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BELO HORIZONTE, TERÇA-FEIRA, 15/6/2010 - HOJE EM DIA - [email protected] .2 Copa 2010 BRUNO MORENO REPÓRTER DO CADERNO DE ESPORTES É impressionante como o tempo das crianças é completa- mente diferente do mundo dos adultos. Não sei se pela pureza, ou se por uma espécie de “presente continuado” no estilo de Cla- rice Lispector, ou quem sabe até um modelo sonhador. Mas o cer- to é que os ídolos são eternos, os super-heróis não morrem e vida é mais divertida assim. Dentre essas três hipóteses, prefiro a da Clarice. Para falar a verdade, tomo isso como preceito básico de minha vida. Mas não estou louco em falar de uma escritora brasuca-ucraniana em tempos de Copa do Mundo na África. Me lembrei disso porque a minha primeira recordação de um Mundial é o de 1986, em que assisti com minha mãe grande parte das partidas do Brasil. Na época, com seis anos, eu recla- mava que o Pelé não estava no time. - Mãe, como que o Pelé não está lá jogando. Ele não é o me- lhor do Brasil? E me lembro da sala de televisão de minha casa no interior do Estado, em uma gelada manhã de inverno em cidade siderúr- gica do Quadrilátero Ferrífero. Uma televisão normal de 20 pole- gadas - naquela época, ninguém nem sonhava com as telas pla- nas de LCD e toda a tecnologia existente hoje -, gritando em ci- ma de uma velha mesa que abrigava uma máquina de costurar. Como se fosse um torcedor nervoso, que não se conformava com a não convocação do Romário nas Eliminatórias da Copa de 1994, fiquei esperando uma resposta. E não demorou. Com paciência, minha mãe me explicou. - Filho, o Pelé já parou de jogar. Fez o que tinha que fazer, ga- rantiu o tri no México, em 1970. Ele não consegue mais correr co- mo os jogadores que estão no campo. Agora ele faz outras coisas. Uma delas, fui descobrir depois de mais velho, era ‘pegar a Xuxa’ , mas isso é outra história. Pelé foi efetivamente tricampeão com Seleção Brasileira (1958/62/70) e, em todos os Mundiais, minha mãe torceu pra ele e para o Brasil. Ela era daquelas torcedoras fanáticas pelo Brasil, não por clubes. Quando Bellini ergueu a taça na Suécia, tinha cin- co anos, quase a mesma idade que eu, quando escalei Pelé em 1986. De lá até a minha primeira Copa, minha mãe acompa- nhou toda a trajetória da Seleção, e sempre se emocionava quan- do escutava os famosos 90 milhões em ação - e eu também. Agora, minha missão é escalar meu filho, Antônio, de três anos, para acompanhar a Copa da África. Apesar de gostar de futebol, ainda não consegue ficar parado em frente à TV para assistir aos 90 minutos que inflamam as emoções. Gostou mais de ‘fabricar’ elefantes, zebras, leões e girafas na escola. Mas quando 2014 chegar, já com sete anos, ele estará pronto para ir ao Mineirão. Se tudo der certo, Pelé também estará lá quem sabe para a abertura do Mundial - o que é bem imprová- vel, pois BH não deverá receber o primeiro jogo. Minha mãe não verá a Copa de 2014. A última que ela acom- panhou foi a de 1998, na França, mas não estávamos juntos. Quando eu e Antônio avistarmos Pelé, vou dizer a ele: - Aquele foi o jogador mais importante da Copa do Mundo de 1986. E-mail: [email protected] SELEÇÃO BRASILEIRA (horários de Brasília, com cinco horas a menos) 10h45 Preleção e, na sequência, saída do hotel Fairways rumo ao Ellis Park, em Johannesburgo, onde às 15h30 o Brasil enfrenta a Coreia do Norte EXPOSIÇÃO DE CAMISAS OFICIAIS Segue até dia 1 de julho, no DiamondMall, a exposição de camisas oficiais dos países que disputam a Copa do Mundo 2010, como Brasil, Itália, Espanha, Alemanha e Portugal. Com entrada franca, a exposição está montada no piso L3, em frente ao cinema. O shopping fica na Avenida Olegário Maciel, 1.600, no bairro de Lourdes. QR Code é moda na África .Agenda .Tv DANIEL GARCIA/AFP Na vitória da Holanda so- bre a Dinamarca, por 2 a 0, on- tem, no estádio Soccer City, em Johannesburgo, o destaque da partida não ficou apenas no gra- mado, com o primeiro confron- to entre europeus neste Mun- dial, mas também nas arquiban- cadas. A torcida feminina do país de Van Gogh chamou a atenção de turistas, torcedo- res, sul-africanos e fotógrafos. Uma delas foi a torcedora ho- landesa que estampava em sua camiseta um código QR Co- de. Ela deve ter sido muito foto- grafada, já que, para decodifi- car a mensagem, era necessá- rio que fosse tirada uma foto do código desenhado na camise- ta. No Brasil, diariamente, o HOJE EM DIA publica em sua capa e dentro deste caderno Es- pecial Copa do Mundo dois QR Codes diferentes. Veja na arte ao lado como utilizar o recurso. O Pelé titular na Copa de 1986 ABERTA GLOBO 8h17 Nova Zelândia x Eslováquia 10h40 Costa do Marfim x Portugal 14h50 BRASIL x Coréia do Norte BANDEIRANTES 8h Nova Zelândia x Eslováquia 10h30 Costa do Marfim x Portugal 14h15Conexão África 15h Brasil x Coréia do Norte RECORD NEWS 22h Esporte Record News PAGA BANDSPORTS 15h30 BRASIL x Coreia do Norte ESPN BRASIL E SPORTV 8h30 Nova Zelândia x Eslováquia 11h Costa do Marfim x Portugal 15h30 BRASIL x Coréia do Norte ESPN BRASIL 21h Brasil X Coréia do Norte VT

Pelé em 1986

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BELO HORIZONTE, TERÇA-FEIRA, 15/6/2010 - HOJE EM DIA - [email protected]

.2 Copa2010

BRUNO MORENOREPÓRTER DO CADERNO DE ESPORTES

É impressionante como o tempo das crianças é completa-mente diferente do mundo dos adultos. Não sei se pela pureza,ou se por uma espécie de “presente continuado” no estilo de Cla-rice Lispector, ou quem sabe até um modelo sonhador. Mas o cer-to é que os ídolos são eternos, os super-heróis não morrem e vidaé mais divertida assim.

Dentre essas três hipóteses, prefiro a da Clarice. Para falar averdade, tomo isso como preceito básico de minha vida. Masnão estou louco em falar de uma escritora brasuca-ucranianaem tempos de Copa do Mundo na África.

Me lembrei disso porque a minha primeira recordação deum Mundial é o de 1986, em que assisti com minha mãe grandeparte das partidas do Brasil. Na época, com seis anos, eu recla-mava que o Pelé não estava no time.

- Mãe, como que o Pelé não está lá jogando. Ele não é o me-lhor do Brasil?

E me lembro da sala de televisão de minha casa no interiordo Estado, em uma gelada manhã de inverno em cidade siderúr-gica do Quadrilátero Ferrífero. Uma televisão normal de 20 pole-gadas - naquela época, ninguém nem sonhava com as telas pla-nas de LCD e toda a tecnologia existente hoje -, gritando em ci-ma de uma velha mesa que abrigava uma máquina de costurar.

Como se fosse um torcedor nervoso, que não se conformavacom a não convocação do Romário nas Eliminatórias da Copade 1994, fiquei esperando uma resposta.

E não demorou. Com paciência, minha mãe me explicou.- Filho, o Pelé já parou de jogar. Fez o que tinha que fazer, ga-

rantiu o tri no México, em 1970. Ele não consegue mais correr co-moosjogadoresqueestãonocampo.Agoraelefazoutrascoisas.

Uma delas, fui descobrir depois de mais velho, era ‘pegar aXuxa’ , mas isso é outra história.

Pelé foi efetivamente tricampeão com Seleção Brasileira(1958/62/70) e, em todos os Mundiais, minha mãe torceu pra ele epara o Brasil. Ela era daquelas torcedoras fanáticas pelo Brasil,nãopor clubes.Quando Belliniergueu ataça naSuécia, tinha cin-co anos, quase a mesma idade que eu, quando escalei Pelé em1986. De lá até a minha primeira Copa, minha mãe acompa-nhou toda a trajetória da Seleção, e sempre se emocionava quan-do escutava os famosos 90 milhões em ação - e eu também.

Agora, minha missão é escalar meu filho, Antônio, de trêsanos, para acompanhar a Copa da África. Apesar de gostar defutebol, ainda não consegue ficar parado em frente à TV paraassistir aos 90 minutos que inflamam as emoções. Gostou maisde ‘fabricar’ elefantes, zebras, leões e girafas na escola.

Mas quando 2014 chegar, já com sete anos, ele estará prontopara ir ao Mineirão. Se tudo der certo, Pelé também estará láquem sabe para a abertura do Mundial - o que é bem imprová-vel, pois BH não deverá receber o primeiro jogo.

Minha mãe não verá a Copa de 2014. A última que ela acom-panhou foi a de 1998, na França, mas não estávamos juntos.Quando eu e Antônio avistarmos Pelé, vou dizer a ele: - Aquelefoi o jogador mais importante da Copa do Mundo de 1986.

E-mail: [email protected]

SELEÇÃO BRASILEIRA(horários de Brasília, com cincohoras a menos)10h45 Preleção e, na sequência,saída do hotel Fairways rumoao Ellis Park, em Johannesburgo,onde às 15h30 o Brasil enfrentaa Coreia do Norte

EXPOSIÇÃO DE CAMISAS OFICIAISSegue até dia 1 de julho, noDiamondMall, a exposiçãode camisas oficiais dos paísesque disputam a Copa do Mundo2010, como Brasil, Itália,Espanha, Alemanha e Portugal.Com entrada franca,a exposição está montadano piso L3, em frente ao cinema.O shopping fica na AvenidaOlegário Maciel, 1.600,no bairro de Lourdes.

QR Code émoda naÁfrica

.Agenda .Tv

DANIEL GARCIA/AFP

Na vitória da Holanda so-bre a Dinamarca, por 2 a 0, on-tem, no estádio Soccer City, emJohannesburgo, o destaque dapartida não ficou apenas no gra-mado, com o primeiro confron-to entre europeus neste Mun-dial, mas também nas arquiban-cadas. A torcida feminina dopaís de Van Gogh chamou aatenção de turistas, torcedo-res, sul-africanos e fotógrafos.Uma delas foi a torcedora ho-landesa que estampava emsua camiseta um código QR Co-de. Ela deve ter sido muito foto-grafada, já que, para decodifi-car a mensagem, era necessá-rio que fosse tirada uma foto docódigo desenhado na camise-ta. No Brasil, diariamente, oHOJE EM DIA publica em suacapa e dentro deste caderno Es-pecial Copa do Mundo dois QRCodes diferentes. Veja na arteao lado como utilizar o recurso.

O Pelé titularna Copa de 1986

ABERTAGLOBO8h17 Nova Zelândia x Eslováquia10h40 Costa do Marfim x Portugal14h50 BRASIL x Coréia do NorteBANDEIRANTES8h Nova Zelândia x Eslováquia10h30 Costa do Marfim x Portugal14h15Conexão África15h Brasil x Coréia do NorteRECORD NEWS22h Esporte Record News

PAGABANDSPORTS15h30 BRASIL x Coreia do NorteESPN BRASIL E SPORTV8h30 Nova Zelândia x Eslováquia11h Costa do Marfim x Portugal15h30 BRASIL x Coréia do NorteESPN BRASIL21h Brasil X Coréia do Norte VT