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Articulações

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Classificações das Articulações

Articulações Fibrosas• Suturas• Sindesmoses• Gonfoses

Articulações Cartilagíneas• Sincondroses• Sínfises

Articulações Sinoviais• Estrutura das Articulações Sinoviais• Bolsas e Bainhas dos Tendões• Tipos de Articulações Sinoviais

Tipos de Movimentosnas Articulações Sinoviais• Deslizamento• Movimentos Angulares• Rotação• Movimentos Especiais

Articulações Selecionadas do Corpo

Fatores que Afetam o Contatoe a Amplitude do Movimentonas Articulações Sinoviais

Envelhecimento e Articulações

Artroplastia

Aplicações na Saúde

Principais T ermos Médicos Associadosàs Articulações

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Os ossos são muito rígidos para serem curvados semque se quebrem. Felizmente, tecidos conectivos flexí-veis formam articulações que mantêm os ossos unidosenquanto, na maioria dos casos, permitem algum graude movimento. Uma articulação, ou uma artrose, é umponto de contato entre dois ossos, entre osso e cartila-gem, ou entre osso e dentes. Quando dizemos que o ossose articula com um outro osso, queremos dizer que osossos formam uma articulação. Como a maioria dosmovimentos do corpo ocorre nas articulações, podemosperceber sua importância. Imagine como é difícil cami-nhar com uma atadura rígida no joelho, ou como umatala no dedo limita sua capacidade para manipular pe-quenos objetos. O estudo científico das articulações échamado de artrologia (artro- = articulação; -logia =estudo). O estudo do movimento do corpo humano échamado de cinesiologia (cinesi(o)- = movimento).

CLASSIFICAÇÕES DAS ARTICULAÇÕESOBJETIVOAs articulações são classificadas estruturalmente com

base nas características anatômicas, e, funcionalmen-te com base no tipo de movimento que permitem.

A classificação estrutural das articulações é basea-da (1) na presença ou ausência de um espaço entre osossos da articulação, chamado de cavidade articular(sinovial), e (2) no tipo de tecido conectivo que une osossos. Estruturalmente, as articulações são classifica-das como um dos seguintes tipos:

Articulações fibrosas Os ossos são unidos por te-cido conectivo, que é rico em fibras colágenas e, nãoexiste cavidade articular (sinovial).

Articulações cartilagíneas: Os ossos são unidos porcartilagem e não há cavidade articular (sinovial).

Articulações sinoviais: Os ossos que formam a arti-culação têm uma cavidade articular (sinovial), são unidospelo tecido conectivo irregular denso de uma cápsula ar-ticular e, freqüentemente, por ligamentos acessórios.

A classificação funcional das articulações relaciona-se com o grau de movimento que permitem. Funcional-

mente, as articulações são classificadas como um dosseguintes tipos:

Sinartrose: Uma articulação fixa.Anfiartrose (anf(i)- = em ambos os lados): Uma arti-

culação ligeiramente móvel.Diartrose: Uma articulação com liberdade de movi-

mentos. Todas as diartroses são articulações sinoviais.Possuem uma variedade de formatos e permitem diver-sos tipos diferentes de movimentos (discutidos a seguir).

As seções seguintes apresentam as articulações docorpo, de acordo com suas classificações estruturais. Àmedida que examinamos a estrutura de cada tipo de ar-ticulação, também exploraremos seus atributos funcionais.

ARTICULAÇÕES FIBROSAS

Como previamente observado, as articulações fibro-sas não possuem uma cavidade articular (sinovial), e osossos da articulação são unidos, muito compactamen-te, por tecido conectivo fibroso. Essas articulações, quepermitem pouco ou nenhum movimento, incluem as su-turas, as sindesmoses e as gonfoses.

SuturasUma sutura é uma articulação fibrosa composta por

uma fina camada de tecido conectivo fibroso denso.Essas articulações são encontradas principalmente nocrânio. Um exemplo é a sutura coronal, entre o parietale o frontal (Figura 9.1 a). As bordas irregulares interli-gadas das suturas conferem resistência adicional e di-minuem as chances de fratura. Como uma sutura é fixa,é classificada funcionalmente como uma sinartrose.

Algumas estruturas, embora presentes durante o cres-cimento do crânio, são substituídas por osso no adulto.Essa sutura é chamada de sinostose, ou articulaçãoóssea — uma articulação na qual há uma fusão completado osso através da linha de sutura. Por exemplo, o frontalcresce em partes, que se desenvolvem juntas pela linhade sutura. Normalmente, as suturas estão completamentefundidas por volta dos 6 anos de idade, quando a sutu-

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ra se torna obscura. Se a sutura persistir além dos 6 anosde idade, é chamada de sutura metópica. Uma sinostosetambém é classificada, funcionalmente, como umasinartrose.

SindesmosesUma sindesmose é uma articulação fibrosa na qual

há uma distância maior entre os ossos da articulação, emais tecido conectivo fibroso denso do que em uma sutu-ra. O tecido conectivo fibroso pode estar disposto comoum feixe (ligamento) ou como uma lâmina (membranainteróssea) (Figura 9.1b). Um exemplo de uma sindesmoseé a sindesmose tibiofibular, na qual o ligamento tibiofibularanterior une a tíbia e a fíbula. Um outro exemplo é a mem-brana interóssea entre as margens paralelas da tíbia e dafíbula. Como ela permite pouco movimento, umasindesmose é classificada funcionalmente como umaanfiartrose.

GonfosesUma gonfose (gonf(i/o)- = um prego ou pino) ou

sindesmose dentoalveolar é um tipo de articulação fibro-sa, na qual uma cavilha coniforme se ajusta em umaconcavidade. Os únicos exemplos de gonfoses são asarticulações entre as raízes dos dentes e seus alvéolos,na maxila e na mandíbula (Figura 9.1c). O tecido conecti-vo fibroso denso entre um dente e seu alvéolo é operiodonto. Uma gonfose é classificada funcionalmentecomo uma sinartrose, uma articulação fixa. A inflamaçãoe a degeneração das gengivas, periodonto e osso é cha-mada doença periodontal.

ARTICULAÇÕES CARTILAGÍNEAS

Como uma articulação fibrosa, uma articulaçãocartilagínea não possui uma cavidade articular (sinovial)e permite pouco e nenhum movimento. Aqui, os ossos daarticulação são firmemente unidos por cartilagem hialinaou por fibrocartilagem (veja Quadro 3.3 H). Os dois tiposde articulações cartilagíneas são as sincondroses e assínfises.

SincondrosesUma sincondrose é uma articulação cartilagínea em que

o material de conexão é cartilagem hialina. Um exemplo deuma sincondrose é a lâmina epifisial, que une a epífise e ocorpo de um osso em crescimento (Figura 9.2 a). Umafotomicrografia da lâmina epifisial é mostrada na Figura 6.7.Funcionalmente, uma sincondrose é uma sinartrose. Quandoo alongamento de um osso cessa, o osso substitui a carti-lagem hialina e a sincondrose se torna uma sinostose, umaarticulação ossificada. Um outro exemplo de umasincondrose é a articulação entre a primeira costela e omanúbrio do esterno, que também se ossifica durante a vidaadulta e se torna uma sinostose fixa (veja Figura 7.23).

SínfisesUma sínfise (= crescendo junto) é uma articulação

cartilagínea em que as extremidades dos ossos da articu-lação são recobertos por cartilagem hialina, mas os ossossão unidos por um disco largo e plano de fibrocartilagem.Todas as sínfises ocorrem na linha mediana do corpo. Asínfise púbica entre as faces anteriores dos ossos do qua-dril é um exemplo de sínfise (Figura 9.2b). Esse tipo de ar-ticulação também é encontrado na junção do manúbrio como corpo do esterno (veja Figura 7.23) e nos discos interver-tebrais, entre os corpos vertebrais (veja Figura 7.21a). Umaparte do disco intervertebral é composta de fibrocartilagem.Uma sínfise é classificada como uma anfiartrose.

ARTICULAÇÕES SINOVIAIS

Estrutura das Articulações SinoviaisAs articulações sinoviais têm determinadas carac-

terísticas que as distinguem das outras articulações. A

Em uma articulação fibrosa os ossos são unidos portecido conectivo fibroso.

Figura 9.1 Articulações fibrosas.

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característica única de uma articulação sinovial é a pre-sença de um espaço chamado cavidade articular(sinovial) entre os ossos da articulação (Figura 9.3 ). Acavidade articular permite movimentos amplos da arti-culação. Por essa razão, todas as articulações sinoviaissão classificadas, funcionalmente, como diartroses. Osossos em uma articulação sinovial são recobertos poruma lâmina de cartilagem hialina, chamada cartilagemarticular . A cartilagem recobre as faces articulares dosossos com uma superfície escorregadia e lisa, mas nãoune os ossos. A cartilagem articular reduz o atrito entreos ossos na articulação durante o movimento e ajuda aabsorver os impactos.

SUBSTITUIÇÃO DA CARTILAGEM

Diversos métodos estão disponíveis para substituiruma cartilagem articular lesada ou defeituosa, restau-rando sua função normal. Em um transplante de carti-lagem, os condrócitos (células cartilagíneas) proveni-entes de uma cartilagem saudável são removidos da ar-ticulação de uma pessoa e enviados ao laboratório ecultivadas em um meio de cultura para produzir maiscélulas. As células recém-cultivadas são, então, implan-tadas na articulação danificada. Atualmente, esse pro-cedimento é usado apenas na articulação do joelho eem indivíduos que têm pequenas áreas de artrite. Umoutro método que é usado em estudos com animais,envolve a substituição da cartilagem desgastada pormaterial sintético, como o poliuretano. Quando a car-tilagem é retirada, injeta-se o poliuretano líquido. Assimque endurece o poliuretano forma uma superfície lisa.Os pesquisadores também usam células-tronco , natentativa de fazer novas cartilagens. A idéia é inserir

Figura 9.2 Articulações cartilagíneas.

Na articulação cartilagínea, os ossos são unidos porcartilagem.

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células-tronco na cartilagem danificada existente, a partirda qual produzirão nova cartilagem.

Cápsula ArticularUma cápsula articular , semelhante a um manguito,

envolve uma articulação sinovial, circunda a cavidadearticular, unindo os ossos da articulação. A cápsula ar-ticular é composta por duas camadas, uma cápsula fi-brosa externa e uma membrana sinovial interna (Figura9.3). A cápsula fibrosa, normalmente, consiste em te-cido conectivo irregular denso (principalmente fibrascolágenas), que se fixa ao periósteo dos ossos da arti-culação. A flexibilidade da cápsula fibrosa permite con-siderável movimento na articulação, enquanto sua granderesistência à tração (resistência ao alongamento) ajudaa evitar o deslocamento dos ossos. As fibras de algu-mas cápsulas fibrosas estão dispostas em feixes para-lelos, que são altamente adaptados para resistir às ten-sões. Esses feixes de fibras, chamados ligamentos, sãofreqüentemente designados por nomes individuais. Aforça dos ligamentos é um dos principais fatores mecâ-nicos, que mantém os ossos unidos em uma articulaçãosinovial. A camada interna da cápsula articular, a mem-brana sinovial, é composta por tecido conectivo areolarcom fibras elásticas. Em muitas articulações sinoviais,a membrana sinovial apresenta acúmulos de tecidoadiposo, chamados de corpos adiposos articulares.Um exemplo é o corpo adiposo infrapatelar, no joelho (vejaFigura 9.15c e e).

Uma pessoa com “extrema flexibilidade corporal”(contorcionista), na realidade, não possui articulaçõesextras. Indivíduos com “extrema flexibilidade corporal”possuem maior flexibilidade nas cápsulas articulares, re-sultando em aumento na amplitude do movimento, per-mitindo que entretenham amigos em festas, com ativi-dades como encostar o polegar no pulso e colocar ostornozelos ou os cotovelos atrás da cabeça. Infelizmente,essas articulações flexíveis são estruturalmente menosestáveis e são mais facilmente deslocadas.

Líquido SinovialA membrana sinovial secreta líquido sinovial, que for-

ma uma película fina sobre as faces, no interior da cáp-sula articular. Esse líquido viscoso, amarelo-claro, foi assimchamado devido à sua semelhança, na aparência e naconsistência, com a ovalbulmina crua. O líquido sinovialconsiste em ácido hialurônico, secretado por células se-melhantes aos fibroblastos, situadas na membranasinovial, e em líquido intersticial filtrado do plasma san-güíneo. Suas funções incluem a redução do atrito, por meioda lubrificação da articulação, as absorção de impactos,o fornecimento de oxigênio e nutrientes para os condrócitosdentro da cartilagem articular, assim como a remoção dedióxido de carbono e resíduos dos mesmos. (Lembre-seque a cartilagem é um tecido avascular, portanto, nãopossui vasos sangüíneos para realizar a última função).O líquido sinovial também contém células fagocíticas, queremovem micróbios e fragmentos resultantes do desgas-te normal da articulação. Quando uma articulação sinovialfica imobilizada por um período, o líquido se torna muitoviscoso (coloidal), mas conforme o movimento da articu-lação aumenta, o líquido se torna menos viscoso. Um dosbenefícios do aquecimento antes do exercício é aestimulação da produção e secreção do líquido sinovial;mais líquido significa menos tensão sobre as articulaçõesdurante o exercício.

Estamos familiarizados com os estalos ouvidos, quandodeterminadas articulações se movem, ou com os estali-dos que surgem, quando uma pessoa traciona os dedospara estalar as articulações. De acordo com uma teoria,

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quando a cavidade sinovial se expande, a pressão do lí-quido sinovial diminui, criando um vácuo parcial. A suc-ção retira o dióxido de carbono e o oxigênio dos vasossangüíneos da membrana sinovial, formando bolhas nolíquido. Quando as bolhas estouram, ouvem-se os esta-lidos ou estampidos.

ASPIRAÇÃO DO LÍQUIDO SINOVIAL

Como resultado de várias lesões ou doenças, podehaver uma formação de líquido sinovial em uma cavida-de articular, resultando em dor e diminuição da mobili-dade. Para aliviar a pressão e diminuir a dor, pode sernecessária a aspiração do líquido sinovial. Nesse pro-cedimento, uma agulha é inserida na cavidade articular

e o líquido é aspirado em uma seringa; o líquido é, emseguida, analisado com propósitos diagnósticos. Porexemplo, o líquido pode conter bactérias que confirmamum diagnóstico de infecção, ou pode conter cristais deuréia que confirmam um diagnóstico de gota. É possí-vel também injetar medicamento na cavidade articular;drogas antiinflamatórias, como o cortisol, são usadas paradiminuir a tumefação da articulação provocada pela re-tenção de líquido, proveniente do sangue, que entra naarticulação.

Ligamentos Acessórios e Discos ArticularesMuitas articulações sinoviais também contêm ligamen-

tos acessórios , chamados ligamentos extracapsulares eligamentos intracapsulares. Os ligamentos extracapsulares

Figura 9.3 Estrutura de uma articulação sinovial típica. Observe as duas camadas da cápsula articular — acápsula fibrosa e a membrana sinovial. O líquido sinovial preenche a cavidade articular, entre a membrana sinoviale a cartilagem articular.

A característica peculiar de uma articulação sinovial é a cavidade sinovial entre os ossos da articulação.

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se situam fora da cápsula articular. Exemplos são os liga-mentos colaterais fibular e tibial da articulação do joelho(veja Figura 9.15d e f). Os ligamentos intracapsulares ocor-rem dentro da cápsula articular, mas são mantidos fora dacavidade sinovial, pela membrana sinovial. Exemplos sãoos ligamentos cruzados anterior e posterior (veja Figura9.15d e f).

No interior de algumas articulações sinoviais, como nado joelho, corpos adiposos de fibrocartilagem se situamentre as faces articulares dos ossos e são presos à cáp-sula fibrosa. Esses corpos adiposos são chamados dediscos articulares ou meniscos. As Figuras 9.15d e fmostram os meniscos lateral e medial na articulação dojoelho. Os discos normalmente subdividem a cavidadesinovial em dois espaços separados. Essa separaçãopermite que movimentos separados ocorram em cadaespaço. Como observaremos posteriormente, movimen-tos separados também ocorrem nos respectivos compar-timentos da articulação temporomandibular (ATM). Quandomodificamos o formato das faces articulares dos ossos daarticulação, os discos articulares permitem que dois os-sos de diferentes formatos se encaixem mais precisamente.Os discos articulares também ajudam a manter a estabili-dade da articulação e a direcionar o fluxo de líquido sinovialpara as áreas de maior atrito.

ARTROSCOPIA E CARTILAGEM ROMPIDA

O rompimento dos discos articulares (meniscos) no jo-elho, comumente chamado de cartilagem rompida, ocorrefreqüentemente entre atletas. Essa cartilagem danificadacomeçará a se degenerar, podendo acelerar a artrite, amenos que seja removida (meniscectomia). O reparo ci-rúrgico da cartilagem rompida pode ser auxiliado pelaartroscopia. Este procedimento, minimamente invasivo,envolve o exame do interior de uma articulação, geralmentedo joelho, com um artroscópio, um instrumento óptico ilu-minado, com a espessura de um lápis fino, usado paravisualização. A artroscopia é usada para determinar anatureza e a extensão do dano, após uma lesão no joe-lho, e para monitorar o progresso da doença e os efeitosda terapia. Além disso, a inserção de instrumentos cirúr-gicos, também permite ao médico remover a cartilagemrompida e a reparar os ligamentos cruzados danificados,na articulação do joelho; a obter amostras de tecidos paraanálise; e a realizar cirurgia em outras articulações, comoa do ombro, a do cotovelo, a talocrural e a radiocarpal.

Suprimento Sangüíneo e NervosoOs nervos que suprem uma articulação são os mes-

mos que inervam os músculos esqueléticos que põem aarticulação em movimento. As articulações sinoviais con-tém muitas terminações nervosas, que estão distribuídaspela cápsula articular e ligamentos associados. Algumasdas terminações nervosas transportam informações sobredor, da articulação para a medula espinal e para o encéfalo,onde são processadas. Outras terminações nervosas sãosensíveis ao grau de movimento e estiramento da articu-lação. Essa informação também é retransmitida à medulaespinal e ao encéfalo, que respondem, enviando impul-sos pelos diferentes nervos aos músculos, para ajustar osmovimentos do corpo.

Embora muitos dos componentes das articulaçõessinoviais sejam avasculares, as artérias nas proximidadesenviam numerosos ramos, que penetram nos ligamentose na cápsula articular, para distribuir oxigênio e nutrien-tes. As veias removem dióxido de carbono e resíduos dasarticulações. Os ramos arteriais, provenientes de diversasartérias diferentes, normalmente, se unem em volta de umaarticulação antes de entrar na cápsula articular. Os

condrócitos da cartilagem articular de uma articulaçãosinovial recebem oxigênio e nutrientes do líquido sinovial,derivado o sangue, enquanto todos os outros tecidos daarticulação são supridos, diretamente, pelas artérias. O di-óxido de carbono e os resíduos passam dos condrócitosda cartilagem articular para o liquido sinovial e, em segui-da, para as veias; o dióxido de carbono e os resíduos pro-venientes de todas as outras estruturas articulares pas-sam, diretamente, para as veias.

ENTORSE E LESÕES POR ESFORÇO

Uma entorse é uma torção forçada ou a luxação deuma articulação, que estira ou lacera seus ligamentos semdeslocar seus ossos. Ocorre quando os ligamentos sãosubmetidos a tensões superiores à sua capacidade nor-mal. As entorses também podem danificar os vasos san-güíneos, os músculos, tendões ou nervos adjacentes.Entorses graves podem ser tão dolorosas que a articula-ção não pode ser movimentada. Há um inchaço conside-rável, que resulta da hemorragia do rompimento dos va-sos sangüíneos. A articulação talocrural é a que mais fre-qüentemente sofre entorses; a região lombar é um outrolocal freqüente de entorses. Uma lesão por esforço équando um músculo é parcialmente lacerado ou estira-do. Freqüentemente, ocorre quando um músculo se con-trai súbita e vigorosamente — por exemplo, nos múscu-los da perna dos velocistas, quando aceleram rapidamente.

Bolsas e Bainhas T endíneasOs diversos movimentos do corpo criam atrito entre as

partes móveis. Estruturas saciformes, chamadas bolsas , es-tão situadas estrategicamente para reduzir o atrito em algu-mas articulações, como a do ombro e a do joelho (veja Figu-ras 9.12 e 9.15c e e). As bolsas não são exatamente partesdas articulações sinoviais, porém, na realidade, se asseme-lham às cápsulas articulares, porque suas paredes consis-tem em tecido conectivo revestido por membrana sinovial.As bolsas também são preenchidas com uma pequena quan-tidade de líquido, semelhante ao líquido sinovial. As bolsasestão localizadas entre a pele e o osso, os tendões e os ossos,os músculos e os ossos, e os ligamentos e os ossos. Os sa-cos, cheios de líquidos das bolsas, amortecem o movimentodessas partes do corpo sobre as outras.

Estruturas chamadas de bainhas tendíneas também re-duzem o atrito nas articulações. As bainhas tendíneas sãobolsas tubulares que envolvem os tendões que sofrem atri-to considerável. Isso ocorre nos locais em que os tendõespassam pelas cavidades sinoviais, como o tendão do mús-culo bíceps braquial na articulação do ombro (veja Figura9.12c). As bainhas tendíneas também são encontradas nopulso e no tornozelo, onde muitos tendões se juntam em umespaço confinado (veja Figura 11.24) e, nos dedos das mãose dos pés, onde há muito movimento (veja Figura 11.20).

BURSITE

Uma inflamação crônica ou aguda de uma bolsa é cha-mada de bursite. Normalmente é provocada por irritaçãoresultante de esforço excessivo e repetitivo de uma arti-culação. A condição também pode ser provocada por trau-ma, por uma infecção crônica ou aguda (incluindo sífilise tuberculose), ou artrite reumatóide. Os sintomas inclu-em dor, inchaço, hipersensibilidade e movimento limita-do. O tratamento pode incluir agentes antiinflamatóriosorais e injeções de esteróides semelhantes ao cortisol.

Tipos de Articulações SinoviaisEmbora todas as articulações sinoviais sejam seme-

lhantes em estrutura, as formas das faces articulares va-

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riam e, portanto, vários tipos de movimentos são possí-veis. Assim, as articulações sinoviais são divididas emseis subtipos: plana, gínglimo, trocóidea, elipsóidea, selare esferóidea.

Articulações PlanasAs faces articulares dos ossos em uma articulação plana

são achatadas ou ligeiramente encurvadas (Figura 9.4 a).

As articulações planas permitem, fundamentalmente, mo-vimentos de deslizamento lateral e, para a frente e para trás(descritos a seguir). Essas articulações são consideradasnão-axiais, porque o movimento que permitem não ocorreem torno de um eixo ou ao longo de um plano. Alguns exem-plos de articulações planas são as articulações intercarpais(entre os ossos carpais no pulso); as articulações intertarsais(entre os ossos tarsais no tornozelo); as articulações

Figura 9.4 Subtipos de articulações sinoviais. Para cada subtipo, um desenho da articulação real e um diagra-ma simplificado são mostrados.

Articulações sinoviais são classificadas em subtipos, com base nas formas das faces dos ossos da articulação.

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esternoclaviculares (entre o manúbrio do esterno e a claví-cula); as articulações acromioclaviculares (entre o acrômioda escápula e a clavícula); as articulações esternocostais(entre o esterno e as extremidades das cartilagens costaisnas pontas do segundo ao sétimo par de costelas costais);e as articulações vertebrocostais (entre as cabeças dos tu-bérculos das costelas e os processos transversos das vér-tebras torácicas). As radiografias feitas durante os movimen-tos do pulso e do tornozelo, revelam alguma rotação dospequenos ossos do carpo e do tarso, além de seus movi-mentos de deslizamento prevalecentes.

GínglimoEm um gínglimo, a face convexa do osso se encaixa

na face côncava de um outro osso (Figura 9.4b). Como opróprio nome diz, os gínglimos produzem um movimentoangular, de abrir e fechar, como aquele de uma porta comdobradiças. Na maioria dos movimentos da articulação,um osso permanece em uma posição fixa enquanto o outrose move em torno de um eixo. Diz-se que os gínglimossão monoaxiais (uniaxiais), porque permitem, normalmen-te, movimento em torno de um único eixo. Exemplos degínglimos são as articulações do joelho, do cotovelo,talocrural e interfalângicas.

Articulações T rocóideasEm uma articulação trocóidea, a face pontiaguda

ou arredondada de um osso se articula com um anel for-mado parcialmente por um outro osso e parcialmente porum ligamento (Figura 9.4c). Uma articulação trocóideaé monoaxial porque permite rotação apenas em torno deseu próprio eixo. Exemplos de articulações trocóideassão as articulações atlantoaxial, na qual o atlas gira emtorno do áxis e permite que a cabeça se movimente deum lado para o outro, quando se quer expressar “nega-ção” (veja Figura 9.9a) e, radiulnar, que permite girar aspalmas anterior e posteriormente (veja Figura 9.10h).

Artérias ElipsóideasEm uma articulação elipsóidea, a projeção oval con-

vexa de um osso se encaixa na depressão oval de um outroosso (Figura 9.4d). Um a articulação elipsóidea é biaxial,porque permite movimento em torno de dois eixos. Ob-serve que podemos mover o indicador tanto para cima epara baixo quanto de um lado para o outro. Exemplos sãoas articulações radiocarpais e metatarsofalângicas dosegundo ao quinto dedos.

Articulações SelaresEm uma articulação selar , a face articular de um osso

é em forma de sela, e a face articular do outro osso seencaixa na “sela”, assim como um cavaleiro sentado faria(Figura 9.4c). Uma articulação selar é uma articulaçãoelipsóidea modificada, na qual o movimento é um tanto maislivre. As articulações em sela são biaxiais, produzindomovimentos de um lado para o outro e para cima e parabaixo. Um exemplo de uma articulação selar é a articula-ção carpometacarpal, entre o trapézio do carpo e o ossometacarpal do polegar.

Articulações EsferóideasUma articulação esferóidea consiste na face esferóide

de um osso se encaixando na depressão caliciforme deum outro osso (Figura 9.4f). Essas articulações sãomultiaxiais (poliaxiais), porque permitem o movimento emtorno de três eixos e em todas as direções existentes en-tre eles. Exemplos de articulações esferóideas funcionaissão as articulações do ombro e do quadril. Na articulaçãodo ombro, a cabeça do úmero se encaixa na cavidadeglenoidal da escápula. Na articulação do quadril, a cabe-

ça do fêmur se encaixa no acetábulo do osso do quadril.O Quadro 9.1 resume as categorias funcional e es-

trutural das articulações.

TIPOS DE MOVIMENTOSNAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS

Os anatomistas, os fisioterapeutas e os cinesiologistasusam uma terminologia específica, para designar os mo-vimentos que podem ocorrer nas articulações sinoviais.Esses termos precisos podem indicar a forma do movi-mento, a direção do movimento, ou a relação de umaparte do corpo com outra durante o movimento. Os mo-vimentos nas articulações sinoviais são agrupados emquatro categorias principais: (1) deslizamento, (2) mo-vimento angular, (3) rotação e (4) movimentos especi-ais. Esta última categoria inclui os movimentos que ocor-rem apenas em determinadas articulações.

DeslizamentoO deslizamento é um movimento simples, no qual

as faces relativamente planas do osso se movem paraa frente e para trás e de um lado para o outro, uma emrelação à outra (Figura 9.5 ). Não há alteração signifi-cativa do ângulo entre os ossos. Os movimentos dedeslizamento são de amplitude limitada devido à estru-tura da cápsula articular e dos ligamentos e ossos as-sociados. O deslizamento ocorre nas articulações pla-nas (veja Figura 9.4a).

Movimentos AngularesNos movimentos angulares, há um aumento ou uma

redução no ângulo entre os ossos da articulação. Os prin-cipais movimentos angulares são flexão, extensão, ex-tensão lateral, hiperextensão, abdução, adução ecircundução. Esses movimentos são sempre discutidoscom relação ao corpo na posição anatômica.

Flexão, Extensão, Flexão Lateral e HiperextensãoA flexão e a extensão são movimentos opostos. Na

flexão há uma redução no ângulo entre os ossos da ar-ticulação; na extensão há um aumento no ângulo entreos ossos da articulação, muitas vezes para recolocar umaparte do corpo na posição anatômica após uma flexão(Figura 9.6 ). Os dois movimentos normalmente ocorremao longo do plano sagital. As articulações trocóideas,elipsóideas, selares, esferóideas e o gínglimo permitemflexão e extensão (veja Figura 9.4b-f).

Todos os exemplos seguintes são de flexão:

uInclinação da cabeça em direção ao tórax na articu-lação atlantoccipital, entre o atlas (a primeira vértebra)e o occipital do crânio, e nas sínfises intervertebrais,entre as vértebras cervicais (Figura 9.6a).uInclinação do tronco em direção às articulações in-

tervertebrais.uMovimento do úmero em direção à articulação do

ombro, como na oscilação dos braços para a frente,enquanto caminhamos (Figura 9.6b).uMovimento do antebraço em direção ao braço, na

articulação do cotovelo, entre o úmero, a ulna e o rádio(Figura 9.6c).uMovimento da palma em direção ao antebraço, no

pulso ou na articulação radiocarpal, entre o rádio e osossos carpais (Figura 9.6d).uInclinação dos dedos da mão ou do pé, nas articu-

lações interfalângicas entre as falanges.uMovimento do fêmur para a frente, nas articulação

do quadril, entre o fêmur e o osso do quadril, como namarcha (Figura 9.6e).

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QUADRO 9.1 RESUMO DAS CLASSIFICAÇÕES FUNCIONAIS E ESTRUTURAIS DAS ARTICULAÇÕES

ESTRUTURAL Descrição FUNCIONAL EXEMPLO

Fibrosa Os ossos da articulação unidos por tecidoconectivo fibroso; sem cavidade sinovial.

Sutura Os ossos da articulação unidos por uma Sinartrose (fixa) Sutura frontal.fina camada de tecido conectivo fibrosodenso, encontrado entre os ossos docrânio. Com a idade, algumas suturassão substituídas por uma sinostose,na qual os ossos se fundem ao longode uma sutura anterior.

Sindesmose Os ossos da articulação unidos por Anfiartrose Sindesmosetecido conectivo denso, um ligamento (pouco móvel) tibiofibular.ou uma membrana interóssea.

Gonfose Os ossos da articulação unidos pelo Sinartrose Raízes dos dentesperiodonto; uma estrutura coniforme se nos alvéolos da ma-encaixa em uma concavidade óssea. xila e da mandíbula.

Cartilagínea Os ossos da articulação unidos porcartilagem; sem cavidade sinovial.

Sincondrose O tecido de conexão é a cartilagem Sinartrose Lâmina epifisial na arti-hialina; torna-se uma sinostose quando culação entre a diáfise eo crescimento longitudinal cessa. a epífise de um osso

longo.

Sínfise O tecido de conexão é um disco plano Anfiartrose Articulações interverte-largo de fibrocartilagem. brais e sínfise púbica.

Sinovial Caracterizada por uma cavidade sinovial,uma cartilagem articular e uma cápsulaarticular; pode conter ligamentosacessórios, discos articulares e bolsas.

Plana As faces articuladas são planas ou ligeira- Diartrose não-axial Intercarpais, intertarsais,mente encurvadas. (muito móvel); mo- esternocostais (entre o

vimento de des- esterno e o 2º ao 7º palizamento. res de costelas), articula-

ções vertebrocostais.

Gínglimo A face convexa se encaixa em uma Diartrose mono- Articulações do cotovelo,face côncava. axial; movimento talocrural e interfalân-

angular. gicas.

Trocóidea A face pontiaguda ou arredondada se Diartrose Articulações atlantoaxialencaixa em um anel formado parcialmente monoaxial; e radiulnares.por ossos e parcialmente por um ligamento. rotação.

Elipsóidea A projeção oval se encaixa em uma Diartrose biaxial; Articulações radiocarpaisdepressão oval. movimento angular. e metacarpofalângicas.

Selar A face articular de um osso é em forma Diartrose biaxial; Articulação carpometa-de sela, e a face articular do outro osso movimento angular carpal entre o trrapézio e“senta” sobre a sela. . o polegar.

Esferóidea A face esferóidea se encaixa em uma Diartrose mono- Articulações do ombrodepressão caliciforme. axial; movimento e do quadril.

angular e derotação.

Page 10: Articulações

239

O movimento de deslizamento consiste em movimen-tos laterais e de vaivém.

Nos movimentos angulares, há um aumento ou uma redução no ângulo entre os ossos da articulação.

Figura 9.5 Movimentos de deslizamento nas articu-lações sinoviais.

Figura 9.6 Movimentos angulares nas articulações sinoviais — flexão,extensão, hiperextensão e flexão lateral.

Page 11: Articulações

240

uMovimento da perna em direção à coxa, na articu-lação do joelho, entre a tíbia, o fêmur e a patela, comoocorre quando flexionamos o joelho (Figura 9.6f).

Embora a flexão e a extensão geralmente ocorramao longo do plano sagital, existem algumas exceções. Porexemplo, a flexão do polegar envolve o movimento do po-legar medialmente, de um lado a outro da palma, na articu-lação carpometacarpal entre o trapézio e o metacarpal dopolegar, como ao tocar com o polegar o lado oposto da palma(veja Figura 11.20f). Um outro exemplo é o movimento dotronco lateralmente, para a direita ou para a esquerda, nacintura como na flexão lateral. Este movimento, que ocorreao longo do plano frontal e envolve as sínfises interverte-brais, é chamado de flexão lateral (Figura 9.6g).

A continuação da extensão, além da posiçãoanatômica, é chamada de hiperextensão. Exemplos dehiperextensão incluem:

uInclinação da cabeça para trás, nas articulaçõesatlantoccipitais e sínfises intervertebrais (Figura 8.6a).uInclinação do tronco para trás, nas sínfises inter-

vertebrais, como na flexão para trás.uMovimento do úmero para trás, na articulação do

ombro, como na oscilação dos braços para trás durantea marcha (Figura 9.6b).uMovimento da palma para trás, na articulação

radiocarpal (Figura 9.6d).uMovimento do fêmur para trás, na articulação do

quadril, como na marcha (Figura 9.6e).

A hiperextensão dos gínglimos, como as articulaçõesdo cotovelo, interfalângicas e do joelho, normalmente éevitada por fatores, como, por exemplo, a disposição dosligamentos e do alinhamento anatômico dos ossos.

Abdução, Adução e CircunduçãoAbdução é o movimento de um osso para longe da

linha mediana, enquanto a adução é o movimento deum osso em direção à linha mediana. Os dois movimentosnormalmente ocorrem ao longo do plano frontal. As ar-ticulações elipsóideas, selares e esferóideas permitemmovimentos de abdução e adução. Exemplos de abduçãoincluem o movimento do úmero lateralmente, na articu-lação do ombro, e o movimento do fêmur lateralmente,na articulação do quadril (Figura 9.7 a-c). O movimentoque retorna cada uma dessas partes do corpo à posi-ção anatômica é a adução (Figura 9.7a-c).

Com relação aos dedos, a linha mediana do corponão é usada como um ponto de referência para a abduçãoe a adução. Na abdução dos dedos (mas não do pole-gar), um alinha imaginária é traçada pelo eixo longitudi-nal do dedo médio (o mais longo), e os dedos se afas-tam (separam-se) do dedo médio (Figura 9.7d). Naabdução do polegar, este se afasta da palma no planosagital (veja Figura 11,20f). A abdução dos dedos do péé relativa a uma linha imaginária, que passa pelo segundodedo. A adução dos dedos da mão e do pé envolve seuretorno à posição anatômica. Na adução do polegar, estese move em direção à palma, no plano sagital (veja Fi-gura 11.20f).

Figura 9.7 Movimentos angulares nas articulaçõessinoviais — abdução e adução.

Abdução e adução geralmente ocorrem ao longo do plano frontal.

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A circundução é o movimento da extremidade distalde uma parte do corpo em um círculo (Figura 9.8 ). Acircundução ocorre como resultado de uma seqüênciacontínua de flexão, abdução, extensão e adução. Exem-plos de circundução são o movimento do úmero em cír-culo, na articulação do ombro (Figura 9.8a), o movimen-to da mão em círculo, na articulação radiocarpal, o movi-mento do polegar em círculo, na articulaçãocarpometacarpal, o movi dos dedos, na articulaçãometacarpofalângica (entre os ossos metacarpais e asfalanges) e o movimento do fêmur em círculo, na articu-lação do quadril (Figura 9.8b). As articulações do ombroe do quadril permitem a circundução, mas seus compo-nentes, a flexão, a abdução, a extensão e a adução sãomais limitados nas articulações do quadril do que nasarticulações do ombro, devido à tensão sobre determina-dos ligamentos e músculos (veja Exibições 9.2 e 94).

RotaçãoNa rotação, um osso gira em torno de seu próprio eixo

longitudinal. As articulações trocóideas e esferóideas per-mitem a rotação. Um exemplo é movimentar a cabeça deum lado para o outro, na articulação atlantoaxial, queren-do dizer “não” (Figura 9.9 a). Um outro exemplo é rotaçãodo tronco lateralmente, nas sínfises intervertebrais, enquan-to se mantêm o quadril e os membros inferiores na posi-ção anatômica. Nos membros, a rotação é definida emrelação à linha mediana, e usam-se termos específicos dequalificação. Se a face anterior de um osso do membro égirada em direção à linha mediana, o movimento é cha-

mado de rotação medial (interna). Você pode girarmedialmente o úmero, na articulação do ombro da seguinteforma: Começando na posição anatômica, flexione o co-tovelo e, em seguida, leve a palma em direção ao tórax(Figura 9.9b). A rotação medial do antebraço, nas articu-lações radiulnares (entre o rádio e a ulna) envolve a rota-ção da palma medialmente a partir da posição anatômica(veja Figura 9.10h). Pode-se girar, medialmente, o fêmurna articulação do quadril da seguinte forma: Deite-se decostas, flexione o joelho e, em seguida, mova a perna e opé, lateralmente, para longe da linha mediana. Embora es-teja movendo a perna e o pé lateralmente, o fêmur estágirando medialmente (Figura 9.9c). A rotação medial daperna, na articulação do joelho, pode ser realizada sen-tando-se em uma cadeira, flexionando o joelho, elevandoo membro, e girando os dedos do pé medialmente. Se aface anterior do osso de um membro é girada para longeda linha mediana, o movimento é chamado rotação late-ral (externa) (veja Figura 9.b, c).

Movimentos EspeciaisComo observado anteriormente, os movimentos es-

peciais ocorrem apenas em determinadas articulaçõese incluem elevação, abaixamento, protração, retração,inversão, eversão, dorsiflexão, flexão plantar, supinação,pronação e oposição (Figura 9.10 ):

uElevação é um movimento para cima de uma partedo corpo, como no fechamento da boca, na articulaçãotemporomandibular (entre a mandíbula e o temporal), para

A circundução é o movimento da extremidade distal de uma parte do corpo em um círculo.

Figura 9.8 Movimentos angu-lares nas articulaçõessinoviais — circundução.

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Figura 9.9 Rotação nas articulações sinoviais.

Na rotação, um osso gira em torno de seu próprio eixo longitudinal.

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elevar a mandíbula (Figura 9.10a), ou como no encolhimentodos ombros, na articulação acromioclavicular, para elevara escápula. Outros ossos que podem ser elevados (ouabaixados) incluem o hióide, a clavícula e as costelas.uAbaixamento é um movimento para baixo de uma

parte do corpo, como na abertura da boca para abaixara mandíbula (Figura 9.10b), ou ao retornar os ombros àposição anatômica, para abaixar a escápula.uProtração é um movimento de uma parte do corpo,

anteriormente, no plano transverso. Podemos protrair amandíbula, na articulação temporomandibular, projetan-do-a para fora (Figura 9.10c), ou protrair as clavículas nasarticulações acromioclavicular e esternoclavicular, cruzan-do os braços.uRetração é um movimento de uma parte protraída

do corpo de volta à posição anatômica (Figura 9.10d).u Inversão é o movimento das solas dos pés,

medialmente, nas articulações intertarsais (entre os ossostarsais) (Figura 9.10e). Os fisioterapeutas também sereferem à inversão dos pés como supinação.uEversão é um movimento das solas, lateralmente,

nas articulações intertarsais (Figura 9.10f). Os fisiote-rapeutas também se referem à inversão dos pés comopronação.uDorsiflexão se refere à flexão do pé, na articula-

ção talocrural, ou no tornozelo (entre a tíbia, a fíbula eo tálus), na direção do dorso (face superior) (Figura9.10g). A dorsiflexão ocorre quando ficamos de pé so-bre os calcanhares.uFlexão plantar envolve a flexão do pé, na articu-

lação talocrural, na direção da face inferior ou plantar

(Figura 9.10g), quando elevamos o corpo, ficando naspontas dos pés.uSupinação é um movimento do antebraço, nas ar-

ticulações radiulnares proximal e distal, no qual a pal-ma é girada anteriormente (Figura 9.10h). Esta posiçãodas palmas é uma das características definidoras da po-sição anatômica.uPronação é um movimento do antebraço, nas arti-

culações radiulnares proximal e distal, no qual a extre-midade distal do rádio passa por cima da extremidadedistal da ulna, e a plasma é girada posteriormente (Fi-gura 9.10h).uOposição é o movimento do polegar, na articula-

ção carpometacarpal (entre o trapézio e o metacarpaldo polegar), no qual o polegar se move de um lado aoutra da palma, para tocar as pontas dos dedos do mesmolado da mão (veja Figura 11.20f). Este é o movimentodistinto dos dedos que confere aos humanos e aosprimatas a capacidade de agarrar e manipular objetosde forma muito precisa.

Um resumo dos movimentos que ocorrem nas articu-lações sinoviais é apresentado no Quadro 9.2.

ARTICULAÇÕES SELECIONADAS DO CORPO

Nos Capítulos 7 e 8, discutimos os principais ossose seus acidentes anatômicos. Neste capítulo examina-remos como as articulações são classificadas de acor-do com sua estrutura e função, e introduzimos os movi-mentos que ocorrem nas articulações. O Quadro 9.3 (ar-

QUADRO 9.2 RESUMO DOS MOVIMENTOS NAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS

MOVIMENTO DESCRIÇÃO

Deslizamento Movimento de vaivém e lateral das faces ósseas relativamente planas uma sobre aoutra; pouca alteração no ângulo entre os ossos.

Angular Aumento ou diminuição no ângulo entre os ossos. Flexão Diminuição no ângulo entre os ossos da articulação, normalmente no plano sagital. Flexão lateral Movimento do tronco no plano frontal. Extensão Aumento no ângulo entre os ossos da articulação, normalmente no plano sagital. Hiperextensão Extensão além da posição anatômica. Abdução Movimento de um osso para longe da linha mediana, normalmente no plano frontal. Adução Movimento de um osso em direção à linha mediana, normalmente no plano frontal. Circundução Flexão, abdução, extensão e adução em seqüência, em que a extremidade distal de

uma parte do corpo se move em um círculo.

Rotação Movimento de um osso em torno de seu eixo longitudinal; nos membros, pode sermedial (em direção à linha mediana) ou lateral (para longe da linha mediana).

Especial Ocorre em articulações específicas. Elevação Movimento para cima de uma parte do corpo. Abaixamento Movimento para baixo de uma parte do corpo. Protração Movimento anterior de uma parte do corpo no plano transverso. Retração Movimento para trás de uma parte do corpo no plano transverso. Eversão Movimento lateral das solas, para que fiquem orientadas em direções opostas. Inversão Movimento medial das solas, para que fiquem orientadas, uma em direção à outra. Dorsiflexão Flexão do pé na direção do dorso (face superior). Flexão plantar Flexão do pé na direção da face plantar (sola). Supinação Movimento do antebraço que vira a palma para frente. Pronação Movimento do antebraço que vira a palma para trás. Oposição Movimento do polegar, de um lado a outro da palma, para tocar as pontas dos outros

dedos na mesma mão.

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ticulações selecionadas do esqueleto axial) e o Quadro9.4 (articulações selecionadas do esqueleto apendicular)o ajudarão a complementar as informações que apren-deu nos outros três capítulos. Esses quadros listam al-gumas das principais articulações do corpo, com basenos componentes articulares (os ossos que participamde sua formação), na sua classificação estrutural e fun-cional, e no(s) tipo(s) de movimento(s) que ocorre(m) emcada articulação.

A seguir examinaremos em detalhe seis articulaçõesselecionadas do corpo em uma série de exibições. Cadaexibição contempla uma articulação sinovial específicae contém (1) uma definição — uma descrição do tipo da

Movimentos especiais ocorrem apenas em determinadas articulações sinoviais.

Figura 9.10 Movimentos especiais nas articulações sinoviais.

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EXIBIÇÃO 9.1 ARTICULAÇÃOTEMPOROMANDIBULAR OU A TM (Figura 9.1 1)

DefiniçãoA articulação temporomandibular é uma combi-

nação de gínglimo e articulação plana, formada peloprocesso condilar da mandíbula, e pela fossa mandi-bular e pelo tubérculo articular do temporal. A articu-lação temporomandibular é a única articulação mó-vel entre os ossos do crânio; todas as outras articu-lações do crânio são suturas e, portanto, fixas.

Componentes anatômicos1. Disco Articular (menisco). O disco de

fibrocartilagem que separa a cavidade articular emcompartimentos superior e inferior, cada um com umamembrana sinovial (Figura 9.1 1c).

2. Cápsula articular . Envoltório frouxo e fino emtorno da circunferência da articulação (Figura 9.11a).

3. Ligamento colateral lateral. Duas faixas curtas,na face lateral da cápsula articular, que se estendemínfero-posteriormente da margem inferior e do tubércu-

A articulação temporomandibular é a únicaarticulação móvel entre os ossos do crânio.

Figura 9.1 1 Articulação temporomandibular direi-ta (ATM).

articulação e os ossos que formam a articulação; (2) oscomponentes anatômicos — uma descrição dos princi-pais ligamentos de conexão, o disco articular, a cápsu-la articular e outras características diferenciais da arti-culação; e (3) os possíveis movimentos da articulação.Cada exibição também o encaminha a uma figura queilustra a articulação. As articulações descritas são aarticulação temporomandibular (ATM), a articulação doombro, a articulação do cotovelo, a articulação do qua-dril, a articulação do joelho e a articulação talocrural (dotornozelo). Como essas articulações são descritas emdetalhes nas Exibições 9.1 a 9.6, não estão incluídasnos Quadros 9.3 e 9.4.

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244

lo do processo zigomático do temporal até as faces late-ral e posterior do colo da mandíbula. O ligamento colaterallateral é recoberto pela glândula parótida e ajuda a im-pedir o deslocamento da mandíbula (Figura 9.11a).

4. Ligamento esfenomandibular . Faixa fina quese estende ínfero-anteriormente da espinha doesfenóide até o ramo da mandíbula (Figura 9.11b).

5. Ligamento estilomandibular . Faixa espessa dafáscia cervical, que se estende do processo estilóidedo temporal até a margem ínfero-posterior do ramoda mandíbula. Esse ligamento separa a glândulaparótida da glândula submandibular (Figura 9.11a, b).

MovimentosNa articulação temporomandibular, apenas a man-

díbula se move, porque a maxila está firmemente an-corada a outros ossos do crânio pelas suturas. Con-seqüentemente, a mandíbula pode atuar no abaixa-mento (abertura da mandíbula) e na elevação (fecha-mento da mandíbula), que ocorre no compartimentoinferior, e na protração, na retração, no deslocamen-

Figura 9.1 1 Cont.

to lateral e na rotação leve, que ocorrem no compar-timento superior (veja Figura 9.10a-d).

LUXAÇÃO DA MANDÍBULA

Uma luxação é o deslocamento de um osso de umaarticulação com laceração dos ligamentos, tendões ecápsulas articulares. Geralmente, é produzida por umgolpe ou queda. Embora menos comum, o esforço fí-sico pode ser um fator, por exemplo, se os processoscondilares da mandíbula passam na frente dos tubér-culos articulares quando bocejamos ou damos uma mor-dida muito grande, pode ocorrer uma luxação da man-díbula (deslocamento anterior). Quando a mandíbulaé luxada dessa forma, a boca permanece muito abertae a pessoa é incapaz de fechá-la. O deslocamento podeser corrigido pressionando-se, com os polegares, osdentes molares inferiores para baixo e empurrando amandíbula para trás. Outras causas de luxação da man-díbula incluem um golpe lateral no mento quando a bocaestá aberta, e uma fratura da mandíbula.

EXIBIÇÃO 9.2 ARTICULAÇÃO DOOMBRO (Figura 9.12)

DefiniçãoA articulação do ombro é uma articulação

esferóidea, formada pela cabeça do úmero e pela ca-vidade glenoidal da escápula.

Componentes anatômicos1. Cápsula articular . Saco frouxo e fino, que en-

volve completamente a articulação e se estende dacavidade glenoidal até o colo anatômico do úmero. Aparte inferior da cápsula é sua área mais fraca (Figu-ra 9.12a, c).

2. Ligamento coracoumeral. Ligamento largo eforte, que reforça a parte superior da cápsula articu-lar, e se estende do processo coracóide da escápulaaté o tubérculo maior do úmero (Figura 9.12a).

3. Ligamentos glenoumerais. Três espessamentosda cápsula articular sobre a face anterior da articula-ção. Estendem-se da cavidade glenoidal até o tubérculomenor e o colo anatômico do úmero. Esses ligamentossão muitas vezes indistintos ou ausentes e proporcio-nam apenas resistência mínima (Figura 9.12a, b).

4. Ligamento transverso do úmero. Lâmina es-treita que se estende do tubérculo maior até o tubér-culo menor do úmero (Figura 9.12a).

5. Lábio glenoidal. Margem estreita defibrocartilagem em torno da margem da cavidadeglenoidal. Aprofunda e alarga levemente a cavidadeglenoidal (Figura 9.12b, c).

6. Bolsas. Quatro bolsas (veja página 234) estãoassociadas com a articulação do ombro — a bolsasubtendínea subescapular (Figura 9.12a), a bolsasubdeltóidea, a bolsa subacromial (Figura 9.12a-c) ea bolsa do músculo coracobraquial.

MovimentosA articulação do ombro permite flexão, extensão,

abdução, adução, rotação medial, rotação lateral ecircundução do braço (veja Figuras 9.6-9.9). Possuimais liberdade de movimento do que qualquer outraarticulação no corpo. Essa liberdade resulta da frou-xidão da cápsula articular e da pouca profundidadeda cavidade glenoidal, em relação ao grande tama-nho da cabeça do úmero.

Embora os ligamentos da articulação do ombro con-firam, até certo ponto, resistência à articulação, grande

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Muito da estabilidade das articulações do ombro resultam da disposição músculos do manguito rotador .

Figura 9.12 Articulação do ombro direito.(Veja Tortora, A Photographic Atlas of the Human Body, 2e, Figure 4.1).

parte da resistência resulta dos músculos que envol-vem a articulação, especialmente os músculos domanguito rotador. Estes músculos (o supra-espinal,o infra-espinal, o redondo menor e o subescapular)unem a escápula ao úmero (veja também Figura 11.17,nas páginas 334-335). Os tendões dos músculos domanguito rotador circundam a articulação (exceto naparte inferior) e se fundem com a cápsula articular.Os músculos do manguito rotador trabalham como emconjunto para manter a cabeça do úmero na cavida-de glenoidal.

LESÃO AO MÚSCULO DO MANGUIT O ROTADORE LUXAÇÃO E SEPARAÇÃO DO OMBRO

Lesão ao músculo do manguito rotador é comumentre os arremessadores do beisebol, jogadores devoleibol, praticantes de esportes com uso de raquetee nadadores em razão dos movimentos do ombro, queenvolvem circundução vigorosa. Também ocorre comoresultado do desgaste, trauma e movimentosrepetitivos em determinadas atividades, como colo-car objetos, em uma estante, acima da cabeça. Mais

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frequentemente, ocorre laceração do tendão do mús-culo supra-espinal do manguito rotador. Este tendãoé especialmente propenso ao desgaste, devido à sualocalização, entre a cabeça do úmero e o acrômio daescápula, que comprimem o tendão durante os movi-mentos do ombro.

A articulação mais comumente luxada nos adul-tos é a articulação do ombro, porque sua concavidadeé muito rasa e os ossos são unidos, principalmente,por músculos de sustentação. Normalmente, na

luxação do ombro, a cabeça do úmero é deslocadapara baixo, onde a cápsula articular menos protegi-da. As luxações da mandíbula, cotovelo, dedos, joe-lho ou quadril são menos comuns.

Uma lesão à articulação acromioclavicular, umaarticulação formada pelo acrômio da escápula e pelaextremidade acromial da clavícula, é referida comoombro separado. Essa condição é, normalmente, oresultado de trauma violento à articulação, como quan-do o ombro choca-se contra o solo em uma queda.

Figura 9.12 Cont.

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EXIBIÇÃO 9.3 ARTICULAÇÃODO COTOVELO (Figura 9.13)

DefiniçãoA articulação do cotovelo é uma articulação em

dobradiça (gínglimo), formada pela tróclea do úmero,pela incisura troclear da ulna e pela cabeça do rádio.

Componentes anatômicos1. Cápsula articular . A parte anterior da cápsula

articular recobre a parte anterior da articulação do co-tovelo, a partir das fossas coronóidea e radial do úmeroaté o processo coronóide da ulna e o ligamento anu-lar do rádio. A parte posterior estende-se do capítu-lo, fossa do olécrano e epicôndilo lateral do úmero atéo ligamento anular do rádio, ao olécrano da ulna e àparte posterior da incisura radial (Figura 9.13 a, b).

2. Ligamento colateral ulnar . Ligamento triangularespesso que se estende do epicôndilo medial do úmeroaté o processo coronóide e olécrano da ulna (Figura 9.13a).

3. Ligamento colateral radial. Ligamento triangu-lar e resistente que se estende do epicôndilo lateraldo úmero até o ligamento anular do radio e à incisuraradial da ulna (Figura 9.13b).

MovimentosA articulação do cotovelo permite flexão e exten-

são do antebraço (veja Figura 9.6c).

COTOVELO DE TENISTA (EPICONDILITE LA TE-RAL DO ÚMERO), EPICONDILITE DO JOGADORDE BEISEBOL JUVENIL (DOENÇA DE P ANNER)

E LUXAÇÃO DA CABEÇA DO RÁDIO

Cotovelo de tenista refere-se, mais comumente, àdor no, ou próximo do epicôndilo lateral do úmero, nor-malmente produzida por um backhand (rebatida oblí-qua da bola com as costas da mão orientadas no sen-tido do movimento do braço) realizado inadequada-mente. Os músculos extensores sofrem luxação ou en-torse, resultando em dor.

Epicondilite do jogador de beisebol juvenil se de-senvolve, tipicamente, como resultado de umcronograma intenso de arremessos e/ou um cronogramaque envolve arremessos de bolas de efeito (em curva),especialmente entre jovens. Neste distúrbio, o cotove-lo pode alargar-se, fragmentar-se ou separar-se.

Uma luxação da cabeça do rádio é a luxação maiscomum do membro superior em crianças. Nesta lesão,a cabeça do rádio desliza além ou rompe o ligamentoanular do rádio, um ligamento que forma um colar em tornoda cabeça do rádio, na articulação radiulnar proximal. Aluxação tende a ocorrer com maior freqüência, quandouma tração forte é aplicada ao antebraço, enquanto esteé estendido e supinado, por exemplo, quando se balan-ça uma criança com os braços esticados.

A articulação do cotovelo é formada porpartes de três ossos: úmero, ulna e rádio.

Figura 9.13 Articulação do cotovelo direito(Veja Tortora, A Photographic Atlas of the Human Body, 2e, Figure 4.3.

Veja também Figura 9.3b, neste texto).

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Figura 9.14 Articulação do quadril direito.

EXIBIÇÃO 9.4 ARTICULAÇÃODO QUADRIL (Figura 9.14)

DefiniçãoA articulação do quadril é uma articulação

esferóidea, formada pela cabeça do fêmur e peloacetábulo do osso do quadril

Componentes Anatômicos1. Cápsula articular . Cápsula resistente e muito

densa, que se estende dão limbo do acetábulo até ocolo do fêmur (Figura 9.14 b, d). Uma das estruturasmais resistentes no corpo, a cápsula consiste em fibrascirculares e longitudinais. As fibras circulares, chama-

das de zona orbicular, formam um colar em torno docolo do fêmur. Os ligamentos acessórios conhecidoscomo ligamento iliofemoral, ligamento pubofemoral eligamento isquiofemoral reforçam as fibras longitudinais.

2. Ligamento iliofemoral. Porção espessada dacápsula articular, que se estende da espinha ilíacaântero-inferior do osso do quadril até a linhaintertrocantérica do fêmur (Figura 9.14a, c).

3. Ligamento pubofemoral. Porção espessada dacápsula articular, que se estende da parte púbica dolimbo do acetábulo até o colo do fêmur (Figura 9.14a).

4. Ligamento isquiofemoral. Porção espessada dacápsula articular, que se estende da parede isquiáticado acetábulo até o colo do fêmur (Figura 9.14c).

A cápsula articular da articulaçãodo quadril é uma das estruturasmais resistentes no corpo.

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249

5. Ligamento da cabeça do fêmur . Faixa triangu-lar plana, que se estende da fossa do acetábulo atéa fóvea da cabeça do fêmur (Figura 9.14b, d).

6. Lábioo do acetábulo. Margem de fibrocartilagemfixada ao limbo do acetábulo, aumentando a profundi-dade do acetábulo. Como o diâmetro do limbo doacetábulo é menor do que aquele da cabeça do fêmur,a luxação do fêmur é rara (Figura 9.14b, d).

7. Ligamento transverso do acetábulo. Ligamen-to forte que cruza toda a incisura do acetábulo, su-porta parte do lábio do acetábulo e está ligado com oligamento da cabeça do fêmur e com a cápsula arti-cular (Figura 9.14b).

MovimentosA articulação do quadril permite flexão, extensão,

abdução, adução, circundução, rotação medial e rotaçãolateral da coxa (veja Figuras 9.6-9.9). A extrema estabi-lidade da articulação do quadril está relacionada com umacápsula articular muito resistente e com seus ligamen-tos acessórios, com a forma na qual o fêmur se encaixano acetábulo e com os músculos que circundam a arti-culação. Embora as articulações do quadril e do ombrosejam articulações esferóideas, as articulações do qua-

dril não possuem uma amplitude de movimento tão ex-tensa. A flexão é limitada pela face anterior da coxa, queentra em contato com a parede abdominal anterior, quandoo joelho é flectido e pela tensão dos músculos do jarre-te, quando o joelho é estendido. A extensão é limitada

pela tensão dos ligamentos iliofemoral, pubofemoral eisquiofemoral. A abdução é limitada pelo contato com omembro oposto e pela tensão no ligamento da cabeçado fêmur. A rotação medial é limitada pela tensão nosligamentos iliofemoral e pubofemoral.

Figura 9.14 Cont.

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EXIBIÇÃO 9.5 ARTICULAÇÃODO JOELHO (Figura 9.15)

DefiniçãoA articulação do joelho é a maior e a mais comple-

xa articulação no corpo, consistindo, na realidade, emtrês articulações dentro de uma única cavidade sinovial.

1. Lateralmente, é uma articulação tibiofemoral,entre o côndilo lateral do fêmur, o menisco lateral e ocôndilo lateral da tíbia. É um gínglimo modificado.

2. Medialmente, é uma segunda articulaçãotibiofemoral, entre o côndilo medial do fêmur, o meniscomedial e o côndilo medial da tíbia. Também é umgínglimo modificado.

3. Uma articulação patelofemoral intermediária,entre a patela e a face patelar do fêmur, é uma arti-culação plana.

Componentes Anatômicos1. Cápsula articular . Uma cápsula articular inde-

pendente e incompleta um e os ossos. A bainhaligamentosa que circundam a articulação consiste, prin-cipalmente, em tendões dos músculos ou suas expan-sões (Figura 9.15 a, b). No entanto, existem algumasfibras capsulares que unem os ossos da articulação.

2. Retináculos medial e lateral da patela. Tendõesfundidos de inserção do músculo quadríceps femorale da fáscia lata (fáscia profunda da coxa) que refor-çam a face anterior da articulação (Figura 9.15a).

3. Continuação do tendão comum de inserção domúsculo quadríceps femoral que se estende da patelaaté a tuberosidade da tíbia. Esse ligamento também

reforça a face anterior da articulação. A face posteri-or do ligamento é separada da membrana sinovial daarticulação por um corpo adiposo infrapatelar (Figu-ra 9.15c, e).

4. Ligamento poplíteo oblíquo. Ligamento planoe largo que se estende da fossa intercondilar do fêmuraté a cabeça da tíbia (Figura 9.15b). O tendão do mús-culo semimembranáceo é superficial a esse ligamen-to e passa do côndilo medial da tíbia para o côndilolateral do fêmur. O ligamento e o tendão reforçam aface posterior da articulação.

5. Ligamento poplíteo arqueado. Estende-se docôndilo lateral do fêmur até o processo estilóide dacabeça da fíbula. Ele reforça a parte lateral inferiorda face posterior da articulação (Figura 9.15b).

6. Ligamento colateral tibial. Ligamento plano elargo, na face medial da articulação, que se estendedo côndilo medial do fêmur até o côndilo medial datíbia (Figura 9.15a, b, d e f). Os tendões dos múscu-los sartório, grácil e semitendíneo, que reforçam a facemedial da articulação, cruzam o ligamento. Como oligamento colateral tibial está firmemente preso aomenisco medial, a laceração do ligamento freqüente-mente resulta na laceração do menisco e lesão ao li-gamento cruzado anterior, descrito no número 8a.

7. Ligamento colateral fibular . Ligamento redondoe resistente, na face lateral da articulação, que se es-tende do côndilo lateral do fêmur até o lado lateral dacabeça da fíbula (Figura 9.15a, b, d e f). Ele reforça aface lateral da articulação. O ligamento é recobertopelo tendão do músculo bíceps femoral. O tendão domúsculo poplíteo é profundo ao ligamento.

Figura 9.15 Articulação do joelho direito. (Veja Tortora, A Photographic Atlas of the Human Body, Figure 4.7)

A articulação do joelho é a maior e mais complexa articulação no corpo.

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8. Ligamentos intracapsulares. Ligamentos den-tro da cápsula que unem a tíbia e o fêmur. Os liga-mentos cruzados anterior e posterior são assim de-nominados com base nas suas origens, relativas à áreaintercondilar da tíbia. A partir de suas origens se cru-zam a caminho de seus destinos, no fêmur.

a. Ligamento cruzado anterior (LCA). Estende-sepóstero-lateralmente a partir de um ponto anterior à áreaintercondilar da tíbia até a parte posterior da face medialdo côndilo lateral do fêmur (Figura 9.15d, f). O ligamentocruzado anterior limita a hiperextensão do joelho eimpede o deslizamento para frente da tíbia sobre ofêmur. Esse ligamento é estirado ou dilacerado em cerda

de 70% de todas as lesões graves do joelho.b. Ligamento cruzado posterior (LCP). Estende-se

ântero-medialmente a partir de uma depressão na áreaintercondilar posterior da tíbia e do menisco lateral atéa parte anterior da face lateral do côndilo medial dofêmur (Figura 9.15d, f). O ligamento cruzado posteri-or impede o deslizamento para trás da tíbia sobre ofêmur, especialmente quando joelho é flectido. Isso émuito importante quando se desce escadas ou umdeclive íngreme.

9. Dois discos fibrocartilagíneos entre os côndilosda tíbia e do fêmur que ajudam a compensar as for-mas irregulares dos ossos e a circular o líquido sinovial.

Figura 9.15 Cont.

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a. Menisco medial. Peça semicircular defibrocartilagem (formato de um C). Sua extremida-de anterior está fixada na fossa intercondilar ante-rior da tíbia, na frente do ligamento cruzado anteri-or. Sua extremidade posterior está fixada na fossaintercondilar posterior da tíbia, entre as fixações doligamento cruzado posterior e do menisco lateral(Figura 9.15d-f).

b. Menisco lateral. Peça quase circular defibrocartilagem (sua forma se aproxima de um O in-completo). Sua extremidade anterior está fixada nafrente da eminência intercondilar da tíbia, e lateral eposteriormente ao ligamento cruzado anterior. Sua ex-tremidade posterior está fixada atrás da eminênciaintercondilar da tíbia, e anterior à extremidade poste-rior do menisco medial (Figura 9.15c, d e f). Osmeniscos medial e lateral são unidos um ao outro peloligamento transverso (Figura 9.15d) e às margens dacabeça da tíbia pelos ligamentos coronários (não ilus-trado).

10. As bolsas mais importantes do joelho incluem:

a. Bolsa subcutânea pré-patelar, entre a patela ea pele (Figura 9.15c)

b. Bolsa subcutânea infrapatelar, entre a parte supe-rior da tíbia e o ligamento da patela (Figura 9.15a, c e e)

c. Bolsa suprapatelar, entre a parte inferior do fêmure a face profunda do músculo quadríceps femoral(Figura 9.15a, c e e).

MovimentosA articulação do joelho permite flexão, extensão,

Figura 9.15 Cont.

pequena rotação medial e rotação lateral da perna,na posição flectida (veja Figuras 9.6f e 9.9c).

LESÕES DO JOELHO

A articulação do joelho é a articulação mais vulne-rável à lesão, porque é uma articulação móvel, que sus-tenta peso, e sua estabilidade depende quase que to-talmente dos seus músculos e ligamentos associados.Além disso, não existe correspondência dos ossos daarticulação. Uma tumefação no joelho pode ocorrerimediatamente ou horas após uma lesão. A tumefaçãoimediata é em conseqüência da extravasação de san-gue dos vasos sangüíneos danificados adjacentes àsáreas envolvidas no rompimento do ligamento cruzadoanterior, de lesão às membranas sinoviais, de meniscosdilacerados, de fraturas ou de entorses do ligamentocolateral. A tumefação tardia é em razão da produçãoexcessiva de líquido sinovial, uma condição comumentereferida como “água no joelho”. Um tipo comum de le-são do joelho no futebol americano é o rompimento dosligamentos colaterais tibais, freqüentemente associ-ado com a dilaceração do ligamento cruzado anterior edo menisco medial (cartilagem dilacerada). Normalmen-te, a lesão ocorre quando se recebe um golpe forte nolado lateral do joelho enquanto o pé está fixo no solo.Uma luxação do joelho refere-se ao deslocamento datíbia, em relação ao fêmur. O tipo de luxação mais co-mum é a luxação anterior, resultante da hiperextensãodo joelho. Uma conseqüência freqüente de uma luxaçãodo joelho é a lesão à artéria poplítea.

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EXIBIÇÃO 9.6 ARTICULAÇÃOTALOCRURAL (Figura 9.16)

DefiniçãoA articulação talocrural é um gínglimo, formada (1)

pela extremidade distal da tíbia e seu maléolo medialcom o tálus e (2) pelo maléolo lateral da fíbula com tálus.É uma articulação resistente e estável por causa dasformas dos ossos da articulação, da resistência de seusligamentos, e dos tendões que a circundam.

Anatomicamente, o tornozelo é a região que seestende da região distal da perna até a região proximaldo pé e contém a articulação talocrural. Nesta regiãode transição, há uma alteração na orientação, a partirde uma posição vertical dos ossos e músculos, e es-truturas associadas na perna para uma posição hori-zontal das estruturas no pé. Como resultado, ocorre umgiro para a frente dos tendões, dos vasos sangüíneose dos nervos no tornozelo à medida que entram no pé.

Conforme as estruturas passam da perna para o pé

no tornozelo, a partir de uma orientação vertical parauma horizontal, são ancorados por espessamentos dafáscia profunda, chamados retináculos. Os dois prin-cipais retináculos são os retináculos superior e inferiordos músculos extensores (veja Figura 11.24).

Componentes Anatômicos1. Cápsula articular . Envolve completamente o jo-

elho e está fixada superiormente à tíbia e à fíbula, einferiormente ao tálus. A cápsula é fina (e fraca) ântero-posteriormente para permitir a dorsiflexão e a flexãoplantar.

2. Ligamento colateral medial. Ligamento trian-gular, resistente e plano, que se estende do maléolomedial até o tálus, o navicular e o calcâneo do tarso.É dividido em partes superficial e profunda. Os com-ponentes superficiais de anterior para posterior sãoa parte tibionavicular, a parte tibiocalcânea e a partetibiotalar posterior. O componente profundo é a partetibiotalar anterior (Figura 9.16 a).

Figura 9.16 Articulação talocrural direita.

A resistência e a estabilidade da articulação talocrural são devidas às formas do osso da articulação, àresistência de seus ligamentos e aos tendões que a circundam.

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3. Ligamento colateral lateral. Não tão resisten-te quanto o ligamento colateral medial. Estende-se domaléolo lateral até o tálus e o calcâneo, e é divididoem três componentes: ligamento talofibular anterior,ligamento talofibular posterior e l igamentocalcaneofibular (Figura 9.16b).

MovimentosA articulação talocrural permite dorsiflexão e flexão

plantar (veja Figura 9.10g).

LUXAÇÕES E FRATURAS DO TORNOZELO

O tornozelo é a principal articulação mais freqüen-temente lesada no corpo. As luxações do tornozelosão as lesões mais comuns do tornozelo e, freqüen-temente, ocorrem em esportes que envolvem corridae salto. As luxações da parte lateral do tornozelo ocor-rem mais freqüentemente do que aquelas da partemedial, e são normalmente produzidas por uma

eversão excessiva (supinação) do pé com flexão plan-tar do tornozelo. Como resultado, o ligamento colateral,mais fraco, é parcialmente dilacerado e ocorre umador considerável e tumefação local. As luxações daparte medial do tornozelo, menos comuns, ocorremcomo resultado da eversão excessiva (pronação). Noprocesso, o ligamento colateral medial pode ser dila-cerado, mas, em geral, o ligamento não se rompe, porcausa de sua grande resistência; ao contrário, o liga-mento pode arrancar a ponta do maléolo medial. Asluxações do tornozelo são tratadas com: repouso, gelo,compressão e elevação. Luxações graves podem re-querer imobilização ou cirurgia.

Uma fratura da extremidade distal da perna queenvolve tanto o maléolo medial quanto o maléolo la-teral é chamada de fratura de Pott. Essa fratura poderesultar em luxação do tálus. Algumas vezes ocorremapenas fraturas do maléolo lateral; também ocorremfraturas do maléolo medial, embora muito menos fre-qüentemente.

FATORES QUE AFETAM O CONTATO E AAMPLITUDE DO MOVIMENTO NAS

ARTICULAÇÕES SINOVIAIS

As faces articulares das articulações sinoviais fazemcontato umas com as outras e determinam o tipo e a am-plitude dos possíveis movimentos. A amplitude domovimento refere-se à amplitude, medida em graus deum círculo, por meio do qual os ossos de uma articula-ção podem ser movidos. Os seguintes fatores contribu-em para manter as faces articulares em contato e afe-tam a amplitude do movimento:

1.Forma ou estrutura dos ossos da articulação.A forma ou a estrutura dos ossos da articulação deter-mina o grau de precisão do encaixe. As faces articula-res de alguns ossos têm uma relação complementarmútua. Essa relação espacial é muito óbvia na articula-ção do quadril, na qual a cabeça do fêmur se articulacom o acetábulo do osso do quadril. Um encaixe de sin-cronização permite movimento de rotação.

2.Resistência e tensão dos ligamentos da articu-lação. Os diferentes componentes de uma cápsula fi-brosa ficam tensos ou esticados apenas quando a arti-culação está em determinadas posições. Os ligamentossob tensão não apenas restringem a amplitude do mo-vimento, como também influenciam o movimento dosossos da articulação com relação um ao outro. Na arti-culação do joelho, por exemplo, quando este é estendi-do, o ligamento cruzado anterior estica e o ligamentocruzado posterior relaxa, e o oposto ocorre quando ojoelho é flexionado.

3.Disposição e tensão dos músculos. A tensãomuscular reforça a limitação imposta à uma articulaçãopor seus ligamentos e, portanto, restringem o movimento.Um bom exemplo do efeito da tensão muscular é obser-vado na articulação do quadril. Quando a coxa está fixacom o joelho estendido, o movimento é limitado pelatensão dos músculos do jarrete sobre a face posteriorda coxa. Mas se o joelho é flectido, a tensão nos mús-culos do jarrete é reduzida e a coxa pode ser movida maisalém.

4.Contato de partes moles. O ponto no qual umasuperfície do corpo toca uma outra pode limitar a mobi-lidade. Por exemplo, se flexionarmos o braço no coto-velo, não poderemos movê-lo além do ponto depois que

a face anterior do antebraço receber o músculo bícepsbraquial e comprimi-lo. O movimento da articulação tam-bém pode ser limitado pela presença de tecido adiposo.

5.Hormônios. A flexibilidade da articulação tambémpode ser afetada pelos hormônios. Por exemplo, arelaxina, um hormônio produzido pela placenta e pelosovários, aumenta a flexibilidade da fibrocartilagem dasínfise púbica e relaxa os ligamentos entre o sacro, aarticulação do quadril e o cóccix próximo ao final da gra-videz. Essas alterações permitem a expansão da aber-tura inferior da pelve, o que facilita o parto do bebê.

6.Desuso. O movimento em uma articulação podeser limitado se esta não é usada durante algum tempo.Por exemplo, se a articulação do cotovelo ficar imobili-zada por uma atadura rígida, a amplitude do movimen-to, na articulação, pode ser limitada durante um tempoapós a remoção da atadura. O desuso também poderesultar em diminuição da quantidade de líquido sinovial,em redução da flexibilidade dos ligamentos e tendões,e em atrofia muscular , uma redução no tamanho ouenfraquecimento de um músculo.

ARTICULAÇÕES E ENVELHECIMENT OOBJETIVO

O envelhecimento normalmente resulta na diminui-ção da produção de líquido sinovial nas articulações.Além disso, a cartilagem articular se torna mais fina coma idade, e os ligamentos diminuem e perdem um poucode sua flexibilidade. Os efeitos do envelhecimento so-bre as articulações, que varia consideravelmente de umapessoa para outra, são influenciados por fatores gené-ticos e pelo desgaste. Embora alterações degenerativasnas articulações possam ser observadas em pessoas comaté 20 anos de idade, a maioria das alterações não ocorreaté muito mais tarde. Por volta dos 80 anos, quase to-dos desenvolvem algum tipo de degeneração nos joe-lhos, cotovelos, quadril e ombros. É comum tambémpessoas idosas desenvolverem alterações degenerati-vas na coluna vertebral, o que resulta em uma posturaencurvada (cifose) e compressão das raízes nervosas.Um tipo de artrite, chamada osteoartrite (veja Aplicaçõesna Saúde, na página 261), está, de qualquer forma, par-cialmente relacionado com a idade. Quase todos commais de 70 anos apresentam alguma evidência deosteoartrose. Alongamento e exercícios aeróbicos que

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tentam manter a amplitude total do movimento são mui-to importantes na minimização dos efeitos do envelhe-cimento, pois ajudam a manter o funcionamento eficiente

dos ligamentos, dos tendões, dos músculos, do líquidosinovial e da cartilagem articular.

QUADRO 9.3 ARTICULAÇÕES SELECIONADAS DO ESQUELET O AXIAL

COMPONENTESARTICULAÇÃO ARTICULARES CLASSIFICAÇÃO MOVIMENTO.Sutura Entre os ossos do crânio. Estrutural: fibrosa Nenhum.

Funcional: sinartrose.Atlantoccipital Entre as faces articulares Estrutural: sinovial Flexão e extensão da cabe-

superiores do atlas e os (elipsóidea) ça e pequena flexão lateralcôndilos occipitais do Funcional: diartrose da cabeça para os dois lados.occipital.

.Atlantoaxial (1) Entre o dente do áxis e o Estrutural: sinovial Rotação da cabeça.

arco anterior do atlas e (2) (trocóidea) entre o denteentre as massas laterais do do áxis e o arco anterior,atlas e do áxis. e sinovial (plana) entre as

massas laterais.Funcional: diartrose.

.Intervertebral (1) Entre os corpos vertebrais Estrutural: Cartilagínea Flexão, extensão, flexão

e (2) entre os arcos vertebrais. (sínfise) entre os corpos lateral e rotação davertebrais, e sinovial (plana) coluna vertebral.entre os arcos vertebrais.Funcional: Anfiartrose entreos corpos vertebrais, ediartrose entre os arcosvertebrais.

.Costovertebral (1) Entre as faces das cabeças Estrutural: sinovial (plana). Pequeno deslizamento.

das costelas e as faces dos Funcional: diartrose.corpos das vértebras torácicasadjacentes e (2) entre a partearticular dos tubérculos dascostelas e as fóveas costais dosprocessos transversos dasvértebras torácicas.

.Esternocostal Entre o esterno e os primeiros Estrutural: Cartilagínea (sin- Nenhum entre o esterno e o

sete pares de costelas. condrose) entre o esterno e primeiro para de costelas;o primeiro par de costelas, e pequeno deslizamento entresinovial (plana) entre o ester- o esterno e o segundo aono e o segundo ao sétimo sétimo pares de costelaspares de costelas.Funcional: sinartrose entre oesterno e o primeiro par decostelas, e diartrose entre oesterno e o segundo ao séti-mo pares de costelas.

.Lombossacral (1) Entre o corpo da quinta vérte- Estrutural: cartilagínea (sínfi- Flexão, extensão, flexão la-

bra lombar e a base do sacro e se) entre o corpo e a base, e teral e rotação da coluna(2) entre as faces articulares sinovial (plana) entre as vertebral.inferiores da quinta vértebra lom- faces articularesbar e as faces articulares da pri- Funcional: Anfiartrose entremeira vértebra do sacro. o corpo e a base, e diartrose

entre as faces articulares.

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QUADRO 9.4 ARTICULAÇÕES SELECIONADAS DO ESQUELET O APENDICULAR

COMPONENTESARTICULAÇÃO ARTICULARES CLASSIFICAÇÃO MOVIMENTOS

Esternoclavicular Entre a extremidade esternal da Estrutural: sinovial (plana Deslizamento, com movi-clavícula, manúbrio do esterno e e trocóidea). mentos limitados em quaseprimeira cartilagem costal. Funcional: diartrose. todas as direções.

Acromioclavicular Entre o acrômio da escápula Estrutural: sinovial (plana). Deslizamento e rotação dae a extremidade acromial . Funcional: diartrose. escápula sobre a clavículada clavícula

Radiulnar Articulação radiulnar proximal Estrutural: sinovial Rotação do antebraço.entre a cabeça do rádio e a (trocóidea).incisura radial da ulna; articula- Funcional: diartrose.ção radiulnar distal entre a inci-sura ulnar do rádio e a cabeçada ulna.

Radiocarpal Entre a extremidade distal do Estrutural: sinovial Flexão, extensão, abdução,rádio e o escafóide, o semilunar (elipsóidea). adução, circundução e pe-e o piramidal do carpo. Funcional: diartrose. quena hiperextensão do pulso.

Intercarpal Entre a fileira proximal de ossos Estrutural: sinovial (plana), Deslizamento com flexão,carpais, a fileira distal de ossos exceto pela articulação extensão, abdução, aduçãocarpais, e entre as duas fileiras (médiocarpal) entre o ha- e pequena rotação das arti-de ossos carpais. mato, o escafóide e o semi- culações mediocarpais

lunar, que é sinovial (selar).Funcional: diartrose.

Carpometacarpal Articulação carpometacarpal do Estrutural: sinovial (selar) Flexão, extensão, abdução,polegar, entre o trapézio do carpo no polegar e sinovial (pla- adução e circundução no po-e o primeiro metacarpal; as arti- nar) nos dedos restantes. legar, e deslizamento nosculações carpometacarpais dos Funcional: diartrose. dedos restantes.dedos restantes formadas entreo carpo e o segundo aoquinto metacarpais.

Metacarpofalângica Entre as cabeças dos metacarpais Estrutural: sinovial Flexão, extensão, abdução,e metatarsofalângica (ou metatarsais) e as bases das (elipsóidea). adução e circundução das

falanges proximais. Funcional: diartrose. falanges.

Interfalângica Entre as cabeças das falanges e Estrutural: sinovial (gínglimo). Flexão e extensão dasas bases das falanges mais distais. Funcional: diartrose. falanges.

Sacroilíaca Entre as faces auriculares do Estrutural: sinovial (plana). Pequeno deslizamento (maissacro e dos ílios dos ossos do Funcional: diartrose. amplo durante a gravidez).quadril.

Sínfise púbica Entre as faces anteriores dos Estrutural: cartilagínea Movimentos leves (mais am-ossos do quadril. (sínfise). plos durante a gravidez).

Funcional: anfiartrose.

Tibiofibular Articulação tibiofibular entre o Estrutural: sinovial (plana) Pequeno deslizamento nacôndilo lateral da tíbia e a cabeça na articulação proximal, e articulação proximal, e leveda fíbula; articulação tibiofibular fibrosa (sindesmose) na rotação da fíbula durante adistal entre a extremidade distal da articulação distal. dorsiflexão do pé.fíbula e a incisura fibular da tíbia. Funcional: diartrose na arti-

culação proximal, e anfiar-trose na articulação distal.

Intertarsal Articulação subtalar entre o tálus Estrutural: sinovial (plana) inversão e eversão do pé.e o calcâneo do tarso; articulação nas articulações subtalar etalocalcaneonavicular, entre o calcaneocubóidea, etálus e o calcâneo e o navicular sinovial na articulaçãodo tarso; articulação calcaneocu- talocalcaneonavicularbóidea, entre o calcâneo e o cu- Funcional: diartrose.bóide do tarso.

Tarsometatarsal Entre os três cuneiformes do Estrutural: sinovial (plana). Pequeno deslizamento.tarso e as bases dos cinco Funcional: diartrose.ossos metatarsais.

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ARTROPLASTIA

As articulações que foram gravemente lesadas por umadoença, como a artrite, ou por uma lesão, podem ser cirur-gicamente substituídas por articulações artificiais em umprocedimento chamado artroplastia. Embora a maioria dasarticulações no corpo possa ser submetida a artroplastia,aquelas mais comumente substituídas são o quadril, osjoelhos e ombros. Durante o procedimento, as extremida-des dos ossos lesados são removidas e os componentesartificiais são fixados no lugar. Os componentes da articu-lação artificial são feitos de metal, cerâmica ou plástico. Osobjetivos da artroplastia são aliviar a dor e aumentar aamplitude do movimento.

Milhares de substituições parciais do quadril, envolven-do apenas o fêmur, são realizadas anualmente. Em umasubstituição total do quadril, o procedimento envolve tan-to o acetábulo quanto a cabeça do fêmur (Figura 9.17 ).As partes danificadas do acetábulo e da cabeça do fêmursão substituídas por próteses pré-fabricadas (aparelhosartificiais). O acetábulo é amoldado para receber o novoencaixe, a cabeça do fêmur é removida, e o centro do ossoé amoldado para receber o componente femoral. O com-ponente acetabular é composto de polietileno, enquantoo componente femoral é composto de cromo-cobalto, li-gas de titânio ou aço inoxidável. Esses materiais sãoprojetados para resistir a um alto grau de tensão. Uma vezque os componentes femoral e acetabular são seleciona-dos, são fixados à parte saudável do osso com cimentoacrílico, que forma uma ligação mecânica interligada. Ospesquisadores estão continuamente buscando melhorara resistência do cimento e imaginando meios de estimu-lar o crescimento ósseo em torno da área do implante.

APLICAÇÕES NA SAÚDE

REUMATISMO E ARTRITE

Reumatismo é qualquer distúrbio doloroso das es-truturas de sustentação do corpo — ossos, ligamentos,

tendões ou músculos — que não é provocado por infec-ção ou por lesão. A artrite é uma forma de reumatismono qual as articulações tornam-se intumescidas, rígidase dolorosas. A artrite atinge cerca de 40 milhões depessoas nos Estados Unidos.

ARTRITE REUMATÓIDE

Artrite reumatóide (AR) é uma doença auto-imunena qual o sistema imunológico do corpo ataca seus pró-prios tecidos — nesse caso, os revestimentos das pró-prias cartilagens e articulações. A artrite reumatóide écaracterizada por inflamação da articulação, que provocaintumescência, dor e perda da função. Normalmente, essaforma de artrite ocorre de modo bilateral: Se um pulso éafetado, o outro também é provavelmente afetado, em-bora muitas vezes não no mesmo grau.

O sintoma primário da artrite reumatóide é az inflama-ção da membrana sinovial. Se não for tratada, a membranatorna-se espessa e há acúmulo de líquido sinovial. A pres-são resultante provoca dor e hipersensibilidade. A mem-brana então produz um tecido de granulação anormal,chamado pannus (pano), que adere à superfície da car-tilagem articular e, algumas vezes, corrói a cartilagemcompletamente. Quando a cartilagem é destruída, o teci-do fibroso se une às extremidades ósseas expostas. Otecido fibroso se ossifica e se funde com a articulação,tornando-a imóvel — o efeito incapacitante final da artri-te reumatóide. O crescimento do tecido de granulaçãoproduz distorção dos dedos, caracterizando as mãos dapessoa que sofre de artrite reumatóide.

OSTEOARTRITE

A osteoartrite é uma doença articular degenerativa,na qual a cartilagem é perdida gradualmente, resultan-do de uma combinação de envelhecimento, irritação dasarticulações, desgaste e abrasão. Comumente conhe-cida como artrite “degenerativa”, a osteoartrite é a prin-cipal causa de incapacidade em pessoas idosas.

Figura 9.17 Substituição total do quadril

Na substituição total do quadril, as partes danificadas do acetábulo e da cabeça do fêmur são substituídaspor próteses.

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

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A osteoartrite é um distúrbio progressivo das articula-ções sinoviais, especialmente das articulações que susten-tam peso. A cartilagem articular se deteriora e novo ossose forma nas áreas subcondrais e nas margens da articu-lação. A cartilagem se degenera lentamente, e conformeas extremidades ósseas tornam-se expostas, osteófitos (pe-quenos espessamentos) de tecido ósseo recém-formadosão sendo depositados. Esses osteófitos diminuem o es-paço da cavidade articular e restringem o movimento. Aocontrário da artrite reumatóide, a osteoartrite afeta princi-palmente a cartilagem articular, embora a membrana sinovial,muitas vezes se torne inflamada com o avanço da doença.Uma diferença fundamental entre a osteoartrite e a artritereumatóide é que a osteoartrite acomete primeiro as arti-culações maiores (joelho, quadril), enquanto a artrite reu-matóide acomete primeiro as articulações menores.

ARTRITE GOTOSA

O ácido úrico (uma substância que dá nome à urina) éum subproduto produzido durante o metabolismo dassubunidades de ácido nucléico (DNA e RNA). Uma pessoaque sofre de gota produz quantidades excessivas de áci-do úrico ou não é capaz de eliminar a quantidade normal.O resultado é uma formação de ácido úrico no sangue. Esseácido em excesso, então, reage com o sódio para formarum sal, chamado urato de sódio. Os cristais desse sal seacumulam nos tecidos moles, como, por exemplo, nos rinse na cartilagem das orelhas e das articulações.

Na atrite gotosa. Os cristais de urato de sódio sãodepositados nos tecidos moles das articulações. A gota,mais freqüentemente, afeta as articulações dos pés, es-pecialmente na base do hálux. Os cristais irritam e corro-em a cartilagem, produzindo inflamação, tumefação e doraguda. Finalmente, os cristais destroem todos os tecidosda articulação. Se o distúrbio não for tratado, as extremi-dades dos ossos da articulação se fundem, e a articula-ção torna-se imóvel. O tratamento consiste no alivio dador (ibuprofeno, naxopreno, colchicina e cortisona) seguidapela administração de alopurinol, para manter os níveisde ácido úrico baixos, impedindo a formação dos cristais.

DOENÇA DE LYME

Uma bactéria espiralada, chamada Borrelia burgdorferiproduz a doença de L yme, denominada em homenagemà cidade de Lyme, em Connecticut, onde foi relatada em1975. As bactérias são transmitidas aos seres humanos,principalmente, pelo carrapato do cervo (Ixodes dammnini).Esses carrapatos são tão pequenos que suas picadas, fre-qüentemente, passam desapercebidas. No período depoucas semanas após a picada do carrapato, uma erup-ção cutânea pode aparecer no local da picada. Embora aerupção cutânea, muitas vezes, se assemelhe a alvos cir-culares, há muitas variações, e algumas pessoas nuncadesenvolvem uma erupção cutânea. Outros sintomas in-cluem rigidez articular, febre e calafrios, cefaléia, rigidezcervical, náusea e dor nas costas. Em estágios avança-dos da doença, a artrite é a complicação principal. Nor-malmente, acomete as articulações maiores, como a dojoelho, a do quadril, a do cotovelo ou a do pulso (talocrural).Antibiótico são geralmente eficientes contra a doença deLyme, especialmente se administrados prontamente. Con-tudo, alguns sintomas podem prolongar-se por anos.

ESPONDILITE ANQUILOSANTE

A espondilite anquilosante é uma doença inflama-tória que afeta as articulações entre as vértebras (inter-vertebrais) e entre o sacro e o osso do quadril (articula-

ção sacroilíaca). A causa é desconhecida. A doença é maiscomum em homens e possui seu próprio início, entre asidades de 20 e 40 anos. É caracterizada por dor e rigidezno quadril e nas costas, progredindo para cima ao longoda coluna vertebral. A inflamação pode levar à ancilose(perda grave ou completa do movimento articular) e àcifose. O tratamento consiste em drogas antiinflamatórias,calor, massagem e exercício supervisionado.

PRINCIPAIS TERMOS MÉDICOSASSOCIADOS ÀS ARTICULAÇÕES

Artralgia Dor em uma articulação.Bursectomia Remoção de uma bolsa.Condrite Inflamação da cartilagem.Subluxação Um deslocamento parcial ou incompleto.Sinovite Inflamação de uma membrana sinovial em umaarticulação.

RESUMO PARA ESTUDO

Introdução1. Uma articulação (ou artrose) é um ponto de con-

tato entre dois ossos, entre osso e cartilagem, ou entreosso e dentes.

2. Uma estrutura articular pode permitir pouco mo-vimento, movimentos amplos, ou nenhum movimento.

Classificações das Articulações1. A classificação estrutural é baseada na presen-

ça ou ausência de uma cavidade sinovial e no tipo detecido conectivo. Estruturalmente, as articulações sãoclassificadas como fibrosas, cartilagíneas ou sinoviais.

2. A classificação funcional das articulações é ba-seada no grau de movimento permitido. As articulaçõespodem ser sinartroses (imóveis), anfiartroses (ligeiramen-te móveis) ou diartroses (muito móveis).

Articulações Fibrosas1. Os ossos das articulações fibrosas são unidos por

tecido conectivo fibroso.2. Essas articulações incluem as suturas, imóveis

(encontradas entre os ossos do crânio), as sindesmoses,ligeiramente móveis (como a sindesmose tibiofibular), eas gonfoses, imóveis (raízes dos dentes nos alvéolos,na mandíbula e na maxila).

Articulações Cartilagíneas1. Os ossos das articulações cartilagíneas são uni-

dos por cartilagem.2. Essas articulações incluem as sincondroses, imó-

veis, unidas por cartilagem hialina (lâminas epifisiais entreas diáfises e as epífises) e as sínfises, móveis, unidaspor fibrocartilagem (sínfise púbica).

Articulações Sinoviais1. As articulações sinoviais contêm um espaço en-

tre os ossos, chamado cavidade sinovial. Todas as arti-culações sinoviais são diartroses.

2. Outras características das articulações sinoviaissão a presença de cartilagem articular e de uma cápsu-la articular, composta de uma cápsula fibrosa e de umamembrana sinovial.

3. A membrana sinovial secreta líquido sinovial, queforma uma película viscosa fina sobre as superfíciesdentro da cápsula articular.

4. Muitas articulações sinoviais também contêm li-gamentos acessórios (extra e intracapsulares) e discosarticulares (meniscos).

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5. As articulações sinoviais contêm um extenso su-primento sangüíneo e nervoso. Os nervos transportaminformações sobre dor, movimentos das articulações e graude estiramento em uma articulação. Os vasos sangüíne-os penetram na cápsula e nos ligamentos capsulares.

6. Bolsas são estruturas saciformes, semelhantes emestrutura às cápsulas articulares, que aliviam o atrito nasarticulações, como nas articulações do ombro e do joelho.

7. As bainhas tendíneas são bolsas tubulares queenvolvem os tendões nos locais de atrito considerável.

8. Os subtipos de articulações sinoviais incluem asarticulações planas, gínglimo, trocóideas, elipsóideas,selares e esferóideas.

9. Em uma articulação plana, as faces articulares sãoplanas e os ossos deslizam para trás e para frente e deum lado para o outro (não-axiais); exemplos são as ar-ticulações entre os ossos carpais e tarsais.

10. Em um gínglimo, a face convexa de um osso seencaixa na face côncava de um outro, e o movimento éangular em torno de um eixo (monoaxial); exemplos sãoas articulações do cotovelo, do joelho e talocrural.

11. Em uma articulação trocóidea, uma face arredon-dada ou pontiaguda de um osso se encaixa no anel for-mado por um outro osso e um ligamento, e o movimentoé de rotação (monoaxial); exemplos são as articulaçõesatlantoaxial e radiulnar.

12. Em uma articulação elipsóidea, uma projeção ovalde um osso se encaixa na cavidade oval de um outro, e omovimento é angular em torno de dois eixos (biaxial);exemplos incluem a articulação radiocarpal e as articu-lações metacarpofalângicas do segundo ao quinto dedos.

13. Em uma articulação selar, a face articular de umosso é amoldada como uma sela e o outro osso se en-caixa na “sela”, como um cavaleiro sentado; o movimentoé angular em torno de dois eixos (biaxial). Um exemploé a articulação carpometacarpal, entre o trapézio e ometacarpal do polegar.

14. Em uma articulação esferóidea, a face esferóideade um osso se encaixa na depressão cupuliforme de umoutro; o movimento é angular e de rotação em torno detrês eixos e em todas as direções entre eles (multiaxial).Exemplos são as articulações do ombro e do quadril.

15. O Quadro 9.1, resume as categorias funcional eestrutural das articulações.

Tipos de Movimentos nas Articulações Sinoviais1. Em um movimento de deslizamento, as faces qua-

se planas dos ossos se movem para trás e para frente ede um lado para o outro. Os movimentos de deslizamentoocorrem nas articulações planas.

2. Nos movimentos angulares, ocorre uma alteraçãono ângulo entre os ossos. Exemplos são flexão-extensão,flexão lateral, hiperextensão e abdução-adução. Acircundução se refere à flexão, abdução, extensão e aduçãorealizadas em sucessão. Os movimentos angulares ocor-rem no gínglimo, nas articulações elipsóideas, selares eesferóideas.

3. Na rotação, um osso se move em torno de seupróprio eixo longitudinal. A rotação pode ocorrer nasarticulações trocóideas e esferóideas.

4. Movimentos especiais ocorrem em articulaçõessinoviais específicas. Exemplos são elevação-abaixa-mento, protração-retração, inversão-eversão, dorsiflexão-flexão plantar, supinação-pronação e oposição.

5. O Quadro 9.2, resume os vários tipos de movimen-tos nas articulações sinoviais.

Articulações Selecionadas do Corpo1. Um resumo das articulações selecionadas do

corpo, incluindo os componentes articulares, as classi-

ficações funcionais e estruturais, e movimentos é apre-sentado nos Quadros 9.3 e 9.4.

2. A articulação temporomandibular (ATM) está en-tre o côndilo da mandíbula, a fossa mandibular e o tu-bérculo articular do temporal (Exibição 9.1).

3. A articulação do ombro está entre a cabeça doúmero e a cavidade glenoidal da escápula (Exibição 9.2).

4. A articulação do cotovelo está entre a tróclea doúmero, a incisura troclear da ulna e a cabeça do rádio(Exibição 9.3).

5. A articulação do quadril está entre a cabeça dofêmur e o acetábulo do osso do quadril (Exibição 9.4).

6. A articulação do joelho está entre a patela e a facepatelar do fêmur; entre o côndilo lateral do fêmur, omenisco lateral e o côndilo lateral da tíbia; e entre ocôndilo medial do fêmur, o menisco medial e o côndilomedial da tíbia (Exibição 9.5).

7. A articulação talocrural é formada pela extremi-dade distal da tíbia e por seu maléolo medial, com o táluse o maléolo lateral da fíbula.

Fatores que Influenciam o Contato e a Amplitudede Movimento nas Articulações Sinoviais

1. A forma como as faces articulares das articula-ções sinoviais entram em contato uma com a outra, de-termina o tipo de movimento possível.

2. Fatores que contribuem para manter as faces emcontato e influenciam a amplitude do movimento são es-trutura ou forma dos ossos da articulação, resistência etensão dos ligamentos, disposição e tensão dos múscu-los, aposição das partes moles, hormônios e desuso.

Articulações e Envelhecimento1. Com o envelhecimento, ocorre uma redução no

líquido sinovial, um adelgaçamento na cartilagem arti-cular e uma diminuição na flexibilidade dos ligamentos.

2. A maioria dos indivíduos experimenta algumadegeneração nas articulações do joelho, do cotovelo, doquadril e do ombro, como conseqüência do processo deenvelhecimento.

Artroplastia1. A artroplastia se refere à substituição cirúrgica das

articulações.2. As articulações mais comumente substituídas são

a do quadril, a dos joelhos e a dos ombros.

QUESTÕES PARA AUT O-AVALIAÇÃO

Escolha a melhor resposta para as seguintes ques-tões.1. Escolha o par de termos que está mais precisamenteassociado ou combinado:

a. articulação radiocarpal-pronaçãob. articulações intertarsais-inversãoc. articulação do cotovelo-hiperextensãod. articulação talocrural-eversãoe. articulação interfalângica-circundução

2. Qual das seguintes é uma articulação esferóidea?a. articulação temporomandibularb. a articulação do joelhoc. a articulação do ombrod. a articulação do cotoveloe. b e c estão corretas

3. Quais das seguintes estruturas não estão associadasà articulação do joelho?

a. lábio glenoidalb. ligamento da patelac. bolsa infrapatelard. ligamentos cruzados

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e. ligamento colateral tibial4. A sutura lambdóidea é um exemplo de uma:

a. sinartroseb. anfiartrosec. diartrosed. articulação fibrosae. a e d estão corretas

5. Coxins de fibrocartilagem que se estendem nos es-paços entre os ossos da articulação, no joelho são cha-mados de:

a. ligamentosb. bolsasc. cápsulas articularesd. meniscose. gonfoses

6. A articulação na qual o atlas gira em torno de um eixoé um exemplo de:

a. gínglimob. articulação esferóideac. articulação deslizanted. articulação selare. articulação trocóidea

7. A camada interna da cápsula articular é a(o):a. membrana sinovialb. cápsula fibrosac. bolsad. meniscoe. cartilagem articular

8. Um disco plano largo de fibrocartilagem se une aosossos na:

a. articulação do joelhob. articulação do ombroc. sínfise púbicad. sutura coronale. articulação atlantoccipital

Complete o seguinte:9. A lâmina epifisial é um exemplo da classificação es-trutural da articulação conhecida como ____ porque____ une a epífise e a diáfise de um osso em crescimento.10. Quando as fibras da cápsula fibrosa de uma cápsu-la articular estão dispostas em feixes paralelos, a estru-tura é chamada ____.11. A articulação temporomandibular é funcionalmenteclassificada como _____.12. As extremidades dos ossos nas articulações sinoviaissão recobertas com uma camada protetora de ____.13. As estruturas saciformes que reduzem o atrito entrepartes do corpo, nas articulações são chamadas ____.

Verdadeiro ou Falso?14. O líquido sinovial torna-se mais viscoso à medi-da que a atividade da articulação aumenta.15. A inclinação da cabeça para trás, na articulaçãoatlantoccipital, é um exemplo de hiperextensão.16. A elevação do braço para apontar para a frente éum exemplo de abdução.17. Os nervos que inervam uma articulação são di-ferentes daqueles que inervam os músculos esqueléti-cos que movem aquela articulação.18. Uma luxação do ombro é uma lesão na articula-ção acromioclavicular.

Correlação19. Correlacione o seguinte:____ (a) sindesmose tibiofibular____ (b) sínfise púbica____ (c) sutura coronal____ (d) dente no alvéolo dentário____ (e) articulação atlantoaxial

____ (f) articulações intercarpais____ (g) articulação do cotovelo____ (h) Articulação carpometacarpal do polegar____ (i) lâmina epifisial(1) sinovial, sela(2) gonfose(3) sindesmose(4) sinovial, trocóidea(5) cartilagínea (fibrocartilagem)(6) cartilagínea (cartilagem hialina)(7) articulação fibrosa, sinartrose(8) sinovial, deslizamento(9) sinovial, gínglimo

20. Correlacione:____ (a) movimento de uma parte do corpo para frente,horizontalmente ao solo____ (b) movimento horizontal de uma parte do corpo,projetada para frente, de volta para a posição anatômica____ (c) movimento das solas medialmente, nas articu-lações intertarsais____ (d) movimento das solas lateralmente____ (e) ação que ocorre quando ficamos de pé sobreos calcanhares____ (f) posição do pé quando o calcanhar está no soloe o resto do corpo está fora do solo____ (g) movimento do antebraço para girar a palma an-teriormente____ (h) movimento do antebraço para girar a palma pos-teriormente(1) pronação(2) flexão plantar(3) eversão(4) retração(5) inversão(6) protração(7) dorsiflexão(8) supinação

RESPOSTAS ÀS QUESTÕES DAS FIGURAS

9.1 Funcionalmente, por que as suturas são clas-sificadas como sinartroses, e as sindesmoses comoanfiartroses?

Funcionalmente, as suturas são classificadas comosinartroses, porque são fixas; as sindesmoses são clas-sificadas como anfiartroses, porque são pouco móveis.

9.2 Qual é a diferença estrutural entre umasincondrose e uma sínfise?

A diferença estrutural entre uma sincondrose e umasínfise é o tipo de cartilagem que une a articulação:cartilagem hialina em uma sincondrose e fibrocartilagemem uma sínfise.

9.3 Qual é a classificação funcional das articula-ções sinoviais?

Funcionalmente, as articulações sinoviais sãodiartroses, articulações muito móveis.

9.4 Quais das articulações mostradas nesta figu-ra são biaxiais?

As articulações elipsóideas e selares são biaxiais.

9.5 Que tipos de articulações sinoviais apresen-tam movimento de deslizamento?

Os movimentos deslizantes ocorrem nas articulaçõesplanas.

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9.6 Quais os dois exemplos de flexão que nãoocorrem no plano sagital?

Dois exemplos de flexão que não ocorrem no planosagital são a flexão do polegar e a flexão lateral do tronco.

9.7 De que modo a adução como “forma de jun-tar o membro ao tronco” é considerada um disposi-tivo didático eficiente?

Na adução do braço ou da perna, trazemos a estru-tura para perto da linha mediana do corpo, “unindo-a”,assim, ao tronco.

9.8 Quais os movimentos que, quando realizadosem seqüência contínua, produzem circundução?A circundução envolve a flexão, a abdução, a extensãoe a adução em uma seqüência contínua.

9.9 Qual a diferença entre rotação lateral e rota-ção medial?

A face anterior de um osso ou membro gira em dire-ção à linha mediana, na rotação medial e, para longeda linha mediana, na rotação lateral.

9.10 Que movimento do cíngulo do membro supe-rior está envolvido quando levamos o braço parafrente até os cotovelos se tocarem?

Levar os braços para frente até que os cotovelos setoquem é um exemplo de protração.

9.11 Que ligamento impede o deslocamento damandíbula?

O colateral lateral impede o deslocamento da man-díbula.

9.12 Por que a articulação do ombro possui maisliberdade de movimento do que qualquer outra arti-culação no corpo?

A articulação do ombro é a articulação mais móvelno corpo, devido à frouxidão de sua cápsula articular eda pouca profundidade da cavidade glenoidal, em rela-ção ao tamanho da cabeça do úmero.

9.13 Que movimentos são possíveis no gínglimo?Um gínglimo permite flexão e extensão.

9.14 Que ligamentos limitam o grau de extensãopossível na articulação do quadril?

Tensão nos três ligamentos — iliofemoral,pubofemoral e isquiofemoral — limita o grau de exten-são na articulação do quadril.

9.15 Que movimento ocorre na articulação do jo-elho, quando os músculos quadríceps femorais (an-teriores da coxa) se contraem?

A contração do músculo quadríceps femoral produzextensão na articulação do joelho.

9.16 Por que entorses da parte lateral do tornozelosão mais comuns do que as entorses da parte medialdo tornozelo?

Entorses da parte lateral do tornozelo são mais co-muns do que aquelas da parte medial do tornozelo, por-que o ligamento colateral lateral é mais fraco do que oligamento colateral medial.

9.17 Qual é o propósito da artroplastia?O propósito da artroplastia é aliviar a dor na articu-

lação e permitir maior amplitude de movimento.

TESTE RÁPIDO

1. Em que base as articulações são classificadas?

2.Que articulações fibrosas são classificadas comosinartroses? Quais são anfiartroses?

3.Quais articulações cartilagíneas são sinartroses?Quais são anfiartroses?

4.Com base na estrutura das articulações sinoviais,explique sua classificação como diartroses.

5.Quais são as funções da cartilagem articular, dolíquido sinovial e dos discos articulares?

6.Que tipos de sensações são percebidos nas arti-culações, e de que fontes os componentes da articula-ção recebem seu suprimento alimentar?

7.De que modo as bolsas são semelhantes às cáp-sulas articulares? Como se distinguem?

8.Que tipos de articulações são não-axiais,monoaxiais, biaxiais e multiaxiais?

9.Sozinho, ou com acompanhado, demonstre cadaum dos movimentos listados no Quadro 9.2.

10. Como a resistência e a tensão dos ligamentosdeterminam a amplitude do movimento?

11. Que articulações mostram evidência de degene-ração em quase todos os indivíduos à medida que o en-velhecimento avança?

12. Que articulações do corpo mais frequentementesão submetidas à artroplastia?

TESTE RÁPIDO exib. 9.11. Por que a articulação temporomandibular é úni-

ca entre as articulações do crânio?

TESTE RÁPIDO exib. 9.21.Que tendões na articulação do ombro de um

arremessador de beisebol provavelmente se desgastamais. devido à circundução excessiva?

TESTE RÁPIDO exib. 9.31. Na articulação do cotovelo, que ligamentos unem

(a) o úmero e a ulna, e (b) o úmero e o rádio?

TESTE RÁPIDO exib. 9.41. Que fatores limitam o grau de flexão e abdução

na articulação do quadril?

TESTE RÁPIDO exib. 9.51. Quais são as funções de oposição dos ligamen-

tos cruzados anterior e posterior?

TESTE RÁPIDO exib.9.61. Por que as luxações da parte lateral do tornoze-

lo ocorrem mais freqüentemente do que as luxações naparte medial do tornozelo?

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