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Boletim da Greve (São Leopoldo) O funcionalismo público da cidade de São Leopoldo entra nessa segunda feira (09/06) em sua semana de greve, com quase 15 dias de serviços parados contando os quatro dias de paralisação unificada (14/05, 21/05, 22/05 e 23/05). São quase 2 meses desde o dissídio das categorias municipais e o desfecho desse processo ainda não está no horizonte. As exigências dos servidores municipais extrapola a questão salarial: é condição de trabalho e valorização. Porém, o aumento de 20% nos salários da categoria médica, após as datas bases, e com pleno acato da prefeitura causam revolta entre todo funcionalismo, e por isso é a pauta principal da greve junto com as demandas específicas (plano de saúde, vale alimentação, carga horária e entre outras) de cada categoria. A prefeitura trata com extremo desrespeito e intransigência o movimento grevista, culminando nos casos de violência da quinta-feira (08/06). Desde o início, a prefeitura demonstra a falta de capacidade de negociação com as pautas das categorias e descaso com a pauta geral que é o reajuste salarial, além de ignorar as reivindicações específicas. A Assembleia que aprovou a greve definiu o índice de reajuste em 8,32 (piso do magistério) e 10% de aumento real, ao contrário da proposta do governo que prevê 5,61 (INPC) e 1% de ganho real (em janeiro de 2015). Em todo o período de greve, nenhuma novidade foi apresentada, a prefeitura apenas joga o 1% em meses diferentes, sem negociar o percentual de ganho real. Inclusive quando, em uma estratégia de enfraquecer e desmobilizar o movimento, coloca a data de 10 de junho com o dia da negociação final (início da greve em 29/05). A nossa luta é por conquistas reais. A greve seguirá até que consigamos arrancar de fato novas propostas que contemplem as reivindicações dos servidores! Por isso a greve segue firme e se fortalecendo. Durante os quatro dias de paralisações, houve participação massiva dos setores, que culminou na ocupação da Câmara de Vereadores com o objetivo de barrar a votação da proposta da prefeitura. A greve não gerou a mesma participação mas isso não demonstra fraqueza, e sim a disposição de luta prolongada que na atual conjuntura estava disponível. O movimento grevista vem num crescente a partir de suas ações de mobilização. Desde o primeiro dia piquete no Hospital Centenário onde a Saúde se concentra, debate e atua. Outros piquetes em diferentes locais ajudam a consolidar a participação e a discussão entre colegas por local de trabalho, como no SEMAE e na Central de Veículos. É de fundamental importância a manutenção e criação desses espaços por setor/espaço de trabalho tanto para diálogo e envolvimento de colegas de trabalho como abrir canal de comunicação com a população.

Boletim da Greve (SL)

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Page 1: Boletim da Greve (SL)

Boletim da Greve (São Leopoldo)

O funcionalismo público da cidade

de São Leopoldo entra nessa

segunda feira (09/06) em sua 2º

semana de greve, com quase 15

dias de serviços parados

contando os quatro dias de

paralisação unificada (14/05,

21/05, 22/05 e 23/05). São quase 2

meses desde o dissídio das

categorias municipais e o desfecho

desse processo ainda não está no

horizonte.

As exigências dos servidores

municipais extrapola a questão

salarial: é condição de trabalho e

valorização. Porém, o aumento de

20% nos salários da categoria

médica, após as datas bases, e

com pleno acato da prefeitura

causam revolta entre todo

funcionalismo, e por isso é a pauta

principal da greve junto com as

demandas específicas (plano de

saúde, vale alimentação, carga

horária e entre outras) de cada

categoria. A prefeitura trata com

extremo desrespeito e

intransigência o movimento

grevista, culminando nos casos de

violência da quinta-feira (08/06).

Desde o início, a prefeitura

demonstra a falta de

capacidade de negociação

com as pautas das categorias

e descaso com a pauta geral

que é o reajuste salarial, além

de ignorar as reivindicações

específicas.

A Assembleia que aprovou a

greve definiu o índice de

reajuste em 8,32 (piso do

magistério) e 10% de aumento

real, ao contrário da proposta

do governo que prevê 5,61

(INPC) e 1% de ganho real (em

janeiro de 2015). Em todo o

período de greve, nenhuma

novidade foi apresentada, a

prefeitura apenas joga o 1%

em meses diferentes, sem

negociar o percentual de

ganho real. Inclusive quando,

em uma estratégia de

enfraquecer e desmobilizar o

movimento, coloca a data de

10 de junho com o dia da

negociação final (início da

greve em 29/05).

A nossa luta é por conquistas

reais. A greve seguirá até que

consigamos arrancar de fato novas

propostas que contemplem as

reivindicações dos servidores! Por

isso a greve segue firme e se

fortalecendo. Durante os quatro

dias de paralisações, houve

participação massiva dos setores,

que culminou na ocupação da

Câmara de Vereadores com o

objetivo de barrar a votação da

proposta da prefeitura. A greve não

gerou a mesma participação mas

isso não demonstra fraqueza, e

sim a disposição de luta

prolongada que na atual conjuntura

estava disponível.

O movimento grevista vem num

crescente a partir de suas ações

de mobilização. Desde o primeiro

dia há piquete no Hospital

Centenário onde a Saúde se

concentra, debate e atua. Outros

piquetes em diferentes locais

ajudam a consolidar a

participação e a discussão entre

colegas por local de trabalho,

como no SEMAE e na Central de

Veículos. É de fundamental

importância a manutenção e

criação desses espaços por

setor/espaço de trabalho tanto para

diálogo e envolvimento de colegas

de trabalho como abrir canal de

comunicação com a população.

Page 2: Boletim da Greve (SL)

Junto com os piquetes, há a

concentração permanente na

Câmara de Vereadores da cidade

tem objetivo de barrar qualquer

projeto a ser votado pela casa sem

antes ser debatido as questões dos

servidores. Ao longo dos dias,

equipes intersetoriais passaram em

escolas, postos e secretarias para

informar as ações do movimento

de greve e esclarecer dúvidas.

Toda essa mobilização

incomoda, em muito, a prefeitura.

Percebemos o desespero ao tentar

minar a greve com as declarações

do prefeito no jornal VS que tenta

pôr o problema nos servidores (em

nossa falta de sensibilidade) para

colocar a população contra os

grevistas. Ou ainda, quando em

nossas manifestações a prefeitura

age com truculência e violência,

como na tentativa de tirar os carros

do piquete da Central de Veículos

onde foram usadas armas de

choque nos/as servidores/as

atingindo inclusive uma servidora

grávida.

Assim, como na sessão da Câmara

do dia 08/06 em que os vereadores

acharam que podiam ignorar 1

hora de barulho de um plenário

lotado para votar 19 pontos em

bloco e os/as servidores/as

impediram ocupando a tribuna a

despeito das agressões e ofensas

da segurança aos/às

trabalhadores/as.

O Assédio Moral vem se mostrando

uma problemática essencial para

discussão, é preciso romper o medo

produzido nos servidores. Nenhuma

retaliação será aceita! Protesto

não é crime! Cortar extensões de

carga horária ou plantões, trocar de

local de trabalho e perseguições

devem ser pressionadas pelo

movimento ao invés de travarem a

luta.

O processo de luta unificado dos

servidores já é uma conquista

organizativa da base que mobiliza,

a trancos e barrancos, à revelia

das direções sindicais. É a

iniciativa e disposição da chamada

"minoria barulhenta" que a greve

segue e aos poucos vai avançando,

seja em adesões, mobilização e

colocando a prefeitura contra a

parede. Esse é o momento de

continuar avançando, com a

intensificação e radicalização do

movimento. A prefeitura ofende as

categorias com 1% e sua falta de

negociação, quer ridicularizar o

movimento e minimizar nossa força.

Frente a data final de negociação, é

o momento de rebater o

enfrentamento que recebemos com

a nossa força nas ruas.

Agora é a hora de culminância da

nossa luta. É a última chamada

de adesão à greve.

Os servidores devem romper o

medo, o comodismo e se

posicionar frente às melhorias e

qualidade das condições de

trabalho, assim como do

atendimento à população que usa

a rede pública de serviços. É uma

luta por direitos, respeito e

dignidade. Aqueles que não se

posicionam, se colocam a favor

da prefeitura e de seus

privilégios.

É a hora de transformar nossas

insatisfações, concentrações e

mobilizações em ações!

Nossa organização é nossa força

através da unificação e do

envolvimento de base!

Fortaleça os piquetes, some-se

nas concentrações, participe da

greve e seja protagonista da

história que estamos fazendo na

cidade!

Por que Tendência?

Somos um coletivo de trabalhadores organizados sindicalmente com objetivo

comum de criar uma tendência no movimento sindical - um estilo de trabalho e

de luta - que defenda os direitos historicamente conquistados dos trabalhadores

a partir do fortalecimento de cada trabalhador em seu lugar de inserção.

Acreditamos que é apenas pela organização, luta e solidariedade dos

próprios trabalhadores que será possível arrancar os direitos que nos são

negados, rompendo com a exploração e enfrentado a opressão a que

estamos expostos cotidianamente. É uma tendência combativa para o

movimento sindical, não para substituir o sindicato, mas para influenciar com

uma linha combativa coerente a partir da construção de base.

Acreditamos que a luta sindical é a nossa ferramenta para alcançar conquistas,

por isso nos unimos e lutamos!

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