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1 CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO MANUAL ACADÊMICO HISTOLOGIA BÁSICA Regina C. Pereira Reiniger 2014

Poligrafo 2014 histologia basica

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Page 1: Poligrafo 2014 histologia basica

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CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

MANUAL ACADÊMICO

HISTOLOGIA BÁSICA

Regina C. Pereira Reiniger

2014

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SUMÁRIO

UNIDADE I – INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 03

ESTUDO DOS TECIDOS.................................................................................... ...................................... 03

PREPARO DOS CORTES HISTOLÓGICOS........................................................................................... 03

TÉCNICA DE PARAFINA PARA PREPARO DOS CORTES................................................................ 04

MICROSCÓPIO ÓPTICO......................................................................................................................... 06

UNIDADE II – TECIDO EPITELIAL...................................................................................................... 10

TECIDO EPITELIAL DE REVESTIMENTO........................................................................................... 11

TECIDO EPITELIAL GLANDULAR....................................................................................................... 16

UNIDADE III – TECIDO CONJUNTIVO................................................................................................ 19

TECIDO CONJUNTIVO EMBRIONÁRIO.............................................................................................. 19

TECIDO CONJUNTIVO FIBRILAR........................................................................................................ 20

UNIDADE IV – TECIDO CARTILAGINOSO........................................................................................ 29

UNIDADE V – TECIDO ÓSSEO............................................................................................................. 32

UNIDADE VI – TECIDO HEMOCITOPOIÉTICO................................................................................. 37

UNIDADE VII – TECIDO LINFÓIDE...................................................................................................... 43

UNIDADE VIII – TECIDO NERVOSO.................................................................................................... 48

UNIDADE IX – TECIDO MUSCULAR................................................................................................... 60

UNIDADE X – ESTRUTURA HISTOLÓGICA GERAL DOS ÓRGÃOS.............................................. 68

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................................... 70

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UNIDADE I – INTRODUÇÃO À HISTOLOGIA

A Histologia compreende o estudo da função celular, assim como a estrutura da

célula e, consequentemente abrange o estudo da célula e estrutura do tecido em relação às

suas funções. "Literalmente, histologia significa a ciência dos tecidos”.

Grego: Histo = tramas ou tecidos

Logo = ramo do conhecimento

Tecidos Orgânicos:

São quatro, os tecidos básicos: Epitelial, Conjuntivo, Nervoso e Muscular.

Os tecidos são agrupamentos de células. Estes por sua vez, quando reunidos formam

os órgãos. O conjunto de órgãos denomina-se sistemas. Os sistemas são encontrados

formando os organismos que reunidos constituem comunidades e populações.

Sistemas orgânicos - Digestivo, Respiratório, Urinário, Endócrino, Reprodutor,

Circulatório.

Características principais dos quatro tipos básicos de tecidos:

Tecido Células Matriz extracelular Funções principais

Nervoso Longos prolongamentos Nenhuma Transmissão de

impulsos nervosos

Epitelial Poliédricas justapostas Pequena quantidade Revestimento, secreção

e absorção

Muscular Alongadas contráteis Quantidade moderada Movimento

Conjuntivo Vários tipos Abundante Apoio e proteção Fonte: JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004.

.

Diferenciação celular:

Após a fusão dos núcleos dos gametas masculino e feminino (fecundação), forma-se o

zigoto. O zigoto sofre sucessivas mitoses para dar origem às células que constituem o corpo

dos seres vivos pluricelulares, as quais dividem o trabalho entre elas. Esta distribuição de

funções é consequência da diferenciação celular. A diferenciação celular ocorre à medida

que o organismo se forma. Apesar de todas as células terem capacidade de desempenharem

todas as funções, a eficiência na realização de certas funções é maior em certos tipos de

células e menor em outros. Certas células aperfeiçoam de tal maneira em uma função em

relação às demais células do organismo. Por exemplo, todas as células são capazes de

contrair seu citoplasma quando estimuladas no entanto, as células musculares são

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especializadas na contração. Do mesmo modo, tem-se células diferenciadas para condução

de impulsos (células nervosas), para secreção (células secretoras), para o revestimento

(células epiteliais nos animais e epidérmicas nos vegetais) etc. A diferenciação aumenta

muito a eficiência das células para favorecer o organismo, tornando-as dependentes umas

das outras. No homem adulto, por exemplo, são 1013 a 1014 células que se dividem em

aproximadamente 200 tipos diferentes. Durante a diferenciação ocorrem modificações

químicas e morfológicas com aumento da complexidade celular. Toda célula é dotada de

duas características: a diferenciação e a potencialidade. A diferenciação é o grau de

especialização da célula; a potencialidade é a capacidade que a célula tem de organizar

outros tipos celulares especializados. Para qualquer célula, quanto maior for a

potencialidade menor será a diferenciação e vice-versa. As células originadas dos óvulos

possuem 100% de potencialidade e grau zero de diferenciação, sendo, portanto,

pluripotentes.

A maioria das células tem graus intermediários de diferenciação e potencialidade. A

capacidade de multiplicação de uma célula é inversamente proporcional ao seu grau de

diferenciação. As células indiferenciadas dos embriões, por exemplo, multiplicam-se

intensamente, enquanto que os neurônios não se multiplicam. Por outro lado, as células

hepáticas, muito diferenciadas, dividem-se por mitose quando estimuladas. Como então,

pode-se conceituar a diferenciação celular? Em termos gerais, a diferenciação celular é o

conjunto de processos que transformam uma célula embrionária em uma célula

especializada. Esses processos (a diferenciação) são controlados através da expressão

seletiva de diversos conjuntos de genes.

As modificações estruturais e funcionais que ocorrem durante a diferenciação resultam da

inativação de certos genes e da ativação de outros; isto é, na transcrição de certos genes e

não de outros. Existem genes que se expressam em todas as células, como aqueles

necessários para construção de membrana, ribossomos, etc. eles são denominados genes de

manutenção (ou resistentes).

A diferenciação celular vem sendo estudada a muito tempo e alguns dos conceitos tem

sofrido poucas alterações no decorrer dos anos; no entanto, tem-se aprendido muito sobre

como os genes são controlados e já existem bons modelos para explicar a diferenciação,

como a formação dos glóbulos sanguíneos (hemocitopoese).

TECIDO

É um grupo de células especializadas, separadas ou não por líquidos e substâncias

intercelulares, provenientes de células embrionárias que sofreram diferenciação, que se

distinguem por sua estrutura e por atuarem conjuntamente no desempenho de uma função

específica.

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Os tecidos são formados pelas unidades biológicas fundamentais chamadas células e

também pela matriz extracelular, que, em geral, elas mesmas produzem. As células podem

ser iguais ou diferentes, no organismo existem cerca de 200 tipos de células, que se

diferenciam por suas formas e funções, derivadas da presença de componentes químicos

particulares, organizados de maneira distinta em cada tipo celular. A matriz extracelular é

um conjunto de substâncias amorfas figuradas, líquidos e fibras, produzidas pelas células,

que preenchem o espaço entre as mesmas.

Com base nos tipos de células que possuem, na proporção entre estas e as matrizes

extracelulares, no modo de vinculação das células entre si e com os elementos da matriz e

nas funções que desempenham, os tecidos se classificam nos quatro seguintes tipos

fundamentais:

1 Tecido epitelial - forma tanto as membranas que revestem superfícies como conjuntos

celulares que se especializam na secreção de substâncias. As membranas denominam-se

epitélios de revestimento; os conjuntos celulares, epitélios glandulares ou glândulas.

2 Tecido conjuntivo - contém células que se encontram dispersas em meio a uma abundante

matriz extracelular. Existem vários tipos de tecido conjuntivo que se diferenciam pelas

células que possuem, pela qualidade, quantidade, distribuição e propriedades dos elementos

da matriz extracelular. O tecido conjuntivo pode ser frouxo, denso, mucoso, adiposo,

cartilaginoso, ósseo, hematopoiético e linfático, incluindo também o sangue, com matriz

extracelular líquida.

.

3 Tecido muscular – se caracteriza por ter células que se contraem. Com base no

ordenamento espacial dos componentes do citoesqueleto, na forma e no tamanho das

células e levando-se em conta se sua contração é governada pela vontade ou não, existem

três tipos de tecidos musculares: tecido muscular estriado esquelético ou voluntário, o

tecido muscular estriado cardíaco e o tecido muscular liso.

4 Tecido nervoso – contém neurônios e células acessórias, denominadas neuróglia. O tecido

nervoso forma o sistema nervoso central e o sistema nervoso periférico.

Os tecidos se associam entre si em proporções variáveis e formam os órgãos.

Muitos órgãos apresentam os quatro tipos de tecidos. Por sua vez, grupos de órgãos se

associam para realizar funções comuns ou complementares, o que dá origem aos sistemas

do corpo, como os sistemas circulatório, imune, tegumentar, digestivo, respiratório,

endócrino, urinário, reprodutor e sensorial.

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ESTUDO DOS TECIDOS

1. Preparo de cortes Histológicos:

Os cortes são derivados da remoção de pequenas amostras representativas de

tecidos, cortadas em fatias muito delgadas, apropriadas para o estudo microscópico, para o

M.O.; em geral os cortes são preparados pela técnica de parafina (lâminas permanentes).

1.1. TÉCNICA DE PARAFINA PARA PREPARO DE CORTES

1.1.1. Amostra de Tecido:

A amostra deve ser pequena, obtida através de excisão cirúrgica (biópsia), ou pós

morte (necropsia). A amostra não deve exceder 1 cm, em qualquer dimensão. Este tamanho

pode variar em função do tipo de equipamento apresentado pelo laboratório, onde o corte

será preparado.

1.1.2. Fixação:

Os fixadores objetivam endurecer os tecidos moles e prevenir a deterioração e

outras alterações estruturais indesejáveis nas células e nos tecidos. Atuam como

coaguladores proteícos. Evitam a digestão das células pelas enzimas celulares por ela

liberadas após a morte, o que danificaria os tecidos para o exame microscópico.

Apresentam também ação anti-séptica matando bactérias e outros agentes causadores de

doenças nos tecidos infectados, que poderiam, eventualmente, ameaçar a saúde dos que

manuseiam tais tecidos.

O fixador mais comum é a solução de formal à 10%; outros fixadores: álcool,

fixador de Bouin, Zenker.

Para o transporte até o laboratório não devem ser esquecidos os requisitos

fundamentais de acompanhamento: anamnese, condições de coleta, data da morte e data de

coleta, dados de necropsia (se realizada). Na ausência do formal ou álcool, para transporte,

pode-se acondicionar a amostra em isopor com gelo, mas deve-se evitar congelá-la, pois

sua estrutura microscópica será alterada quando ocorrer o descongelamento.

1.1.3. Lavagem:

O primeiro passo da técnica consiste em deixar a amostra sendo lavada em água

corrente por um período de 12 horas, será removido assim o excesso de formol.

1.1.4. Desidratação:

O objetivo da técnica de parafina é substituir a água dos tecidos pela parafina. Como

a parafina não é solúvel em água, é necessário primeiro retirar a mesma da amostra de

tecido. Isto é feito em dois estágios:

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1º - Substituição da água por álcool - passa-se o tecido em várias soluções de álcool com o

aumento de graduação na concentração, num amplo período de tempo.

- álcool 70º - 1 a 2 hs

- álcool 80º - 1 h

- álcool 90º - 1 h

- álcool 96º - 1 h

- álcool 100º- 1 h

- álcool 100º- 1 h

2º - Clarificação ou Diafanização - Substituição do álcool por um solvente de parafina

miscível com o álcool. Usa-se o Xilol como solvente. Passa-se o tecido em várias trocas de

Xilol até que o álcool seja substituído por este. O tecido fica meio transparente.

- Xilol I -1 h Xilol II- 1 h Parafina I - 1 h Parafina II -1 h

1.1.5. Inclusão

Coloca-se a amostra impregnada por xilol em 2 trocas de parafina líquida aquecida.

O tecido logo fica inteiramente saturado com parafina, sendo que, a cera líquida passa a

ocupar todos os espaços do tecido, que antes continha água. Este procedimento é feito

dentro da estufa. A cêra endurece a medida que esfria, onde monta-se o bloco de parafina

(emblocagem), para que possa ser cortado em fatias delgadas.

1.1.6. Microtomia

O bloco de parafina é colocado em peças de madeira para ser colocado no

micrótomo; onde se desbasta a parafina até chegar ao corte, após gradua-se o micrótomo

para cortes de 3 a 6 um, onde sairão os cortes desprendendo-se da navalha, com suas bordas

aderidas aos cortes vizinhos de modo a constituir uma fita da qual, cada um deles é,

individualmente, separado com facilidade.

1.1.7. Confecção da lâmina

Os cortes são esticados em água morna, e depois colocados em lâminas contendo

albumina de Meyer, para fixar o corte à lâmina. (lado brilhante voltado para o vidro).

Deixar escorrer o excesso de água, e levar as lâminas para estufa, onde se deixa secar

completamente e começar a derreter a parafina.

Outra maneira é esticar os cortes em álcool a 20% e depois passar pela gelatina,

dispensando a albumina.

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1.1.8. Coloração

A maioria dos tecidos são incolores, o que torna difícil sua observação ao

microscópio óptico. Devido a isto, foram introduzidos métodos para a coloração dos tecidos

de modo a tornar seus componentes visíveis e destacados uns dos outros.

A coloração é feita usando geralmente misturas de substâncias químicas

denominadas corantes. A maioria dos corantes usados em histologia comporta-se como

ácidos ou básicos e tendem a formar ligações salinas com radicais ionizáveis presentes nos

tecidos.

Os componentes dos tecidos que se coram facilmente com corantes básicos são

chamados basófilos, sendo chamados de acidófilos os que se liga a corantes ácidos.

A hematoxilina não é um corante básico, mas comporta-se como tal, ligando-se as

estruturas basófilas dos tecidos. A eosina é um corante ácido. A coloração dupla pela

Hematoxilina e pela Eosina ( H - E ) é a mais utilizada na rotina em histologia.

H - E Hematoxilina - coram núcleos de azul Eosina - coram citoplasma róseo

Técnica de coloração HE - Hematoxilina e Eosina

- Xilol - 15' - 30'

- Deixar Secar

- Álcool Absoluto - 2'

- Álcool Absoluto - 2'

- Lavar em água destilada

- Hematoxilina - 1'30''

- Lavar em água corrente

- Deixar descansando em água - 2' (até ficar meio azulado)

- Eosina - 30''

- Lavar em água - 2'

- Álcool absoluto - 2'

- Álcool absoluto - 2'

- Álcool absoluto - 2'

- Álcool absoluto - 2'

- Deixar secar

- Xilol - 20'

- Montagem em Bálsamo

- Identificação das lâminas

2. MICROSCÓPIO ÓPTICO

Finalidade: Aumentar pequenos objetos e revelar seus pormenores, ou seja, aumento e

resolução, respectivamente.

Estrutura:

Constitui-se de duas partes básicas:

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1 - Mecânica

1.a. Estrutura de Sustentação:

Canhão - sustenta tanto a ocular como as objetivas.

Braço - Liga o canhão ao pé(base).

Platina ou mesa - É o plano de apoio do material.

Base ou pé - É o plano de apoio ao microscópio.

1.b. Estrutura de Movimentação:

Parafuso Macrométrico: Aproxima a objetiva com movimentos amplos, focalização

grosseira.

Parafuso Micrométrico: Possibilita a nitidez do observador, movimentos mínimos,

focalização fina.

Revólver: Fixa (apoia) e movimenta as objetivas.

Charriot: Fixa e movimenta a lâmina.

2. Óptica

Sistema de Lentes

Ocular - Situa-se na parte superior do canhão. Com a finalidade de aumentar a imagem

recebida e enviar ao olho do observador.

Objetiva - Situa-se parte inferior do canhão. Tem como importância ampliar a imagem do

objeto, é responsável pelo poder de resolução do microscópio.

Condensador - Localizado abaixo da platina, tem como importância desviar de acordo com

as necessidades e foco luminoso.

Poder de Resolução ou limite de resolução (L.R.). Chama-se de L.R. de um sistema óptico

sua capacidade de separar detalhes. Mais precisamente, o L.R. é a menor distância que deve

existir entre dois pontos, para que apareçam individualizados.

A riqueza de detalhes da imagem fornecida por um sistema óptico é o seu limite

resolutivo, e não seu poder de aumentar de tamanho os objetos.

O limite de resolução depende essencialmente da objetiva. A ocular apenas aumenta

de tamanho a imagem projetada no seu plano de foco pela objetiva.

Outros tipos de Microscópio: Contraste de fase, Polarização, Eletrônico, Eletrônico de

Varredura.

Referências Bibliográficas: COMARCK, D. H. Fundamentos de Histologia. 2ºed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001, 371p.

JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10ª ed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2004.

488 p.

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UNIDADE II - TECIDO EPITELIAL

Origem:

- Ectodérmica: epiderme, epitélio do nariz, epitélio da boca, glândulas sebáceas, glândulas

mamarias, glândulas salivares.

- Mesodérmica: endotélio, epitélio do sistema urogenital, epitélio de membranas que

envolvem órgãos (pleura - pulmão, pericárdio - coração e peritônio – órgãos abdominais).

- Endodérmica: epitélio que reveste a luz do tubo digestivo, a árvore respiratória, o fígado e

o pâncreas, epitélio da bexiga urinária, glândulas tireóide e paratireóide.

CARACTERÍSTICAS GERAIS:

1. Células justapostas.

2. Ausência de substância intercelular (pouca quantidade).

3. Células apoiadas à membrana basal.

4. Não possuem vasos sangüíneos (avascularizados).

5. Não possuem inervação, exceto terminações nervosas que captam estímulos.

6. Regenera-se facilmente.

TIPOS DE EPITÉLIO:

1. TECIDO EPITELIAL DE REVESTIMENTO

2. TECIDO EPITELIAL GLANDULAR OU SECRETOR

FUNÇÕES GERAIS

Revestir e Proteger

Absorção

Secreção

Condução de substâncias

Sensibilidade específica

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DESCRIÇÃO DOS TECIDOS

TECIDO EPITELIAL DE REVESTIMENTO

1. OCORRÊNCIA: Revestindo todas as superfícies e forrando todas as cavidades.

Exemplo: esôfago, traquéia, útero...

2. FUNÇÕES:

. Revestimento

. Proteção

. Absorção

. Condução de substâncias

3. ESTRUTURA:

3.1. MEMBRANA BASAL:

Função: Adesão

Apoio

Sustentação

Semi-permeabilidade

Ao microscópio eletrônico:

Lâmina Basal = Material glicoprotéico + Fibrilas Colágenas

Membrana Reticular = Material glicoprotéico + Fibrilas Reticulares

LÂMINA BASAL = Quase todos os epitélios apresentam na sua superfície de

contato com o tecido conjuntivo.

3.2. SUBSTÂNCIA INTERSTICIAL OU MATRIZ EXTRACELULAR

Com exceção de uma camada muito delgada de glicoproteínas, que geralmente

reveste as células epiteliais, não existe substância intersticial entre elas.

Esta camada chama-se GLICOCÁLIX. Acredita-se que estas glicoproteínas façam parte nos

processos celulares de pinocitose, e adesão entre células. Conforme Kessel (2001) a matriz

extracelular é secretada na base da célula, sendo chamada de lâmina basal.

3.3. FORMA DAS CÉLULAS

As dimensões e as formas das células epiteliais variam muito. Observa-se desde

células achatadas como um ladrilho, até células prismáticas altas, com todas as formas

intermediárias. Geralmente as formas dos núcleos acompanham a forma das células.

Exemplo: células cúbicas - núcleo esférico, células prismáticas - núcleo elíptico.

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3.4. COESÃO ENTRE AS CÉLULAS

As células epiteliais apresentam uma intensa adesão mútua, e para separá-las, são

necessárias forças mecânicas relativamente grandes. Essa coesão varia com o tipo epitelial,

mas é especialmente desenvolvida nos epitélios sujeitos a fortes trações, exemplo pele.

Essa coesão é em parte devido a ação adesiva das glicoproteínas do glicocálix. O

íon cálcio também é importante para a manutenção da coesão entre as células. A adesão

celular é reforçada por estruturas especiais, como os desmossomos.

3.5. REGENERAÇÃO

Os epitélios são tecidos cujas células têm vida limitada. Ocorre, pois uma

renovação constante dessas células, graças a uma atividade mitótica contínua. A velocidade

dessa renovação, porém, é variável, podendo ser muito rápida em certos casos e lenta em

outras. Como exemplo extremo citamos o epitélio de revestimento do intestino que se

renova a cada 2 a 3 dias, e o das glândulas salivares e do pâncreas, que levam mais de 2

meses para se renovar. Nos epitélios estratificados e pseudo estratificados, em geral as

mitoses ocorrem nas células situadas junto à lâmina basal.

3.6. METAPLASIA

Em determinadas condições patológicas, certas células, podem sofrer uma

série de alterações e dar origem a um novo tipo de tecido. Este processo se chama

metaplasia; é uma alteração reversível, e os seguintes exemplos podem ser citados:

a. O epitélio pseudo estratificado da traquéia e dos brônquios, em fumantes crônicos sob a

ação irritante do fumo, pode ser substituído por epitélio estratificado pavimentoso.

b. Em casos de carência de vitamina A, o epitélio dos brônquios, bexiga e vários outros são

substituídos por epitélios estratificados pavimentosos cornificados.

OBS: A metaplasia não é exclusiva do tecido epitelial, podendo ocorrer em outros órgãos.

ESPECIALIZAÇÃO DA MEMBRANA SUPERFICIAL

- MICROVILOS Milhares de evaginações da membrana sob a forma de dedos de

luvas, na superfície livre da célula. Presente nas células epiteliais com função de absorção.

Os microvilos aumentam a eficiência dos processos de absorção, ampliando muito a

superfície de contato das células com o ambiente. Exemplo: Intestino, Rim.

- CÍLIOS E FLAGELOS Na superfície das cél. Epiteliais Ciliadas existem grande

quantidade de estruturas móveis e alongadas chamadas CÍLIOS. O movimento ciliar é

geralmente coordenado, provocando uma corrente de fluido em uma só direção, na

superfície das cél. Epiteliais ciliadas. Exemplo: Traquéia.

Os Flagelos são encontrados nos mamíferos somente nos espermatozóides, tem uma

estrutura semelhante à dos cílios. Diferem, entretanto em suas dimensões, sendo mais

longos que estes.

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- ESTEREOCÍLIOS São constituídos por longos microvilos, que podem ou não se

anastomosar livremente entre si. São encontrados na região apical das células de

revestimento do epidídimo e do canal deferente.

CLASSIFICAÇÃO DO EPITÉLIO DE REVESTIMENTO

O epitélio de revestimento é classificado de acordo com a forma das células e com

número e arranjo das camadas celulares.

CLASSIFICAÇÃO:

- Quanto a forma das células: plano, cúbico ou cilíndrico.

- Quanto ao número de camadas: uma camada – simples; mais de uma camada –

estratificado.

Células especializadas em absorção ou filtração estão dispostas em camada única,

portanto é um epitélio Simples ou Uniestratificado.

Células expostas a grande uso e desgaste estão ordenadas em muitas camadas, o

arranjo é então denominado epitélio estratificado.

a) EPITÉLIO PAVIMENTOSO OU PLANO

SIMPLES Consiste de uma camada única de células achatadas, que se assemelham os

ladrilhos de pavimento. O núcleo das células é centralmente localizado, sendo esférico ou

oval.

Denominações especiais:

- ENDOTÉLIO reveste internamente o coração, vasos sangüíneos e linfáticos.

- MESOTÉLIO forra as cavidades pleural, pericárdica e peritoneal, e a face externa dos

órgãos contidos em cavidades.

ESTRATIFICADO Consiste em muitas camadas celulares; as células superficiais são

achatadas, porém as células profundamente situadas são mais espessas (Figura 1 e 2).

Por convenção, a classificação do epitélio estratificado é dada pela forma das

células superficiais.

Epitélio estratificado pavimentoso resiste ao uso e desgaste e protege os tecidos

subjacentes. As células profundas ou basais estão sofrendo continuamente divisões

celulares; as novas células são empurradas em direção a superfície onde descamam.

Conforme as células se deslocam para a superfície, elas se afastam da fonte de nutrição

que se origina dos vasos sangüíneos do tecido conjuntivo subjacente. Como conseqüência

deste movimento e da falta gradativa de nutrientes, as células diminuem, tornam-se

rígidas e finalmente morrem.

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Em locais secos como a pele, as células superfíciais contém uma escleroproteína

chamada queratina. Este material resiste a traumas e a infecções bacterianas e micóticas,

além de ser impermeável. A este tipo de epitélio damos o nome de epitélio estratificado

pavimentoso queratinizado (Figura 2).

Nas superfícies úmidas, como aquelas encontradas na boca, vagina, as células do

epitélio estratificado plano não contém queratina e o chamamos de epitélio

estratificado pavimentoso não queratinizado (Figura 1).

Figura 1 – Esôfago Figura 2 – Pele grossa

b) EPITÉLIO CÚBICO

SIMPLES Consiste em uma camada única de células que se assemelham aos cubos. O

núcleo é esférico e central. Sua ocorrência é recobrindo os pequenos ductos em certas

glândulas (ex. salivares), e forma as unidades secretoras de outras glândulas ( ex. tireóide).

FUNÇÃO: Secreção e absorção.

ESTRATIFICADO Raro, apenas revestindo alguns ductos de glândulas.

c) EPITÉLIO CILÍNDRICO

SIMPLES Consiste em uma camada única de células que se assemelham a colunas

verticais. A extremidade de cada célula, que descansa sobre a lâmina basal, é conhecida

como região basal da célula. A sua extremidade é conhecida como região apical da célula.

Seu núcleo é central ou próximo a região basal da célula. Sua ocorrência é revestindo o

estômago, intestinos, útero, vesícula biliar (Figura 3).

FUNÇÃO Secreção e absorção

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Figura 3 – Vesícula Biliar

ESTRATIFICADO Encontrado somente em alguns locais do corpo; como revestindo

grandes ductos de certas glândulas (glândulas mamárias) e conjuntiva do olho.

PSEUDO - ESTRATIFICADO É um epitélio que nos dá idéia de estratificação, mas na

realidade é um epitélio simples com todas as células apoiadas sobre uma lâmina basal. A

aparência estratificada resulta do fato de que as células variam em altura e nem todas

atingem a superfície. Pelo fato das células possuírem diferentes alturas, seus núcleos

localizam-se em diferentes níveis, fornecendo a ilusão de que o epitélio é estratificado. Este

epitélio é encontrado nas superfícies da parte superior do sistema respiratório.

Figura 4 - Traquéia

CILÍNDRICO ESPECIALIZADO A estrutura de muitas células cilíndricas tem sido

adaptadas para o desempenho de funções especiais, tais como:

1. Células Caliciformes - São glândulas unicelulares cuja função é de produzir muco. A

secreção mucosa acumula-se na porção apical da célula, que assume a forma de um

cálice. As células caliciformes estão presentes em grande número no epitélio de

revestimento do sistema respiratório e também nos intestinos.

2. Células Absortivas - São células cuja superfície livre apresenta uma borda estriada ou

em escova. Ao microscópio eletrônico observam-se os microvilos. Este arranjo aumenta

muito a área de superfície livre da célula, incrementando a absorção. Estas células são

encontradas no revestimento dos intestinos, túbulos contorcidos dos rins.

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3. Células Cilíndricas Ciliadas - Apresentam na sua superfície livre processos móveis, os

cílios, que possuem um batimento coordenado. Ocorrem no epitélio de revestimento dos

brônquios pulmonares, trompas uterinas, traquéia. No sistema respiratório, o muco

contendo partículas estranhas que foram inaladas e posteriormente capturadas, é

deslocado pêlos cílios em direção a faringe, onde este material é deglutido ou

expectorado.

d) EPITÉLIO DE TRANSIÇÃO É um epitélio estratificado que ocorre exclusivamente

no sistema urinário (Figura 5). O número de estratos é variável, dependendo se o órgão está

contraído ou distendido.

No estado de contração Este epitélio tem várias camadas, e suas células superficiais

são volumosas e esféricas, projetando-se para a luz.

No estado de distensão Podem ser encontrado 2 ou 3 estratos celulares, e as células

superficiais tornam-se estiradas e achatadas.

O arranjo deste epitélio permite os órgãos cavitários, como a bexiga, distender-se

sem que ocorra ruptura ou separação das células do revestimento.

Figura 5 – Bexiga

TECIDO EPITELIAL GLANDULAR

As glândulas são formadas por um grupo de células especializadas cuja função é

secreção. Entende-se por secreção a produção e liberação, pelas células, de um fluido

contendo substâncias como muco, enzimas ou um hormônio.

As células secretoras de uma glândula são conhecidas como parênquima. O tecido

conjuntivo do interior da glândula, que sustenta as células secretoras, é chamado de

estroma.

As glândulas se classificam em: Glândulas Exócrinas

Glândulas Endócrinas

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17

Muitos tipos celulares secretam moléculas sinalizadoras denominadas citocinas, que

realizam a função de comunicação célula-a-célula. As citocinas são liberadas por células

sinalizadoras específicas. Dependendo da distância, a citocina precisa viajar para alcançar

sua célula alvo, e seus efeitos podem ser um dos seguintes:

-Autócrino: a célula sinalizadora é seu próprio alvo; a célula estimula a si mesma.

-Parácrino: a célula-alvo está localizada na vizinhança da célula sinalizadora; assim, a

citocina não precisa ir para o sistema vascular.

-Endócrino: a célula-alvo e a célula sinalizadora estão longe uma da outra; assim, a citocina

tem que ser transportada pelo sistema sanguíneo, ou linfático.

As glândulas que secretam seus produtos através de uma via secretora constitutivos o fazem

de um modo contínuo, liberando seus produtos de secreção imediatamente sem

armazenamento e sem necessitar de um estímulo por moléculas sinalizadoras. As glândulas

que possuem uma via secretora regulada concentram e armazenam seus produtos de

secreção até que seja recebida a molécula sinalizadora adequada para sua liberação.

1. GLÂNDULAS EXÓCRINAS

Possuem ductos que transportam a secreção glandular para a superfície do corpo ou

para o interior (luz) de um órgão cavitário. Exemplo: Sudoríparas, salivares...

As glândulas exócrinas classificam-se de acordo com:

a) Quanto ao ducto:

Simples o ducto não se ramifica. Exemplo: Glândula sudorípara

Composta o ducto se ramifica, em geral repetidamente. Exemplo: Pâncreas.

b) Quanto a forma da porção secretora:

Tubulosa Em forma de tubos. Exemplo: Glândulas estomacais e intestinais.

Acinosa ou alveolar Forma arredondada. Exemplo: Parótida e pâncreas.

Tubuloalveolar Presença das duas formas. Exemplo: Sublinguais e salivares.

c) Quanto ao produto de secreção:

Serosa Secreta um fluido aquoso. Exemplo: Parótida

Mucosa Secreta um fluído espesso e viscoso, glicoprotéico denominado muco.

Exemplo: célula caliciforme.

Seromucosas ou mistas Compostas por uma mistura de unidades secretoras. Exemplo:

glândulas salivares.

Page 18: Poligrafo 2014 histologia basica

18

d) Quanto ao modo de extrusão:

Merócrinas Nestas glândulas, a secreção é liberada para a superfície livre de vesículas

recobertas por membranas, não resultando em perda de citoplasma. Exemplo: parte

exócrina do pâncreas.

Apócrinas Nestas glândulas, a secreção e, possivelmente, uma parte do citoplasma da

célula secretora são perdidas para a superfície livre da célula. A parte celular restante, então

regenera a porção perdida. Exemplo: glândulas sudoríparas axilares e glândulas mamárias.

Holócrina Nestas glândulas, a célula inteira morre e destaca-se formando a secreção da

glândula. As células perdidas são substituídas a partir da divisão das células vizinhas.

Exemplo: glândulas sebáceas da pele.

OBS: Em muitas glândulas exócrinas, existe um tipo especial de célula contrátil ramificada

entre as células secretoras e a membrana basal, chamada célula MIOEPITELIAL. Estas

células contêm miofibrilas e auxiliam na expulsão da secreção do ácino para o interior do

ducto. Exemplo: glândulas mamárias, salivares, sudoríparas.

2. GLÂNDULAS ENDÓCRINAS

Estas glândulas não possuem ductos e sua secreção verte-se diretamente na corrente

sanguínea, onde será distribuída para todo o corpo. A secreção das glândulas endócrinas

contém substâncias químicas denominadas HORMÔNIOS, que regulam a atividade celular,

normalmente a distância da glândula que lhes deu origem.

Classificam-se:

VESICULAR Possui grande quantidade de capilares. Suas células arranjam-se

formando vesículas. Exemplo: Tireóide (Figura 6). Neste tipo de glândula o produto de

secreção pode ser armazenado dentro da vesícula.

CORDONAL As células são arranjadas em cordões. O produto de secreção é elaborado

e armazenado intracelularmente. Exemplo: paratireóides, hipófise, supra renal.

Referências Bibliográficas: COMARCK, D. H. Fundamentos de Histologia. 2ºed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001, 371p.

JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10ª ed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2004.

495 p.

KESSEL, R.G. Histologia Médica Básica. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001, 511 p.

Page 19: Poligrafo 2014 histologia basica

19

UNIDADE III - TECIDO CONJUNTIVO

Origem embrionária: Mesoderme (mesênquima)

CLASSIFICAÇÃO QUANTO À EMBRIOGÊNESE

1. Tecido conjuntivo Embrionário ou Mesenquimal

2. Tecido conjuntivo Embrionário Gelatinoso, mucoso ou Gelatina de Whorton

3. Tecido conjuntivo Adulto

Fibrilar Frouxo

Fibrilar Denso

Modelado

Não modelado

Tecido Mucoso

Tecido Hemocitopoético

Tecido Adiposo

Tecido Ósseo

Tecido Cartilaginoso

Tecido Conjuntivo

de Suporte

Tecido Conjuntivo

Tecido conjuntivo fibrilarTecido conjuntivo de

características especiais

Tecido Elástico

Fonte: JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004.

CARACTERISTICAS GERAIS

- Células esparsas

- Grande quantidade de líquido intersticial

- Bem vascularizado e bem inervado

Page 20: Poligrafo 2014 histologia basica

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Figura 1 – Conjuntivo fibrilar frouxo

CONSTITUIÇÃO

- Células

- Substância intercelular (amorfa ou fibrilar)

- Liquido intercelular ou tissular

1. TECIDO CONJUNTIVO EMBRIONÁRIO OU MESENQUIMAL

É o tecido conjuntivo que se forma primariamente, podendo formar todos os demais

tipos de tecidos conjuntivos. Sua ocorrência é restrita aos Embriões.

CARACTERISTICAS: Suas células apresentam-se da seguinte maneira:

- Com forma irregular

- Ricas em prolongamentos citoplasmáticos

- Núcleo grande e vesiculoso

- Citoplasma homogêneo

- Substância intercelular líquida e fluida

OCORRÊNCIA: Ocorre nos embriões preenchendo todos os espaços.

FUNÇÃO: Dar origem a todos os demais tecidos conjuntivos.

2. TECIDO CONJUNTIVO EMBRIONÁRIO GELATINOSO, MUCOSO OU

GELATINA DE WHORTON

CARACTERÍSTICAS: Suas células são de dois tipos:

a. Mesenquimal

b. Fibroblastos que apresenta seus prolongamentos citoplasmáticos reduzidos.

A substância intercelular é viscosa, gelatinosa e com algumas fibrilas.

OCORRÊNCIA: Cordão Umbilical

FUNÇÃO: Conduzir elementos na fase fetal;

Sustentar os vasos do cordão umbilical.

Page 21: Poligrafo 2014 histologia basica

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OBS. O tecido conjuntivo mesenquimal é mais rico em água do que o gelatinoso.

3. TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO ou FIBRILAR

É encontrado formando e revestindo órgãos, ligando tecidos, e ocorre por todo o

organismo. Mantém as mesmas características gerais e constituição.

Como característica especifica apresenta grande quantidade de fibras na substância

intercelular (Figura 1).

CONSTITUIÇÃO:

- Células

- Substância intercelular (amorfa ou fibrilar)

- Liquido intercelular ou tissular

1. CÉLULAS

Fibroblasto - síntese de substâncias

fibrócito - célula adulta

Macrófago: fixo e móvel - defesa por fagocitose

Plasmócito: defesa especifica

Mastócito: Interpõe-se nos processos alérgicos

Adipócito: Armazena substâncias energéticas

Encontram-se ainda leucócitos, que saem dos capilares para desempenhar suas funções.

Os mais comuns são os linfócitos, mas também podem aparecer eosinófilos e neutrófilos.

DESCRIÇÃO DAS CÉLULAS

1.FIBROBLASTOS: Tem como função realizar a síntese de substância intercelular e

síntese de colágeno. Apresentam citoplasma abundante com muitos prolongamentos

citoplasmáticos, e seu núcleo é grande e ovóide. São as células mais comuns deste tecido.

FIBRÓCITO: São menores, poucos prolongamentos e aspecto fusiforme. Apresentam-se

com metabolismo quiescentes.

Embora fibrócitos possam ainda secretar constituintes da matriz em quantidades

diminuídas, o reparo principal do tecido conjuntivo envolve a formação de novos

fibroblastos, muitos dos quais são derivados dos pericitos.

Page 22: Poligrafo 2014 histologia basica

22

2. MACRÓFAGO: Tem como função defesa através da fagocitose de corpos estranhos.

Podem unir-se para fagocitar partículas grandes, sendo desta forma chamada de célula

macrofagocitária de corpo estranho ou gigante, constituem-se de células muito grandes com

100 núcleos ou mais.

Sua forma é irregular quando em ação, e arredondadas em repouso. Seu núcleo é

arredondado e central. Movimenta-se e fagocita por meio de Pseudópodos curtos e largos

(por isso sua forma é irregular quando em ação).

Fagocitam restos de células, material intercelular alterado, bactérias e partículas inertes

que penetram no organismo.

Os macrófagos se originam dos monócitos - células sanguíneas que

atravessam os capilares, penetrando no tecido conjuntivo (por diapedese), onde se

transformam em macrófagos. Portanto o monócito e o macrófago são as mesmas células,

em diferentes estágios de maturação. Os macrófagos do tecido podem proliferar localmente

produzindo novas células. O monócito se origina da medula óssea.

Os macrófagos estão presentes na maioria dos órgãos e constituem o sistema

fagocitário mononuclear. Apresentam nomes diferentes dependendo do local em que se

encontram. São células importantes no sistema imunológico (JUNQUEIRA &

CARNEIRO, 2004).

Nome da Célula Localização

Monócito Sangue

Macrófago Tecido conjuntivo, órgãos linfóides, pulmão e medula óssea

Célula de Kupffer Fígado

Micróglia Sistema Nervoso

Células de Langerhans Pele

Célula Dendrítica Linfonodo

Osteoclasto Osso

3. PLASMÓCITOS: São células ovóides, citoplasma muito basófilo, e núcleo esférico e

excêntrico. Estas células foram originalmente classificadas como células do tecido

conjuntivo porque eles estão comumente presentes no tecido conjuntivo frouxo associado a

certos epitélios úmidos. Entretanto, uma vez que eles se originam de linfócitos B de órgãos

linfóides secundários e de tecido conjuntivo das mucosas, eles são mais apropriadamente

considerados como um componente do tecido linfóide. Por isso, os plasmócitos são

freqüentemente descritos como pertencentes tanto ao tecido conjuntivo frouxo como ao

tecido linfóide, (COMARCK, 2001).

São poucos numerosos no conjuntivo normal, exceto nos locais sujeitos a

penetração de bactérias e proteínas estranhas ao organismo, como por exemplo, mucosa

intestinal e traqueal. Apresentam-se numerosos nas áreas onde existem inflamações

crônicas (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004).

Os anticorpos (Ac) circulantes, encontrados no sangue, são sintetizados pelos

plasmócitos. Os Ac são proteínas específicas, fabricadas pelo organismo em resposta à

penetração de moléculas estranhas, que recebe o nome de antígeno (Ag).

Page 23: Poligrafo 2014 histologia basica

23

Todos os Ac formados são específicos para o Ag que provocou sua formação, e se

combina com o mesmo. Pode também ocorrer reação cruzada, entre um Ac e um Ag muito

semelhante ao que desencadeou sua formação.

Segundo COMARCK (2001), os plasmócitos são importantes células efetoras da

resposta imune: desenvolver imunidade significa ficar a salvo ou isento de reinfecção. O

tipo mais comum de imunidade desenvolve-se quando células imunologicamente

responsivas respondem a macromoléculas estranhas e produzem respostas imunes

específicas direcionadas contra elas. Uma macromolécula capaz de estimular respostas

imunes específicas é denominada antígeno. A proteína de secreção, produzida por um

plasmócito, que interage especificamente com um antígeno é denominada anticorpo. Os

anticorpos, conhecidos mais precisamente de imunoglobulinas, são transportados no plasma

sanguíneo e constituem uma classe de gama-globulinas.

4. MASTÓCITOS: Apresenta-se como uma célula globosa, grande, sem prolongamentos

citoplasmáticos, seu citoplasma apresenta-se carregados de grânulos basófilos. Seu núcleo é

esférico e central. Os mastócitos colaboram com as reações imunes e tem um papel

importante na inflamação, reações alérgicas e na expulsão de parasitos.

Ocorrência: são numerosos em alguns conjuntivos como, por exemplo, a pele, membranas

mucosas, pulmão, útero e trato gastrintestinal.

Apresenta pelo menos duas populações, uma delas é denominada como mastócito do

tecido conjuntivo: encontrado na pele e cavidade peritoneal (há heparina em seus

grânulos); a segunda população é denominada de mastócito da mucosa e está presente na

mucosa intestinal e pulmões (seus grânulos apresentam condroitim sulfatado em vez de

heparina).

São ausentes no tecido conjuntivo que envolve os pequenos vasos sanguíneos

situados no interior do cérebro e medula espinhal. Sendo estes protegidos contra os efeitos

potencialmente destruidores do edema característico das reações alérgicas.

Os grânulos dos mastócitos contêm mediadores químicos como a histamina e

glicosaminoglicanas (heparina ou condroitim sulfatada), proteases neutras, fator

quimiotático para eosinófilos, leucotrienos ou SRL-A (substância de reação lenta da

anafilaxia). A histamina promove um aumento da permeabilidade vascular, importante na

inflamação.

A liberação dos mediadores químicos armazenados nos mastócitos provoca reações

alérgicas denominadas “reações de sensibilidade imediata”, porque tem lugar poucos

minutos após a penetração do Ag em indivíduos sensibilizados previamente ao mesmo.

Exemplo: Choque anafilático

Observações importantes:

A superfície dos mastócitos apresentam receptores específicos para IgE (anticorpo),

produzido pelos plasmócitos.

O PROCESSO DE EXTRUSÃO DOS GRÂNULOS NÃO DANIFICA A CÉLULA

QUE CONTINUA VIVA E SINTETIZA NOVOS GRÂNULOS.

Page 24: Poligrafo 2014 histologia basica

24

6.CÉLULAS ADIPOSAS: São células arredondadas quando isoladas ou achatadas quando

em grupos. Seu núcleo e o citoplasma estão intensamente comprimidos na periferia da

célula, sendo que o espaço restante está preenchido por vacúolos contendo gorduras no seu

interior.

Tem como função armazenar gorduras que servirão como reserva alternativa de

energia.

2. SUBSTÂNCIA INTERCELULAR

CONSTITUIÇÃO - FIBRAS - colágenas, elásticas e reticulares

- SUBSTÂNCIA FUNDAMENTAL AMORFA

FIBRAS

. Fibras Colágenas: Branca “ïn vivo”

As fibras estão reunidas em Feixes de Fibras estas são formadas por feixes de

fibrilas, e estas por sua vez são constituídas por um conjunto de Miofibrilas.

PROPRIEDADES:

. Transformam-se em gelatina quando fervidas.

. É muito resistente à pressão e tração devido ao arranjo de sua disposição paralela.

. Não são ramificadas, sendo muito longas e dispostas freqüentemente em feixes.

. É a fibra mais comum do organismo.

.O colágeno é sintetizado por diversos tipos celulares: fibroblastos, osteoblastos,

odontoblastos, condrócitos e célula muscular lisa.

São conhecidos pelo menos 15 tipos diferentes de fibras de colágeno, que variam nas

sequências de aminoácidos de suas cadeias. O colágeno é a proteína mais abundante no

corpo humano (30% do total de proteínas). A síntese de colágeno é feita pelos fibroblastos.

Os tipos principais de colágeno são:

- Tipo I: tecido conjuntivo propriamente dito, osso, dentina e cemento;

- Tipo II: cartilagens hialina e elástica;

- Tipo III: fibras reticulares;

- Tipo IV: lâmina densa da lâmina basal;

- Tipo V: associado ao colágeno tipo I e na placenta;

- Tipo IV: liga a lâmina basal à lâmina reticular

. Fibras Elásticas: Amarelo “in vivo”

- São menos espessas que as colágenas e são ramificadas.

- Ocorrem no tecido conjuntivo fibrilar (ex.: Art. de grande calibre)

Page 25: Poligrafo 2014 histologia basica

25

PROPRIEDADES:

. Cedem à tração e pressão, mas cessadas as forças, retornam ao estágio normal.

. Resistem à cocção (não se alteram a fervura).

. As fibras elásticas são sintetizadas por fibroblastos, condrócitos e células musculares lisas.

. Fibras Reticulares: São fibras muito delicadas e também as mais delgadas.

PROPRIEDADES:

. Disposição em forma de rede.

. Não são coráveis

. Não são vistos ao M.O., somente quando impregnadas em Nitrato de Prata;

Formam o arcabouço de sustentação das células dos órgãos hemocitopoiéticos

(baço, linfonodos, medula óssea) das células musculares lisas, dos nervos, dos

adipócitos e das células de muitos órgãos epiteliais (fígado, rins e as glândulas

endócrinas).

SUBSTÂNCIA FUNDAMENTAL AMORFA (intercelular)

. É uma substância incolor,

. Homogênea

. Preenche os espaços entre as células e as fibras do conjuntivo

. É de consistência viscosa;

. Representa uma barreira à penetração de partículas estranhas no interior do tecido.

A SFA é uma mistura complexa de moléculas aniônicas (glicosaminoglicanas e

proteoglicanas) e glicoproteínas multiadesivas.

SULFATADOS: Os elementos que mais aparecem são os condroitim sulfatos, responsáveis

pela consistência nos tecidos cartilaginosos e ósseos.

NÃO SULFATADOS: Os elementos que mais aparecem são os ácidos hialurônicos que

garantem a viscosidade do tecido e ainda impedem a entrada de bactérias nestes.

Encontrado no tecido conjuntivo propriamente dito.

Obs. O ácido hialurônico é despolimerizado pela hialuronidase. Algumas bactérias

produzem essa enzima, e por este motivo, conseguem penetrar no organismo, atravessando

o tecido conjuntivo.

3. LÍQUIDO INTERSTICIAL ou FLUIDO TISSULAR

- É o liquido que ocorre entre os tecidos

- Tem como função transportar elementos no interstício.

H2O DE SOLVATAÇÃO: É o líquido tissular, não livre, não circulante, mas por onde

circulam as substâncias. São moléculas de água fixa.

A baixa quantidade de líquidos é devido as forças: Hidrostática e Osmótica

P.Hidrostática: Retira líquidos do interior dos capilares

P.Osmótica: Atrai líquidos para o interior dos capilares

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SUBSTÂNCIA FUNDAMENTAL AMORFA E LÍQUIDA TISSULAR

A quase totalidade de água presente na S.F.A. do tecido conjuntivo acha-se na

camada de solvatação. Mesmo assim, essa água serve de veículo para a passagem por

difusão, de inúmeras substâncias hidrostáticas os quais se difundem pelo conjuntivo sem

que haja movimentos de líquidos.

Exemplo: Não se pode aspirar líquido do conjuntivo com uma seringa hipodérmica

Em condições normais, a quantidade de líquido intersticial é insignificante.

EQUILIBRIO OSMÓTICO E HIDROSTÁTICO

A água presente na substância intercelular do conjuntivo origina-se do sangue,

passando através da parede dos capilares para os espaços intercelulares dos tecidos. A

parede dos capilares é impermeável as macromoléculas, porém deixa passar água, íons e

moléculas pequenas, inclusive algumas proteínas de peso molecular baixo.

Segundo Junqueira e Carneiro (2004) o sangue traz para o conjuntivo os diversos

nutrientes de que as células necessitam e leva para os órgãos de desintoxicação e

eliminação (fígado, rim, intestino) os produtos de refugo do metabolismo, compreende-se a

importância da passagem de água dos capilares para o conjuntivo e vice-versa.

Há duas forças que atuam sobre a água contida nos capilares. Uma é a pressão

hidrostática do sangue (pressão arterial), conseqüência principalmente da contração

cardíaca e que tende a forçar a passagem da água para fora dos capilares. A outra força, que

tem sentido contrário, é a pressão osmótica do plasma sangüíneo, que atrai água para dentro

dos capilares. Essa pressão osmótica deve-se principalmente às proteínas do plasma, pois os

íons e pequenas moléculas, que passam facilmente pela parede capilar, estão presentes fora

dos vasos e dentro dele, em concentração muito semelhante. A pressão osmótica exercida

pelos íos e moléculas pequenas é aproximadamente igual dentro dos capilares e fora,

anulando-se mutuamente. Como as macromoléculas protéicas não passam para os espaços

intercelulares do conjuntivo, a pressão osmótica (coloidosmótica) que eles exercem no

interior dos capilares não é contrabalançada por pressão semelhante existente fora do

capilar.

Em condições normais, ocorre uma passagem de água para fora dos capilares na

porção arterial deles, isto é, na extremidade do capilar ligado a uma arteríola. Essa saída de

água decorre do fato de que aí a pressão hidrostática vence a pressão coloidosmóica. Mas a

pressão hidrostática decresce ao longo do capilar, sendo mínima na sua extremidade

venosa, isto é, na extremidade do capilar ligado a uma vênula. Enquanto a pressão

hidrostática do sangue cai, a pressão coloidosmótica aumenta, em conseqüência da saída de

água, que acarreta uma concentração progressiva das proteínas. O aumento da concentração

das proteínas e a queda da pressão hidrostática fazem com que, na parte venosa do capilar,

a pressão osmótica prevaleça sobre a p. hidrostática, atraindo água para o interior do

capilar.

Page 27: Poligrafo 2014 histologia basica

27

Fonte: Junqueira e Carneiro, 2004

Pressão hidrostática

Ação bombeadora do coração

Pressão Osmótica

Proteínas Plasmáticas

Permite a saída

Uma parte da água é drenada

pelos capilares linfáticos

Esse movimento dos fluidos

permite a nutrição dos

componentes teciduais.

Atrai água de volta

aos capilares

Ao retornar aos

capilares, carrega os

restos do metabolismo

tecidual.

EDEMA

Em condições patológicas diversas, a quantidade de líquido intersticial pode

aumentar muito, formando o edema, que se caracteriza nos cortes histológicos por uma

separação maior entre os elementos figurados do conjuntivo, provocada pelo acúmulo de

líquido. Macroscopicamente, o edema apresenta-se como um aumento de volume que cede

facilmente a pressão localizada, a qual dá origem a uma depressão que desaparece

lentamente.

O edema pode ser provocado por obstrução dos vasos linfáticos, como ocorre em

certas infestações parasitárias (Filariose) e em certos casos de câncer, e tanbém por

obstrução venosa pelas veias, como ocorre na insuficiência cardíaca. Outra causa é a

desnutrição, mais especificamente a deficiência protéica. A falta de proteínas na

alimentação acarreta uma deficiência de proteínas plasmáticas, com a conseqüente queda na

pressão coloidosmótica e conseqüente acúmulo de água no tecido conjuntivo.

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CLASSIFICAÇÃO DO TECIDO CONJUNTIVO FIBRILAR

Classifica-se com os seguintes critérios:

- Quanto ao tipo de fibras

- Distribuição e concentração das fibras

- Orientação das fibras

1. Quanto ao tipo de fibras

1.1 Tec. conjuntivo fibrilar elástico: predomínio de fibras elásticas. Ex. artérias de grande

calibre.

1.2 Tec. conjuntivo fibrilar colagenoso: Predomínio de fibras colágenas. Ex. Derme e

tendões.

1.3 Tec. conjuntivo fibrilar reticular: Predomínio de fibras reticulares. Ex. órgãos

linfóides.

2. Quanto a distribuição das fibras:

2.1 Tec. cojuntivo fibrilar frouxo ou areolar: Possui todos os elementos do tecido

conjuntivo. Suas fibras são encontradas esparsas. Ocorre ligando os órgãos, envolvendo os

vasos sangüíneos, e é o tecido que mais ocorre no organismo. Apresenta como função

preenchimento dos espaços e ligação.

2.2 Tec. conjuntivo fibrilar denso ou fibroso: Há predomínio de fibras colagenosos,

seguido de elásticas e reticulares. Ocorre na derme, gânglios linfáticos e tendões.

3. Quanto a orientação das fibras:

3.1 Tec. conjuntivo fibrilar (fibroso) denso irregular ou não modelado ou

irregularmente constituído: As fibras estão dispostas sem nenhum arranjo definido. Ex.

derme.

3.2 Tec. conjuntivo fibrilar denso regular ou modelado ou regularmente constituído:

As fibras estão dispostas regularmente, normalmente em paralelo, entre as quais ocorrem

fibroblastos, fibrócitos e macrófagos. Ex. tendões e ligamentos.

Referências Bibliográficas: COMARCK, D. H. Fundamentos de Histologia. 2ºed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001, 371p.

JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10ª ed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2004.

495 p.

KESSEL, R.G. Histologia Médica Básica. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001, 511 p.

Page 29: Poligrafo 2014 histologia basica

29

UNIDADE IV - TECIDO CARTILAGINOSO

Característica: principal é a de possuir sua substância intercelular consistente.

1- Células: condroblastos e condrócitos

2- Substância Intercelular ou matriz cartilaginosa:

Fibras: Colágenas e elásticas

Amorfa: predomina a condroitim sulfato, responsável pela consistência da cartilagem.

3- Líquido Tissular: ocorre em mínima quantidade.

Ocorrência e Distribuição: Orelha, nariz, anéis da traquéia, epífises ósseas, esqueleto do

embrião.

Funções: Sustentação e flexibilidade

Sendo que de acordo com a região, podem ser mais rígidas.

Descrição dos componentes

Células

- Condroblastos: célula jovem, ativa, com grande quantidade de energia e grande

potencial.

Função: produzir substância intercelular formando a matriz da cartilagem

Característica: Forma ovalada , núcleo ovalado, citoplasma rico em complexo de golgi e

R.E. Granular, localizada na periferia da cartilagem.

- Condrócitos: Secretam colágeno (tipo II) e condronectina.

Função: Dividir-se e formar novos condroblastos, quando houver necessidade (caso

contrário permanece inativo).

Características: Forma arredondada, núcleo arredondado, citoplasma rico em gotículas de

lipídios e glicogênio, localiza-se no centro da cartilagem, podendo aparecer isolados ou em

grupos. Quando reunidos formam grupos isógenos porque se originam de um único

condroblasto.

CLASSIFICAÇÃO DO TECIDO CARTILAGINOSO

1. Quanto a orientação das fibras

a) Cartilagem hialina

b) Cartilagem elástica

c) Cartilagem fibrosa

a)Cartilagem Hialina

Apresenta como característica suas fibras dispersas na substância fundamental

amorfa, sendo que fibras e substância apresentam o mesmo índice de refração.

Ocorrem na traquéia, esqueleto do embrião, laringe, epífises dos ossos longos e

partes do nariz.

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- Suas fibras colágenas são distribuídas irregularmente, mas mesmo assim, garantem a

função de sustentação.

- O tecido que envolve a grande maioria dos tecidos cartilaginosos hialinos é o pericôndrio.

b) Cartilagem Elástica

Apresentam como característica além das fibras colágenas uma rica rede de fibras

elásticas dispersas na substância fundamental amorfa.

- Suas fibras elásticas são mais espessas que as fibras colágenas

- Apresenta Pericôndrio

Pode ser encontrada: Orelha, nariz, epiglote, tuba de Eustáquio, pavilhão auditivo.

c) Cartilagem Fibrosa

Sua principal característica é ser formada por fibras colágenas orientadas em feixes

paralelos, que lhe conferem maior resistência. Não apresenta Pericôndrio

-É encontrada: nos discos intervertebrais e algumas inserções articulares (Escápula-

Umeral).

Pericôndrio Todas as peças cartilaginosas Hialinas e Elásticas são envolvidas por uma camada

de tecido conjuntivo denso, (na sua maior parte).

É formado por um tecido conjuntivo rico em fibras colágenas na parte mais

superficial, porem gradativamente mais rico em células à medida que se aproxima da

cartilagem. Morfologicamente, as células do pericôndrio são semelhantes aos fibroblastos.

Matriz É formada em 40% por fibrilas de colágeno embebidas em substância fundamental

amorfa. Nos preparos comuns, o colágeno não se destaca da subs. Fundamental amorfa por

dois motivos.

- Porque está principalmente sob a forma de fibrilas, a maioria das quais de

dimensões submicroscópicas.

- Porque as fibrilas têm o índice de refração muito semelhante ao da substância

fundamental amorfa que as envolve.

A parte amorfa da matriz é constituída principalmente por glicosaminoglicanas

combinadas com proteínas, formando proteoglicanas.

OBS. as proteoglicanas ligam-se quimicamente ao colágeno e está associação é responsável

pela resistência da cartilagem as pressões.

Condriogênese (Histogênese)

A cartilagem se origina do mesênquima. Os passos p/ sua formação são:

1) Transformação das células mesenquimais em condroblastos

2) Formação da matriz cartilaginosa

3) Centralização dos condroblastos na matriz cartilaginosa que passam a denominar-se

condrócitos

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4) Novos condroblastos surgem na periferia

5) As células mesenquimais da periferia forma o pericôndrio

Crescimento Ocorre de duas maneiras:

- Aposicional: de fora para dentro (Pericôndrio)

- Intersticial: de dentro para fora (Condrócito)

Aposicional: A estrutura responsável é o pericôndrio.

O crescimento ocorre da seguinte forma:

- As células mesenquimais (condriogênicas) dão origem ao condroblasto que produz

substância intercelular e se transforma em condrócito. O processo repete a histogênese da

cartilagem, determinando que a mesma cresça de fora para dentro.

Intersticial: A estrutura responsável é o condrócito (por divisão mitótica dos condrócitos

pré-existentes). Estes condrócitos dividem-se por mitose, renovam-se, transformando

em condroblastos que iniciam a síntese da matriz cartilaginosa e convertem-se novamente

em condrócitos. Desta forma ocorre o crescimento de células de dentro para fora.

O crescimento intersticial é menos importante e quase só ocorre nas primeiras fases

de vida da cartilagem.

A medida que a cartilagem se torna cada vez mais rígida e espessa, o crescimento

intersticial deixa de ser viável e a cartilagem passa a crescer somente por aposição.

Nutrição - Não há nenhum vaso sangüíneo ou linfático na matriz, portanto é avascularizado.

- Sua nutrição é feita através do pericôndrio.

- Os vasos que estão no pericôndrio trazem nutrientes que através da difusão pela matriz

nutrem as células.

- A via de transporte dos nutrientes é a água de solvatação dos componentes da matriz, pois

nas cartilagens praticamente não existe água em estado livre.

Regeneração Regeneração fibrosa: Ocorre pela ação do pericôndrio

Os fibroblastos se dividem e invadem a lesão, passando a sintetizar substância fibrilar.

Logo a seguir ocorre uma restauração fibrosa no local lesado da cartilagem. Mais raramente

pode ocorrer restauração do tipo celular (da própria cartilagem), sendo na maioria dos casos

do tipo fibrilar.

Referências Bibliográficas: COMARCK, D. H. Fundamentos de Histologia. 2ºed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001, 371p.

JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10ª ed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2004.

495 p.

KESSEL, R.G. Histologia Médica Básica. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001, 511 p.

Page 32: Poligrafo 2014 histologia basica

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UNIDADE V - TECIDO ÓSSEO

1. Conceito: É uma forma de tecido conjuntivo constituída por células e substância

intercelular que contém cerca de 70% de compostos inorgânicos.

2. Funções: * Proteção de órgãos internos (ex.: craniana e torácica).

* Depósito de sais de Ca e P e outros elementos.

* Sustentação (rigidez).

* Molduração corporal.

* Alavancas para inserção muscular.

* Produção de elementos sangüíneos.

3. Propriedades:

* Altamente resistente a tração, pressão, compressão e extensão.

* Apresenta um alto grau de mineralização.

* Está em constante remodelação.

4. Constituintes do Tecido Ósseo

* Células - Osteoprogenitoras, Osteoblastos, Osteócitos e Osteoclastos

* Substância Intercelular - Fibrosa (colágeno)

Amorfa com sais inorgânicos e orgânicos

* Líquido Tissular - Ausente ou reduzido na substância osteóide, e matriz Óssea, mas

abundante no osso adulto, sendo representado por plasma, linfa

e outros elementos.

DESCRIÇÃO DOS COMPONENTES

CÉLULA OSTEOPROGENITORA:

- São pequenas células fusiformes que residem em todas as superfícies ósseas não

reabsortivas. Elas constituem a camada profunda do periósteo que reveste cada osso e

também o endósteo que reveste a cavidade medular, canais haversianos.

- Estas células do periósteo ou do endósteo que são estimuladas a proliferar dão

origem a osteoblastos, em regiões que são bem vascularizadas, e a condroblastos em

regiões que não são vascularizadas.

- Estas células participam na reparação das fraturas.

OSTEOBLASTOS:

- Dão origem ao tecido ósseo;

- No osso adulto são encontradas em áreas de destruição ou regeneração;

- Forma cúbica ou angular;

- Apresentam Fosfatase Alcalina que participa da impregnação da matriz orgânica

do osso com fosfatos.

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OSTEÓCITOS:

- Encontrados em maior número;

- Forma estrelada;

- Núcleo compacto;

Obs.: São as células encontradas no interior da matriz óssea, ocupando lacunas dos

quais partem os canalículos.

OSTEOCLASTOS:

- Células móveis, gigantes, multinucleadas (6 a 50 ou + núcleos);

- São células capazes de destruir a cartilagem e o osso;

- Os osteoclastos derivam dos monócitos do sangue. Após atravessar a parede dos

capilares do osso, os monócitos fundem-se para formar os osteoclastos.

SUBSTÂNCIA INTERCELUL.AR OU MATRIZ

Parte inorgânica - representa cerca de 50% do peso da matriz óssea. Os íons mais

encontrados são os de fosfato e cálcio. Há também bicarbonato, magnésio, potássio, sódio e

citrato.

* O Ca e P formam Cristais de Hidroxiapatita (Ca10 (PO4)6(OH)2) , onde se arranjam

ao longo das fibrilas do colágeno, e são envolvidos por substância fundamental amorfa.

Parte orgânica - formada por fibras de colágeno e por pequena quantidade de

substância fundamental que contém proteoglicanas e glicoproteínas.

* A associação de hidroxiapatita com fibras colágenas é responsável pela

dureza e resistência característica do tecido ósseo.

Removendo o Ca do osso - mantém a forma intacta, porém tornam-se flexíveis

como tendões.

Removendo o Colágeno (parte orgânica) - através da incineração - o osso também

fica com sua forma intacta, porém tão quebradiço que dificilmente pode ser manipulado

sem se partir.

PERIÓSTEO E ENDÓSTEO

São as membranas conjuntivas que revestem o osso externamente e internamente.

Periósteo - É formado por tecido conjuntivo denso, muito fibroso em sua parte externa, e

mais celular e vascular na porção interna, junto ao tecido ósseo.

Endósteo - Formado por uma delgada lâmina de tecido conjuntivo frouxo, revestindo as

cavidades dos ossos esponjosos, canal medular, canais de havers, e canais de

volkmann.

Page 34: Poligrafo 2014 histologia basica

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No tecido conjuntivo do endósteo e principalmente do periósteo, existem vasos

sangüíneos, que se ramificam e penetram nos ossos, através de canais encontrados na

matriz óssea.

Principais funções:

Nutrir o tecido ósseo, pois dos seus vasos partem ramos que penetram nos ossos

pelos canais de Volkmann.

Servem de fonte de osteoblastos para o crescimento dos ossos.

CLASSIFICAÇÃO DO TECIDO ÓSSEO

* Tecido ósseo rudifibroso ou imaturo ou primário;

* Tecido ósseo laminoso ou maturo ou secundário (lamelar).

Os dois tipos possuem as mesmas células e os mesmos constituintes da matriz,

porém, no tecido ósseo primário as fibras colágenas formam conjuntos dispostos

irregularmente; e no tecido ósseo secundário essas fibras se organizam em lamelas, que

adquirem uma disposição muito peculiar.

TECIDO ÓSSEO RUDIFIBROSO OU IMATURO OU PRIMÁRIO

São encontrados nos embriões, pontos de inserção dos tendões nos ossos, e alvéolo

dentário.

Apresenta fibras colágenas sem organização definida, tem menor quantidade de

minerais e maior percentual de osteócitos.

É o primeiro tecido ósseo a ser formado, sendo substituído gradativamente por

tecido ósseo secundário. No adulto é pouco freqüente.

TECIDO ÓSSEO LAMINOSO OU SECUNDÁRIO OU MADURO

É o mais desenvolvido no adulto.

Como característica apresenta fibras colágenas organizadas em lamelas, que ficam

paralelas umas às outras, ou se dispõem em camadas concêntricas em torno de canais com

vasos, formando o sistema de Harvers.

As lacunas com osteócitos estão em geral situadas entre as lamelas ósseas, em cada

lamela, as fibras colágenas são paralelas umas as outras.

Separando um grupo de lamelas, ocorre freqüentemente um acúmulo de

proteoglicanas (proteínas + glicosaminoglicanas), que recebe o nome de substância

cimentante.

Cada sistema de Harvers ou Ósteon é constituído por um cilindro longo, às vezes

bifurcado, paralelo à diáfise e formado por 4 a 20 lamelas ósseas concêntricas.

No centro deste cilindro ósseo existe um canal, o canal de Harvers, que contém

vasos, nervos e tecido Conjuntivo Frouxo. Os canais de Harvers comunicam-se entre si,

com a cavidade medular e com a superfície externa do osso, por meio de canais transversais

Page 35: Poligrafo 2014 histologia basica

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ou oblíquos, os canais de Volkmann. Estes se distinguem dos de Harvers por não

apresentarem lamelas ósseas concêntricas.

HISTOGÊNESE

O tecido ósseo é formado por um processo chamado de ossificação

intramenbranosa que ocorre no seio de uma membrana conjuntiva, ou pelo processo de

ossificação endocondral que se inicia sobre um modelo cartilaginoso, o qual é destruído

gradualmente e substituído por tecido ósseo que se forma à partir de células vindas do

conjuntivo adjacente.

Tanto na ossificação Intramembranosa como na endocondral, o primeiro tecido

ósseo formado é do tipo primário. Este é pouco à pouco removido e substituído por tecido

secundário ou lamelar.

HISTOFISIOLOGIA

Sustentação e proteção

O tecido ósseo forma o esqueleto que serve de apoio às partes moles do organismo e

no qual se inserem os músculos voluntários (esqueléticos). Os ossos longos constituem

sistemas de alavancas que aumentam a força gerada pela contração muscular. Por sua

resistência, os ossos representam uma proteção para o sistema nervoso central, contido na

caixa craniana e no canal vertebral. Protegem também a medula óssea.

Plasticidade

Apesar da sua resistência às pressões e da sua dureza, o tecido ósseo é muito

plástico, sendo capaz de remodelar sua estrutura interna em resposta a modificações nas

forças e que está submetido normalmente. Assim é que a posição dos dentes na arcada

dentária pode ser modificada por pressões laterais exercidas por aparelhos ortodônticos

sobre os mesmos. Ocorre reabsorção óssea no lado em que a pressão atua e deposição no

lado oposto, que está sujeito a uma tração. Desse modo, o dente praticamente caminha na

espessura do maxilar. Essa capacidade de reconstrução não é exclusiva do osso alveolar,

sendo este apenas um exemplo da plasticidade do tecido ósseo, o que contrasta com a

aparência inerente de um osso seco.

Reserva de cálcio

O esqueleto contém 99% do cálcio do organismo e funciona como uma reserva

deste elemento, cuja taxa no sangue (calcemia) e nos tecidos varia muito pouco. O ìon

cálcio é importante na contração muscular, transmissão do impulso nervoso, coagulação

sanguínea, adesão celular...

Há um intercâmbio contínuo entre o cálcio do plasma sangüíneo e o dos ossos. O

cálcio absorvido da dieta e que faria aumentar a taxa sanguínea é depositado imediatamente

no tecido ósseo e, inversamente, o cálcio dos ossos é mobilizado quando diminui sua

percentagem no sangue.

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36

VASCULARIZAÇÃO

Os vasos sangüíneos formam no periósteo uma rede + ou - espessa. Deste ponto tem

início pequenos ramos arteriais finos que penetram na medula óssea através de perfurações

de nutrição e participam da rede capilar que a irriga.

Os vasos linfáticos se situam principalmente na capa externa do periósteo.

INERVAÇÃO

É feito por fibras nervosas mielínicas e amnielínicas que formam uma plexo frouxo.

Uma parte destas fibras acompanha os vasos sangüíneos e penetram com os mesmos nos

canais de nutrição. Outra parte das fibras termina no periósteo como ramificações livres.

REPARAÇÃO DAS FRATURAS

Nas fraturas ocorre hemorragia local, pela lesão dos vasos sangüíneos do osso e do

periósteo. Nota-se também destruição da matriz e morte de células ósseas junto ao local

fraturado.

Para iniciar a reparação, o coágulo sangüíneo e os restos celulares e de matriz

devem ser removidos pelos macrófagos.

O periósteo e o endósteo próximos à área fraturada respondem com uma intensa

proliferação de seus fibroblastos, que formam um tecido muito rico em células,

constituindo um colar em torno da fratura e penetrando entre as extremidades ósseas

rompidas.

Nesse anel ou colar conjuntivo, bem como no conjuntivo que se localiza entre as

extremidades ósseas fraturadas, surge tecido ósseo imaturo, tanto pela ossificação

endocondral de pequenos pedaços de cartilagem que aí se forma, quanto por ossificação

intramembranosa.

Podem ser encontrados no local de reparação ao mesmo tempo:

Áreas de cartilagem;

Áreas de ossificação intramembranosa e

Áreas de ossificação endocondral.

Esse processo evolui de modo a aparecer, após algum tempo, um calo ósseo,

constituído por tecido ósseo imaturo que se formou de modo desordenado, mas que une

provisoriamente as extremidades do osso fraturado.

Com a volta gradual do osso às suas atividades, irá ocorrer a remodelação do calo

ósseo; sendo esta remodelação essencial para que o osso retorne a sua estrutura anterior, ou

seja, antes de ocorrer a fratura.

Pouco a pouco o tecido ósseo primário do calo vai sendo reabsorvido e substituído

por tecido ósseo lamelar, até que a estrutura que o osso apresentava antes da fratura seja

totalmente refeita.

Referências Bibliográficas: COMARCK, D. H. Fundamentos de Histologia. 2ºed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001, 371p.

JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10ª ed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2004.

495 p.

KESSEL, R.G. Histologia Médica Básica. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001, 511 p.

Page 37: Poligrafo 2014 histologia basica

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UNIDADE VI - TECIDO HEMOCITOPOIÉTICO

SANGUE

1. Definição: O sangue é um tecido conjuntivo fluido, no qual as células, ou elementos

figurados estão suspensos em uma matriz líquida chamada plasma.

2. Funções:

A) Transporte de oxigênio e dióxido de carbono, pela afinidade pela Hemoglobina.

B) Transporte de hormônios

C) Remoção de restos metabólicos

D) Manutenção do equilíbrio ácido básico

E) Controle da temperatura corporal

F) Defesa contra infecções

garantem a homeostasia do meio interno.

3. Composição:

Constituído de:

. Plasma - substância intercelular líquida - que contém proteínas( albumina, fibrinogênio e

gamaglobulinas)

. Células - Eritrócitos ou glóbulos vermelhos ou hemácias

- Leucócitos ou glóbulos brancos

- Trombócitos ou plaquetas

4. Cor: Decorre da presença do pigmento hemoglobina do citoplasma dos eritrócitos. O

sangue é um líquido viscoso e opaco de cor escarlate quando oxigenado e vermelho

escuro quando desoxigenado.

5. Descrição das células:

5.1. Eritrócitos Forma Discos bicôncavos, anucleados e arredondados nos mamíferos,

. Discos biconvexos, nucleados e elípticos nas aves, répteis e anfíbios.

Tamanho Variam em torno de 4 a 7 µm de diâmetro e 2 µm em espessura.

O nº total varia com o sexo, idade, atividade fisica...

Estrutura O eritrócito é composto de uma membrana ou estroma e a hemoglobina.

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SobrevidaO tempo de duração dos eritrócitos é em torno de 120 dias, sendo após este

tempo eliminadas da circulação. São destruídas por fagocitose (hemocaterese) no baço

fígado e medula óssea. A membrana é eliminada do organismo, enquanto que a

hemoglobina é reaproveitada pelo organismo. A hemoglobina é desdobrada em ferro e

bilirrubina.

HEMOGLOBINA E O TRANSPORTE DE GASES

Os gases apresentam baixa solubilidade em água, e o plasma é constituído por

aproximadamente 90% de água, portanto essa característica é problema para o oxigênio,

pois o dióxido de carbono é 40 vezes mais solúvel em água se comparado ao oxigênio. Para

tal, o oxigênio necessita de uma molécula de hemoglobina para realizar seu transporte pelo

organismo.

A hemoglobina é um pigmento de cor vermelha que tem afinidade pelo oxigênio. É

formada por quatro grupos prostéticos, chamado HEME, associados com a globina (uma

proteína tetramérica). A molécula de globina consiste em dois dímeros, α1 β1 e α2 β2 , cada

qual uma unidade fortemente aderida. Cada hemoglobina é formada por quatro globinas

associada ao grupo HEME, que é um composto nitrogenado não proteico, sendo uma

porfirina que contém um metal – ferro. O oxigênio é transportado pela hemoglobina

ligando-se ao ferro e a globina, sendo o ferro fundamental para esse transporte.

Quando o oxigênio está combinado com a hemoglobina chama-se de

oxihemoglobina (HbO2). Cada hemoglobina pode transportar 4 moléculas de oxigênio,

chamada de hemoglobina saturada. A medida que o oxigênio vai sendo liberado nos

tecidos vai ocorrendo a diminuição da saturação (a hemoglobina pode levar 4,3,2, 1 ou

zero). Quando a hemoglobina estiver sem oxigênio é chamado de desoxihemoglobina.

Hb + 4 O2 Hb (O2)4

Exemplo: Quando dizemos que a saturação de hemoglobina está em 95%, significa que

95% das hemoglobinas estão transportando 4 moléculas de O2, e os restante – 5% não

necessariamente serão desoxihemoglobina, pois podem estar transportando 1, 2 ou 3 O2.

O sangue arterial apresenta alta saturação de hemoglobina, já o sangue venoso é

mais baixo, mas mesmo no sangue venoso há hemoglobina transportando oxigênio. Um

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exemplo disto é quando trancamos a respiração, e o sangue segue circulando e liberando

oxigênio nos tecidos, portanto a hemoglobina também é um depósito de oxigênio.

Quando a oxihemoglobina ganhar 1 hidrogênio, ela libera rapidamente o oxigênio e

se transforma em desoxihemoglobina. Podemos dizer que a desoxihemoglobina se

transforma em oxihemoglobina no pulmão através da hematose, e volta a ser

desoxihemoglobina nos tecidos.

H+ + HbO2 ↔ HHb + O2

A ligação de oxigênio com a Hb tem que ser possível de liberação, e há fatores que

facilitam essa liberação:

- aumento da concentração de dióxido de carbono (CO2) – nos tecidos;

- aumento da temperatura do sangue por atividade metabólica – nos tecidos;

- aumento dos íons de H+

e diminuição do pH;

- aumento nos produtos do metabolismo celular.

OBS: EFEITO BOHR Quando chega o hidrogênio a oxihemoglobina libera o oxigênio.

O dióxido de carbono (CO2) é transportado

– 7% solúvel no plasma;

- 23% como carbamilhemoglobina (HbCO2),

- 70% na forma de bicarbonato (HCO- 3).

Quando a célula usa oxigênio durante a respiração nas mitocôndrias gera CO2 e H2O.

CO2 + H2O ↔ H2CO3 ↔ H+ + HCO

- 3

O hidrogênio quando liberado baixa o pH e ocorre o efeito BOHR.

O dióxido de carbono não ocupa o mesmo espaço do oxigênio, porém o monóxido de

carbono compete pela ligação da hemoglobina, sendo a carboxihemoglobina tóxica para o

organismo, pois ocupa o espaço do oxigênio.

5.2. Leucócitos: quando isolados são incolores, e quando juntos mostram uma coloração

branca. Possuem suas funções somente quando deixam o sistema circulatório e entram

nos tecidos.

São células nucleadas, móveis e realizam suas funções nos tecidos.

O nº circulante é bem menor em relação as hemácias, e ainda variam em situações

patológicas, fisiológicas como o stress, exercícios, alimentação, sexo, idade.

Os leucócitos classificam-se de acordo com a presença ou não de grânulos:

a) Granulócitos

1) Eosinófilos: diâmetro - 9 a 15 µm

.Núcleo bilobulado, rodeado de grânulos acidófilos;

.Função pouco conhecida, porém presume-se que suas funções principais sejam:

. Fagocitar e destruir certos complexos Ag-Ac.

. Limitar e circunscrever processos inflamatórios.

Page 40: Poligrafo 2014 histologia basica

40

2) Basófilos: diâmetro 10 a 12 µm

.Núcleo bilobulado ou forma irregular; podendo apresentar-se com aspecto de letra “S”.

.Citoplasma carregado de grânulos, os quais muitas vezes obscurecem totalmente o

núcleo. Seus grânulos contêm histamina e heparina. A histamina desempenha papel

fundamental nas reações de hipersensibilidade imediata (urticária, anafilaxia e alergia

aguda), a heparina tem um efeito anticoagulante importante no processo inflamatório.

.São raros no sangue.

.Função - talvez participem nos estados alérgicos e no stress.

3) Neutrófilos: diâmetro 10 a 12 µm

Núcleo lobulado ou segmentado - variando de 2 a 5 lóbulos, núcleo pouco volumoso.

.Núcleo não lobulado - formas imaturas - bastão, metamielócitos e mielócitos.

.Grânulos pouco visíveis devido a suas pequenas dimensões.

Possuem três tipos de grânulos (específicos, azurófilos e terciários). Quando os neutrófilos

chegam ao seu sítio de ação, eles eliminam o conteúdo de seus grânulos por exocitose para

realizar suas funções antimicrobianas.

.Função: constitui a primeira linha de defesa celular contra a invasão de

microorganismo, sendo fagócitos ativos de partículas de pequenas dimensões.

Após sua ação para desempenho das funções antimicrobianas, morrem e tornam-se um

componente principal do pus.

b) Agranulócitos:

1) Linfócitos: diâmetro 6 a 8 µm.

.São células esféricas.

.Núcleo esférico, sua cromatina se dispõem em grumos grosseiros de modo que o núcleo

aparece escuro nos preparados usuais.

.Funções: relacionado a respostas à antígenos, sintetizando e liberando anticorpos à

circulação. Os linfócitos funcionalmente são de 2 tipos: os circulantes de longa vida -

linfócito T, e os circulantes de vida curta - linfócitos B.

2) Monócitos: diâmetro 9 a 22 µm

.É o maior de todos os leucócitos;

.Núcleo ovóide, com forma de rim ou de ferradura, geralmente excêntrico, e mais

claro que os demais leucócitos.

.Os monócitos do sangue representam uma fase na maturação da cél. Mononuclear

fagocitária originada na medula óssea. Estas células passam para o sangue, onde circulam

em torno de 3 dias e depois vão para os tecidos convertendo-se em macrófagos onde

fagocitam restos celulares e substâncias estranhas.

5.3 Trombócitos ou plaquetas São corpúsculos ovais ou irregulares, e anucleados, que corresponde a metade de

um eritrócito em diâmetro. Originam-se da fragmentação do citoplasma dos megacariócitos

maduros.

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41

Funções: Hemostasia de aderência, coagulação sanguínea, retração do coágulo.

As plaquetas tampam pequenos defeitos no revestimento endotelial dos vasos

sanguíneos e bloqueiam a hemorragia através da coagulação. Normalmente, o revestimento

dos vasos possui uma superfície lisa; quando ocorre uma falha no endotélio, esta superfície

se modifica. Então, as plaquetas, que fluem no sangue ao longo do lúmem, aderem à

superfície modificada e circundam a falha, de tal forma que o defeito desaparece.

Quando um vaso sangüíneo é cortado, ocorre hemorragia. O sangue flui para o

exterior através da parede aberta do vaso e as plaquetas começam a aderir à área danificada.

O contínuo acúmulo de plaquetas reduz a área afetada e, posteriormente oclui a abertura.

Este processo é auxiliado pela contração da musculatura lisa da parede do vaso, que

contribui ainda mais para o fechamento da abertura. Além disso, o sangue adjacente à área

de agrupamento de plaquetas pode coagular.

6. PLASMA

É de cor âmbar, é o componente fluido do sangue. Constitui cerca de 55% do

volume sangüíneo dos quais:

90% água

7% proteínas (albumina, fibrinogênio e gamaglobulinas);

1% substâncias inorgânicas - K, Cl, Na, HCO3;

1% substâncias orgânicas não protéicas;

. Restante - gases dissolvidos, hormônios e pigmentos.

FUNÇÕES DAS PROTEÍNAS PLASMÁTICAS

1. Exercem pressão sanguínea

2. Auxiliam na coagulação sanguínea

3. Contribuem com a viscosidade do sangue em relação a pressão sanguínea;

4. Servem como tampões, mantendo constante a concentração de íon hidrogênio no

sangue;

5. Auxiliam no transporte de Fe e hormônios;

6. Contribuem no desenvolvimento da imunidade, através das gamaglobulinas.

As proteínas plasmáticas são formadas no fígado pelos hepatócitos a partir de

aminoácidos. Os plasmócitos são responsáveis pela síntese das gamaglobulinas, que são os

anticorpos.

MEDULA ÓSSEA As células do sangue geralmente não se multiplicam na corrente sanguínea e, tendo

duração relativamente curta, são continuamente substituídas por células novas originadas

da medula óssea vermelha, que é constituída por tecido mielóide.

Os eritrócitos, granulócitos, monócitos e plaquetas são produzidos exclusivamente

na medula óssea. Os linfócitos originam-se diretamente da medula óssea, e também em

outros órgãos, mas por divisão mitótica de células derivadas daquelas. As células

Page 42: Poligrafo 2014 histologia basica

42

precursoras saem da medula óssea e levadas pelo sangue vão fixar-se nos órgão formados

por tecido linfóide (gânglios, tonsilas, baço, timo, nódulos linfóides), onde proliferam e

produzem linfócitos para o sangue.

A medula óssea é encontrada no canal medular dos ossos longos e cavidades dos

ossos esponjosos. A m. óssea consiste de uma rede tridimensional de fibras reticulares que

sustentam células reticulares; as artérias nutridoras que suprem a medula ramificam-se em

arteríolas e capilares que, por sua vez, se abrem nos sinusóides. O revestimento endotelial

dos sinusóides permite que um grande número de células sanguíneas recentemente

formadas caia na circulação, passando entre as células endoteliais destes capilares.

Distinguem-se:

MEDULA ÓSSEA VERMELHA - ou Hematógena, que deve sua cor à presença de

numerosos eritrócitos em diversos estágios de maturação;

MEDULA ÓSSEA AMARELA - Rica em células adiposas e que não produz células

sanguíneas.

Nos recém nascidos toda a medula óssea é vermelha, e, portanto, ativa na produção

de células do sangue. Com o avançar da idade, porém, a maior parte da medula óssea

transforma-se em amarela, existindo medula óssea vermelha no adulto apenas no esterno,

costelas, vértebras, no adulto jovem nas epífises proximais do fêmur e úmero.

FUNÇÕES

MEDULA ÓSSEA VERMELHA:

. Produção de células sanguínea

. Armazenamento de Fe - ferritina e hemossiderina

. Produção de células indiferenciadas que, levadas pelo sangue, vão se estabelecer nos

órgão linfóides. Estas células são precursoras dos linfócitos T e B.

MEDULA ÓSSEA AMARELA:

Atua como órgão de reserva nutritiva por sua riqueza em células adiposas.

Representa uma reserva de tecido hemocitopoiético. Nas situações em que a produção de

células sanguíneas deve ser aumentada (hemorragias freqüentes, destruição excessiva de

hemácias), parte da m. óssea amarela se transforma em m. óssea vermelha e retorna a

atividade hematógena, devido a células indiferenciadas existentes entre as células adiposas.

Referências Bibliográficas: COMARCK, D.H. Fundamentos de Histologia. 2ªed., , Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2003, 371p.

GARTNER, L.P.; HIATT, J.L. Atlas Colorido de Histologia. 4ª ed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2007, 431p.

JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10ª ed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1990.

488 p.

SNELL, R.S. Histologia Clínica. Rio de Janeiro, Interamericana, 1985. 686.

Page 43: Poligrafo 2014 histologia basica

43

UNIDADE VII - TECIDO LINFÓIDE

GENERALIDADES:

São órgãos constituídos por uma variedade muito celular do tecido conjuntivo, o

tecido linfático ou linfóide. Este tecido é formado por uma trama tridimensional de células

reticulares, fibras reticulares e macrófagos fixos. Nas malhas deste tecido existem células

livres, principalmente linfócitos T e B em diversas fases de maturação, macrófagos livres e

plasmócitos.

Há dois tipos de tecido linfóide:

Tecido linfóide Frouxo - predomínio de células fixas.

Tecido linfóide Denso - predomínio de células livres (linfócitos).

Tecido linfóide Denso Nodular - formam estruturas esféricas.

Tecido linfóide Denso Cordonal – formam estruturas em forma de cordões.

O conjunto dos órgãos linfóides, mais os acúmulos de tecido linfóide em outros órgãos,

os linfócitos do sangue e linfa, e os linfócitos e plasmócitos do tecido conjuntivo,

constituem o sistema imunitário, cuja função é o reconhecimento e defesa contra

macromoléculas que penetram no organismo isoladamente ou como parte da estrutura

superficial de um vírus ou microorganismos.

A medula óssea e o timo são considerados órgãos linfóides primários ou centrais,

sendo sua função marcar os linfócitos. Os demais órgãos (linfonodo, tonsila, baço e os

nódulos linfóides espalhados pelo organismo) são denominados de secundários, tendo

como função reagir frente a antígenos.

ÓRGÃOS LINFÓIDES

A) NÓDULOS LINFÓIDES OU FOLÍCULOS LINFÓIDES

São encontrados isolados no tecido conjuntivo frouxo (Figura 1) de diversos órgãos

(principalmente na lâmina própria do tubo digestivo, vias respiratórias e vias urinárias).

Esses nódulos não apresentam cápsula conjuntiva e podem ocorrer em grupos, formando

acúmulos, como as placas de Peyer no íleo. Os nódulos são estruturas temporárias, podendo

aparecer e desaparecer de um determinado local. Cada nódulo linfático é uma estrutura

esférica com 0,2 a 1 mm de diâmetro.

Freqüentemente, o interior do nódulo mostra uma região menos corada, o Centro

Germinativo. Este aspecto deve-se ao fato da região central de muitos nódulos serem rica

em linfócitos imaturos, que tem núcleos mais claros, e devido a isto, contrastam com os

linfócitos menores e de núcleos mais escuros, localizados na periferia do nódulo.

Page 44: Poligrafo 2014 histologia basica

44

A presença do Centro germinativo indica que o nódulo está em grande atividade no

sentido da produção de linfócitos. O centro germinativo pode aparecer e desaparecer num

nódulo, conforme o estado funcional deste.

Nos nódulos (tecido linfóide nodular) predominam as células livres, constituídas

principalmente por linfoblastos, linfócitos grandes, médios e pequenos, e plasmócitos em

diversos estágios de maturação; e células fixas: macrófagos e células reticulares.

Figura 1 – Nódulo linfóide abaixo do epitélio de revestimento da língua.

B) LINFONODOS OU GÂNGLIOS LINFÁTICOS

São órgãos encapsulados constituídos por tecido linfóide e que aparecem espalhados

pelo corpo, sempre no trajeto dos vasos linfáticos.

Os linfonodos são arredondados ou reniformes (um lado convexo e outro côncavo

onde está o hilo, pelo qual penetram as artérias nutridoras e saem as veias). A linfa que

atravessa os linfonodos penetra pelos vasos linfáticos, que desembocam na borda convexa

do órgão (vasos aferentes) e saem pelos linfáticos do hilo (vasos eferentes).

A cápsula de tecido conjuntivo denso que envolve os linfonodos envia trabéculas

para o seu interior, dividindo o parênquima em compartimentos incompletos. O parênquima

do linfonodo é dividido numa região cortical, que se localiza abaixo da cápsula, ausente no

hilo, e numa região medular, que ocupa o centro do órgão e seu hilo.

Além destas regiões, descreve-se também uma zona Paracortical, localizada entre a

cortical e a medular. Esta região é mal definida morfologicamente.

ESTRUTURA HISTOLÓGICA

Região Cortical - tecido linfóide frouxo, que forma os seios subcapsulares e

peritrabeculares, e por nódulos linfóides (tecido linfóide denso).

Região Medular - constituída pelos cordões medulares (tecido linfóide denso); seios

medulares (tecido linfóide frouxo).

Região Paracortical - constituída por tecido linfóide denso.

HISTOFISIOLOGIA

Os linfonodos são verdadeiros filtros da linfa. Estão espalhados por todo o corpo, e

a linfa antes de atingir o sangue, atravessa ao menos 1 linfonodo.

Page 45: Poligrafo 2014 histologia basica

45

A linfa aferente chega aos seios subcapsulares, passa pelos seios peritrabeculares e

daí para os seios medulares, saindo pelos linfáticos eferentes. Estes podem ser comparados

ás cavidades de uma esponja, pelos quais a linfa circula muito lentamente. Isto favorece um

contato íntimo e demorado com os macrófagos aí situados, o que facilita a fagocitose de

moléculas e partículas estranhas trazidas pela linfa.

C) AMIGDALAS OU TONSILAS

São órgãos constituídos por aglomerados de tecido linfóide, colocados abaixo do epitélio da

boca e da faringe.

Distinguem-se as amígdalas: faríngea, palatinas e linguais.

Ao contrário dos linfonodos, as tonsilas não se situam no trajeto de vasos linfáticos.

Produzem linfócitos, muitos dos quais penetram no epitélio e o atravessam, caindo na boca

e na faringe.

C.1. TONSILAS PALATINAS: São em número de duas, localizadas na parte oral da

faringe. Nelas o tecido linfóide denso forma uma faixa sob o epitélio estratificado plano,

faixa esta que contem nódulos linfáticos, em geral com centros germinativos.

Cada tonsila tem 10 a 20 invaginações epiteliais que penetram profundamente no

parênquima, formando as criptas. Essas criptas contêm células epiteliais descamadas,

linfócitos vivos e mortos e bactérias, podendo aparecer como pontos purulentos nas

amidalites.

Separando o tecido linfóide dos planos profundos, há uma faixa de tecido conjuntivo denso,

a cápsula da amígdala. Essa cápsula representa uma barreira à propagação das infecções das

amígdalas.

C.2. TONSILA FARINGIANA: Essa tonsila é única e situa-se na porção supero-

posteriorda farínge, sendo recoberta pelo epitélio típico das vias respiratórias. Esta tonsila é

formada por pregas da mucosa e contém tec. Linfóide difuso e nódulos linfóides. Essa

tonsila não possui criptas. A cápsula é mais fina em relação à palatina.

C.3. TONSILAS LINGUAIS: Possuem pequeno diâmetro, porém são mais numerosas.

Situam-se na base da língua, sendo recobertas por epitélio estratificado plano. Em cada

tonsila, o epitélio forma uma invaginação que se aprofunda muito, originando uma cripta.

D) TIMO

É um órgão linfóide primário ou central, situado no mediastino ao nível dos grandes

vasos do coração. Possui 2 lobos, envolvidos por uma cápsula de tecido conjuntivo denso,

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46

do qual partem tabiques que dividem o órgão em lóbulos incompletos, sendo a separação

entre os lobos imperfeita (Figura 2).

Ao contrário dos demais órgãos linfáticos, o Timo não apresenta nódulos. Cada lóbulo é

formado de uma parte periférica de tecido linfóide denso, denominado de Zona Cortical,

que envolve a parte central, mais clara e de tecido difuso, a Zona Medular.

Zona Cortical - Cora-se fortemente por possuir maior concentração de linfócitos

(principalmente pequenos). Tecido linfóide denso.

Zona Medular - Constituída por tecido linfóide difuso, e apresentam os corpúsculos de

Hassal, característicos do timo e constituídos por células achatadas, em arranjo concêntrico.

Predominam linfoblastos, linfócitos jovens.

Figura 2 – Lóbulo Tímico (X10)

HISTOFISIOLOGIA

Com relação ao peso corporal, o Timo atinge seu desenvolvimento máximo logo

após o nascimento e sofre uma involução acentuada após a puberdade. Apesar de involuir

com a idade, o Timo continua funcionando e suas células são capazes de reagir,

aumentando a produção de linfócitos, quando estimuladas. O tecido tímico vai sendo

infiltrado por células adiposas.

O Timo é o local de formação e de seleção de linfócitos T. As células tronco

migram da medula óssea pelo sangue, e chegam ao timo, onde os linfócitos indiferenciados

proliferam e se diferenciam em linfócitos T. Nesse processo ocorre intensa mitose, mas

mais de 95% dos linfócitos são eliminados por apoptose. São selecionados apenas os

linfócitos T que não reagem contra antígenos do próprio organismo.

E) BAÇO

É o maior acúmulo de tecido linfóide do organismo, interposto na circulação

sanguínea, representando um importante órgão de defesa contra microorganismos que

penetram no sangue.

Page 47: Poligrafo 2014 histologia basica

47

ESTRUTURA HISTOLÓGICA

Baço possui uma cápsula de tecido conjuntivo denso, que emite trabéculas que divide o

parênquima ou polpa esplênica em compartimentos incompletos. O tecido conjuntivo denso

da cápsula e das trabéculas apresenta algumas fibras musculares lisas, que em certos

mamíferos (cão, gato e eqüino) são numerosas e suas contração provoca a expulsão do

sangue acumulado no baço, pois sua estrutura esponjosa armazena sangue.

Polpa Esplênica: é dividida em polpa branca e polpa vermelha.

Polpa branca: É constituída por tecido linfóide com formas cordonal e nodular.

Apresentam nódulos que se distinguem dos demais pela presença de uma arteríola central, e

estes nódulos também podem ser chamados de corpúsculos de malpighi e apresentam o

centro germinativo de Flemming.

Polpa vermelha: É formado por tecido reticular, constituindo os cordões de Bilroth ou

cordões esplênicos. Estes cordões separam os capilares sinusóides e aparecem apenas nos

cortes histológicos, pois a polpa vermelha é uma esponja cujas cavidades são os capilares

sinusóides.

HISTOFISIOLOGIA

O Baço é um órgão linfóide com características próprias, cujas funções mais conhecidas

são:

1. Formação de linfócitos: A polpa branca produz linfócitos, que migram para a polpa

vermelha e atingem a luz dos capilares, incorporando-se ao sangue aí contido.

2. Hemocaterese: Os eritrócitos têm uma vida média de 120 dias e, quando envelhecidos,

são destruídos no baço. As células macrofágicas da polpa vermelha, principalmente as dos

cordões de Billroth, e os de revestimento dos sinusóides, fagocitam hemácias inteiras e

pedaços destas. A polpa branca não participa da hemocaterese.

3. Defesa: Através dos linfócitos T e B e células macrofágicas, o baço é um órgão de

defesa importante, pois do mesmo modo que os linfonodos “filtram” a linfa, o baço atua

como um “filtro” para o sangue.

4. Armazenamento de sangue: Devido a sua estrutura esponjosa (polpa vermelha), o baço

armazena sangue, que pode ser devolvido à circulação, indo aumentar o volume de sangue

circulante. O esvaziamento do órgão se deve a contração da musculatura que constitui a

cápsula e trabéculas do órgão.

Referências bibliográficas: COMARCK, D.H. Fundamentos de Histologia. 2ªed., , Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2003, 371p.

GARTNER, L.P.; HIATT, J.L. Atlas Colorido de Histologia. 4ª ed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2007, 431p.

JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. .10ª ed., Rio de Janeiro,Guanabara Koogan, 2002.

488 p.

KESSEL, R.G. Histologia Médica Básica. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001, 511p.

Page 48: Poligrafo 2014 histologia basica

48

UNIDADE VIII - TECIDO NERVOSO

Origem embriológica - Ectoderme

O tecido nervoso acha-se distribuído pelo organismo, interligando-se e formando

uma rede de comunicação, que constitui o Sistema Nervoso. Anatomicamente, este sistema

é dividido em:

1 - Sistema Nervoso Central: (SNC) Formado pelo encéfalo (cérebro e cerebelo) e medula

espinhal.

2 - Sistema Nervoso Periférico: (SNP) Formado pelos nervos e por pequenos agregados de

células nervosas denominadas gânglios nervosos.

CONSTITUIÇÃO DO TECIDO NERVOSO

É constituído por dois componentes principais: - Neurônios e células da glia ou neuróglia

FUNÇÕES

A) Detectar, transmitir, analisar e utilizar as informações geradas pelos estímulos sensoriais

representados pelo calor, energia mecânica, luz e modificações químicas do ambiente

interno e externo.

B) Organizar e coordenar, direta ou indiretamente, o funcionamento de quase todas as

funções do organismo, entre os quais as funções motoras, viscerais, endócrinas e psíquicas.

NEURÔNIOS

São células nervosas formadas por:

a) Dendritos: Prolongamentos numerosos, especializados na função de RECEBER os

estímulos do meio ambiente, de células epiteliais sensoriais ou de outros neurônios.

b) Corpo Celular ou Pericário: Apresenta o Centro Trófico da célula, também é capaz de

RECEBER estímulos.

c) Axônio: Prolongamento único, especializado na CONDUÇÃO de impulsos que

transmitem informações do neurônio a outras células (nervosas, musculares e glandulares).

A porção final do axônio, em geral é muito ramificada chamada de TELODENDRO, e

termina na célula seguinte por meio de BOTÕES TERMINAIS, essenciais à transmissão de

informações para elementos adiante.

- AXOLEMA - membrana plasmática do axônio

- AXOPLASMA - Citoplasma do axônio

Page 49: Poligrafo 2014 histologia basica

49

Os neurônios possuem um núcleo, e o seu axoplasma é rico em retículo endoplasmático e

apresenta as seguintes organelas e inclusões:

- Corpúsculo de Nissl, complexo de golgi, mitocôndrias, microfilamentos, microtúbulos,

lisosomas, centrosoma, lipofucsina, melanina, glicogênio e lipídeos.

O Corpúsculo de Nissl representam grânulos distribuídos no citoplasma do corpo

celular, com exceção da região próxima ao axônio, chamada de cone de implantação. O

material granular estende-se também nas regiões proximais dos dendritos. Os corpúsculos

de Nissl são responsáveis pela síntese de proteínas, que migrarão posteriormente para os

dendritos e o axônio, com a finalidade de substituir as proteínas que normalmente são

metabolizadas durante a atividade celular.

CLASSIFICAÇÃO DOS NEURÔNIOS

a) Quanto a forma:

- Neurônios Multipolares: Apresentam mais de 2 prolongamentos celulares.

- Neurônios Bipolares: Possuem um dendrito e um axônio.

- Neurônios pseudo-unipolares: Apresentam ao corpo celular, um prolongamento único,

mas este logo se divide em dois, dirigindo-se um rama para a periferia e outro para o SNC.

b) Quanto a função:

- Neurônios Motores: Controlam órgãos efetores, tais como: glândulas endócrinas e fibras

musculares.

- Neurônios Sensoriais: Recebem estímulos sensoriais do meio ambiente e do próprio

organismo.

- Interneurônios: Estabelecem conexões entre outros neurônios, formando círculos

complexos.

SINAPSE

É a transmissão unidirecional dos impulsos nervosos. As sinapses são locais de

contato entre os neurônios ou entre neurônios e outras células efetoras, como as células

musculares e glandulares.

´

Classificação das Sinapses:

1.Estruturas envolvidas:

- Axônio com Dendrito - AXODENDRÍTICA

- Axônio com Pericário - AXOSSOMÁTICA

- Entre dendrítos - Dendrodendríticas

- Entre axônios - Axoaxônicas

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2.Locais de ocorrência:

Interneuronais (neurônio + neurônio)

Neuromusculares (neurônio + músculo)

Neuroglandulares (neurônio + glândula)

3.Quanto a excitabilidade: Inibitória e Excitatória

4.Quanto a transdução: Química e Elétrica.

ULTRA ESTRUTURA DAS SINAPSES

A sinapse se constitui por um terminal axônico (terminal pré-sinaptica) que traz o

sinal; uma região na superfície da outra célula, onde se gera um novo sinal (terminal pós-

sináptico); e um espaço muito fino entre os dois terminais chamado de fenda sináptica.

A transmissão do impulso numa sinapse é acompanhada pela liberação de

neurotransmissores, associadas às vesículas pré-sinápticas, na fenda sináptica. No caso de

uma sinapse excitatória, a liberação de neurotransmissores causa a Despolarização da

membrana pós sináptica; no caso de sinapse inibitória, o neurotransmissor leva a

Hiperpolarização da membrana pós sináptica. Os neurotransmissores são sintetizados no

corpo do neurônio e armazenados em vesículas no terminal pré-sináptico, sendo liberados

na fenda sináptica por exocitose durante a transmissão do impulso.

Esses mediadores são liberados na membrana pré-sináptica e aderem a moléculas

receptoras da membrana pós-sináptica, promovendo a condução do impulso nervoso

através do intervalo sináptico. A união do neurotransmissor com o receptor pode ter efeito

excitador (sinapses excitatórias) ou inibidor (sinapses inibitórias) sobre o neurônio seguinte

do circuito. As membranas das vesículas sinápticas que se incorporam à membrana pré-

sináptica são recuperadas por endocitose e reutilizadas para formar novas vesículas

sinápticas.

O neurotransmissor mais comum é a acetilcolina. Imediatamente após sua liberação

na sinapse, essa substância é destruída pela enzima colinesterase aí existente, impedindo a

passagem contínua do impulso. A sinapse funciona, então, como uma espécie de “válvula”,

que se fecha uma vez transmitido o impulso nervoso. Constatou-se que, embora esse

acontecimento seja mais rápido, a sinapse retarda a condução do impulso em mínimas

frações de segundo. As placas motoras (junções neuromusculares) são também sinapses que

tornam possível a efetivação da contração da fibra muscular. Muitas drogas podem

bloquear a passagem do impulso no nível das sinapses, como é o caso dos anestésicos. Os

neurônios e, portanto, suas sinapses podem diferir quanto ao tipo de neurotransmissor.

Fala-se em sinapses colinérgicas ou adrenérgicas quando os neurotransmissores são,

respectivamente, a acetilcolina e a noradrenalina.

Page 51: Poligrafo 2014 histologia basica

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Após a passagem do impulso, os neurotransmissores são removidos rapidamente por

degradação enzimática, difusão ou endocitose, por intermédio de receptores específicos

localizados na membrana pós-sináptica.

O potencial de repouso é de – 75mv. O potencial de ação é diferente, sendo dividido

em três etapas, cada uma com características distintas, DESPOLARIZAÇÃO,

REPOLARIZAÇÃO E HIPERPOLARIZAÇÃO.

O potencial é gerado pela bomba de Na e K, ocorrendo a entrada de três moléculas

de Na para dentro da célula e duas moléculas de K para fora da célula, contra seus

respectivos gradientes de concentração, ocorrendo pela permeabilidade seletiva da

membrana ao K e não ao Na e os ânios de carga negativa retidos no interior da célula pela

membrana celular.

A primeira etapa – despolarização – a membrana torna-se permeável aos íons de Na,

aumentando o fluxo de Na e carga + no interior da célula. Essa etapa somente ocorre se

atingir o limiar de excitabilidade da célula que é = a -65mv. Quando atingir essa voltagem

ocorre o que chamamos de “tudo ou nada”. A etapa de despolarização varia de -75mv até

35mv.

Ao término desta etapa inicia a repolarização, em que ocorre o fechamento dos

canais de Na e a abertura dos canais de K. Repolarizando a célula em 35 mv até – 75mv.

A etapa de hiperpolarização que é um período de milesegundos em que a céllula não

reage aos neurotransmissores, pois está com excesso de negatividade em seu interior, o que

impede um novo potencial de ação. Esta etapa a célula varia de -75mv até 90mv.

De outra forma – uma sinapse excitatória provoca a abertura dos canais de Na+, e na

sinapse inibitória ocorre a abertura dos canais de K+ e Cl

-.

- A natureza excitatória ou inibitória está na dependência do neurotransmissor

liberado e na natureza do receptor estimulado. Um neurônio é excitado pela Acetilcolina e

inibido pelo Gaba ou Glicina.

Os receptores pós-sinápticos podem ser de dois tipos: ionotrópicos e

metabotrópicos.

Fisiologia Neuronal:

Os impulsos nervosos são gerados na zona de disparo dos picos de um neurônio, em

consequência da despolarização da membrana, e são conduzidos ao longo do axônio para as

terminações do axônio. A transmissão dos impulsos das terminações de um neurônio para

outro neurônio, célula muscular ou glândula ocorre nas sinapses. Em repouso, a membrana

do axônio tem carga elétrica externa positiva e interna negativa. Isto é, em parte,

consequência de uma elevada taxa de íons Na+ fora da célula, mantida por um mecanismo

chamado bomba de sódio. Fala-se então que o axônio está polarizado.

Ao receber um estímulo num ponto do axônio, ocorrem em sequência os seguintes eventos:

- A membrana torna-se bruscamente muito permeável ao sódio, que passa do meio externo

para o meio interno do axônio em maior quantidade do que a saída de íons potássio. A

Page 52: Poligrafo 2014 histologia basica

52

superfície externa fica negativa e a interna, positiva. Nesse ponto e nesse instante, a

membrana sofreu inversão de polaridade.

- mecanismo da bomba de sódio expulsa então esse íon, voltando a membrana à polaridade

inicial.

- Cada ponto estimulado modifica a permeabilidade na região vizinha. O impulso nervoso

propaga-se, então, como uma onda dinâmica de inversão de polarização da membrana do

axônio em toda a sua extensão. É essa onda que pode ser medida eletricamente e

corresponde ao impulso nervoso nas fibras amielínicas, como, por exemplo, as da

substância cinzenta do sistema nervoso central.

- mecanismo da bomba de sódio depende de gasto energético, consumindo ATP do

neurônio.

Classificação dos neurotransmissores:

Classe I – Acetilcolina

Classe II – Noradrenalina, adrenalina, dopamina e serotonina

Classe III – Aminoácidos (Aa) - gaba, glicina e glutamato

Classe IV – Peptídeos

Os neurotransmissores mais importantes são a acetilcolina e adrenalina que atuam

com ação colinérgica e adrenérgica; Gaba é o principal Aa inibidor do SNC; L-glutamato é

um Aa excitatório que atua no SNC.

Neurotransmissores importantes e suas funções (CURIOSIDADES)

Dopamina

Controla níveis de estimulação e controle motor em muitas partes do cérebro. Quando os

níveis estão extremamente baixos na doença de Parkinson, os pacientes são incapazes de se

mover voluntariamente. Presume-se que o LSD e outras drogas alucinógenas ajam no

sistema da dopamina.

Serotonina

Esse é um neurotransmissor que é incrementado por muitos antidepressivos tais com o

Prozac, e assim tornou-se conhecido como o neurotransmissor do 'bem-estar'. Ela tem um

profundo efeito no humor, na ansiedade e na agressão.

Acetilcolina

A acetilcolina controla a atividade de áreas cerebrais relacionadas à atenção, aprendizagem

e memória. Pessoas que sofrem da doença de Alzheimer apresentam tipicamente baixos

níveis de ACTH no córtex cerebral, e as drogas que aumentam sua ação podem melhorar a

memória em tais pacientes.

Noradrenalina

Principalmente uma substância química que induz a excitação física e mental e bom humor.

A produção é centrada na área do cérebro chamada de locus coreuleus, que é um dos

muitos candidatos ao chamado centro de "prazer" do cérebro. A medicina comprovou que a

norepinefrina é uma mediadora dos batimentos cardíacos, pressão sanguínea, a taxa de

conversão de glicogênio (glucose) para energia, assim como outros benefícios físicos.

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53

Glutamato

O principal neurotransmissor excitante do cérebro, vital para estabelecer os vínculos entre

os neurônios que são a base da aprendizagem e da memória em longo prazo.

Encefalinas e Endorfinas

Essas substâncias são opiáceos que, como as drogas heroína e morfina, modulam a dor,

reduzem o estresse, etc. Elas podem estar envolvidas nos mecanismos de dependência

física.

DEGENERAÇÃO E REGENERAÇÃO

Como os neurônios não se dividem, sua destruição representa uma perda

permanente. Seus prolongamentos, no entanto, dentro de certos limites, podem regenerar

devido à atividade sintética dos receptivos pericários, desde que estes não estejam lesados.

NEURÓGLIA

Os neurônios do SNC estão sustentados por células especiais Não excitáveis e que

não conduzem impulsos nervosos. Conjuntamente, elas são denominadas de neuróglia ou

glia. Estas células sustentam os neurônios, participam da atividade neural, da nutrição dos

neurônios, e dos processos de defesa do tecido nervoso.

As células neurogliais são geralmente menores do que as células nervosas e as

superam de 5 a 10 vezes em número; elas formam a metade do volume total do encéfalo e

medula espinhal. O tecido nervoso apresenta uma quantidade mínima de material

extracelular, e as células da glia fornecem um microambiente adequado para os neurônios.

Tipos de células neurogliais:

. Astrócitos . Oligodendrócito . Schwann . Micróglia . Epêndima

a) Astrócitos: Apresentam um pequeno corpo celular, do qual se estendem prolongamentos

intensamente ramificados em todas as direções. Muitos destes prolongamentos terminam

em expansões sobre vasos sangüíneos (pés-perivasculares), sobre células ependimárias e

sobre a piamáter. São as maiores células da glia.

Existem 2 tipos de astrócitos: Fibrosos e Protoplasmáticos

- FIBROSOS: São encontrados principalmente na Substância BRANCA, onde seus

prolongamentos são longos, delgados e não muito ramificados.

- PROTOPLASMÁTICOS: São encontrados principalmente na Substância CINZENTA,

onde seus prolongamentos se ramificam por entre os corpos dos neurônios. Os

prolongamentos são curtos, finos e mais ramificados do que os fibrosos.

FUNÇÕES: Com seus prolongamentos intensamente ramificados, formam uma trama de

sustentação para as células e fibras nervosas no SNC.

Page 54: Poligrafo 2014 histologia basica

54

b) Oligodendrócitos: Tem um corpo menor do que os astrócitos, e apresentam poucos e

delicados prolongamentos. Seus prolongamentos se enrolam em volta de vários axônios,

produzindo a bainha de mielina.

FUNÇÕES: formação da bainha de mielina que servem como isolantes térmicos para os

neurônios do sistema nervoso central.

c) Célula de Schwann: Apresentam diversos prolongamentos pelo qual envolvem diversos

axônios do sistema nervoso periférico.

FUNÇÕES: formação de mielina em torno de um segmento de um único axônio.

c) Micróglia: São as menores células da glia e estão dispersas no SNC. Do pequeno corpo

celular, partem ondulados e ramificados prolongamentos que emitem numerosas projeções

espinhosas.

FUNÇÃO: No encéfalo normal (e também na medula), são inativos. Assemelham-se aos

macrófagos do tecido conjuntivo, tornando-se ativamente fagocíticos nas doenças.

d) Epêndima: Estas células são células epiteliais colunares que revestem os ventrículos do

cérebro e o canal central da medula espinhal. Em alguns locais apresentam cílios, para

facilitar a movimentação do líquido cefalorraquidiano.

SUBSTÂNCIA BRANCA E CINZENTA

No SNC há certa segregação entre os corpos celulares dos neurônios e os seus

prolongamentos. Isto faz com que seja reconhecido no encéfalo e na medula espinhal duas

porções distintas, denominadas de substância branca e substância cinzenta.

- Substância Branca: Seu nome origina-se da presença de grande quantidade de um material

esbranquiçado denominado Mielina. Está constituído por:

- Fibras mielínicas

- Oligodendrócitos

- Astrócitos Fibrosos

- Células da micróglia

- Prolongamentos dos neurônios

- Substância Cinzenta: É assim chamada porque mostra essa coloração macroscópicamente.

Esta constituída por:

- Corpos dos neurônios

- Fibras amielínicas (grande quantidade)

- Algumas fibras mielínicas

- Astrócitos protoplasmáticos

- Oligodendrócitos

- Células da micróglia

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55

A disposição das duas substâncias varia conforme a parte do Sistema Nervoso

considerada. Na medula espinhal a substância branca localiza-se externamente, enquanto

que internamente se encontra a substância cinzenta. No cérebro estas substâncias se

encontram ao contrário, ou seja, a cinzenta externamente e a branca internamente.

CEREBELO

Apresenta região cortical e medular.

O córtex tem três camadas que de dentro para fora (Figura 1):

- Camada granulosa - São os menores neurônios do corpo humano, e sua estrutura é atípica.

- Camada de células de Purkinje - É formada por uma única fileira dessas células, que são

muito grandes.

- Camada molecular - Contém poucos neurônios e muitas fibras nervosas amielínicas.

A região medular apresenta aspecto uniforme com fibras mielínicas.

MENINGES

O SNC está contido e protegido na caixa craniana e canal vertebral, e são

envolvidos por membranas de tecido conjuntivo, a que chamamos de meninges.

As meninges de fora para dentro são: Dura máter, Aracnóide e Pia máter.

1. Dura Máter

. É a meninge mais externa.

. Formada por tecido conjuntivo denso, contínuo com o Periósteo dos ossos da caixa

craniana.

. A Dura máter que envolve a Medula espinhal é separada do Periósteo das

vértebras, formando entre os dois o Espaço EPIDURAL. Estes espaços contem veias de

parede muito delgada, tecido conjuntivo frouxo e tecido adiposo.

OBS: Em toda sua extensão a Dura máter é separada da Aracnóide pelo espaço

SUBDURAL. A superfície interna é revestida por epitélio plano simples.

2. Aracnóide

. Apresenta 2 partes: uma em contato com a Dura máter - formada por membranas e

outra que se liga a Pia máter, formada por traves.

. As cavidades entre as traves conjuntivas chamam de espaço SUBARACNÓIDE,

que contém líquido cefalorraquidiano e não tem comunicação com o espaço Subdural.

. A aracnóide forma em certas locais expansões que perfuram a Dura máter, e vão

terminar nos seios venosos nela contido. Tem como função transferir o líquido

cefalorraquidiano para o sangue. Estas expansões são chamadas de VILOSIDADES

ARACNÓIDES.

Page 56: Poligrafo 2014 histologia basica

56

3. Pia Máter

A Pia máter é muito vascularizada e aderente ao tecido nervoso, embora não fique

em contato direto com as células ou fibras nervosas.

Entre a Pia máter e os elementos nervosos situam-se prolongamentos das células da

neuróglia, onde formam uma camada muito delgada.

A Pia máter segue todas as irregularidades da superfície do SN e penetra no tecido

nervoso por certa extensão, juntamente com vasos sangüíneos. Os vasos sangüíneos

penetram no tecido nervoso por meio de túneis revestidos por pia máter, os chamados

espaços Perivasculares. A pia máter que segue os vasos sangüíneos desaparece antes que

estes se transformem em capilares. Os capilares do tecido nervoso são totalmente

envolvidos por expansões dos prolongamentos das células da neuróglia, não havendo

contato direto entre os neurônios e os capilares.

PLEXO CORÓIDE E LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO

Os plexos coróides são dobras e invaginações altamente vascularizadas da Pia

máter, que formam saliência para o interior dos ventrículos. Histologicamente, os plexos

coróides são formados pelo conjuntivo frouxo da pia máter, revestido por um epitélio

simples que varia de cúbico a colunar baixo.

A principal função dos plexos coróides é secretar o líquido cefalorraquidiano, o

qual, apesar de sua pobreza em sólidos e sua riqueza em água, é produzido pelo trabalho

ativo das células epiteliais que recobrem os plexos coróides.

O líquido cefalorraquidiano formado pelos plexos coróides, enche as cavidades dos

ventrículos, o canal medular, o espaço subaracnóide e os espaços perivasculares. Ele é

importante para o metabolismo do SNC e o protege contra traumatismos externos, por

formar uma camada líquida no espaço subaracnóide.

O líquido cefalorraquidiano é produzido de modo contínuo, e circula no SNC e

volta para o sangue por intermédio das veias localizadas em torno do SN. O tecido nervoso

não possui vasos linfáticos.

SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO

Constituída por nervos, gânglios e terminações nervosas.

a) Fibras nervosas: É uma fibra nervosa é um axônio (ou um dendrito) de uma célula

nervosa. Feixes de fibras nervosas, no SNC são denominados de Tractos nervosos,

enquanto os feixes de fibras de fibras nervosas no SNP são chamadas conjuntamente de

Nervos Periféricos.

Dois tipos de fibras estão presentes no SNC e SNP:

Fibras Mielínicas e Fibras Amielínicas

Fibras Mielínicas: Esta fibra está circundada por uma bainha de mielina. Esta bainha não

faz parte da fibra (neurônio), mas é formada por uma célula de sustentação.

- No SNC esta célula de sustentação é o OLIGODENDRÓCITO.

Page 57: Poligrafo 2014 histologia basica

57

- No SNP esta célula de sustentação é de SCHWANN.

A bainha de mielina é uma camada segmentada e descontínua, interrompida a

intervalos regulares pelos nódulos de RANVIER.

OBS: Nestas fibras as células se enrolam em espiral e suas membranas formam um

complexo lipoprotéico denominado mielina.

Observam-se na Mielina fendas em forma de cones, as chamadas INCISURAS DE

SCHIMIDT-LANTERMANN.

Fibras Amielínicas

Estas fibras periféricas são envolvidas pelas células de SCHWANN; mas não ocorre

enrolamento em espiral. Nestas fibras não existem nódulos de Ranvier, pois neles as células

de SCHWANN se unem lateralmente formando uma bainha contínua.

OBS: A substância cinzenta do SNC é rica em fibras nervosas amielínicas. Essas fibras são

envolvidas por expansões terminais de prolongamentos dos oligodendrócitos, uma vez que

não existe célula de Schwann no SNC.

Condução saltatória:

A condução do impulso é um pouco diferente nas fibras mielínicas, como as fibras motoras

dos músculos esqueléticos. Ocorre apenas a inversão de polaridade nas regiões dos nódulos

de Ranvier. A onda então, “salta” diretamente de um nódulo para outro, não acontecendo

em toda a extensão da região mielinizada. Fala-se em condução saltatória e com isso há um

considerável aumento da velocidade do impulso nervoso nas fibras mielínicas, em relação

às fibras amielínicas.

Tipos de fibras:

- Fibras do tipo A: têm maior diâmetro, nódulos de Ranvier espaçados e são as mais rápidas

na condução do impulso nervoso (15 a 100 metros por segundo).

- Fibras do tipo B: são também mielínicas, porém mais finas, com nódulos de Ranvier mais

próximos uns dos outros, e nelas o impulso nervoso caminha com menor rapidez (3 a 14

metros por segundo).

- Fibras do Tipo C: são as amielínicas, mais delgadas, e conduzem o impulso a uma

velocidade relativamente baixa (0,6 a 2 metros por segundo).

OBS: Células envoltórias: Célula de Schwann no SNP e oligodendrócito no SNC.

b) Nervos:

No SNP, as fibras nervosas agrupam-se em feixes, dando origem aos nervos.

Devido a cor da mielina, os nervos são esbranquiçados, exceto os raros nervos muito finos

formados somente por fibras amielínicas.

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58

O estroma (tecido de sustentação) dos nervos é constituído por uma camada fibrosa

mais externa de tecido conjuntivo denso - o EPINEURO - que reveste o nervo e preenche

os espaços entre os feixes de fibras nervosas.

Cada um destes feixes é revestido por uma bainha de várias camadas de células

achatadas, justapostas denominada de PERINEURO.

Dentro da bainha perineural encontram-se os axônios, cada um envolvido pela

bainha de células de Schwann, com sua lâmina basal, e um envoltório conjuntivo

constituído principalmente por fibras reticulares, chamadas de ENDONEURO.

Os nervos estabelecem comunicações entre: - Centros nervosos

- Órgãos de sensibilidade

- Órgãos efetores: músculos, glândulas.

Os nervos possuem fibras Aferentes e Eferentes, em relação ao Sistema Nervoso

Central. As Aferentes levam para os centros as informações obtidas no interior do corpo e

no meio ambiente.

As eferentes levam impulsos dos centros nervosos para os órgãos efetores

comandados por esses centros.

Os nervos que possuem apenas fibras de sensibilidade (aferentes) são chamados de

SENSITIVOS, e os que são formados apenas por fibras que levam a mensagem dos centros

para os efetores, são os nervos MOTORES. A maioria dos nervos possui fibras dos dois

tipos, sendo, portanto Nervos MISTOS.

GÂNGLIOS NERVOSOS

Os acúmulos de neurônios localizados fora do SNC recebem o nome de Gânglios

nervosos. Os gânglios são órgãos esféricos, protegidos por cápsulas conjuntivas e

associadas a nervos.

Há dois tipos de gânglios no SNP, os gânglios sensitivos (neurônios sensoriais) e os

gânglios autônomos.

Gânglios sensitivos: estão associados aos nervos cranianos e a cada um dos nervos

espinhais que saem da medula espinhal. Abrigam corpos celulares unipolares dos nervos

sensitivos, com um processo amielínico deixando cada corpo celular. O curto processo se

bifurca em um ramo periférico e um central. O ramo periférico alcança uma terminação

sensitiva periférica e termina em dendritos. O ramo central penetra no SNC. O corpo

celular do neurônio é circundado por uma camada de células satélites achatadas,

semelhantes e contínuas como as células de Schwann, à medida que envolvem os processos

periférico e central de cada neurônio. Um impulso nervoso alcança a bifurcação-T, se

desvia do corpo celular e trafega do axônio periférico para o axônio central.

Gânglios autônomos: (simpático e parassimpático): são encontrados nos troncos

simpáticos, nos plexos e próximos ou no interior de víscera. Uma camada de tecido

conjuntivo contínua com o epineuro e o perineuro das fibras nervosas periféricas circunda

cada gânglio autônomo. Os neurônios dos glânglios autônomos são multipolares. Os

dendritos estão conectados por axônios mielínicos dos neurônios pré-ganglionares (ramos

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brancos). Os axônios possuem um diâmetro pequeno e são amielínicos (ramos cinzentos).

Cada corpo celular neuronal é circundado por célula satélites semelhantes à célula de

Schwann.

SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO

Chama-se SNA a parte do SN relacionada com o controle da musculatura lisa, com

o ritmo cardíaco e com a secreção de algumas glândulas. Sua função é ajustar certas

atividades do organismo, a fim de manter a constância do meio interno (Homeostase).

As funções do SNA sofrem constantemente a influência da atividade consciente do

SNC.

O conceito de SNA é principalmente funcional. Anatomicamente, ele é formado por

aglomerados de células nervosas localizadas no SNC, por fibras que saem do SNC através

de nervos cranianos ou espinhais, e pelos gânglios nervosos situados no curso dessas fibras.

O primeiro neurônio da cadeia autônoma está localizado no SNC, seu axônio entra

em conexão sináptica com o segundo neurônio da cadeia, localizado em um gânglio do

SNA ou no interior de um órgão.

Os axônios (ou fibras nervosas) que ligam o primeiro neurônio ao segundo são

chamadas de pré-ganglionares, e as que partem do segundo neurônio para os efetores são as

pós-ganglionares.

As fibras pré-ganglionares são mielínicas e as pós-ganglionares são amielínicas.

O SNA é formado por 2 partes distintas: O S.N. simpático, e o S.N. parasimpático.

Características do Simpático:

Fibras Pré ganglionares curtas

Fibras pós ganglionares longas

Origem das fibras: Toracolombar

Principal neurotransmissor: Adrenalina

- Simpático colinérgico – glândulas sudoríparas, músculo liso dos vasos sanguíneos

que irrigam os músculos Esqueléticos; e vasos sanguíneos periféricos

Características do Parassimpático:

Fibras Pré ganglionares longas

Fibras pós ganglionares curtas

Origem das fibras: crânio sacral

Principal neurotransmissor: Acetilcolina

- Só inervam vasos sanguíneos localizados no: clitóris, pênis e língua.

Referências Bibliográficas: COMARCK, D.H. Fundamentos de Histologia. 2ªed., , Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2003, 371p.

GARTNER, L.P.; HIATT, J.L. Atlas Colorido de Histologia. 4ª ed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2007, 431p.

JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. .10ª ed., Rio de Janeiro,Guanabara Koogan, 2002.

488 p.

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UNIDADE IX - TECIDO MUSCULAR

Origem embrionária: Mesodérmica

Os tecidos musculares são responsáveis pelos movimentos corporais. São

constituídos por células alongadas - fibras musculares - caracterizadas pela presença de

grande quantidade de filamentos citoplasmáticos específicos.

De acordo com suas características morfológicas e funcionais, podemos distinguir

nos mamíferos três tipos de tecido muscular:

1. Músculo Liso: É formado por aglomerados de células fusiformes que não possuem

estrias transversais. O processo de contração é lento e não está sujeito ao controle

voluntário. Exemplo: Vísceras.

2. Músculo Estriado Esquelético: É formado por feixes de células cilíndricas muito longas

e multinucleadas, que apresentam estriações transversais. Tem contração rápida,

vigorosa e sujeita ao controle voluntário. Exemplo: Músculos.

3. Músculo Estriado Cardíaco: Apresenta estrias transversais, é formado por células

alongadas e ramificadas, que se unem longitudinalmente às células vizinhas, formando

uma rede. Apresentam contração involuntária, vigorosa e rítmica. Exemplo: Miocárdio.

As células musculares são tão diferenciadas que receberam denominações especiais:

. Membrana - Sarcolema

. Citoplasma - Sarcoplasma

. Retículo Endoplasmático - R. Sarcoplasmático

. Mitocôndrias - Sarcossomas

Descrição dos tipos de Músculos:

1. Músculo Estriado Esquelético:

São formados por feixes de células muito longas (até 30 cm), cilíndricas,

multinucleadas, chamadas de fibras musculares estriadas.

1.1. ORGANIZAÇÃO DO MÚSCULO ESQUELÉTICO

Num músculo, os feixes de fibras musculares, não estão agrupados ao acaso, mas

organizados em feixes envolvidos por uma membrana externa de tecido conjuntivo

chamado - EPIMÍSIO. Do Epimísio partem septos muito finos de tecido conjuntivo, que se

dirigem para o interior do músculo, dividindo-o em fascículos. Esses septos – PERIMÍSIO.

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61

. Cada fibra muscular é envolvida por uma camada muito fina de fibras reticulares

formando o - ENDOMÍSIO.

O tecido conjuntivo mantém as fibras musculares unidas, permitindo que a força de

contração gerada por cada fibra individualmente atue sobre o músculo inteiro, contribuindo

para a contração deste.

Os vasos sanguíneos penetram no músculo através dos septos de tecido conjuntivo

e formam uma rica rede de capilares que correm entre as fibras musculares.

A fibra muscular é delimitada por uma membrana - SARCOLEMA - e seu

citoplasma apresenta-se preenchido principalmente por fibrilas paralelas - MIOFIBRILAS.

As miofibrilas mostram um padrão de faixas transversais repetitivas e, como essas

faixas estão muito próximas umas das outras, elas originam as estriações transversais de

toda a fibra muscular.

Quando examinada ao Microscópio Óptico, cada estriação tranversal pode ser vista

como sendo constituída por uma faixa escura chamada de FAIXA A e por uma faixa clara,

a FAIXA I .

Uma linha transversal, a linha Z, divide cada faixa I em duas partes iguais.

As linhas H correspondem à região mediana da faixa A

A área entre 2 linhas Z de uma única miofibrila é chamada de SARCÔMERO .

As miofibrilas do músculo estriado contêm pelo menos 4 proteínas principais: actina,

miosina (representam 55% do total), troponina e tropomiosina.

A miosina é a principal proteína dos filamentos grossos da banda A. Ao longo de

cada filamento grosso há pequenas projeções laterais que conectam os filamentos grossos

aos finos. As bandas I há filamentos finos que se prendem a linha Z. A principal proteína

destes filamentos é a actina.

Os filamentos de cada lado de cada linha Z aderem a banda A, onde os filamentos

grossos de miosina se intercalam com os filamentos finos de Actina. Durante a contração os

filamentos finos deslizam sobre os grossos, o que provoca a aproximação das linhas Z, e a

diminuição simultânea das Bandas I e a zona H.

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62

Page 63: Poligrafo 2014 histologia basica

63

No músculo relaxado o ATP liga-se a parte globular ou cabeça da miosina, e mesmo antes

de interagir com a actina, o ATP se hidroliza gerando ADP e fosfato inorgânico. No

músculo relaxado o complexo troponina tropomiosina interpõem-se entre as duas

moléculas, impedindo a interação entre a miosina e a actina.

Contração Muscular O processo se inicia com a liberação de íons cálcio do retículo e a

consequente elevação da concentração de cálcio no sarcoplasma. Isto permite a ligação do

cálcio no complexo troponina que por sua vez promove o deslocamento do filamento de

tropomiosina permitindo a interação entre actina e miosina.

Neste momento há uma diminuição da afinidade da miosina pelo ADP e Pi fazendo

com que os dois produtos da hidrólise de ATP se dissociem do sítio catabolítico da

miosina.

Simultaneamente a dissociação do Pi e ADP a cabeça da miosina se move e puxa o

filamento de actina promovendo seu deslizamento sobre o filamento de miosina. Após

completar o movimento a cabeça de miosina fica fortemente presa a actina. Para que a

miosina se dissocie é necessário que o ATP se ligue novamente a ela iniciando um nnovo

ciclo. Se não houver ATP a miosina fica fortemente ligada a actina, situação conhecida

como rigor.

Músculo relaxado

Músculo contraido

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Tipos de fibras musculares esqueléticas

Existem três tipos de fibras musculares esqueléticas: a vermelha, a branca e a intermediária.

A maioria dos músculos esqueléticos contém uma mistura dos três tipos de fibras. Numa

unidade motora, todas as miofibras são do mesmo tipo.

As fibras vermelhas ou fibras do tipo I - são encontradas nas unidades motoras de

contração lenta, têm um diâmetro relativamente pequeno, são ricas em mitocôndrias e

sarcoplasma contendo mioglobina. Sua energia é obtida principalmente da fosforilação

oxidativa de ácidos graxos. São fibras resistentes à fadiga e adaptadas para contrações

continuadas e atividade muscular prolongada (p. ex., manutenção da postura).

As fibras brancas ou fibras do tipo II - são encontradas nas unidades motoras de

contrações rápidas e descontínuas. São relativamente grandes, com pouca mitocôndria,

contêm pouca mioglobina. Geralmente são responsáveis pelo movimento (p. ex., músculo

extraocular). As fibras do tipo II podem ser divididas nos tipos II A, B e C. As fibras do

tipo II B são as mais rápidas e dependem principalmente da glicólise como fonte de

energia. As fibras intermediárias possuem características intermediárias entre as fibras

vermelhas e as fibras brancas. Nos humanos, os músculos consistem em uma mistura dos

três tipos.

2. MÚSCULO ESTRIADO CARDÍACO

O músculo cardíaco constitui o Miocárdio, sendo a maior parte da parede do

coração.

Estrutura ao Microscópio Óptico: As células são ramificadas e possuem núcleos centrais. O

Sarcoplasma contém miofibrilas e mostra estriações transversais, onde encontramos as

Faixas A e I, e as linhas H e Z. As células musculares estriadas cardíacas diferem das

demais, pois suas células não somente se ramificam, mas também são mantidas juntas por

um complexo juncional especial conhecido como DISCO INTERCALAR. Estes discos são

vistos como linhas escuras que correm de modo escalariforme.

As fibras de Purkinje, ricas em glicogênio, são fibras terminais especializadas do sistema

de condução do coração. Quando comparadas às fibras contráteis, as fibras de Purkinje são

maiores, pouco coradas e contêm poucas miofibrilas.

As fibras musculares cardíacas são mononucleadas, apresentando o núcleo na região

central. Nessas fibras ocorrem também miofilamentos de actina e de miosina, que não se

apresentam, no entanto, com disposição tão regular como aquela apresentada pelas fibras

musculares estriadas.

No coração existe uma rede de células musculares cardíacas modificadas, acopladas às

outras células musculares do órgão, que têm papel importante na geração e condução do

estímulo cardíaco, de tal modo que as contrações dos átrios e ventrículos ocorrem em

determinada sequência, permitindo ao músculo cardíaco exercer com eficiência a sua

função de bombeamento do sangue.

Page 65: Poligrafo 2014 histologia basica

65

3. MÚSCULO LISO

Este músculo não está sujeito ao controle voluntário (consciente) e é freqüentemente

chamado de Músculo Involuntário .

Dependendo do órgão, a fibra muscular lisa pode contrair-se por:

Estiramento local das fibras, ou

Impulsos nervosos originados dos nervos autônomos, ou

Estimulação hormonal.

Nos órgãos tubulares do corpo, o músculo liso fornece a força motriz para propelir o

conteúdo por sua luz. No sistema digestivo, ele faz também com que o alimento ingerido

seja totalmente misturado com os sucos digestivos. Uma onda de contração das fibras

dispostas circularmente passa ao longo do tubo, empurrando o conteúdo para diante. Por

sua contração, as fibras longitudinais puxam a parede do tubo proximalmente sobre o

conteúdo. Esse método de propulsão é chamado de PERISTALTISMO.

Nos órgãos de armazenamento, como a bexiga e útero, as fibras estão dispostas

irregularmente e são entrelaçadas. Sua contração é lenta e sustentada e faz com que o

conteúdo dos órgãos seja expelido. Nas paredes dos vasos sanguíneos, as fibras musculares

lisas dispõem-se circularmente e servem para modificar o calibre da luz dos mesmos.

Estrutura ao Microscópio Óptico: As fibras musculares lisas consistem em longas

células fusiformes. As fibras estão dispostas em feixes ou lâminas e estão relacionadas

umas com as outras, de tal forma que a espessa porção mediana de uma célula situe-se

próximo às extremidades delgadas das células vizinhas. Há um único núcleo para cada

fibra, centralmente localizado e de forma ovóide.

Controle da contração do músculo liso

As fibras apresentam feixes de miofilamentos que se cruzam em todas as direções,

formando uma trama tridimensional;

O arranjo das proteínas contráteis e o mecanismo de contração do músculo liso diferem

daqueles observados para o músculo esquelético e o cardíaco.

1. Os filamentos de actina e de miosina não estão organizados em sarcômeros como no

músculo esquelético e no músculo cardíaco.

2. As células musculares lisas não contêm troponina, mas contêm a tropomiosina que se

une e estabiliza os filamentos de actina.

3. Os íons de Ca2+, que iniciam a contração, derivam do exterior da célula em vez do

retículo sarcoplasmático.

4. A quinase da cadeia leve da miosina, ao contrário da troponina, que não está presente nas

células musculares lisas, é responsável pela sensibilidade ao Ca2+ das fibras contráteis do

músculo liso.

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No músculo liso, os filamentos de actina e os filamentos associados à miosina se ligam ao

citoplasma e aos corpos densos da membrana plasmática, representando o equivalente à

linha Z do músculo estriado. Os corpos densos estão unidos à membrana plasmática por

intermédio dos filamentos intermediários de desmina e de vimentina. Quando o complexo

actina-miosina se contrai, sua ligação com os corpos densos determina o encurtamento da

célula. A fosforilação cálcio-dependente das cadeias leves reguladoras da miosina é

responsável pela contração do músculo liso.

A fosforilação da miosina tipo II ocasiona seu despregueamento e associação em

filamentos, o sítio de ligação da actina na cabeça da miosina é exposto e a miosina pode se

unir aos filamentos de actina para produzir contração celular.

Junqueira e Carneiro, 2002.

Os miofilamentos da musculatura lisa não são alinhados em miofibrilas, como nas

musculaturas cardíacas e esqueléticas. Além disso, há uma razão mais alta de actina para

miosina (15:1 em vez de 2:1). Outro filamento, conhecido como filamento intermediário,

está presente em associação à actina (filamentos finos) e miosina (filamentos grossos).

Geralmente o filamento intermediário (que não é contrátil) parece comprometer o

atrelamento para contração de actina e miosina. Feixes de filamentos intermediários estão

ligados a corpúsculos densos (acredita-se que sejam equivalentes às linhas Z, que estão

presentes no citoplasma) e estão também ligados à membrana celular. O esforço de

contração é transmitido através dos feixes de filamentos intermediários por toda a

membrana celular, fazendo a célula muscular lisa ser comprimida em direção a seu centro

e, assim, encurtando seu eixo longitudinal. A contração de cada célula é, por sua vez,

atrelada à lâmina externa do tecido conjuntivo. As junções neuromusculares estão presentes

nas fibras musculares lisas que recebem inervação do sistema nervoso autônomo. As

Page 67: Poligrafo 2014 histologia basica

67

vesículas sinápticas contêm Acetilcolina (ACh) ou norepinefrina, dependendo da natureza

da fibra pós-ganglionar, parassimpática ou simpática respectivamente. O sistema

sarcotubular da musculatura lisa é pouco desenvolvido. Em contrapartida, os túbulos T e as

vesículas sob a membrana celular, abrem-se para a superfície da fibra (REECE, 1996)

Referências Bibliográficas: COMARCK, D.H. Fundamentos de Histologia. 2ªed., , Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2003, 371p.

GARTNER, L.P.; HIATT, J.L. Atlas Colorido de Histologia. 4ª ed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2007, 431p.

JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. .10ª ed., Rio de Janeiro,Guanabara Koogan, 2002. 488 p.

KESSEL, R.G. Histologia Médica Básica. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001, 511p.

REECE, W. Fisiologia de animais domésticos. São Paulo, Roca, 1996, 351 p.

Page 68: Poligrafo 2014 histologia basica

68

UNIDADE X - ESTRUTURA HISTOLÓGICAS DOS ÓRGÃOS

1. ÓRGÃOS MACIÇOS:

Exemplos: Fígado, baço, rim, pâncreas...

Estrutura:

a) Esqueleto ou estroma Forma a cápsula que reveste, e trabéculas que divide o órgão

em porções menores. É formado normalmente por tecido conjuntivo denso. Tem como

função a sustentação.

b) Parênquima É a parte funcional. É formado por células especiais, que diferem em

funções de acordo com o órgão. Ex. Hepatócito no fígado.

c) Hilo É o ponto de entrada e saída de vasos sangüíneos, linfáticos, com função

nutricional.

2. ÓRGÃOS OCOS:

Exemplo: intestino (Figura 1), estômago, esôfago, bexiga...

Possui uma cavidade funcional delimitada por uma parede. É formada por quatro

túnicas ou camadas. A descrição abaixo se refere ao tubo digestivo, por apresentar-se de

forma completa:

. Túnica Mucosa

. Túnica Submucosa

. Túnica Muscular

. Túnica Serosa ou Adventícia

Obs: Haverá serosa quando o órgão estiver contido em uma cavidade. Ex. estômago.

Haverá adventícia nos órgãos que estiverem fora de uma cavidade, formado por

conjuntivo de ligação. Ex. Reto, vagina, traquéia.

QUANDO NÃO HÁ SEROSA, HÁ ADVENTÍCIA.

Cada túnica é submetida em lâminas ou lamelas - em ordem do interior para o exterior:

1. Túnica Mucosa:

a) Lâmina epitelial Varia de acordo com a necessidade funcional do órgão.

b) Lâmina própria Formada por tecido conjuntivo frouxo, pode conter glândulas,

nódulos linfóides, vasos sangüíneos e linfáticos, terminações nervosas. Também pode

ser chamada de Córion.

c) Lâmina muscular Formada por 2 camadas delgadas de fibras musculares lisas, uma

circular e outra longitudinal.

2. Túnica Submucosa Nesta túnica não exixtem lâminas, é formada por tecido

conjuntivo frouxo, podendo conter glândular, nódulos linfóides, vasos sagüíneos e

linfáticos e fibras nervosas.

Page 69: Poligrafo 2014 histologia basica

69

Função Unir a mucosa à muscular.

OBS: Nesta Túnica há presença do PLEXO NERVOSO DE MEISSNER OU

SUBMUCOSO – Conjunto de gânglios e fibras nervosas. Do plexo saem fibras para a

túnica mucosa.

3. Túnica Muscular Constituída por feixes musculares lisos, formadas por 2 lâminas:

- Uma circular ou interna

- Uma longitudinal ou externa

Entre as dois lâminas existe o PLEXO NERVOSO DE AUERBACK OU MIOENTÉRICO.

4. Túnica Serosa Constituída por conjuntivo e vasos (lamina submesotelial) e uma

lâmina de mesotélio ( lâmina mesotelial).

Túnica Adventícia Formado por tecido conjuntivo frouxo – tecido de ligação.

Figura 1 – Intestino grosso (X10)

Page 70: Poligrafo 2014 histologia basica

70

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Paulo, Roca, 2003, 457p.

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COMARCK, D. H. Fundamentos de Histologia. 2ºed., Rio de Janeiro, Guanabara

Koogan, 2001, 371p.

DELMANN, H.D.; BROWN, E.M. Histologia Veterinária. Rio de Janeiro, Guanabara

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DI FIORI, M.S.H. Atlas de Histologia. 7ª ed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1991.

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GAYTON, A C. Fisiologia Humana. 6ª ed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1988. 564

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GARTNER, L.P., HIATT, J.L. Atlas Colorido de Histologia. 4ªed. Rio de Janeiro,

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