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2 2.03.2010 Participação das mulheres no mercado de trabalho As mulheres estão aumentando sua participação em todas as áreas do mercado de trabalho, o percentual de mulheres chefes de empresas no mundo chega a 24%, e o Brasil, está próximo a esse percentual com 21%. A área empresarial parece ser onde as mulheres ascendem com mais sucesso nos espaços de poder e decisão, mostrando que as conquistas sociais, como a maior escolaridade e liberdades individuais, estão envolvidas no processo. Os dados mostram que e as mulheres são maioria em cargos de encarregadas e coordenadoras, e os percentuais decaem à medida que aumenta o nível do cargo. Entretanto, os números revelam que nos últimos dez anos as mulheres têm alcançado crescimento em todos os postos hierárquicos e são cada vez mais empreendedoras, ou seja, tornam-se chefes dos próprios negócios. O IBGE acaba de divulgar o trabalho especial “Mulher no Mercado de Trabalho: Perguntas e Respostas”, que tem como objetivo apresentar um panorama da mulher no mercado de trabalho no Brasil. Os resultados mostram que 35,5% das mulheres pesquisadas tinham carteira de trabalho assinada, sendo que 61,2% das trabalhadoras tinham 11 anos ou mais de estudo, ou seja, pelo menos o ensino médio completo; para os homens este percentual era de 53,2%. A parcela de mulheres ocupadas com nível superior completo era de 19,6%, também superior ao dos homens 14,2%. A proporção de mulheres que são “chefes de família”, ou seja, que são as principais responsáveis pelo sustento do lar também aumentou entre os anos de 1998 e 2008, subindo de 25,9% para 34,9%, que equivale a mais de um terço das famílias brasileiras. Aumentou também a parcela de núcleos formados por mães que cuidam sozinhas dos filhos: de 4,4% para 5,9%. Porém, a pesquisa do IBGE aponta que, o rendimento salarial das mulheres, estimado em R$ 1.097,93, continua inferior ao dos homens (R$ 1.518,31). Em 2009, comparando a média anual de rendimentos dos homens e das mulheres, verificou-se que as mulheres ganham em torno de 72,3% do rendimento recebido pelos homens. Em 2003, esse percentual era de 70,8%. A mesma conclusão é apresentada em um estudo divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) por ocasião do Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, “As mulheres – principalmente as mulheres negras – possuem rendimentos mais baixos que os dos homens e, ainda que em média tenham níveis de escolaridade mais elevados, seguem enfrentando o problema da segmentação ocupacional, que limita seu leque de possibilidades de emprego”. A responsabilidade e a participação das mulheres no mercado de trabalho brasileiro têm se ampliado nos últimos anos, mas as desigualdades de gênero continuam as mesmas, mudanças precisam ser promovidas para que as trabalhadoras possam conquistar igualdade econômica.

Participação das Mulheres no Mercado de Trabalho

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Page 1: Participação das Mulheres no Mercado de Trabalho

2 2.03.2010

Participação das mulheres no mercado de trabalho

As mulheres estão aumentando sua participação em todas as áreas do mercado de trabalho, o percentual de mulheres chefes de empresas no mundo chega a 24%, e o Brasil, está próximo a esse percentual com 21%.

A área empresarial parece ser onde as mulheres ascendem com mais sucesso nos espaços de poder e decisão, mostrando que as conquistas sociais, como a maior escolaridade e liberdades individuais, estão envolvidas no processo.

Os dados mostram que e as mulheres são maioria em cargos de encarregadas e coordenadoras, e os percentuais decaem à medida que aumenta o nível do cargo. Entretanto, os números revelam que nos últimos dez anos as mulheres têm alcançado crescimento em todos os postos hierárquicos e são cada vez mais empreendedoras, ou seja, tornam-se chefes dos próprios negócios.

O IBGE acaba de divulgar o trabalho especial “Mulher no Mercado de Trabalho: Perguntas e Respostas”, que tem como objetivo apresentar um panorama da mulher no mercado de trabalho no Brasil. Os resultados mostram que 35,5% das mulheres pesquisadas tinham carteira de trabalho assinada, sendo que 61,2% das trabalhadoras tinham 11 anos ou mais de estudo, ou seja, pelo menos o ensino médio completo; para os homens este percentual era de 53,2%. A parcela de mulheres ocupadas com nível superior completo era de 19,6%, também superior ao dos homens 14,2%.

A proporção de mulheres que são “chefes de família”, ou seja, que são as principais responsáveis pelo sustento do lar também aumentou entre os anos de 1998 e 2008, subindo de 25,9% para 34,9%, que equivale a mais de um terço das famílias brasileiras. Aumentou também a parcela de núcleos formados por mães que cuidam sozinhas dos filhos: de 4,4% para 5,9%.

Porém, a pesquisa do IBGE aponta que, o rendimento salarial das mulheres, estimado em R$ 1.097,93, continua inferior ao dos homens (R$ 1.518,31). Em 2009, comparando a média anual de rendimentos dos homens e das mulheres, verificou-se que as mulheres ganham em torno de 72,3% do rendimento recebido pelos homens. Em 2003, esse percentual era de 70,8%.

A mesma conclusão é apresentada em um estudo divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) por ocasião do Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, “As mulheres – principalmente as mulheres negras – possuem rendimentos mais baixos que os dos homens e, ainda que em média tenham níveis de escolaridade mais elevados, seguem enfrentando o problema da segmentação ocupacional, que limita seu leque de possibilidades de emprego”.

A responsabilidade e a participação das mulheres no mercado de trabalho brasileiro têm se ampliado nos últimos anos, mas as desigualdades de gênero continuam as mesmas, mudanças precisam ser promovidas para que as trabalhadoras possam conquistar igualdade econômica.

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* Gleisi Hoffmann é advogada e membro do Diretório Nacional do Partido dosTrabalhadores