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José Eduardo Costa Diretor Executivo As dificuldades e oportunidades das cadeias produtivas quanto as adequações em Boas Práticas Agropecuárias V SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE BOAS PRÁTICAS AGRÍCOLAS NA REGIÃO DO MERCOSUL. XII SEMINÁRIO BRASILEIRO DE PRODUÇÃO INTEGRADA DE FRUTAS

José Eduardo Costa - “As dificuldades e oportunidades das cadeias produtivas quanto as adequações em Boas Práticas Agropecuárias” - Boas Práticas Agropecuárias e Produção

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José Eduardo Costa Diretor Executivo

As dificuldades e oportunidades das cadeias produtivas quanto as adequações em Boas Práticas Agropecuárias

V SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE BOAS PRÁTICAS AGRÍCOLAS NA REGIÃO DO MERCOSUL. XII SEMINÁRIO BRASILEIRO DE PRODUÇÃO INTEGRADA DE FRUTAS

Na década passada, o objetivo principal das certificações de hortifrutícolas era tranquilizar os consumidores quanto à qualidade e segurança dos produtos (food safety);

A partir de 2010, a abordagem dos protocolos de certificação tem ganhado nova perspectiva;

Certificações socioambiental; Diferenciam o produto, especialmente aos olhos de compradores

estrangeiros.

Certificações

Avanços da certificação de frutas no Brasil nos últimos 10 anos,; Pequena parcela dos produtores conta com esse diferencial; Maioria deles fornecedores principalmente do mercado externo ou de grandes redes varejistas brasileiras; Constatação da necessidade de obter certificação. Busca por diferenciação ou ganho de competitividade e a visão de que

certos compradores não aceitarão o seu produto em futuro.

Diagnostico atual

Certificação é tema de interesse dos produtores, Destaque para produtores de frutas , hortaliças; Desconhecimento da variedade dos selos disponíveis para o

setor hortifrutícola.

Protocolos : Orgânicos, Boas Práticas Agrícolas e Socioambientais.

Proliferação de normas e selos; Certificações independentes; Promovidas por Organizações não- -Governamentais (ONGs), institutos ou empresas; Confundir consumidores e produtores;

junção das certificações que apresentam o mesmo foco: Boas Práticas Agrícolas, Orgânico ou Socioambiental; Criação de um protocolo oficial em condições de ser aceito pelos principais compradores internacionais.

As certificações na visão dos Produtores de FLV’s

Entre todas as classes sociais há o entendimento de que a alimentação

efetivamente saudável distancia-se do público pelo preço mais elevado. Dão como

exemplos:

- O azeite de oliva extra virgem

- Oléo de girassol, de canola

- Os integrais, aveia, linhaça

- Peixe

- Margarina livre de colesterol

- Leite com ômega 3

- Os orgânicos

- Verduras e legumes já higienizados, cortados

É disseminada entre as várias classes e faixas etárias a associação entre produtos

orgânicos e saudabilidade

Pesquisa sobre consumo de FLV’s pelo brasileiro

Orgânicos são basicamente definidos como livres de agrotóxico.

Compõem uma categoria aspiracional para todos os segmentos de

público. E são aspiracionais porque:

1. Tem preço elevado, inclusive para a classe A/B1.

Entre este segmento é comum a compra esporádica ou a compra de

determinadas FLVs orgânicas

2. A distribuição é restrita

A atratividade: Aos defensivos agrícolas são associadas expressões

como veneno, câncer, doença, prejuízo à saúde

Assim, há duas campanhas paralelas em vigor:

Uma que marca benefícios e vantagens do

consumo de FLVs

A forte imagem de saudabilidade dos FLVs

preconizada por médicos, mídia parece

promover a dissociação entre a visão dos

agrotóxicos e o consumo das FLVs

-Não se olha para uma FLV como um produto

com veneno ou potencialmente cancerígeno.

Olha-se como um produto que promove

benefícios à saúde

- O defensivo tem uma invisibilidade

Outra contra os agrotóxicos/ defensivos:

sinônimo do mal

É discurso corrente entre as variadas

classes, idades

Há o risco objetivo: na medida em que

orgânicos se afirmam como a referência

do saudável, “empurram” os

convencionais para zona do não

saudável…

O selo de qualidade parece grande iniciativa contra o risco

Mas eu não sei discernir a ponto de deixar de comprar. Eu não deixo

de comprar. A não ser que tenha uma plaquinha: “fui tratado com

agrotóxico”. Se não tiver a plaquinha, tiver bonito, viçoso, eu tô

querendo comprar...

(POA – A/B – 17 a 24 anos)

Se você lavar bem lavadinha, você pode usufruir de tudo que você

compra. É só saber lavar.

O Leandro morreu por causa disso aí.

(Brasília B2/C– 36 a 45 anos)

Selo de garantia de qualidade:

- Ganha uma força muito grande quando é

compreendido como a garantia da qualidade em todo o

processo, desde o plantio até a distribuição

- Gera confiança, segurança

Fortalecidas quando se refere ao uso correto de

defensivos agrícolas e se destaca a existência de níveis aceitos

pelo Ministério da Saúde como não prejudiciais á saúde

humana.

O selo de qualidade divulgado com estes conteúdos, é

extremamente valorizado pelo público

Os diferenciais

Produção ecologicamente correta:

O entendimento nao é amplo, claro.

Sugere por vezes que é livre de agrotóxico .

Sabe-se que não prejudica o meio ambiente, mas não se tem clara a

extensao disso.

Não vai poluir as águas é a percepção mais comum

A preocupação com o meio ambiente gera uma primeira atração, mas raramente se dispõem a pagar a mais por isso

Os diferenciais

Procedência: tem simpatia de expressiva parcela do público -

- O mote central é que oferece uma responsabilidade

sobre o produto, confundindo-se com a “marca”

- É inexpressiva a percepção de indicação de

qualidade a partir da região produtora. Desconhecem

este valor, exceto por situações pontuais como os

“Morangos de Atibaia para os paulistanos

Marca:

Tende a predominar a percepção de falta de sentido em se atribuir

marcas a produtos naturais

Alguns participantes consideram positivo porque: -

“alguém” passa a se responsabilizar pelo produto

- com o tempo, a marca se afirma e vira uma referência de

qualidade

Os diferenciais

E inclusive pela profusão de informações veiculadas na mídia, o consumidor não

consegue ligar dados benefícios a produtos específicos. Esta condição é outro facilitador

do consumo privilegiado daqueles produtos mais baratos.

Assim, é estratégico que estas informações sejam trazidas para dentro dos pontos de

venda, que estejam orientando a compra do consumidor, ligadas aos produtos.

Há ainda que se considerar a forte associação entre o agrotóxico ou defensivos agrícolas

e doenças, principalmente câncer. É fato que ninguém está deixando de comer FLVs pelo

uso de agrotóxicos, até porque é invisível ao consumidor. Mas esta tendência tem

potencial para fragilizar o apelo de saudabilidade das FLVs. O selo de qualidade poderia

ser uma resposta eficaz,se bem divulgado.

Vários outros aspectos pesam como limitadores e possíveis estímulos de consumo.

Baseado nisto, algumas ações estão listadas a seguir.

Algumas conclusões da pesquisa

6) Preventivamente: iniciar o trabalho de esclarecimento

sobre as características de saudabilidade dos produtos

com defensivos agrícolas empregados corretamente

Evitar que visão dos agrotóxicos passe a operar

como freio de consumo das FLVs convencionais.

Certamente o público de elevado poder aquisitivo

vem migrando para os orgânicos

Criar selo de garantia de qualidade.

Algumas conclusões da pesquisa

Como acessar a pesquisa completa

José Eduardo Costa Diretor Executivo

Na vida não existem soluções, existem forças em marcha. Há de se articulá-las e as soluções se articularão” Antoine de Saint-Exupérry