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19 [email protected] www.impactopr.com.br Curitiba, 10 a 16 de maio de 2013 - edição 877 EMAGRECER Esta semana preciso dar um soco na mesa e começar um severo regime alimentar, para ver se consigo aliviar as ter- ríveis dores nas costas que estão me matando. Os médicos falam que o peso é a principal causa das do- res, mas eu tenho certeza que isso aí é praga do Joaquim Barbosa. Pausa. Tudo começou quando eu escrevia, anos atrás, ma- nifestando a estranheza pela ausência do negão no STF, metendo um atestado médico atrás do outro, enquanto o processo do mensalão permanecia dormindo na sua gave- ta. Dor nas costas, doença inespecífica que a maioria dos funcionários alega quando quer faltar ao trabalho. Eu acha- va esquisito que, para dar uns passinhos nas rodas de samba cariocas, o nosso Batman estava um aço. A população que hoje elogia o Batman esqueceu esses dois anos de gaveta. Fim da pausa. Com o facebook, que eliminou a privacidade, a notícia do meu regime espalhou, e a toda hora chegam sugestões. O Miguel Paiva me incentivou: “comece com uma dieta sim- ples. É só cortar açúcar, frituras, pães, álcool e os pulsos.” Outro amigo, elogioso, me disse para cortar carnes em de- finitivo: “alguém com sua capacidade intelectual não pode comer cadáveres de animais...” EMAGRECER II Um bobo alegre mandou: “a minha mulher faz uma dieta à base de cocos e bananas. Peso não perdeu muito, mas precisa vê-la subindo numa árvore...”. Ano passado, eu tentei um regime. Eu tinha ficado meio assustado com um amigo que estava se cuidando, e um dia teve uma recaída feia. Comeu e bebeu até o estômago de- volver. Mesmo assim não perdeu a finesse: “calma. Tô vo- mitando peixe acompanhado de vinho branco...” Vendo aquilo, desisti. Organizei a desistência em grande estilo (fotos). E soltei a voz: “Colesterol! Aqui me tens de regresso...” Meu amigo Luiz Carlos Marcon tinha uma boa tese: gordo é bom de cama. “Quanto maior a área de atrito, maior o prazer...” Estranhamente, apelou para uma bariátrica. Deve ter can- sado de ser o the Best. Um dos motivos da minha dúvida é uma dolorida experiên- cia anterior, quando dei uma enxugada. Andava com a bun- da roxa de tanto beliscão das queridas. Toucinho por ordem médica: “só coma carne branca.” Mano Preisner - Cascavel CORTE DE DESPESAS O Governador Beto Richa meteu o dedo na ferida. Pretende cortar R$ 410 milhões dos orçamentos do Tribunal de Justiça, da Assembleia, do Ministério Pú- blico e do Tribunal de Contas. Imaginem o tamanho do tiroteio. A turma vai lutar pra não largar a rapadura. BOA NOTÍCIA O Paraná vem liderando a geração de empregos no país há 15 meses. Curitiba, pelo tamanho da popu- lação, lidera em números absolutos. Do total esta- dual, 74% dos empregos gerados são no interior, o que demonstra que o governo do Beto acabou com a imoral concentração de riquezas no entorno de Curitiba. E no interior, Cascavel lidera a criação de empregos, de goleada. É proporcionalmente o lugar onde mais se criaram vagas nos últimos anos. Isso também prova que a equipe do Edgar está fazendo – brilhantemente - sua parte. ALÔ GOVERNADOR A presença do Beto Richa no interior do estado é constante. Em Cascavel, especialmente. Praticamen- te toda semana a comunidade recebe o Beto, que nunca veio de mãos vazias. Sempre traz algum be- nefício, verba, obra. Nos últimos vinte anos, estes dois últimos anos foram o período de maior prestígio ao interior. Sua última visita, porém, teve problemas nos basti- dores. Desde o início da campanha eleitoral de 2010, um grupinho pensa que tem o monopólio do acesso ao governador. Aliás, registre-se que desse grupinho, muitos se aproximaram em obediência à regra anti- ga de usar uma escada. Para atingir um objetivo, grude numa pessoa talentosa que está subindo. Beto era a escolha lógica. Esse grupinho tenta, de todas as formas, afastar o Beto de outras pessoas que pretendam apoiá-lo. Não fosse a decisão firme do governador, na eleição pas- sada, e não teria sido feito o acordo político que trou- xe o prefeito Edgar Bueno para o lado do governo estadual, com vantagens óbvias eleitorais para am- bos os lados, mas muito mais vantagens para a po- pulação daqui. É só ver o quanto o estado tem aju- dado o município. ALÔ GOVERNADOR II Na última visita, o eficiente coordenador regional Sergio Terres, que foi educado até em demasia, teve que agüentar ciúmes de homem, os piores existen- tes. “O Beto tem que vir jantar aqui, mas não convide o Mauricio Theodoro!...”; “O Governador vem jantar é na minha casa, ajudei na campanha!...”, e babo- seiras parecidas. Os caras não se flagram. Temos uma disputa durís- sima no ano que vem. É preciso ampliar o leque de apoios, ganhar com folga porque o Beto pode ter uma trajetória muito maior, no futuro, que o governo estadual. Eu acho que o Beto deveria ceder o passe desses malas pro PT. CAIO GOTTLEB Nosso estimado Caio escreve em sua ótima página sema- nal no O Paraná sobre a disparidade do crescimento do PIB do Peru -mais de 6%- em relação ao Brasil, com pibi- nho de 1%, conseguido na prorrogação, sem muita confe- rencia pra não dar xabu. Eu acho que sei o porquê. O aumento no poder aquisitivo dos jacus, em particular no Brasil, aumentou o turismo e a procura pela gastronomia peruana. O que tem de capiau indo pra ver pedra em Machu Picchu, e comendo peixe cru, com cebola crua coberta de limão, não ta no gibi. Alguém escreveu que o tal ceviche tá na moda e a jacuzada tá mandando ver. Melhor para o Peru que a economia segue com viés de crescimento: sabemos todos que jacu escas- seia, mas não acaba. CURTAS DIA DAS MÃES: Não esqueça sua mãe, neste domin- go. Mesmo duro, compre um presente. Lembre-se que as mães hoje em dia estão mais pragmáticas: flores são bonitas, chocolates são gostosos, a intenção vale, mas um colar de safiras é eterno. FEIJOADA NELA: Foi muito boa a ideia do Gustavo Fruet de levar a Marina Silva almoçar na feijoada do Bourbon. Subnutrida, esquálida, a nordestina não agüenta o tranco na eleição do ano que vem. A Marina de frente parece estar de perfil. De perfil, parece que já foi embora. GAÚCHOS EM ALTA: Reportagem da Gazeta do Povo mostra que pesquisadores da UFPR têm seu trabalho científico prejudicado pela má qualidade dos ratos uti- lizados. Liguei para um amigo da Bayer que me disse que lá estão utilizando gaúchos. “São mais fáceis de encontrar e não tem risco de se afeiçoar ao bichinho...” ROUBO: Se o Coritiba for favorecido pela arbitragem na decisão contra o Atlético, depois do que aconteceu em Lon- drina no primeiro turno, seria mais honroso para o Paraná encerrar as atividades futebolísticas. Fechem tudo que não farão falta. EVANGÉLICO: Ex-prefeito Lísias Tomé, que manteve a postura democrática mesmo quando sofreu críticas pesadas neste espaço, continua um leitor fiel. Manda torpedo dizendo que concorda plenamente com as desconfianças em relação às denúncias que atingi- ram a equipe da UTI do Evangélico. Lísias também acha que uma equipe toda, com muitas pessoas, matando gente numa UTI é coisa pra lá de esquisita. A FESTA DO NELSON PADOVANI Em homenagem ao Álvaro Dias, Nelson Padovani convidou vários prefeitos de sua base eleitoral para um jantar/reunião em sua bela casa. Eu não costumo ir nesses encontros, mas pela gen- tileza do telefonema do filho Nelsinho e do eficiente Jacir Bonavigo, fui lá cumprimentar o nosso melhor senador. Eu estava com saudade daquele jeito mo- desto do Álvaro. O destaque da noite foi o gabarito da recepção. A esposa do Nelson, Sra. Dirlei Carelli Padovani, é uma das nossas melhores anfitriãs. Daí, com seu padrão habitual de bem receber, eu vi, ninguém me contou, aquela dezena de prefeitos do interior, mais vereadores e assessores, atracados em camembert aquecido com mel e amêndoas, pães italianos quen- tes com uma espetacular seleção de frios importa- dos, e pra judiar ainda mais da galera um belíssimo bacalhau. Um desses prefeitinhos falou pra mulher: “e você era contra minha entrada na política...” Padovani mudou o conceito de reunião política. Gra- ças à Dirlei, claro. Temos que manter isso em segre- do, restrito ao primeiro escalão. MAIS SOBRE O PIB Neste 2013 a balança comercial bateu um recorde: tivemos o pior abril da história. Até a eleição vamos engolir os índices péssimos, mesmo manipulados. Depois de outubro do ano que vem, com qualquer resultado, ganhe quem ganhar, vamos ter que en- frentar a realidade. Quem tiver juízo que trate de apertar o cinto, ontem.

Impacto Paraná - Coluna do Mano Preisner

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[email protected] www.impactopr.com.br Curitiba, 10 a 16 de maio de 2013 - edição 877

EMAGRECEREsta semana preciso dar um soco na mesa e começar umsevero regime alimentar, para ver se consigo aliviar as ter-ríveis dores nas costas que estão me matando.Os médicos falam que o peso é a principal causa das do-res, mas eu tenho certeza que isso aí é praga do JoaquimBarbosa.Pausa. Tudo começou quando eu escrevia, anos atrás, ma-nifestando a estranheza pela ausência do negão no STF,metendo um atestado médico atrás do outro, enquanto oprocesso do mensalão permanecia dormindo na sua gave-ta. Dor nas costas, doença inespecífica que a maioria dosfuncionários alega quando quer faltar ao trabalho. Eu acha-va esquisito que, para dar uns passinhos nas rodas de sambacariocas, o nosso Batman estava um aço. A população quehoje elogia o Batman esqueceu esses dois anos de gaveta.Fim da pausa.Com o facebook, que eliminou a privacidade, a notícia domeu regime espalhou, e a toda hora chegam sugestões.O Miguel Paiva me incentivou: “comece com uma dieta sim-ples. É só cortar açúcar, frituras, pães, álcool e os pulsos.”Outro amigo, elogioso, me disse para cortar carnes em de-finitivo: “alguém com sua capacidade intelectual não podecomer cadáveres de animais...”

EMAGRECER IIUm bobo alegre mandou: “a minha mulher faz uma dieta àbase de cocos e bananas. Peso não perdeu muito, masprecisa vê-la subindo numa árvore...”.Ano passado, eu tentei um regime. Eu tinha ficado meioassustado com um amigo que estava se cuidando, e um diateve uma recaída feia. Comeu e bebeu até o estômago de-volver. Mesmo assim não perdeu a finesse: “calma. Tô vo-mitando peixe acompanhado de vinho branco...”Vendo aquilo, desisti. Organizei a desistência em grandeestilo (fotos). E soltei a voz: “Colesterol! Aqui me tens deregresso...”Meu amigo Luiz Carlos Marcon tinha uma boa tese: gordo ébom de cama. “Quanto maior a área de atrito, maior o prazer...”Estranhamente, apelou para uma bariátrica. Deve ter can-sado de ser o the Best.Um dos motivos da minha dúvida é uma dolorida experiên-cia anterior, quando dei uma enxugada. Andava com a bun-da roxa de tanto beliscão das queridas.

Toucinho por ordem médica: “só coma carne branca.”

Mano Preisner - Cascavel

CORTE DE DESPESASO Governador Beto Richa meteu o dedo na ferida.Pretende cortar R$ 410 milhões dos orçamentos doTribunal de Justiça, da Assembleia, do Ministério Pú-blico e do Tribunal de Contas. Imaginem o tamanhodo tiroteio. A turma vai lutar pra não largar a rapadura.

BOA NOTÍCIAO Paraná vem liderando a geração de empregos nopaís há 15 meses. Curitiba, pelo tamanho da popu-lação, lidera em números absolutos. Do total esta-dual, 74% dos empregos gerados são no interior, oque demonstra que o governo do Beto acabou coma imoral concentração de riquezas no entorno deCuritiba. E no interior, Cascavel lidera a criação deempregos, de goleada. É proporcionalmente o lugaronde mais se criaram vagas nos últimos anos. Issotambém prova que a equipe do Edgar está fazendo– brilhantemente - sua parte.

ALÔ GOVERNADORA presença do Beto Richa no interior do estado éconstante. Em Cascavel, especialmente. Praticamen-te toda semana a comunidade recebe o Beto, quenunca veio de mãos vazias. Sempre traz algum be-nefício, verba, obra. Nos últimos vinte anos, estesdois últimos anos foram o período de maior prestígioao interior.Sua última visita, porém, teve problemas nos basti-dores.Desde o início da campanha eleitoral de 2010, umgrupinho pensa que tem o monopólio do acesso aogovernador. Aliás, registre-se que desse grupinho,muitos se aproximaram em obediência à regra anti-ga de usar uma escada. Para atingir um objetivo,grude numa pessoa talentosa que está subindo. Betoera a escolha lógica.Esse grupinho tenta, de todas as formas, afastar oBeto de outras pessoas que pretendam apoiá-lo. Nãofosse a decisão firme do governador, na eleição pas-sada, e não teria sido feito o acordo político que trou-xe o prefeito Edgar Bueno para o lado do governoestadual, com vantagens óbvias eleitorais para am-bos os lados, mas muito mais vantagens para a po-pulação daqui. É só ver o quanto o estado tem aju-dado o município.

ALÔ GOVERNADOR IINa última visita, o eficiente coordenador regionalSergio Terres, que foi educado até em demasia, teveque agüentar ciúmes de homem, os piores existen-tes. “O Beto tem que vir jantar aqui, mas não convideo Mauricio Theodoro!...”; “O Governador vem jantaré na minha casa, ajudei na campanha!...”, e babo-seiras parecidas.Os caras não se flagram. Temos uma disputa durís-sima no ano que vem.É preciso ampliar o leque de apoios, ganhar comfolga porque o Beto pode ter uma trajetória muitomaior, no futuro, que o governo estadual.Eu acho que o Beto deveria ceder o passe dessesmalas pro PT.

CAIO GOTTLEBNosso estimado Caio escreve em sua ótima página sema-nal no O Paraná sobre a disparidade do crescimento doPIB do Peru -mais de 6%- em relação ao Brasil, com pibi-nho de 1%, conseguido na prorrogação, sem muita confe-rencia pra não dar xabu.Eu acho que sei o porquê. O aumento no poder aquisitivodos jacus, em particular no Brasil, aumentou o turismo e aprocura pela gastronomia peruana. O que tem de capiauindo pra ver pedra em Machu Picchu, e comendo peixe cru,com cebola crua coberta de limão, não ta no gibi. Alguémescreveu que o tal ceviche tá na moda e a jacuzada támandando ver. Melhor para o Peru que a economia seguecom viés de crescimento: sabemos todos que jacu escas-seia, mas não acaba.

CURTASDIA DAS MÃES: Não esqueça sua mãe, neste domin-go. Mesmo duro, compre um presente. Lembre-se queas mães hoje em dia estão mais pragmáticas: floressão bonitas, chocolates são gostosos, a intenção vale,mas um colar de safiras é eterno.FEIJOADA NELA: Foi muito boa a ideia do Gustavo Fruetde levar a Marina Silva almoçar na feijoada do Bourbon.Subnutrida, esquálida, a nordestina não agüenta o trancona eleição do ano que vem. A Marina de frente parece estarde perfil. De perfil, parece que já foi embora.GAÚCHOS EM ALTA: Reportagem da Gazeta do Povomostra que pesquisadores da UFPR têm seu trabalhocientífico prejudicado pela má qualidade dos ratos uti-lizados. Liguei para um amigo da Bayer que me disseque lá estão utilizando gaúchos. “São mais fáceis deencontrar e não tem risco de se afeiçoar ao bichinho...”ROUBO: Se o Coritiba for favorecido pela arbitragem nadecisão contra o Atlético, depois do que aconteceu em Lon-drina no primeiro turno, seria mais honroso para o Paranáencerrar as atividades futebolísticas. Fechem tudo que nãofarão falta.EVANGÉLICO: Ex-prefeito Lísias Tomé, que manteve apostura democrática mesmo quando sofreu críticaspesadas neste espaço, continua um leitor fiel. Mandatorpedo dizendo que concorda plenamente com asdesconfianças em relação às denúncias que atingi-ram a equipe da UTI do Evangélico. Lísias também achaque uma equipe toda, com muitas pessoas, matandogente numa UTI é coisa pra lá de esquisita.

A FESTA DONELSON PADOVANI

Em homenagem ao Álvaro Dias, Nelson Padovaniconvidou vários prefeitos de sua base eleitoral paraum jantar/reunião em sua bela casa.Eu não costumo ir nesses encontros, mas pela gen-tileza do telefonema do filho Nelsinho e do eficienteJacir Bonavigo, fui lá cumprimentar o nosso melhorsenador. Eu estava com saudade daquele jeito mo-desto do Álvaro.O destaque da noite foi o gabarito da recepção. Aesposa do Nelson, Sra. Dirlei Carelli Padovani, éuma das nossas melhores anfitriãs. Daí, com seupadrão habitual de bem receber, eu vi, ninguém mecontou, aquela dezena de prefeitos do interior, maisvereadores e assessores, atracados em camembertaquecido com mel e amêndoas, pães italianos quen-tes com uma espetacular seleção de frios importa-dos, e pra judiar ainda mais da galera um belíssimobacalhau. Um desses prefeitinhos falou pra mulher:“e você era contra minha entrada na política...”Padovani mudou o conceito de reunião política. Gra-ças à Dirlei, claro. Temos que manter isso em segre-do, restrito ao primeiro escalão.

MAIS SOBRE O PIBNeste 2013 a balança comercial bateu um recorde:tivemos o pior abril da história. Até a eleição vamosengolir os índices péssimos, mesmo manipulados.Depois de outubro do ano que vem, com qualquerresultado, ganhe quem ganhar, vamos ter que en-frentar a realidade. Quem tiver juízo que trate deapertar o cinto, ontem.