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Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 1 Unidade Auditada: CAIXA ECONOMICA FEDERAL Exercício: 2012 Processo: 00190.013826/2013-71 Município: Brasília - DF Relatório nº: 201305697 UCI Executora: SFC/DEFAZ - Coordenação-Geral de Auditoria da Área Fazendária ____________________________________________________ ANÁLISE GERENCIAL Senhor Coordenador-Geral, Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço n.º 201305697, e consoante o estabelecido na Seção III, Capítulo VII da Instrução Normativa SFC n.º 01, de 06/04/2001, apresentamos os resultados dos exames realizados sobre a prestação de contas anual apresentada pela CAIXA ECONOMICA FEDERAL, a qual agrega a gestão da CEF Depósitos Judiciais e Extrajudiciais e da Caixa Banco de Investimentos. 1. Introdução A Caixa Econômica Federal (CAIXA) foi criada em 1861, com a finalidade de conceder empréstimos e incentivar a poupança. É uma instituição financeira sob a forma de empresa pública, vinculada ao Ministério da Fazenda e amparada nos termos do Decreto-Lei n° 759, de 12 de agosto de 1969. Como integrante do Sistema Financeiro Nacional, auxilia na execução da política de crédito do Governo Federal e está sujeita à fiscalização do Banco Central do Brasil (BACEN). Entre os principais objetivos da entidade, apresentados de forma resumida, de acordo com o Decreto 7.973, de 28/03/2013, que aprovou o Estatuto da CAIXA estão: Receber depósitos, em especial os de economia popular, tendo como propósito incentivar e educar a população brasileira nos hábitos da poupança e fomentar o crédito em todas as regiões do País; Administrar as loterias federais; Exercer o monopólio das operações de penhor civil; Atuar como agente financeiro dos programas oficiais de habitação e saneamento e como principal órgão de execução da política habitacional e de saneamento do Governo Federal; Atuar como agente operador e financeiro do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS;

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Unidade Auditada: CAIXA ECONOMICA FEDERAL

Exercício: 2012 Processo: 00190.013826/2013-71 Município: Brasília - DF Relatório nº: 201305697 UCI Executora: SFC/DEFAZ - Coordenação-Geral de Auditoria da Área Fazendária

____________________________________________________

ANÁLISE GERENCIAL Senhor Coordenador-Geral,

Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço n.º 201305697, e consoante o estabelecido na Seção III, Capítulo VII da Instrução Normativa SFC n.º 01, de 06/04/2001, apresentamos os resultados dos exames realizados sobre a prestação de contas anual apresentada pela CAIXA ECONOMICA FEDERAL, a qual agrega a gestão da CEF Depósitos Judiciais e Extrajudiciais e da Caixa Banco de Investimentos.

1. Introdução

A Caixa Econômica Federal (CAIXA) foi criada em 1861, com a finalidade de conceder empréstimos e incentivar a poupança. É uma instituição financeira sob a forma de empresa pública, vinculada ao Ministério da Fazenda e amparada nos termos do Decreto-Lei n° 759, de 12 de agosto de 1969. Como integrante do Sistema Financeiro Nacional, auxilia na execução da política de crédito do Governo Federal e está sujeita à fiscalização do Banco Central do Brasil (BACEN).

Entre os principais objetivos da entidade, apresentados de forma resumida, de

acordo com o Decreto 7.973, de 28/03/2013, que aprovou o Estatuto da CAIXA estão:

• Receber depósitos, em especial os de economia popular, tendo como propósito incentivar e educar a população brasileira nos hábitos da poupança e fomentar o crédito em todas as regiões do País;

• Administrar as loterias federais; • Exercer o monopólio das operações de penhor civil; • Atuar como agente financeiro dos programas oficiais de habitação e

saneamento e como principal órgão de execução da política habitacional e de saneamento do Governo Federal;

• Atuar como agente operador e financeiro do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS;

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• Prestar serviços bancários de qualquer natureza, praticando operações ativas, passivas e acessórias, inclusive de intermediação e suprimento financeiro, sob suas múltiplas formas.

No desempenho de seus objetivos, a CAIXA opera, ainda, no recebimento de depósitos judiciais, na forma da lei, por meio da CAIXA – Depósitos Judiciais e Extrajudiciais.

De acordo com o Relatório de Gestão de 2012 da entidade, a CAIXA adotou as

providências necessárias para constituição e funcionamento da Caixa Banco de Investimentos (CAIXA BI), conforme Oficio CAIXA 386, de 18/10/2012, encaminhado ao BACEN, no entanto não houve registro de operações no exercício.

Os trabalhos de campo conclusivos foram realizados no período de 01/05/2013 a

31/07/2013, por meio de testes, análises e consolidação de informações coletadas ao longo do exercício sob exame e a partir da apresentação do processo de contas pela Unidade Auditada, em estrita observância às normas de auditoria aplicáveis ao Serviço Público Federal. Nenhuma restrição foi imposta à realização dos exames.

2. Resultados dos trabalhos

Verificamos na Prestação de Contas da Unidade a existência das peças e respectivos conteúdos exigidos pela IN-TCU-63/2010 e pelas DN–TCU–119/2012 e 124/2012. A informação aqui foi suprimida, por solicitação da unidade auditada, em função de sigilo fiscal, bancário e/ou comercial, na forma da lei.

Ademais, em razão de não constarem do Relatório de Gestão por não ocorrência

no período examinado ou por não se aplicarem à natureza jurídica da empresa, cabe destacar que não constituem objeto desta auditoria os seguintes itens da Portaria TCU 124/2012:

a) item 7 - Avaliação da gestão das transferências feitas mediante convênio,

contrato de repasse, termo de parceria, termo de cooperação, termo de compromisso ou outros acordos, ajustes ou instrumentos congêneres;

b) item 9 - Avaliação da gestão dos cartões de pagamento do governo federal; c) item 10 – Avaliação da gestão de passivos; d) item 13 - Avaliação da gestão do patrimônio imobiliário de responsabilidade

da UJ; e) item 14 - Avaliação da gestão da unidade jurisdicionada sobre as renúncias

tributárias praticadas. Foram utilizadas como fontes de informações:

• Relatório de Gestão da CAIXA 2012; • Demonstrações Financeiras e Patrimoniais 2012 e Notas Explicativas; • Relatório da Administração 2012; • Relatórios do Comitê de Auditoria de 2012; • Relatórios de Auditoria de 2012 e 2013; • Atas dos Conselhos de Administração e Fiscal de 2012 e 2013;

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• Respostas a Solicitações de Auditoria. Com relação às Demonstrações Financeiras e Patrimoniais, a CAIXA foi

analisada individualmente em virtude de as demonstrações consolidadas agregarem o resultado da CAIXA PARTICIPAÇÕES (CAIXAPAR), que também terá sua gestão analisada em 2012.

Sobre a aquisição de créditos do Banco Panamericano, apesar de ter sido objeto

de questionamento por esta equipe de auditoria, não foi analisada devido à CAIXA ter iniciado estudo em 2012 para a conciliação desses créditos e o Tribunal de Contas da União (TCU) ter iniciado fiscalização no segundo semestre de 2012 sobre a aquisição de tais créditos (TC-015.358/2012-07), conforme o Relatório do Comitê de Auditoria (COAUD) do 1º Semestre de 2012.

Tampouco foram realizados testes no CAIXA BI em virtude de não terem sido

realizadas operações no exercício em análise. Com relação à CAIXA – Depósitos Judiciais e Extrajudiciais, abordaremos

nesse trabalho somente a avaliação dos Resultados da Gestão, pois os demais itens da Portaria TCU 124/2012 não constituem objeto desta auditoria por não se aplicarem à natureza jurídica da Unidade Jurisdicionada ou por não ocorrência no período examinado.

Assim estão descritos, resumidamente a seguir, os testes e exames efetuados e os

resultados a que esta equipe chegou, em cada área avaliada.

2.1 Avaliação dos Resultados Quantitativos e Qualitativos da Gestão to## Com relação aos resultados quantitativos e qualitativos da gestão, analisaram-se

as demonstrações financeiras da CAIXA, juntamente com as Notas Explicativas de 2012, quanto às principais alterações de ativo, passivo e patrimônio líquido da entidade entre os exercícios de 2011 e 2012 e o resultado do último exercício. Conjuntamente, o texto descreve as ações de gestão da União com a CAIXA como parte relacionada e como elas afetaram as demonstrações da entidade.

Ativo

No balanço de 2012 da CAIXA, é possível observar o aumento de 38% nos

ativos da entidade em relação a 2011. Em termos percentuais, a CAIXA apresentou um crescimento acima dos três maiores bancos brasileiros, tanto para os ativos quanto para as principais contas do balanço patrimonial e da demonstração de resultados do exercício.

Banco Ativo Var %Op.

Crédito Var % Depósitos Var % PL Var %Rec Inter

Fin Var %Res Inter

Fin Var %Banco do Brasil 1.150.486 17 469.713 24 472.085 7 66.070 14 103.762 0 27.707 6 Itaú Unibanco 1.014.425 19 338.540 6 243.200 0 75.122 5 99.878 (1) 31.134 (5) Bradesco 879.092 15 240.193 10 211.858 (3) 70.636 27 96.665 6 33.757 20 CAIXA 702.895 38 334.022 43 319.041 23 25.057 28 58.147 10 16.905 19 Fonte: Valor Econômico, 1000 Maiores Empresas, nº 13, agosto de 2013, p. 222.

Juntamente com a ampliação do ativo e das operações de crédito, a CAIXA

experimentou em 2012 um crescimento na sua estrutura física. De acordo com o

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Relatório da Administração, a CAIXA abriu 559 agências e 94 PAB em 2012. Comparando-se com o monitoramento de programas e ações do SIGPLAN, que apresenta esses dados para os anos anteriores, houve crescimento de 234% na abertura de novos pontos de atendimento bancário (agências + PABs) em relação a 2010 e de 300% em comparação com 2011. Apesar disso, o crescimento do número de funcionários da CAIXA em 2012 foi de 8,52% e o da folha de pagamentos foi de 16,11% em relação a 2011.

Outras mudanças significativas no ativo da CAIXA em 2012 foram:

Ativo 2012 2011 ∆∆∆∆% Aplicações Interfinanceiras de Liquidez 75.183.272.223 29.746.966.322 153 Títulos e Valores Mobiliários 91.877.034.552 77.898.060.096 18 Operações de Crédito 334.022.300.000 233.847.654.438 43 Outros Créditos 29.091.187.000 19.882.211.397 46

Total 702.939.665.970 511.031.047.855 38 Fonte: Balanço Patrimonial da CAIXA 2012.

1) Aumento da quantidade de títulos do Tesouro Nacional em carteira, por meio de

Aplicações interfinanceiras de liquidez e Títulos e Valores Mobiliários. Ao todo, a CAIXA aumentou suas posições de LTN e NTN em R$ 54 bilhões e R$ 19 bilhões, respectivamente.

2) Operações de crédito: principalmente para o setor privado (92%). Os que mais

apresentaram crescimento foram o Financiamento imobiliário (R$ 53 bilhões) e os Empréstimos e títulos descontados (R$ 40 bilhões).

3) Outros Créditos: aquisição de créditos com coobrigação dos Bancos Cruzeiro do Sul, BMG, Bonsucesso e BMB, no valor de R$ 2,8 bilhões, conforme informado na Nota Explicativa 9.d) – Créditos Adquiridos.

Passivo A ampliação das operações de crédito foi financiada, principalmente, com as

fontes a seguir:

Passivo 2012 2011 ∆∆∆∆% Captações no Mercado Aberto 94.107.978.768 56.291.290.870 67 Recursos de Aceites/Emissão/Endosso de Títulos

49.003.194.054 21.077.544.023 132

Outras Obrigações 50.374.756.924 38.586.084.635 31 Passivo 677.882.721.720 491.469.666.969 38 Patrimônio Líquido 25.056.944.250 19.561.380.886 28

Fonte: Balanço Patrimonial da CAIXA 2012.

1) Captações no Mercado Aberto: é a contrapartida da conta Aplicações

interfinanceiras de liquidez, do Ativo. Divide-se em Carteira Própria e de Terceiros.

2) Recursos de Aceites/Emissão/Endosso de Títulos: registra a emissão de

letras imobiliárias e financeiras lastreadas em CDI (R$ 24 bilhões) e a emissão externa de US$ 1,5 bilhão, que em 31/12/2012 foi avaliada em R$ 3,1 bilhões.

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3) Outras Obrigações: a) Instrumentos híbridos de capital e dívida: foram registrados

empréstimos de R$ 13 bilhões em títulos do Tesouro Nacional realizados em setembro de 2012 (autorizados pela Lei 12.793/2012, art. 6º), elegíveis a capital (R$ 8,3 bilhões em 2012 e o restante a partir da monetização pela União);

b) Instrumentos de dívida subordinada: Parte da dívida existente referente a obrigações de empréstimos da CAIXA junto ao FGTS foi convertida em dívida subordinada, conforme Resolução CMN nº 2.837/01, também elegível a capital. Em junho de 2012, o BACEN aprovou nova operação de R$ 3 bilhões. O início do retorno dessa dívida será a partir de 20 de julho de 2020.

4) Aumento de capital social: no montante de R$ 6,9 bilhões mediante

transferência de ações da PETROBRAS (R$ 4,3 bilhões) e de sociedades anônimas de capital aberto (R$ 2,6 bilhões).

Patrimônio Líquido, aumento de capital e distribuição de dividendos

Patrimônio Liquido 2012 2011 ∆∆∆∆% Capital Integralizado/Atualizado 22.054.802.628 15.154.802.641 46 Reservas de Lucro 2.693.064.368 4.079.781.219 -34

Total 25.056.944.250 19.561.380.886 28 Fonte: Balanço Patrimonial da CAIXA 2012.

Em 2012, a União aumentou o Capital Social da CAIXA em 2 ocasiões:

a) em 30/08/2012, o Tesouro Nacional transferiu 68.274.920 ações PETROBRAS ON para a CAIXA, totalizando o montante de R$ 1,5 bilhão, à cotação de fechamento do dia anterior de R$ 21,97 (Decreto sem número de 29/08/2012);

b) em 28/12/2012 a União transferiu R$ 5,4 bilhões em ações da PETROBRAS ON bem como ações de sociedades anônimas de capital aberto (Decreto 7.880/12), conforme o quadro abaixo:

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Quantidade e valor das ações recebidas da União para aumento de capital em 2012

Quantidade Cotação Valor total

PETROBRAS ON 68.274.920 21,97 1.499.999.992 Total 1.499.999.992

PETROBRAS ON 143.643.332 19,50 2.801.044.974 VALE ON N1 10.600.000 42,16 446.896.000 JBS ON NM 296.392.500 6,04 1.790.210.700 CESP PNB N1 3.061.339 19,26 58.961.389 MANGELS PN N1 1.453.568 2,76 4.011.848 METALFRIO ON NM 1.655.200 3,69 6.107.688 ROMI ON NM 5.330.000 4,58 24.411.400 VULCABRÁS ON 1.059.600 1,06 1.123.176 PARANAPANEMA ON NM 54.986.177 4,86 267.232.820 Total 5.399.999.995 TOTAL 6.899.999.987

30/8/2012

28/12/2012

Nome e Tipo

Fonte: Resposta de SA.

Em resposta à solicitação de auditoria, a CAIXA informou o volume de ações no

ativo recebidas nos aumentos de capital em 2012, na posição de 21/06/2013. Considerando o volume financeiro obtido com a venda de parte delas, a desvalorização sofrida no período foi de mais de R$ 1,3 bilhão, apesar de não estar refletida no capital social. De acordo, ainda, com os decretos que autorizaram as operações, as ações da PETROBRAS somente podem ser alienadas após a autorização da Presidente da República e primeiro devem ser oferecidas à União, o que torna esse ativo menos líquido.

Quantidade e valor das ações recebidas como aumento de capital, em 21/06/2013

Volume

Quantidade Cotação Valor total FinanceiroPETROBRAS ON 211.918.252 15,30 3.242.349.256 VALE ON N1 10.600.000 30,45 322.770.000 JBS ON NM 296.392.500 5,80 1.719.076.500 CESP PNB N1 - 19,11 - 61.913.683 MANGELS PN N1 1.438.268 0,95 1.366.355 43.224 METALFRIO ON NM 24.200 3,59 86.878 6.194.782 ROMI ON NM - 5,39 - 27.247.207 VULCABRÁS ON 1.058.000 0,81 856.980 1.755 PARANAPANEMA ON NM 54.986.177 3,95 217.195.399 TOTAL 5.503.701.367 95.400.651 ∆∆∆∆ 2012 - 21/06/2013 (1.300.897.969)

21/06/2013Nome e Tipo

Fonte: Resposta de SA.

Conforme atas do Conselho de Administração da CAIXA, os aumentos de

capital ocorreram em contrapartida à distribuição de dividendos à União (controlador com 100% das ações).

A Secretaria do Tesouro Nacional solicitou formalmente a distribuição de

dividendos à CAIXA, em:

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• 28/08/2012, no valor de R$ 1,5 bilhão; • 24/09/2012, no valor de R$ 1,5 bilhão e • 27/12/2012, no valor de R$ 4,7 bilhões.

Seguindo o Estatuto da entidade vigente à época que define que é competência

do Conselho de Administração “deliberar e submeter ao Ministro da Fazenda, por proposta apresentada pelo Presidente da CAIXA, o pagamento de dividendos e juros sobre o capital próprio” (art.18, XII, e), o Presidente da CAIXA submeteu propostas, com voto favorável, de distribuição de dividendos ao Conselho, que as aprovou, em duas ocasiões (agosto e dezembro) condicionadas ao aporte de capital, pela União.

Assim, a CAIXA repassou, em 2012 à União R$ 7,7 bilhões, sendo R$ 5,2

bilhões em dividendos antecipados do exercício de 2012 e R$ 2,5 bilhões em dividendos complementares de exercícios anteriores. Esse valor superou o Lucro Líquido que a CAIXA obteve em 2012, de R$ 6,1 bilhões. Não há limite máximo para a distribuição de dividendos, somente mínimo: o Decreto 2673/98 assegura dividendos sobre o lucro líquido ajustado de no mínimo 25% após a apuração do resultado semestral.

Uma das consequências da distribuição de dividendos nesse patamar foi a

redução em 34% das Reservas de Lucro, que após apresentarem ampliação em 2011 (R$ 4,08 bilhões), retornaram ao nível de 2010 (R$ 2,7 bilhões).

Outra consequência foi a necessidade de o controlador fazer aportes de capital e

de instrumentos híbridos de capital e dívida para permitir a elevação dos empréstimos e o cumprimento do índice de Basiléia.

Principais movimentações do ativo e passivo em 2012

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DIV: dividendos APORTE: aumento de capital IDS: instrumentos de dívida subordinada IHCD: instrumentos híbridos de capital e dívida

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Estrutura de Capital Cálculo da exigência de capital Regulatório 31/12/2012 31/12/2011 ∆∆∆∆ 2012/2011PR - PATRIMÔNIO DE REFERÊNCIA (NÍVEL I + NÍVEL II - DEDUÇÕES) 56.328.755 39.540.314 42 NÍVEL I 28.689.489 21.466.776 34 PL 25.056.944 19.561.381 28 NÍVEL II 28.689.490 18.683.916 54 IHCD 15.984.975 9.481.272 69 IDS 12.190.735 8.550.802 43 DEDUÇÕES DO PR (1.050.224) (610.378) 72 PATRIMÔNIO DE REFERÊNCIA EXIGIDO (PRE) 47.706.037 32.605.806 46 RISCO DE CRÉDITO (PEPR) 45.140.008 30.714.623 47 ÍNDICE DE BASILÉIA (PR x 100) / (PRE / 0,11) 12,99 13,34 - Fonte: Demonstrações Financeiras 2012.

A CAIXA, como outros bancos brasileiros, reforçou o patrimônio líquido para

fazer frente à expansão do crédito em 2012. Enquanto os maiores bancos privados o fizeram por meio do aumento das reservas de lucro, os bancos públicos aumentaram o seu capital social. No caso da CAIXA, o crescimento foi de 28%. Além do capital social, a CAIXA também se utilizou de empréstimos na forma de instrumentos híbridos de capital e dívida (IHCD), que aumentaram 69% e de instrumentos de dívida subordinada (IDS), que cresceram 43%. Outros bancos privados também o fizeram, mas de forma mais discreta. Chama a atenção os valores apresentados para o capital nível I e II serem exatamente iguais (R$ 28.689.489 mil).

Assim, o índice de Basiléia terminou 2012 em 13%, no menor nível desde 2010

e foi mais baixo que os dos três maiores bancos brasileiros:

Evolução do índice de Basiléia da CAIXA (2010-2012)

2010 2011 2012 17,5% 13,3% 13%

Fonte: Relatório de Gestão da CAIXA 2012.

Índice de Basiléia Sistema Financeiro - 2012

Banco Índice (%) Itaú-Unibanco 16,7 Bradesco 16,14 Banco do Brasil 14,83 CAIXA 13

Fonte: Demonstrações Financeiras 2012.

A distribuição de dividendos e o consequente aumento de capital estão inseridos

num conjunto de transações do governo federal com partes relacionadas, que geraram receitas primárias da ordem de R$ 22,4 bilhões para a União, o que corresponde a aproximadamente 26% do resultado primário alcançado em 2012, segundo o Relatório do TCU TC 006.617/2013-1 (sessão 3.5.1.1).

Assim, apesar de o controlador (a União) ter realizado ações de gestão de capital

para fortalecer o Patrimônio de Referência da CAIXA, as mesmas serviram para compensar a descapitalização do banco, por meio dos pedidos de repasse de dividendos, o que compromete a capacidade da CAIXA de cumprir o seu Planejamento Estratégico que está inserido na política do governo federal de redução das taxas de juros e

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ampliação do crédito disponível no mercado, além das exigências do Acordo de Basiléia.

Por fim, em março de 2013, a agência de risco Moody’s anunciou o

rebaixamento da nota de risco da CAIXA de A3 para Baa2 (2 níveis) devido a “deterioração na qualidade de crédito e, particularmente, o enfraquecimento das suas posições de capital de nível 1”. A agência ainda destacou que, em dezembro de 2012, o capital de nível 1 da CAIXA caiu para o mínimo de 6,62%, significativamente abaixo da média de 12,4% registrada para o sistema financeiro em junho de 2012. Provisões e Passivo Contingente

As Notas Explicativas de 2012 destacam, dentre as Ações Trabalhistas e Cíveis: (a) ações que contestam os indexadores de planos econômicos em operações ativas e passivas que, no final de 2012, totalizaram aproximadamente R$ 3,2 bilhões e foi constituída provisão de R$ 1,2 bilhão; (b) ações que questionam pretensa reparação de danos decorrente do contingenciamento da liberação de recursos do FGTS para atividades de financiamento imobiliário que totalizaram, no final de 2012, R$ 12 bilhões, sendo que apenas R$ 860 milhões foram provisionados.

No que se refere ao quantitativo de ações na justiça, os gráficos a seguir

demonstram a variação ocorrida no quantitativo de ações, de abril de 2012 a março de 2013:

Variação mês a mês da quantidade de ações trabalhistas e cíveis

Fonte: SUTEN

O gráfico na Figura 2 chama a atenção pela grande redução no número de ações nos meses de setembro e novembro de 2012. Pelo gráfico da figura 3, verifica-se que a redução se deu nas ações rotineiras.

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Quantidade de ações trabalhistas e cíveis por tipo

Fonte: SUTEN

Quando se separa os valores das ações judiciais por grupo, fica evidente que os

grupos que mais contribuem para o montante são as ações Trabalhistas, Perdas e Danos, Poupança e Contingenciamentos do FGTS.

Valor das ações trabalhistas e judiciais por grupo

Fonte: SUTEN

Por fim, a equipe de auditoria realizou testes quanto à demonstração de

provisões para créditos duvidosos e sentenças judiciais, que geraram constatações e recomendações quanto à sua constituição e demonstração nas Notas Explicativas. Ressalte-se que cinco das nove constatações sobre os resultados da gestão da CAIXA em 2012 se referem à falta de desagregação ou explicação adequada nas Notas

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Explicativas de informações consideradas relevantes pela auditoria, o que foi aceito na maioria das vezes pela CAIXA, pressupondo a necessidade de aprimoramento na elaboração das Demonstrações Contábeis e suas Notas Explicativas. Resultado da CAIXA

Demonstração do Resultado 2012 2011 ∆∆∆∆% Resultado da Intermediação Financeira 16.876.174.887 14.124.078.764 19 Outras Receitas / Despesas (11.868.099.109) (9.586.004.254) 24 Resultado Operacional 5.008.075.778 4.538.074.510 10 Resultado não Operacional (110.285.053) (234.595.569) -53 Result. Antes das Tributações e Participações 4.897.790.725 4.303.478.941 14

IR e CSLL (631.334.988) (633.211.851) - Ativo Fiscal Diferido 2.749.599.010 2.303.224.621 19 Participações (950.000.000) (790.966.648) 20

Lucro (Prejuízo) Líquido do Exercício 6.066.054.747 5.182.525.063 17 Fonte: Demonstração do Resultado do Exercício da CAIXA 2012.

O Lucro Líquido em 2012 foi 17% superior ao de 2011. Chama a atenção que os

créditos tributários (ativo fiscal diferido) representaram 56% do resultado antes da tributação (LAJIR) de 2012 e não apenas abateu o total de impostos a pagar sobre o lucro (R$ 631 milhões) como contribuiu positivamente para ele.

Quando analisados para os três maiores bancos brasileiros, os créditos tributários

corresponderam a aproximadamente 25% do LAJIR, apenas compensando parcialmente os impostos calculados sobre as operações do exercício (25% e 15% de IR e CSLL, respectivamente).

R$ mil % R$ mil % R$ mil % R$ mil %LAJIR 17.530.924 14.334.815 16.824.075 4.897.791 Total impostos (3.223.966) 18 (2.886.066) 20 (2.934.518) 17 2.118.264 43 IR e CSLL (8.075.972) 46 (6.934.713) 48 (6.729.630) 40 (631.335) 13 Ativo Fiscal 4.852.006 28 4.048.647 28 3.795.112 23 2.749.599 56

Itaú Bradesco BB CAIXADRE

Fonte: Demonstrações Financeiras de 2012.

Conforme explicação da CAIXA, o imposto de renda e a contribuição social

diferidos, apurados sobre prejuízos fiscais, bases negativas e diferenças temporárias, são registrados como créditos tributários, de acordo com a expectativa de geração de resultados futuros, em consonância com os critérios estabelecidos pelas Resoluções CMN 3.059/2002 e 3.355/2006 e a Circular BACEN 3171/2002.

Baseada nessa legislação, a CAIXA elabora, semestralmente, estudo técnico

sobre a expectativa de realização de créditos tributários a fim de se demonstrar que há perspectiva de geração de lucros ou receitas tributáveis futuras que permitam a realização dos créditos ora ativados.

Quanto a esse respeito, a auditoria independente enfatizou em seu relatório sobre

as demonstrações contábeis da CAIXA em 2012 a estimativa da administração de recebimento de R$ 16.439 milhões em créditos tributários nos próximos 10 exercícios, que está diretamente relacionado à geração de lucros tributáveis e pode variar da dessa estimativa.

Apesar dessa análise, não foram realizados testes sobre o cálculo dos créditos

tributários para o exercício nem sobre o estudo técnico quanto à expectativa de

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realização de créditos tributários em exercícios futuros devido à complexidade do tema e o curto prazo para desenvolvê-los durante a auditoria de contas. CAIXA Depósitos Judiciais e Extrajudiciais

De acordo com a Lei 9.703, de 17/11/1998, os depósitos judiciais e

extrajudiciais, em dinheiro, de valores referentes a tributos e contribuições federais, administrados pela Secretaria da Receita Federal (RFB) e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), são efetuados na CAIXA, mediante Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF), específico para essa finalidade.

Os depósitos são repassados pela CAIXA para a Conta Única do Tesouro

Nacional, no mesmo prazo fixado para o recolhimento dos tributos e contribuições federais, que ocorre no primeiro dia útil posterior ao recebimento do depósito. O cadastro e o controle das contas de depósitos judiciais são efetuados no Sistema de Administração de Depósitos Judiciais/Extrajudiciais (SIADJ).

O valor depositado, após o encerramento da lide ou processo litigioso, mediante

ordem da autoridade judicial, ou no caso de depósito extrajudicial, da autoridade administrativa competente, é devolvido ao depositante, pela CAIXA, no prazo mínimo de vinte e quatro horas, quando a sentença lhe for favorável ou transformado em pagamento definitivo, quando se tratar de sentença ou decisão favorável à RFB ou ao INSS.

A CAIXA realiza a devolução dos valores de depósitos judiciais e extrajudiciais,

por meio da emissão de ordem bancária no Sistema Integrado de Administração Financeira (SIAFI). Para viabilizar essa execução financeira, criou-se a Unidade Gestora Executora-UG, no SIAFI, denominada CEF/DEPÓSITOS JUDICIAIS E EXTRAJUDICIAIS (CEF/Depósitos), código 179104, Gestão Tesouro (00001), vinculada ao Ministério da Fazenda.

A CAIXA, na qualidade de executora da Secretaria do Tesouro Nacional,

realizou, no exercício de 2012, a devolução dos valores referentes aos depósitos judiciais e extrajudiciais, por meio de emissão de ordem bancária, no valor de R$ 4.763.410.197,82 (quatro bilhões setecentos e sessenta e três milhões quatrocentos e dez mil cento e noventa e sete reais e oitenta e dois centavos), sendo R$ 646.068.177,58 (seiscentos e quarenta e seis milhões sessenta e oito mil cento e setenta e sete reais e cinquenta e oito centavos) referentes ao INSS, e R$ 4.117.342.020,24 (quatro bilhões cento e dezessete milhões trezentos e quarenta e dois mil vinte reais e vinte e quatro centavos) referente à RFB.

Remuneração da CAIXA

A remuneração da CAIXA pela prestação dos serviços de recebimento e de

gerenciamento dos Depósitos Judiciais/Extrajudiciais, no exercício de 2012, foi de R$ 621.209,30 (seiscentos e vinte e um mil, duzentos e nove reais e trinta centavos) dos quais somente R$ 81.701,80 (oitenta e um mil, setecentos e um reais e oitenta centavos) foram efetivamente recebidos.

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Solicitamos à CAIXA esclarecimentos sobre os motivos do recebimento parcial do valor da remuneração e em atendimento à nossa solicitação foi informado pela área gestora responsável pelo contrato com a Receita Federal do Brasil que o contratante não efetuou o pagamento total das tarifas devidas alegando que não há recursos liberados pela União.

2.2 Avaliação dos Indicadores de Gestão da UJ ##/Fato##

Em janeiro de 2012, a CAIXA implementou nova ferramenta para avaliar o desempenho das suas unidades, o AvCAIXA. O sistema busca gerar uma visão geral do desempenho das unidades, por meio de indicadores, divididos em 4 módulos (Planejamento Estratégico, Matriz, Filiais e Rede) e 3 pilares (Desempenho, Gestão e Itens Estratégicos).

Os indicadores registrados no AvCAIXA se relacionam com o Planejamento

Estratégico (PE) da instituição, cujo processo de revisão foi concluído em junho de 2012.

Assim, foram efetuados testes com os indicadores cadastrados no AvCAIXA,

sua relação com outros instrumentos de avaliação de unidades da CAIXA (contratos de serviços com outros órgãos) e com o próprio PPA. Foram geradas 2 constatações e recomendado à CAIXA inserir no sistema AvCAIXA os indicadores referentes ao CADÚNICO e ao PIS, para avaliar as áreas responsáveis por esses serviços e criar campo, também no AvCAIXA, que consolide os indicadores diretamente relacionados às iniciativas dos programas inscritos no PPA, bem como os programas do PPA sem iniciativas associadas, dos quais a CAIXA participe.

2.3 Avaliação dos Indicadores dos Programas Temáticos O planejamento governamental consolida-se no PPA 2012-2015. As fontes de

recursos que financiam o PPA 2012-2015 são: • Orçamento fiscal e da seguridade social • Orçamento de investimento das estatais • Recursos Extraorçamentários, tais como: renúncia fiscal, Plano de Dispêndios

Globais das Estatais, Fundos, Agências Oficiais de Crédito e Parcerias com o Setor Privado.

O PPA 2012-2015 é organizado por tipos de programas, conforme sua

finalidade. Os Programas Temáticos retratam a agenda de governo organizada pelos temas das políticas públicas e orientam a ação governamental, enquanto que os Programas de Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado reúnem um conjunto de ações destinadas ao apoio, à gestão e à manutenção da atuação governamental. (Mensagem Presidencial p. 103).

Conforme o Art. 6º da Lei 12.593/12, o Programa Temático é composto por

Objetivos, Indicadores, Valor Global e Valor de Referência. No parágrafo primeiro da referida lei, define-se o objetivo como expressão “do

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que deve ser feito, reflete as situações a serem alteradas pela implementação de um conjunto de Iniciativas e tem como atributos”:

I - Órgão Responsável: órgão cujas atribuições mais contribuem para a implementação do Objetivo; II - Meta: medida do alcance do Objetivo, podendo ser de natureza quantitativa ou qualitativa; e III - Iniciativa: atributo que declara as entregas de bens e serviços à sociedade, resultantes da coordenação de ações governamentais, decorrentes ou não do orçamento.

A referida lei ainda define que:

- O Indicador é uma referência que permite identificar e aferir, periodicamente, aspectos relacionados a um Programa, auxiliando o seu monitoramento e avaliação.

- O Valor Global é uma estimativa dos recursos orçamentários, necessários à consecução dos Objetivos, segregadas as esferas Fiscal e da Seguridade da esfera de Investimento das Empresas Estatais, com as respectivas categorias econômicas, e dos recursos de outras fontes.

- O Valor de Referência é um parâmetro financeiro, estabelecido por Programa Temático, especificado pelas esferas Fiscal e da Seguridade e pela esfera de Investimento das Empresas Estatais, que permitirá identificar, no PPA 2012-2015, empreendimento, quando seu custo total superar aquele valor.

De acordo com o Decreto 7866/12, artigo 6º, “o monitoramento incidirá sobre os

Indicadores, Objetivos, Metas e Iniciativas dos Programas Temáticos”. A CAIXA, em seu Relatório de Gestão – Exercício 2012, informa que participa

das 13 iniciativas, inseridas em 9 objetivos. Estes nove objetivos, por sua vez, estão inseridos em quatro Programas Temáticos, quais sejam:

- 2076 – Turismo; - 2039 – Gestão da Política Econômica e Estabilidade do Sistema Financeiro

Nacional; - 2048 – Mobilidade Urbana e Trânsito; - 2049 – Moradia Digna. A informação aqui foi suprimida, por solicitação da unidade auditada, em função

de sigilo fiscal, bancário e/ou comercial, na forma da lei. #/Fato##

2.4 Avaliação da Gestão de Pessoas

Foi avaliada a gestão de recursos humanos; o cadastramento no SISAC dos atos

de admissão e desligamento de empregados; o acúmulo ilegal de cargos pelos funcionários e o ressarcimento em caso de cessão de pessoal.

Ao final de 2012, a CAIXA possuía 92.925 empregados, dentro do limite

máximo do quadro de pessoal estabelecido pela Portaria MPOG 26, de 21/10/2011, que

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é de 99.024 funcionários. Adicionalmente, a força de trabalho apresentou um crescimento de 8,52% em relação a 2011.

Desses, 42.832 empregados possuem curso superior (46,09%); 20.989 têm pós-

graduação (22,59%) e 1.077, mestrado ou doutorado (1,16%). Em relação ao ano anterior, cresceu o número de funcionários com ensino médio (21,64%) e pós graduação completos (12,81%). O aumento de funcionários com ensino médio completo é compatível com a admissão de 6.543 funcionários para o cargo de técnico bancário novo, realizado através de concurso público em 2012, cujo requisito era o certificado de conclusão ou diploma de curso de nível médio.

Em 2012, a CAIXA informou ter contratado 11.035 empregados e desligado

3.810 funcionários. Após análise, verificou-se que os atos de admissão e desligamento ocorridos no exercício foram devidamente registrados no SISAC.

O cruzamento da relação de funcionários da CAIXA com vínculo ativo em 2012

(exceto cedidos) com a Relação Anual de Informações Sociais - RAIS, ano-base 2012 revelou que 163 funcionários podem ter acumulado cargos nas situações não permitidas no art. 37 da Constituição Federal. A relação com os nomes e CPF dos funcionários foi encaminhada à CAIXA, para análise e providências, quando cabíveis.

Por fim, durante os trabalhos de auditoria verificou-se que a CAIXA, a partir de

janeiro de 2013, realizou esforços para reverter a situação de inadimplência dos órgãos cessionários constatada no Relatório de Auditoria de Contas de 2011 e no final do exercício de 2012, em relação aos funcionários cedidos sem ônus. No entanto, ainda constatou-se a existência de fragilidades no processo de cobrança e pagamento do ressarcimento que geraram recomendações relacionadas ao desenvolvimento de um indicador associado à redução e/ou controle da inadimplência dos órgãos cessionários para avaliar a área responsável no AvCAIXA e de priorização pela Superintendência de Pessoal do desenvolvimento de controles informatizados para o acompanhamento desse processo.

2.5 Avaliação da Regularidade dos Processos Licitatórios da UJ No que se refere à gestão de bens e serviços da CAIXA, a equipe de auditoria

teve como foco os sistemas utilizados na gestão de compras e contratações:

• Sistema de Contratação, Licitação e Gestão de Contratos – SICLG; • Sistema de Pagamentos da Caixa - SIPAG e • o desenvolvimento do Sistema de Compras e Vendas - SICVE, que

deverá substituir o Portal de Compras da CAIXA. Tanto o SICLG quanto o SIPAG foram selecionados por serem prioritários,

segundo a Superintendência Nacional de Contratação (SUCOT), para o cumprimento de recomendações recebidas em relatórios da AUDIT e da CGU. Com relação ao SICLG, a área responsável pelo sistema disponibilizou relatório, em página intranet, com o objetivo de auxiliar os gestores da CAIXA com informações que permitam prevenir a ultrapassagem dos limites legais para dispensa de licitação por valor, bem como contratações onde haja fracionamento de despesas.

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Quanto ao SIPAG, além de estar apontado no Plano de Providências Permanente (PPP) da CAIXA em 2009, como uma das ações para atender à recomendação do Relatório de Auditoria Anual de Contas de 2008, verificou-se também o atraso que o desenvolvimento do sistema sofreu. Entre 2009 e 2012 foram desenvolvidos somente dois módulos (Cadastro de Fornecedores e Solicitação de Reserva Orçamentária).

Já o SICVE está sendo desenvolvido como a ferramenta para operacionalizar

todo o processo de licitação, contratação e alienação de bens e serviços da CAIXA e de Outros Compradores (entidades governamentais). O sistema também começou a ser desenvolvido em 2008, mas não apresentou muitos avanços até 2012.

Ambos os projetos se beneficiaram de mudanças recentes na área de

desenvolvimento de softwares e os cronogramas de implantação dos sistemas preveem o funcionamento dos sistemas até janeiro de 2014. Assim, sugere-se a avaliação do desenvolvimento desses sistemas na auditoria de gestão de 2013 da CAIXA, quando já deverão estar implementados.

2.6 Avaliação da Gestão de Tecnologia da Informação

##/Fato##

Um dos problemas relatados pelos gestores de negócio da CAIXA é o backlog da área de sistemas (estoque de demandas de TI abertas pelos gestores e ainda não atendidas). O assunto foi tema de trabalho da Auditoria Interna da CAIXA (AUDIT), que teve como escopo, a análise de todas as etapas do fluxo de gestão, com o propósito de diagnosticar a percepção do baixo desempenho da área de TI, em relação às entregas de demandas.

Dentre as recomendações apontadas no trabalho de auditoria RA Auditoria

Regional São Paulo/SP 0905/12, estão:

3.2.1 Documentar as situações em que a TI abre demandas para os sistemas de negócio, de forma que formalizem as responsabilidades das áreas de TI e negócio, em relação às demandas abertas. 3.2.2 Estabelecer procedimentos adicionais para dar visibilidade e proximidade dos gestores de negócio sobre as demandas em atendimento pela TI. 3.3.1 Reavaliar a construção e geração dos indicadores de desempenho do processo, visando retratar de forma íntegra e confiável, os prazos, custos e demais informações relevantes, relacionadas às demandas geridas pela TI, e dar conhecimento à Auditoria. 4.2.1. Definir e divulgar as áreas envolvidas no processo de gestão de demandas, os critérios de prioridade e ordenamento geral estipulados na gestão e coordenação pelas GEC, dando conhecimento à Auditoria. 6.2.1. Definir e formalizar o ferramental a ser utilizado na gestão de demandas, de modo a tornar o acesso às informações centralizado, possibilitando melhor acompanhamento das solicitações, por todos os envolvidos no processo. 6.2.2. As aplicações devem possuir telas ou relatórios de gestão, que possibilitem maior visibilidade dos dados relativos às demandas, independentemente do sistema corporativo adotado para a abertura.

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Assim, em fevereiro de 2013, o RTC (IBM Rational Team Concert) substituiu o Portal de demandas para a TI (SIGTI) e o Sistema de Solicitações à Tecnologia (SISOLWEB), unificando o controle das demandas de TI. Conforme informação da CAIXA, o ganho com essa mudança foi a “agilidade na comunicação e colaboração de todos os intervenientes de uma demanda, havendo transparência no acompanhamento das suas fases, desde a solicitação até a finalização”. Assim, entre as vantagens citadas do sistema estão o armazenamento de todas as fases do desenvolvimento e o acesso ao gestor de negócio do andamento da demanda.

A alteração da ferramenta utilizada pela área para a gestão das demandas de TI

fez parte de um processo que teve outros pontos focais:

• 2012/13: implantação de uma área de relacionamento (Coordenador de Projeto Matriz de TI) entre as áreas gestoras de negócio e as unidades de desenvolvimento de software (CEDES);

• Criação da Sala de Aceleração de Processo (SAP): dedicação de funcionários exclusivamente para o desenvolvimento e homologação do software;

• Set/2012: Alterações no contrato realizado com as “fábricas” (empresas ou prestadores de serviço que efetivamente programam os softwares e realizam outros serviços demandados pelas áreas de negócio da CAIXA):

- inclusão de penalidade por atraso e estoque (acúmulo de atrasos em distintas fases);

- alteração na forma de pagamento da fábrica: por pontos de controle para novos projetos e um valor fixo para a manutenção de sistemas (correção de erros).

Com o RTC, os “atores” passaram a atuar da seguinte maneira:

- Gestor de negócio abre a demanda, definindo a prioridade conforme a necessidade de seu negócio;

- O coordenador de projeto faz o relacionamento com o demandante (gestor de negócio) e interage com as áreas internas de TI para apoiar na priorização das demandas;

- A unidade de desenvolvimento coordena o processo de implementação, contratando a fábrica de software e participando da definição do cronograma de atendimento da demanda.

Além de um sistema que centralizasse as informações sobre o atendimento das

demandas de TI, o trabalho de auditoria também recomendou “reavaliar a construção e geração dos indicadores de desempenho do processo, visando retratar de forma íntegra e confiável, os prazos, custos e demais informações relevantes”. Para atender essa recomendação, novos indicadores foram planejados. Conforme a SUGTI, os dois primeiros já foram implantados e os demais serão até março de 2014:

Indicadores Objetivo

1 - Demandas Evolutivas Implantadas no Prazo

Apurar o percentual de demandas evolutivas que tiveram prazo de atendimento cumprido conforme planejado.

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2 – Eliminação de Defeitos nas aplicações

Apurar o percentual de demandas corretivas abertas no mês em relação ao total de demandas abertas.

3 – Quantidade de Pontos de Função Implantados

Apurar o montante de pontos de função implantados nas Centralizadoras.

4 – Avaliação de satisfação da área gestora

Apurar o percentual de satisfação do Gestor em relação aos serviços da CEDES.

5 – Demandas do PE CAIXA Implantadas no Prazo

Apurar o percentual de demandas do PO das Vice-Presidências atendidas no prazo acordado.

7 – Redução de Backlog Geral Demandas de Defeitos/Serviços/Evolutivas

Medir a evolução do estoque de demandas corretivas, serviços e evolutivas abertas pelos gestores e ainda não atendidas pela TI.

19 – Abertura de demandas Apurar o percentual de variação do escopo inicial e final da demanda.

20 – Fechamento de demandas

Apurar o percentual de demandas do gestor atendidas por meio de serviços terceirizados em relação ao total de demandas atendidas da CEDES.

21 – Tempo médio de atendimento por Ponto de Função

Este indicador mede o tempo médio necessário para o desenvolvimento de 1 (um) Ponto de Função.

Fonte: Resposta de SA.

De acordo com a unidade em manifestação após a análise do Relatório

Preliminar, o prazo de implantação desses indicadores passou de dezembro de 2013 a março de 2014, “em virtude da reestruturação da infraestrutura de desenvolvimento e da implantação da nova configuração da ferramenta da IBM, RTC, responsável por suportar o processo de desenvolvimento, cuja previsão é para a primeira quinzena de outubro de 2013”.

Assim, os sistemas cujo desenvolvimento foi provocado por recomendações da

CGU (SIPAG e SICVE), serão novamente avaliados durante a Auditoria Anual de Contas de 2013, de forma a avaliar também, indiretamente, a implantação do RTC na CAIXA.

Com relação às demais constatações à área de tecnologia, verificou-se a falta de

coleta de dados e de fixação de metas para acompanhamento dos indicadores de TI, ausência de reuniões mensais do Comitê de TI, ausência de atuação do Comitê de TI (CETI) no monitoramento do desempenho da gestão estratégica de TI e a alta rotatividade dos empregados da Vice Presidência de TI (VITEC).

Entre outras, recomendou-se à área: tratar os fatores que estão impedindo a

coleta de dados e a fixação de metas e substituir os indicadores por outros executáveis; a revisão da necessidade de reuniões mensais do Comitê de TI e a realizar análise para identificar os fatores determinantes da elevada rotatividade e aplicação de políticas de incentivo à retenção de talentos.

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2.7 Avaliação do Cumprimento das Determinações/Recomendações do TCU e Controle Interno e demais situações não contempladas no Relatório de Gestão ou de Auditoria

Com relação às recomendações do Controle Interno, a equipe de auditoria

acompanha a execução dos Planos de Providências Permanentes (PPP) acordados com a CAIXA referentes aos relatórios de auditoria de contas e notas de auditoria expedidos por esta Coordenação-Geral, não havendo recomendações descumpridas.

O Tribunal de Contas da União não fez recomendações a serem acompanhadas

por esta Diretoria em seus acórdãos julgados em 2012. Em relação a empregados terceirizados, a CAIXA e o Ministério Público do

Trabalho – Procuradoria Regional do Trabalho da 10ª Região celebraram em 30/04/2004, Termo de Ajuste de Conduta – TAC e Termo de Conciliação – TC, com o objetivo de ajustar a terceirização de serviços. Em virtude desses termos, a entidade adotou como política não realizar contratos de prestação de serviço com locação de mão de obra, mas tão somente contratos de prestação de serviço especializado, além de substituir empregados terceirizados por funcionários concursados entre 2008 e 2009. Assim, o TAC/TC 063/04 (CAIXA) foi homologado, em 09/09/2010, pelo Ministério Público do Trabalho – 10ª Região.

De acordo com o Relatório de Auditoria Anual de Contas 201203887, a CAIXA

instituiu a Carta de Serviços ao Cidadão sobre as Loterias, serviço delegado pelo Governo Federal, em junho de 2011. A versão disponível atende aos requisitos do art. 11, parágrafo 2º do Decreto 6932/2009.

Quanto à utilização do sistema CGU-PAD, conforme o Relatório de Gestão da

CAIXA 2012:

“Em relação ao cumprimento das disposições dos arts. 4º e 5º da portaria nº 1.043, de 24 de junho de 2007, cumpre registrar que a CAIXA, em face de entendimentos mantidos com Corregedoria Geral da União - Corregedoria Setorial do Ministério da Fazenda deixa de lançar as informações afetas aos processos disciplinares internos diretamente no Sistema de Gestão de Processos Disciplinares CGU – PAD, em decorrência de limitações de natureza tecnológica e operacional, estando certo que tais dados estão à disposição desse Órgão controlador”.

##/Fato##

2.8 Avaliação dos Controles Internos Administrativos

Analisou-se os trabalhos da auditoria interna realizados no exercício de 2012, chamando a atenção 2 relatórios: um na área de pessoal, sobre o Sistema de Ponto Eletrônico (SIPON) e outro em licitações, que avaliou a estrutura de controles internos e atestou sua qualificação, em termos de eficiência e de eficácia das ações e funções mitigadoras de riscos operacionais e de prestação de serviços. As informações sobre ambos os trabalhos estão descritas adiante. 2.9 Ocorrência com dano ou prejuízo

Entre as análises realizadas pela equipe, não foi constatada ocorrência de dano

ao erário.

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3. Conclusão

Diante do contexto de grande crescimento e diversificação da CAIXA, o que

relatório de auditoria aponta como primeira grande preocupação a necessidade de aprimoramento nas informações que compõem as Demonstrações Contábeis, com a finalidade de garantir a melhor transparência e segurança institucional para CAIXA, em especial o item 1.1.1.9.

Por outro lado, observou-se sinalização de uma mudança positiva significativa

na gestão tecnológica da CAIXA, que poderá superar fragilidades críticas, apontadas inclusive pela própria governança da instituição.

As providências corretivas a serem adotadas, quando for o caso, serão incluídas

no Plano de Providências Permanente ajustado com a CAIXA e monitorado pelo Controle Interno. Tendo sido abordados os pontos requeridos pela legislação aplicável, submetemos o presente relatório à consideração superior, de modo a possibilitar a emissão do competente Certificado de Auditoria.

Brasília/DF, 25 de Setembro de 2013.

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____________________________________________________ ACHADOS DA AUDITORIA - Nº 201305697 1. GESTÃO OPERACIONAL

1.1 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS

1.1.1 EFETIVIDADE DOS RESULTADOS OPERACIONAIS ##/Fato##

1.1.1.1 CONSTATAÇÃO

Não constituição de provisão e nem registro em Nota Explicativa de perdas esperadas com os contratos de crédito adquiridos do (A informação aqui foi suprimida, por solicitação da unidade auditada, em função de sigilo fiscal, bancário e/ou comercial, na forma da lei.). Fato

Em suas demonstrações patrimoniais de 2012, a CAIXA informou ter adquirido

contratos de crédito com coobrigação no valor de R$ 2.834 bilhões (Nota Explicativa 9.d), ou seja, quando o devedor tem a responsabilidade de pagar ou de substituir o crédito cedido em caso de inadimplência do tomador ou outras situações previstas no contrato de cessão (Manual de Informações de Negociação de Operações Documento 3040 – Banco Central1). Questionada sobre essa aquisição, a Superintendência Nacional de Recuperação de Crédito informou a quantidade dos contratos e o valor do seu fluxo futuro, posicionado em 31 de dezembro de 2012, por credor original:

Contraparte Quantidade Fluxo

Futuro A informação aqui foi suprimida, por solicitação da unidade auditada, em função de sigilo fiscal, bancário e/ou comercial, na forma da lei.

70.152 107.515 35.332 147.885 61.526 223.059 20.282 158.417

187.292 636.876

A informação aqui foi suprimida, por solicitação da unidade auditada, em função de sigilo fiscal, bancário e/ou comercial, na forma da lei.

71.913 206.570 17.411 94.323 119.285 204.493 74.232 141.965 43.798 148.122 101.277 350.164 44.238 217.028 20.712 174.882 492.866 1.537.547

A informação aqui foi suprimida, por solicitação da unidade auditada, em função de sigilo fiscal,

24.294 90.429 21.299 107.655 5.914 41.656 10.740 70.806

1 Disponível em: http://www.bcb.gov.br/fis/crc/ftp/scr3040_manual_de_informacoes_de_negociacao_de_operacoes.pdf). Acessado em: 03/07/2013.

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22

bancário e/ou comercial, na forma da lei.

62.247 310.546 A informação aqui foi suprimida, por solicitação da unidade auditada, em função de sigilo fiscal, bancário e/ou comercial, na forma da lei.

16.917 65.789 35.099 80.375 49.315 79.267 12.671 70.865

114.002 296.296 Total 856.407 2.781.265

Fonte: Resposta de SA.

Entre os créditos adquiridos, estão contratos originários do (A informação aqui

foi suprimida, por solicitação da unidade auditada, em função de sigilo fiscal, bancário e/ou comercial, na forma da lei), que teve a liquidação extrajudicial decretada pelo Banco Central em 14/09/2012. Antes da liquidação, o banco vinha sendo administrado pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) desde junho de 2012, quando o Banco Central decretou a intervenção no banco. Também em junho, a Polícia Federal instaurou inquérito para apurar suposta fraude na gestão do banco.

Ainda, conforme auditoria divulgada pela Pricewaterhouse Coopers em agosto,

havia uma diferença de R$ 3,1 bilhões no balanço do (A informação aqui foi suprimida, por solicitação da unidade auditada, em função de sigilo fiscal, bancário e/ou comercial, na forma da lei), que descontado o patrimônio líquido, de cerca de R$ 870 milhões, ficaria em R$ 2,236 bilhões.

Apesar de todos os fatos enunciados começarem a ocorrer aproximadamente 180

dias antes do encerramento do exercício e da divulgação das demonstrações, a CAIXA não fez nenhum ajuste na conta do ativo que incluía os créditos nem divulgou nenhum esclarecimento nas notas explicativas.

##/Fato##

Causa Demora da CAIXA na conclusão dos trabalhos de conciliação dos valores a

receber dos contratos de créditos adquiridos do (A informação aqui foi suprimida, por solicitação da unidade auditada, em função de sigilo fiscal, bancário e/ou comercial, na forma da lei). Manifestação da Unidade Examinada

Questionada sobre o valor esperado de ressarcimento dos créditos adquiridos do

(A informação aqui foi suprimida, por solicitação da unidade auditada, em função de sigilo fiscal, bancário e/ou comercial, na forma da lei), após a decretação da sua falência em setembro de 2012, a SN de Recuperação de Crédito respondeu que:

“Somente após a conclusão dos trabalhos de conciliação será possível afirmar o valor esperado de recebimento dos créditos adquiridos uma vez que, após o batimento com as primeiras bases encaminhadas pelo Liquidante, existe a possibilidade de insubsistência de créditos os quais serão habilitados ao quadro geral de credores.”

Sobre a data do encerramento da conciliação, a superintendência informou que:

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“Informamos da impossibilidade de precisar uma data para o término da conciliação uma vez que dependemos de ações por parte do liquidante em formalizar o reconhecimento ou a insubsistência de créditos nos ativos cedidos à CAIXA. Esclarecemos que desde o início do mês de OUT/2012, esta Superintendência vinha mantendo contato com o então Liquidante do (A informação aqui foi suprimida, por solicitação da unidade auditada, em função de sigilo fiscal, bancário e/ou comercial, na forma da lei), com o objetivo de conciliar a carteira adquirida pela CAIXA, sem no entanto, concluir o respectivo trabalho. Por meio do expediente BACEN, Ato Diretor 486 de 24/05/2013, foi dispensado o Sr. S.R.P. e nomeado novo liquidante, o Sr. E.F.B., para administração e liquidação do (A informação aqui foi suprimida, por solicitação da unidade auditada, em função de sigilo fiscal, bancário e/ou comercial, na forma da lei). Em função dessa alteração fez-se necessárias novas negociações no intuito de retomar as conciliações, as quais se encontram em andamento.”

Em relação aos procedimentos que adotaria em relação a esses créditos, caso

comprovada a insubsistência, a SN Recuperação de Crédito respondeu o seguinte:

“Para os créditos definidos pelo Liquidante como insubsistentes bem como eventuais diferenças verificadas no quantitativo de parcelas adquiridas pela CAIXA, o somatório das diferenças entre o fluxo esperado e aquele reconhecido pelo Liquidante será habilitado ao quadro geral de credores, passando a CAIXA à condição de credora quirografária. Esse valor permanecerá nessa condição até a efetiva liquidação do (A informação aqui foi suprimida, por solicitação da unidade auditada, em função de sigilo fiscal, bancário e/ou comercial, na forma da lei) e possibilidade de liquidação total ou parcial do crédito habilitado pela CAIXA. Para os créditos reconhecidos pelo Liquidante, será ajustado o ativo a receber pela CAIXA, retomando o fluxo normal. Considerando que a coobrigação deixa de existir a partir do evento da decretação da liquidação extrajudicial, bem como a habilitação ao quadro geral de credores será feita a reclassificação contábil no Exercício de 2013, referente ao saldo representativo dessa carteira do COSIF Direitos a Receber de Operações de Venda ou Transferência de Ativos para o COSIF de Empréstimos.”

Análise do Controle Interno

##/Causa##

A Resolução do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) 750/93, que dispõe

sobre os princípios da Contabilidade, alterada pela Resolução 1.282/2010, que atualizou e consolidou seus dispositivos frente às normas internacionais de contabilidade, define que o Princípio da Prudência:

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“(...) pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais (art. 10, par. único).”

Adicionalmente o Pronunciamento do Comitê de Pronunciamentos Contábeis

(CPC) 00, que define a Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro de acordo com as Normas Internacionais de Contabilidade, enumera as características qualitativas fundamentais para a informação contábil-financeira útil e entre elas está a representação fidedigna. Segundo o pronunciamento, para ser uma representação fidedigna, a realidade retratada precisa ter três atributos: ser completa, neutra e livre de erro.

O pronunciamento define esses atributos da seguinte forma:

“O retrato da realidade econômica completo deve incluir toda a informação necessária para que o usuário compreenda o fenômeno sendo retratado, incluindo todas as descrições e explicações necessárias.” “Um retrato neutro da realidade econômica é desprovido de viés na seleção ou na apresentação da informação contábil-financeira.” “Um retrato da realidade econômica livre de erros significa que não há erros ou omissões no fenômeno retratado, e que o processo utilizado, para produzir a informação reportada, foi selecionado e foi aplicado livre de erros.”

Assim, dado que o Banco Central decretou a intervenção no (A informação aqui

foi suprimida, por solicitação da unidade auditada, em função de sigilo fiscal, bancário e/ou comercial, na forma da lei) em 14/09/2012, e há inquérito policial instaurado contra o banco por suposta fraude na gestão, a CAIXA poderia, de acordo com o princípio da Prudência, ter alertado sobre essa situação em nota explicativa anexa às demonstrações financeiras e patrimoniais de 2012.

Ainda que segundo o Pronunciamento CPC 00, a aplicação do princípio da

Prudência possa trazer uma perda de neutralidade por causar “Subavaliações de ativos e superavaliações de passivos, com consequentes registros de desempenhos posteriores inflados”, a omissão nesse caso, pode ter superestimado o ativo, bem como o patrimônio líquido e subestimado a despesa, e por consequência inflado o resultado da entidade em 2012, que serviu também para o cálculo dos dividendos distribuídos em 2012.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Recomendação 01

Finalizar os trabalhos de conciliação dos contratos de créditos do (A informação aqui foi suprimida, por solicitação da unidade auditada, em função de sigilo fiscal, bancário e/ou comercial, na forma da lei) até o encerramento do exercício de 2013.

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Recomendação 02

Com base nesse trabalho, ou ainda na impossibilidade de concluí-lo, adotar procedimento que reproduza o mais fielmente possível no Balanço da CAIXA de 2013 o valor esperado dos créditos adquiridos do (A informação aqui foi suprimida, por solicitação da unidade auditada, em função de sigilo fiscal, bancário e/ou comercial, na forma da lei), e fazer ajustes, se necessário, ao resultado de 2012. Recomendação 03 Caso haja liquidação de outro banco cedente, alertar para a possibilidade de perdas dos créditos adquiridos em nota explicativa anexa às demonstrações financeiras.eControleInterno##

1.1.1.2 INFORMAÇÃO

Provisões Judiciais

Segundo o Pronunciamento do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) 25, emitido pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis e aprovado pela Resolução CMN 3.823/2009, provisão é uma obrigação legal ou uma obrigação não formalizada, presente, decorrente de eventos já ocorridos, de prazo ou valor incertos, cuja liquidação resultará em uma entrega de recursos, e deve ser reconhecida sempre que:

• a entidade tem uma obrigação presente (legal ou não formalizada) como

resultado de um evento passado; • seja provável que será necessária uma saída de recursos que incorporam

benefícios econômicos para liquidar a obrigação; e • possa ser feita uma estimativa confiável do valor da obrigação.

Já passivo contingente é:

• uma obrigação possível que resulta de eventos passados e cuja existência será confirmada apenas pela ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros incertos não totalmente sob controle da entidade; ou

• uma obrigação presente que resulta de eventos passados, mas que não é reconhecida porque:

o não é provável que uma saída de recursos que incorporam

benefícios econômicos seja exigida para liquidar a obrigação, ou o o valor da obrigação não pode ser mensurado com suficiente

confiabilidade. O Pronunciamento CPC 25 estabelece três termos estáticos que definem a

probabilidade de saída de recursos para liquidar uma obrigação presente: provável, possível e remota.

Quando uma obrigação for classificada como provável, deverá ser reconhecida

uma provisão no balanço da entidade e divulgada em Notas Explicativas. No entanto, se for classificada como possível, a Entidade tem a obrigação apenas de divulga-la em

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Nota Explicativa. Por fim, se a obrigação for classificada como remota, a entidade não precisará fazer nada. Figura 1: Processo de reconhecimento de uma provisão

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Fonte: Pronunciamento CPC 25.

Nos termos da Nota Explicativa 30 de 2012, a CAIXA utiliza duas metodologias diferentes para reconhecer uma provisão, a depender da classificação da ação judicial como relevante ou rotineira.

Em primeiro lugar, a CAIXA classifica como relevantes (especial interesse) as

seguintes ações:

• Ações trabalhistas com Valor de Repercussão Econômica (VRE) original acima de R$ 300.000,000. O VRE representa o potencial efeito econômico-financeiro em caso de insucesso na demanda em que a CAIXA figure como ré ou terceira interessada;

• Ações de recuperação de crédito com VRE original acima de R$ 500.000,00 e com perspectiva real de êxito;

• Ações em geral, feitos diversos e habitacionais, com VRE original acima de R$ 1.000.000,00;

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• Ações populares; • Ações civis públicas; • Mandados de segurança coletivo; • Ações que tenham como parte autora associações e sindicatos, quando discutido

direito coletivo ou relativo à categoria profissional; • Ações ajuizadas com fundamentos novos ou diferenciados, que possam ter efeito

futuro significativo ou redundar em múltiplas ações similares; • Demais ações que, por sua natureza e possível repercussão patrimonial,

requeiram acompanhamento especial por parte da Unidade Jurídica Regional; • Ações trabalhistas com Valor Estimado de Condenação (VEC) original acima de

R$ 300.000,00 por autor/litisconsorte. O VEC é efetivo valor que serve de base para a provisão; e

• Ações em geral, feitos diversos e habitacionais com VEC original acima de R$ 500.000,00. As ações que não se enquadram nos critérios anteriores são classificadas como

rotineiras. Conforme o Manual (MN) AE 058, item 3.2.1, o cálculo do valor em risco

decorrente de ações rotineiras, é baseada no Valor Médio Histórico de Condenação - VMHC pago em processos similares, nos últimos 36 meses (atualizado pelo IPCA). O VMHC é apurado pela Gerência Nacional de Contencioso - GETEN e informado nos relatórios enviados, mensalmente à Superintendência Nacional de Contadoria - SUCON e à Auditoria Geral - AUDIT. Além disso, ações rotineiras têm seu risco sempre classificado como provável.

Por outro lado, causas decorrentes de processos relevantes são calculadas de

forma individualizada. Consoante o MN AE 058, item 3.2.2, para as ações consideradas relevantes é

necessário o preenchimento do VRE. Com base no VRE cadastrado a ação é analisada pela Diretoria Jurídica - DIJUR e é apurado o VEC atual. As ações indicadas como relevantes são classificadas como remotas quando o valor indicado no campo VEC corresponder a R$ 0,01 ou como prováveis quando o valor no campo VEC for diferente de R$ 0,01, conforme estabelece o Pronunciamento CPC 25, aprovado pela resolução 3.823/2009 do Conselho Monetário Nacional.

1.1.1.3 CONSTATAÇÃO

A informação aqui foi suprimida, por solicitação da unidade auditada, em função

de sigilo fiscal, bancário e/ou comercial, na forma da lei.

1.1.1.4 CONSTATAÇÃO

A informação aqui foi suprimida, por solicitação da unidade auditada, em função

de sigilo fiscal, bancário e/ou comercial, na forma da lei.

##/AnaliseControleInterno##

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1.1.1.5 CONSTATAÇÃO

O SIJUR apresenta fragilidades no cálculo dos valores que comporão o saldo da conta de provisões judiciais do Balanço Patrimonial.

Fato

O Sistema de Acompanhamento de Processos Judiciais (SIJUR) é o sistema que

segrega as ações em prováveis, possíveis e remotas e fornece os valores que compõem o saldo das provisões judicias relevantes. Portanto, o SIJUR deve ser fonte fidedigna e confiável para que possa ser utilizado como banco de dados para composição de saldo de conta do Balanço Patrimonial e divulgação de Notas Explicativas.

Por meio de indagação escrita, foi solicitada à Superintendência Nacional de

Contencioso (SUTEN) a lista de todos os processos relevantes existentes no final de 2011 (extraídos do SIJUR) e respectivos pagamentos (extraídos do Sistema de Interfaces da Área Financeira - SINAF) ocorridos no ano de 2012.

A base recebida com os dados acima continha 2512 processos relevantes em

31/12/2011, dos quais, 387 tiveram pagamentos em 2012. A análise dessa base revelou que o SIJUR apresenta problemas de extração de informações e de cadastramento das ações judiciais, quais sejam:

• Ações com Valor Estimado de Condenação (VEC) cadastrado, mas sem

Valor de Repercussão Econômica (VRE); • Ações extraídas sem o seu respectivo número de processo e advogado

cadastrados; • Ações com valor de VRE excluído sem inclusão de um novo; • Ações sem VEC ou VRE cadastrados; • Ações com discrepância muito alta entre o VEC e o valor pago; • Ações com valores pagos sem se quer ter sido provisionada, pois o VEC

estava fixado em apenas R$ 0,01 ou não estava fixado; • Pagamentos realizados no SINAF sem código de expediente e, portanto,

sem correlação com o respectivo processo no SIJUR.

Posto isso, verifica-se que o SIJUR apresenta fragilidades no fornecimento de informações e, portanto, pode prejudicar a formação do saldo da conta de provisões judicias do Balanço Patrimonial.

##/Fato##

Causa Falhas no sistema que contém os valores que compõem o saldo de provisões

judiciais no Balanço Patrimonial. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada A SUTEN manifestou-se da seguinte forma:

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• Em relação às ações com VEC cadastrado, mas sem VRE e ações extraídas sem o seu respectivo número de processo e advogado cadastrados:

“Identificamos que, provavelmente, consistiram em erro de extração automatizada dos dados (cerca de 2%), considerando que o VEC é estimado somente após o VRE, e os campos “Advogado” e “Número de Processo” do SIJUR são de preenchimento obrigatório.”

• Em relação às ações com VRE excluído sem inclusão de um novo:

“Provavelmente ocorreu porque o VRE foi lançado equivocadamente (por exemplo, por se referir a outro processo) ou o jurídico solicitou o recálculo e ainda não o inseriu no SIJUR, apagando o VRE anterior por ter se tornado inconsistente em algum momento do trâmite processual.”

• Em relação às ações sem VEC ou VRE cadastrados:

“Provavelmente ocorreu porque o Jurídico ainda não havia recebido o cálculo do VRE da área gestora vinculada ao litígio e, consequentemente, não foi possível inserir o VEC (que depende do VRE), ou ainda porque o VEC ainda estava em processo de definição pelo jurídico.”

• Em relação às ações com discrepância muito alta entre o VEC e o valor

pago:

“Ocorreu, provavelmente, pelas seguintes razões: Porque o valor do VEC foi estimado numa época e o pagamento da condenação foi parcelado em momentos diferentes no processo de execução em virtude de controvérsias no julgamento dos valores (ocorreu primeiro o pagamento incontroverso e depois o que era controverso, gerando valores individuais diferentes em relação ao VEC, que seria integral); ou O VEC estipulado num momento pode ter sofrido alterações, em virtude de decisões judiciais ocorridas, e o pagamento ocorreu com base nestes novos valores; ou Porque a estimativa de condenação (baseada em cálculos da área gestora vinculada ao litígio ou jurisprudência preponderante) não correspondeu à decisão final do processo, que gerou um valor diferente do estimado.”

• Em relação às ações não provisionadas, pois o VEC estava fixado em

apenas R$ 0,01 ou o VEC não estava fixado:

“Pode ter ocorrido pelas seguintes razões: Ações terem sido provisionadas como rotineiras; ou

Porque houve o pagamento da condenação e o processo continuou ativo para discutir outras questões e, assim, para não impactar a provisão, o VEC foi reduzido a R$ 0,01.”

• Por fim, em relação aos pagamentos realizados no SINAF sem código de

expediente e, portanto, sem correlação com o respectivo processo do SIJUR:

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“Primeiramente esclarecemos que a normatização da rotina para que o Código do SIJUR fosse capturado pelo SINAF ocorreu somente em JUN/11. Considerando que todo o processo, por parte do Jurídico e da Agência (que autentica o documento que paga a condenação), é manual, houve um certo período para que este se consolidasse, tornando-se mais eficiente a partir do 2º semestre de 2012.

No entanto, desde o mês passado, este processo foi automatizado (via Portal Jurídico – Emissão de Custas), o que está reduzindo bem tais inconsistências.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno No que se refere à exclusão de valores do SIJUR, a justificativa apresentada não

elucida o ocorrido, já que, como o VEC é vinculado ao VRE. Em relação aos campos do VRE e VEC em branco, verifica-se que existe uma

demora no processo de cálculo e fixação desses valores, considerando que os pagamentos ocorreram antes do preenchimento no SIJUR.

Conforme a tabela abaixo, os três casos (falta do VRE ou do VEC ou ainda dos

dois simultaneamente) representaram 17,39% da extração do SIJUR (437 processos).

Situação Processos Quant. % Normal Com VRE e com VEC 2075 82,61 Erro I Sem VRE e sem VEC 351 13,97 Erro II Sem VRE e com VEC 26 1,04 Erro III Com VRE e sem VEC 60 2,39

Total 2512 100,00 Ainda, dos 387 processos pagos, 126 ou 33% não possuíam o VEC preenchido. Já em relação a pagamentos sem VEC fixado, VEC muito abaixo ou acima do

valor pago e ações não provisionadas (VEC igual a R$ 0,01), verifica-se que o processo de fixação do VEC necessita ser revisto de forma a retratar a melhor estimativa para as provisões judiciais. Apesar das provisões judiciais envolverem incertezas, a Entidade deve possuir mecanismo que aproxime o VEC ao mais confiável possível, qual seja, o valor pago no final do processo. A diferença entre o valor pago e o VEC para os 387 processos relevantes com pagamentos em 2012 foi de R$ 178 milhões. Colocando-se os valores em módulo, a diferença sobe para R$ 314 milhões de reais, praticamente 3 vezes mais o valor total pago, de R$ 111 milhões.

Por fim, consideramos importante o mecanismo de vinculação dos pagamentos

via Portal Jurídico, tendo em vista que haverá a automatização do processo de pagamento e baixa de ações.

A unidade se manifestou concordando com as inconsistências apontadas no

Relatório Preliminar, ressaltando, contudo, que antes de analisar o processo somente o ERRO II (sem VRE e com VEC) é presumido, pois os demais ERROS I e III apontados podem não configurar inconsistência quando analisada a fase de avaliação da fixação do VEC.

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No entanto, esta auditoria identificou a situação de VRE e VEC em branco como erro dada a ocorrência do pagamento da ação antes do lançamento dos valores no SIJUR.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendação 01 Recomenda-se o desenvolvimento de mecanismos que corrijam as

inconsistências apresentadas pelo SIJUR e que possibilitem a rastreabilidade da composição do saldo de provisões no Balanço Patrimonial, estabelecendo um cronograma de implementação.

1.1.1.6 CONSTATAÇÃO

A CAIXA não divulga, de forma segregada, os valores que impactam no saldo das provisões judiciais, quais sejam: constituição de novas provisões, atualização monetária das existentes, baixa de provisões por pagamento, reversão de provisões, provisões decorrentes da combinação de negócios e ajustes de provisões.

Fato

Em inspeção documental realizada nas Notas Explicativas às Demonstrações

Contábeis de 2012, verificou-se que a CAIXA não adota o padrão de divulgação estabelecido pelo Pronunciamento do Comitê de Pronunciamentos Contábeis 25.

Conforme quadro abaixo, os valores que impactam o saldo de provisões, para

mais ou para menos, são demonstrados de forma consolidada em duas colunas: adições e reversões/baixas.

CAIXA INDIVIDUAL / CAIXA CONSOLIDADO

Descrição 31/12/2011

Acumulado dezembro 2012

31/12/2012 Adições

Reversões/ Baixas

Demandas Fiscais (Nota 18 (b)) 268.242,00 209.559,00 (216.930,00) 260.871,00

INSS 47.506,00 95.859,00 (95.683,00) 47.682,00

ISS 186.617,00 74.387,00 (105.633,00) 155.371,00

Outros 34.119,00 39.313,00 (15.614,00) 57.818,00

Demandas Cíveis (Nota 18 (f)) 3.582.717,00 3.136.192,00 (3.207.287,00) 3.511.622,00

Perdas e danos 1.441.561,00 1.673.326,00 (1.803.414,00) 1.311.473,00

Poupança 1.342.666,00 270.663,00 (394.113,00) 1.219.216,00

Loterias 8.917,00 16.603,00 (13.934,00) 11.586,00

Crédito imobiliário 214.790,00 242.889,00 (353.585,00) 104.094,00

Contingenciamento do FGTS 574.783,00 932.711,00 (642.241,00) 865.253,00

Demandas Trabalhistas (Nota 18 (f)) 2.812.886,00 2.275.551,00 (2.459.259,00) 2.629.178,00

Outras (Nota 18 (f)) 41.671,00 1.637,00 - 43.308,00

Total 6.705.516,00 5.622.939,00 (5.883.476,00) 6.444.979,00 Fonte: Notas Explicativas de 2012

A CAIXA divulga, todos os anos, as Notas Explicativas sobre as Demonstrações

Contábeis. Para melhor análise e comparação evolutiva, as Notas Explicativas foram

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separadas em dois momentos distintos: antes da vigência do Pronunciamento CPC 25 (2008 e 2009) e após a sua vigência (2010 a 2012).

Em 2008 e 2009 (durante a vigência da NPC 22 - Ibracon) a CAIXA divulgava

os saldos iniciais, adições, reversões/baixas e atualização monetária das provisões. No que se refere à descrição das metodologias de cálculo, a CAIXA divulgava as informações de forma concisa.

O Pronunciamento CPC 25, aprovado pela Resolução CMN 3.823/2009,

estabelece normas de divulgação de provisões, contingências passivas e contingências ativas (itens 84 a 92). A CAIXA, como instituição financeira autorizada a funcionar pelo Banco Central, deve observar plenamente o referido pronunciamento.

A partir de 2010, apesar da adoção do mencionado pronunciamento, verifica-se

uma baixa evolução na divulgação das informações conforme requerido, em comparação aos anos anteriores. A CAIXA continuou divulgando os saldos das adições e baixas nas provisões de forma consolidada e a metodologia de cálculo ainda continuou sendo descrita de forma resumida. #/Fato##

Causa

Utilização de prática adotada pelo mercado em detrimento do estabelecido pelo

CPC 25. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Instada a se manifestar, a Superintendência Nacional de Contabilidade e

Tributos (SUCON) apresentou as seguintes justificativas, para os itens questionados:

1) Quanto à falta de segregação dos saldos de novas provisões constituídas no período e o aumento nas já existentes, conforme estabelece o item 84, “b”, do Pronunciamento CPC 25:

A CAIXA efetuará esta segregação a partir da divulgação de SET/13.

2) Quanto à falta de segregação dos saldos “baixados em decorrência de

pagamentos” e “baixados em decorrência de reversões”, conforme estabelece o item 84, “c” e “d”, do CPC 25:

Esta identificação está em desenvolvimento no sistema que controla as demandas judiciais com previsão de conclusão em DEZ/13. As divulgações, a partir de MAR/14, apresentarão esta segregação.

3) No que se refere à falta de apresentação, de forma individualizada, do

aumento no valor descontado a valor presente proveniente da passagem do tempo e o efeito de qualquer mudança na taxa de desconto, conforme estabelece o item 84, “e”, do CPC 25:

Justificamos que considerando a elevada quantidade de ações provisionadas mensalmente (aprox. 360 mil) e a impossibilidade de se prever quando ocorrerá o pagamento da condenação (por causa das diversas decisões/recursos que podem postergar o pagamento por

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diversos meses ou anos), a metodologia da Caixa para apuração dos valores das demandas judiciais considera o valor provável da condenação na data atual, corrigido monetariamente pelos índices governamentais apropriados.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno No que se refere ao terceiro item, a apresentação da atualização monetária é de

suma importância para o acompanhamento da movimentação financeira do saldo das provisões judiciais. Apesar de a entidade justificar que os valores são corrigidos monetariamente pelos índices governamentais apropriados, esse valor não é apresentado de forma segregada.

Destaca-se que a CAIXA, nas Notas Explicativas de 2008 (Nota 21, item (a) (I)),

apresentou o valor da atualização monetária de forma segregada. Como boa prática no mercado, podemos citar as Notas Explicativas (Nota 18) da

empresa VALE que demonstram os valores que impactam o saldo de provisões de forma segregada.2 Recomendação 01

Recomenda-se a divulgação, a partir de dezembro de 2013, da movimentação

financeira anual da conta de provisões judiciais, indicando, de forma segregada, os valores que impactaram o saldo inicial da conta, tais como: constituição de novas provisões, atualização monetária das existentes, baixa de provisões por pagamento, reversão de provisões, provisões decorrentes da combinação de negócios e ajustes de provisões.

1.1.1.7 CONSTATAÇÃO

Falta de apresentação, em Nota Explicativa, das principais ações judiciais em que a CAIXA é parte, juntamente com a descrição geral e a situação/andamento do processo e, ainda, de justificativa da não divulgação, conforme estabelecem os itens 84 (a), 86 a 89, 91 e 92 do Pronunciamento do Comitê de Pronunciamentos Contábeis 25. Fato

Após inspeção documental realizada nas Notas Explicativas de 2008 a 2012, verificou-se que a CAIXA não divulga informações suficientes quanto às principais ações judiciais em que é parte.

Como embasamento prático, esta equipe pesquisou em Notas Explicativas de

outras Empresas Públicas e Instituições Financeiras e identificou que a Petrobras mantem um nível de transparência bastante satisfatório quanto a esses itens do CPC 25, conforme demonstrado em suas Notas Explicativas 20123.

2 Disponível em: http://www.vale.com/PT/investors/Quarterly-results-reports/Financial-statements-BR-GAAP-IFRS-US-GAAP/FinancialStatements/itr_brgaap_4T12p.pdf. Acessado em: 09/08/2013. 3 Disponível em: http://www.petrobras.com.br/rs2009/pt/analise-financeira-e-demonstracoes-contabeis/notas-explicativas/processos-judiciais-e-contingencias/. Acessado em: 24/07/2013.

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Quanto a outras Instituições Financeiras, identificaram-se boas práticas em

vários bancos americanos, principalmente nas Notas Explicativas 2012 do Bank of America (Nota 13)4. Causa

Utilização de prática adotada pelo mercado em detrimento do estabelecido pelo

Pronunciamento CPC 25. Manifestação da Unidade Examinada

Solicitada a manifestação da SUCON, a mesma apresentou a seguinte justificativa:

Esclarecemos que estas informações foram apresentadas na Nota Explicativa 30 (b) a partir da divulgação do exercício de 2012.

Análise do Controle Interno

A justificativa apresentada pela Unidade não foi considerada suficiente por esta

equipe de auditoria, tendo em vista que, apesar de a Nota Explicativa 30 (b) apresentar os quantitativos e valores das ações trabalhistas e cíveis, esses dados não são suficientes para atender o nível de transparência exigido pela norma (CPC 25).

No que se refere, especificamente, à divulgação das principais ações judiciais em

que a CAIXA é parte, a CAIXA possui mais de 350.000 processos trabalhistas e cíveis, mas, em 2012, divulgou apenas uma ação trabalhista (Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários do Município do Rio de Janeiro, processo nº 00809002820085010004) e uma ação cível (Encol S.A., processo nº 00526287420068090051).

Por fim, a divulgação de apenas uma ação para cada tema, trabalhista e cível, é

insuficiente e, nesse caso, a CAIXA deveria ter apresentado justificativa para a não divulgação das outras ações, conforme preconiza os itens 91 e 92 do CPC 25.

Recomendação 01 Recomendamos que a CAIXA divulgue as principais ações judiciais em que ela

é parte, incluindo a situação em que cada uma se encontra, ou, quando não for praticável divulga-las, apresente justificativas para tanto.

4 Disponível em: http://media.corporate-ir.net/Media_Files/IROL/71/71595/AR2012.pdf. Acessado em: 24/07/2013.

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1.1.1.8 CONSTATAÇÃO

Verificação de inconsistências nas rubricas de Receita das Demonstrações Contábeis Fato

Realizou-se teste de auditoria em algumas rubricas de Receita constantes na

Demonstração de Resultado do Exercício – DRE da CAIXA. Foram selecionadas somente rubricas que tivessem alguma forma de checar seus valores em outras demonstrações contábeis e documentos da administração pública.

Assim, as rubricas verificadas estão na Nota n.º 23 – Receitas de prestação de

serviços e rendas de tarifas bancárias, especificamente Administração do Fundo de garantia por tempo e Serviço - FGTS, Administração do Fundo de Compensações de Variações Salariais - FCVS, Administração de Loterias, Administração do Fundo de Arrendamento Residencial - FAR e Bolsa-Família.

Para a conferência da conta Administração do FCVS utilizou-se informações do

próprio Relatório Gestão do Fundo, que estavam de acordo com o explicitado na Nota Explicativa da CAIXA.

No caso da Administração de Loterias foi solicitado à CAIXA discriminar os

valores por tipo de Loteria, e assim foi escolhido o montante arrecadado na Loteca para se confirmar, por meio do sítio da CAIXA, o montante arrecadado durante o ano e pelo cálculo do percentual da taxa de administração chegou-se no mesmo valor que compôs a rubrica da Nota Explicativa.

Na rubrica do FGTS verificou-se que a Demonstração Contábil do FGTS,

referente ao exercício 2012, registrou despesas com taxas de administração nos montantes de R$ 3.091.302 mil em 2012 e R$ 3.066.375 mil em 2011, enquanto a Demonstração Contábil da CAIXA relativa ao exercício 2012 registrou receitas com taxas de administração nos montantes de R$ 3.166.292 mil em 2012 e R$ 3.129.791 mil em 2011. Solicitamos à CAIXA que justificasse as diferenças entre os valores registrados como despesas no FGTS e receitas da CAIXA, encaminhando o devido material comprobatório.

Quanto à Bolsa-Família questionou-se por que o valor de R$ 275.309.407,31

constante do Relatório de Gestão da Secretaria Nacional de Renda de Cidadania - SENARC/MDS, difere do apresentado na Demonstração Contábil da CAIXA referente ao exercício de 2012, no montante de R$ 286.442 mil.

Em relação às receitas e as despesas do FAR, o quadro divulgado em suas

demonstrações contábeis não apresenta nenhum valor que guarde relação com a receita de Administração do FAR demonstrada pela CAIXA na Nota 23. Assim, solicitou-se o detalhamento da informação contida na Demonstração Contábil da CAIXA referente ao exercício de 2012 em que constam os montantes de taxas de administração do FAR de R$ 62.500 mil em 2012 e R$ 60.260 mil em 2011, apresentando o devido material comprobatório.

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Fonte: Demonstrações Contábeis do FAR, Resposta de SA.

Causa

Fragilidade na agregação de contas que dificultam a transparência das receitas.

Manifestação da Unidade Examinada

Com relação ao FAR, a SUCON informou que:

O montante apresentado como Taxa de administração do FAR na Nota Explicativa deixou de considerar operações realizadas em 2012, que foram classificadas como “Tarifas de Convênios” na Nota 23. O valor no exercício foi de R$ 92.674 e correlaciona-se com as despesas “Taxa de Administração Disponibilidades”; “Taxa de Adm. da Carteira Imobiliária” e “Taxa de Administração PMCMV” apresentadas na Demonstração de Resultados do FAR. A Nota 23 será ajustada para o exercício de 2013, e apresentará os valores na forma ora evidenciada.

Quanto à diferença observada na rubrica Administração do FGTS, a unidade

informou tratar-se de taxa de estruturação das operações de debêntures cobrada entre o

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Agente Financeiro (CAIXA) e o Emissor do papel. Foram encaminhados os cálculos que comprovam o cálculo dessa diferença e informado que a devida segregação dessa conta ocorrerá nas Demonstrações Contábeis de 2013.

No caso do Programa Bolsa Família foram incluídas receitas de todas as receitas

de programas de transferências de renda, inclusive de origem municipal e estadual. A unidade informou que alterará a denominação da conta, nas demonstrações contábeis de 2013, para “Programas de Transferência de Renda”.

Análise do Controle Interno

O gestor apresentou as motivações para as diferenças encontradas e prontamente divulgou o prazo para os aprimoramentos das rubricas questionadas, no entanto cabe ressalvar que é necessário revisar todas as rubricas da receita, pois o teste de auditoria consistiu na avaliação de somente cinco contas.

Ressalte-se a dificuldade da obtenção da informação de composição das contas,

sendo necessárias várias prorrogações do prazo para obtenção definitiva da informação. Recomendação 01

Implementar no prazo estabelecido os aprimoramentos das contas Administração do FGTS, Administração do FAR e Bolsa Família. Recomendação 02

Avaliar o restante das contas de receitas para verificar a existência de inconsistências que apontem incoerências, agregações indevidas e denominações parciais entre outros. Recomendação 03

Elaborar rotina contábil que garanta rastreabilidade mais tempestiva das rubricas.

1.1.1.9 CONSTATAÇÃO

A informação aqui foi suprimida, por solicitação da unidade auditada, em função

de sigilo fiscal, bancário e/ou comercial, na forma da lei. ##/AnaliseControleInterno##

1.1.2 RESULTADO DA MISSÃO INSTITUCIONAL

1.1.2.1 INFORMAÇÃO

A informação aqui foi suprimida, por solicitação da unidade auditada, em função de sigilo fiscal, bancário e/ou comercial, na forma da lei.

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1.1.2.2 CONSTATAÇÃO A informação aqui foi suprimida, por solicitação da unidade auditada, em função

de sigilo fiscal, bancário e/ou comercial, na forma da lei. 1.1.2.3 CONSTATAÇÃO

A informação aqui foi suprimida, por solicitação da unidade auditada, em função

de sigilo fiscal, bancário e/ou comercial, na forma da lei.

1.1.3 SISTEMA DE INFORMAÇÕES OPERACIONAIS

1.1.3.1 CONSTATAÇÃO

Falta de coleta de dados e de fixação de metas para acompanhamento dos indicadores de TI. Fato

A CAIXA aprovou para 2012-2015, através da Resolução do Conselho Diretor

nº 6.150/2012, o novo Planejamento Estratégico TI - PETI. O Plano Estratégico de TI 2012-2015 da CAIXA foi elaborado no mesmo

formato do anterior (2008-2011), quanto às Diretrizes Estratégicas, no qual foram consolidadas as temáticas: Tecnologia, Processos e Pessoas. Segundo o documento, a abordagem “Arquitetura Tecnológica”, presente no PDTI anterior, foi absorvida pela temática Tecnologia em virtude da pertinência do tema.

O documento descreve as Diretrizes Estratégicas e os objetivos de TI da VITEC

para 2012-2015 e ainda, as iniciativas de TI, que foram elaboradas com o objetivo de alcançar os novos Objetivos Empresariais da CAIXA.

Para estabelecer os objetivos de TI, a CAIXA utilizou a Matriz SWOT, que foi

construída com a participação dos colaboradores das áreas da VITEC. A CAIXA ainda possui um Comitê Estratégico de Tecnologia da Informação –

CETI, que foi instituído por meio da Resolução do Conselho Diretor 3.643/2009, reeditada pela Resolução 4.737/2010. Segundo o art. 4º do Regimento Interno, são atribuições do CETI:

I. Propor e definir critérios para a priorização das demandas encaminhadas à área de TI. II. Propor ajustes relacionados ao orçamento de TI e, quando necessário, propor à VITEC o encaminhamento ao Conselho Diretor. III. Deliberar sobre impasses encaminhados pelas CED. IV. Deliberar sobre a prioridade de atendimento das demandas internas. V. Analisar e propor encaminhamentos sobre a aderência da política de investimentos da área de Tecnologia da Informação tanto ao Plano

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Diretor de Tecnologia da Informação (PDTI) quanto ao Planejamento Estratégico da CAIXA. VI. Aprovar o regimento interno e a metodologia de trabalho das CED.

Através de inspeção documental realizada no RAE 2012, verificou-se que a

CAIXA estabeleceu indicadores para os objetivos estratégicos do PETI, mas, em grande parte dos casos, não fixou as metas e deixou de coletar os dados necessários ao cálculo dos indicadores.

##/Fato##

Causa Ausência de critérios/metodologia na escolha de indicadores, levando à escolha

de indicadores imensuráveis. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Instada a se manifestar, a Superintendência Nacional de Governança de

Tecnologia da Informação (SUGTI) apresentou os seguintes argumentos para a falta de coleta de dados e fixação de metas dos indicadores relacionados abaixo:

INDICADOR JUSTIFICATIVA

Percentual de disponibilidade da infraestrutura de rede de ambiente tecnológico do Datacenter

A ausência de coleta deve-se a necessidade de operacionalização do processo. A ausência de meta deve-se a necessidade de conhecimento prévio do desempenho histórico antes de definir a meta.

Percentual de aplicações críticas migradas para o ambiente de operação centralizado

A ausência de coleta deve-se a necessidade de operacionalização do processo. A ausência de meta deve-se a necessidade de conhecimento prévio do desempenho histórico antes de definir a meta.

Custos de TI A ausência de meta deve-se a necessidade de conhecimento prévio do desempenho histórico antes de definir a meta.

Percentual de soluções de mercado implantadas no prazo e em funcionamento

Em estudo a alteração/adequação da especificação ou mesmo a descontinuidade do indicador.

Percentual de sistemas críticos implantados no ambiente de homologação

Em estudo a alteração/adequação da especificação ou mesmo a descontinuidade do indicador.

Índice de efetividade do planejamento de mudanças

Em estudo a alteração/adequação da especificação ou mesmo a descontinuidade do indicador.

Percentual de mudanças corretivas dos sistemas críticos

Em estudo a alteração/adequação da especificação ou mesmo a descontinuidade do indicador.

Percentual de mudanças emergenciais dos sistemas críticos

Em estudo a alteração/adequação da especificação ou mesmo a descontinuidade do indicador.

Quantidade de sistemas críticos de negócio sustentados por infraestrutura adequada

Em estudo a alteração/adequação da especificação ou mesmo a descontinuidade do indicador.

Entrega de soluções de TIC Coleta prevista para o fim do 1º semestre 2013. A ausência de meta deve-se a necessidade de conhecimento prévio do desempenho histórico.

Percentual de serviços contratados entregues no prazo

Indicador já operacional com coleta e meta definida. Acessível no Sistema de Indicadores Estratégico.

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Terceirização nas Filiais de TI A ausência de meta deve-se a ausência de conhecimento do desempenho histórico do indicador.

Fonte: Resposta de SA. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno As justificativas apresentadas pela Unidade são insuficientes, considerando que

a escolha de um indicador deve ser, antes de tudo, embasada em critérios objetivos que verifiquem a sua viabilidade.

Não obstante, para ajudar a entender o funcionamento e o desempenho de cada

processo, os indicadores precisam ser bem selecionados, medidos periodicamente em intervalos de tempo e analisados de forma adequada.

O Tribunal de Contas da União no documento Técnica de Auditoria –

Indicadores de Desempenho e Mapa de Produtos5, indica as seguintes qualidades desejáveis a serem verificadas tanto na análise de indicadores de desempenho já existentes, como na elaboração de novos:

Representatividade: o indicador deve ser a expressão dos produtos essenciais de uma atividade ou função; o enfoque deve ser no produto: medir aquilo que é produzido, identificando produtos intermediários e finais, além dos impactos desses produtos (outcomes). Este atributo merece certa atenção, pois indicadores muito representativos tendem a ser mais difíceis de ser obtidos. Homogeneidade: na construção de indicadores devem ser consideradas apenas variáveis homogêneas. Por exemplo, ao estabelecer o custo médio por auditoria, devem-se identificar os diversos tipos de auditoria, já que para cada tipo tem-se uma composição de custo diversa. Praticidade: garantia de que o indicador realmente funciona na prática e permite a tomada de decisões gerenciais. Para tanto, deve ser testado, modificado ou excluído quando não atender a essa condição. Validade: o indicador deve refletir o fenômeno a ser monitorado. Independência: o indicador deve medir os resultados atribuíveis às ações que se quer monitorar, devendo ser evitados indicadores que possam ser influenciados por fatores externos. Confiabilidade: a fonte de dados utilizada para o cálculo do indicador deve ser confiável, de tal forma que diferentes avaliadores possam chegar aos mesmos resultados. Seletividade: deve-se estabelecer um número equilibrado de indicadores que enfoquem os aspectos essenciais do que se quer monitorar.

5 Disponível em: http://portal2.tcu.gov.br/portal/pls/portal/docs/2063230.PDF. Acessado em: 24/07/2013.

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Simplicidade: o indicador deve ser de fácil compreensão e não envolver dificuldades de cálculo ou de uso. Cobertura: os indicadores devem representar adequadamente a amplitude e a diversidade de características do fenômeno monitorado, resguardado o princípio da seletividade e da simplicidade.

Além disso, a falta de coleta de dados para medir os resultados da TI revela

fragilidades no planejamento e resulta em riscos às áreas de negócios da CAIXA, uma vez que, sem ferramentas para verificar a capacidade que a TI possui de agregar valor ao negócio da Entidade, os gestores não poderão propor melhorias ou corrigir falhas existentes.

Posto isso, verifica-se a importância de um critério definidor de escolha de

indicadores a fim de evitar que seja “mais um número ou indicador” sem atender realmente aos interesses da organização; que a medida seja de compreensão de todos que terão acesso; e que reflita de forma direta e específica o campo ou a dimensão de resultado em avaliação.

Por fim, o Acordão TCU nº 2.308/2010 – Plenário determina a fixação de

indicadores e metas para os objetivos estratégicos de TI que:

9.1.1. orientem as unidades sob sua jurisdição, supervisão ou estrutura acerca da necessidade de estabelecer formalmente: (i) objetivos institucionais de TI alinhados às estratégias de negócio; (ii) indicadores para cada objetivo definido, preferencialmente em termos de benefícios para o negócio da instituição; (iii) metas para cada indicador definido; (iv) mecanismos para que a alta administração acompanhe o desempenho da TI da instituição;(Acordão TCU nº 2.308/2010 – Plenário)

Recomendação 01

Tratar os fatores que estão impedindo a coleta de dados e a fixação de metas e,

se viável, substituir os indicadores por outros executáveis.

Recomendação 02 Adotar metodologia/critério para a escolha de indicadores, de forma que os

mesmos possuam as características desejadas, conforme a melhor literatura.

1.1.3.2 CONSTATAÇÃO

Ausência de reuniões mensais do Comitê de TI.

Fato Por meio de Solicitação de Auditoria, foram pedidas todas as Atas de reuniões

do CETI realizadas em 2012. Após análise da resposta da CAIXA, verificou-se que, durante o exercício de 2012, foram realizadas apenas 6 reuniões, sendo 5 ordinárias e 1 extraordinária.

##/Fato##

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Causa Decisão do Vice-Presidente de Tecnologia da Informação - VITEC de não

convocar as reuniões, tendo em vista que, consoante o Regimento Interno do CETI cabe àquele exercer a presidência do Comitê e, como tal, convocar as reuniões.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Instada a se manifestar, a SUGTI pontuou as seguintes justificativas para a falta

de reuniões do CETI:

Desde 2012 a CAIXA contratou Consultoria Estratégica com a Empresa McKinsey para estudar, propor e implantar Novo Modelo de Gestão da CAIXA, que inclui a reestruturação das instâncias de governança corporativa. E assim, o CETI – Comitê Estratégico de TI encontra-se em fase de revisão e atualização de atribuições, o que contribui sobremaneira para que houvesse realizações de reuniões apenas para tratar assuntos pontuais, diferenciando da periodicidade contida no regimento interno do Comitê de TI.

Com relação à manifestação da Unidade sobre a Recomendação 01 do item

1.1.3.2 do Relatório Preliminar, foi apresentada informação de que um Novo Comitê Delegado de Tecnologia foi constituído por meio da Resolução nº 6.528/2013 e que as reuniões serão realizadas mensalmente, conforme estabelece o Regimento Interno do referido Comitê.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno As razões apresentadas pela Unidade não foram acolhidas pela equipe de

auditoria, haja vista que:

• De acordo com §1º do Art. 8º do Regimento Interno do CETI, o Comitê reunir-se-á mensalmente, em data e hora previamente estabelecidas na convocação;

• O Comitê é responsável pela condução da estratégia de TI e, por isso, deve se reunir para fins de colocar em prática as suas atribuições regimentais;

• A justificativa de que a Entidade está passando por uma reestruturação é insuficiente, uma vez que a organização deve se planejar para evitar que mudanças internas atrapalhem a condução dos negócios;

• A falta de reuniões demonstra a baixa execução da Governança de TI.

A equipe de auditoria considera que não foram apresentados fatos novos, após o envio do Relatório Preliminar para análise da Unidade, que pudessem justificar a ausência de reuniões do Comitê de TI e as recomendações serão acompanhadas por meio do Plano de Providências Permanentes – PPP para 2014.

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Recomendação 01 Recomendamos que a CAIXA reveja a necessidade de reuniões mensais do

Comitê de TI, de forma que o número de reuniões, durante o ano, fique em consonância com a necessidade de manifestações da referida instância.

##/AnaliseControleInterno##

1.1.3.3 CONSTATAÇÃO

Ausência de atuação do Comitê de TI – CETI no monitoramento do desempenho da gestão estratégica de TI.

Fato

Indagada sobre a existência de documento que comprovasse a atuação do CETI

no acompanhamento dos indicadores e resultados dos objetivos estratégicos do PETI 2012 – 2015, a CAIXA não apresentou documento que comprovasse o referido acompanhamento. Outra evidência que corrobora a constatação é que a CAIXA apresentou ata de apenas 6 reuniões do CETI e, em nenhuma delas, consta o assunto como pauta.

Além disso, não consta no Regimento Interno do CETI, a competência para

acompanhar os resultados dos indicadores definidos para verificar a execução dos projetos estratégicos de TI.

Por fim, foi solicitado documento que comprovasse o encaminhamento

semestral dos Relatórios de Análise da Estratégia - RAE ao Comitê de TI, conforme preconiza o item 3.1.7 do MN TE 188, mas nenhum documento foi apresentado.

##/Fato##

Causa Ausência de atribuição normatizada no Regimento Interno do CETI. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Instada a se manifestar, a SUGTI apresentou a seguinte justificativa:

Quanto à atuação do CETI – Comitê Estratégico de TI no acompanhamento do desempenho da gestão estratégica de TI, informamos que seu papel está sendo revisto desde 2012 por conta do desenho do novo modelo de gestão no qual estão sendo definidos os papeis e atuações dos Comitês no âmbito da CAIXA, modelo recém divulgado internamente, porém, isto não afetou o acompanhamento do desempenho da gestão estratégica de TI como pode ser evidenciado pela divulgação das informações no Painel de Gestão da VITEC e nas atas de reunião dos Relatórios de Análise da Estratégia – RAE. Esclarecemos, ainda, que o MN TE 188 está em atualização, conforme Roteiro Padrão 8340, a fim de rever, entre outros pontos, os papeis e responsabilidades no contexto de monitoramento e controle estratégico de TI.

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Após manifestação da Unidade, foi encaminhada nova Solicitação de Auditoria pedindo esclarecimentos quanto às mudanças que estão em fase de implementação, citando o posicionamento do Comitê de TI no novo organograma da CAIXA, as principais alterações nas competências regimentais e as melhorias que poderão advir dessa implementação. A resposta da Unidade foi a seguinte:

Informamos que a Área de Tecnologia da CAIXA entregou proposta à McKinsey, empresa de consultoria contratada pela Área de Modelagem Organizacional da CAIXA, que subsidia a referida Área na implementação do Novo Modelo de Gestão da CAIXA implantado neste ano de 2013. A proposta em discussão é de que o atual “Comitê Estratégico de Tecnologia da Informação (CETI)” seja substituído por um Comitê com assento no Conselho Diretor, constituído também por representantes de outras Unidades, externos à Área de Tecnologia.

Com relação à manifestação sobre a Recomendação 01 do item 1.1.3.3 do

Relatório Preliminar, a Unidade informou que a recomendação já foi atendida, tendo em vista que foram incluídas nas atribuições do novo Comitê de TI o Monitoramento de projetos corporativos de TI e os projetos de sistemas estratégicos.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno As mudanças que estão sendo propostas pela CAIXA são de suma importância

para a Governança de TI dentro da Entidade. Mas, além de posicionar o Comitê de TI junto ao Conselho Diretor, as competências regimentais devem ser alteradas para que sua atuação tenha impacto efetivo na condução dos negócios da Entidade.

Portanto, apesar de a CAIXA estar alterando a estrutura do Comitê, não foram

informadas as alterações que serão feitas no seu Regimento Interno e, portanto, esta equipe de auditoria concluiu por recomendar alterações no referido regimento e aguardar a implementação das que estão sendo realizadas.

Com relação à manifestação após o Relatório Preliminar, a equipe de auditoria

entende como satisfatória a mudança realizada pela Unidade, mas a sua implementação deverá ser acompanhada por meio do Plano de Providência Permanente – PPP.

Recomendação 01

Recomendamos que se inclua no Regimento Interno do CETI a competência

para monitorar os resultados da execução dos projetos estratégicos, conforme dispõe o Cobit 4.1, PO4.3.

Recomendação 02

Recomendamos que se inclua no Regimento Interno do CETI a competência

para monitorar os níveis de serviço de TI e suas melhorias, conforme dispõe o Cobit 4.1, PO4.3.

naliseControleInterno##

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1.1.3.4 INFORMAÇÃO

Política de Segurança de TI

A Política de Segurança da Informação da CAIXA foi aprovada pela Resolução

do Conselho Diretor nº 5428/2011, de 25/11/2011. Ela sofreu uma revisão em novembro de 2012, contudo, em razão de não terem sido verificados fatores determinantes de alteração, manteve-se integro o seu inteiro teor, com seu pleno alinhamento às estratégias da instituição.

A Política tem como objetivo estabelecer princípios e diretrizes para proteção e

disciplina do uso dos ativos de informação da CAIXA ou sob sua custódia, assegurando a confidencialidade e disponibilidade. Ela aborda os temas gerais necessários para o atingimento do objetivo, tais como princípios, diretrizes, indicadores e responsabilidades.

No que se refere à publicação dessa política, a CAIXA utiliza o sistema

corporativo Sistema de Manuais Normativos – SISMN, por meio do qual são publicados todos os normativos internos da Empresa. Já a divulgação, é feita corporativamente pela área de Controles Internos da CAIXA via Assistentes de Conformidade.

#/Fato##

1.1.3.5 CONSTATAÇÃO

Alto índice de rotatividade dos empregados da Vice Presidência de TI – VITEC.

Fato O Plano Estratégico de TI - PETI 2012-2015 da CAIXA estabelece como um de

seus princípios a Valorização de Talentos. O PETI ainda define “Pessoas” como sendo uma de suas diretrizes especificas, que será alcançada através da valorização de equipes, da capacitação e formação e, por fim, através do provimento (processo seletivo externo, por exemplo).

Nesse sentido, os Recursos Humanos de TI se tornam um componente de suma

importância para o alcance dos objetivos estratégicos traçados pelo PETI, uma vez que o desenvolvimento de sistemas e a eficácia e eficiência nas entregas dos produtos demandados pelas áreas de negócio da CAIXA dependem das “Pessoas” para se concretizarem.

Apesar de a Gestão de Pessoas ser elevada ao nível estratégico da CAIXA, após

análise ao Mapa Estratégico de TI do RAE – 2012, verificou-se que a CAIXA estabelece como ponto de atenção, dentro da perspectiva “Aprendizado”, o objetivo “Valorizar o quadro de pessoal da VITEC”.

Outro ponto destacado pelo referido relatório é que, dentre o total de

empregados de TI com pós-graduação, apenas 66,6% são pós-graduações em TI. Nesse mesmo sentido o relatório também destaca que as horas de treinamento não são

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segregadas por áreas de conhecimento e, por isso, não conhece o grau de especialização dos empregados.

Valorizar o quadro de pessoal da VITEC é um dos objetivos estratégicos

definidos no PETI 2012 – 2015. Para acompanhar esse objetivo foi definido o indicador “rotatividade dos empregados da VITEC” e estabelecido meta de 6% para 2012.

Em inspeção documental realizada no RAE 2012, verificou-se que, no primeiro

trimestre de 2012, o indicador alcançou a marca de 1,7% e chegou a 8,3% no último quadrimestre, ou seja, aumento de 6 pontos nos 4 trimestres do ano.

Segundo o referido relatório, as seguintes áreas contribuíram para o aumento no

índice: Centralizadoras de Desenvolvimento e Produção, com a movimentação de 57 e 87 empregados, respectivamente; as filiais de Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, com movimentação de 23 empregados ao todo; e as unidades matrizes que contribuíram com 25 empregados.

Rotatividade dos empregados da VITEC (turnover)

Fonte: RAE 2012

É importante destacar ainda que a CAIXA eleva os Recursos Humanos ao nível

estratégico da organização e estabelece como um dos seus objetivos empresariais para 2012 – 2022 “ser reconhecida como uma das Empresas em Excelência nas Práticas de Gestão de Pessoas”.

Além de o RAE indicar alto índice de rotatividade, o Relatório de Auditoria da

Audit nº 0964/12 de 09/11/2012 indica esse mesmo problema como constatação. ##/Fato##

Causa Falta de política de retenção de talentos, juntamente com a baixa oportunidade

de crescimento profissional na área. #/Causa##

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Manifestação da Unidade Examinada A SUGTI se manifestou, nos seguintes termos, sobre o alto índice de

rotatividade:

O índice de rotatividade publicado no Relatório de Análise da Estratégia 2012 reflete as seguintes situações: transferência de empregados para outras Vice Presidências, cessão, aposentadoria, falecimento e demissão a pedido. No ano de 2012 houve um total de 230 empregados que se desligaram da VITEC (Vice Presidência de TI), o que totaliza um percentual de 8,3%. Esse índice foi motivado especialmente pelas oportunidades de ascensão apresentadas em processos seletivos internos de outras unidades fora da TI e adesão ao PAA – Programa de Apoio à Aposentadoria.

Após o recebimento do Relatório Preliminar, a CAIXA informou que:

(...) em trabalho conjunto com a VP Gestão de Pessoas, foi elaborado um novo Plano de Carreira para os empregados de TI com o intuito de atrair empregados com conhecimento em TI, valorizar os profissionais que hoje já se encontram lotados nas diversas Unidades vinculadas à VITEC e consequentemente reter os profissionais e com isto minimizar os riscos para os negócios da Empresa. O Plano de Carreira está em fase final de elaboração para então ser submetido ao Conselho Diretor da CAIXA e posteriormente ao Ministério do Planejamento – DEEST. (...) Algumas dessas vagas foram repostas ao longo do ano com a entrada de novos empregados também oriundos de Processos Seletivos Internos além de novos empregados aprovados em concurso público.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada#

Análise do Controle Interno As justificativas não procedem já que, a excessiva rotatividade de pessoal

(turnover) da área de TI coloca em risco a continuidade dos projetos em execução, uma vez que gera perda de conhecimento sobre os principais sistemas que suportam as áreas de negócio da organização e atrasa as entregas das soluções de TI.

A rotatividade de pessoal não é uma causa, mas o efeito ou consequência de

certos fenômenos localizados interna ou externamente à organização, e que condicionam a atitude e o comportamento do pessoal. Portanto, torna-se imprescindível a tomada de providências a fim de se evitar que o turnover ocasione atrasos nos negócios da Entidade e perda de conhecimento da área.

Por fim, de acordo com a justificativa apresentada pela CAIXA, verifica-se que

a área de TI não tem desenvolvido incentivos suficientes a fim de reter pessoal, posto que as outras áreas têm conseguido oferecer melhores oportunidades.

Com relação à manifestação da Unidade sobre o Relatório Preliminar, a equipe

de auditoria considera que não foram apresentados fatos novos que pudessem mudar o

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entendimento na constatação, já que o referido Plano de Carreira ainda não foi finalizado e nem aprovado pelo Conselho Diretor da CAIXA e pelo DEEST.

Assim, a equipe de auditoria entende como satisfatória a mudança realizada pela

Unidade, mas a sua implementação deverá ser acompanhada por meio do Plano de Providência Permanente – PPP.

Recomendação 01

Realizar análise formal para identificar os fatores determinantes da elevada

rotatividade e trata-los através da implementação de políticas de incentivo à retenção de talentos.

2 CONTROLES DA GESTÃO

2.1 CONTROLES INTERNOS

2.1.1 AVALIAÇÃO DOS CONTROLES INTERNOS

2.1.1.1 INFORMAÇÃO Avaliação da qualidade e suficiência dos controles internos

Sobre os controles internos da CAIXA, foram analisados relatórios resultantes de trabalhos de auditoria realizados pela Auditoria Geral da CAIXA (AUDIT), no exercício de 2012. Um deles tratou dos controles internos na área de pessoal e o outro, daqueles na área de licitações.

SIPON

Entre fevereiro e março de 2012, foi realizado trabalho de auditoria nos registros

do Sistema de Ponto Eletrônico (SIPON) dos funcionários das agências para a identificação de irregularidades bem como riscos e impactos decorrentes da inobservância das normas existentes (portarias do MTE e manual interno).

Entre as irregularidades, foram apontadas: 1. A ocorrência de transações no Sistema de Automação de Ponto de Venda

SIAPV em horário anterior à entrada ou posterior à saída no SIPON; 2. Ocorrência de transações no SIAPV em jornada distinta do SIPON; 3. Ocorrência de transações no SIAPV por empregados por jornada de trabalho

abonada, integral ou parcialmente, por decisão da chefia; 4. Ocorrência de transações no SIAPV por empregados em gozo do período de

férias. Conforme o relatório RA Auditoria Regional Brasília/DF 340/12, a existência de

tais irregularidades representam um risco operacional para a CAIXA por parte de empregados que podem iniciar ações trabalhistas contra a entidade.

O Balanço Patrimonial de 2012 da CAIXA apresenta R$ 2.629 milhões

provisionados para demandas judiciais trabalhistas que apresentam risco provável de

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ocorrência (Nota 30 das Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis de 31/12/2012), e que incluem como objeto das ações divergências em jornada de trabalho, acordos coletivos, indenizações, benefícios, planos de previdência e subordinação. Levantamento realizado pela AUDIT por meio de arquivo enviado pela Gerência Nacional de Gestão das Regionais Jurídicas (GERID) calculou a quantidade e montante das ações judiciais movidas por funcionários da CAIXA entre 2010 e 2012, cujo objeto fosse somente as divergências entre a jornada de trabalho registrada no SIPON e a efetivamente realizada. Esse levantamento resultou em 2.347 ações, no valor de R$ 87.352 mil.

Para mitigar esse risco, entre outras, foi recomendado ao Gestor da Gerência

Nacional Relações de Trabalho e Provimento (GERET) “acompanhar a implantação da solução “trava SIPON” e, inclusive relativo ao “login único” (item 3.1.6.6)”.

Para acompanhar as recomendações desse relatório, o Gestor da GERET

cadastrou no Sistema de Auditoria (SIAUD) o Plano de Ação AD0200 - Conformidade dos registros da Jornada de Trabalho – SIPON, em que consta a ação 011, específica para atender à recomendação do item 3.1.6.6. Conforme o documento, o aplicativo Estação Única já foi homologado, instalado em todas as Unidades da Matriz e deverá estar implantado em todas as unidades da CAIXA até 31/08/2013. Licitações

Com relação aos controles internos da CAIXA sobre o processo de licitação e

contratação, verificamos que a AUDIT realizou um trabalho que teve como objetivo avaliar a estrutura de controles internos e atestar sua qualificação, em termos de eficiência e de eficácia das ações e funções mitigadoras de riscos operacionais e de prestação de serviços.

Nesse trabalho foram abordados os princípios do Sistema de Controles Internos

contemplados pela CAIXA em seus normativos e que são os cinco componentes do COSO: ambiente de controle, avaliação de risco, atividades de controle e compliance, informação e comunicação e monitoramento.

Os testes aplicados pela AUDIT apontaram criticidade média para o ambiente de

controle, atividades de controle, informação e comunicação e monitoramento; e criticidade alta para avaliação de riscos.

Verificamos que a implementação das recomendações feitas pela Auditoria

Interna para esse trabalho está sendo acompanhadas por meio do sistema SIAUD, sendo que algumas já foram atendidas e outras estão sendo implementadas.

No teste de Avaliação de Riscos foi analisado o Mapeamento de Riscos e

verificou-se que o processo de licitação e contratação não teve seus riscos operacionais mapeados pela GN Risco Operacional (GEROP) e também diagnosticaram que a dificuldade de desenvolvimento de sistemas adequados pode comprometer os objetivos estratégicos da área responsável pelo processo de licitação e contratação.

Destacamos que no teste de Avaliação de Riscos as recomendações efetuadas

foram as seguintes: “Realizar o mapeamento dos eventos de riscos operacionais dos processos sob a gestão dessa gerência e das possíveis ações mitigadoras” e

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“Acompanhar para que o desenvolvimento do Novo Portal de Compras Caixa seja priorizado pela Área de Tecnologia da Informação da CAIXA”

Quanto à recomendação sobre o mapeamento de riscos operacionais, a área

responsável pelo processo – GELIC, informou no Plano de Ação UNICI121(COMP)-001-Licitações, que a previsão inicial para realização do trabalho era o primeiro trimestre de 2013. Em consulta à CAIXA sobre a conclusão desse trabalho, nos foi informado que a GECOT solicitou a prorrogação do prazo para conclusão para 30/09/2013, indicando que a necessidade de prorrogação se deve à agenda e prioridades da GEROP que vai auxiliar no desenvolvimento do trabalho. Controles internos

Por fim, foram constatados problemas com a contabilidade de provisões, judiciais e para devedores duvidosos. No primeiro caso, foram identificados problemas que vão desde a ausência de padronização na constituição de provisões até fragilidades nos sistemas que recebem, segregam e estocam as informações sobre os processos judiciais. Com relação às provisões para devedores duvidosos, foi constatada a ausência de constituição de provisão e de informações em nota explicativa sobre a aquisição de direitos creditórios originários do (A informação aqui foi suprimida, por solicitação da unidade auditada, em função de sigilo fiscal, bancário e/ou comercial, na forma da lei).

3 GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS

3.1 MOVIMENTAÇÃO

3.1.1 QUANTITATIVO DE PESSOAL

3.1.1.1 INFORMAÇÃO

Quantitativo de Pessoal

A CAIXA, ao final do exercício de 2012, contava com 92.925 empregados, apresentando um crescimento de 8,52% em relação a 2011. Ainda assim, esse número ficou dentro do limite máximo do quadro de pessoal da CAIXA estabelecido pela Portaria MPOG 26, de 21/10/2011, que é de 99.024 funcionários.

Os empregados próprios da CAIXA representaram um dispêndio anual total,

incluindo proventos, encargos sociais, benefícios e outras despesas, de R$ 13.518 milhões. Em comparação com o exercício de 2011, houve um aumento de 16,11% nos gastos com pessoal, que passaram de R$ 11.642 milhões em 2011 para R$ 13.518 milhões em 2012.

A seguir, apresentam-se quadros comparativos com o quantitativo de pessoal e

os dispêndios anuais nos exercícios de 2007 a 2012:

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Quantitativo de Pessoal

Exercício Empregados CAIXA

Adolescentes/ jovens

Aprendizes Estagiários Total de

Empregados Prestadores de

Serviço

2012 92.925 3.693 11.075 107.693 44.021

2011 85.633 1.042 11.259 97.934 31.766

2010 83.185 4.396 11.582 99.163 24.274

2009 81.343 3.736 12.103 97.182 26.358

2008 78.175 3.710 12.090 93.894 31.224

2007 74.949 3.638 11.873 90.460 31.866

∆∆∆∆ 2012/2011 8,52% 254,41% -1,63% 9,96% 38,58%

Fonte: Relatórios Financeiros CAIXA, Resposta de SA.

Despesas com Pessoal – R$ milhões

Exercício Proventos Benefício Encargos Sociais Outros Total

2012 8.663 1.467 3.186 202 13.518

2011 7.398 1.340 2.724 178 11.642

2010 6.376 1.118 2.295 165 9.954

2009 5.787 1.196 1.999 160 9.141

2008 5.340 1.271 1.728 146 8.485

2007 4.512 1.164 1.472 128 7.277

∆∆∆∆ 2012/2011 17,10% 9,48% 16,96% 13,48% 16,11%

Fonte: Balanço Patrimonial CAIXA 2012. Em relação a empregados terceirizados, a CAIXA informou que, no exercício,

não há contratos de prestação de serviço com locação de mão de obra, mas tão somente contratos de prestação de serviço especializado.

Afirma ainda que, a contratação de empresas terceirizadas se dá em estrita

observância à legislação aplicável, sendo que os serviços não configuram atividade-fim da CAIXA, mas tão somente dão suporte ao funcionamento da empresa (Decreto Lei 200/67, art. 10, que permite a descentralização das atividades da Administração Federal, com objetivo de impedir o crescimento desmensurado da máquina administrativa e condicionada aos ditames do interesse público). Além disso, a relação contratual é estabelecida entre a CAIXA e a empresa especializada (pessoa jurídica), de forma que não se cria entre os profissionais terceirizados e a CAIXA nenhum liame juslaboral (que pressuponha pessoalidade ou subordinação) (Enunciado 331 do TST, inciso III). O total de profissionais vinculados a esses contratos em 2012 foi de 44.021.

Por fim, a CAIXA informou, que dos seus empregados próprios, 42.832

possuem curso superior (46,09%); 20.989 têm pós-graduação (22,59%) e 1.077, mestrado ou doutorado (1,16%). Em relação ao ano anterior, cresceu o número de funcionários com ensino médio (21,64%) e pós graduação completos (12,81%). O aumento de funcionários com ensino médio completo é compatível com a admissão de 6.543 funcionários para o cargo de técnico bancário novo, realizado através de concurso público em 2012, cujo requisito era o certificado de conclusão ou diploma de curso de nível médio.

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Distribuição dos funcionários por escolaridade

Escolaridade

2012

2011 ∆∆∆∆

2012/2011 TOTAL %

Ensino Fundamental Completo 7 0,01% 92 -92,39%

Ensino Médio Completo 28.020 30,15% 23.035 21,64%

Ensino Superior Completo 42.832 46,09% 42.826 0,01%

Pós Graduação Completo 20.989 22,59% 18.606 12,81%

Mestrado Completo 995 1,07% 951 4,63%

Doutorado Completo 82 0,09% 61 34,43% TOTAL 92.925 100,00% 85.571 8,59%

Fonte: Resposta de SA.

O crescimento da CAIXA em 2012, tanto em número de funcionários quanto nas

despesas, foi maior que a média6 entre 2007 e 2013. Em 2012, o número de empregados cresceu 8,52% contra 3,97% no período e a despesa total com eles aumentou 16,11% contra 12,55%. Apesar de maior, esse crescimento foi absorvido pelo aumento na abertura de pontos de atendimento bancário em relação a 2011 (300%), embora o ativo imobilizado tenha variado 10% entre os dois exercícios.

##/Fato##

3.1.2 PROVIMENTOS

3.1.2.1 INFORMAÇÃO

SISAC

A Instrução Normativa TCU 55/2007 estabelece que o órgão de pessoal da

autoridade administrativa deve cadastrar no Sistema de Registro e Apreciação de Atos de Admissão e Concessão (SISAC) as informações pertinentes aos atos de admissão, concessão e desligamento, e encaminhar os respectivos processos à CGU, que deve emitir parecer quanto à legalidade dos atos de admissão e de concessão cadastrados pelos órgãos de pessoal a ela vinculados.

Em 2012, a CAIXA informou ter contratado 11.035 empregados e desligado

3.810 funcionários. Com o objetivo de verificar se essas admissões e demissões foram registradas no SISAC, compararam-se as relações enviadas pela Superintendência Nacional de Responsabilidade Social, Empresarial e Relacionamento com Empregado (SURSE) com a extração do sistema disponibilizada pela Coordenação-Geral de Área de Pessoal e Benefícios - DPPCE, área da CGU responsável pelo controle dos dados do SISAC. Nessa comparação, verificou-se que 115 demitidos não constavam na referida base da DPPCE.

Questionada, a CAIXA respondeu que a maioria (105 casos) se referia a

desligamentos motivados por aposentadoria por invalidez, que não precisam ser registrados no SISAC por se tratarem de contratos suspensos sem o rompimento do vínculo empregatício.

Os atos de desligamento de 09 empregados foram devidamente enviados ao

SISAC conforme relatórios de “Impressão do Resultado de Transferência de Atos”,

6 Média Geométrica.

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encaminhados pela Gerência Nacional de Relações do Trabalho e Provimento (GERET).

O ato de desligamento de um empregado, cujo motivo foi alterado de

aposentadoria por invalidez para rescisão por justa causa, em virtude de condenação judicial em Ação Civil Pública em 07/05/2012, foi enviado pela Caixa ao SISAC em 21/05/2013, conforme relatório encaminhado pela GERET na mesma data.

Sendo assim, verificamos que todos os atos de admissão e desligamento

ocorridos no exercício de 2012 foram devidamente registrados no SISAC. ##/Fato##

3.2 REMUNERAÇÃO, BENEFÍCIOS E VANTAGENS

3.2.1 CONSISTÊNCIA DOS REGISTROS

3.2.1.1 CONSTATAÇÃO Ausência de ações para mitigar a inadimplência dos órgãos cessionários de empregados. Fato

A CAIXA possuía, em 31/12/2012, 419 empregados cedidos para outros órgãos,

conforme planilha encaminhada pela SURSE.

Com relação ao ressarcimento, no caso dos empregados cedidos sem ônus, todo valor pago pela CAIXA é ressarcido pelo órgão cessionário. Por outro lado, no caso dos empregados cedidos com ônus, é a CAIXA que arca com todo o dispêndio.

A SURSE informou, também, que a CAIXA, no exercício de 2012, tinha a

receber de outros órgãos, devido à cessão de seus empregados, o montante de R$ 102.051 mil. Destes, foram efetivamente recebidos R$ 95.479 mil, ou 94% do total. Assim, encontrava-se em aberto o valor de R$ 6.571 mil relativo a ressarcimentos de cessão.

Essa situação já foi descrita no relatório 201203887 de Auditoria Anual de

Contas da CAIXA de 2012 (colocar o ano do relatório), no item 1.1.4.2, gerando uma recomendação à CAIXA para o “Cumprimento dos termos estabelecidos no manual normativo interno OR090003, em especial no que se refere a órgãos inadimplentes”.

Conforme o item 3.4.5 do Manual Normativo (MN) OR090003, “Considera-se

órgão inadimplente aquele com ressarcimento(s) pendente(s) por mais de 60 dias a contar da data de vencimento informada no ofício de cobrança enviado ao Órgão Cessionário pela GN Gestão de Pessoas”.

Ainda, segundo o mesmo manual:

[...] 3.5.1 O retorno do empregado cedido ocorre: - ao término da cessão/requisição;

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- a qualquer tempo, mediante interesse da CAIXA, do empregado ou do órgão; - por opção da CAIXA, em decorrência de inadimplência do órgão por período superior a 60 dias, com retorno imediato do empregado; - por iniciativa da CAIXA por decisão estratégica empresarial; - por iniciativa da Área de Relacionamento ou da Área de Lotação. 4.7.2.3 Providencia a inscrição do órgão no CADIN, quando o atraso for superior a seis meses, conforme os normativos FI053 e FI054. [...]

Assim, o Controle Interno se manifestou da seguinte forma:

Apesar de informar as medidas a serem tomadas em caso de inadimplência dos órgãos cessionários, entende-se que a CAIXA não esclarece porque alguns desses órgãos não efetuaram ressarcimentos por vários meses sem que houvesse o retorno do empregado à CAIXA nos prazos previstos no normativo interno supracitado ou a inscrição do órgão no CADIN.

De acordo com o Plano de Providências Permanentes (PPP) entre a CGU e a

CAIXA, os gestores responsáveis pela Superintendência Nacional de Administração de Pessoas (SUAPE) tomaram as seguintes ações para atender a recomendação:

- Os valores recebidos foram conciliados com os valores em aberto para confirmar a inadimplência;

- Os órgãos que permaneceram com valores não ressarcidos foram cobrados via ofício;

- Migração das atividades de acompanhamento e controle dos ressarcimentos de cessão para a SUREL/GEREL (novembro de 2012).

Apesar dessas ações, a inadimplência dos órgãos cessionários aumentou 87%

entre os exercícios de 2011 e 2012, passando de R$ 3.510 mil para R$ 6.571 mil.

##/Fato##

Causa

Falta de controles informatizados sobre os ressarcimentos efetuados pelos órgãos cessionários; descumprimento de Manual Interno que regulamenta o assunto; falta de definição sobre a competência para tratar o assunto.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

A respeito desse crescimento, inicialmente a CAIXA, por meio da

Superintendência Nacional Relacionamento Institucional (SUREL), não se manifestou no prazo solicitado, justificando a impossibilidade “em vista do processo de reestruturação em curso na CAIXA, a previsão de conclusão da implantação do novo modelo de gestão para o final do mês de julho e a indefinição de qual unidade será responsável pelo processo de cessão de empregados”.

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Em 29/07/2013, a SUREL enviou resposta sobre as ações executadas pela

Superintendência desde janeiro de 2013, quando a atividade migrou para a Gerência Nacional de Relacionamento Institucional (GEREL). Ressarcimento devido por empregados cedidos pela CAIXA em 2012

ÓRGÃO

TOTAL COBRADO

TOTAL RESSARCIDO

DIFERENÇA (dez/2012)

DIFERENÇA (29/07/2013)

Advocacia Geral da União 7.562.469,67 7.530.051,07 32.418,60 0,00CONAB 402.088,94 377.103,86 24.985,08 0,00Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares 187.866,15 0,00 187.866,15 0,00Governo Acre 538.865,52 486.988,47 51.877,05 0,00Governo Bahia 2.372.198,61 1.654.419,69 717.778,92 133.706,71Governo Ceará 2.311.742,74 2.235.747,59 75.995,15 43.567,21Governo Distrito Federal 1.815.239,50 1.538.238,33 277.001,17 91.463,13Governo Espírito Santo 138.538,46 104.508,31 34.030,15 34.030,15Governo Maranhão 932.178,04 617.951,53 314.226,51 281.279,70Governo Rio de Janeiro 4.356.115,20 3.200.670,91 1.155.444,29 651.142,14Governo Rio Grande do Norte 248.154,18 0,00 248.154,18 248.154,18Governo Tocantins 466.489,03 450.464,81 16.024,22 0,00IPEA 198.200,83 160.919,68 37.281,15 37.281,15ITI 825.871,36 755.004,98 70.866,38 69.860,04Ministério Planejamento, Orçamento e Gestão 5.761.303,21 3.723.141,38 2.038.161,83 328.846,79Ministério Público Rio de Janeiro 275.345,83 219.017,57 56.328,26 56.328,26Ministério Trabalho 205.186,74 199.565,15 5.621,59 5.621,59Prefeitura Aracajú 1.088.672,23 972.642,00 116.030,23 116.030,23Prefeitura Canoas 219.712,98 185.082,34 34.630,64 0,00Prefeitura Crateús 124.784,21 0,00 124.784,21 193.406,60Prefeitura Fortaleza 769.463,48 630.900,36 138.563,12 127.994,66Prefeitura Goiânia 417.334,14 398.801,00 18.533,14 0,00Prefeitura Gravatá 222.063,49 152.672,65 69.390,84 69.390,84Prefeitura Itaboraí 214.207,63 120.885,20 93.322,43 93.322,43Prefeitura Lauro de Freitas 190.051,32 162.152,17 27.899,15 27.899,15Prefeitura Macaé 173.743,99 159.675,36 14.068,63 14.068,63Prefeitura Nova Iguaçu 146.537,93 52.742,88 93.795,05 0,00Prefeitura Recife 235.983,78 0,00 235.983,78 235.983,78Prefeitura Rio de Janeiro 467.079,94 466.118,17 961,77 0,00Prefeitura Serra 297.839,73 248.960,19 48.879,54 48.879,50Prefeitura Vitória 434.191,55 403.978,81 30.212,74 15.810,19Secretaria Especial Políticas Mulheres 696.941,37 667.137,98 29.803,39 0,00Tribunal Regional Federal 1ª Região 1.257.426,78 1.176.452,57 80.974,21 0,00Tribunal Regional Federal 5ª Região 311.659,87 250.751,71 60.908,16 60.908,16Universidade Federal Rio Grande do Norte 101.604,04 93.010,55 8.593,49 0,00

TOTAL 102.050.748,67 95.479.356,44 6.571.392,23 2.984.975,22 Fonte: Resposta de SA.

Primeiramente informa ter reduzido a diferença inicial de R$ 6.571 mil (sem

ajustes) para R$ 2.985 (45%) por meio do envio de “ofícios específicos de cobrança aos órgãos e mensagens eletrônicas aos cedidos, efetuados contatos telefônicos com as agências depositárias e as respectivas Superintendências Regionais, além dos responsáveis pelos pagamentos nos órgãos”.

Sobre as dificuldades encontradas, explicou:

Acrescente-se que os ressarcimentos efetuados intempestivamente apresentam dificuldades adicionais para serem rastreados pelo atual sistema de pagamento desses débitos, cujos controles ainda não estão informatizados, exigindo que seja demandada frequentemente a remessa de comprovantes de liquidação dos débitos por parte do próprio órgão cessionário.

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Atualmente, a SUREL está desenvolvendo junto aos setores da Tecnologia da Informação e de Cobrança da CAIXA os procedimentos necessários à implantação da cobrança eletrônica dos ressarcimentos mediante a emissão de boletos, visando à melhoria, principalmente, na conciliação contábil dos pagamentos efetuados e permitindo, dessa forma, o acompanhamento tempestivo dos ressarcimentos pelos órgãos cessionários.

Quanto aos valores em aberto relativos ao exercício de 2011, a área informou

que foram recebidos R$ 2.333.110,30 (69,1%) até o momento. Sobre a competência para executar esse processo, a SUREL informou que,

apesar da extinção da GEREL em junho de 2013, a atividade permanecerá definitivamente sob responsabilidade da superintendência.

Paralelamente, esta equipe questionou a SUREL sobre os indicadores

quantitativos e qualitativos em uso para compreender o impacto deste processo no trabalho da superintendência, quanto à:

a) A gerência responsável pelo cálculo do indicador; b) Os objetivos de controle gerencial que justifiquem a adoção de cada um

dos indicadores arrolados; c) O período em que o indicador vem sendo apurado; d) As unidades de dentro e fora da Superintendência que fazem uso

sistemático dos indicadores e e) A base normativa interna e/ou externa em que se baseia a produção de

cada um dos indicadores, quando for o caso. A SUREL informou utilizar, principalmente, dois indicadores sendo que um está

relacionado com a cessão de empregados com ônus, conforme resposta abaixo:

Efetividade da estratégia das Cessões: este indicador avalia as cessões de empregados efetuadas com ônus para a CAIXA. A avaliação das cessões é quesito indispensável para a preservação do interesse público.

Após a análise do Relatório Preliminar, a SUREL não identificou óbice em relação ao conteúdo da constatação 3.2.1.1 e suas respectivas recomendações. Análise do Controle Interno

Reconhecendo a efetividade das ações executadas pela SUREL para a redução

da inadimplência por parte dos órgãos cessionários de empregados, apontada no Relatório de Auditoria Anual de Contas da Caixa de 2011, e das ações informadas pelo Gestor para o atendimento da recomendação da CGU, identificou-se a existência de algumas deficiências relacionadas a:

a) A CAIXA continua sem fazer uso de mecanismo existente no MN

OR090003 que possibilita à entidade requisitar imediatamente o empregado em decorrência de inadimplência do órgão por período superior a 60 dias;

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b) O indicador relacionado com a cessão de empregados, apesar de utilizar como base normativa o MN OR090, é calculado para as cessões com ônus para a CAIXA, não se aplicando a esse caso;

c) Controles informatizados de geração de débito, boleto e pagamento dos órgãos cessionários.

Recomendação 01 Desenvolvimento de indicador relacionado à redução e/ou controle da

inadimplência dos órgãos cessionários de empregados da CAIXA e utilização do mesmo para avaliar a área gestora responsável pelo processo de gestão das cessões no sistema de avaliação da CAIXA, no caso de cessões sem ônus. Recomendação 02 Priorizar junto à área de informática, o desenvolvimento dos controles informatizados que foram citados pela área como estando em desenvolvimento.

#/AnaliseControleInterno##

3.2.1.3 INFORMAÇÃO Acúmulo de cargos

Também sobre a folha de pagamentos, foi feito o cruzamento de dados de funcionários com vínculo ativo em 2012 (exceto os cedidos nesse exercício) encaminhados pela CAIXA com a Relação Anual de Informações Sociais - RAIS, ano-base 2012, para a verificação da existência de empregados com acúmulo de cargos não permitidos pela legislação.

Foram encontrados 163 funcionários que podem ter acumulado o emprego

exercido na CAIXA com cargos/empregos públicos, em situações potencialmente não permitidas pelo disposto no art. 37 da Constituição Federal. A relação com os nomes e CPF dos funcionários foi encaminhada à CAIXA, para análise e providências, quando cabíveis e foi solicitado que as medidas tomadas e os respectivos resultados fossem informados à CGU em um prazo indicativo de 120 dias.

##/Fato##

4 GESTÃO DO SUPRIMENTO DE BENS/SERVIÇOS

4.1 PROCESSOS LICITATÓRIOS

4.1.1 OPORTUNIDADE DA LICITAÇÃO

4.1.1.1 INFORMAÇÃO Avaliação da gestão de compras e contratações

No exercício de 2012 a CAIXA realizou 7.151 licitações e contratos, que atingiram o montante de 8,9 bilhões conforme apresentado no quadro a seguir:

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Tipo Modalidade de contratação Qtde Valor

LICITADO

Convite 14 1.155748,61 Tomada de preços 33 19.514.048,16 Concorrência 19 119.822.215,61 Credenciamento 2.626 Pregão eletrônico 1.922 6.092.672.269,18 Subtotal licitado 4.614 6.233.164.281,56

DIRETA

Contratação direta por dispensa 104 118.596.243,98 Contratação direta p.dispensa - valor 1.569 17.173.524,51 Emergenciais 12 83.606.278,77 Contratação direta por inexigibilidade 95 1.159.189.747,06 Lei 10.188/01-recuperação imóveis PAR 60 15.948.057,14 Contrato firmado com participadas 4 1.210.934.521,16 Adesão-Ata reg.preços outros órgãos/ent 2 12.409.222,00 Locação* 697 50.053.130,70 Subtotal direta 2.537 2.667.910.725,32

TOTAL GERAL 7.151 8.901.075.006,88 Fonte: *GEINF – Valor de aluguel pago no ano 2012 – posição SIPAT 14 DEZ 12 Fonte: GELIC – SIGES posição 02 JAN 13

A Auditoria Interna (AUDIT) da CAIXA realizou, no exercício sob exame, 81

trabalhos referentes à área de licitações e contratos, tendo sido analisados 433 contratos no montante de R$ 2,2 bilhões.

No que se refere à gestão de bens e serviços da CAIXA, nossa atuação teve

como foco os sistemas utilizados na gestão de compras e contratações:

• Sistema de Contratação, Licitação e Gestão de Contratos – SICLG; • Sistema de Pagamentos da Caixa - SIPAG e • O desenvolvimento do Sistema de Compras e Vendas – SICVE, que

deverá substituir o Portal de Compras da CAIXA. A AUDIT em seu Relatório de Auditoria RA Auditoria Regional Matriz/DF

420/11, emitiu opinião de que houve contratações sucessivas, de objetos homogêneos pela mesma Unidade em que haveria previsibilidade da despesa, o que não as enquadraria no caso de dispensa e ainda concluiu que o sistema de contratação utilizado à época apresentava falhas que permitiram o fracionamento do objeto para o enquadramento das contratações realizadas como “Pequenas Contratações” e que o valor global ultrapassasse o limite legal de dispensa definido no parágrafo único do art. 24 da Lei 8666/93. Por isso, a AUDIT recomendou à GELIC – Gerência Nacional de Licitações que avaliasse a possibilidade de aprimorar o Sistema de Contratação, Licitação e Gestão de Contratos (SICLG), para que emitisse um alerta quando a contratação direta do mesmo objeto extrapolasse R$ 16 mil ao ano.

Foi solicitado à CAIXA informar se houve alteração no SICLG a fim de

incrementar controle de dispensas de licitação por limite de valor, conforme Plano de Ação TICTR113(TI)-001 cadastrado no Sistema de Auditoria - SIAUD.

Para atender à recomendação, a GELIC disponibilizou relatório, em página

intranet, que é elaborado a partir de consulta à base de dados do SICLG e tem como objetivo auxiliar as áreas responsáveis pelas contratações da CAIXA com informações que permitam prevenir a ultrapassagem dos limites legais para dispensa de licitação por valor, bem como contratações onde haja fracionamento de despesas.

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Esse relatório disponibiliza a soma das demandas agrupadas por modalidade, filial e classificação do objeto, de acordo com valor limite de enquadramento e apresenta resumo e dados detalhados quando este montante supera ou está na iminência de superar esta limitação.

Questionados se esse relatório atenderia ao gestor das contratações já que não é

um alerta automático e demanda uma ação do gestor, a área responsável nos informou que esse modelo de relatório baseado nos dados do SICLG atende às necessidades atuais do gestor e também permite, nesse formato, que os casos de exceção sejam tratados por análise do gestor, o que não ocorreria no caso de um alerta que travasse o sistema e não permitisse contratações que ultrapassassem o limite definido por lei.

Quanto ao SIPAG, no relatório 225019, de auditoria da gestão de 2008, foi

constatada a existência de divergências entre os valores estabelecidos contratualmente, registrados no Sistema de Gestão de Contratos e Suprimento (SIGES) e os efetivamente pagos para as empresas CAPITAL Serviços de Vigilância e Segurança LTDA e POLITEC Tecnologia da Informação S.A. registrados no Sistema de Planejamento Econômico e Financeiro (SIPLO). Assim, foi recomendado à CAIXA o desenvolvimento de mecanismos em sistema que permitisse o controle dos pagamentos realizados para os contratos de fornecimento de bens e serviços e que impedissem a ocorrência de pagamentos que ultrapassassem os limites estabelecidos contratualmente, salvo nos casos de exceção que devessem ter atenção e tratamento especial.

Conforme o Plano de Providências Permanente (PPP) de 2009, a CAIXA incluiu

o desenvolvimento do novo SIPAG, que conterá o controle efetivo da execução financeira dos contratos entre as ações para o cumprimento dessa recomendação.

De acordo com informações da área de negócios responsável pela demanda de

desenvolvimento do sistema (Gerência Nacional de Gestão Formal de Contratos e Pagamentos – GEFOP), o SIPAG terá interface com vários sistemas da CAIXA, dentre eles:

- Sistema de Cadastro de Pessoa Física (SICPF); - Sistema de Informações Sociais (SIISO); - Sistema de Interfaces da Área Financeira (SINAF); - Sistema de Administração da Execução Financeira (SIAEF); - Sistema Integrado de Gestão Orçamentária (SIORC); e - Sistema Cliente CAIXA.

Entre 2009 e 2012 somente dois módulos (Cadastro de Fornecedores e

Solicitação de Reserva Orçamentária) foram desenvolvidos. Em janeiro de 2013, a GEFOP informou a Auditoria Interna da CAIXA que:

“Durante a execução das atividades, diversos impactos repercutiram no cronograma original, tais como a redução de horas trabalhadas pela eliminação de HE, ajustes nos módulos especificados e em especificação decorrentes da complexidade negocial.

Tal complexidade ocasionou o desmembramento em submódulos permitindo uma maior qualidade da gestão e da ferramenta, interfaces com os sistemas SIORC, SIAEF e SINAF.

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Na execução dos testes de homologação do software e dos Módulos Cadastro de Fornecedores e Solicitação de Reserva Orçamentária – SRO, foram necessários diversos ajustes e correções nos programas, gerando atrasos no cronograma.”

A mesma área ainda aponta a substituição da empresa contratada para o

desenvolvimento do sistema (15/02/2013) e a necessidade de contextualização à nova empresa, das regras de negócio dos módulos em produção e a serem desenvolvidos, como gerador de atraso. No pólo positivo, a área instalou a Sala de Aceleração de Projeto (SAP), que conta com a participação de 2 empregados da GEFOP dedicados em tempo integral e empregados da CEDES/BR e da Fábrica de Software contratada, para incrementar as atividades de especificação e desenvolvimento do sistema.

Os dois módulos desenvolvidos foram apresentados a esta equipe de trabalho,

em junho de 2013, ainda sem a migração das bases de dados, e algumas das funcionalidades descritas pela área de negócios são:

- a reserva de orçamento para o projeto; - a verificação da existência do fornecedor e se possui pendência judicial

trabalhista com a CAIXA, após a sua contratação; - verificação da existência dos dados bancários do fornecedor na CAIXA

antes do pagamento; - a programação financeira de todos os pagamentos a serem realizados de

modo a não ultrapassar o orçamento reservado; - a obrigação de ateste pela área responsável de contratações, após a

programação dos pagamentos; - impossibilidade de alterar o valor ou forma de pagamento programada

sem novo ateste da área de contratações (proteção contra aumentos no valor contratado sem a devida formalização por aditamento contratual ou acima do limite permitido pela Lei 8666/93, de 25%);

- obrigação de ateste de entrega do bem ou serviço contratado antes de liberado o pagamento pelo sistema.

Diante das alterações ocorridas, o novo cronograma final de implantação do

sistema apresentado pela GEFOP é: - Testes em HMP: 29/11/2013 - Em ambiente de Produção: 16/12/2013 - Migrações: 30/08/2013 - Treinamento Gestores Operacionais e de Pagamento a Fornecedores: 31/12/2013 - Liberação do sistema para uso: 02/01/2014. A área ainda salienta que o projeto teve aporte de recursos próprios de TI e

terceirizados no acompanhamento dessas etapas, com vistas ao cumprimento desse cronograma.

Assim, devido à demora para o desenvolvimento do sistema (desde 2009), às

mudanças na área de tecnologia da CAIXA em resposta à ineficiência para responder às demandas das áreas de negócios, ocorridas entre 2012 e 2013, das quais o projeto de desenvolvimento do SIPAG parece ter se beneficiado e a sua importância para a

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entidade, sugerimos a avaliação do desenvolvimento desse sistema na auditoria de gestão de 2013 da CAIXA, quando o sistema já deverá estar implementado.

Com relação ao “Novo Portal de Compras da Caixa” está sendo desenvolvido o

Sistema de Compras e Vendas da CAIXA - SICVE, que foi apresentado a esta equipe de auditoria em reunião dia 14/06/2013.

Esse novo sistema está sendo desenvolvido como a ferramenta para

operacionalizar todo o processo de licitação, contratação e alienação de bens e serviços e tem como objetivo substituir as soluções atuais que suportam os negócios de aquisição e alienação de bens e serviços da CAIXA e de Outros Compradores (entidades governamentais).

O SICVE começou a ser desenvolvido em 2008, quando foi formalizado o

Termo de Referência e realizada pesquisa de mercado e consultas públicas pela área de TI da CAIXA. De 2008 a 2012 não houve muitos avanços nos trabalhos de desenvolvimento desse sistema, tendo sido alterada a ferramenta de suporte ao fluxo de processo (IProcess) no ano de 2012 e criada a Sala de Aceleração para apoio ao projeto. Em 2013 a CAIXA em parceria com a empresa de consultoria PBTI e com a fábrica de software MAS/SPREAD incrementaram o desenvolvimento do fluxo do processo, geraram telas do sistema, tendo à disposição do projeto uma equipe com 10 empregados das seguintes áreas: GECOT, CEDES e GECBR.

Foi apresentado à equipe de auditoria da CGU um protótipo (em telas) do

SICVE e o cronograma a seguir de desenvolvimento do sistema:

Fonte: SUCOT/GEFOP ##/Fato##