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1 EXCELENTÍSSIMA SENHORA PROCURADORA-GERAL DE JUSTIÇA DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL. REDE DEMOCRÁTICA PM-BM-RD, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 15.787.007/0001-72, com sede no SCN, Quadra 02, Bloco “A”, sala 1201, Centro Empresarial Varig, Asa Norte, Brasília- DF, CEP: 70.714-900, neste ato representado por seus representantes legais, com fulcro no art. 5º, inciso XXXIV, da CF oferecer REPRESENTAÇÃO Em face de ato inconstitucional praticado pelo Distrito Federal, nos seguintes termos: DA CRIAÇÃO E EXTINÇÃO DE CARGOS POR DECRETO QUE IMPLICAM EM AUMENTO DE DESPESA NA PM E NO CBM Como é cediço, a Constituição Federal estabelece no art. 21, XIV que compete à União organizar e manter a Polícia Militar, a Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal. Trata-se de competência material exclusiva da União no que tange aos órgãos de segurança pública distritais. Por óbvio, se é a União que deve organizá-los e mantê-los, é a este ente político que compete legislar sobre a remuneração dos agentes desses órgãos, pois não faria sentido o Distrito Federal legislar sobre assunto que é da competência material da União.

Representação rede democrática pm

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Representação RD- Questionamento de inconstitucionalidade

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EXCELENTÍSSIMA SENHORA PROCURADORA-GERAL DE JUSTIÇA DO

MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL.

REDE DEMOCRÁTICA PM-BM-RD, pessoa jurídica de direito

privado, inscrita no CNPJ sob o nº 15.787.007/0001-72, com sede no SCN,

Quadra 02, Bloco “A”, sala 1201, Centro Empresarial Varig, Asa Norte, Brasília-

DF, CEP: 70.714-900, neste ato representado por seus representantes legais,

com fulcro no art. 5º, inciso XXXIV, da CF oferecer

REPRESENTAÇÃO

Em face de ato inconstitucional praticado pelo Dist rito Federal, nos

seguintes termos:

DA CRIAÇÃO E EXTINÇÃO DE CARGOS POR DECRETO QUE IMP LICAM

EM AUMENTO DE DESPESA NA PM E NO CBM

Como é cediço, a Constituição Federal estabelece no art. 21, XIV

que compete à União organizar e manter a Polícia Militar, a Polícia Civil e o

Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal.

Trata-se de competência material exclusiva da União no que tange

aos órgãos de segurança pública distritais. Por óbvio, se é a União que deve

organizá-los e mantê-los, é a este ente político que compete legislar sobre a

remuneração dos agentes desses órgãos, pois não faria sentido o Distrito

Federal legislar sobre assunto que é da competência material da União.

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Não obstante a repartição constitucional de competências que visa

preservar o pacto federativo, o Distrito Federal, reiteradamente, afronta os

comandos constitucionais para editar atos normativos primários sobre os

órgãos de segurança pública.

Em 2011, a pretexto de editar um ato para fiel execução de lei, o

Governador do Distrito Federal, editou Decretos, com natureza autônoma,

concedendo gratificações a oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros

Militar do Distrito Federal: Decreto 33.429/11 e 33.431/11.

Nos referidos Decretos, há a extinção de cargos nessas estrutas e a

criação de outros que importam em um aumento de despesa desproporcional,

pois segundo o art. 2º e anexos dos Decretos em questão, eram efetuados

gastos de R$ 51.880,36 e R$ 36.764,36, no CBMDF e na PMDF,

respectivamente, ao passo que com os preenchimentos dos CARGOS

CRIADOS POR DECRETO esses gastos passam a ser de R$ 368.912,47 e

463.206,78.

Ora, além do Decreto não ser um instrumento idôneo para a criação

e extinção de cargos, dado o disposto no art. 61 da CF, que é norma de

reprodução obrigatória pelo Distrito Federal, esse ato normativo não podem

importar em aumento de despesa segundo vedação do art. 84, VI, da CF.

Ademais, não compete ao Distrito Federal tratar da remuneração

dos agentes de segurança pública do Distrito Federal. Esse posicionamento

está amparado pelo Supremo Tribunal Federal conforme se infere da Súmula

Vinculante nº 647, in verbis: “Compete privativamente à União legislar sobre

vencimentos dos membros das polícias civil e militar do distrito federal”.

Por conseguinte, verifica-se que os Decretos 33.429/11 e 33.431/11,

a pretexto de servirem para a fiel execução de lei, inovaram na ordem jurídica

ao criar e extinguir cargos, aumentar despesas e tratar de assunto da

competência legislativa da União, estando, portanto, eivados de

inconstitucionalidade.

DO PEDIDO

Tendo em vista que compete ao Ministério Público, segundo o art.

127 da CF, zelar pela ordem jurídica, o peticionário requerer ao lídimo órgão

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ministerial que receba a presente representação para os fins de propositura

das ações constitucionais cabíveis contra os referidos decretos.

Pede deferimento.

Brasília-DF, 19 de dezembro de 2012.

REDE DEMOCRÁTICA PM-BM-RD

Roner Salvador Gama

Presidente

Documentos que acompanham a representação:

1 Comprovante de Inscrição e Situação Cadastral da Associação

representante.

2 Estatuto da Associação

3 Documento de seus representantes legais

4 Cópia Decreto 33.429/11.

5 Cópia do Decreto e 33.431/11.