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Ipea - Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas Marcelo Neri (SAE e Ipea) Rogério Boueri (Ipea)

Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

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O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) realizou nesta segunda-feira, dia 2 de dezembro, no Rio de Janeiro, a coletiva de imprensa Cidades em movimento: desafios e perspectivas das políticas públicas. Marcelo Neri, presidente do Ipea e ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), e Rogério Boueri, diretor de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais do Instituto, apresentaram dados sobre migrações internas, variações da população de favelas na última década, deslocamentos para trabalho e estudo, finanças públicas municipais, em particular os efeitos das transferências de recursos, e impactos sobre sustentabilidade ambiental e bem-estar dos moradores.

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Page 1: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

Ipea - Cidades em Movimento:Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

Marcelo Neri (SAE e Ipea)

Rogério Boueri (Ipea)

Page 2: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

Ipea - Brasil em Desenvolvimento

Organizadores:Marco Aurélio CostaRogério Boueri

Page 3: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

Esta apresentação está dividida em duas partes:• Descrição geral dos 30 capítulos distribuídos em 3 volumes da

publicação Brasil em Desenvolvimento (BD) que serão lançados pelo Ipea em dezembro.

• A coletânea Cidades em Movimento explora e estende alguns aspectos da parte urbana do BD tais como atração de talentos (migração de pessoas com diversos níveis educacionais), transporte (movimentos pendulares para estudo e trabalho entre cidades), favelas (avaliação do seu crescimento), transferências (como a economia das cidades são afetadas pelos recursos entre três níveis de governo) entre outros. Procuramos disponibilizar dados abertos com mapas e rankings para todas as localidades brasileiras. Focamos mais aqui, a título de exemplo no caso do Rio de Janeiro (“Três Rios”).

Organização

Page 4: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

Cidades em movimento:Talentos (Migração e Transporte), Moradias (Favelas) e Transferencias Fiscais entre Territórios

Marcelo Neri

Apoio*:Rodrigo RamiroMarcos HecksherLuisa CarvalhaesRafael BragaTiago Bonomo

*Fora os autores dos capítulos

Page 5: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

Migração de Talentos:A migração como fator de distribuição de pessoas com alta escolaridade no território brasileiro

Autores Capítulo 21:Agnes de França SerranoHerton Ellery AraújoLarissa de Morais PintoAna Luiza Machado de Codes

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Há queda nas migrações internas, mas os indivíduos de alta escolaridade possuem maior probabilidade de migrar e a migração continua tendo significativa importância para sua distribuição no território brasileiro. No total da população, eles eram 6,1% em 1991, 7,1% em 2000 e 11,9% em 2010.

No período esta população tem se dispersado pelo país, por um lado, por causa da maior difusão dos cursos superiores, por outro, a migração também tem contribuído neste processo.

Migração e Escolaridade

Escolaridade 1986-1991 1995-2000 2005-2010Baixa 7,8 6,8 5,0Média 8,6 7,7 6,2Alta 8,9 8,5 7,8Total 7,9 7,1 5,7

Probabilidade de migração, por período e níveis de escolaridade: 1986-2010 (%)

Tabelas completas

Page 7: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

2005- 2010 2005-2010

Microrregiões com maior EMIGRAÇÃO de Alta Escolaridade

Microrregiões com maior IMIGRAÇÃO de Alta Escolaridade

1 São Paulo 1 Brasília 2 Rio de Janeiro 2 Curitiba 3 Santa Maria 3 Florianópolis 4 Belém 4 Campinas 5 Presidente Prudente 5 Itajaí

6 Viçosa 6 Itapecerica da Serra

7 Ilhéus-Itabuna 7 Belo Horizonte

8 Vale do Paraíba Fluminense 8 Vitória

9 Ipatinga 9 Osasco

10 Santo Ângelo 10 Porto Nacional

Fonte: Serrano, Araújo, Pinto e Codes (Ipea, 2013, cap. 21) com microdados dos Censos/IBGE.

Ranking das migrações de alta escolaridade

Tabelas completas

Page 8: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

Classificação dos saldos migratórios de microrregiões selecionadas em relação àquelas com que tiveram trocas migratórias (2010)

Fonte: Serrano, Araújo, Pinto e Codes (Ipea, 2013, cap. 21) com microdados dos Censos/IBGE.

Saldos migratórios

Tabelas completas

Page 9: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

SÃO PAULO RIO DE JANEIRO Entre 1986 e 1991 Entre 1995 e 2000 Entre 2005 e 2010 Entre 1986 e 1991 Entre 1995 e 2000 Entre 2005 e 2010

Baixa Esc.

Imigrantes 376,869 310,416 188,277 111,499 143,557 82,101 Emigrantes 511,714 564,208 317,634 138,816 136,052 102,350

Saldo -134,845 -253,792 -129,356 -27,317 7,506 -20,249 Distância Imig 1,478 1,428 1,452 1,205 1,279 1,341 Distância Emig 612 630 634 849 804 742

Média Esc.

Imigrantes 55,910 80,879 100,034 28,516 44,630 56,373 Emigrantes 93,732 166,838 194,442 51,665 68,170 84,712

Saldo -37,822 -85,959 -94,408 -23,149 -23,540 -28,339 Distância Imig 1,133 1,042 1,119 1,088 1,099 1,126 Distância Emig 533 484 515 885 816 748

Alta Esc.

Imigrantes 37,216 49,054 91,554 21,190 28,161 46,417 Emigrantes 57,227 84,968 122,403 37,235 41,618 60,638

Saldo -20,011 -35,914 -30,849 -16,045 -13,457 -14,221 Distância Imig 740 601 621 926 808 773 Distância Emig 496 451 437 837 755 736

Total com 18 anos ou mais

Imigrantes 469,995 440,348 379,866 161,205 216,349 184,891 Emigrantes 662,673 816,013 634,479 227,716 245,839 247,700

Saldo -192,678 -375,665 -254,613 -66,511 -29,491 -62,809 Distância Imig 1,378 1,265 1,164 1,147 1,181 1,133 Distância Emig 591 581 560 855 799 743

*B-Baixa=nível fundamental incompleto; M-Média=fundamental completo até superior incompleto (de 18 a 24 anos até médio completo); A-Alta=superior completo ou mais (de 18 a 24 anos também superior incompleto)

Microrregiões que mais exportam diplomas

Fonte: Serrano, Araújo, Pinto e Codes (Ipea, 2013, cap. 21) com microdados dos Censos/IBGE.Tabelas completas

Page 10: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

BRASÍLIA CURITIBA Entre 1986 e 1991 Entre 1995 e 2000 Entre 2005 e 2010 Entre 1986 e 1991 Entre 1995 e 2000 Entre 2005 e 2010

Baixa Esc.

Imigrantes 96,557 94,369 61,940 97,306 106,713 59,627 Emigrantes 61,728 94,932 62,501 37,093 49,812 43,229

Saldo 34,828 -563 -561 60,213 56,901 16,398 Distância Imig 949 936 917 441 458 506 Distância Emig 520 416 475 490 441 371

Média Esc.

Imigrantes 19,152 36,155 47,212 22,597 39,716 41,861 Emigrantes 21,176 26,528 39,859 11,883 19,995 27,698

Saldo -2,024 9,627 7,353 10,714 19,721 14,163 Distância Imig 1,031 927 882 486 514 535 Distância Emig 736 678 602 582 582 493

Alta Esc.

Imigrantes 13,654 23,440 42,900 13,725 22,311 34,945 Emigrantes 12,692 13,308 25,570 9,719 13,245 22,433

Saldo 962 10,132 17,330 4,006 9,067 12,512 Distância Imig 1,059 990 927 502 503 540 Distância Emig 970 910 930 544 614 589

Total com 18 anos ou mais

Imigrantes 129,363 153,963 152,052 133,627 168,740 136,433 Emigrantes 95,597 134,768 127,930 58,695 83,051 93,361

Saldo 33,766 19,196 24,122 74,932 85,689 43,073 Distância Imig 973 942 909 455 477 524 Distância Emig 628 516 605 517 502 459

*B-Baixa=nível fundamental incompleto; M-Média=fundamental completo até superior incompleto (de 18 a 24 anos até médio completo); A-Alta=superior completo ou mais (de 18 a 24 anos também superior incompleto)

Microrregiões que mais importam diplomas

Fonte: Serrano, Araújo, Pinto e Codes (Ipea, 2013, cap. 21) com microdados dos Censos/IBGE.Tabelas completas

Page 11: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

A região para a qual o Rio de Janeiro (microrregião) mais enviou migrantes de alta escolaridade, entre 2005 e 2010, foi Lagos – também localizada do estado do Rio de Janeiro – que recebeu 3.713 dessas pessoas.

O segundo destino preferido foi a microrregião São Paulo, para onde foram 1.805 indivíduos, seguida da Bacia de São João, situada no estado do Rio de Janeiro, que absorveu 1.704 indivíduos.

Rio de Janeiro

A análise recíproca mostra que o maior grupo de migrantes altamente escolarizados que chegaram na região, havia saído da microrregião Salvador (478 pessoas), vindo em seguida Vale do Paraíba (435) e Belo Horizonte (345).

1.2.

Page 12: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

Os migrantes de alta escolaridade da microrregião do Rio de Janeiro que tiveram como destino as microrregiões Lagos ou Bacia de São João totalizaram 7.404 indivíduos.

Deste quantitativo, a maioria era representada por mulheres (4.139), e apenas 20% do total eram idosos com mais de 60 anos (efeito Dorival Caymmi – citado por André Urani).

A maior parcela dos indivíduos estava, portanto, entre 18 e 59 anos. Dos ativos, a maioria (41%) era trabalhador com carteira assinada, e 23,5% eram militares ou funcionários públicos estatutários. Além disso, cerca de 26,3% dos ocupados trabalhavam por conta própria ou eram empregadores, e 8% estavam empregados, mas sem carteira assinada.

Rio de Janeiro

Page 13: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

As migrações de outras partes do país para a microrregião do Rio de Janeiro (que inclui a capital e 15 municípios metropolitanos de seu entorno, mas não todos os 30 da RMRJ) diminuíram 15% entre os períodos de 1995-2000 e 2005-2010.

Essa redução se deve exclusivamente ao menor influxo de pessoas com ensino fundamental incompleto, que caiu 43%.

Já as imigrações de pessoas com nível médio aumentaram 26% e as de graduados com nível superior subiram 65%.

Rio de Janeiro

Page 14: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

Do total de pessoas com ensino superior na microrregião do Rio em 2010, 3,4% chegaram de outras partes do país há 5 anos ou -.

Por outro lado, 4,4% saíram país afora.

Os principais destinos foram a Região dos Lagos e a Bacia de São João, para onde foram 7.404 diplomados, dos quais apenas 20% tinham 60 anos ou mais (efeito Dorival Caymmi – citado por André Urani).

Rio de Janeiro

Page 15: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

Fonte: Serrano, Araújo, Pinto e Codes (Ipea, 2013, cap. 21) com microdados dos Censos/IBGE.

microrregiões selecionadas em relação àquelas com que tiveram trocas migratórias

(2010)

Classificação dos saldos migratórios

Tabelas completas

Page 16: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

Transportes:Movimento Pendular e Políticas Públicas:Algumas possibilidades inspiradas numa tipologia dos municípios brasileiros

Autores Capítulo 22:Rosa MouraPaulo DelgadoMarco Aurélio Costa

Page 17: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

Em 2010, 15.472.863 pessoas deixavam o município de residência para trabalho e/ou estudo, ou ambos, em outro município, em fluxos de origem (ou saída). Em 2000, esse número era de 7.403.456, o que aponta um incremento de 8.069.407, em 2010.

Os fluxos de destino (ou de chegada) correspondem a 13.946.545 pessoas, com incremento de 6.916.295 em relação às 7.030.250 que se deslocavam em 2000.

O aumento do número de pessoas que realizam movimentos pendulares foi superior, em termos percentuais, ao aumento observado no número de pessoas que trabalham e/ou estudam.

Fonte: Moura, Delgado e Costa (Ipea, 2013, cap. 22) com microdados dos Censos/IBGE.

Movimentos pendulares

Page 18: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

Fonte: Moura, Delgado e Costa (Ipea, 2013, cap. 22) com microdados dos Censos/IBGE.

Mobilidade Pendular: Rio de Janeiro 2010

Tipologia da mobilidade

Page 21: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

Os deslocamentos de pessoas para fins de trabalho e/ou de estudo, portanto, em grande medida, refletem a própria rede de cidades do país. É maior nas metrópoles. O incremento desses deslocamentos, por seu turno, parece refletir o maior dinamismo da economia brasileira, na década de 2000, e uma busca, das pessoas, por aproveitar a conjuntura favorável à mobilidade social, buscando ampliar sua formação escolar, sua capacitação profissional e sua inserção no mercado de trabalho.

Fonte: Moura, Delgado e Costa (Ipea, 2013, cap. 22) com microdados dos Censos/IBGE.

Movimentos pendulares

Page 22: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

Favelas:Avaliação do seu crescimento

Autores Capítulo 23:Vanessa Gapriotti NadalinLucas Ferreira MationCleandro KrauseVicente Correia Lima Neto

Page 23: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

Evolução das favelas: Motivação

1. Classificações de setores censitários como aglomerados subnormais (~ favelas) não são comparáveis entre censos demográficos.

2.Dificuldades na identificação de favelas:

• não há linhas de corte objetivas sobre a partir de qual grau de precariedade habitacional um lugar deva ser classificado com favela

• informações sobre a posse da terra são de difícil acesso

Page 24: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

Evolução das favelas: Motivação

3.Censo de 2010: grande melhora na capacidade de identificação das favelas

• disponibilidade de imagens de satélite

• informações sobre situação cadastral dos terrenos

• ampla pesquisa de campo

Page 25: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

Evolução das favelas: Objetivos

1. Partir da identificação mais precisa de favelas do Censo 2010

2. Comparar espacialmente setores censitários de 2010 e de 2000

3. Identificar conjuntos de setores censitários de 2000 correspondentes aos setores classificados como subnormais em 2010

Page 26: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

Áreas reclassificadasFavelas em 2000 e 2010

Favelas de 2010 não classificadado como favela em 2000

Região com parte em favela em 2010 não classificadado como favela em 2000

Favela em 2000 que passou a ser área normal em 2010

Não contem favela em 2000 nem em 2010

Complexo do Alemão

Complexo da Maré

Morro do Cruzeiro

Morro do Adeus

Page 27: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

Áreas reclassificadasFavelas em 2000 e 2010

Favelas de 2010 não classificadado como favela em 2000

Região com parte em favela em 2010 não classificadado como favela em 2000

Favela em 2000 que passou a ser área normal em 2010

Não contem favela em 2000 nem em 2010

Rocinha

Vidigal

Page 28: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

Manaus

Belém

Forta

lezaRecif

e

Salva

dor

Belo Horizonte

TOTA

L

Brasília

Porto Alegre

Curitiba

São Paulo

Rio de janeiro

-3,7%

29,2%

60

40

30

20

0

-30

-20

50

70

10

-10

Crescimento populacional em favelas por Região Metropolitana

Evolução das favelas – 2000 a 2010

14,7%6,7% 7,1%

-12,8%

9,3%2,6%

-22,1%

-6%

50,7%

6,2%

Page 29: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

1. Para o Brasil, o crescimento populacional menor em favelas reflete a redução da desigualdade e pobreza

2. Renda e número e quantidade de banheiros por domicílio são as variáveis que mais diferenciam as áreas não especiais das subnormais. – Essa distância diminuiu na década

3. O abastecimento por rede de água é mais equânime

População em favelas População Total

2000 2010 crescimento da década 2000 2010 crescimento

da década

Brasil 10.608.458 11.265.802 6,20% 139.073.790 159.205.602 14,50%

Rio de Janeiro 1.272.958 1.394.333 9,30% 5.857.904 6.320.446 7,90%

Evolução das favelas: Resultados

Page 30: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

Transferências Federativas:como a economia e a vida nas cidades são afetadas pelo envio de recursos entre três níveis de governo

Autores do Capítulo 9:Rodrigo Octávio OrairLucikelly dos Santos LimaThais Helena Fernandes Teixeira

Page 31: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

Sistema de transferências para os municípios brasileiros : a pesquisa

1.Traça um macrodiagnóstico do sistema de transferências, com ênfase nos seus impactos sobre a distribuição de recursos dos municípios brasileiros.

2.São analisadas as tendências mais gerais da evolução e distribuição da receita disponível das esferas de governo que inclui: arrecadação própria e transferências (legais e constitucionais).

Page 32: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

Sistema de transferências para os municípios brasileiros : a pesquisa

3.A análise sugere haver um movimento de desconcentração das receitas, tanto verticalmente em favor da esfera municipal quanto horizontalmente no sentido de reduzir as disparidades entre os municípios brasileiros.

4.As receitas disponíveis no governo municipal aumentaram de 6,4% do PIB em 2002 para 8% em 2012 – ampliando sua participação tanto em proporção do PIB quanto no total da administração pública.

Page 33: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

Governo federal

Arrecadação própria 21.0% 20.6% 21.3% 22.5% 22.3% 22.8% 22.8% 21.5% 21.8% 23.3% 23.1%

Transferências para os estados -2.2% -2.1% -2.2% -2.4% -2.6% -2.5% -2.6% -2.3% -2.2% -2.3% -2.3%

Transferências para os municípios -3.1% -3.0% -3.4% -3.3% -3.5% -3.5% -3.9% -3.7% -3.7% -4.0% -4.1%

Receita disponível 15.7% 15.5% 15.7% 16.8% 16.3% 16.8% 16.3% 15.4% 15.9% 17.0% 16.6%

Governo estadual

Arrecadação própria 8.4% 8.3% 8.6% 8.7% 8.7% 8.5% 8.8% 8.5% 8.5% 8.6% 9.0%

Transferências para os estados 2.2% 2.1% 2.2% 2.4% 2.6% 2.5% 2.6% 2.3% 2.2% 2.3% 2.3%

Transferências para os municípios -1.7% -1.7% -1.7% -1.8% -1.8% -1.7% -1.7% -1.6% -1.6% -1.7% -1.7%

Receita disponível 8.9% 8.8% 9.0% 9.3% 9.5% 9.3% 9.6% 9.2% 9.1% 9.3% 9.6%

Governo municipal

Arrecadação própria 1.6% 1.6% 1.7% 1.7% 1.7% 1.8% 1.8% 1.8% 1.8% 1.9% 2.1%

Transferências para os municípios 4.8% 4.7% 5.1% 5.1% 5.2% 5.2% 5.6% 5.4% 5.3% 5.6% 5.9%

Receita disponível 6.4% 6.3% 6.8% 6.7% 7.0% 7.0% 7.4% 7.2% 7.2% 7.6% 8.0%

Receita disponível das administrações públicas em % do PIB

Page 34: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

Sistema de transferências para os municípios brasileiros : alguns resultados

1.A ampliação das receitas disponíveis municipais foi ocasionada pelo avanço da arrecadação própria, que passou de 1,6% do PIB em 2002 para 2,1% em 2012, e principalmente pelas transferências que aumentaram de 4,8% do PIB para 5,9%.

2.As transferências vinculadas às políticas setoriais são as principais responsáveis pela expansão das transferências, destacando-se os programas de saúde, educação e assistência social. O avanço em proporção do PIB foi de 1,5% em 2002 para 2,4% em 2012.

Page 35: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

3.As transferências podem ser classificadas em:

• transferências devolutivas e compensatórias (cota-parte ICMS, royalties do petróleo, etc.);

• transferências redistributivas dos fundos de participação (FPM e Fundo Especial do Petróleo); e

• transferências redistributivas vinculadas às políticas setoriais (Fundeb, FNDE, FNS, FNAS, etc.).

Sistema de transferências para os municípios brasileiros : alguns resultados

Page 36: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

Fonte: Orair, Lima e Teixeira (Ipea, 2013, cap. 9) com dados de STN, IBGE e ADH.

Receita disponível per capita dos municípios brasileiros 2010

Page 37: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

Movimentos e fatores explicativos

1.Redução das desigualdades iniciais na arrecadação própria municipal, devido aos padrões de crescimento do PIB e evidências de maior esforço fiscal por parte dos municípios.

2.Aumento do potencial redistributivo das transferências vinculadas às políticas sociais, com taxas de crescimento superiores às demais transferências (e ao próprio PIB) e beneficiando mais os municípios de pequeno e médio porte e/ou menor grau de desenvolvimento.

Page 38: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

3.Desconcentração (vertical e horizontal) se insere no processo mais amplo de municipalização e parece refletir a priorização de recursos para áreas sociais básicas ofertadas pela totalidade dos municípios, com generalização de critérios equalizadores nos montantes transferidos.

Movimentos e fatores explicativos

*Em contrapartida, há evidências de redução dos impactos redistributivos das demais transferências, incluindo fundos de participação cuja função precípua é promover a equalização fiscal.

Page 39: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

4.Desejável redução nas disparidades de receita disponível entre os municípios, com parcela crescente dos recursos vinculada a áreas sociais básicas de forte impacto sobre o bem-estar da população.

Movimentos e fatores explicativos

*Contudo, há limitações na análise com foco restrito sobre as receitas disponíveis e diagnósticos mais definitivos exigem estudos complementares.

Page 40: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

Ensino Superior:Mapas e Rankings

Marcelo Neri

Page 41: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

% da população com Ensino Superior em relação a População em Idade Ativa (PIA) - MunicípiosEscolaridade

Fonte: microdados do Censo2010/IBGE

Municípios do Brasil

Tabelas completas

Page 42: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

Fonte: microdados do Censo2010/IBGE

% da população com Ensino Superior em relação a População em Idade Ativa (PIA) - Municípios10 + Brasil

Rank UF Município Superior/PIA (%)

1 São Paulo São Caetano do Sul 31,40

2 Rio de Janeiro Niterói 29,55

3 Espírito Santo Vitória 27,57

4 São Paulo Águas de São Pedro 27,14

5 Santa Catarina Florianópolis 26,81

6 São Paulo Santos 26,58

7 Paraná Curitiba 22,70

8 Rio Grande do Sul Porto Alegre 22,55

9 Santa Catarina Balneário Camboriú 22,26

10 Distrito Federal Brasília 19,75

Tabelas completas

Page 43: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

Fonte: microdados do Censo2010/IBGE

% da população com Ensino Superior em relação a População em Idade Ativa (PIA) - Municípios10 – Brasil

Rank UF Município Superior/PIA (%)

5556 Bahia Elísio Medrado 0,67

5557 Bahia São José do Jacuípe 0,65

5558 Rio Grande do Sul Forquetinha 0,63

5559 Maranhão São João do Carú 0,60

5560 Alagoas Poço das Trincheiras 0,58

5561 Bahia Umburanas 0,55

5562 Bahia Gentio do Ouro 0,47

5563 Pará Cachoeira do Piriá 0,46

5564 Bahia Ipecaetá 0,38

5565 Bahia Canápolis 0,24

Tabelas completas

Page 44: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

Número de Habitantes por EngenheirosEngenheiros

Fonte: microdados do Censo2010/IBGE

Habitantes/Engenheiros140 - 355355 - 570570 - 785785 - 10001000 - 1266

Tabelas completas

Page 45: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

habitantes/engenheirosTotal 267,62

Mais1 Maranhão 1265,362 Piauí 1197,533 Roraima 1023,824 Rondônia 866,565 Acre 850,01

Menos23 Paraná 247,9324 Santa Catarina 212,2325 Distrito Federal 179,1426 Rio de Janeiro 172,0027 São Paulo 148,18

Fonte: microdados do Censo2010/IBGE

Número de Habitantes por EngenheirosEngenheiros

Tabelas completas

Page 46: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

habitantes/desenvolvedoresTotal 499,73

Mais1 Maranhão 2.910,492 Rio Grande do Norte 1.847,253 Bahia 1.686,354 Ceará 1.620,475 Paraíba 1.605,51

Menos23 Santa Catarina 411,1924 Paraná 406,2825 Rio de Janeiro 371,2526 São Paulo 257,6427 Distrito Federal 125,27

Fonte: microdados do Censo2010/IBGE

Número de Habitantes por Profissionais da Computação (Ciência da Computação)Computação

Tabelas completas

Page 48: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

habitantes/médicosTotal 701,61

Mais1 Maranhão 2.334,802 Amapá 1.902,063 Pará 1.579,394 Rondônia 1.380,225 Amazonas 1.250,53

Menos23 Espírito Santo 600,3324 Rio Grande do Sul 591,7725 São Paulo 534,3526 Rio de Janeiro 404,8627 Distrito Federal 371,09

Fonte: microdados do Censo2010/IBGE

Número de Habitantes por MédicosMédicos

Tabelas completas

Page 49: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

Municípios com mais de 200 mil habitantes - 2010

Graduados vs. Ocupados – 10 Cidades +

Fonte: Stivalli (Ipea 2013) a partir dos Microdados do Censo Demográfico 2010 / IBGE. Nota: Médicos ocupados (CBO domiciliar 2211 ou 2212), com algum curso superior.

Graduados Ocupados

Município Medicina Medicina por mil hab.

1 Niterói 4.912 10,08

2 Vitória 3.160 9,64

3 Porto Alegre 9.164 6,50

4 Florianópolis 2.350 5,58

5 Santos 2.235 5,33

6 Ribeirão Preto 3.166 5,24

7 Belo Horizonte 12.057 5,08

8 Recife 7.257 4,72

9 Rio de Janeiro 29.103 4,60

10 São José do Rio Preto 1.875 4,59

Município Médico Médicopor mil hab.

1 Niterói 4.862 9,60

2 Vitória 3.004 9,16

3 Porto Alegre 9.933 7,05

4 Ribeirão Preto 3.690 6,10

5 Florianópolis 2.200 5,22

6 Santos 2.172 5,18

7 Campinas 5.364 4,97

8 Belo Horizonte 11.598 4,88

9 Recife 7.195 4,68

10 Rio de Janeiro 27.731 4,39

Page 50: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

Habitantes por médico49.21 - 567.48567.488 - 1135.4171135.417 - 50005000 - 2000020000 - 50000Sem informação

Habitantes por médico49.21 - 567.48567.488 - 1135.4171135.417 - 50005000 - 2000020000 - 50000sem médicos

Habitantes por médico49.21 - 567.48567.488 - 1135.4171135.417 - 50005000 - 2000020000 - 50000sem médicos

Mundo

Brasil

Habitantes por médico

Habitantes por médico49.21 - 567.48567.488 - 1135.4171135.417 - 50005000 - 2000020000 - 50000Sem informação

Rio de Janeiro

Habitantes por Médico49.212 - 567.48567.48 - 1135.4171135.417 - 50005000 - 2000020000 - 50000sem médicos

Fonte: HDR e Censo Demográfico 2000 / IBGE.

Page 51: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

Talentos, Moradias e Recursos em Movimento

• Observamos queda da migração (probabilidade passa de 7,9% para 5,7% entre 1991 e 2000) com aumento relativo dos mais escolarizados (passa de 7,1% para 11,9% das migrações)

• Aumento do movimento pendular de pessoas (passa de 7,4 milhões de pessoas trabalhando ou estudando em outro município em 2000 para 15,5 em 2010)

• Crescimento das favelas (6,2%) mas menor que o da população (14,5%)

• Aumento das transferências fiscais para cidades (de 4,8% para 5,9% do PIB fora a maior de arrecadação de 0,5 pontos)

Page 52: Cidades em Movimento: Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas

FEDERAIS

Geração e Atração de Cérebros (ProUni, Fies, Abertura de escolas no interior, Pronatec)

Formação no exterior (Ciência Sem Fronteiras)

Atração de médicos de outras áreas, residentes e infraestrutura (Mais Médicos)

Políticas Públicas Existentes

POLÍTICAS LOCAIS

Melhoria do Transporte Público (Bilhete Único, BRTs etc. )

Habitação (UPP Social, Minha Casa, Minha Vida - federal)

Transferências Progressivas (Royalties e FNDE)