A categoria recebeu com muita indignação a pro-posta ridícula de reajuste

salarial apresentada aos trabalha-dores de 6.87 % pela direção dos Correios e o Governo, onde ape-nas repõe a inflação do período de Agosto de 2010 a julho de 2011. Sabemos que a política do gover-no é usar a crise econômica para arrochar ainda mais nossos salá-rios e não atender nossas reivin-dicações de reposição das perdas e aumento real. Não vamos cair nesta conversa fiada, o orçamento

dos Correios esse ano está previs-to em 14 bilhões. Só no primeiro semestre o lucro chegou a 500 milhões, um crescimento de 48% em relação ao mesmo período de 2010. O contrato do Banco Postal com o Banco do Brasil é de mais de 2,3 bilhões de reais; dessa grana o governo já embolsou 900 milhões. Só este dinheiro dá para pagar a nossas reivindicações de aumento real de R$ 400,00 linear e ainda sobra muito.

Como não confiamos na maio-ria da FENTECT e nos sindicatos

dirigidos pela a CUT e CTB que já assinaram um acordo de PLR rebaixado e com critérios para en-rolar os trabalhadores, vamos or-ganizar a greve em cada setor de trabalho deste país e impedir que o setores governistas não traiam a nossa luta, para que possamos sair vitoriosos. A empresa tem dinhei-ro, portanto ela tem que atender nossas reivindicações. Se a empre-sa cresceu, queremos o nosso! In-felizmente a direção dos Correios e o governo só entendem uma ligua-gem a da GREVE.

Por aumento real de salário, revogação da MP-532, reposição das perdas dos últimos anos, aumento do piso salarial, melhoria nas condições de trabalho, fim das dobras e as demais reivindicações da nossa pauta a resposta que daremos na assem-bléia do dia 13 é GREVE NACIONAL POR TEMPO INDETERMINADO.

C erca de 40 trabalha-dores dos Correios, incluindo dirigentes

da Frente Nacional dos Traba-lhadores dos Correios (FNTC) – Geraldinho -SP, Heitor-RJ, Fabio Calixto-SJO, Índio – VP e Jacózi-nho -DF e representantes de ou-tros sindicatos, foram detido no dia 31, após a votação que apro-vou a Medida Provisória 532, que transforma os Correios em Sociedade Anônima (SA) e esta-belece um conjunto de medidas que abrem o capital da estatal e

avança na privatização da em-presa. Segundo os manifestantes detidos, a segurança do Senado interveio com violência quando o grupo de sindicalistas abriu um cartaz em que criticava a aprova-ção da Medida Provisória. O chefe de segurança atacou o grupo e todos foram parar na delegacia do Senado. Os mes-mos foram liberados depois de mais de três horas.

Geraldinho destaca que a detenção foi o ápice de um jogo de pressão que começou

horas antes. ”Desde o come-ço da votação a segurança estava de olho em mim, tan-to que quando levantamos o cartaz o guarda veio direto para cima de mim, mesmo estando em meio a 40 ou 50 companheiros”, explica o diri-gente.

Na votação ocorrida na Câ-mara também ocorreram epi-sódios de intimidação, embo-ra não tenham culminado na prisão.

A única alegação dos segu-ranças para a detenção é que os sindicalistas “desrespeita-ram” o regimento do Senado. Segundo o delegado, a ordem

de prisão partiu diretamente da presidência do Senado, ocupada pelo senador José Sarney (PMDB/AP).

Essa é o papel nefasto do parlamento: “Enquanto a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF) é absolvida no mesmo dia por corrupção, os trabalhadores dos Correios são presos por lutarem contra a privatização!”

Para a FNTC, mesmo apro-vado pelo Senado, nossa luta contra a privatização dos Cor-reios não termina aqui, vamos incorporar a reivindicação na campanha salarial para que Dilma revogue esse projeto.

Depois de dois anos sem reajuste salarial, implementado pelo Acordo Bianual e com a MP-532 aprovada na Câmara dos Deputados e no Senado Federal é preciso construir a maior greve da categoria no dia 14 de setembro em todo o país, exigindo do governo Dilma a revogação da MP -532 e o aumento real de nossos salários

Membros da FNTC são presos em Brasília no dia da votação da MP-532 no Senado!

Sindicalistas da FNTC são detidos no Senado por protestarem contra a aprovação da MP-532 que vai transformar os Correios em S.A.

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Jornal da FNTC | Ano 01 | Número 02 | Setembro/2011

Por aumento real e pela revogação da MP-532

AGORA E GREVE

A MP 532/11 que privatiza os Correios ficou 117 dias na Câmara dos Deputa-

dos e foi encaminhada ao Senado como Projeto de Lei de Conversão - PLV 21/2011. A mesma foi votada a toque de caixa no Senado Federal no dia 31 de agosto.

O Senador Vital do Rego (PMDB/PB), relator da matéria no Se-nado, recebeu a mesma no dia 25/08(quinta-feira). Na sua leitura no plenário confessou que não tinha propriedade em debater o mérito da questão, uma vez que não havia tempo hábil e que sua proposta era apenas fazer alterações de redação, assinando em baixo o que fora deci-dido pelo Governo Federal ratificado na Câmara dos Deputados.

Indagado pelos senadores de oposição, disse que não tinha com-petência para propor alterações e que, como o governo tinha somente aquela data - 31/08 para aprovar a MP, haja vista que o prazo vence dia 08/09, ele estava em pleno acordo e sua relatoria orientava pelo sim.

Inconstitucionalidade na votação da MP-532

Mesmo ficando visível a inconstitu-cionalidade da matéria, uma vez que a MP 532/11 trás em seu bojo três assuntos distintos como: Correios, etanol e a criação de uma Secretaria no Ministério do Planejamento, Or-çamento e Gestão, contrariando a Lei Complementar 95/1998 em seu Art.º 7 Inciso II que diz: a lei não conterá matéria estranha a seu obje-to ou a este não vinculada por afini-dade, pertinência ou conexão; mes-mo assim a base aliada do Governo passou o rolo compressor. Foram 43 votos sim a privatização e 12 votos não dos 55 Senadores presente em plenário.

Privatização chapa branca A privatização dos correios não

está sendo feita como em um leilão, batendo o martelo como aconteceu com outras grandes estatais estratégi-cas do país na época de FHC.

Se apegando a este detalhe os sin-dicalistas da CUT/PT e CTB/PCdoB

que são maioria da FEN-TECT e são ligados a estas centrais sindicais e parti-dos políticos querem pas-sar para os trabalhadores agora que é diferente e não é privatização.

Essa postura é para jus-tificar a traição por não terem travado a luta con-tra o governo como acon-teceu em governos anteriores. Não encaminharam a deliberação do 30º CONREP que rejeitou a MP e delibe-rou uma ampla campanha na base da categoria e na sociedade.

Eles fizeram isso de caso pensado para blindarem o governo. Outro mo-tivo disputa de cargos na empresa. Já são quatro diretores da FENTECT que assumiram cargo na empresa inclusi-ve um dos coordenadores da campa-nha contra a MP, Paulo Bolinha sem contar outros diretores de sindicatos a nível nacional.

A MP é Privatização SimReafirmamo-nos se tratar de priva-

tização sim, esse modelo de privati-zação já vem sendo usado em outras empresas estatais, de forma bem pa-recida. Na Petrobrás, por exemplo, o Estado é majoritário nas ações, mas

quem de fato manda é o grande acio-nista privado.

É por isso que apesar do Brasil des-cobrir o pré-sal e ser auto-suficiente em petróleo, o preço da gasolina não cai nunca! Tudo para poder garantir o lucro dos acionistas, além de aumentar a ter-ceirização. De cada três trabalhadores, apenas um é da Petrobrás. É para esse caminho, o do lucro acima de tudo, que o governo Dilma leva os Correios.

Nós trabalhadores dos Correios iremos sentir os resultados dessa “parceria” com o capital privado, co-meçando com o fim da estabilidade dos ecetista, aumento do ritmo de trabalho, assédio moral, terceirização, retirada de direitos, aumento dos pre-ços nas correspondências e cada vez menos contratação por Concurso Público até a empresa atingir o seu objetivo.

MP-532 é aprovado no Congresso e no senadoO Governo Dilma Rousseff, consegue aprovar a privatização dos Correios na Câmara e no Senado o que nem o PSDB e nem o DEM conseguiram quando estavam no governo.

E ste discurso falacioso caiu por terra uma vez que está sendo imposta a ECT a me-

todologia das empresas de Socieda-de Anônima vinculando a mesma a Comissão de Valores Mobiliários - CMV através da aplicação da Lei das Sociedades por Ações – (6404/76), mudando o foco da empresa de uma empresa pública que tem obri-gações sociais para uma empresa que agora visa o lucro, inclusive com poderes totais para uma Assembléia Geral que a qualquer momento pode alterar a estrutura da empresa sem consulta popular e legislativa.

O descumprimento do Art.º 37

da Constituição Federal nos incisos a seguir comprovam a intenção do Governo Federal em burlar o deba-te público, tendo em suas mãos um cheque em branco para favorecer não a população brasileira, mas um conglomerado de corporações na-cionais e internacionais interessadas em empresas estratégicas do ponto de vista político e econômico.

XIX - Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e au-torizada à instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;

XX - Depende de autorização le-gislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades mencio-nadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada;

O problema não acaba por aí! A nova visão da empresa, que agora privilegia o lucro em de-trimento do papel social da em-presa, abre precedentes para o questionamento da Imunidade Tributária da Empresa, o paga-mento de seus passivos através de Precatórios e sobre a lega-lidade do Monopólio Postal.

Os trabalhadores podem per-der sua garantia de emprego uma vez que fica em xeque a ar-gumentação da Orientação Juris-prudencial 247 da SDI-I do TST.

É cômico se não fosse trágico! Estão fazendo o que nem o PSDB e nem o DEM conseguiram quan-do estavam no governo. Os depu-tados do PT e do PCdoB votaram em massa nesse nefasto projeto. Os trabalhadores que lotaram as galerias da Câmara deram as cos-tas para os deputados do PT e PC do B, quando esses defendiam tal arbitrariedade. Algo impossível de imaginar anos atrás.

O grande capital nacional e es-trangeiro agradecem aos bons ser-viços do PT e PC do B, assim como os latifundiários agradeceram ao PC do B pelo novo Código Flores-tal que destruirá o meio ambiente. As multinacionais do nosso setor agradecem aos deputados desses partidos pelo desserviço prestado à população brasileira.

E ainda dizem: “...agora vamos disputar o mercado, expandir para o exterior; seremos uma potência e, com o aumento dos lucros, os trabalhadores vão ganhar mais”.

Contatos: fntcorreios@yahoo.com.br ou WWW.blogfntc.blogspot.com

Tulmuto da votação da MP

Para PT e PCdoB, isso é “modernização”