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Hotel Casino da Ponte PROJECTO DE RECONVERSÃO E AMPLIAÇÃO DE EDIFÍCIOS

Hotel Casino da Ponte

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Hotel em Vila Nova de Gaia junto às Caves de Vinho do Porto

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HotelCasino da Ponte

PROJECTO DE RECONVERSÃO E AMPLIAÇÃO DE EDIFÍCIOS

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Localização: Rua Casino da Ponte / Rua Cabo Simão - Vila Nova de Gaia Requerente: Oporto Player – Investimentos Lda

HotelCasino da Ponte

PROJECTO DE RECONVERSÃO E AMPLIAÇÃO DE EDIFÍCIOS

Page 3: Hotel Casino da Ponte

01 PRINCÍPIOS CONCEPTUAIS 5

02 ORGANIZAÇÃO ESPACIAL E FUNCIONAL 7

02.1 Considerações gerais 7

02.2 Distribuição do programa 9

03 INSERÇÃO URBANA E PAISAGÍSTICA 13

04 CONCEPÇÃO CONSTRUTIVA 15

05 IMAGEM DIURNA 16

06 PROJECTO 18

07 IMAGEM NOTURNA 32

08 IMAGENS INTERIORES 34

09 JOSÉ GIGANTE – NOTA BIOGRÁFICA 36

índice

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01PRINCÍPIOS CONCEPTUAIS

Trata-se do projecto de reconversão e ampliação de um conjunto de edifícios situados entre a Rua Casino da Ponte e a Rua Cabo Simão, em Vila Nova de Gaia, no sentido de aí criar uma unidade hoteleira de quatro estrelas designada por Hotel Casino da Ponte.

O conjunto preexistente é constituído por uma série de três volumes de antigos armazéns escalo-nados, construídos com paredes de alvenaria de granito ao longo da escarpa que, descendo da Serra do Pilar, se estende com abrupta pendente entre as duas ruas atrás referidas. E ainda por um edifício à cota superior onde até à década de 20 do século passado funcionou o denominado Casino da Ponte, um espaço de jogo clandestino servido por um restaurante panorâmico e uma sala de espectáculos.

Terá sido a construção da ponte Luís I, nos finais do século XIX, que proporcionou as condições para a criação de melhores acessos e, por essa via, o de-senvolvimento deste núcleo edificado sob a escarpa do mosteiro da Serra do Pilar.

Após o fecho do Casino, o conjunto foi adquirido pela firma Barros & Almeida, ligada à produção e comércio de vinho do Porto, que em 1939 fez obras nos edifícios dando-lhes genericamente a sua configuração actual. Restam ainda sinais dessa ocupação, tanto nas cubas de vinho existentes como no curioso pináculo em forma de garrafa que encima um dos mirantes dispostos na reduzida área exterior da encosta.

O local apresenta condições excepcionais tanto do ponto de vista paisagístico como da sua articulação com as duas margens do Rio Douro, sendo urgente que surjam oportunidades capazes de viabilizarem a reabilitação do tecido edificado que lhe dá forma.

O presente desígnio de aí situar um Hotel de quatro estrelas com 80 quartos enquadra-se nessa perspectiva, reconhecendo as condições vantajosas da sua localização, entre o Mosteiro da Serra do Pilar e a ponte Luís I, dispondo de meios de acesso muito próximos (metro, teleférico, funicular e o

próprio tabuleiro inferior rodoviário da ponte que une as duas margens do Rio Douro.

Sendo embora arquitectonicamente indissociá-veis do conjunto construído em que se inserem, os volumes integrantes do terreno objecto do presente projecto constituem, pela sua dimensão e posicionamento, uma parcela determinante na identidade urbana do lugar, pelo que qualquer projecto para a sua revitalização deverá estar atento a essa especificidade.

Por isso, se por um lado o local se torna naturalmente apetecível para a implantação de uma unidade hoteleira, por outro lado convida, em nossa opinião, a um conceito de inserção urbana assente num relativo despojamento da sua imagem capaz de manter tensa a interdependência com toda a sua envolvente edificada.

Assim, é nosso propósito que o carácter singular do futuro hotel decorra essencialmente da sua própria diluição na atmosfera do Lugar, preser-vando e aprofundando a sua pertença ao conjunto

envolvente que lhe dá sentido. Nesse sentido, torna-se tema dominante a

consolidação da imagem dos longos volumes escalonados que sobem em cascata desde a margem do rio, sabendo que nenhum deles, por si só, é suficientemente interessante do ponto de vista arquitectónico e que a sua forte presença urbana decorre fundamentalmente da coesão do conjunto onde se integram.

É nessa perspectiva que foi desenvolvido o presente projecto de arquitectura.

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No sentido da sua adequação à utilização como Hotel, o projecto procura distribuir os espaços integrados no programa de modo a preservar e até a acentuar a identidade arquitectónica dos vários corpos que compõem o conjunto edificado.

Assim, colocaram-se quase todos os quartos nos três volumes escalonados dos antigos armazéns, tendo sido possível integrar aí um total de 76 (se-tenta e seis) unidades, todos com área superior aos valores mínimos regulamentares para um hotel de quatro estrelas (14,5 m2 para quartos individuais e 19,5 m2 para quartos duplos), integrando instalação sanitária própria. Esta distribuição torna-se mais rentável e apropriada, já que possibilita criar um tipo de ordenamento repetitivo e orientar todas

as unidades no sentido do Rio Douro (se bem que as dos pisos inferiores não possam beneficiar do melhor enquadramento visual).

Apenas os restantes 4 (quatro) quartos se situam no edifício de entrada (antigo Casino) situado à cota mais alta, neste caso usufruindo de uma magnífica vista sobre a cidade do Porto.

Deste modo, os quartos em geral ficam alojados em áreas mais recatadas, resguardando a necessária privacidade e permitindo manter a integridade da forma dos actuais edifícios já que é suficiente manter o ritmo dos vãos preexistentes, complemen-tados por novas aberturas, verticalmente alinhadas com os mesmos, a executar com configuração e dimensão idênticas.

Pelo contrário, as áreas comuns e particularmente o restaurante e bar requerem um outro enquadra-mento na perspectiva da criação de espaços amplos com uma franca articulação com as áreas exteriores e, por isso, com maior apetência para se situarem em volumes novos de ampliação construídos com estruturas que permitam menos constrangimentos espaciais. Também a sala de reuniões e o ginásio se situam num novo corpo, proporcionando áreas mais amplas de apropriação.

Unindo verticalmente estes dois corpos de ampliação (restaurante-bar / cozinha e sala poliva-lente / ginásio) desenvolve-se o esguio volume dos elevadores situados fora dos edifícios preexistentes.

Por seu lado, a garagem (20 lugares) dispõe-se no edifício preexistente que integra as antigas cubas de vinho, as quais serão demolidas, permitindo a criação de dois pisos de estacionamento graças à grande dimensão do actual pé-direito. A adequação da garagem a este corpo justifica-se pelo facto de o volume existente não dispor de aberturas sobre o Rio, uma vez que o seu limite norte confina com o lote adjacente.

ORGANIZAÇÃO ESPACIAL E FUNCIONAL

02.1 Considerações gerais

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02.2 Distribuição do programa

Átrio / Recepção / Administração

Situa-se no corpo principal do edifício do antigo casino, no amplo espaço existente de pé-direito duplo, com um magnífico enquadramento visual do rio. Trata-se duma óptima localização, à cota alta, junto à ponte Luís I e à estação do Metro, perto do teleférico e do miradouro da Serra do Pilar.

O espaço privado exterior que antecede a entrada permite o estacionamento temporário de viaturas para tomada e largada de tentes e bagagens.

A dimensão do espaço permite integrar neste espaço uma folgada área de estar equipada (mesas e sofás ou cadeiras), constituindo o edifício um ele-mento com grande legibilidade na articulação com o ponto de chegada da ponte a Vila Nova de Gaia.

O balcão de recepção dispõe de um comparti-mento para bagagem dos clientes e articula directa-mente com a área da Administração do Hotel.

Neste piso, dispõem-se ainda instalações sanitá-rias para o pessoal administrativo e também para os utentes, sendo esta última com divisão por sexos e integração de uma unidade adaptada a pessoas com mobilidade condicionada.

ORGANIZAÇÃO ESPACIAL E FUNCIONAL

Sala de Reuniões / Ginásio / Sauna

Junto à Rua Cabo Simão, o novo conjunto de ampliação remata num corpo que acompanha a frente de rua, no qual se insere uma grande Sala de Reuniões de pé-direito duplo, privativa do Hotel, destinada a reuniões / eventos, a qual dispõe de uma frente envidraçada para o exterior.

No piso superior deste volume situa-se um pequeno ginásio equipado com sauna e outras valências a definir.

Estacionamento

O Hotel dispõe de estacionamento próprio para 20 viaturas ligeiras, com acesso directo pelo inte-rior e ligação à Recepção através dos corredores dos quartos.

Restaurante / Bar / Cozinha / Espaços exteriores

O Restaurante /Bar dispõe-se num amplo espaço envidraçado em toda a sua fachada norte, voltada ao Rio Douro, dispondo de uma extensa varanda exterior que poderá funcionar como esplanada.

A partir do Restaurante é possível aceder às plataformas exteriores do terreno, que serão objecto de um arranjo paisagístico adequado, com novos muros e áreas ajardinadas, conforme expresso em desenhos. Para tal, prevê-se a demolição integral dos dois volumes / mirante já referidos, sem qualquer interesse arquitectónico, que perturbam a relação entre o Restaurante e a paisagem.

Em todas as plataformas exteriores, mesmo as situadas na cobertura dos edifícios, prevê-se um recobrimento ajardinado contínuo que uniformize a imagem do conjunto, conforme também documen-tado em plantas

O Restaurante / Bar será ainda complementado por um pequeno Bar informal situado no piso superior do novo corpo de elevadores, servido por uma ampla janela panorâmica com vista sobre a cidade do Porto.

A Cozinha e a Área de Pessoal situam-se no piso sobre o Restaurante / Bar, dispondo de vãos envi-draçados mas sem visibilidade a partir do exterior, já que se localizam por detrás da pala frontal situada no alinhamento do limite da esplanada.

As cargas e descargas para a Cozinha processam--se directamente a partir da Rua do Casino da Ponte, através de elevador e escada de serviço próprios, conforme evidenciado em plantas.

A Cozinha comunica com o Restaurante através de escada interior e ainda por sistema monta-pratos articulado com uma copa existente no piso inferior.

O Restaurante / Bar é servido por instalações sa-nitárias próprias com divisão por sexos e integração de uma unidade adaptada a pessoas com mobilida-de condicionada.

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Circulações / Acessos interiores

A partir da recepção, os clientes do Hotel poderão dirigir-se ao piso superior (piso 12), onde se situam 4 (quatro) quartos ou descer para os pisos situados até à cota do Restaurante / Bar (piso 7) através de dois elevadores, cujo pequeno átrio dispõe, em todos os pisos de vãos envidraçados tanto para a Rua do Casino da Ponte como para a abrangente panorâmica sobre o Porto.

Em todos os pisos os elevadores são acompanha-dos de escadas enclausuradas com compartimenta-ção corta-fogo em geral.

Existe também um elevador de serviço paralelo para uso do pessoal do hotel, integrado em circuito de serviço totalmente independente. A partir do piso do Restaurante/Bar, que constitui o espaço cen-tral do conjunto, o percurso dos clientes é transferi-do para um segundo grupo de dois elevadores que desce até aos restantes pisos dentro de um volume próprio integrado no novo corpo de ampliação.

Os três volumes dos restantes quartos (76) são apoiados tanto pelo já referido elevador de serviço (que liga entre si os pisos 6 a 12) como por um

outro elevador de serviço (que liga entre si os pisos 1 a 6) integrado no corpo de ampliação que contém os ascensores dos utentes. Tais elevadores de serviço são sempre antecedidos de uma copa de serviço na ligação aos corredores dos quartos, criando entre si um circuito interno exclusivo do pessoal, absolutamente independente dos percursos usados pelos utentes. A alteração de prumada entre os dois monta-cargas de serviço processa-se no piso 6, num espaço exclusivo de serviço, assim assegurando a total independência do respectivo circuito, desde o piso 1 até ao piso 12, com ligação directa tanto à lavandaria como à área de pessoal / cozinha e ainda à entrada de serviço pela Rua Casino da Ponte.

Refira-se ainda a presença de um percurso interno ao conjunto edificado que seguirá ao longo de espaços onde a escarpa se encontra visível e que constituirá a revitalização de um antigo percurso existente, sendo nos desenhos legendado como espaço exterior coberto, já que será ventilado naturalmente, funcionando também como caminho de evacuação em caso de incêndio.

Quartos

De acordo com a solução apresentada, prevêem-se 64 quartos duplos (com áreas úteis entre 19,60 m2 e 34,43 m2) e 16 quartos individuais (com áreas úteis entre 15,35 m2 e 19,63 m2), num total de 80 unidades de alojamento com capacidade para 144 camas individuais fixas.

Refira-se que a percentagem da área média das unidades de alojamento excede as áreas mínimas obrigatórias em 14,2 %.

Todos os quartos dispõem de instalação sanitária própria com diversas configurações definidas em plantas.

Os 76 quartos dispostos nos volumes dos antigos armazéns têm ainda uma pequena varanda reentrante na fachada voltada ao Rio, que transporta para o interior do volume a caixilharia, conferindo aos edifícios um carácter que os aproxima do imaginário de uma ruína.

Conforme já referido, todos os pisos de quartos são servidos por um elevador reservado ao pessoal e por uma pequena copa de serviço, ambos ligados

a um circuito interno de serviço de ligação à lavandaria / tratamento de roupa, à cozinha e à área do pessoal.

Refira-se finalmente a criação, à cota superior, de um novo volume de ampliação destinado a quartos, implantado sobre o corpo preexistente que acolherá a garagem.

No percurso desde os elevadores até aos quartos, os utentes atravessarão, em quase todos os pisos, umas “pontes” envidraçadas de onde poderão usufruir da magnífica paisagem do Rio.

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O conjunto edificado preexistente constitui uma unidade bem sedimentada no espaço urbano envolvente, constituindo com este uma sólida base do belíssimo Mosteiro da Serra do Pilar.

Pelo modo como se implanta é bem legível que entre este conjunto e a paisagem que o enquadra se estabelece uma relação mutuamente contemplativa, transformando a construção em elemento indisso-ciável da caracterização arquitectónica do Lugar.

Daí o deliberado propósito, já expresso no ponto 1 desta Memória, de que o futuro Hotel se dilua na arquitectura envolvente, sabendo que qual-quer destaque demasiado ostensivo o banalizará, aproximando-o do conceito de tantas e tantas unidades hoteleiros que aspiram a uma imagem demarcadora da sua presença.

Alguns aspectos importantes foram tidos em conta na concepção do projecto tendentes a consoli-dar esta inserção urbana e paisagística mas também evidenciar subtis sinais que permitam ler a discreta individualidade do Hotel:

» A manutenção da cércea da generalidade dos edi-fícios preexistentes, com excepção para o volume superior dos antigos armazéns, cuja cércea subirá cerca de 2 metros para incluir mais um piso de quartos. Este volume superior será complemen-tado por um novo corpo de ampliação no sentido nascente, que integrará dois pisos de quartos e cujas fachadas serão desenhadas em continuida-de com o edifício lateral preexistente.

» A manutenção do ritmo e dimensão das janelas existentes nestes volumes, sendo que os novos pisos integrados no seu interior respeitarão nas aberturas as mesmas características. Para tal, proceder-se-á a uma translacção vertical dos vãos, de modo a preservar-se a identidade da fachada, no que respeita à relação cheio/vazio e ao ritmo das aberturas

» A criação de varandas reentrantes nos quartos, que retiram as caixilharias dos vãos, criando sombras nas fachadas que as aproximam da ima-gem de ruínas, ou seja da sua actual identidade.

No volume inferior, onde as aberturas são maio-res, a varanda intercepta os vãos em metade da sua largura (sendo a outra metade envidraçada), criando a ilusão de um novo redimensionamento do vão que o aproxima da métrica dos dois volumes superiores.

» Todos os enxertos e alterações nestas fachadas serão executados com alvenaria de granito à vista e pintada de branco, à semelhança dos antigos armazéns intercalados entre o nosso terreno e o Rio Douro.

» Por outro lado, a actual fragilidade do edifício su-perior do antigo Casino, nomeadamente no que se refere ao seu apoio na escarpa, será subvertida pelo novo volume de ampliação do Restaurante /Cozinha, cujo desenho concretizado num com-pacto corpo de betão permitirá criar uma base sólida capaz de estabilizar e consolidar a imagem do antigo edifício onde se situará a entrada do Hotel. Assim, a Cozinha, que também ocupará o piso superior por imperativo de viabilizar as

descargas a partir da Rua do Casino da Ponte (no interior do edifício existente) acaba por dar corpo a um volume fechado que ganha todo o sentido no equilíbrio do conjunto reabilitado.

» O desdobramento dos ascensores em duas prumadas diferentes permite ligar o corpo do Restaurante / Cozinha ao próprio volume dos elevadores, conferindo mais unidade ao conjunto. Por outro lado, tal processo de desdobramento viabiliza a colocação de um tramo superior dos acessos verticais dentro do edifício existente, re-duzindo o impacto do novo volume de ampliação na paisagem.

» Refira-se finalmente que o presente processo integra um pedido de isenção de colocação de painéis solares, subscrito por especialista credenciado, prevenindo um aspecto fundamen-tal na preservação da identidade da arquitectura do conjunto, também estribada na sequência de telhados com manifesta importância na paisagem urbana.

03INSERÇÃO URBANA

E PAISAGÍSTICA DA EDIFICAÇÃO

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Corpo de ampliação

Na reconversão destes três edifícios prevê-se a manutenção das paredes exteriores de granito primitivas e a reconstrução no mesmo material das extensões das mesmas afectadas por ampliações.

De modo a uniformizar as superfícies exteriores, resultantes da intervenção proposta no projecto, prevê-se uma pintura directa das fachadas, de cor branca, com produto que permita manter a leitura da textura da alvenaria de granito. Este procedimen-to corresponde, aliás, ao usado tradicionalmente nos antigos armazéns situados na envolvente.

A estrutura dos novos pavimentos será executada com lajes de betão maciço ou aligeirado, sendo o revestimento dos quartos executado com soalho de madeira maciça. As caixilharias serão de madeira pintada com vidro duplo.

O corpo de ampliação destinado a quartos, sobreposto ao volume preexistente que irá conter a garagem, será obviamente construído com um sistema mais aligeirado, prevendo-se uma estrutura metálica e fachadas executadas com alvenaria de tijolo, sendo também pintadas a branco.

Trata-se de um terreno caracterizado por uma enorme pendente, com a presença dos elementos rochosos da escarpa que se estende desde o Rio Douro até ao Mosteiro da Serra do Pilar.

A presença desta escarpa, que inclusivamente surge à vista em algumas áreas do interior dos edifícios exigirá grande atenção na elaboração do projecto de execução, nomeadamente no que se refere ao Projecto de Fundações e Estruturas, considerando que os actuais edifícios constituem elementos de contraventamento da mesma escarpa.

A consolidação da escarpa em geral, em toda a área do terreno constitui, por isso, um tema central no desenvolvimento do projecto e preparação da obra, tanto no que se refere ao edificado como aos espaços exteriores e respectivos muros de contenção.

Será integralmente executado com paredes exterio-res de betão à vista, com forra interior de tijolo e isolamento térmico intercalar. As caixilharias serão de alumínio ou madeira pintados.

O betão, sendo o material mais adequado para a forma proposta, é o que mais se adequa ao propósito já enunciado de conferir aos volumes um carácter compacto, já que se situam no actual espaço exterior ocupado pelas poucas plataformas abertas na escarpa. Por outro lado, tal configuração, conso-lidada num desenho que privilegia a continuidade compositiva entre os dois corpos de betão (superior e inferior) e o volume dos elevadores, está também ligado a um sinal de contemporaneidade importante na compreensão dos tempos de construção do conjunto projectado.

Edifício do antigo CasinoBlocos de quartosCaracterização do terreno

Será mantido com a sua configuração actual, rebo-cado e pintado, admitindo-se que a obra possa vir a revelar superfícies de parede em que a qualidade da alvenaria de granito aconselhe seja deixada à vista.

As caixilharias serão de madeira pintada.

CONCEPÇÃO CONSTRUTIVA

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José Gigante nasce no Porto em 1952 e licencia-se em Arquitectura pela Escola Superior de Belas Artes do Porto (ESBAP) em 1981. Entre 1978 e 1994 colaborou no gabinete de Jorge Gigante e Francisco Melo, sendo responsável por vários projectos e obras. Entre 1988 e 1991 realiza alguns projectos em co-autoria com João Álvaro Rocha. Desde 1997 é sócio-gerente da empresa “José Gigante - Arquitecto Lda”.

Iniciou a sua actividade docente em 1981, tendo leccionado na Escola Superior de Belas Artes do Porto - ESBAP (1981-84), Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto – FAUP (1984-1998), Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra - DARQ-FCTUC (1992-2010) e Escola Superior de Artes e Design – ESAD (2012-2013).

Actualmente é Professor Convidado na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto – FAUP (desde 2010) e no novo curso de arquitectura da Universidade Lusófona do Porto – ULP (desde 2012).

Foi também Professor Visitante na École d’Architecture de Clermont-Ferrand – ENSACF (1989), École d’Architecture de Nancy - ENSAN (1991), e Facultad de Arquitectura de Universidad de Palermo - UP / Buenos Aires (1999) e Norwegian University of Science and Technology / Trodheim –NTNU (2013).

» Prémio Gulbenkian de Arquitectura / Design, 1986; » Prémio Nacional de Arquitectura AAP/SEC, 1987; » Prémio Secretaria de Estado da Energia, 1988; » Prémio Architécti / Centro Cultural de Belém,

1994; » Prémio Instituto Nacional de Habitação, 1997; » Prémio Municipal de Arquitectura Januário

Godinho, 1998; » 2º Prémio RECRIA, 2000; » 1.º Prémio Europeu de Arquitectura AIA-Europe

(American Institute of Architects - Europe International Design Award) / Madrid, 2001

» 1.º Lugar no Concurso para o Laboratório Nacional de Investigação Veterinária / Vila do Conde, 1990;

» 1.º Lugar no Concurso para o Instituto de Comunicações de Portugal / Porto, 1992;

» 1.º Lugar no Concurso para o Conjunto de Habitações Sociais das Eirinhas / Porto, 1995;

» 2.º Lugar no Concurso para a Escola de Arqueologia do Freixo / Marco de Canavezes, 2001;

» 3.º Lugar no Concurso para a Reabilitação do Mosteiro de S. Salvador de Grijó, 2001;

» 2.º Lugar no Concurso para a Plaza de la UAM / Madrid, 2007;

» 2.º Lugar no Concurso para o Novo Edifício Central da Câmara Municipal de Loures, 2007

PrémiosBiografia Concursos

09JOSÉ GIGANTE

NOTA BIOGRÁFICA

» Finalista do Prémio Internazionale di Architettura Andrea Palladio / Vicenza, 1991;

» Menção Honrosa no Prémio Nacional de Arquitectura AAP/SEC, 1993;

» Menção Honrosa no Prémio Nacional de Arquitectura AAP/AECOPS, 1993;

» Menção Honrosa no Prémio Architécti, 1993; » Finalista do Premio Iberfad/Alejandro de la Sota

/ Barcelona, 1996; » Finalista do Prémio Secil de Arquitectura, 1996

e 1998; » Nomeado para o Prémio Europeu de

Arquitectura Mies Van der Rohe / Barcelona, 1997;

» Finalista da I Bienal Ibero-americana de Arquitectura e Engenharia Civil / Madrid, 1998;

» Finalista do Prémio Europeu de Arquitectura Mies Van der Rohe / Barcelona, 1999;

» Finalista do Prémio “A Pedra na Arquitectura”, 1999;

» Finalista do Prémio FAD de Arquitectura / Barcelona, 2000;

» Menção Honrosa no Prémio “A Pedra na Arquitectura”, 2005;

» Finalista do I Prémio ENOR de Arquitectura / Vigo, 2005;

» Menção Especial no Prémio de Arquitectura em Tijolo de Face à Vista, 2005;

» Finalista do IV Prémio ENOR de Arquitectura / Vigo, 2009.

Projectos e obras expostos e publicados em: Alemanha, Argentina, Brasil, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, França, Grécia, Holanda, Itália, Inglaterra, Portugal e Suíça.

Distinções Exposições, conferências e publicações

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José Gigante Arquitecto Lda.

Rua D. António Barroso, 289 · 4050–060 Porto, Portugal

Tel. 22 606 35 66 / 96 290 58 89 / 96 901 90 67

E-mail [email protected]

Contribuinte 504 019 007

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