27
jornalismo impresso Professor mestre Artur Araujo ([email protected]) Jornalismo informativo, investigativo e interpretativ o (técnicas de apuração: a entrevista) Acesse o site: http://docentes.puc-campinas.edu.br/clc/arturaraujo/ Acesse o FTP: ftp://ftp-acd.puc-campinas.edu.br/pub/professores/clc/artur.arauj o/

Jorimp Aula7 2009jorinfo

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Jorimp Aula7 2009jorinfo

jornalismo impresso Professor mestre Artur Araujo

([email protected])

Jornalismo informativo, investigativo e interpretativo (técnicas de apuração: a entrevista)

Acesse o site: http://docentes.puc-campinas.edu.br/clc/arturaraujo/

Acesse o FTP: ftp://ftp-acd.puc-campinas.edu.br/pub/professores/clc/artur.araujo/

Page 2: Jorimp Aula7 2009jorinfo
Page 3: Jorimp Aula7 2009jorinfo

Habilidades para a profissão• A atividade jornalística implica duas

competências distintas e específicas:– A competência investigativa– A competência discursiva

Page 4: Jorimp Aula7 2009jorinfo

Competência investigativa• A competência investigativa implica, no caso do

jornalismo, um conjunto de habilidades:1. Saber investigar significa saber o que é notícia. É aquilo que

alguns profissionais chamam de “faro jornalístico”.2. Saber investigar significa saber onde, como e quem procurar para

levantar informações.3. Saber investigar significa também saber perguntar e criar

métodos de verificação e controle das informações fornecidas por fontes.

4. Saber investigar significa, da mesma forma, identificar o que você quer saber com sua apuração. Onde você acha que vai chegar? Ter consciência disso ajuda o profissional a não perder o foco durante a investigação.

Page 5: Jorimp Aula7 2009jorinfo

A competência investigativa

Page 6: Jorimp Aula7 2009jorinfo

Faro jornalístico• Ter faro jornalístico significa saber o que é

notícia, mas o que é notícia? O termo “faro” dá a entender que tal habilidade seria algo instintivo, inato. Não é, porém o caso.

• Vimos, na última aula, a definição de notícia em nosso Guia Prático.

• Notícia, basicamente, é um fato que, de alguma maneira, interessam a um número significativo de pessoas.

Page 7: Jorimp Aula7 2009jorinfo

Levantar informações• Como o jornalista chega a esses

acontecimentos de interesse público? Os jornalistas não têm o dom da onipresença nem o da onisciência. As redações têm esquemas de apuração para saber o que se passa. Basicamente, os jornais utilizam três modos fundamentais de saber o que está acontecendo para estabelecer padrões do que é noticiável.

Page 8: Jorimp Aula7 2009jorinfo

Como se detectam os fatos?

– Por meio das rondas (rotinas de checagem em instituições como delegacias, corpo de bombeiros e unidades de defesa civil), assim como assessorias de imprensa e mediante personagens preeminentes com bom relacionamento com a redação.

– Por meio de outras mídias, como o noticiário das emissoras de televisão e rádio, outros jornais e sites jornalísticos. Por isso, aliás, é importante para o jornalista manter-se continuamente atualizado, lendo jornais e revistas, acessando sites e acompanhando o noticiário de televisão e jornal.

– Por meio da informação de leitores e da observação direta dos jornalistas.

Page 9: Jorimp Aula7 2009jorinfo

Como chegam as informações...

Page 10: Jorimp Aula7 2009jorinfo

O papel das fontes• “Vejo as notícias

como informação que é transmitida de fontes para audiências, com jornalistas – que são tanto empregados de uma organização comercial-burocrática quanto membros de uma profissão – que resumem, refinam e mudam o que é disponibilizado a eles pelas fontes, de modo a tornar a informação disponível para suas audiências”

Herbert Gans (*1927)

Page 11: Jorimp Aula7 2009jorinfo

O papel das fontes• “Por ‘fontes’, eu

quero dizer os atores observados ou entrevistados por jornalistas, incluindo aí tanto os entrevistados que aparecem no ar e aqueles que são citados em artigos de revistas quanto aqueles que somente fornecem informações de suporte ou sugestão de matérias”.

Herbert Gans (*1927)

Page 12: Jorimp Aula7 2009jorinfo

O papel das fontes• “A principal

característica das fontes é que elas fornecem informações como membros ou representantes de grupos, organizados e desorganizados, e ainda largos setores da nação e da sociedade.”

Herbert Gans (*1927)

Page 13: Jorimp Aula7 2009jorinfo

A entrevista• O fundamento do trabalho jornalístico é a

entrevista. É com ela que levantamos as informações necessárias.

• Há 4 tipos de entrevista.

Page 14: Jorimp Aula7 2009jorinfo

Quatro tipos de entrevista• Entrevista ocasional – Não é

programada ou combinada previamente. O entrevistado é questionado sobre algum assunto.

• Entrevista de confronto – É a entrevista em que o repórter assume o papel de inquisidor. É muito comum com políticos e presos por alguma acusação.

Page 15: Jorimp Aula7 2009jorinfo

Quatro tipos de entrevista• Entrevista coletiva – Trata-se de um ritual do

jornalismo. Assessorias de imprensa agendam diversas publicações para falar com uma determinada autoridade. É uma fórmula que atualmente está desgastada: a maioria dos jornais prefere entrevistas exclusivas (dialogal, na classificação de Lage). As entrevistas coletivas só fazem sentido quando a personalidade é extremamente famosa e/ou rica e/ou poderosa (presidente da república, Bill Gates, Rolling Stones, Bono Vox etc). Por isso, um recado aos assessores de imprensa: cuidado ao marcar uma coletiva.

Page 16: Jorimp Aula7 2009jorinfo

Quatro tipos de entrevista• Entrevista dialogal – É a entrevista por

excelência. É também chamada de “exclusiva”, mas só é assim chamada quando a personalidade tem razoável dose de prestígio e quando apenas um órgão de imprensa a conseguiu. É marcada com antecedência e reúne entrevistado e entrevistador em ambiente controlado.

Page 17: Jorimp Aula7 2009jorinfo

Quatro modos de se entrevistar• Pessoalmente – É a forma mais apropriada, pois

permite ao jornalista acompanhar as reações da fonte e estabelece uma oportunidade para tornar mais efetivo o contato com a fonte.

• Via telefone – O encolhimento das redações jornalísticas tornou esse recurso muito comum. É um meio prático para fazer rápidas checagens ou para fazer contato com pessoas em locais distantes, mas em entrevistas mais demoradas é, na melhor das hipóteses, um “mal necessário”.

Page 18: Jorimp Aula7 2009jorinfo

Quatro modos de se entrevistar• Via e-mail – Entrevistas por e-mail podem ser uma

saída em alguns casos, mas elas têm dois incovenientes: nunca temos certeza absoluta se quem nos responde é a fonte mesmo e não temos como aproveitar para aprofundar uma resposta da fonte, pois há uma assincronia na relação.

• Via meios digitais on-line em tempo real (chat, msn, etc)... – Esse contato pode ser, no futuro, uma versão melhorada da entrevista telefônica, mas a tecnologia ainda deixa a desejar.

Page 19: Jorimp Aula7 2009jorinfo

Modos de registrar entrevista• Bloco de notas (sempre necessário) – Nunca deixe de fazer

anotações durante uma entrevista. É sua garantia de que tudo ficará registrado, mesmo se outro equipamento falhar.

• Gravador – Gravadores já deixaram muitos bons jornalistas na mão, seja porque o áudio ficou ruim, seja porque a pilha estava fraca, seja porque alguém apagou sem querer os registros, seja por qualquer outro motivo. Nunca confie apenas no gravador.

• Meios eletrônicos (e-mail, memorial de mensagens etc do MSN etc) – O risco de perder os dados por conta de vírus, deleção acidental etc é quase tão grande quanto no caso do gravador. Faça um backup e, se for possível, imprima o material.

Page 20: Jorimp Aula7 2009jorinfo

Pré-requisitos da entrevista• Se a entrevista é uma conversa dirigida

para um fim, é preciso o repórter ter bem em mente o que ele quer saber da fonte– Monte um roteiro de perguntas.– Informe-se do melhor modo possível sobre

o tema, para saber dialogar com o entrevistado. Um bom repórter nunca chega ignorante.

Page 21: Jorimp Aula7 2009jorinfo

A entrevista

Page 22: Jorimp Aula7 2009jorinfo

Dicas elementares para “salvar” uma entrevista• Se a fonte tem dificuldades de expressão, pergunte

afirmando e peça para ela dizer se concorda ou discorda do que você disse.

• Se uma frase ficou truncada na gravação, use o discurso indireto. Exemplo: O entrevistado diz: – “A gente... estamos preparados para esse tipo de problema”.

• Você escreve que: – “Ele disse que ele e a equipe estão preparados para esse

tipo de problema”.

Page 23: Jorimp Aula7 2009jorinfo

Cuidados ao abordar a fonte• Seja educado. Repórteres precisam saber abordar as pessoas.

Identifique-se, diga o motivo pelo qual você procura a fonte e pergunte qual o melhor momento para a entrevista.

• Informe-se. Nada é mais patético que um repórter que desconhece o assunto que está tratando.

• Crie um roteiro. Liste aquilo que você quer saber, esboce perguntas. Desse modo, a conversa terá um foco.

• Deixe a fonte falar. Quanto mais à vontade, maior a chance de boas respostas.

• Ouça o que a fonte fala. Alguns repórteres ficam tão preocupados na pergunta que esquecem o que ouviram da fonte. Nesse caso, perdem grandes chances de aprofundar a pergunta.

Page 24: Jorimp Aula7 2009jorinfo

Cuidados ao abordar a fonte• Peça dados extras. Principalmente quando você aborda fontes

institucionais, é interessante solicitar recursos extras para você se informar melhor do caso, como press kits ou relatórios sobre o tema.

• Peça um telefone ou e-mail. Às vezes, o repórter lembra-se depois de fazer uma pergunta importante (o que não é bom, mas acontece) ou mesmo nota que alguma informação está pouco clara. Nesses casos, ter um e-mail ou telefone é de grande valia para o jornalista.

• Cuidado com fontes “generosas”, seja pela qualidade da informação que lhe fornece, seja pela prodigalidade dos brindes. A idéia, em muitos casos, é pura e simplesmente conquistar a simpatia e a conivência dos jornalistas.

Page 25: Jorimp Aula7 2009jorinfo

A natureza das fontes• Oficiais – São mantidas por instituições e estão autorizadas a falar

por elas. Sempre devem ser citadas na reportagem.• Oficiosas – São reconhecidamente ligadas a instituições, mas não

têm autoridade para falar por elas ou pedem sigilo para o que vão passar. O repórter deve registrar essas declarações (gravador ou recursos alternativos), mas não deve citá-las na reportagem, exceto vagamente. Pela natureza da fonte oficiosa, o jornalista deve sempre ter cuidado com elas.

• Independentes – São aquelas desvinculadas de instituições (como testemunhas de um crime) ou de instituições que não têm relação direta com a notícia (o que é um critério às vezes difícil de definir). Costumam ser citadas abertamente na reportagem (exceto em casos de crimes, no qual a testemunha pode correr perigo se exposta).

Page 26: Jorimp Aula7 2009jorinfo

O tema da próxima aula: Na próxima aula vamos

falar das categorias do jornalismo informativo, investigativo e interpretativo (técnicas de apuração: a observação e a pesquisa documental).

Sobre a competência discursiva, vamos abordar na aula do dia 16.

Page 27: Jorimp Aula7 2009jorinfo

Citação do dia

“Tentar entender o que se passa no mundo pela leitura dos jornais é como tentar narrar o tempo observando o ponteiro de minutos de um relógio.”

Ben Hecht (1894 – 1964), autor de peças de teatro

norte-americano