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Crise na Ucrânia: Resquícios da Guerra Fria

Crise na ucrania 2014 - Atualidades

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Material sobre a Crisena Ucrânia.

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Crise na Ucrânia:

Resquícios da Guerra Fria

A Ucrânia, mesmo país que foi palco da "Revolução Laranja" entre 2004 e 2005 (seguida à Revolução das Rosas na Geórgia em 2003, e que abriu caminho para a das Tulipas no Quirguistão em 2005, do Açafrão na Birmânia em 2007 e Verde no Irã em 2009) volta aos holofotes numa crise com muito mais cor de sangue que as precedentes, enquanto o lado frio do mundo supostamente celebra a paz na Olimpíada de Inverno ali pertinho, em Sotchi, na beira do mesmo Mar Negro que banha as praias ucranianas.

Motivo da crise:

A onda de manifestações na Ucrânia teve início depois que o governo do presidente Viktor Yanukovich desistiu de assinar, em 21 de novembro de 2013, um acordo de livre-comércio e associação política com a União Europeia (UE), alegando que decidiu buscar relações comerciais mais próximas com a Rússia, seu principal aliado.

O conflito reflete uma divisão interna do país, que se tornou independente de Moscou com o colapso da União Soviética, em 1991.

Início da crise:

• Dias depois de anunciar a desistência do acordo com a UE, o governo ucraniano admitiu que tomou a decisão sob pressão de Moscou;

• O governo russo, que teria ameaçado cortar o fornecimento de gás e tomar medidas protecionistas contra acesso dos produtos ucranianos ao seu mercado;

Milhares de ucranianos favoráveis à adesão à UE tomaram as ruas de Kiev para exigir que o presidente voltasse atrás na decisão e retomasse negociações com o bloco

O presidente Yanukovich prometeu, porém, criar "uma sociedade de padrões europeus" e afirmou que políticas nesse caminho "têm sido e continuarão a ser consistentes".

Os protestos se intensificaram e ficaram mais violentos. Os grupos oposicionistas passaram a exigir a renúncia do presidente e do primeiro-ministro. Também decidiram criar um quartel-general da resistência nacional e organizar uma greve em todo o país.

A queda do governo:

• 22 de janeiro de 2014: o presidente deixou Kiev e foi para paradeiro desconhecido. Com sua ausência da capital, sua casa, escritório e outros prédios do governo foram tomados pela oposição;

• Yanukovich teve sua prisão decretada pela morte de civis. Após dias desaparecido, ele apareceu na Rússia, acusou os mediadores ocidentais de traição, disse não reconhecer a legitimidade do novo governo interino e prometeu continuar lutando pelo país.

O interesse da Rússia:

A Ucrânia está em uma longa disputa com Moscou sobre o custo do gás russo. Em meio à crise, a companhia russa Gazprom decidiu acabar a partir de abril com a redução do preço do gás vendido à Ucrânia, o que prejudicará a economia do país. A empresa também ameaçou cortar o fornecimento de gás.

No leste do país – onde ainda se fala russo – muitas empresas dependem das vendas para a Rússia.

A Crimeia...

• Com o aumento das tensões separatistas, o Parlamento russo aprovou, a pedido do presidente Vladimir Putin, o envio de tropas à Crimeia para “normalizar” a situação;

• A região aprovou um referendo para debater sua autonomia e elegeu um premiê pró-Rússia, Sergei Aksyonov, não reconhecido pelo governo central ucraniano. No dia 4 de março, ele afirmou planejar assumir o controle militar da península;

O movimento russo levou o presidente dos EUA, Barack Obama, a pedir a Putin o recuo das tropas na Crimeia. Para Obama, Putin violou a lei internacional com sua intervenção.

A União europeia também disse que poderia

impor sanções, sendo criticada por Moscou, que ameaçou uma retaliação.

As potências ocidentais do Conselho de Segurança da ONU insistiram nesta segunda-feira (10/3) para que a Rússia interrompa o referendo convocado na Crimeia para o próximo domingo e aceite uma negociação para resolver a atual crise.

Elementos envolvidos:

• Tensão entre Rússia e EUA desde a concessão de asilo político a Edward Snowden;

• Putin é hábil em estabelecer tensão entre os EUA e seus aliados europeus;

• EUA com relações abaladas com Alemanha após denúncias de espionagem;

• Permanência da frota russa no Mar Negro está em jogo;

• Fornecimento de gás para a Europa pode ficar comprometido.