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BlogPai Pensador Antropofágico Informatizado Plataforma de divulgação dos resultados do projeto de pesquisa EPI-BR http://blogpai.wordpress.com E P I - BR (Epistemologia Pragmática-Instrumentalista Brasileira) Síntese com resultados da pesquisa sobre: a lógica e aplicações práticas do modo de pensar característico dos brasileiros. EDSON DE MELO Coordenação geral da pesquisa e composição de textos Frankfurt/Recife 2010

BlogPAI - Ebook - julho 2014 (Pensador Antropofágico Informatizado)

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E-book composto por textos do BlogPAI, plataforma de divulgação dos resultados do projeto de pesquisa EPI-BR - I (Epistemologia Pragmática Instrumentalista - I) Os textos sobre a “EPI” foram desenvolvidos pelo pesquisador, e epistemólogo, Edson de Melo entre os anos de 2010 / 2014 (em Frankfurt). Nesse ínterim foram apresentados na plataforma de divulgação digital blogPAI. http://blogpai.wordpress.com/

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  • 1. BlogPai Pensador Antropofgico Informatizado Plataforma de divulgao dos resultados do projeto de pesquisa EPI-BR http://blogpai.wordpress.com E P I - BR (Epistemologia Pragmtica-Instrumentalista Brasileira) Sntese com resultados da pesquisa sobre: a lgica e aplicaes prticas do modo de pensar caracterstico dos brasileiros. EDSON DE MELO Coordenao geral da pesquisa e composio de textos Frankfurt/Recife 2010

2. http://blogpai.wordpress.com/ Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 2 http://blogpai.wordpress.com/ http://blogpai.wordpress.com http://blogpai.wordpr BlogPai Pensador Antropofgico Informatizado Plataforma de divulgao dos resultados do projeto de pesquisa EPI-BR EDSON DE MELO Coordenao geral da pesquisa e composio de textos ARTHUR BIGHEAD Produo do projeto e organizao ALICE SANTOS Projeto grfico e web 2010 Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 3. http://blogpai.wordpress.com/ Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 3 Textos sobre a EPI desenvolvidos pelo pesquisador e epistemlogo Edson de Melo entre os anos de 2010 / 2014 e apresentados no blogPAI. http://blogpai.wordpress.com/ (organizador) 4. http://blogpai.wordpress.com/ Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 4 INCIO BLOGPAI Apresentamos, neste blog, os resultados de programa de pesquisas, com objetivo de desenvolver Epistemologia adequada aos hbitos cognitivos dos brasileiros. E propor uma Teoria do Brasil. A pesquisa continuada foi iniciada nos anos 90, deve estender-se at o ano de 2016. O projeto cultural EPI-BR, teve a etapa I e II (de formatao e organizao) patrocinado pelo Sistema de Incentivo a Cultura (SIC), da Prefeitura da Cidade do Recife (PCR) edital 2010. Resultaram as monografias: Epistemologia Pragmtica Instrumentalista I e II. Esta ultima tem o subttulo, Sistemtica Criatividade Heurstica. A pesquisa esta sendo realizada, em grande parte, na Alemanha e Holanda, contando com fluxo dirio de informaes do Brasil. Ao longo deste ano, atualizaremos os textos, introduzindo recentes desenvolvimentos, informaes, melhoramentos, correes etc. BLOGPAI Neste blog iniciamos um processo de informao e discusso das propostas e resultados. Inicialmente, introduz o universo das EPIs. Seus conceitos, processos, perspectivas, utilizaes e aplicaes. Mais alm, atualiza e informa sobre o processo de desenvolvimento dos trabalhos. Finalmente, oferece um ponto de encontro, comente, onde os interessados trocaro pareceres e proposies, para o desenvolvimento de nossos objetivos. Principalmente, funcionar como banco INTERATIVO DE INFORMAES, onde os leitores nos ajudaro, participando ativamente. Esta pgina estende nossas possibilidades de observao, por todo o pas, acelerando e melhorando a qualidade dos resultados. Assim, o BLOGPAI possibilita pensar cooperativa, e interativamente, interferindo no processo. Com isto todos ns temos a ganhar. Edson de Melo 5. http://blogpai.wordpress.com/ Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 5 ndice das pginas do BlogPai Plataforma de divulgao dos resultados do projeto de pesquisa EPI-BR Incio.................................................................................................................................. .2 Objetivos ....................................................................................................................................... 8 Epistemologia.............................................................................................................................. 10 Correntes................................................................................................................................... 133 Instrumentrio .......................................................................................................................... 199 Aplicao ..................................................................................................................................... 20 Cenrios Futuros ......................................................................................................................... 21 Antropofagia ............................................................................................................................... 22 EPI BR........................................................................................................................................ 25 Resumo Explicativo das EPI's (I, II, III)...............28 Pensador Informatizado.................................................................Erro! Indicador no definido.5 Teoria do Brasil.......................................................................................................................... 366 Conceitos Chaves ...................................................................................................................... 388 Conceitos............................................................................................................... 399 Cultura e Natureza .................................................................................................. 41 Componentes da Pesquisa Cientfica ...................................................................... 43 Lgica, A Lgica no Ocidente, A Lgica de Aristteles, Induo e Deduo............................... 46 Os modos cognitivos dos brasileiros........................................................................................... 51 Reforma Civilizatria................................................................................................................... 52 O conceito do tipo....................................................................................................................... 54 A linguagem como ao .............................................................................................................. 55 O mundo em que vivemos (LEBENSWELT).................................................................................. 56 A Msica e seu Tempo-Espao.................................................................................................... 57 Herbert Witzenmann e a Percepo........................................................................................... 58 6. http://blogpai.wordpress.com/ Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 6 Conceitos nas EPIs....................................................................................................................... 59 Componentes recivilizatrios da cultura brasileira..................................................................... 60 Ferramentas da EPI I................................................................................................................. 62 Inter e Trans-subjetividade ......................................................................................................... 65 Prticas pr-cientficas na populao ......................................................................................... 66 A teoria da Ao (Handlungstheorie).......................................................................................... 67 A Romantizao dos Romnticos................................................................................................ 68 Processos Compositores como Atividade Diretoras ................................................................... 71 O significado epistemolgico da cultura holandesa ................................................................... 73 Aspectos do Pluralismo de Paul Feyerabend.............................................................................. 77 A Reforma Americana ................................................................................................................. 80 Esclarecimento cientifico dedutivo-nomolgico de Hempel-Oppenheim.................................. 84 A inovao tcnica ...................................................................................................................... 89 O conceito do know-how............................................................................................................ 91 Anexos Anexos.......................................................................................... ................................93 Teoria do Brasil......................................................... ............................................94 Contm os desdobramentos da EPI I e II como elementos de vrios proposies para composio da Teoria do Brasil CD A Socialidade, Diversidade e Disponibilidade................................. ........96 Peas para piano do msico pernambucano Edson de Melo (radicado na Alemanha), inspiradas na pintura do holands Jan Vermeer (1632-1675), apresentando em forma de msica o conceito de Socialidade, Diversidade e Disponibilidade. Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 7. http://blogpai.wordpress.com/ Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 7 TEXTO ORIENTATIVO Pelo seu volume e diversidade, o BLOG PAI vem tornando-se livro virtual. Desenvolve-se paralelamente as pesquisas e resultados das EPIs. Este o lugar de primeira publicao de vrios temas e projetos. So hipteses, sugestes, exemplos. Nesse sentido, uma parte apresenta-se como PESQUISA EPISTEMOLOGICA BSICA. So textos mais complexos que exigem ateno e leitura intensa, paciente e lenta. Ao longo do tempo, com as seguidas atualizaes, ganharam maior leveza, fluncia e referncias prticas. Este aspecto corresponde e desenvolve-se paralelamente a EPI II e ao manual Res Nuncius. Em resumos, os resultados dividem-se em: 1 Recursos Bsicos advindos das pesquisas fundamentais: Tem carter descritivo, cientfico e epistemologizante. So mais complexos e abstratos. 2 Resultados Apresentados como Tecnologia Filosfica: So ferramentas, exemplos de aplicaes etc. Edson de Melo (agosto de 2011) Atualizaes do BlogPAI: Como se trata de uma pesquisa com resultados contnuos, desde essa data, passaremos a informar as atualizaes propostas pelo autor. Para os que esto acompanhando, ficar mais objetivo saber a respeito de novos textos, e para os que buscam compreender o desenvolvimento do sistema cognitivo criado pelo epistemlogo Edson de Melo, facilitar discernir entre o j postado e os avanos atingidos. Tecnologia Filosfica (09/05/2013) Crnica da Teoria do Brasil (01/05/2013) Edson de Melo Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 8. http://blogpai.wordpress.com/ Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 8 Objetivos Apresentao Pesquisa sobre a lgica e aplicaes prticas do modo de pensar caracterstico dos brasileiros. ___________*____________ OBJETIVOS DA PESQUISA (EPI). 1 - O objetivo inicial foi desenvolver instrumentrio epistemolgico adequado. Sua concepo geral correspondente aos sistemas abertos. composto de subsistemas, autoincrementativos. Pretende ser apto a processar fenmenos caractersticos da realidade nacional. Basicamente, o instrumentrio consiste no processamento de agentes de sistemas epistemolgicos, em modo associativo-pragmtico. Orientado por objetivos e levando as idiossincrasias do objeto em considerao, aplicam-se agentes, diferenciadamente, formulando os fenmenos pela perspectiva adequada. As caractersticas particulares dos sistemas formam estrutura diversificada, constituda por vrias unidades, homogneas ou heterogneas, com diferentes especialidades. Integram-se, ecltica e associativamente, procurando resolver problemas pela interveno coletiva. Tais sistemas existem na Biologia e na Informtica, nos processos de inteligncia artificial. So, porm, ainda raros na Epistemologia. Os agentes apresentam caractersticas diversas: so autnomos, aperfeioam-se constantemente, interagem recproca e cooperativamente. So flexveis. Em nosso caso, os agentes so conceitos e sistemas filosficos, epistemolgicos, cientficos e artsticos. Atravs de processos especialmente desenvolvidos, rastreiam fenmenos. Intervm circular e reciprocamente, isolada ou conjuntamente, quantas vezes forem necessrias. Produzem processo elptico de intensificao, regulado por objetivos definidos. Por ser sistema aberto complexo adaptativo, o instrumentrio desenvolve-se ininterruptamente, no contato com os fenmenos, como work in progress. Associamos elementos que possibilitam abrangncia, efetividade, mobilidade e criatividade. Outro critrio foi o fato de apresentarem caractersticas relacionveis cognio dos brasileiros. Podem sugerir a incrementao de qualidades que temos. Queremos desenvolver. E outras que precisamos aprender.A 9. http://blogpai.wordpress.com/ Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 9 2 O segundo objetivo foi desenvolver conceitos brasileiros. Os sistemas componentes do instrumentrio foram processados, em conjunto, para estudar os modos cognitivos dos brasileiros, em momentos caractersticos e representativos. Foram formulados como conceitos especificamente brasileiros. Resgatam a perspectiva construtiva, para que transformem-se em inovaes e recursos inusitados. O processo da composio musical aparece como laboratrio excepcional, onde componentes de nossa realidade podem ser simulados e testados, em experimentos pensamentais, sensualizados parcialmente pelos sons. Simultaneamente, o campo onde os processos cognitivos dos brasileiros apresentam-se com vigor e clareza. Neste processo identificamos a proto-transformao dos modos cognitivos dos brasileiros, dos distrbios de sua possvel originalidade, em criaes geradoras de autoconfiana. a 3 O objetivo seguinte foi sugerir procedimentos elementares para a operacionalidade dos conceitos brasileiros. Isto sugere-se como paradigma para modos cognitivos correspondentes. a 4 Finalmente, desenvolver instrumentos para esboar Teoria Instrumentalista do Brasil. 10. http://blogpai.wordpress.com/ Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 10 Epistemologia Cincia e Epistemologia O que ; como funciona; algo de sua historia; tendncias; sua relao com a Msica CURTA HISTORIA DA CINCIA (para orientao global do leitor) R. Descartes Newton David Hume Sob a perspectiva idealista, a Cincia inicia com a fundamentao da Lgica, por Plato, para proteger-se das investidas relativsticas dos Sofistas, principalmente Protgoras. Tentou estabelecer normas racionais, derivadas de princpios gerais e livres de toda sensualidade, a partir de puras idias. Assim, a Lgica desempenharia o papel transcendental e normativo de cincia da Cincia, determinante de todas as outras. Todavia, o conhecimento desenvolveu-se de modo mais ou menos espontneo. Afastou- se daquela idealizao absolutista, sem mtodo unitrio, mas com diferentes concepes, aplicveis de acordo com a situao. O idealismo radical de Husserl, por exemplo, no reconhece este processo como Cincia genuna, do mesmo modo como no reconhece a cincia de culturas pr-socrticas, arcaicas. Em perspectiva realista, a Cincia inicia com Galileu sob uma, mais ou menos, sistemtica confrontao de lgica e observao. B. Russell acrescenta as contribuies de Kepler, Koprnico e Newton, como fundadoras. Paul Feyerabend quis mostrar como as descobertas de Galileu contaram com elementos criativos, propagandsticos e oportunistas, com o objetivo de impor sua teoria contra as concorrentes. Galileu 11. http://blogpai.wordpress.com/ Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 11 A relao entre Lgica e Cincia intensivamente holstica e diversificada. Isto verifica-se no empirismo de Aristteles e, anteriormente, em Herclito. Mais tarde, em Bacon, Hume e Mill, intervindo nas correntes modernas. No sculo XVII os silogismos aristotlicos pareciam superados. No eram mais condizentes com os modos cientficos vigentes. Bacon investe contra eles. Desenvolve um Novum Organon, um mtodo cientfico baseado na percepo de estruturas bsicas (EBI), o chamado Empirismo, utilizando induo mais desenvolvida. Assim, surge o EMPIRISMO LGICO TRADICIONAL. Uma feio particular de Realismo. Sob esta perspectiva, aparece como elemento bsico, diretor. Isto, ao menos, no que concerne ao desenvolvimento da Epistemologia no Ocidente. As outras posies parecem querer melhor-lo. Como sistema epistemolgico central, serve de referncia. As correntes representativas posteriores advm dele. Ou tem de consider-lo. A Epistemologia ganha contornos modernos ao incio do Sculo XX, atravs da Escola de Viena. A Teoria da Realidade e a Mecnica Quntica abalavam as bases de antigas convices, exigindo novos questionamentos e reflexes. Este impacto transparece claramente em pensadores como Karl Popper e A. N. Whitehead. A Epistemologia a cincia que investiga a natureza do conhecimento cientfico e de sua prtica. sistema explicativo, orientativo e normativo da pesquisa cientficas. Seus desafios fundamentais so a caracterizao do que seria o conhecimento cientfico, o questionamento da possibilidade ou necessidade de mtodos, a determinao do grau de veracidade da teoria cientfica, alm da relao entre as diferentes teorias e outras disciplinas. Assim, examina teorias cientficas, seu surgimento, desenvolvimento, mudanas, alm do modo de trabalho dos cientistas. De modo mais especfico, estuda o carter e desenvolvimento de conceitos, proposies, hipteses, argumentos e concluses, com respeito a sua funo na Cincia, os meios atravs dos quais o cientista prev ou explica fenmenos, os modos de explicao, formulao, objetivo e estrutura dos mtodos empregados, suas implicaes, ilaes, tambm de resultados, com respeito ao desenvolvimento de tecnologias. Ernst Mach A Epistemologia interage com as demais disciplinas, tentando generalizar os conceitos desenvolvidos. O objetivo compor uma teoria homognea, como fundamento para todas as formas de cincia. Compreende-se como matriz, tecendo, implicitamente, o paradigma no qual justifica-se como melhor e mais desenvolvido meio de obter conhecimentos. Em seus incios mais remotos, por exemplo, em Aristteles, tinha o carter de conhecimento seguro atravs do conhecimento das causas. Esta viso predominou 12. http://blogpai.wordpress.com/ Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 12 durante sculos. Mais tarde, Descartes pleitearia a necessidade de conhecimento seguro, a partir da autoconscincia do sujeito pensante, em sua capacidade de formar idias claras. A experincia e observao teriam um papel secundrio. Isto favoreceu o desenvolvimento das chamadas cincias analticas, principalmente a Matemtica que teria grande influncia no desenvolvimento da Epistemologia. Em contrapartida, Francis Bacon daria relevncia observao com seu processamento indutivo. Um experimento crucial (instantia crucis) determinaria a validade da teoria. Enquanto os dois aspectos ressaltam a experincia e o pensar, talvez unilateralmente, Kant tentaria a sntese em seu idealismo transcendental. A maioria dos cientistas no ocupou-se com questes epistemolgicas. Todavia, Galileu Galilei, Isaac Newton e Albert Einstein, entre outros, participaram ativamente das discusses. Sua contribuio imensa. Do mesmo modo, filsofos como Aristteles, Descartes, John Locke, David Hume, Immanuel Kant e John Stuart Mill, marcaram seu curso, no Ocidente. Einstein Coprnico Kepler 13. http://blogpai.wordpress.com/ Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 13 Correntes (Para informao global e orientativa do leitor) CORRENTES EPISTEMOLOGICAS bastante difcil apresentar uma viso geral das correntes epistemolgicas. Seguem dados orientativos. O EMPIRISMO LGICO (Bacon, Locke, Hume, Mill) toma o processo cientfico como confrontao sistemtica de LGICA e EXPERINCIA. Tendo a OBSERVAO como ponto de partida, no reconhece lgicas e epistemologias que no partam dela. Baseia-se na IDENTIDADE DE TEORIA E DADOS. Sua falta compromete a teoria. Este elemento comum a todo empirismo. Registrando repetio e regularidade na apario de fenmenos, formula este fato como Lei Natural, em processo lgico metdico (Steiner, 1985, p. 454). O pensar processa relaes entre fenmenos atravs de comparao, analogias, diferenas e relaes (idem. p. 456). Todavia, no aceita que o pensar e o mundo percebido tenham a mesma natureza. Sua lgica a INDUO PELA ELIMINAO, tentando corrigir o pensar meramente acumulativo de Aristteles. Tem como instrumento o MTODO DE INVESTIGAO DE RELAES CAUSAIS, um sistema de processos indutivos, desenvolvido por Bacon, mais tarde aperfeioado por Hume e Mill. composto por diferentes processos. Procura comprovar hipteses em experimentos e observaes de seus resultados. Assim, testa a capacidade explicativa de hipteses. Por partir da realidade como dada, reflete os modos de pensar da vida cotidiana, na sociedade moderna, da seu intenso senso comum. Este aspecto fez dele um elemento importante na Epistemologia moderna. No POSITIVISMO de A. Comte (1798-1857) a Cincia tem a significao de uma conexo de fenmenos observveis, renunciando ao estudo e conhecimento de suas causas. Para tal, as condies de investigao so definidas com exatido. Ocupa-se com os fenmenos diretos, como apresentam-se, apenas levando em considerao conceitos que tenham correspondentes na observao. Por tomar como metafsica o estudo de fenmenos no observveis diretamente, no aceita, por exemplo, a teoria atmica. Isto caracteriza uma filosofia de orientao ferrenhamente empirista. Caso a teoria possa ser referenciada juzos de percepo tomada literalmente, como verdadeira ou falsa (E. du Bois-Raymond, E. Mach). De certo modo reduz a Epistemologia Lgica. Isto praticado intensamente, como anlise lingustica (Neopositivismo). Mill Auguste Comte Francis Bacon 14. http://blogpai.wordpress.com/ Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 14 No MODERNO EMPIRISMO LGICO (Popper, Hempel, Carnap, Feigl, Nagel, Lakatos), contrapondo-se ao neopositivismo, Popper viu sua posio como racionalismo crtico. Como a induo problemtica, pela inviabilidade de examinar todos os casos possveis, por mais que se experimente, sugere, em lugar da atitude verificativa, um processo para demonstrar erros e fraquezas da teoria. Assim, formula o processo cientfico como tentativa de refutao (Falsificacionismo). Parte do princpio de que apenas a hiptese refutvel cientfica. Refutvel significa a possibilidade de demonstrar erros, em afirmao ou proposio falsa, por exemplo, atravs de experimento. Dessa maneira, a Cincia vista como processo metdico e seletivo no qual hipteses e teorias so generalizadas e refinadas. Depois, atacadas, com ajuda de experimentos. Descarta-se, provisoriamente, as hipteses que no resistem aos testes, preferindo aquelas de maior teor de veracidade. As fraquezas descobertas podem ser reparadas, melhoradas ou substitudas, aproximando-se da verdade. Bas van Fraassen O chamado falsificacionismo ingnuo de Popper desenvolvido, possibilitando o falsificacionismo sofisticado de I. Lakatos, em sua Methodology of Scientific Research Programm (MSRP). A modificao essencial o afastamento da proibio de imunizao pela introduo de hipteses ad-hoc (Popper). Sob condies determinadas, a teoria pode ser protegida por um cinturo de hipteses ad-hoc, para salvaguardar as convices que constituem seu cerne. Em casos nos quais a teoria refutada apenas so modificados elementos que no pertencem a este cerne. Aqueles centrais, suas convices bsicas, apenas sero abandonadas caso o programa de pesquisas desenvolva-se de modo degenerativo e tenha de ser substitudo por outro. Assim, a teoria no tem de ser substituda por outra mais forte, caso seja contestada em experimentos ou resultados empricos. Esta proposta de Lakatos no foi plenamente integrada ao moderno racionalismo emprico. O ESTRUTURALISMO (J. Sneed, W. Stegmller, C. U. Moulines) foi iniciado por J. D. Sneed ao tentar integrar o racionalismo crtico e o positivismo lgico, mais tarde desenvolvido e propagado por W. Stegmller e C. Ulises Moulines (1946). Mais alm, procura associar as duas escolas com o Historismo. Um aspecto interessante o fato de levar em conta interrelaes de teorias. Podem coexistir e explicar os mesmos fatos, sem que sejam idnticas. Entre tais possibilidades o REDUCIONISMO desempenha um papel importante na unidade da Cincia. Igualmente, v as teorias cientficas como construes ou Popper Lakatos W. Stegmuller 15. http://blogpai.wordpress.com/ Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 15 criaes culturais (C. U. Moulines). Para o REALISMO ESTRUTURAL (John Worrall), a Cincia descreve a realidade com fidelidade. A estrutura de hipteses, e leis cientficas, so genunas descries do mundo e as frmulas matemticas da hiptese representam a verdadeira ordem da Natureza (John Worrall, Structural Realism: the Best of Both Worlds? 1989). Caso a teoria seja correta, este status advm mais da ordem da natureza. O REALISMO DE ENTIDADES (Ian Hacking, Nancy Cartwright), v teorias e leis naturais como ferramentas para descrever a realidade. (Ian Hacking, Representing and Intervening, 1983 e Nancy Cartwright, How the Laws of Physics Lie, 1983). No necessitam ser verdadeiras. Apenas entidades fundamentais, como partculas, energia etc. so reais e desempenham um papel fundamental na existncia dos fenmenos. Por isso, exclusivamente as entidades fundamentais nos experimentos tem o status de realidade. O CONVENCIONALISMO (Henri Poincar, Ernst Mach) toma a Cincia como conveno til. No pode ter a pretenso de ser verdadeira. uma descrio pragmtica do mundo, dependente de elementos ontolgicos e psicolgicos. Fatos cientficos, aparentemente objetivos, so advindos da poitica da sociedade e dependentes de condies sociais nos laboratrios e instituies cientficas (Bruno Latour e Karin Knorr-Cetina). Recomenda que os conceitos da teoria cientfica no sejam vistos como necessariamente existentes, podendo ser abstraes, para tecer uma explicao. Determinados elementos axiomticos da teoria no podem ser refutados pelo experimento (Henri Poincar, Science and Hypothesis, 1902 e Hans Reichenbach, The Philosophy of Space and Time, 1958). O REALISMO CONSTRUTIVO, de Friedrich Wallner, distingue a realidade manifesta perante a conscincia humana, a realidade construda, com seus mbitos microcsmicos e a realidade de vida, sistema de regras e convices especficas a cada cultura. Seu objetivo a caracterizao do crculo de objetos, mtier e mtodos, na pesquisa, para a compreenso da Cincia. Todavia, mostra-se consciente das dificuldades em delimitar e precisar o mtier cientfico. Mais alm, aceita a necessidade e possibilidade de conjunto de prticas, para constituir um sentido homogneo. Sugere o alheamento como mtodo para o autoconhecimento. O CONSTRUTIVISMO METDICO (P. Lorenzen, W. Kamlah, J. Mittelstra, K. Lorenz, P. Janich) procura reconstruir a linguagem cientfica a partir de seu estgio pr-cientfico. Nesse sentido, a Lgica deve ser reconstruda como disciplina de argumentao dialgica. O objetivo o desenvolvimento de racionalidade tcnica e poltica. Seu elemento central a construo de conceitos verificveis que possam ser ensinados e aprendidos por todos. Isto constitui a base de toda teoria que pretende ativar uma prtica. Tem aspecto antielitista e democrtico. Nancy Cartwright J. Mittelstrass 16. http://blogpai.wordpress.com/ Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 16 O HISTORISMUS de T. Kuhn, Polanyi, Merton revolucionou a Epistemologia ao introduzir elementos histricos, sociolgicos e culturais, como fatores integrantes e determinantes da pesquisa cientfica. Tem seu elemento diretor no conceito de PARADIGMA, o elemento compositor da ciencialidade, tentando justific-lo pela observao de sua PRESENA e MUDANA, ao longo da Histria. Um elemento basilar o conceito de incomensurabilidade de S. Kuhn. O paradigma pode ser caracterizado como elemento eferente diretivo, organizador dos modos cientficos, e, at mesmo, dos modos de percepo dos indivduos envolvidos. Pode ser total ou parcialmente incomensurvel. Conceitos de outros paradigmas no possuem a mesma significao o que impossibilita a comparao ou unificao. Cada um deles funciona como um universo fechado. Segundo Kuhn, a cincia normal segue um paradigma e no testa seus limites. Caso surjam contradies, ampliado, permanecendo intacto. Em casos extremos, inicia-se o processo crtico, uma crise. Dessa maneira, distingue-se a cincia ordinria da revolucionria. Caso o novo paradigma abranja os novos elementos, acontece a revoluo cientfica. Todavia, o novo paradigma no impe-se idealisticamente, pela fora de argumentos lgicos, embora seja sustentado por tais argumentos. produto histrico-ontolgico-sociolgico. O Coerentismo, Ceticismo e Fundamentalismo surgiram com a dificuldade em justificar teorias cientficas por si mesmas, exclusivamente com elementos aceitos como cientficos (Kuhn). A estrutura das revolues cientficas so descritivas. Concentra- se em conceitos genricos. E denota um aspecto histrico e sociolgico. Assim, o Historismus tem ambies metatericas e motiva o pesquisador a levar em considerao elementos histricos e ontolgicos. Tais conceitos so ganhos por um processo de pensar contra-indutivo ou retrodutivo, pela identificao da rede de elementos implcitos na poitica cientfica. Assim, os modos de observao denunciam o paradigma. Igualmente, intervm um ethos, invariavelmente. Por isso, teorias testadas no podem ser tomadas independentemente de teorias que justificam a observao ou experimento. A concepo aceita do que ou no cientfico intervm regularmente (Kuhn). Outras correntes so o REALISMO HIPOTTICO (Lorenz, Campbel, Planck, Popper). O realismo caracterstica das cincias exatas (Lorenz, 1973. p. 15) mostrando-se extremamente afinado com o senso comum. (Lorenz, 1973. p. 9 32). aprendido nos livros escolares, dos professores etc. Impera na sociedade, nos livros cientficos populares, revistas etc. Pela sua influncia positivista foi habituada na viso do mundo das pessoas. Foi a posio de grande parte dos pensadores europeus, sendo assim um sistema referencial de grande abrangncia. Adequa-se extraordinariamente aplicao construtivista. Kuhn Planck 17. http://blogpai.wordpress.com/ Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 17 O REALISMO CIENTFICO (Putnam, Russel, Boyd, Newton-Smith, A. N. Whitehead) parte do fenmeno, como apresenta-se percepo (Putnam, H.: Meaning and the Moral Sciences, p 20 ). Para os realistas as relaes entre fenmenos so fatos cognitivos independentes do sujeito. A auto-observao no pode ser tomada como entidade. Pois, quando pensamos, o ato no desempenha um papel essencial. Dessa maneira, o pensar considerado e estudado independentemente do sujeito pensante. Disciplinas como a Mecnica Quntica, que utilizam modelos matemticos abstratos, so consideradas pouco realistas. Em contrapartida, as que estudam fenmenos naturais organizados, como a Biologia Molecular, so normalmente vistas como realistas. Esta discrepncia torna difcil estabelecer um critrio uniforme, para toda a Cincia, segundo Giere. M.Bunge considera a Cincia falibilista. O conhecimento temporrio e incerto. Todavia a realidade existe e objetiva. O realismo avalia o progresso da Cincia pela sua aproximao verdade. Contrapondo-se ao empirismo que busca novas concordncias com a teoria, tenta conhecer melhor as causas e efeitos. Desse modo, considera-se mais coerente com os conhecimentos cientficos atuais. Nesta escola, as teorias cientficas so tomadas literalmente, podendo ser verdadeiras ou falsas. Dois de seus elementos mais importantes so o pragmaticismo e o holismo de Quine (Putnam, Philosophical Papers, Vol I, p. 61). O realismo crtico v-se como novo Iluminismo. Por isso, combate o irracionalismos e o racionalismo reducionista. O HOLISMO de W. V. Quine considera o sistema como unidade holstica, o conjunto de convices partilhadas pela comunidade de cientistas. Em seu exemplo mais conhecido, argumenta que a observao da rota do planeta Vnus justifica-se pelo fato de ser coerente com nossas convices e conhecimentos sobre tica, manejo de telescpios e movimentos de planetas. Como perceber atividade cognitiva integral, a observao da rota do planeta une uma srie de fatores. Noes de tica, manejo dos instrumentos, a tcnica de dispor o telescpio, conhecimentos e experincia com a mecnica dos corpos celestes etc. Para contornar esta dificuldade, desenvolveu-se o Fundacionismo, no qual determinadas declaraes no necessitam de justificao. Por exemplo, induo e deduo so formas diferentes de fundacionismo. Pois, os dados da observao no so justificados, como fundamentos derivados da percepo. Induo e deduo tm a propriedade de explicar fatos recorrendo a outras declaraes cientficas. Ambos tm de contornar os problemas da validade de critrios, e da, o problema da regresso infinita. O holismo no distingue o analtico do sinttico. Toda declarao depende de elementos lingsticos e empricos. Meramente a proporo de tais elementos determina a diferena. O cientista pode ver a declarao refutada como incorreta ou correta, de acordo com disposio do experimento. Pode ser que ele no adqua-se teoria. Assim, pode reformular seus conceitos e prticas, considerar a Lgica e a Matemtica inadequadas, reformulando-as a partir de sua teoria. O holismo das declaraes, na teoria, torna difcil determinar qual delas deve ser abandonada. O Putnam Quine 18. http://blogpai.wordpress.com/ Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 18 coerentismo aconselha considerar a possibilidade da declarao ser mantida por fazer parte de sistema coerente. O holismo mostra-se adequado em mbitos onde imprescindvel levar em considerao a maior quantidade possvel de elementos, com suas inter-relaes. Isto sugere, por exemplo, sua aplicao em associao aos processos desenvolvidos por Goethe, e empregados na Agricultura Biodinmica. O PLURALISMO EPISTEMOLGICO de Paul Feyerabend no elimina de antemo determinadas sugestes ou possibilidades, por contradizerem mtodos dogmticos canonizados. Tudo pode ajudar e ser utilizado, caso ajude na soluo de problemas. Finalmente a FILOSOFIA ANALTICA, como corrente filosfica advinda do Empirismo Lgico, desempenha importante papel na Epistemologia moderna. Seus nomes mais representativos so os do Crculo de Viena, R. Carnap, O. Neurath, H. Hahn, W. van Quine. Wolfgang Stegmller, H. Putnam e representantes da lgica matemtica, como B. Russel, G. Frege, contriburam intensamente em seu desenvolvimento. No incio do sculo XX, o Crculo de Viena impulsionou a Epistemologia, tendo o empirismo e o logicismo como elementos componentes. O estudo da Lgica e da Lingstica, particularmente por L. Wittgenstein (1889-1951), desempenhou um papel central. A FA postulava a necessidade de reduzir a Cincia a dados observveis. Conceitos tericos apenas tm significao quando traduzidos em verbalizaes de dados observveis. Teorias so tomadas literalmente. So verdadeiras ou falsas, em linguagem referente a dados observveis. A FA tinha orientao verificativa. Todavia com os resultados da Fsica Moderna esta posio tornou-se insustentvel, sendo substitudo pela confrontao de proposio e observao. Wittgenstein 19. http://blogpai.wordpress.com/ Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 19 Instrumentrio O que , como se utiliza, qual sua funo e necessidade So as disciplinas, com seus processos bsicos, conceitos, operaes lgicas, tcnicas de observao etc organizados e aplicados como sistema. Orientam desenvolvem as capacidades cognitivas. Como o pensar transcorre em unidades organizadoras (conceitos) e processos de relacionamento (lgicas), o instrumentrio oferece ferramentas para dispor os conceitos adequados e correspondentes aos problemas tratados, com a lgica proposta pelos mesmos, ou tida como mais apropriada. A disposio do instrumentrio uma atividade cientifica e artstica. Na EPI, por exemplo, formado, genericamente, sob a Teoria dos Sistemas. Inicialmente desenvolvida por Ludwig von Bertalanffy, encontra-se em constante desenvolvimento, principalmente nos trabalhos de John H. Holland e seus colaboradores. Os demais componentes so subsistemas com propriedades e funes especficas. A Semitica de Charles Sanders Peirce ser estendida pela Doutrina da Eferncia-Aferncia, de Herbert Witzenmann. Relacionam-se Teoria Quntica atravs do pensamento de Alfred North Whitehead. Sua concepcao da realidade como progressao criativa , por sua vez, estendida pelo Culturalismo Metdico de Peter Janich e seus colaboradores. O esboo de epistemologia pluralista-relativstica, encontrado na obra de Paul Feyerabend, equilibra o sistema. Outros componentes so o processo da composio musical, visto de modo fenomenolgico por Pierre Boulez, e a Anlise Morfolgica, de Fritz Zwicky, como foi desenvolvida pela Swedisch Morphological Society, sob o impulso de Tom Ritchey, entre outros. Paul Feyerabend von Bertalanffy Charles Sanders Peirce A.N.Whitehead Pierre Boulez Fritz Zwicky 20. http://blogpai.wordpress.com/ Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 20 Aplicao o papel da epistemologia, como utilizar na prtica construtiva e no gesto compositor A Epistemologia pode ser vista como ferramenta genrica de um paradigma. A viso da cultura brasileira como proto-civilizao sugere a possibilidade de Epistemologia advinda e voltada aos modos cognitivos da populao. Assim, a aplicao genrica seria a decodificao e articulao de componentes idiossincrticos na psicologia, cultura, formao e historia. Por isso, partimos de praticas do dia a dia, onde tais elementos apresentam-se realizados. A cultura popular brasileira o local e momento desta sintetizao e realizao. A Epistemologia brasileira, atravs de seus instrumentrios, tem a funo de desenvolver e colocar a disposio de cientistas, artistas e populao em geral, possibilidades para que manifestaes populares, de todo tipo, possam contribuir de modo mais concreto, direto e efetivo, no desenvolvimento econmico, social e tico do pas e seus cidados. Dando sentido e funo a acontecimentos normalmente tomados como distrbios, acessar e integrar novas fontes de recursos, para a articulao de nosso futuro, como indivduos, nao e civilizao. 21. http://blogpai.wordpress.com/ Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 21 Cenrios Futuros Como trabalhar com Cenrios Futuros O presente em que vivemos , na verdade, um passado, pela defasagem entre hbitos e modelos anacrnicos de pensar e a velocidade das transformaes. Assim, no utilizamos plenamente as possibilidades que temos a disposio. Sua aplicao, pela democratizao da informao, acesso e utilizao de ferramentas apropriadas e relacionamento intenso com a realidade constitui o presente atualizado. Aparece como futuro prximo, imediatamente acessvel e manejvel. A partir desta atualizao, revelam-se possibilidades de atuao neste futuro inter- subjetivo, alem de necessidades, predilees etc. imediatamente deduzveis como prognoses, a partir do presente atualizado. A realizao torna esta possibilidade realidade trans-subjetiva. Dispor cenrios, a partir desta nova realidade, organiza e articula retroversamente as aes e pensamentos, no momento atual. Igualmente acessa vantagens e novas possibilidades emergentes. Tais procedimentos so dependentes de ferramentas de seleo e processamento da informao. Mais alem, conceitos adequados para relacion-las com o futuro. A progressiva habituao da utilizao consciente de abdues instrumento central. Isto resume-se em dar ao pensar maior diversidade, simultaneidade, flexibilidade e velocidade, equilibrando conscientemente o pensar dedutivo e abdutivo, particularmente desenvolvido para tecer cenrios futuros. Tais prticas apresentam-se em modo pr-cientfico na populao. Devem ser desenvolvidas ao nvel de tecnologias e propostas como aplicaes sistemticas e planejveis, com valor e objetivos pragmticos. Uma possibilidade de aplicao pratica transcorre pela Analise Morfolgica. Coleta, organiza e relaciona parmetros existentes, provveis, possveis e prediletos deste futuro. O processamento para sua identificao pode lanar mo de ferramentas do instrumentrio da EPI. Por exemplo, o esboo da Teoria do Brasil e a Lgica da Abduo de C. S. Peirce. 22. http://blogpai.wordpress.com/ Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 22 Antropofagia Conceito emblemtico e orientativo da cultura brasileira recente. Este conceito tem interveno diretora na sociedade brasileira moderna. Como prognose influenciou o transcorrer daquilo que prognostifica. No necessita aval de justificaes transcendentais de sua existncia e veracidade. Provavelmente, Tarsila do Amaral, foi a primeira a empregar este conceito. Aboporu (Antropfago, em Tupi-guarani) era o ttulo da pintura que presenteou a Oswald de Andrade. Contemplando aquela estranha figura, um homem de ps grandes fincados na terra, cabea apoiada em uma das mos, cercado por cenrio tropical, o cu azul, o sol e um cacto verde, Oswald decidiu iniciar um movimento, junto com Raul Bopp (1898-1984). O Manifesto Antropfago, de 1928 tornou-se o Leitmotiv, elemento propulsor da cultura brasileira do resto do sculo. De certo modo, articula e verbaliza o mito da originalidade e da possvel vocao recivilizatria do pas. Este elemento a atividade diretora pr- simblica nas artes e pensamento brasileiros, com interferncia no Concretismo, Tropicalismo e em Milton Nascimento. Oswald de Andrade concebeu a devorao como impulso reformista. Identificamos proto-atividades poiticas antropofgicas na pintura de Tarsila do Amaral, em seu perodo antropofgica de 1928 a 1929, aproximadamente. Corresponde s obras Abaporu, O Ovo [Urutu] (1928), A Lua (1928), Floresta (1929), Sol Poente (1929), Antropofagia (1929), entre outras. O quadro A Negra (1923) considerado precursor. Este perodo caracteriza-se pela proposio do cenrio de uma tradio histrica, imaginada e alegre. proposto ad hoc como algo enraizado na cultura popular do pas. Suas dimenses relevantes: 1 Inicialmente, interessa-nos, a perspectiva culturalista, no pensamento que impulsiona o movimento. Distinguindose dos processos no Sturm und Drang, principalmente em Herder, que procurava fundar e justificar a unidade do povo alemo no a priori analtico (Volksgeist ou Volkswesen), Oswald de Andrade busca atividades poiticas bsicas. Oswald de Andrade O Ovo - Tarsila do Amaral Abapuru - Tarsila do Amaral 23. http://blogpai.wordpress.com/ Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 23 Este um parmetro decisivo. O pragmatismo que renega o Wesen, (cerne metafsico) como fica claro em muitas passagens do manifesto de 1928, em troca da poiesis. Assim, propomos a hiptese de que no modernismo brasileiro balbucia a mesma reforma civilizatria verificada nos EUA, todavia em modos construtivistas originais. J no manifesto da poesia pau-brasil (1924), encontram-se tendncias culturalistas: O trabalho contra o detalhe naturalista pela sntese, contra a morbidez romntica. pelo equilbrio gemetra, e pelo acabamento tcnico, contra a cpia, pela inveno e pela surpresa. A potica sugerida quer fundar-se em proto-atividades: Poetas. Sem reminiscncias livrescas. Sem pesquisa etimolgica. Sem ontologia. 2 Sugere-se em Oswald de Andrade o pensamento transformativo, quase tcnico- pragmtico. A diversidade cultural do Brasil aparece como distrbio por faltar-lhe instrumentos adequados de avaliao e transformao. Desesperada ou estrategicamente, tenta reverter esta ordem pelo conceito de antropofagia. O ethos do movimento inspira o desenvolvimento e emancipao do Brasil, como cultura histrica, no sentido de Paul Feyerabend. Todavia no abre mo da necessidade e desejo de progredir como tradio abstrata, no paradigma vigente. Vive intensamente o desejo de ser, simultaneamente, sociedade abstrata e histrica. Nesse aspecto, articula-se o paradigma brasileiro. Isto expressa- se no brado: Contra Goethe. Somos concretistas. As idias tomam conta, reagem, queimam gente nas praas pblicas. Suprimarnos as idias e as outras paralisias. Pelos roteiros. Acreditar nos sinais, acreditar nos instrumentos e nas estrelas. Assim, caracteriza-se o esprito reformista, futurista e otimista. Percebendo em Paris, como a arte da Europa industrial era renovada pela interveno de elementos africanos e polinsios, descobriu possibilidades latentes, no Brasil. Como formulado, o conceito imaginativo (a presena do objeto, no caso a pintura de Tarsila do Amaral). Este status permanece ao longo do manifesto. Todavia, expressa o desejo de ser universalizado. Nesse aspecto, o prottipo do conceito brasileiro, pela necessidade de ser abrangente e simultaneamente local e efetivo. Exige o desenvolvimento de lgica e paradigma originais. nsia por reflexibilidade. 3 Neste aspecto, pressupe certa operacionalidade do conceito de homologia para tornar opervel a universalizao da antropofagia. 4 - Em modo geral, o conceito empregado em status universalizado, atravs de homologias, ressaltando suas diversas dimenses. O cunhadismo, assim como a liturgia crist da Santa Ceia, podem ser vistos como atividades antropofgicas. Para que estas associaes no transcorram sob dimenses A Lua - Tarsila do Amaral 24. http://blogpai.wordpress.com/ Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 24 irrelevantes, devem ser realizadas metodicamente, sob critrios e objetivos pragmticos, com quantidade e qualidade relevantes de elementos extensivos, apreensivos e reversivos. 5 Finalmente, o modo como este conceito foi compreendido e aplicado, ao longo de sua histria recente, faz dele um tipo ideal, no sentido de Max Weber. Caracteriza-se por apreender perspectivas da realidade e ligar a outros elementos, em uma forma inusitada. Tem funo rastreadora-diagnstica importante pelo fato de exagerar contornos da realidade, e assim torn-los mais percebveis. Pode ser utilizado de modo crtico e (ou) criativo. Presta-se, igualmente, ao uso contra-indutivo. Assim, tem significao epistemolgica. Sua estrutura idntica ao conceito de disponibilidade. uma idealizao criativa- imaginativa, utpica, como o prprio autor indica. Pelo seu status, sugere possibilidades realizveis. A formulao operacionvel da Antropofagia, melhor formulada como heterofagia (S me interessa o que no meu. Lei do homem. Lei do antropfago), como princpio civilizatrio e epistemolgico exige: 1 A teoria genrica que mostre a viabilidade de tal projeto, ao mesmo tempo orientando o desenvolvimento de processos correspondentes. Isto, elevaria o status de hiptese ad hoch ao de hiptese plausvel. A discusso centraliza-se na disposio de meios e processos para intervir. 2 Processos de aplicao em diferentes mbitos cientficos ou diretamente poiticas. Em sentido culturalista, seu desenvolvimento, a partir de conceitos atividades antropofgicas bsicas, at a formulao como regra tcnica. 3 A formulao descritiva e prescritiva. 4 Delimitao do seu nvel de individualizao, adequado aplicao. Igualmente, discutir suas possibilidades heursticas TROPICALIA Clube da Esquina 25. http://blogpai.wordpress.com/ Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 25 EPI BR O que , qual a funo da cultura brasileira Epistemologias Pragmtica-Instrumentalista Brasileira Trata-se da construo de sistema de conceitos e processos coerentes com a realidade e objetivos da nao brasileira, partindo de sua prpria realidade. Este sistema formulado, inicialmente, como hiptese operacional plausvel. Neste caso, foi desenvolvida pela aplicao da Lgica da Abduo de Peirce, a partir do questionamento inventivo de uma teoria da Cincia, coerente e articulvel como adequada e produtiva aos modos e componentes da realidade brasileira. Desenvolve-se dinamicamente, em processo circular de formao hipottica e aplicao em acontecimentos, contando com inmeras reformulaes, correes e adaptaes. Assim, a cultura popular brasileira, os movimentos Antropofgico, Tropicalismo, Clube da Esquina e todo acontecimento, do dia a dia, funcionam como recursos e impulsos. Esboada na EPI I, esta Epistemologia cristaliza-se em sistemas iconolgicos para aplicao pratica, criativa e diversificada. Isto j apresentado na EPI II, a SCH, ser desenvolvido na EPI III, como sistema mais abrangente e genrico. Nesse sentido, a EPI III propor a formulao amadurecida da Epistemologia Brasileira. EPI I Epistemologia Pragmtica Instrumentalista Obra bsica e orientativa. Desenvolve e dispe o instrumentrio que ser determinante ao longo de toda a pesquisa. Paralelamente, desenvolve ferramentas especificas para propor uma Teoria do Brasil. Analisa, sugere e traa o paradigma para a Epistemologia Brasileira. Alem disto, apresenta inmeras possibilidades, como a formalizao e desenvolvimento de conceitos brasileiros, processos de transladao etc. Sugere uma tecnologia filosfica. Simultaneamente, possui carter educativo, informativo e orientativo. O leitor recebe uma viso geral da historia da Cincia e da Epistemologia, correntes mais importantes, definies s de conceitos obscuros, vasta fonte bibliogrfica, etc. Assim, funciona simultaneamente como um mini-curso de educao e atualizao filosfica- epistemolgica. A obra esta pronta, em fase de reviso, para publicao (aprox. 600 paginas). Pessoa de Morais 26. http://blogpai.wordpress.com/ Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 26 EPI II (Sistemtica Criatividade Heurstica ) aplicao prtica de possibilidades sugeridas na EPI I. A transformao de recursos e propostas em sistema, para utilizao no cotidiano. O leitor tem a oportunidade de realizar as propostas, concreta e autonomamente, vivenciando suas possibilidades. A concepo do desenvolvimento de conceitos brasileiros desenvolvida. Surgem princpios inventivos e explicativos, formados a partir de acontecimentos da realidade cotidiana do pas. Alem do mais, formula, utiliza e normaliza o desenvolvimento da criatividade popular. Esta criatividade, formulada como conceito dispositivo e equilibrado, e apoiada por um sistema composto de princpios, processos, relaes e ferramentas. Suas inmeras possibilidades predispostas orientam o pensar imaginativo do leitor. Propiciam o desenvolvimento e aplicao sistemtica da criatividade, com interesses inventivos e heursticos. Trata-se, pois, de modelo para pensar criativa e heuristicamente, sob hbitos cognitivos caractersticos dos brasileiros. A obra esta pronta, em fase de reviso, para a publicao, no primeiro semestre deste ano (aprox. 100 paginas). EPI III (Sistemtica Realizao do Futuro) Integra as propostas da EPI I e II criando o paradigma da brasilidade no sculo XXI. O sistema da EPI II estende-se acessando novos recursos. Passa a considerar e operar com o pensar criativo inspirativo e intuitivo. Assim, so utilizadas contribuies da tradio romntica literria, filosfica e artstica, as religies e msticas, entre nos, os recursos da cultura afro-brasileira e da Antroposofia. Por outro lado, ressaltada, com maior intensidade, a perspectiva da atividade do operador e executor, o trabalhador e lavrador, hoje pertencentes as classes D e E de nossa populao. So o ponto final de confluncia de toda cincia, arte e tecnologia. Agentes responsveis e reguladores da realidade trans- subjetiva. Pode-se dizer, os construtores da realidade. O sistema oferecera a possibilidade de canalizar quaisquer recursos, sejam metafsicos ou tcnicos, em sentido a aplicaes prticas e poitica. Para tal, sero propostas ferramentas adequadas, meios e esquemas de transformao, alem do desenvolvimento e aperfeioamento de propostas apresentadas anteriormente. Trata-se de plena tecnologia filosfica-epistemolgica, acessvel a toda populao, formulada como atividade artesanal, sob o modelo das praticas e artes populares. G. Altshuller Construo ars combinatria 27. http://blogpai.wordpress.com/ Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 27 O tipo do Pensador-Operrio Antropofgico Informatizado desenvolve-se. Todavia, sem perder o romantismo e doura, alem de tendncias metafsicas, como coerente com a nossa natureza e cultura. Na EPI I vivenciamos o tipo exacerbadamente caracterstico das civilizaes do hemisfrio norte. Consciente, pragmtico-instrumentalista, articulando-se na tradio e paradigma do ocidente moderno. Na EPI II este tipo aproxima-se do Brasil. Centraliza sua atividade no pensar e articular- se inventivo e imaginativo. Todavia, incrementado pela tradio sistemtica e pragmtica. Para tal, ele questiona o valor pragmtico de pensamentos, aes e acontecimentos. O tipo na EPI III articula a autoconfiana e conscincia do que . O brasileiro emancipado. Aterra no pas, literalmente, sem perder a lucidez e abrir mo das ferramentas desenvolvidas. agora o homem de trs cabeas. Pensa pragmtica- instrumentalisticamente. Simultaneamente imaginativo e inventivo. E, finalmente, integrando a rica metafsica que utilizamos como forma de comunicao, nas artes e no dia a dia, alem de recursos de culturas autctones e abrasileiradas. Assim, a EPI III ser composta por trs sistemas, interligados. Sero, igualmente trs paradigmas. Um ao nvel mais abstrato e metafsico. Interliga-se com o sistema da EPI II que transcorre em nvel imaginativo. Finalmente, desgua em subsistema puramente realizativo, inspirado nos modos de falar, agir e pensar de operrios e lavradores. O aspecto mais operacional e realizativo de toda a civilizao. Os pressupostos deste sistema, seu desenvolvimento e aplicao viabilizaro a formulao de uma Epistemologia adequada aos hbitos cognitivos dos brasileiros. As pesquisas, para este trabalho, foram iniciadas em Janeiro de 2011. A concluso do livro est prevista para o final do ano de 2015. Esperamos contar com a ajuda dos leitores, em forma de comentrios, envio de informaes e sugestes (aprox. 250 paginas). Trabalhando Lavradores 28. http://blogpai.wordpress.com/ Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 28 RESUMO EXPLICATIVO DAS EPIs (I,II,III) Uma Filosofia ou Epistemologia, normalmente, transcorre em abstraes para a formao de conceitos genricos e regulativos. Mais alem, tenta explicar e regular relaes entre conceitos e percepes. Isto caracteriza sua orientao mais terica. Caso oferea sugestes para um modo especifico de agir, passa a ter ambies e orientao prticas. Este , por exemplo, o caso da filosofia de F. Nietzsche, entre outras. O aspecto poitico consiste no fato do pensar ser apoiado por artefatos que possibilitam inusitadas observaes. Igualmente, apoio ao processamento. Por exemplo, o microscpio. Mais recentemente o computador. Ou sistemas heursticos, como a Ars Combinatria de Lulli, ou a TRIZ de G. Altshuller. O exemplo bsico e paradigmtico da interferncia da poisis foi o telescpio. Aperfeioado por Galileu Galilei, possibilitou-lhe desferir a revoluo heliocntrica que lhe custou muitos problemas com a Inquisio. Com ajuda da extenso da percepo, relata a humanidade fatos nunca antes conhecidos, em suas Sidereus Nuncius (Mensagem das Estrelas.). Igualmente, o pensar poitico pode transcorrer em sentido individualizante, ordenado e adequado a construo de tais artefatos. Por exemplo, o pensar de engenheiros, arquitetos, designers etc. A contribuio de Galileu Galilei funda o paradigma da Cincia, como conhecemos. A unidade e sistemtica de teoria, prtica e poisis. E a confrontao sistemtica de lgica e experimento, como definiu J. Monod (V. O Acaso e a Necessidade). Isto nos levou a emancipao da metafsica. Pois, caso consideremos a realidade atravs de conceitos quantitativos, em relao funcional-matemtica recproca, o mundo transforma-se em sistema democrtico de entidades, isentas de carter indicativo metafsico. A Cincia desenvolveu-se sob o paradigma iniciado pelo mestre florentino. E apresenta seu clmax na Fsica e Astronomia modernas. Por exemplo, nas publicaes de S. Hawking. E na Epistemologia coerente com este desenvolvimento, em autores como Quine, Hempel ou Stegmller, entre outros. A concepo bsica das EPIs segue este paradigma. Busca a moderna integrao de teoria, pratica e poisis, evitando a metafsica e pretenses absolutistas. Seguindo a tradio da Filosofia Analtica, de origem anglo-saxnica, procura normalizar e simplificar o uso de conceitos e formulaes de sentenas, entre outros aspectos. Dai as frases curtas, diretas, como meio de tecer contornos claros as unidades cognitivas propostas. Mais alem, a preocupao em utilizar conceitos em status inter ou trans- Ars combinatria 29. http://blogpai.wordpress.com/ Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 29 subjetivo. Ou seja, definidos e aceitos pela maioria da comunidade comunicativa, como sugere J. Habermas. Seu aspecto particular o fato de levar em considerao a realidade brasileira, como pr-requisito de todo pensamento tecido no pas. Ou seja, conjunto de dados e leis, acontecimentos, tambm histricos, e objetos inter e trans-subjetivos, como precondies de todo pensar, abstrair e adequar. Assim, cristalizam-se condies similares aquelas encontradas por Galileu. E outras idiossincrticas, originais, especificamente brasileiras. A EPI-I inicia pelo aspecto terico, com intencionamento implicitamente poitico, como finalidade e resultado de toda teorizao. Inicialmente disposto um sistema de conceitos e processos, de diferentes filosofias, como instrumentrio. O instrumentrio pode ser comparado a caixa de ferramentas do arteso. De acordo com as necessidades de seu trabalho e objetivos, utiliza ferramentas e maquinas correspondentes. Por exemplo, para medir, furar, serrar, juntar etc. De acordo com os objetivos do projeto, o instrumentrio necessitava de doutrina que descrevesse detalhadamente as relaes entre o pensar e os dados dos sentidos. O processo aferente-eferente, como proposto por Herbert Witzenmann, nos pareceu o mais indicado (V. Witzenmann, Sinn und Sein). Todavia, pelo seu carter psicologista, introspectivo e idealista, levou-nos a necessidade de operar reduo epistemolgica, para adequ-lo ao senso comum. Para tal, eliminamos componentes transcendentais-absolutistas, como, por exemplo, a necessidade de evidencia baseada em intuio no mundo das idias, aos modos platnicos. Por conseguinte, a necessidade de conceitos analticos, destitudos de relao a dados da realidade trans-subjetiva. Outra desvantagem era a sua complexidade. Infelizmente ainda no nos foi possvel contornar satisfatoriamente esta deficincia. O projeto de transformao das trs EPIs em manual prtico, para aplicao direta, devera resolver este problema. Alem disto, introduzimos a descrio da realidade, desenvolvida pelo matemtico e filosofo ingls A. N. Whitehead. Sendo extremamente realista, mas igualmente com aspiraes metafsicas, os conceitos e processos de Whitehead, integrados ao processo aferente-eferente de Witzenmann, compem ferramenta abrangente. O procedimento introspectivo de Witzenmann complementada pela relacionalidade extensional de Whitehead. Dessa maneira, operamos a incrementao recproca. E aproximao ao senso comum. O objetivo final deste processamento foi refinar e diversificar a capacidade de observar e processar acontecimentos. Dessa maneira, um telescpio virtual, em analogia a Galileu. Assim, temos acesso a novas perspectivas da realidade. computador Galileu 30. http://blogpai.wordpress.com/ Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 30 Os dois sistemas e sua integrao, todavia, necessitavam de maior relao com a realidade. Pois, tm sentido explicitamente epistemologizante. Ou seja, compem descries tericas e abrangentes da realidade. Nesse sentido, a extensionalidade de Whitehead acentuada pela introduo da Semitica de C. S. Peirce. Seu pragmaticismo implcito permite enfocar acontecimentos da realidade cotidiana, sem recorrer a elementos histricos, ontolgicos ou psicolgicos. So processado como apresentam-se a percepo, independentemente do sujeito percebedor. Isto resumido na definio de todo objeto ou acontecimento como signo. Por outro lado, a interferncia do sistema Witzenmann-Whitehead na Semitica de Peirce possibilita-lhe considerar a Metafsica como recurso produtivo. Este aspecto seria de grande importncia, pelo fato dos modos cognitivos dos brasileiros conterem, frequentemente, componentes irracionalistas. Mais alem, propomos um sistema para o exerccio e desenvolvimento da capacidade de abstrao, utilizando a audio musical. E processando suas dimenses sob operao denominada Transladao. Esta ferramenta, necessria a aplicao da Progresso Criativa de Whitehead, possibilita/nos, igualmente vivenciar algumas das propostas de Herbert Witzenmann. Pois, desenvolve a introspeco, pr-requisito a compreenso e aplicao do processo aferente-eferente. Todavia, faltaria um sistema que acentuasse o aspecto da criatividade. Nesse sentido, a sistematizao do processo da composio musical, como realizada por Pierre Boulez, apresenta-se como modelo de formao criativa e macroscopica da realidade. Assim, introduzimos este processo no instrumentrio. Explica e d sentido ao processo aferente-eferente. Simultaneamente sofisticado e justificado. Generalizado e integrado a Aferncia-Eferncia e a concepo da Progresso Criativa, transforma-se em ferramenta excepcional. Com isto ganhamos um sistema complexo e diversificado, capaz de formar, descrever e processar a realidade, em diversas perspectivas. Macro e microscpicas. Isto conclui o aspecto terico do instrumentrio. Sua transposio prtica-existencial, transcorre pela introduo de dois componentes. 1 A Analise Morfolgica 2 Sistemtica Competncia Existencial. O primeiro sugere-se como sistema acessvel para organizar e tratar de problemas diversificados. De certa forma, era o modo corrente de pensar, at o sculo XIX. Foi, por exemplo, muito utilizado na Astronomia por F. Zwicky e na Botnica por W. von Goethe. 31. http://blogpai.wordpress.com/ Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 31 Sua concepo implcita da realidade como sistema de interferncia de parmetros, ou dimenses, permite a formulao orientativa de projetos criativos e problemas. Sua integrao as Redes de Bayer (Baysian Network) e outros sistemas mais sofisticados, possibilita processamento quantitativo-estatstico. Na EPI II proposto, por exemplo, uma tcnica simples e efetiva de comunicao, baseada no pensar morfolgico. A Sistemtica Competncia Existencial, como seu titulo programtico, foi esboada, igualmente, na EPI-II. Prope princpios para um existencialismo pragmtico, como novo paradigma e substituto do existencialismo-romntico. Ressalta o aspecto da ao prtica, no mundo cotidiano, para dar conta as necessidades prementes da vida em sociedade. Finalmente, o aspecto poitico orienta-se nas contribuies do CULTURALISMO METDICO. Em escritos, como La Bilancetta (A Balana), Galileu no limitava-se a descrio de teorias, mesmo que fundamentadas matematicamente. Incitava o leitor, democrtica e interativamente, a participao ativa. Descrevia seus experimentos. E colocava a disposio informaes detalhadas para a construo dos artefatos necessrios. Seu pensar transcorria em unidade de teoria e prtica, tendo a poisis como centro atravs do qual transcorria. Este modo de pensar tem no Culturalismo Metdico seu desenvolvimento mais recente. Certamente foi influenciado pela tradio da Engenharia Mecnica e Filosofia Tcnica na Alemanha. So fatores de sucesso e sustentabilidade do padro de vida da populao. E Engenharia Mecnica tem longa tradio no pas. responsvel por parte considervel de seu PIB, pelas inmeras exportaes no setor. Recentemente, as encomendas, principalmente de grandes naes emergentes, como China e Brasil, cresceram consideravelmente. Esta disciplina recente, desenvolvida por Peter Janich e colaboradores, reconstri disciplinas cientificas, partindo da concepo de que toda cincia desenvolveu-se de proto-prticas artesanais. Assim, conscientiza-nos do papel da poisis no pensar. Ao mesmo tempo, desenvolve e prope conjunto de conceitos e prticas competentes para a produo de artefatos industriais, construo de casas etc. Com este instrumentrio lanamos um olhar por sobre o Brasil. Sua gente, cultura, processos cognitivos, possibilidades, realizaes e problemas. Foi concebido para poder lidar com a complexidade desta nao. O objetivo central seria dar nova significao a aparentes distrbios do modo de vida da populao. Conferindo-lhes sentido e utilidade, transformar-se-iam em recursos inestimveis. Esta uma das teses centrais das EPIs. La Bilancetta 32. http://blogpai.wordpress.com/ Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 32 Para tal investigamos dois aspectos bsicos: 1 Possibilidade de existncia, identificao, formulao e disposio de conceitos brasileiros em sistema. 2 Identificao, coleta e transformao de recursos do modo de viver dos brasileiros, para transposies binicas. O trabalho preliminar consistiu no estudo e formulao dos modos cognitivos dos brasileiros. Para tal utilizamos o mtodo de G. Altshuller, coletando e observando grande quantidade de acontecimentos da cultura nacional. E resumindo-os em princpios diretores. Em processo anlogo, Altshuller desenvolveu sua famosa TRIZ, responsvel por grande numero de patentes, na Engenharia Mecnica, em todo o mundo. Em nosso caso, foram observadas milhares de canes representativas da MPB. Isto corresponde perspectiva de observador. O principio diretor foi identificado como especifico pensar imaginativo. Simultaneamente foram compostas milhares de canes, para introduzir a perspectiva de participante. Pressupomos hipoteticamente que nelas os modos cognitivos correspondentes so exercidos regular e intensamente, com componentes representativos e excepcionais. A isto, somaram-se prticas culturais da populao. Danas, culinria, modos de sofrer, festejar, brigar etc. O instrumentrio utilizado como sistema de rastreamento, organizao e significao de tais acontecimentos, com o objetivo de desenvolver novas entidades que possam ser assimiladas como ferramentas neste sistema. Este processamento foi visto como canibalismo epistemolgico, inspirando-se na concepo de Mario de Andrade. Possibilitou o desenvolvimento de sistema de conceitos especificamente brasileiros. Este aspecto foi desenvolvido na segunda parte da EPI I. Todavia, surgem questes sobre o que seria o especificamente brasileiro? Ou, se a concepo do conceito, certamente influenciado por sua origem platnico-aristotlica, seria coerente a realidade brasileira. Tais questes nos levaram a desenvolver um instrumentrio especifico, para o tratamento de acontecimentos brasileiros. Isto desenvolveu-se como o esboo da teoria instrumentalista do Brasil (TIB). Constitui o capitulo final da EPI I. Nela so apresentadas ferramentas para a identificao de signos brasileiros, sua transformao e hibridao com outros. Mais alem, a mudana de viso do conceito brasileiro para o acontecimento brasileiro. A partir de tais pesquisas chegamos a concluso que o conceito, em sentido especificamente brasileiro seria melhor formulado e compreendido como Microscpio 33. http://blogpai.wordpress.com/ Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 33 acontecimento, formado por signos, vistos, igualmente, como acontecimentos. Nesse sentido, poder-se-ia utilizar, pragmaticamente, a distino feita por Whitehead entre organismos, objetos e acontecimentos. Assim, genericamente, poder-se-ia ver conceitos idias, sentenas etc. como acontecimentos, raramente despidos de componentes kinestticos, ou seja, movimentos, emoes, sensaes, devido a sensualidade de nossa natureza. Isto permite-nos traar uma continuidade entre os aspectos tericos, prticos e poiticos. Igualmente as diferentes fases, status, e hibridaes de tais perspectivas. Esta concepo nos pareceu, ento, mais adequada a descrio e processamento da realidade brasileira. A partir deste desenvolvimento iniciamos pesquisas para cumprir a meta seguinte. Ou seja, colocar a disposio elementos epistemolgicos para a transformao de componentes idiossincrtico do modo de vida dos brasileiros, considerados como distrbios, em recursos, para modernas tecnologias. Esta Binica existencial foi sugerida na EPI I. Todavia, necessita ser desenvolvida plenamente. Na EPI II, os acontecimentos, estocasticamente reconhecidos como brasileiros, so formulados como princpios inventivos. Isto, associado as ferramentas de processamento propostas, constitui um sistema brasileiro de pensar criativa- imaginativamente. Este desenvolvimento de sistemas, em analogia a construo de artefatos, como resultados posteriores de longo e sistemtico processo de transformao de conceitos e concepes filosficas, visto, nas EPIs como Tecnologia Filosfica. No caso, com interesses criativos. Podem ser, igualmente, heursticos. Filosofias so integradas como sistemas cognitivos, para maior complexidade, segurana, objetividade e velocidade no pensar. Isto apoiado pelas categorias Intuio, Inspirao e Imaginao, Metafsicas e Kinestticas, propostas na EPI III. Mais alem, a EPI III unifica, mais efetivamente, os aspectos prticos e poiticos, desenvolvendo o existencialismo pragmtico. Isto acontece, inicialmente pela definio diferenciadora de passado, presente e futuro, em diversas camadas. Posteriormente, contando com tecnologias adequadas, propomos relaes bilaterais incrementativas. Presente, passado e futuro interligam-se, diversificadamente. Por exemplo, o passado interfere no futuro para desenvolver o presente. Ou, possibilidades futuras so levadas a transformar acontecimentos do passado. O objetivo intensificar e estender o agora, o momento e acontecimento atual. Ao par disto, o instrumentrio da EPI I , igualmente, sintetizado em categorias, do mbito metafsico da Intuio ate seu extremo na intuio kinesttica. Computador 34. http://blogpai.wordpress.com/ Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 34 Esta transposio do aspecto mais terico da EPI em artefatos cognitivos poiticos cumprira a funo de feioar o presente, a partir de recursos do passado e futuro. Dessa maneira tem a dupla denominao de sistemtica criao do futuro e do futuro a sistemtica criao. Era tpico na poca anterior de Galileu a mistura de empiria e metafsica. Isto ainda encontramos na sociedade brasileira, em diversas variaes. Esta uma perspectiva de sua complexidade. Aparece, inicialmente, como distrbio, anacronismo. A transformao deste distrbio nos levou a hiptese da presena latente de recursos para a superao da dicotomia entre a cincia moderna e a metafsica, presente desde o sculo XVII, com reflexos em todos os setores da vida pratica. A EPI III sugere resoluo preliminar deste conflito pela utilizao da cincia quantitativa e da metafsica como recursos, democrtica e pluralisticamente equivalentes. Evita pretenses absolutistas de exigir de uma ou de outra o papel diretor e fonte exclusiva de verdades absolutas e transcendentais. O eixo, atravs do qual esta soluo torna-se vivel a concepo do Pensador Antropofgico Informatizado. O prottipo do cidado brasileiro do futuro. Seu progressismo e curiosidade tecnolgica, associados a sanha integrativa de nossa cultura, permite administrar produtivamente seus extremos modernistas, medievais, arcaicos. Este homem de duas cabeas descrito na EPI II como soluo, quando romntica-anacronicamente visto como problema. Nesse sentido, o modo como os brasileiros administram esta dualidade proto-modelo. Ser transposto e formulado epistemolgica-poitica e praticamente na EPI III. Assim, temos a contribuio da cultura brasileira a resoluo de problemas prementes na historia da cincia e constituio da civilizao. Com isso alcanaramos o objetivo central das EPIs. Transformar em recursos inusitados aquilo normalmente identificado nos brasileiros como distrbio a ser sanado. E isto sendo aplicado para a recivilizao do Ocidente. Brasileiros e a Poitica 35. http://blogpai.wordpress.com/ Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 35 Pensador Informatizado Qual a necessidade deste desenvolvimento, o que isto exatamente, como desenvolve-se, como funciona, como modernizar-se, como intelectual ou artista poder usar Trata-se da concepo do homem contemporneo, na realidade brasileira atual. Caracterstico em pases como o nosso o entusiasmo e fcil assimilao de tecnologias de ponta. Isto nos contrasta com os cidados de pases industrializados. Igualmente, modos antropofgicos, muitas vezes selvagens, de pensar, integrar o passado, presente, prximo e distante, erudito e popular, romntico e pragmtico, como foram desenvolvidos e propostos como princpios na EPI II (Sistemtica Criatividade Heurstica). Tais componentes propem novo paradigma para o sujeito pensante. A integrao incrementativa do pensador clssico, agora conectado com sistemas eletrnicos de comunicao e processamento, alem de novas possibilidades de pensar, sugeridas por um instrumentrio abrangente e diversificado, igualmente conectado com o futuro recente. Assim, o PAI um conceito dispositivo que une produtivamente o pensamento erudito, com a criatividade popular, inventiva, administrativa e critica. Tudo isto, incrementa-se com o carter antropofgico, dos brasileiros, articulado sob a plena utilizao das tecnologias mais modernas. Assim, cristaliza-se um tipo para atividades intelectuais. O cidado consciente vivendo no presente atualizado que e na verdade o futuro recente e j realizado. O processo de desenvolvimento transcorre pelo estudo, exerccio e constante aplicao do instrumentrio proposto na EPI I. O objetivo e alinhar e adequar o pensar a diversidade, elementos emergentes e velocidade da realidade no Brasil. Bill Gates 36. http://blogpai.wordpress.com/ Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 36 Teoria do Brasil O que , como desenvolve-se, qual a sua funo. A Teoria Cientfica uma proposio descritiva ou explicativa. Pode ser igualmente, um modelo que regula modos de interao de um grupo determinado de fenmenos. Assim, formada pela disposio dos dados (informaes cientficas) em modo determinado. Pode ser criativa, inventiva e construtiva. Tm propriedades previsivas, baseadas em dedues testveis em experimentos. Caso necessrio, adapta-se aos fenmenos observveis ou provocados em experincias (V. Hartmann/Janich, 1996, p. 164). C.Maxwell Eike Baptista Em modo geral, a teoria composta por um conjunto de leis capazes de descrever o mbito cientfico determinado. Por exemplo, a Teoria da Gravitao de I. Newton, a famosa Teoria da Relatividade de A. Einstein, as equaes de Maxwell que descrevem a Eletrodinmica etc. Todavia, no pode ser comprovada definitivamente ou ter pretenses absolutistas. sempre uma hiptese provisria. A Teoria do Brasil consistir em grupo delimitado de princpios, capazes de descrever, deduzir, ou prever, estocasticamente, acontecimentos da vida nacional. No tem pretenses absolutistas e determinsticas. Todavia, sugere ferramentas e processos para a sistemtica observao e decodificao da nossa realidade cotidiana. Misses ndios Bonecos de Vitalino 37. http://blogpai.wordpress.com/ Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 37 No estgio atual, apresentado na EPI I, permite-nos processar inmeros signos, observados em acontecimentos da vida nacional, parcialmente sob modos cognitivos dos brasileiros. Abduzidos, comporo princpios hipotticos, testveis, empiricamente, na vida cotidiana. O objetivo atual fundar as bases para o pleno desenvolvimento com a introduo da perspectiva de participante, da atualidade brasileira. Objetivos finais sero colocar a disposio pr-requisitos para DESCREVER a importncia da interveno de componentes ou signos brasileiros em acontecimentos da vida nacional. Assim, descrever graus, valores e modos da interveno de signos brasileiros e suas leis constantes. Possibilita, normalizar e orientar inferncias dedutivas e abdutivas, como apoio a decises governamentais, desenvolvimento de produtos, trabalho de socilogos, educadores, artistas etc Explicaremos fatos e comportamentos especficos dos brasileiros, prevendo estocasticamente consequncias de sua interveno. Assim, regulamentamos a aplicao produtiva e impulsionamos o DESENVOLVIMENTO de componentes brasileiros, com funes determinadas. O desenvolvimento desta Teoria seguir dois interesses colaterais explcitos: 1 A determinao de objetivos sancionados que transformem elementos aparentemente negativos de nossa realidade em impulsos reformadores. 2 A converso de conceitos e processos em modelos de comportamento, aes e prticas. Gravitations Theorie Quantentheorie Darcy Ribeiro 38. http://blogpai.wordpress.com/ Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 38 Conceitos Chaves OBJETIVO Familiarizar o leitor com conceitos e operaes cognitivas. Assim, facilitar a compreenso dos resultados. Para cada link abaixo, corresponde textos. O leitor poder por meio desse material ampliar ser campo de compreenso. CONCEITO da ATIVIDADE DIRETORA, do ARTEFATO, e da POIESIS CULTURA E NATUREZA COMPONENTES DA PESQUISA CIENTFICA QUESTIONAMENTO | PRINCPIOS | HIPTESE | TEORIA CIENTFICA | MODELO | EXPERIMENTO | COMPROVAO | INVENO | DESCOBRIMENTO | ANALOGIA | RACIONALIDADE em construo 39. http://blogpai.wordpress.com/ Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 39 Conceitos CONCEITO DA ATIVIDADE DIRETORA: Baseia-se no fato de em toda ao intervir uma anterior que pela sua descrio, explicao ou execuo, indica a atividade intencionada. Pois, aes seguem normalmente outras presenciadas, representadas, deduzidas, abduzidas etc. Quando universalizada, a AD ganha abrangncia e conciso. Todavia, perde o elemento kinesttico que possibilita sua imitao ou aplicao direta, como em exemplos ou demonstraes. Individualizada, pode ser estendida, temporal-espacialmente. Entre os dois extremos encontram-se inmeras possibilidades. A maior independncia e regularidade alcanada quando formulada em conjunto de regras tcnicas, referentes atividade determinada, garantindo o resultado esperado, de modo intersubjetivo e o mais independente possvel das condies atuais. Leia mais sobre o tema na EPI-I. CONCEITO DO ARTEFATO O artefato o centro, ao redor do qual gira toda a civilizao e cincia. Nesse sentido, o artefato desempenha papel essencial no processo cientfico. Instrumentos de medio e processamento, como o computadores, so imprescindveis. Mais alm, o artefato, como a concentrao de saber e regras poiticas, revela o princpio de ordem metdica, como formulado e desenvolvido por Hugo Dingler. Na confeco de artefatos, como ademais em outras atividades, necessria rgida seqncia de atos, para que o processo seja bem sucedido. Por exemplo, um ato simples como calar sapatos e meias. CONCEITO DA POIESIS: O conceito poietik tem originalmente a significao de fazer, realizar. Refere-se cincia deste processo. O processo de realizao, propriamente dito, a poiesis. No Simpsio Plato distingue trs tipos. Todavia, pouco interessou-se por aquela relacionada tcnica, vista por Aristteles como habilidade poitica. Aristteles define a poiesis como ao com a finalidade determinada de confeccionar. Distingue-se da prtica pelo fato desta ter mero sentido de ao, sem considerao de resultados. Assim, a filosofia poitica estuda aes e processos relacionados realizao de artefatos. A distino aristotlica de prxis e poiesis foi retomada pelo pragmatismo e operacionalismo. Mais recentemente, pelo construtivismo e culturalismo metdico. Em Hugo Dingler Thomas Edison 40. http://blogpai.wordpress.com/ Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 40 sua Filosofia da Tcnica, M. Heidegger partiu igualmente desta distino (V. Krisis der Poiesis. Schaffen und Bewahren als doppelter Grund im Denken, Wrzburg, 1992). Na perspectiva aplicativa, a pioiesis a competncia e tcnica necessrias realizao. O lugar da necessidade de sequncia determinada, organizada, em cadeia de aes. Ordem e sequncia so determinadas pelo objetivo. Este aspecto assegura a intersubjetividade do processo que, invariavelmente, modifica as caractersticas espaciais das coisas. Em nossa vida diria, conhecemos vrios exemplos de atividades poiticas. Peter Janich afirma que na vida cotidiana o homem continua sendo um arteso. Mesmo em atividades artsticas e cientficas. At mesmo parte da natureza so obras poiticas. Pensamos a partir delas e em seu sentido. A valorizao deste aspecto apresenta duas perspectivas importantes como foram desenvolvidas na EPI-I. 41. http://blogpai.wordpress.com/ Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 41 Cultura e Natureza CONCEITOS MODERNOS E OPERACIONVEIS PARA A EPISTEMOLOGIA BRASILEIRA No Culturalismo Metdico a cultura definida como algo que abrange toda atividade humana. Atividades manuais e artesanais, como cozinhar, lavar pratos ou trabalhar, so produtos culturais, do mesmo modo que livros ou pinturas. Mais alm, tudo que seja influenciado por ela, incluindo efeitos no meio ambiente. Por exemplo, manejos de plantas ou do solo, desenvolvidos e praticados na Agricultura Biodinmica so atividades culturais (kultrlich). Tambm o projeto de reflorestamento, a disposio das plantas no jardim etc. Em contrapartida, o crescimento das plantas natural. Assim, distingue-se Cultura e Natureza. Nesse sentido, exemplo contundente de culturalismo foi apresentado por C. Nsslein-Volhard, prmio Nobel de Medicina, em 1995. A pesquisadora alem afirma que o cultivo de plantas iniciou-se h onze mil anos, na sia. O trigo, com o qual fazemos o po de cada dia, foi modificado geneticamente. No mais corresponde aos seus ancestrais naturais (V. DLG Revista da Sociedade Alem de Agricultura, Junho, 2009). No Brasil, temos o exemplo da mandioca, transformada pelos ndios para tornar-se comestvel (Veja, D. Ribeiro, O Povo Brasileiro). Orientando-se por este conceito de cultura, poder-se-ia dizer que signos interpretados como naturais contm camadas culturais, indicadoras de prticas. Assim, sugere-se a possibilidade de diferenciar a disposio dos dois conceitos. Tornam-se refinadamente operveis. Acontecimentos do meio-ambiente, cultural e natural, tornam-se fontes inesgotveis de recursos. O resultado expressa-se no fato de nosso Meio-ambiente ser formado, em grande parte, por conceitos dispositivos Cultura-Natureza, ou cultural- natural. Peter Janich Norbert Wiener 42. http://blogpai.wordpress.com/ Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 42 A prxis humana orienta-se e funciona no mundo em que vivemos (Lebenswelt), de acordo com objetivos. A cultura o resultado desta prtica, canonizada e divulgada por tradies, hbitos, instituies, etc. Dessa maneira, quando contemplamos a Natureza, interagimos com considervel quantidade de signos culturalistas, advindos de prticas habituadas. Repetem, indicam e habituam o crculo de causa-efeito que caracteriza a cognio, lgica e dimenso trans- subjetiva do pas. Assim, a Teoria do Brasil pode partir e desenvolver-se com base neste Meio-ambiente, repleto de prticas que formam a base poitica de nossa cultura. Em tais casos, seria importante definir a proporo de elementos culturalistas e naturalistas. Aparentemente o comportamento habituado tem mais familiaridade com processos culturais aplicados em acontecimentos naturais. Nosso conceito de Natureza refere-se, frequentemente, a esta dimenso de acontecimentos naturais. Isto segue o pressuposto de poder incentivar ou desenvolver processos naturais atravs da atividade poitica. Na Agricultura Biodinmica encontramos bons exemplos, nos processos para vivificar a terrae enobrecer plantas. Na EPI-I encontra-se detalhada apresentao do Culturalismo Metdico, ainda pouco conhecido entre ns. Mais alm, propostas para sua integrao e ferramentas para operar a diferenciao pragmtica de Cultura e Natureza. Cultura e Natureza 43. http://blogpai.wordpress.com/ Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 43 Componentes da Pesquisa Cientfica A pesquisa cientfica conta com elementos constituintes, regularmente presentes. Podem ser caracterizados, resumidamente. QUESTIONAMENTO Formula o problema a ser resolvido. Inicia pela observao, sob estado de incerteza. Move-se, gradativamente, certeza. PRINCPIOS So conceitos genricos, formados em processo lgico-criativo (abdutivo), para dar ordem a srie de fenmenos. Surgem da observao, tambm em experimentos ou em livre criatividade. Advm da criatividade conceitual mais vinculada dados da observao e do senso comum. HIPTESE a proposta de explicao ou possibilidade de correlao entre vrios fenmenos. Caso confirmada torna-se parte da teoria cientfica. Ou, pode fundar a nova teoria. A hiptese tem de ser capaz de possibilitar previses, atravs de deduo. Necessita ser testadas em experimentos. Caso resistam aos testes empricos, em experimentos, ganham o status de provisoriamente comprovadas. TEORIA CIENTFICA proposio descritiva ou explicativa. Pode ser igualmente, o modelo que regula modos de interao do grupo de fenmenos. Assim, formada pela disposio dos dados (informaes cientficas) em modo determinado, pelo rechaamento de seu elemento aferente. A teoria composta por conjunto de leis capazes de descrever o mbito cientfico determinado. Por exemplo, as equaes de Maxwell descrevem a Eletrodinmica. Todavia, no pode ser absoluta ou comprovada definitivamente. MODELO a formulao de entidade de conceitos, constantemente presentes na estrutura de elementos e fatores interventes em descobertas cientficas. Esta entidade constitui a feio particular dela. Todas as leis conhecidas so modelos. Na Fsica, modelos so reprodues abstratas e simplificadas de fenmenos reais complexos. Permitem construes que facilitam a verificao, com ajuda de dados empricos. EXPERIMENTO o processo de produo ou reproduo de fenmenos. O conjunto de aes e observaes realizadas no sentido de resolver o problema particular, para revidar ou comprovar temporariamente a hiptese concernente ao fenmeno determinado. O experimentador tem a expresso de sua competncia na capacidade de dispor os aparelhos, de modo que a teoria ou hiptese intencionada verifique-se. Realizado, sob condies cientificamente sancionadas, apresenta elementos constantes: Testa a hiptese ou teoria, no que concerne a interveno de uma varivel, tomada como independente, sobre outra dependente. A varivel independente a nica que modifica- se sistematicamente no experimento. 44. http://blogpai.wordpress.com/ Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 44 Por outro lado, necessrio que a varivel dependente reflita o fenmeno estudado. Este aspecto tem a ver com a questo da validade do experimento. Ao mesmo tempo, necessrio poder quantificar com exatido a varivel dependente. COMPROVAO Acontece pela adequao de previses e resultados de observaes. Mais exatamente acontece quando o tipo do conceito mvel, ganho pela repetio sistemtica e deliberada de movimento especfico, em um grupo de estruturas bsicas, identifica-se, ao menos parcialmente, com pressuposies formuladas na hiptese. Assim, a comprovao conta com a familiaridade do tipo, do movimento particular (a observao do fenmeno como experincia), em processo compositor de identidade da universalizao do elemento conceitual (Lei Cientfica, Teoria, Hiptese) e sua individualizao em um fenmeno ou srie de fenmenos aparentados. , invariavelmente, provisria. Todavia, procura ter carter intersubjetivo e universal. Exige quantidade e repetibilidade, aplicao e resultados. Finalmente, dependente do paradigma. Ou, da presena do pesquisador particular. Desse modo, inclui elementos holsticos e ontolgicos. Pela clareza, inicia ciclo repetido de eferncias. Assim, torna- se cada vez mais evidente percepo do fenmeno. Isto caracteriza a INVENO e DESCOBERTA. Caso formulemos a unidade conceitual, capaz de permitir a reproduo do fenmeno determinado, ou explicar seu vir-a-ser, temos uma LEI NATURAL. Trata-se de unidade conceitual, correspondente ao fenmeno. Pode ser individualizada em fenmenos aparentados. Manifesta-se pela regularidade. Tem natureza descritiva. desenvolvida a partir dos resultados de experimentos, sob convenes apriorsticas (Grunwald, 1996, p. 72). Invariavelmente parte da teoria cientfica homognea e isenta de contradies. Para tal, necessita ser composta por elementos capazes de serem reproduzidos em experimentos. Isto permite sua verificao na prtica. De outro modo, ter o status inferior de hiptese. A lei natural descreve estados e modificaes de sistemas da Fsica, atravs de grandezas, claramente definidas e quantificveis. Normalmente formulada matematicamente, para assegurar clareza conceitual e lgica. So acrescidas ilustraes e descries em linguagem corrente. Um exemplo a lei da gravitao, de Newton: A forca de atrao (F) entre dois corpos (m1 e m2) proporcional sua grandeza e indiretamente proporcional ao quadrado da distncia. INVENO relativa ao paradigma, de acordo com a possibilidade de sua integrao no mbito de conceitos vigentes. Ou seja, na medida em que a idia geral do paradigma abrange o conceito desta inveno. Pode resultar, igualmente, de erro ou distrbio, tambm diretamente pela atividade poitica. O pr-requisito, para que seja reconhecido como inveno, sua referenciao ao objetivo sancionado. Desse modo, pode introduzir novos conceitos, anteriormente no integrveis idia geral. 45. http://blogpai.wordpress.com/ Copyright 2011-2012 - Todos os direitos reservados 45 Tem status superior quando modificao planejada, na atividade poitica diretora, de modo que o meio tcnico modificado deliberadamente (Kbisch, p. 203). Mais alm, tem camada ontolgica e pode contar com elementos teleolgicos. , em suma, processo compositor de elemento conceitual, aferente, utilizando pegadas da individualizao. E orientando-se atravs delas para novas eferncias. Assim, voltado individualizao. Epistemlogos como Groys, Grunwald, Banse e Weyer definem a INOVAO como modificao aceita na prxis vigente, atravs de processo de aprendizagem e reconhecimento que modifica esta prxis. introduzida pela aceitao da novidade, no discurso de planejamento da comunidade, de modo a ser assimilada em seu repertrio de atividades simblicas e icnicas. Pois, o novo manifesta-se, inicialmente, como distrbio. Ou falta de competncia, em prxis corrente (Kbisch, p. 226.) DESCOBRIMENTO processo compositor de percepes, a partir de elemento conceitual, eferente, ganho em atividades anteriores. O elemento conceitual necessita ser adaptvel ao elemento aferente. Acontece em camadas. Em ritmo aferente-eferente. Corresponde ao processo de composio de movimentos, podendo contar com camada determinante, igualmente composta de intencionamentos teleolgicos, como utilidade, comerciabilidade etc. Pode ser visto como o momento inicial em que a inveno torna-se notvel. Para a formulao aproxima