISCAL estava em dúvidas com relação a trechos das contas prestadas. AS MESMAS CONTAS QUE A FEDERAÇÃO AUTORA PEDIU MAIOR DETALHAMENTO E COMPROVAÇÃO! CONTAS QUE REPRESENTAM METADE DO ORÇAMENTO DO EXERCÍCIO DE 2013!!!

Aliás:

O PRESIDENTE DO CONSELHO FISCAL NÃO ESTAVA, SEQUER, PRESENTE À REUNIÃO!

Por fim, a própria lisura da auditoria externa “independente” contratada

pela Entidade Ré para auditar suas contas foi EXPRESSAMENTE QUESTIONADA DURANTE A REUNIÃO EM QUE SE VOTARIA A APROVAÇÃO DESSAS MESMAS CONTAS!!!

Essa manifestação foi ignorada porque “não estaria em pauta”!? As ilegalidades são GRITANTES! Aplicando-se analogamente a Legislação Civil, o art. 1.078, §1º , do CC 8

prescreve a OBRIGATORIEDADE de se colocar as contas e relatórios que serão votados à disposição de todos os sócios/associados que não exerçam a administração da entidade no razoável prazo de 30 (trinta) dias antes da data marcada para a assembléia geral “com prova do respectivo recebimento”.

E não poderia ser diferente, pois COMO SE PODE VOTAR CONTAS,

CUJO CONTEÚDO É DESCONHECIDO OU DOLOSAMENTE OCULTADO PELA DIRETORIA DA RÉ???

8 Art. 1.078. (...) § 1o Até trinta dias antes da data marcada para a assembléia, os documentos referidos no inciso I deste artigo devem ser postos, por escrito, e com a prova do respectivo recebimento, à disposição dos sócios que não exerçam a administração.

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Excelência, é IMPRESCINDÍVEL, portanto, que a Reunião do Conselho

de Representantes ocorrida no dia 25 de Abril de 2014 seja ANULADA pela violação de todos os dispositivos estatutários arrolados acima, bem como do art. 1.078, §1º, do CC, aplicado analogamente. 3. CONCLUSÃO

Do exposto, a Autora requer:

1. A citação da Ré para, querendo, comparecer à audiência a ser designada, sob pena de revelia e confissão quanto à matéria de fato;

2. A total procedência da presente reclamatória para que:

a. seja ANULADA a Reunião do Conselho de Representantes ocorrida no dia 25 de Abril de 2014;

b. seja determinada a exibição dos documentos constantes no Ofício nº 0707/14-GP com, no mínimo, 30 (trinta) dias de antecedência da data da nova Reunião do Conselho de Representantes, cuja pauta seja a análise e/ou aprovação das contas do exercício de 2013;

c. seja determinado o detalhamento da conta “Projetos”, bem como declarado o direito de requerer a exibição da documentação comprobatória das despesas apontadas pela Autora, após análise do referido detalhamento;

d. seja expressamente declarado o direito de a Autora ter o auxílio de auditoria independente para analisar a documentação referida nos itens anteriores;

3. seja produzido nestes autos o áudio da Reunião do

Conselho de Representantes ocorrida no dia 25 de Abril, sob pena de confissão quanto aos fatos narrados nesta exordial (arts. 355 e 359 do CPC).

Para provar o alegado protesta e requer a produção de todos os meios

de provas permitidas em direito, perícia, depoimento pessoal do representante

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legal devidamente credenciado, sob pena de confissão, juntada de documentos e oitiva de testemunhas.

Dá-se à causa o valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), para meros efeitos fiscais e de alçada.

Nestes termos, Pede e espera deferimento. Brasília, 11 de Julho de 2014.

Victor Russomano Jr.

OAB/DF 3.609

Mozart Victor Russomano Neto OAB/DF 29.340

Ely Talyuli Jr.

OAB/DF 21.236 Henrique Haruki Arake Cavalcante

OAB/DF 29.584

James Augusto Siqueira OAB/DF 18.065

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