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1 URCAMP CCS CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA HISTOLOGIA ANIMAL II BAGÉ - 2015

Poligrafo histologia animal ii 2015

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URCAMP – CCS

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

HISTOLOGIA ANIMAL II

BAGÉ - 2015

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SISTEMA CIRCULATÓRIO

O sistema circulatório é constituído pelo coração ( a bomba ), pôr um sistema

fechado de vasos sangüíneos e pelo sangue, sendo o sistema transportador do corpo.

O sangue capta o oxigênio e os produtos da digestão do sistema respiratório e

digestivo e libera-os para as células do corpo. Das células, o sangue capta os produtos do

metabolismo, tal como o Dióxido de Carbono (CO2), e o ácido láctico e libera-os para os

órgãos excretores. Além disso, o sangue transporta hormônios das glândulas endócrinas

para seus órgãos alvo. Este também libera leucócitos do sangue e anticorpos para locais

de infecções e ajuda a regular a temperatura corporal. Assim, o sistema circulatório

desempenha papel vital na manutenção da constância do meio interno ( homeostasia).

O sangue deixa o coração através de tubos fechados chamados artérias, que se

ramificam repetidamente até que artérias finas (arteríolas) medindo cerca de 0,1 mm de

diâmetro, sejam formadas. As arteríolas levam o sangue até tubos extremamente

pequenos chamados capilares. O sangue inicia seu retorno ao coração, passando através

de pequenas veias chamadas vênulas, que se juntam para formar veias. As veias maiores

finalmente trazem o sangue de volta ao coração.

O sistema vascular linfático inicia-se pôr túbulos de fundo cego, os capilares

linfáticos, que gradualmente se anastomosam em vasos de calibre cada vez maior e

terminam atingindo o sistema vascular sangüíneo, desembocando em grandes veias perto

do coração. A função do sistema linfático é devolver ao sangue o fluído dos espaços

teciduais que, ao penetrar nos capilares linfáticos, contribui para formar a linfa.

Todo o Sistema Circulatório encontra-se revestido internamente pôr um Epitélio

simples pavimentoso ( plano simples), chamado ENDOTÉLIO.

CAPILARES

Apresentam-se constituídos apenas pôr camada única de células endoteliais; o

calibre médio dos capilares é pequeno, oscilando entre 7 a 9 µm. Há 3 tipos de capilares,

quanto a continuidade da parede das células endoteliais:

1. CONTÍNUO Suas células apoiam-se sobre uma lâmina basal e prendem-se umas as

outras, lateralmente, pôr meio de zônulas de oclusão e aderência.

2. FENESTRADO Caracteriza-se pôr apresentar orifícios na parede das células

endoteliais. Ex. intestino, tecido muscular, rim. Estes orifícios normalmente são

obstruídos pôr um delgado diafragma de natureza desconhecida e que apresenta uma

ultra estrutura complexa. O capilar fenestrado geralmente é encontrado em tecidos

onde ocorre intensa troca de substâncias entre as células e o sangue.

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3. SINUSÓIDE Apresenta as seguintes características:

Trajeto tortuoso, com calibre grandemente aumentado (30 a 40 µm).

Suas paredes não são formadas por um revestimento contínuo de células endoteliais,

havendo amplos espaços que comunicam o capilar com o tecido subjacente.

Abundante quantidade de poros nas paredes das células endoteliais.

Presença na parede e em sua volta de células fagocitárias (além das endoteliais).

Ausência de lâmina basal contínua.

Os capilares sinusóides são encontrados principalmente no fígado, e em órgãos

hematopoiéticos, como a medula óssea e o baço. Estas particularidades estruturais

sugerem a existência nos capilares sinusóides, de condições que tornam mais fácil e mais

intenso o intercâmbio de substâncias entre o sangue e os tecidos.

ESTRUTURA GERAL DOS VASOS SANGÜÍNEOS

Todos os vasos sangüíneos acima de um certo calibre apresentam um plano geral

comum de construção. De um modo geral, um vaso sangüíneo apresenta as seguintes

camadas constituíntes:

a) Túnica íntima;

b) Túnica média;

c) Túnica adventícia;

d) Vasa Vasorum;

e) Nervos amielínicos.

a) Túnica Íntima:

É constituída por:

1. Uma camada de células endoteliais, revestindo internamente o vaso;

2. Um delicado estrato subendotelial constituído por tecido conjuntivo frouxo;

3. Membrana limitante elástica interna, formada por uma membrana tubular e

perfurada, de substância elástica. Devido a contração do vaso, esta membrana

geralmente se apresenta em corte, com seu trajeto ondulado e sinuoso.

b) Túnica Média:

Formada principalmente por fibras musculares lisas, dispostas circularmente, às

quais se agrega quantidade variável de material elástico.

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c) Túnica Adventícia:

Constituída por tecido conjuntivo com fibras colágenas e elásticas. Esse tecido

conjuntivo que envolve os órgãos vizinhos, e liga o vaso aos órgãos. Frequentemente,

encontramos, na porção mais interna desta túnica, uma condensação de tecidos elásticos

formando a chamada membrana limitante elástica externa.

d) Vasa Vasorum:

Os vasos de grande calibre apresentam, em geral pequenas artérias e veias, que se

ramificam profusamente na sua parede onde desempenham função nutriente. A porção

mais externa das artérias de grande calibre recebe ramos dos vasos da adventícia; a túnica

média recebe arteríolas provenientes da região inicial dos ramos colaterais, os quais se

originam do vaso a ser irrigado. A túnica íntima e a porção profunda da média são

avascularizadas e recebem metabólitos por difusão a partir do sangue contido na luz do

vaso.

ARTÉRIAS

Arteríolas, artéria de médio e pequeno calibre ( ou art. Muscular ) e artéria de

grande calibre, onde predomina o tecido elástico.

1. ARTERÍOLAS: São muito finas, geralmente com menos de 0,5mm de diâmetro.

. Túnica Íntima: Sem camada subendotelial; membrana limitante elástica interna ausente

ou muito delgada.

. Túnica Média: É muscular; geralmente é formada por 4 ou 5 camadas de células

musculares lisas.

. Túnica Adventícia: É estreita, pouco desenvolvida, com apenas um esboço da

membrana limitante elástica externa ou mesmo sem ela.

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2. ARTÉRIAS DE PEQUENO E MÉDIO CALIBRE: Possui a mesma estrutura geral dos

vasos. São caracterizadas por uma espessa camada muscular, que pode chegar a ter

mais de 40 camadas de fibras musculares lisas. De um modo geral, quanto maior for

o calibre, maior a quantidade de material elástico entre as fibras musculares.

3. ARTÉRIAS DE GRANDE CALIBRE: Incluem a aorta e seus ramos. Tem cor

amarelada devido ao acúmulo de material elástico presente na túnica média.

. Túnica Íntima:

Revestida por células endoteliais, endotélio pregueado, cujas células fazem saliência

para a luz. Este aspecto é artificial e ocorre devido a contração pós-morte da

musculatura das artérias.

Subendotélio espesso.

Membrana elástica interna, não é evidente, pois se confundem com as membranas da

camada seguinte.

. Túnica Média:

Constituída por uma série de membranas elásticas, perfuradas dispostas de forma

concêntrica.

Pequena quantidade de células musculares lisas, fibroblastos e colágeno.

.Túnica Adventícia:

Não apresenta membrana elástica externa, e é relativamente pouco desenvolvida.

HISTOFISIOLOGIA DAS ARTÉRIAS

As grandes artérias são também chamadas de condutoras, pois sua função

principal é transportar o sangue. As artérias de médio calibre também são conhecidas por

distribuidoras, encarregam-se de fornecer sangue aos diversos órgãos. Chama a atenção,

na estrutura das grandes artérias, o acúmulo de material elástico existente. Atribui-se a

essa camada importante função na regulação do fluxo sangüíneo. O tecido elástico sofre

dilatações periódicas e absorve o impacto da pulsação cardíaca, que sabemos ser

intermitente. Durante a diástole, as artérias voltariam ao calibre normal, impulsionando o

sangue. A consequência desta ação é que, à medida que se distancia do coração, o fluxo e

a pressão arterial tornam-se cada vez mais regulares.

A camada muscular das artérias médias ou artérias de distribuição pode, por meio

de sua contração ou não, controlar o fluxo de sangue de vários órgãos.

Os vasos sangüíneos sofrem modificações progressivas e graduais no indivíduo,

desde o nascimento até a morte, e é difícil dizer onde terminam os processos de alteração

normal e começam os de regressão.

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Cada artéria apresenta um ritmo próprio de evolução das suas modificações, com

a idade. A artéria que se altera mais precocemente, começando já aos 20 anos de idade, é

a coronária, ao passo que outras só iniciam suas modificações após 40 anos.

Quando a camada média das artérias se apresenta enfraquecida por um defeito

embriológico ou uma lesão, a parede da artéria cede, dilatando-se exageradamente,

podendo até romper-se. É o que chamamos de aneurisma.

Na arteriosclerose, as alterações geralmente se iniciam na camada subendotelial,

passando depois para a túnica média. A lesão da média, com destruição do tecido elástico

e conseqüente perda da elasticidade, tem como conseqüência distúrbios circulatórios

graves.

Certas artérias irrigam com exclusividade áreas específicas de um órgão e, quando

obstruídas, causam a necrose ( morte dos tecidos ), dessas áreas. São chamados enfartes,

freqüentes no coração, rim, cérebro e outros órgãos. Na pele as artérias se anastomosam

com freqüência de modo que a obstrução de uma delas não provoca lesões graves, pois a

irrigação é suprida pelas anastomoses estabelecidas com os ramos vizinhos.

ANASTOMOSES ARTERIOVENOSAS

Freqüentemente observam-se comunicações diretas entre a circulação arterial e a

venosa, são as anastomoses arteriovenosas, muito difundidas pelo corpo e que geralmente

ocorrem em vasos de pequeno calibre.

As anastomoses arteriovenosas são ricamente inervadas pelo sistema simpático e

parassimpático. Parece que o controle da sua atividade, se dá principalmente por via

nervosa. Admiti-se que essa anastomose além de controlarem o fluxo sangüíneo nos

vários órgãos, tem, principalmente na pele das extremidades, função de termorregulação.

VEIAS

1. Vênulas: São pequenas com diâmetro de 0,2 à 1 mm. Caracterizam-se por apresentar

sua camada íntima constituída só por endotélio, e ter a camada média inexistente ou

formada por delgado extrato muscular, com poucas camadas de células. A adventícia é

a camada mais espessa e apresenta-se formada por tecido conjuntivo rico em colágeno.

É um tipo de vaso de paredes muito delgadas.

OBS: Com até 50 µm de diâmetro, as vênulas apresentam estruturas semelhantes

a dos capilares. Participam de igual modo nos intercâmbios de metabólitos entre os

tecidos e o sangue, e nos processos inflamatórios. São, portanto, uma importância

extensão funcional da rede capilar.

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2. Veias de Médio e Pequeno calibre: Constituem a maioria das veias, com extensão dos

grandes troncos, e tem de 1 a 9 mm de diâmetro. Apresentam:

. Túnica Íntima: Camada subendotelial delgada, às vezes ausentes.

Túnica Média: Constituída principalmente por pequenos feixes de músculo liso

entremeados de fibras colágenas e uma rede delicada de fibras elásticas.

Túnica Adventícia: De natureza colágena, é bastante desenvolvida.

3. Veias de Grande Calibre:

Túnica Íntima: Bem desenvolvida

Túnica Média: Extremamente reduzida, com pouco músculo e pouco conjuntivo.

Túnica Adventícia: Camada mais evidente, contendo feixes de músculo liso dispostos

longitudinalmente ao vaso.

Além das camadas, as veias, principalmente de pequeno ou médio calibre,

apresentam “Valvas", no seu interior. As valvas são dobras da camada íntima das veias,

em forma de semilua, e fazem saliência para a luz do vaso. São formadas por tecido

conjuntivo elástico e revestidas por endotélio nas suas duas faces.

As valvas geralmente existem aos pares, formando válvulas que são encontradas

freqüentemente nas veias dos membros superiores e inferiores. Essas estruturas, graças à

contração dos músculos esqueléticos vizinhos, ajudam a impulsionar o sangue venoso em

direção ao coração.

A medida que diminui o calibre aumenta a adventícia; diminui a pressão, diminui

a quantidade de material elástico e aumenta a quantidade de fibras musculares lisas.

A adventícia da veia é maior que da artéria.

CORAÇÃO

É um órgão muscular que se contrai ritmicamente, impulsionando o sangue no

sistema circulatório. Suas paredes apresentam-se constituídas por 3 túnicas:

a) Túnica interna ou endocárdio;

b) Túnica média ou miocárdio;

c) Túnica externa ou pericárdio (epicárdio).

O coração tem uma porção central fibrosa que lhe serve de ponto de apoio - é o

esqueleto fibroso do coração. Observam-se também as válvulas cardíacas e os sistemas

gerador e condutor do estímulo cardíaco.

a) ENDOCÁRDIO: É homóloga a camada íntima dos vasos, sendo, portanto, constituído

por endotélio apoiado sobre uma delgada camada subendotelial de natureza conjuntiva

frouxa. Unindo o miocárdio à camada subendotelial encontramos um estrato

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subendocárdio de tecido conjuntivo, onde correm vasos, nervos, e ramos do aparelho

condutor do coração.

b) MIOCÁRDIO: É constituído por fibras musculares cardíacas, dispostas em camadas,

que envolvem as cavidades cardíacas de um modo complexo e espiralado. Grande

parte destas camadas se insere no esqueleto cardíaco.

No corte histológico: Fibras orientadas em várias direções.

c) EPICÁRDIO: É a membrana serosa do coração, formando o revestimento visceral do

pericárdio. Apresenta-se coberto externamente por um epitélio plano simples

(mesotélio), apoiado em delgada camada conjuntiva. Apresenta uma camada

subepicárdica constituída por conjuntivo frouxo contendo vasos, nervos e gânglios

nervosos. É nessa camada que se acumula o tecido adiposo que geralmente recobre

certas regiões do coração.

A parede dos atrios ou aurícolas é mais fina do que a dos ventrículos.

ESQUELETO FIBROSO DO CORAÇÃO

Sua função é limitar o diâmetro dos orifícios atrioventriculares e arteriais, é

prover uma base sólida para os espaços cavitários do coração durante as diferentes fases

do ciclo cardíaco.

É constituído por tecido conjuntivo denso, seus principais componentes são:

1. Anéis fibrosos contornando as válvulas;

2. Trígono fibroso (tecido conjuntivo denso), contornando as válvulas;

3. Septo membranoso - reveste os músculos inter ventriculares;

4. Cordas tendinosas - prende as válvulas nos músculos papilares.

Músculos papilares - extensões do miocárdio que, através da cordoalha tendinosa,

estabilizam as cúspides das valvas mitral e tricúspide.

O septo interventricular serve como parede entre os ventrículos direito e esquerdo.

Contém músculo cardíaco, exceto a porção membranosa. Cada uma de suas superfícies é

revestida por endocárdio. O septo interatrial é muito mais fino que o septo

interventricular. Com exceção de certas áreas pequenas que contém tecido fibroso, ele

apresenta uma camada central de músculo cardíaco com um revestimento de endocárdio

voltado para cada câmara. As valvas do coração tem uma lâmina central de tecido

fibroso e, em todas as superfícies expostas ao sangue, são recobertas por endotélio. Da

borda livre das valvas atrioventriculares estendem-se cordões fibrosos chamados cordas

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tendinosas, que vão até as projeções musculares que saem da parede dos ventrículos

chamados músculos papilares.

SISTEMA DE GERAÇÃO E TRANSMISSÃO DA EXCITAÇÃO

CARDÍACA: ( SISTEMA DE CONDUÇÃO DO CORAÇÃO)

É formado: 1. Nodo sinoatrial

2. Nodo atrioventricular

3. Feixe atrioventricular

4. Plexo de purkinge

1. Nodo Sinoatrial Localizado na parede do átrio direito da raiz da veia cava superior,

dá origem espontaneamente a impulsos rítmicos que se espalham em todas as direções

através do músculo cardíaco dos átrios e que causam a contração da musculatura. O

nodo sinoatrial é, às vezes, chamado de “marca passo” porque controla a taxa de

contração de todo o coração.

A ação potencial que se origina nas fibras musculares cardíacas especializadas do

nodo sinoatrial dissemina-se para as fibras musculares circunjacentes e alcança o nodo

atrioventricular em cerca de 0,04 segundos.

2. Nodo Atrioventricular Esta estrategicamente situada na porção inferior do septo

atrial, logo acima do esqueleto fibroso do coração que separa o miocárdio atrial do

miocárdio ventricular. Ele pode ser comparado a um receptor de rádio que capta a

onda de excitação à medida que ela passa pelo miocárdio atrial.

A velocidade de condução do impulso cardíaco através do nodo atrioventricular

(cerca de 0,11 segundos), é tal que permite haver tempo suficiente para que os átrios

esvaziem seu sangue no interior dos ventrículos antes que estes comecem a se contrair.

Do nodo atrioventricular, o impulso cardíaco é conduzido aos ventrículos pelo feixe

atrioventricular.

Estrutura dos Nodos: São formados por músculos cardíacos com espessura reduzida e

miofibrilas separadas uma das outras.

3. Feixe Atrioventricular ou feixe de hiss; é o único caminho do músculo cardíaco que

comunica o miocárdio dos átrios ao miocárdio dos ventrículos, sendo assim, a única

rota ao longo da qual o impulso cardíaco pode passar dos átrios para os ventrículos. As

fibras musculares cardíacas especializadas, que são de condução rápida e que

compõem o feixe atrioventricular, são comumente chamadas de fibras de purkinje.

O feixe atrioventricular divide-se em ramos terminais direito e esquerdo que se

dispõe a cada lado do septo ventricular e se estendem em direção ao ápice do coração.

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4. Plexo de Purkinje Os ramos terminais direito e esquerdo do feixe atrioventricular

são contínuos com os pequenos ramos que se espalham em torno de cada câmara

ventricular e de volta, em direção à base do coração.

Estes finos ramos terminais são chamados de plexo de purkinje. O impulso

cardíaco vai desde o início do feixe atrioventricular até os ramos terminais do plexo de

purkinje, em cerca de 0,03 segundos. Esta rápida disseminação do impulso cardíaco faz

com que todo o miocárdio dos ventrículos seja estimulado a contrair-se quase exatamente

ao mesmo tempo.

O sistema de condução do coração é responsável não apenas por gerar impulsos

cardíacos rítmicos, mas também por conduzir estes impulsos através de todo o miocárdio.

VÁLVULAS DO CORAÇÃO

Tricúspide - Protege o orifício atrioventricular direito ( três cúspides).

Mitral - Protege o orifício atrioventricular esquerdo ( duas cúspides).

Pulmonar - Protege o orifício pulmonar ( três cúspides semilunares)

Aórtica - Protege o orifício aórtico ( = pulmonar)

Evita o refluxo do sangue da aorta para o ventrículo esquerdo.

SISTEMA LINFÁTICO

O Sistema Linfático consiste em vasos linfáticos e tecidos linfáticos. Os vasos

linfáticos são tubos que auxiliam o sistema cardiovascular na remoção do líquido tecidual

dos espaços intersticiais do corpo; os vasos então retornam o líquido ao sangue.

O Sistema Linfático é essencialmente um sistema de drenagem e não há nenhuma

circulação. Os vasos linfáticos são encontrados na maioria dos tecidos e órgãos do corpo,

mas estão ausentes no sistema nervoso central, no globo ocular, no ouvido interno, na

epiderme, na cartilagem e no osso.

Os menores vasos linfáticos, os capilares linfáticos, iniciam-se como tubos de

terminação cega. Eles diferem dos capilares sangüíneos por absorverem proteínas e

grandes partículas dos espaços tissulares, enquanto o líquido absorvido pelos capilares

sangüíneos é uma solução aquosa de sais inorgânicos e açúcar.

Linfa: é o nome dado ao líquido tissular após ter entrado em um vaso linfático.

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O tecido linfático não é um dos tecido primários do corpo, mas é um tipo de

tecido conjuntivo que contém grande número de linfócitos. O tecido linfático encontra-se

organizado nos seguintes órgãos ou estruturas: Timo, Linfonodos, Baço e Nódulos

Linfáticos. Este tecido é essencial para as defesas imunológicas do corpo contra bactérias

e vírus.

VASOS LINFÁTICOS

ESTRUTURA: Os vasos linfáticos podem ser divididos em capilares linfáticos,

vasos linfáticos de médio calibre e ductos linfáticos.

. CAPILARES LINFÁTICOS São tubos pequenos, de paredes delgadas, revestidos por

endotélio, circundados por uma delgada camada de tecido conjuntivo. Eles variam de

formato e tamanho e anastomosam-se livremente para formar redes. Diferentemente dos

capilares sangüíneos, os capilares linfáticos não apresentam lâmina basal contínua, o que

lhe confere maior permeabilidade.

. VASOS LINFÁTICOS DE MÉDIO CALIBRE Por fora das células endoteliais há

uma camada de tecido conjuntivo e fibras musculares lisas ocasionais. Estes vasos

juntam-se para formar vasos sucessivamente maiores com paredes até mais espessas. A

quantidade de tecido conjuntivo aumenta, e as fibras musculares lisas formam uma

camada distinta. Surgem as Valvas bicúspides simples, que consistem em duas camadas

de células endoteliais sustentadas por uma porção central de conjuntivo. As valvas nos

linfáticos são mais numerosas do que nas veias.

. DUCTOS LINFÁTICOS Os vasos linfáticos de médio calibre unem-se

sucessivamente, uns aos outros, para formar vasos mais largos. Estes convergem e unem-

se para formar dois ductos, o ducto torácico e o ducto linfático direito. Estes ductos

possuem tres camadas reconhecíveis porém indistintas: a túnica íntima, a túnica média e a

túnica adventícia. As paredes destes ductos grandes, assim, assemelham-se às das veias,

embora sejam mais delgadas.

FORMAÇÃO DA LINFA

A Linfa é o líquido tissular após sua entrada em um vaso linfático. Em torno de

10% do líquido tissular, abandonam os espaços intercelulares através dos capilares

linfáticos. As substâncias de alto peso molecular no líquido tissular deixam os espaços

tissulares através dos vasos linfáticos. Os capilares linfáticos estão constantemente

eliminando o líquido tissular que entra em sua luz e transforma-se em linfa.

A passagem de substâncias de alto peso molecular, como proteínas, para um

capilar linfático, é facilmente realizada devido aos espaços existentes entre as células

endoteliais e a ausência de uma lâmina basal contínua.

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Figura 1 - Líquido Tissular, esquema de pressões retirado do

Junqueira,L.C.;Junqueira,J.Histologia Básica.

UNIDADE XII - SISTEMA RESPIRATÓRIO

GENERALIDADES:

O sistema respiratório é composto de distintos órgãos que cumprem as funções de

condução do ar e da respiração ( intercâmbio de gases ).

A função principal do sistema respiratório é a Respiração externa, ou seja, a

absorção de oxigênio do ar inspirado, o abastecimento do mesmo ao sangue e a

eliminação de gás carbônico do organismo. O intercâmbio gasoso se realiza pelos

pulmões, por meio se seus alvéolos ou ácinos. A Respiração interna tecidual ocorre na

forma de oxidação nas células dos órgãos com a participação do sangue.

Outras funções do sistema respiratório:

- Intercâmbio de gases;

- Termorregulação e umedecimento do ar inspirado;

- Descontaminação de poeira e microorganismos;

- Deposição de sangue no sistema vascular bem desenvolvido;

- Participação na manutenção da coagulação sangüínea através da produção da

tromboplastina e sua antagonista, a heparina;

- Formação da voz e do olfato;

- Atuam também na defesa imunológica.

OBS: A TROCA DE GASES ENTRE OS CAPILARES SANGÜÍNEOS E OS

ALVÉOLOS PULMONARES É DENOMINADA DE HEMATOSE.

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APARELHO RESPIRATÓRIO

Compreende os pulmões e um sistema de tubos que comunicam o parênquima

pulmonar com o meio exterior. Distingue-se neste aparelho:

porção condutora;

porção transitória;

porção respiratória.

1. Porção Condutora - divide-se em:

1.1. Cavidade nasal: a) Vestíbulo

b) Cavidade nasal propriamente dita (área respiratória)

c) Porção sensorial ( área olfativa )

d) Seios paranasais

e) Naso faringe.

1.2. Laringe

1.3. Traquéia

1.4. Árvore Brônquica

1.4.1. Brônquios - primários: direito e esquerdo;

- secundários: lobares

- Terciários: segmentados;

1.4.2.Bronquíolos

2. Porção Transitória

2.1. Bronquíolos terminais;

2.2. Bronquíolos respiratórios.

3. Porção Respiratória

3.1. Ductos alveolares

3.2. Sacos Alveolares e alvéolos

DESCRIÇÃO HISTOLÓGICA DO APARELHO RESPIRATÓRIO

1. Porção Condutora:

1.1. Cavidade Nasal ou fossas nasais: Dividem-se em:

a) Vestíbulo É a porção mais anterior e dilatada das fossas nasais, sua mucosa é

formada por epitélio plano estratificado não cornificado e uma lâmina própria de

tecido conjuntivo denso. Os pêlos e as glândulas cutâneas aí presentes constituem

uma barreira à entrada nas vias aéreas de partículas grosseiras de pó.

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b) Área Respiratória Compreende a maior parte das fossas nasais. A mucosa dessa

região é constituída por um epitélio pseudo estratificado colunar ciliado, com

numerosas células caliciformes. Esse epitélio reveste a maior parte das vias aéreas,

sendo freqüentemente chamado de epitélio do tipo respiratório.

O epitélio respiratório repousa sobre uma lâmina basal à qual se segue uma

lâmina própria fibrosa que contém glândulas do tipo misto, cuja secreção ajuda a manter

úmidas as paredes nasais. A lâmina própria se apóia no periósteo subjacentes.

Nas áreas mais expostas ao ar, o epitélio se apresenta mais alto e com maior

número de células caliciformes. O muco produzido tanto pelas glândulas como pelas

células caliciformes é deslocado ao longo da superfície epitelial em direção a faringe,

pelo batimento ciliar sincronizado.

A superfície da parede lateral de cada cavidade nasal apresenta-se irregular,

devido a existência de três expansões ósseas chamadas conchas ou cornetos. Ao nível dos

cornetos inferior e médio a lâmina própria contém um abundante plexo venoso, com

lacunas que em determinadas condições ( resfriados e alergias ), podem se tornar túrgidas,

dificultando a livre circulação de ar.

Ao passar pelas fossas nasais o ar é aquescido (plexo venoso-cornetos), filtrado

(vestíbulo- pêlos), e umedecido (glândulas e células caliciformes).

c) Área Olfatória É uma região situada na parte superior das fossas nasais, sendo

responsável pela sensibilidade olfativa. O epitélio desta região é pseudo estratificado

colunar, formado por três tipos celulares:

. Células de Sustentação: São prismáticas, largas no seu ápice e mais estreitas na sua base,

apresentam na sua superfície microvilos, que se projetam para dentro da camada de muco

que cobre o epitélio. Essas células tem um pigmento acastanhado que é responsável pela

cor marron da mucosa alfatória.

. Células Basais: São pequenas arredondadas ou cônicas e formam uma camada única na

região basal do epitélio entre as células olfatórias e as de sustentação.

. Células Olfatórias: São neurônios bipolares que se distribuem entre as células de

sustentação.

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Na lâmina própria dessa mucosa além de abundantes vasos e nervos, observam-se

glândulas ramificadas do tipo tubuloalveolar com células do tipo seromucosas (mistas).

Essas glândulas enviam ductos que desembocam na superfície epitelial e admiti-se

que seu produto de secreção promova uma contínua corrente líquida, que lavaria

permanentemente a porção apical das células olfatórias. Seriam removidos desta maneira

restos dos compostos que estimulam a olfação, mantendo os receptores prontos para

novos estímulos.

d) Seios Paranasais São cavidades ósseas revestidas por epitélio tipo respiratório, que

se apresenta baixo e com poucas células caliciformes. A lâmina própria contém poucas

e pequenas glândulas, continuando com o periósteo adjacente. O muco produzido

nessas cavidades é drenado para as fossas nasais.

e) Nasofaringe É a primeira porção da faringe continuando caudalmente com a porção

oral desse órgão ( orofaringe ). É revestida por epitélio tipo respiratório que é

substituído por epitélio plano estratificado na região em que a faringe entra em contato

com o palato mole.

1.2. Laringe

É um tubo de forma irregular que une a faringe à traquéia. Suas paredes contêm

uma série de peças cartilaginosas irregulares, unidas entre si por tecido conjuntivo

fibroelástico que mantém a laringe sempre aberta. As peças maiores como a cartilagem

cricóide, tiroidéia e grande parte da artenóide são do tipo hialino, as peças menores são do

tipo elástico.

A mucosa forma dois pares de pregas que fazem saliência na luz da laringe. O

primeiro par superior constitui as chamadas falsas cordas vocais ( pregas vestibulares), a

lâmina própria dessa região é frouxa e contém numerosas glândulas.

O segundo par inferior constitui as cordas vocais verdadeiras. Essas pregas vocais

apresentam um eixo de tecido conjuntivo elástico ao qual seguem, externamente, os

chamados músculos intrínsecos da laringe.

Quando o ar passa através da laringe, esses músculos podem-se contrair,

modificando a abertura das cordas vocais e condicionando a produção de sons com

diferentes tonalidades.

O revestimento epitelial não é uniforme ao longo de toda a laringe. Na face

ventral, parte da face dorsal da epiglote, bem como nas cordas vocais, o epitélio está

sujeito a atritos e desgaste, sendo portanto, do tipo plano estratificado não cornificado.

Nas demais regiões é do tipo respiratório, com cílios que batem em direção a faringe. A

lâmina própria é rica em fibras elásticas e contém pequenas glândulas do tipo misto.

Page 16: Poligrafo histologia animal ii 2015

16

Essas glândulas não são encontradas nas cordas vocais verdadeiras. Não existe uma

submucosa bem definida.

1.3.Traquéia

Continua com a laringe e termina ramificando-se nos brônquios extrapulmonares.

É um tubo revestido internamente por epitélio do tipo respiratório. As células

ciliadas são as mais numerosas, calcula-se que cada uma dessas células contenha em

média 270 cílios; além destes, a superfície livre das células apresentam microvilos pouco

desenvolvidos. No epitélio da traquéia também encontramos células caliciformes e

células basais.

A lâmina própria é de tecido conjuntivo frouxo, rico em fibras elásticas. Contém

glândulas principalmente do tipo mucoso, cujos ductos se abrem na luz traqueal.

A mucosa traqueal, portanto é secretora, a secreção tanto das glândulas como das

células caliciformes, forma um tubo mucoso contínuo, que é levado em direção à faringe

pelo batimento ciliar, constituindo uma barreira às partículas de pó, que entram junto com

o ar inspirado. Além da barreira mucosa, as vias aéreas apresentam um outro sistema de

defesa contra o meio externo, representado pela barreira linfocítica de função imunitária,

que compreende tanto linfócitos como acúmulos linfocitários ricos em plasmócitos

(nódulos e gânglios), distribuídos ao longo da porção condutora do aparelho respiratório.

A traquéia apresenta como característica um número variável (16 à 20 ), de peças

cartilaginosas do tipo hialino, em forma de “C” cujas extremidades livres estão voltadas

para a região dorsal. São revestidas por pericôndrio, que continua com um tecido

conjuntivo fibroso, unindo as cartilagens entre sí, com a idade as cartilagens podem

tornar-se fibrosas ou mesmo sofrer calcificação.

A região dorsal voltada para o esôfago, que não é ocupada por cartilagens;

apresenta feixes musculares lisos, que também podem ser encontrados entre os anéis

cartilaginosos. A traquéia é revestida externamente por um tecido conjuntivo frouxo,

constituindo a camada adventícia, que liga o órgão aos tecidos vizinhos.

1.4. Árvore Brônquica

A traquéia ramifica-se originando dois brônquios, que após curto trajeto, entram

nos pulmões através do hilo. Estes brônquios são chamados primários. Pelo hilo entram

artérias e saem veias e vasos linfáticos. Todas essas estruturas são revestidas por tecido

conjuntivo denso, sendo o conjunto conhecido por Raiz do Pulmão.

Os brônquios primários, ao penetrarem nos pulmões, dirigem-se para baixo e para

fora, dando origem a três brônquios no pulmão direito e dois no pulmão esquerdo. Cada

brônquio supre um lobo pulmonar. Esses brônquios freqüentemente chamados Lobares,

dividem-se repetidas vezes originando-se brônquios cada vez menores, sendo os últimos

Page 17: Poligrafo histologia animal ii 2015

17

ramos chamados de bronquíolos. Cada bronquíolo penetra num lóbulo pulmonar onde

ramifica-se, formando 5 à 7 bronquíolos terminais.

Os lóbulos tem forma piramidal, com ápice voltado para o hilo e a base dirigida

para a superfície pulmonar. Sua delimitação é dada por delgados septos conjuntivos de

fácil visualização no feto.

No adulto esses septos são incompletos sendo os lóbulos, então, mal delimitados.

O bronquíolo terminal origina um ou mais bronquíolos respiratórios, os quais

marcam o início da porção respiratória, esta compreende também os ductos alveolares,

sacos alveolares e alvéolos.

Os brônquios primários, na sua porção extrapulmonar possuem a mesma estrutura

histológica observada na traquéia. À medida que caminhamos para a porção respiratória,

observamos uma simplificação das estruturas formadoras desses sistemas de conductos,

bem como uma diminuição da altura do epitélio. Deve-se salientar, entretanto, que essa

simplificação é lenta e gradual, não havendo transição brusca por exemplo, entre

brônquios e bronquíolos.

1.4.1. BRÔNQUIOS

Nos ramos maiores, a mucosa é idêntica a encontrada na traquéia, enquanto que

nos ramos menores o epitélio pode ser cilíndrico simples ciliado. A lâmina própria é rica

em fibras elásticas e seguindo-se a mucosa ocorre uma camada muscular lisa, formada

por dois feixes musculares dispostos em espiral que circundam completamente o

brônquio. Em corte histológico essa camada muscular pode apresentar-se descontínua.

Externamente a essa camada muscular, existem glândulas do tipo mucoso ou misto, cujos

ductos se abrem na luz brônquica.

As peças cartilaginosas são envolvidas por tecido conjuntivo rico em fibras

elásticas. Essa capa conjuntiva, freqüentemente denominada camada adventícia, continua

com as fibras conjuntivas do tecido pulmonar vizinho. Tanto na adventícia como na

mucosa são freqüentes os acúmulos de linfócitos, que aumentam em número com a idade.

Particularmente nos pontos de ramificação da árvore brônquica é comum encontrarmos

nódulos linfáticos.

1.4.2.BRONQUÍOLOS

São segmentos intralobulares tendo diâmetro de 1mm ou menos, não apresentam

cartilagem, glândulas ou nódulos linfáticos. O epitélio nas porções iniciais é cilindrico

simples ciliado, passando a cúbico simples ciliado ou não, na porção final.

As células caliciformes diminuem em número, podendo mesmo faltar. A lâmina

própria é delgada e constituída principalmente de fibras elásticas. Segue-se à mucosa uma

camada muscular lisa cujas as células se entrelaçam com as fibras elásticas, estas se

estendem para fora, continuando com a estrutura esponjosa do parênquima pulmonar.

Quando se compara a espessura das paredes dos brônquios com a dos

bronquíolos, nota-se que a musculatura bronquialar é relativamente mais desenvolvida

que a brônquica. Dessa maneira os espasmos asmáticos são causados principalmente pela

contração da musculatura bronquiolar.

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18

A musculatura dos brônquios e dos bronquíolos está sob controle do nervo vago e

do sistema simpático. A estimulação vagal diminui o diâmentro desses segmentos,

enquanto que a estimulação do simpático produz efeito contrário. Isso explica porque a

adrenalina e outras drogas simpático miméticas são freqüentemente empregadas nos

acessos de asma para relaxar essa musculatura lisa.

2. Porção Transitória

2.1.BRONQUÍOLOS TERMINAIS

Denominam-se bronquíolos terminais as últimas porções da árvore brônquica que

não apresentam estruturas respiratórias na sua constituição. Tem estrutura semelhante a

dos bronquíolos, tendo porém, parede mais delgada revestida internamente por epitélio

colunar baixo ou cúbico, com células ciliadas e não ciliadas.

Nessa altura termina a porção condutora e inicia a porção de transição.

2.2. BRONQUÍOLOS RESPIRATÓRIOS

É um tubo curto, revestido por epitélio simples que varia de colunar baixo a

cubóide, podendo ainda apresentar cílios na porção inicial. O músculo liso e as fibras

elásticas estão bem desenvolvidas, embora formem uma camada mais delgada do que a

presente no bronquíolo terminal.

Os bronquíolos respiratórios mostram pequenas bolsas de ar que saem de suas

paredes - ondee ocorre troca gasosa.

3. Porção Respiratória

3.1. Ductos Alveolares Iniciam a porção respiratória. São condutos longos e tortuosos,

formado por ramificações dos bronquíolos respiratórios, que por sua vez, podem

também ramificar-se.

O revestimento epitelial é cúbico simples, com células muito baixas, às vezes de

difícil visualização na microscopia óptica. Os feixes musculares se dispõem circundando

a abertura de um alvéolo, mas não se estendem pelas paredes deste. As fibras colágenas e

elásticas, continuam com a parede alveolar, constituindo o único sistema de sustentação

presente.

Os ductos alveolares, são os últimos segmentos a apresentarem células

musculares lisas.

Page 19: Poligrafo histologia animal ii 2015

19

Segundo SNELL, os brônquios respiratórios terminam em ductos alveolares,

passagens tubulares com numerosas bolsas de paredes delgadas chamadas sacos

alveolares. A parede do ducto alveolar é revestido por epitélio cubóide sustentado por

tecido conjuntivo que contém fibras elásticas e algumas fibras musculares lisas.

3.2. Saco Alveolar e Alvéolos O ducto alveolar termina em um alvéolo simples, ou

sacos alveolares que contém dois ou mais alvéolos.

Os alvéolos são pequenas invaginações em forma de saco, encontradas nos sacos

alveolares, ductos alveolares e bronquíolos respiratórios. Constituem as últimas porções

da árvore brônquica, sendo responsáveis pela estrutura esponjosa do parênquima

pulmonar.

As paredes dos alvéolos ( septos interalveolares), são compostas de células

achatadas muito delgadas sustentadas por delicado tecido conjuntivo contendo fibras

elásticas. Cada alvéolo é circundado por uma rica rede de capilares sangüíneos.

A parede do alvéolo é revestida por células planas ( epitélio plano simples),

chamadas Pneumócitos tipo I; mas há, ocasionalmente uma célula cubóide chamada de

Pneumócito tipo II - responsável pela secreção do surfactante para a luz. O surfactante

reduz a tensão superficial sobre as células de revestimento e permite que as paredes

alveolares separem-se entre sí à medida que o ar entra durante a inspiração, de outra

forma o surfactante é uma fina película de material lipoprotéico que regula a tensão

superficial durante a respiração, impedindo o colapso dos alvéolos.

O surfactante surge nos pulmões por volta da 30ª semana de vida intra-uterina

(humanos).

Outro tipo de células observadas nos alvéolos é o FAGÓCITO ALVEOLAR, são

células derivadas dos monócitos do sangue. Elas migram através da parede capilar para

entrarem nos espaços teciduais, e então, passam através do revestimento epitelial do

alvéolo para ficarem livres em sua luz. Estas células funcionam como fagócitos e

removem restos, tais como partículas de carbono, da luz do alvéolo. Tais partículas

migram pela árvore brônquica e são finalmente engolidas com o muco.

Page 20: Poligrafo histologia animal ii 2015

20

MEMBRANA RESPIRATÓRIA

O ar da luz do alvéolo está separada da luz do capilar ( sangue ), pelas seguintes

estruturas:

1. Líquido contendo surfactante produzido pelo Pneumócito tipo II

2. Epitélio plano alveolar - Pneumócito tipo I

3. Membrana basal do epitélio

4. Um mínimo espaço tecidual

5. Membrana basal do capilar sangüíneo que se fusiona à membrana basal

epitelial em vários locais;

6. Endotélio do capilar.

A combinação destas camadas é conhecida como membrana respiratória e possui

cerca de 0,5 µm de espessura. É a nível de membrana respiratória que ocorre a troca

gasosa entre o ar na luz alveolar e o sangue no interior do capilar.

PORO ALVEOLAR

O septo interalveolar pode conter 1 ou mais poros de 10 a 15µm de diâmetro,

comunicando 2 alvéolos vizinhos. São de ocorrência normal e não se conhece exatamente

seu significado funcional, poderiam constituir um sistema para igualar a pressão nos

alvéolos, ou também realizar uma circulação colateral de ar, quando houver obstrução de

um bronquíolo.

4. CIRCULAÇÃO

4.1 Circulação sangüínea

A circulação sangüínea no pulmão compreende vasos nutridores e vasos

funcionais.

A Circulação Funcional Está representada pelas artérias e veias pulmonares. A artéria

pulmonar é do tipo elástico e contêm sangue venoso a ser oxigenado nos alvéolos

pulmonares. Dentro do pulmão esta artéria se ramifica acompanhando a árvore brônquica,

os ramos arteriais são envolvidos pela adventícia dos brônquios e bronquíolos. Na altura

do ducto alveolar eles se resolvem numa rede capilar cujos os ramos entram em íntimo

contato com o epitélio alveolar.

O pulmão apresenta a rede capilar mais desenvolvida de todo o organismo, suas

malhas são extremamente pequenas, podendo mesmo apresentar um diâmetro menor que

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o dos capilares. Esta rede capilar se forma onde houver alvéolos, ou seja, ela é encontrada

também nos alvéolos dos brônquios respiratórios.

Da rede capilar origimam-se as vênulas que correm pelos septos interlobulares.

Após saírem dos lóbulos, as veias acompanham a árvore brônquica, dirigindo-se ao hilo.

A Circulação Nutridora Está compreendida pelas artérias e as veias brônquicas, que

são menores do que as artérias e veias pulmonares. Os ramos da artéria brônquica

também acompanham a árvore brônquica, mas vão apenas até os bronquíolos

respiratórios.

4.2. Circulação Linfática

Os vasos linfáticos distribuem-se acompanhando os brônquios e os vasos

pulmonares; são encontrados também nos septos interlobulares, dirigindo-se todos eles

para os linfonodos da região do hilo. Essa rede linfática é chamada de REDE

PROFUNDA, para ser distinguida da REDE SUPERFICIAL, que compreende os

linfáticos presentes na pleura visceral. Os linfáticos dessa última região também se

dirigem para o hilo; os vasos, no seu trajeto, acompanham a pleura em toda a sua

extensão, ou podem penetrar no parênquima pulmonar através dos septos interlobulares.

Nas porções terminais da árvore brônquica, não existem vasos linfáticos.

5. PLEURA

É a serosa que envolve o pulmão, sendo formada por dois folhetos, o parietal e o

visceral. Ambos são formados por mesotélio e uma fina camada de tecido conjuntivo, que

contém fibras colágenas e elásticas. As fibras elásticas do folheto visceral continuam com

as do parênquima pulmonar.

Em condições normais, essa cavidade pleural é virtual, contendo apenas uma

película de líquido que age como lubrificante permitindo o deslizamento suave dos dois

folhetos durante os movimentos respiratórios, impedindo o atrito do mesotélio visceral e

parietal.

A pleura, como outras serosas, é uma estrutura de elevada permeabilidade, o que

explica a freqüência de acúmulo de líquido no seu interior, devido a transudação de

plasma através dos capilares provocada por processos inflamatórios. Inversamente, em

determinadas condições, líquidos ou gases presentes na pleura são rapidamente

reabsorvidos.

Page 22: Poligrafo histologia animal ii 2015

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6. MOVIMENTOS RESPIRATÓRIOS

Na inspiração, a contração dos músculos intercostais e do diafragma,

respectivamente, levanta as costelas e baixa o assoalho do cavidade torácica, o que

aumenta o diâmetro desta, havendo então a expansão pulmonar. Os brônquios e os

bronquíolos aumentam em diâmetro e comprimento durante a inspiração. A porção

respiratória também se expande mas principalmente por conta dos ductos alveolares, pois

os alvéolos mudam muito pouco de volume. As fibras elásticas do parênquima pulmonar

participam dessa expansão, de modo que, na expiração, quando os músculos relaxam, a

retração dos pulmões é passiva, sendo em grande parte devido as fibras elásticas que

estavam sob tensão.

7. TROCA GASOSA NOS TECIDOS - RESPIRAÇÃO INTERNA

Quando o sangue alcança os capilares nos tecidos, ocorre uma troca de

gases respiratórios ( oxigênio e dióxido de carbono ), entre o sangue e o tecido, ou seja, o

líquido tecidual devido aos gradientes de pressão dos gases respiratórios.

O sangue arterial que entra nos capilares teciduais contém oxigênio a uma pressão

relativamente alta ( 100 mmHg ), e dióxido de carbono a uma pressão um tanto baixa

( 40 mmHg ).

O sangue nos capilares é separado do líquido tecidual pelo revestimento endotelial

e pela membrana basal. O líquido tecidual contém oxigênio a uma pressão relativamente

baixa ( 37mmHg ), e dióxido de carbono a uma pressão relativamente alta ( 46mmHg ).

Devido a esses gradientes de pressão existentes, o equilíbrio gasoso é rapidamente

estabelecido pela difusão do oxigênio do sangue para o líquido tecidual e pela difusão do

dióxido de carbono do líquido tecidual para o sangue. Assim o sangue que abandona a

extremidade venosa do capilar contém oxigênio a uma pressão mais baixa ( 37mmHg ), e

dióxido de carbono a uma pressão mais alta ( 46mmHg ), do que o sangue que entra nos

capilares teciduais na extremidade arterial.

O oxigênio no líquido tecidual encontra-se a uma pressão mais elevada do que o

oxigênio no interior das células. Por isso o oxigênio rapidamente de difunde para as

células, onde reage com vários materiais alimentares para formar grande quantidade de

dióxido de carbono. Esta formação faz com que a pressão do dióxido de carbono

intracelular se eleve acima da pressão no líquido tecidual. Devido a diferença de pressão,

o dióxido de carbono logo se difunde através da membrana plasmática da célula para o

líquido tecidual.

Desenhe o esquema abaixo:

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8. TROCA GASOSA NO INTERIOR DOS PULMÕES

- RESPIRAÇÃO EXTERNA

Quando o ar fresco entra na luz alveolar, uma troca de gases respiratórios

( O2 - CO2 ), ocorre entre o ar alveolar e o sangue, devido a gradientes de pressão dos

gases respiratórios.

O sangue pulmonar que entra nos pulmões contém oxigênio a uma pressão

relativamente baixa ( 37mmHg ), e dióxido de carbono a uma pressão relativamente alta

( 46mmHg ); este é na realidade o sangue venoso misturado de todas as partes do corpo.

O sangue pulmonar, então atravessa os capilares que cobrem os alvéolos. Aqui o sangue é

separado do ar na luz alveolar apenas pela membrana respiratória. Ao final da inspiração,

o ar alveolar contém oxigênio a uma pressão relativamente alta ( 100 mmHg ), e dióxido

de carbono a uma pressão relativamente baixa ( 40 mmHg ). Devido aos gradientes de

pressão existentes, o equilíbrio gasoso é rapidamente estabelecido pela difusão do

oxigênio no sangue e pela difusão do dióxido de carbono do sangue para a luz alveolar.

Assim o sangue que abandona os pulmões pelas vias pulmonares contém oxigênio a uma

pressão relativamente mais elevada ( 100 mmHg ) e dióxido de carbono a uma pressão

mais baixa ( 40 mmHg ), do que o sangue que entra nos pulmões.

Desenhe o esquema abaixo:

Page 24: Poligrafo histologia animal ii 2015

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9. TRANSPORTE GASOSO PELO SANGUE

9.1. TRANSPORTE DE OXIGÊNIO

Cerca de 97% do oxigênio transportado dos pulmões para os tecidos são

carreados em combinação química com a hemoglobina nas hemácias; os 3% restantes são

dissolvidos no plasma. A combinação do oxigênio com a hemoglobina forma a oxi-

hemoglobina, esta combinação química é fraca e facilmente reversível. Quando o sangue

nos capilares pulmonares é exposto a uma pressão de oxigênio relativamente alta no ar

alveolar, o oxigênio liga-se à hemoglobina, mas quando o sangue nos capilares dos

tecidos do corpo é em geral, exposto ao líquido tecidual, que apresenta pressões

relativamente baixas de oxigênio, o oxigênio é rapidamente liberado da hemoglobina.

Desenhe o esquema abaixo:

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9.2. TRANSPORTE DE DIÓXIDO DE CARBONO

O dióxido de carbono (CO2) é transportado dos tecidos para os pulmões de

várias maneiras: como bicarbonato, em solução física, e em combinação com a

hemoglobina e proteínas plasmáticas.

A maior parte do CO2 ( 70%), é transportado sob a forma de íons de

bicarbonato. Ao difundir-se no líquido tecidual para a água do plasma sangüíneo, o CO2

entra nas hemácias e rapidamente combina-se com a H2O, para formar ácido carbônico

(H2CO3).

Esta reação é catalizada pela enzima anidrase carbônica no interior da

hemácia. O H2CO3, então se dissocia rapidamente em íons de hidrogênio e

bicarbonato

( H e HCO3 ). Os íons H rapidamente combinam-se com a hemoglobina, que

efetivamente remove os íons de H do líquido no interior das hemácias ( isto é, age como

um tampão químico). O excesso de íons bicarbonato no interior das hemácias difundem-

se agora no plasma. Para manter a neutralidade elétrica no interior das hemácias, os íons

cloretos (Cl ),

rapidamente se difunde do plasma para as células vermelhas do sangue, um fenômeno

chamado de transporte dos cloretos.

Desenhe o esquema abaixo:

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26

SISTEMA DIGESTIVO

1. Generalidades:

O sistema digestivo é formado pelo tubo digestivo e glândulas anexas, cuja função

é retirar dos alimentos ingeridos os metabólicos para o desenvolvimento e a manutenção

do organismo, e para que isto ocorra, o alimento deve ser degradado e transformado em

pequenos metabólicos de fácil absorção, através do epitélio do intestino delgado.

Portanto, o tubo digestivo tem a função de transformar alimentos em metabólicos

e absorvê-los, mantendo ao mesmo tempo, uma barreira entre o meio externo e o meio

interno.

O primeiro passo deste complexo processo de transformação ocorre na cavidade

oral, onde o alimento é triturado pelos dentes na mastigação e umedecido pela saliva.

Nessa região se inicia a digestão do alimento, processo que continua no estômago e

termina no intestino delgado. Nos intestinos o alimento é transformado em seus

componentes básicos, tais como, aminoácidos, monossacarídeos, glicerídeos, no qual são

absorvidos. Já no intestino grosso há absorção de água, e consequentemente as fezes

tornam-se semi-sólidas.

Segundo Snell, os produtos da digestão passam então, do lúmem intestinal para a

corrente sangüínea e linfática, onde são distribuídos e utilizados pelas células do

organismo.

2. Organização

. Cavidade Oral: - Lábios . Glândulas Anexas

- Língua - Salivares: Parótidas

- Dentes Sublingual

. Faringe Submandibular

. Esôfago - Pâncreas

. Estômago - Fígado

. Intestino Delgado - Vesícula Biliar

. Intestino Grosso

. Ânus

A. Cavidade Oral

A.1. Boca:

- Túnica Mucosa: Lâmina Epitelial:Epitélio plano estratificado queratinizado ou não;

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Lâmina própria: Glândulas serosas e mistas e mucosas e mistas.

- O teto da boca é formado pelos palatos duro e mole.

-Palato Duro: A membrana mucosa repousa diretamente sobre o tecido ósseo.

-Palato Mole: Tem a parte central formada por músculo estriado esquelético, e

apresenta muitas glândulas mucosas em sua submucosa.

A.2. Lábio: Observa-se a transição para epitélio queratinizado.

A.3. Língua:

É formado por uma massa de tecido muscular estriado, distribuídos

longitudinalmente, transversalmente, e lateralmente, envolvidos por tecido conjuntivo

fibrilar.

Túnica Mucosa: - L. Epitelial: epi. plano estratificado queratinizado em alguns pontos.

- L. própria: Glândulas mistas.

Na região dorsal da língua apresenta-se com sua superfície irregular devido a

presença de papilas linguais. Na região ventral a mucosa é lisa e regular. A região

posterior da face dorsal da língua é separada da anterior por uma linha em forma de V,

atrás desta linha, a superfície da língua apresenta um número discreto de eminências,

formadas principalmente por nódulos linfáticos e amígdalas linguais.

Papilas Linguais - São elevações do epitélio oral e da lâmina própria, que assumem

formas e funções diferentes.

- Papilas Filiformes: . Cônicas e alongadas

. São mais frequentes;

. Cobrem toda a superfície superior da língua

. Não contém corpúsculos gustativos.

OBS: Nos animais, apreensão de alimentos líquidos.

- Papilas Fungiformes: . Possui uma base estreita e uma parte apical mais dilatada;

. Assume forma de cogumelo;

. São pouco frequentes;

. Estão entremeadas com as papilas filiformes;

. Frequentemente apresentam corpúsculos gustativos;

. Encontradas nos lados e ponta da língua;

- Papila Circunvaladas ( Valadas):

. Possuem forma achatada;

. São circunvaladas por um sulco;

. Encontram-se no V lingual, em nº de 7 a 12;

` . Apresentam na sua parede lateral grande nº de corpúsculos

gustativos.

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A.4. Dente

A primeira dentição é chamada decídua, e a segunda dentição e chamada

permanente.

Os dentes estão dispostos em 2 curvas, chamadas arcadas dentárias, articuladas

nos ossos maxilares e mandibulares.

Humano - Há 10 dentes decíduos em cada maxilar.

1 incisivo central- 1 incisivo lateral- 1 canino- 2 molares - em cada hemiarco.

Estes dentes são substituídos durante um período de alguns anos - média 6 - 7

anos, por 16 dentes permanentes:

-1 inc.central- 1 inc. lateral- 1 canino- 2 pré-molares- 3 molares.- em cada hemiarco.

* O dente pré-molar e o molar tem mais de 1 raíz.

Cada dente é formado por uma porção que se projeta além da gengiva - Coroa, e

uma ou mais raíz para dentro do alvéolo do osso.

. Alvéolos: Cavidades ósseas onde os dentes estão inseridos;

. Colo: Ponto de transição entre a coroa e a raíz.

. Cavidade Pulpar: Cavidade central do dente, cuja a forma acompanha a do próprio

dente.

. Foramem apical: orifício, dnetro das raízes pelo qual passam vasos e nervos.

. Ligamento ou Membrana Periodontal: Estrutura fibrosa em volta da raíz, que fixa a raíz

ao seu alvéolo.

A. Esmalte: É uma estrutura mais rica em cálcio do corpo humano, e também a mais

dura. Contém 97% de sais de cálcio e 3% de matério orgânica.

B. Dentina: Tecido calcificado semelhante ao osso, porém mais duro por conter maior

concentração de sais de cálcio. A matriz orgânica da dentina é sintetizada por células

semelhantes aos osteoblastos, chamadas de odontoblastos. A dentina é sensível a

estímulos diversos como: calor, frio, ácido e traumatismos.

C. Polpa: Esta porção ocupa a cavidade pulpar. As células predominantes são os

fibroblastos, que estão dispersos na substância fundamental amorfa. É um tecido

ricamente inervado e vascularizado.

D. Gengiva: Formada por uma lâmina própria de tecido conjuntivo denso, firmemente

aderida ao perósteo. Apresenta epitélio plano estratificado queratinizado em alguns

pontos.

Periodonto ou Paradente:

Page 29: Poligrafo histologia animal ii 2015

29

São estruturas responsáveis pela fixação dos dentes nos ossos maxilares e

mandubular. Correspondem ao Cemento, Ligamento Peiodontal e Osso alveolar.

. Cemento: Este tecido cobre a dentina da raíz e tem estrutura semelhante à do osso. O

cemento é mais espesso na região apical da raíz e apresenta, neste ponto, células com

aspecto de osteócitos: são os cementócitos.

.Ligamento Periodontal: É formado por tecido conjuntivo densa. Une o cemento dentário

ao osso alveolar.

. Lâmina Dura ou osso alveolar: É a porção do osso que está em contato imediato com o

ligamento periodontal.

Tipos de dentes quanto a diferença em sua taxa de crescimento, segundo DELLMAN:

- Braquidontes: São curtos e deixam de crescer após o término do irrompimento. Incluem

todos os dentes dos carnívoros, homem, incisivos dos ruminantes e suínos ( com exceção

de seus caninos).

- Hipsodontes: São mais longos que os braquidontes e continuam seu crescimento por

toda uma parte da vida adulta do animal. Os caninos do suíno continuam a crescer por

toda a vida e nunca desenvolvem raíz. Todos os dentes dos equinos, e molares dos

ruminantes.

B. FARINGE

É um órgão comum aos aparelhos digestivo e respiratório. Comunica-se com a

cavidade nasal e com a laringe. A orofaringe apresenta epitélio plano estratificado, e na

lâmina prórpia apresenta glândulas serosas e mistas, e mucosas e mistas. O tecido

conjuntivo é denso e rico em fibras elásticas.

3. ESTRUTURA GERAL DO TUBO DIGESTIVO

Possui uma cavidade funcional delimitada por uma parede. É formada por 4

túnicas ou camadas.

. Túnica Mucosa

. Túnica Submucosa

. Túnica Muscular

. Túnica Serosa ou Adventícia

obs: Haverá serosa quando o órgão estiver contido em uma cavidade.

Haverá adventícia nos órgãos que estiverem fora de uma cavidade, formado por

conjuntivo de ligação. Ex. Esôfago, vagina, traquéia.

QUANDO NÃO HÁ SEROSA, HÁ ADVENTÍCIA.

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30

Cada túnica é submetida em lâminas ou lamelas - em ordem do interior para o exterior:

3.1.Túnica Mucosa:

a) Lâmina epitelial Varia de acordo com a necessidade funcional do órgão.

b) Lâmina própria Formada por tecido conjuntivo frouxo, pode conter glândulas,

nódulos linfóides, vasos sangüíneos e linfáticos, terminações nervosas. Também pode

ser chamada de Córion.

c) Lâmina muscular Formada por 2 camadas delgadas de fibras musculares lisas, uma

circular e outra longitudinal.

3.2.Túnica Submucosa Nesta túnica não exixtem lâminas, é formada por tecido

conjuntivo frouxo, podendo conter glândular, nódulos linfóides, vasos sagüíneos e

linfáticos e fibras nervosas.

Função Unir a mucosa à muscular.

OBS: Nesta Túnica há presença do PLEXO NERVOSO DE MEISSNER OU

SUBMUCOSO – Conjunto de gânglios e fibras nervosas. Do plexo saem fibras para a

túnica mucosa.

3.3.Túnica Muscular Constituída por feixes musculares lisos, formadas por 2 lâminas:

- uma circular ou interna

- uma longitudinal ou externa

Entre as 2 lâminas existe o PLEXO NERVOSO DE AUERBACK OU

MIOENTÉRICO.

3.4.Túnica Serosa Constituída por conjuntivo e vasos ( lamina submesotelial) e uma

lâmina de mesotélio ( lâmina mesotelial).

Túnica Adventícia Formada por tecido conjuntivo frouxo – tecido de ligação.

4. HISTOFISIOLOGIA DO TUBO DIGESTIVO

O epitélio de revestimento tem como principais funções revestir o tubo digestivo,

separando o seu conteúdo dos tecidos do corpo, enquanto simultaneamente

lubrifica suas paredes facilitando o transporte e a digestão em seu interior. As

células epiteliais produzem muco e enzimas digestivas. Os nódulos linfáticos são

frequentemente encontrados na lâmina própria e na camada submucosa

protegendo o organismo contra a invasão bacteriana.

Page 31: Poligrafo histologia animal ii 2015

31

Ao longo do tubo digestivo logo abaixo do epitélio, existe uma camada delgada e

contínua de macrófagos e células linfóides.

A muscular da mucosa permite a movimentação da mucosa independente do tubo

digestivo, patrocinando um maior contato com o bolo alimentar.

A túnica muscular promove a mistura e progressão do alimento no tubo digestivo.

Sua função contrátil é dependente da coordenação dos plexos nervosos aí

existentes. O fato de o tubo digestivo receber abundante inervação do sistema

nervoso autônomo fornece as bases anatômicas para a correlação da ação

acentuada do estado emocional sobre o tubo digestivo, um fenômeno de

importância na medicina psicossomática.

C. ESÔFAGO

Apresenta-se como um tubo muscular cuja função é transportar rapidamente o

alimento da boca para o estômago.

- Túnica mucosa Lâmina epitelial - epitélio plano estratificado queratinizado ou não

Lâmina própria - Tec. Conjuntivo frouxo, vasos sanguíneos...

Na região próxima ao estômago apresenta glândulas esofágicas.

Lâmina muscular - Fibras muscular lisas lisas somente no sentido

Longitudinal.

- Túnica Submucosa Grupos de pequenas glândulas mucosas no tecido conjuntivo

frouxo. Estas glândulas secretam muco que lubrificam o bolo alimentar e auxiliam sua

passagem para o estômago.

- Túnica Muscular Idem ao plano geral

- Túnica Adventícia Liga o esôfago à traquéia e estruturas da região cervical e torácica.

Idem ao plano geral.

- Túnica Serosa Só quando o esôfago se projeta para a cavidade abdominal.

D. ESTÔMAGO

É uma dilatação do tubo digestivo, que recebe o bolo alimentar do esôfago.

Este órgão apresenta 3 áreas histológicas diferentes: Região do Cárdia, Região

fúndica e do corpo, e Região Pilórica.

Tunica Mucosa: Lamina epitelial: Epitélio cilindrico simples do tipo mucosecretor.

Lamina própria: Presença de glândulas cárdicas, fúndicas e pilóricas;

formado por tecido conjuntivo frouxo entremeado a fibras musculares lisas, e fortemente

infiltrado por células linfóides.

Lamina Muscular: Camada longitudina, circular e longitudinal.

Tunica Submucosa: Tecido conjuntivo rico em vasos sanguíneos e linfáticos, com

infiltrados de linfócitos e mastócitos.

Não apresenta GLÂNDULAS.

Page 32: Poligrafo histologia animal ii 2015

32

Tunica Muscular: Musculos lisos dispostos em camadas: oblíquo, circular e longitudinal.

Tunica Serosa: Delgada e coberta por mesotélio.

A superfície interna do estômago é caracterizada pela presença de invaginações do

epitélio para dentro da lâmina própria, formando depressões microscópicas, denominadas

FOSSETAS GÁSTRICAS.

A túnica mucosa é constituída principalmente por um grande nº de pequenas

glândulas que se abrem no fundo dessas fossetas, as glândulas gástricas.

As três regiões caracterizam-se por possuírem glândulas gástricas com estruturas

diferentes conforme a região. As fossetas gástricas têm a mesma estrutura em todas as

partes do estômago.

As glândulas gástricas localizam-se sempre na lamina própria, nunca passando da

muscular da mucosa.

Região do Cárdia:

Localizada entre o esôfago e o estômago. A lâmina própria apresenta glândulas tubulosas

ramificadas ou não, com células secretoras de muco.

Região Fúndica e do Corpo:

- A lamina prórpia é formada por glândulas tubulosas, formadas por várias células, que

são:

- Células da mucosa superficial: Produtoras de muco

- Células Parietais ou Oxínticas: Produzem ácido clorídrico, e IF

- Células da Mucosa do Colo: Secretam muco

- Células Zimogênicas ou Principais: Produtoras de Pepsina e

Lipase.

- Células Argentafins: Serotonina - contração da musc. Lisa

Enteroglucagon - antagônico á insulina.

Região Pilórica:

Apresentam fossetas gástricas muito fundas, nos quais se abrem glândulas

tubulosas simples ou ramificadas. Nesta região contém um polipeptídeo chamado

Gastrina, no qual estimula a secreção das células parietais.

FUNÇÕES DO ESTÔMAGO

1- Armazena ou retém o alimento ingerido;

2- Mistura o alimento com secreções gástricas, formando um líquido viscoso, chamado

QUIMO;

3- Gradualmente libera o quimo para o duodeno, onde continua a digestão e inicia a

absorção.

Embora uma considerável parte da digestão ocorra no estômago, pouca absorção

ocorre aqui somente o álcool e drogas lipossolúveis podem ser absorvidas pela

mucosa gástrica.

Page 33: Poligrafo histologia animal ii 2015

33

O ácido clorídrico produzido pelas células parietais, baixa o pH para 2,0, permitindo

assim que a Pepsina inicie a digestão das proteínas. O HCl também destrói muitos

microorganismos deglutidos com o alimento.

A pepsina é a forma ativa, sendo guardado no interior da célula na forma de

pepsinogênio.

A pepsina é uma enzima proteolítica que quebra as proteínas em peptídeos, torna-se

inativa quando o pH do duodeno se eleva.

O muco produzido pelas células mucosas protege a mucosa da digestão efetuada pelas

enzimas gástricas.

SECREÇÃO DE ÁCIDO CLORÍDRICO

O CO2 passa pela membrana plasmática ou é produzido na célula como produto

do metabolismo, e combina-se com H2O na presença da enzima anidrase carbônica,

formando ácido carbônico. O ácido carbônico é desdobrado em íons de H e íons de

bicarbonato. O íon H é secretado para a superfície celular e os íons de bicarbonato

difundem-se para a corrente circulatória.

Os íons Cl difundem-se do sangue para as células parietais e, então, são secretados

por estas, juntamente com os íons de H.

E - INTESTINO DELGADO

É a porção do tubo digestivo onde ocorrem os processos finais da digestão dos alimentos

e absorção dos produtos de digestão.

É um órgão bastante longo (mais ou menos 6 m), que permite uma ação mais demorada

das enzimas digestivas.

Apresenta três porções:

-Duodeno

-Jejuno

-Íleo

A)- T. MUCOSA:

Apresenta vilosidades intestinais (evaginacoes da mucosa para luz intestinal)

L.EPITELIAL – cilíndrico simples

L.PROPRIA – com glândulas ou criptas Lieberkchn

Tec.conjuntivo frouxo

Vasos sanguinios e linfáticos, nervos.

L.MUSCULAR – músculo liso Uma camada circular

Uma camada longitudinal

As vilosidades intestinais são de forma folhada e no íleo apresentam um aspecto

digitiforme

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A mucosa do intestino delgado é formada por vários tipos celulares. As células

mais comuns são as intestinais prismáticas (também chamadas de absortivas); seguidas

pelas células CALICIFORMES, ARGENTAFINS, PANETH, e CÁL. APUD.

A- CEL. ABSORTIVAS: Apresentam microvilos densamente agrupados.

Tem como principal função: absorção de metabolitos

resultantes do processo digestivo.

B- CEL. CALICIFORMES: Estão entre as absortivas. São menos freqüentes no duodeno

e aumentam em numero em direção ao íleo. Produzem glicoproteinas. Tem como

função: Lubrificar a luz intestinal.

C- CEL . ARGENTAFINS: São mais freqüentes na porção basal das gl. Intestinais. Estas

células liberam -5- hidroxitriptamina,a qual estimula a camada muscular do intestino

,atuando desta forma , sobre a motilidade do órgão .

D- CEL. PANETH: Estão presentes na porção basal das glândulas intestinais, são

células exócrinas, seromucosas, sintetizam proteínas . Nos grânulos de secreção desta

célula , há presença de uma enzima que digere a parede de certas bactérias ,esta

enzima e chamada LIZOZIMA ,portanto ela regula a flora intestinal graças a ação

bacteriolítica . As células de Paneth tem sobrevida de 30 dias ,renovando-se muito

lentamente do que as células absortivas e caciliformes ,que são substituídas a cada 5

dias .

E- CEL. APUD – Produtoras de secretina , glucacon , somatostina , colecistoguinina , e

um polipetideo inibidor gastrico .

B) - TUNICA SUBMUCOSA :Na porção inicial do duodeno há a presença de acúmulos

glândulas tubulosas ,ramificadas , que se abrem nas glândulas intestinais. São as

glândulas Duodenais ou de Brünner. São do tipo mucoso seu produto de secreção e

alcalino (PH 8,2 –9,3) admitindo –se que proteja a mucosa intestinal contra a acidez do

suco gástrico Além disso, é responsável pelo PH ideal para ação das enzimas

pancreáticas .As células das glândulas de Brünner contem urogastroma , hormônio

que inibe a secreção de ácido clorídrico pela mucosa gástrica .

Além destas glândulas encontramos na submucosa nódulos linfáticos isolados,

ocasionalmente esses nódulos se agregam e formam as chamadas PLACAS DE PEYER

. Essas placas são encontradas exclusivamente no íleo.

C) –T. MUSCULAR E SEROSA: Idem ao plano geral.

Circulação e inervação do intestino delgado.

Page 35: Poligrafo histologia animal ii 2015

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Os vasos sanguíneos que nutrem o intestino e transportam nutrientes absorvidos da

digestão, perfuram a camada muscular e formam um grande plexo na submucosa onde sai

ramos para camada muscular, submucosa, lamina própria e vilos. Cada vilo recebe

(dependendo do tamanho) um ou mais ramos formando uma rede capilar logo abaixo de

seu epitélio.

Os vasos linfáticos no intestino originam-se nos centros dos vilos sob a forma de um

fundo cego. Estes vasos dirigem-se para região da lamina própria, onde forma um plexo,

passam diretamente para submucosa onde se expandem em torno dos nódulos linfáticos.

Esses vasos concluem e se anastomosam repetidas vezes, deixando o intestino junto com

os vasos sanguíneos.

Os componentes nervosos do intestino são formados principalmente por seus plexos

nervosos, MEISSNER e o AUERBACH; e por fibras pré- ganglionares parassimpática e

pós- ganglionares simpáticos. Os plexos formam a parte intrínseca da inervação, enquanto

as fibras formam a parte extrínseca da inervação.

HISTOFISIOLOGIA

No intestino delgado completa-se o processo de digestão dos alimentos e seus

produtos são absorvidos. A presença de pregas, vilos e microvilos aumentam a superfície

da parede intestinal, característica importante de um órgão onde ocorre tão intensa

absorção.

Calcula-se que a presença dos vilos aumenta em 8x, e dos microvilos mais de 20x

a superfície intestinal, perfazendo um total de 160x.

Outro processo importante para a função do intestino é o movimento rítmico dos

vilos. Isso ocorre graças a contração das células musculares presentes no eixo dos vilos.

Essas estruturas se contraem rítmica e independentemente uma das outras , várias vezes

por minuto. Durante a digestão a freqüência é aumentada e em jejum, os movimentos são

consideravelmente reduzidos.

O epitélio intestinal é renovado constantemente, portanto quando lesado se

regenera rapidamente.

OBS: VILOSIDADES: é uma evaginacao da mucosa (elevação)

PREGAS: é uma invaginacao da mucosa

F - INTESTINO GROSSO

Constituição: Ceco

Cólon

Reto

Canal anal

*OBS: As 4 túnicas características do intestino delgado estão presentes no intestino

grosso, contudo não estão presentes pregas, nem vilosidades, exceto na porção retal .

Page 36: Poligrafo histologia animal ii 2015

36

A)- T. MUCOSA

L.Epitelial : epitélio cilíndrico simples - do tipo absorsor ( microvilosidades )

L. Própria :Glândula de Lieberkühn, que são longas e se caracterizam pela grande

abundância de células caliciformes e pequenas quantidades de células argentafins .

A estrutura deste órgão esta de acordo com suas principais funções, entre elas: absorção

de água e a conseqüente formação do bolo fecal; e a produção de muco para lubrificação

a superfície mucosa.

A lamina própria é rica em linfócitos e nódulos linfáticos. Estas ultimas estruturas

atravessam freqüentemente a muscular da mucosa, invadindo a sub-mucosa.

L. Muscular: idem ao plano geral.

B) - T. SUBMUCOSA: Não apresenta glândulas.

C) –T. MUSCULAR: Bem desenvolvida, constituída por uma camada de fibras

circulares, e outra longitudinal. As fibras da camada longitudinal externa se juntam

em três faixas espessas chamadas Tênias do colo.

D) –T. SEROSA: Idem ao plano geral.

* OBS: Na região anal : a mucosa apresenta uma serie de pregas longitudinal, as colunas

retais ou colunas de MORGAGNI .Uns 2 cm acima do orifício anal, a mucosa intestinal e

gradativamente substituída por um epitélio estratificado pavimentoso. Nesta região, a

lamina própria apresenta um rico plexo venoso, cujas veias, quando excessivamente

dilatadas e varicosas, dão origem a hemorróidas.

* APÊNDICE

E uma invaginação do ceco em fundo de saco. Caracteriza-se por apresentar lúmen

estreito e irregular devido á presença de grande quantidade de nódulos linfáticos na

parede do órgão .

A estrutura geral do apêndice e semelhante ao do intestino grosso, apenas existe menor

numero de glândulas intestinais, e as existentes são mais curtas. No apêndice, as fibras

musculares não formam as tênias.

GLÂNDULAS ANEXAS DO TUBO DIGESTIVO

1. GLÂNDULAS SALIVARES

Page 37: Poligrafo histologia animal ii 2015

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Além das pequenas glândulas salivares esparsas na cavidade oral , encontramos 3 pares

de grandes glândulas, as chamadas GLÂNDULAS SALIVARES maiores, que são:

parótida, submandibular e sublingual.

Estruturas das glândulas

Porção secretora

Ductos: intercalares, estriados e excretores

Na base das células da porção secretora e dos ductos encontramos as células

mioepiteliais.

As glândulas são revestidas por uma cápsula de tecido conjuntivo rico em fibras

colágenas de onde partem septos interlobulares, que dividem a glândula em acúmulos

menores de adenômeros ( unidades morfológicas): lóbulos glandulares.

-Ductos intercalares: São pouco desenvolvidos, formados por epitélio cúbico simples e

localizam-se entre os ácinos.

-Ductos estriados ou secretores: Encontram-se dentro dos lóbulos e, por este motivo

receberam o nome de ductos intralobulares. São formados por um epitélio cilindro

simples.

-Ductos extralobulares ou interlobulares ou excretores: Os ductos estriados fundem-se

formando ductos maiores os ductos excretores. Estes se caracterizam por apresentarem

epitélio de revestimento cilíndrico estratificado, que se transformam gradualmente em

epitélio bucal estratificado pavimentoso. Envolvendo os ductos excretores, encontramos

uma camada bem desenvolvida de tecido conjuntivo.

A) GLÂNDULA PARÓTIDA: Ë uma glândula acinosa, composta, cuja porção secretora

é constituída só por células serosas.

. 90% do volume da Parótida são células secretoras (serosas)

. 5% são ductos estriados

O restante é constituído por outros ductos, conjuntivo, vasos e nervos.

B) GLÂNDULA SUBMANDIBULAR: É uma glândula tubuloacinosa composta, sua

porção secretora é constituída por células mucosas e serosas. As células serosas

agrupam-se formando ácinos, ou associam-se com as células mucosas dos mesmos,

Page 38: Poligrafo histologia animal ii 2015

38

onde se colocam excentricamente, formando as chamadas semiluas. (ou meia lua de

Gianuzzi).

As células serosas são o principal componente da glândula. Esta glândula está constituída

da seguinte maneira:

80% do volume submandibular – células serosas

5% - células mucosas

5% - ductos estriados

O restante – vasos, nervos, e outros tipos de ductos.

C) GLÂNDULA SUBLINGUAL: Ë uma glândula tubuloacinosa composta. As células

serosas estão quase sempre agrupadas em posição de semilua no fim dos ácinos

mucosos. Há o predomínio de cel. Mucosas sobre as serosas.

60% do parênquima desta glândula. – células mucosas

30% células serosas

3% ductos estriados.

HISTOFISIOLOGIA DAS GLÂNDULAS SALIVARES

Ao conjunto de secreções de todas as glândulas salivares é denominado saliva. A

média de secreção no adulto é cerca de 1.000 a 1.500 ml de saliva em 24 hs. A saliva

possui de 6,0 a 7,4 e tem 2 tipos de secreção: (1) uma secreção serosa, contendo

enzima ptialina, que digere amido, e (2) uma secreção mucosa para lubrificação e

limpeza. As glândulas parótidas são as maiores glândulas salivares e sua secreção é

inteiramente serosa, as glândulas submandibulares secretam uma mistura de secreção

serosa e mucosa; as sublinguais e as numerosas glândulas bucais secretam

predominantemente muco.

FUNÇÕES:

1. Digestão: Pela enzima ptialina – ativada somente na boca pelo ph, esta é inativada

pela acidez da secreção gástrica.

2. Lubrificação do alimento e da boca: Facilita a deglutição, e lubrifica os lábios,

língua e bochechas para facilitar os movimentos articulares.

3. Ação solvente: Para que as substâncias estimulem os corpúsculos gustativos e

possam, assim ser sentidas pelo paladar, deve estar em solução, à saliva e o

solvente.

4. Limpeza da boca: A saliva umedece continuamente os dentes e a mucosa que

reveste a boca, retira partículas alimentares, células epiteliais e bactérias.

Qualquer doença que iniba a secreção salivar resulta numa halitose (mau hálito)

devido a de composição de partículas alimentares por bactérias secundárias.

Page 39: Poligrafo histologia animal ii 2015

39

5. Excreção: Materiais orgânicos, inorgânicos, drogas e organismos podem ser

excretadas pela saliva. Potássio, iodo, mercúrio e chumbo são eliminados na

saliva. O vírus da raiva é eliminado pela saliva.

2. PÂNCREAS

O Pâncreas é uma glândula mista, endócrina e exócrina. A porção endócrina é

formada pelas ilhotas de langerhans; e a porção exócrina apresenta-se como uma

glândula acinosa composta e é muito parecido com a parótida, mas diferencia-se desta

principalmente pela ausência de ductos estriados e pela presença das ilhotas de

langerhans.

O Pâncreas apresenta uma cápsula de tecido conjuntivo extremamente delicado e

pouco visível, enviando septos para o seu interior, dividindo a glândula em lóbulos.

O Pâncreas exócrino produz as seguintes enzimas e pró-enzimas digestivas;

tripsinogênio, quimiotripsinogênio, carboxipeptidade, ribonuclease,

desoxirribonucease, lipase e amilase. O controle da secreção pancreática é feito

principalmente pelos hormônios secretina e colecistoquinina, produzidas pelas células

endócrinas no epitélio do intestino delgado.

- Pâncreas exócrino produz suco pancreático.

- Pâncreas endócrino produz insulina e glucagon

3. FÍGADO

É o órgão de maior massa glandular do corpo.

Recebe a maior parte do seu sangue (70%) da veia porta e uma porção menor

através da artéria hepática.

Pela veia porta chega ao fígado todo o material absorvido nos intestinos, com

exceção de parte dos lipídeos, que é transportada por via linfática.

Graças a essas características, o órgão está em posição privilegiada para

metabolizar e acumular metabólicos, e neutralizar e eliminar substâncias tóxicas

absorvidas. Essa eliminação se dá pela bile, que é a secreção exócrina da célula

hepática de grande importância na digestão dos lipídeos.

3.1. LÔBULO HEPÁTICO

O fígado é constituído principalmente por células hepáticas. Essas células se

agrupam em placas que se anastomosam entre si, formando unidades morfológicas

chamadas lóbulos hepáticos.

Em certos animais, como o suíno, os lóbulos hepáticos são separados entre si por

uma nítida faixa de tecido conjuntivo. Na espécie humana e em outros animais, os

vários lóbulos se encostam uns nos outros em quase toda sua extensão. Em algumas

regiões, os lóbulos ficam separados por vasos e tecido conjuntivo. São as regiões que

ocupam os cantos dos polígonos, às se convencionou chamar de espaço porta ou

Espaço de KIERMANN.

Page 40: Poligrafo histologia animal ii 2015

40

Cada Espaco Porta apresenta em seu interior:

Uma vênula e uma arteríola (ramos da veia porta e artéria hepática);

Um ducto bilífero;

Vasos linfáticos;

Todos envolvidos por uma bainha de tecido conjuntivo.

No lóbulo, as células hepáticas ou hepatócitos dispõem-se em placas orientadas

radialmente. Cada placa é constituída por células dispostas em uma só camada, de

maneira aos tijolos de um muro.

O espaço que fica entre as placas de células hepáticas é ocupado por capilares

sinusóides, chamados de sinusóides hepáticos.

Os sinusóides são revestidos por 2 tipos celulares:

células endoteliais típicas dos capilares sanguíneos;

células fagocitárias que neste órgão são chamadas de cel. de KUPFFER

Células de KUPFFER: são células estreladas com núcleo oval e grande.

Fagocitam hemáceas em vias de desintegração, com a conseqüente digestão de

hemoglobina e produção de bilirrubina.

Ao estreito espaço que separa a parede dos capilares sinusóides dos hepatócitos,

convencionou-se chamar de espaço de DISSE. Este espaço contém as células

armazenadoras de lipídeos, com a forma estrelada. Estas células armazenam vitamina A

em suas gotículas lipídicas.

No centro do lóbulo observa-se uma veia, a Veia CENTROLOBULAR, que recebe

sangue que atravessou a massa de células hepáticas, como se esta fosse uma esponja.

3.1. CIRCULACÃO HEPÁTICA

Pelos ramos da veia porta e art. Hepática, que se ramificam várias vezes espessura

do fígado, enviando pequenas vênulas e arteríolas que ocorrem nos espaços Porta,

são os chamados ramos interlobulares;

Pelas veias interlobulares, das quais partem ramos que se dirigem aos lóbulos,

onde se subdividem, transformando-se em Sinusóides;

Pelos Sinusóides, que por sua vez, se dirigem radialmente para o centro do lóbulo,

terminando na Veia Centrolobular.

Em resumo, o sangue flui da periferia para o centro do lóbulo hepático. Isso

significa que as células da periferia do lóbulo recebem primeiro não só os alimentos, mas

também as substâncias tóxicas que vêm pelo sangue.

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3.2. HEPATÓCITOS

As células hepáticas têm forma poligonal com 6 ou mais faces e medem de 20

a 30 µm de diâmetro.

Suas paredes estão em contato:

Com a parede dos capilares sinusóides, pelo espaço de Disse;

Coladas em toda a sua extensão com a parede de outra célula;

Com a parede de outra, mas limitando com a célula vizinha um espaço

tubular, os canalículos ou canal bilífero.

O hepatócito apresenta 1 ou 2 núcleos, centralizado, arredondado e com 1 ou 2 nucléolos

bem evidentes.

Os canalículos são as primeiras estruturas coletoras de Bile.

Apresentam-se como espaços tubulares limitados apenas pelas membranas de 2

células, que nesta região, apresentam moderada quantidade de microvilos. ELES NÃO

TÊM PAREDE PRÓPRIA; sua parede é formada pela membrana dos hepatócitos.

3.3. HISTOFISIOLOGIA

O hepatócito é sem dúvida, a célula de maior versatilidade funcional do

nosso organismo.

Além de sintetizar e acumular vários compostos neutraliza outros e

transporta corantes.

Funções:

1. SÍNTESE PROTÉICA: sintetiza a albumina, protrombina e fibrinogênio, a nível de

Retículo Endoplasmático Granular. Os hepatócitos não acumulam estas proteínas,

estas são eliminadas gradualmente para a corrente sanguínea.

Aproximadamente 5% das proteínas sintetizadas pelo fígado são produzidas nas

células de Kupffer.

2. SECRECÃO DA BILE: a produção de bile é uma verdadeira secreção, pois os

hepatócitos transportam ativamente água e outros componentes da bile, do sangue

para dentro do canalículo biliar: ácidos biliares e bilirrubina.

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3. ACÚMULOS DE METABÓLITOS: os lipídeos e glicídeos são acumulados nos

hepatócitos, principalmente sob a forma de gorduras neutras e glicogênio. Esse

acúmulo possui importante função homeostática, pois permite que nosso organismo

tenha á sua disposição metabólicos no intervalo entre as refeições.

Também deposita várias vitaminas importantes ao organismo: A, B1, B2, B3,

B4, B12, D, e K.

4. FUNÇÃO METABÓLICA: os hepatócitos são responsáveis pela conversão de

lipídeos e aminoácidos em glicose (através da gliconeogênese). E é também a

principal sede do processo de desaminação dos aminoácidos com a produção da uréia,

que é levada pelo sangue e posteriormente eliminada pelos rins.

5. DESTOXIFICACÃO E NEUTRALIZACÃO: várias drogas são neutralizadas nos

hepatócitos devido a processos de: Oxidação, Acetilação, Metilação e Conjugação,

por enzimas localizadas no Retículo Endoplasmático Liso.

6. REGENERACÀO HEPÁTICA: apesar de ser um órgão cujas células se renovam

muito lentamente, quando há perda de tecido hepático (por lesão química ou

cirúrgica), a fígado apresenta uma espetacular capacidade de regeneracão.

Em ratos, a remoção de 75% do parênquima hepático provoca um processo de

regeneração ativa, que se completa em apenas 1 mês.

Ficou demostrado que a regeneracão dos vários tecidos deve ser controlada por

substância de natureza protéica normalmente produzida pelo próprio tecido, denominadas

CALONAS.

“Essas protéinas agem” inibindo a divisão mitótica das células.

Quando um tecido é lesado ou removido parcialmente, admite-se que a produção

de Calonas diminua, com conseqüente aumento da atividade mitótica no tecido em

questão.

À medida que ocorre a regeneracão, aumenta a produção de calonas no tecido, e

diminui a atividade mitótica. Trata-se de um processo AUTO-REGULÁVEL. Sugere-se

que este mecanismo ocorra em vários tecidos – Fenômeno Geral.

Usualmente, o tecido hepático regenerado é igual ao preexistente se, porém, a

lesão for continua ou se repetir com freqüência, simultaneamente à regeneracão ocorre

um considerável aumento de tecido conjuntivo.

Essa produção exagerada de conjuntivo, desorganiza a regeneracão levando o

fígado a um processo chamado CIRROSE.

4. VIAS BILIARES

A bile secretada pelas células hepáticas flui pelos canalículos bilíferos. Ductulos

bilíferos, e ductos bilíferos. Estas estruturas se anastomosam, formando uma rica rede de

ductos, que vão se fundindo gradualmente nos ductos hepáticos, os quais, por sua vez,

Page 43: Poligrafo histologia animal ii 2015

43

formam o ducto hepático comum. Da confluência do ducto cístico da Vesícula Biliar com

o ducto hepático comum resulta o ducto colédoco que desemboca no duodeno.

Estrutura dos ductos:

Células cilíndricas altas;

Tecido Conjuntivo Escasso;

Discreta camada de músculo liso.

À medida que o ducto colédoco se aproxima do duodeno, essa camada muscular se

torna mais espessa, terminando por formar um esfíncter que regula o fluxo da bile.

5. VESÍSCULA BILIAR

É um órgão oco, em forma de pêra, preso a superfície inferior do fígado. A parede

da Vesícula Biliar constituí-se de uma mucosa muscular e serosa.

Mucosa:

Epitélio Cilíndrico Simples (alto) com microvilos, cuja principal função

é absorver água da bile armazenada.

Lamina Própria: tecido conjuntivo frouxo

Não há muscular da mucosa.

Muscular: camada delgada de músculo liso disposto em várias direções.

Os espaços entre as fibras musculares são preenchidos por tecido conjuntivo frouxo.

Serosa: espessa camada de tecido conjuntivo frouxo.

OBS: Na região perto do ducto cístico observa-se invaginações do epitélio na lâmina

própria, formando algumas glândulas tubuloacinosas produtoras de muco.

Admite-se que produzam o muco presente na bile.

HISTOFISIOLOGIA

Sua principal função é acumular bile e reabsorver o líquido da mesma,

concentrando este fluído de 5 a 10 vezes. Mecanismo este que se dá por transporte ativo

de cloreto de sódio.

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44

SISTEMA ENDÓCRINO

Glândulas endócrinas: Hipófise

Tireóide

Paratireóide

Adrenais

Ilhotas de Langerhans

As Glândulas endócrinas liberam hormônios para circulação onde irão atuar em células ou

órgão alvo.

As glândulas endócrinas atuam em conjunto com Sistema Nervoso levando o organismo ao

equilíbrio orgânico chamado de HOMEOSTASIA.

ESTRUTURA QUÍMICA DOS HORMÔNIOS

1. Polipeptídios: lobo anterior da hipófise e ilhotas de langerhans;

2. Esteróides: Córtex da adrenal, testosterana, estrógeneos e progesterona;

3. Animais: tireóide e medula da adrenal.

MECANISMO DE FEED BACK NEGATIVO DO CONTROLE

DAS GLÂNDULAS ENDÓCRINAS

Um hormônio exerce sua função – a informação é transmitida de volta à gl. Endócrina

– direta ou indiretamente – inibindo sua secreção.

Quando a gl. Secreta hormônios de forma insuficiente, o mecanismo de feed back

diminui e ela começa a secretar quantidades suficientes de hormônios novamente.

Este mecanismo de feed back controla a produtividade da glândula, mantendo a

homeostase.

DESCRIÇÃO HISTOLÓGICA DAS GLÂNDULAS

1. HIPÓFISE:

É um pequeno órgão situado na base do encéfalo, abaixo do Hipotálamo. Está

constituída:

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45

Lobo posterior – pars nervosa e pars intermédia

Lobo anterior – pars distalis e pars tuberalis

É revistada por uma cápsula de tecido Conjuntivo.

1.1. ADENO – HIPÓFISE

É dividida em 3 porções: PARS DISTALIS

PARS TUBERALIS

PARS INTERMÉDIA

PARS DISTALIS

Glândula do tipo Cordonal

Composta pelas células:

1.CROMÓFILAS – contém grânulos citoplasmáticos situadas às margens dos

capilares. De acordo com a afinidade de coloração de seus grânulos, estas células

podem ser:

acidófilas: STH e PROLACTINA

basófilas: ACTH, TSH, LH e FSH

2. CROMÓFOBAS – sem grânulos visíveis situadas no eixo dos cordões celulares.

PARS TUBELARIS

. Muito vascularizado

. Possui cél. Basófilas

. Função desconhecida

PARS INTERMÉDIA

Região rudimentar – cél. Fracamente basófilas

Produz hormônio melanotrófico

Humana – função não bem conhecida

1.2. NEURO HIPÓFISE

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PARS NERVOSA E INFUNDÍBULO

Células: Axônios de neurônios do hipotálamo

Escassas células do conjuntivo

Células típicas – Pituícitos

HORMÔNIOS = HAD ou VASOPRESSINA

OCITOCINA

.2 TIREÓIDE

Envolvido por uma cápsula de tecido conjuntivo frouxo que envia septos para o

seu interior.

Formada por epitélio cúbico simples, limitando espaços esféricos cheios de

colóide = folículos tiroideanos.

Intensamente vascularizados – capilares fenestrados

Inervado pelo sistema Simpático e parasimpático

Entre os folículos, existem células Claras chamadas de células C ou

Parafoliculares, no qual secretam Calcitonina que age na regulação de Ca sérico

no organismo, reduzindo a calcemia..

Hormônios produzidos pela Tireóide (localizados dentro dos folículos):

- TIROXINA E TRIIODOTIRONINA = Estimulam o metabolismo das células do

organismo.

OBS: A TIREÓIDE É A ÚNICA GLÂNDULA ENDÓCRINA QUE ACUMULA O

SEU PRODUTO DE SECREÇÃO EM QUANTIDADE APRECIÁVEL. ESTE

ACÚMULO É FEITO NO COLÓIDE.

3. PARATIREÓDE

- glândula do tipo cordonal

Revestida por uma cápsula de tecido conjuntivo denso, que envia septos para seu

interior, por onde penetram vasos sanguíneos e linfáticos.

APRESENTAM 2 TIPOS CELULARE:

CÉLULAS PRINCIPAIS – SÍNTESE DE PTH

CÉLULAS OXÍFILAS – PTH

A paratireóide produz o PTH (PARATORMÔNIO), no qual é responsável pelo

EQUILÍBRIO DE Ca no organismo para manter os níveis de cálcio normal.

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4. GLÂNDULA ADRENAL OU SUPRA RENAL

São duas, localizadas nos pólos superior de cada rim

São achatadas com forma de semi-lua

Revestida por uma cápsula de tecido conjuntivo denso.

Apresenta-se dividida em 2 camadas

- CAMADA CORTICAL – AMARELA

- CAMADA MEDULAR – CINZA

A) CAMADA CORTICAL:

Divide-se em 3 zonas concêntricas:

Zona glomerulosa:

.15% do volume da glândula.

.Abaixo da cápsula conjuntiva.

.Células cilíndricas com núcleo esférico.

.Células dispostas em grupamentos globosos,

.Envolvidos por capilares.

Zona fasciculada:

.70% do volume da glândula

.Células poliédricas, levemente basófilas

.Suas células formam cordões paralelos, entre eles correm capilares.

Zona reticulada

.7% do volume da glândula

.É a zona mais interna do córtex

.Células dispostas em cordões irregulares aspecto de rede.

.Células em menor tamanho.

A ZONA CORTICAL PRODUZ HORMÔNIOS ESTERÓIDES:

. GLICOCORTICOIDES – CORTISOL E CORTICOSTERONA

. MINERALOCORTICÓIDES – ALDOSTERONA

. HORM. SEXUAIS – DEIDROEPIANDROSTERONA

B) CAMADA MEDULAR

. Representam 8% do volume da glândula

. Células poliédricas dispostas em cordões, em

. Forma de rede, cujas malhas há capilares.

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Esta zona secreta = catecolaminas – Adrenalina e Noradrenalina. Que são

mediadoras do Sistema Simpático.

5. ILHOTAS DE LANGERHANS

Constituem a porção endrócrina do pâncreas.

Apresenta-se na forma de aglomerados arredondados imersos no tecido Pancreático

exócrino.

Cada ilhota é formada por células em cordões entre os quais apresentam uma rica rede de

capilares sinusóides.

Separando cada ilhota há uma fina cápsula de fibras reticulares.

Representam 1,5% do volume do pâncreas.

Apresenta 3 tipos celulares

B ou beta = mais numerosas

60 a 80% das células

Grânulos citoplasmáticos

Produz e acumula = insulina

A ou alfa = menos freqüente

Maior tamanho e grânulos grosseiros

Produz e acumula = glucagon

D ou delta = menos freqüente

São pequenas e coram-se fracamente

Produz e acumula = somatostina, este hormônio age inibindo a liberação

do hormônio de crescimento, e também inibe a secreção de glucagon e insulina.

6. CORPO PINEAL OU EPÍFISE OU GL. PINEAL

Localiza-se na extremidade posterior do terceiro ventrículo, acima do teto do

diencéfalo, ao qual se liga por um curto pedúnculo.

É revestido externamente pela pia-máter no qual envia septos de tecido conjuntivo

contendo vasos sanguíneos, que penetram no tecido da pineal e circundam cordões e

folículos de células, formando lóbulos irregulares.

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TIPOS CELULARES:

PINEALOCITOS: também chamados de células do parênquima da pineal

CELULAS INTERSTICIAIS: encontradas entre os cordões dos pinealócitos

FUNÇÃO: não esta ainda completamente explorada, embora, revelou-se nela a

presença de melatonina, serotonina e noreeprinefrina.

O corpo pineal dos mamíferos é um órgão parenquimatoso ou folicular circundado

por uma camada de tecido conjuntivo. Seu parênquima consiste em dois tipos celulares:

Pinealocito: apresenta núcleo grande, secreta a norepinefrina , serotonina e

melatonina.

Astrócitos: circundam os pinealócitos e estão em contato com a lamina basal.

O corpo pineal é um órgão neuroendócrino que exerce efeitos sutis, mais

definitivos, de regulação sobre o LH, FSH e síntese de prolactina, controlando os ritmos

reprodutores sazonais, provavelmente, em todos os mamíferos, e até influenciando os

constituintes cerebrais e a transmissão sináptica.

SISTEMA URINÁRIO

O aparelho urinário contribui para a manutenção da homeostase produzindo a urina,

através da qual são eliminados diversos resíduos do metabolismo, além de água,

eletrólitos e não eletrólitos em excesso no meio interno.

Constituído de: * Dois ( 2 ) Rins;

* Dois ( 2 ) Ureteres;

* Bexiga;

* Uretra.

OBS: A urina é produzida nos rins, e passa pelos ureteres até a bexiga onde é lançada ao

exterior por meio da uretra.

RIM - Possui forma de grão de feijão, com uma borda convexa e outra côncava na qual

se situa o HILO.

Variações em Animais: 1. Com lobos aparentes - Plurilobar.

2. Sem lobos aparentes - forma de feijão, mas pode ter internamente vários lobos ou um

único lobo (Roedores).

No Hilo - * Contém vasos e nervo;

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* Contém também os cálices, os quais se unem para formar a pélvis renal,

que é a parte superior dilatado do ureter.

O Rim é constituído por: * Uma cápsula tecido conjuntivo denso.

* Uma zona cortical

* Uma zona medular

Zona Medular - É formada por 10 a 18 estruturas cônicas ou piramidais - as pirâmides de

malpighi cuja, as bases entram em contato com a zona cortical e os vértices fazem

saliência nos cálices renais.

Estas saliências são as papilas, sendo cada uma delas perfurada por 10 à 25

orifícios, (área crivosa).

Da base de cada pirâmide malpighi partem 400 a 500 formações alongadas que

penetram na cortical recebendo o nome raios medulares.

Zona Cortical - É contínua e ocupa o espaço deixado pelas pirâmides de malpighi,

principalmente o espaço compreendido entre elas e a capsula que recobre o lado convexo

do rim.

A zona cortical mostra, no rim a fresco, pontos vermelhos que correspondem a estruturas

vasculares - são os corpúsculos de malpighi.

NÉFRON

Os rins são constituídos pela associação de numerosas unidades funcionais, ou néfrons (

1 a 2 milhões por rim ).

Cada néfron é formado por:

* Uma parte dilatada - corp. malpighi.

* Um túbulo contorcido proximal.

* Uma parte delgada e espessa; da alça de henle

* Um túbulo contorcido distal

Os componentes do néfron são envolvidos por uma lâmina basal com escasso conjuntivo

que se continua do rim

O corpúsculo de malpighi

Túbulo De trajeto tortuoso Z. Cortical.

T. C. Proximal e T. C. distal.

Porções da alça de henle

( Retilíneas ) Z. Medular

1.2. CORPÚSCULO DE MALPIGHI:

É formado por um tufo de capilares (glomérulo), envolvidos pela cápsula de bowman -

que possui dois (2) folhetos;

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- Um interno - aderido aos capilares.

- Um externo - formando os limites do corpúsculo de malpighi

São também conhecidos como: Folhetos Viscerais

Folhetos Parietais da cápsula de Bowmann

OBS: Entre os dois folhetos da cápsula de bowman existe o espaço capsular, que recebe

o líquido filtrado através da parede dos capilares e do folheto visceral.

- Cada corpúsculo de malpighi tem um polo vascular pelo qual penetra a

arteríola aferente e sai a arteríola eferente

- Polo urinário onde nasce no T. C. proximal.

- Ao penetrar no corpúsculo de malpighi, a arteríola aferente divide-se em

vários capilares, que vão constituir as alças (glomérulo).

As alças capilares originadas de um mesmo ramo anastomosam-se entre si, mas não com

as dos outros ramos.

Além disso, há conexões diretas entre o vaso aferente e o eferente, pelos quais o

sangue pode circular, mesmo sem passar pelo glomérulo.

O folheto externo ou parietal da C. Bowman, é constituído por epitélio simples

pavimentoso que se apoia na lamina basal e uma fina camada de fibras reticulares.

Enquanto o folheto parietal mantém sua morfologia epitelial, as células do folheto

visceral, modificam-se durante o desenvolvimento embrionário, adquirindo

características próprias. Essas células são chamadas de podócitos e formadas por um

corpo celular, do qual partem diversos prolongamentos primários que dão origem aos

prolongamentos secundários. Os podócitos ficam a certa distância dos capilares, não

encostam à lâmina basal destes.

Os prolongamentos secundários dos podócitos se interpenetram, porém deixam entre

eles espaços alongados, as fendas de filtração, onde sobre essas fendas, existe uma

membrana com cerca de 6 mm de espessura, comparável aos diafragmas encontrados nos

poros do citoplasma das células endoteliais.

Os capilares glomerulares são do tipo fenestrado.

Há uma lâmina basal entre as células endoteliais fenestradas e os podócitos que

revestem a superfície externa dos capilares glomerulares. Essa lâmina é a única estrutura

contínua que separa o sangue contido no capilar do espaço capsular.

Além das células endoteliais e dos podócitos, os capilares glomerulares possuem as

células mesangiais em certas regiões de sua parede.

Há pontos em que a lâmina basal não envolve toda a circunferência de um só capilar,

indo constituir, nesse nível uma menbrana comum a dois (2) ou mais capilares. É nesse

espaço entre os capilares que se localizam as células mesangiais. Essas células se

localizam também no interior dos capilares glomerulares, entre as células endoteliais e a

lâmina basal.

OBS: A histofisiologia das células mesangiais é pouco conhecida é possível que sejam

elementos de sustentação dos capilares.

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Túbulo Contorcido Proximal.

Compreende uma parte inicial situada próximo ao corpúsculo de malpighi e uma parte

retilínea que penetra na medular por uma extensão muito curta, indo continuar-se com a

alça de henle.

A parede do T. proximal é formada por epitélio cúbico simples.

ALÇA DE HENLE:

Cada alça de henle, possui uma parte delgada e uma parte mais espessa, e possui a forma

de "U". A maior porção da alça de henle delgada é descendente e a maior porção da

espessa é ascendente.

Porção delgada - luz ampla, pois suas células da parede são achatadas, com núcleos

salientes para a luz.

OBS: A transição entre o túbulo proximal e a alça de henle pode ser brusca ou

gradual, havendo neste caso, células planas intercaladas com células cúbicas. Porção

espessa - epitélio cúbico simples.

TÚBULO CONTORCIDO DISTAL:

Quando a parte espessa da alça de henle penetra na cortical, conserva a mesma

estrutura histológica, porém torna-se tortuosa e passa a ser chamada de túbulo contorcido

distal, e o último segmento do néfron.

Também é revestido por epitélio cúbico simples.

A diferença histológica entre o túbulo contorcido distal e o túbulo contorcido

proximal, ambos na cortical e formados por epitélio cúbico simples baseia-se por;

* As células do túbulo c. proximal: - maiores

- mais acidófilas (abundantes mitocôndrias).

* As células do túbulo c. distal: - menores

- menos acidófilos (menos mitocôndrias).

O túbulo contorcido distal encosta-se ao corpúsculo de malpighi do mesmo néfron, e

neste local sua parede se modifica. Suas células passam a cilíndricas altas. Com núcleos

alongados e próximos uns dos outros. Esse segmento modificado da parede do túbulo

distal que aparece escuro nos cortes corados (devido a proximidade dos núcleos de sua

células) chama-se Macula Densa.

O significativo funcional da mácula densa é desconhecido sugere se que ela pode estar

relacionada à transmissão, para o glomérulo de informações referentes à composição do

fluido que percorre o túbulo distal.

TUBOS COLETORES:

A urina passa dos túbulos contorcidos distais para os tubos coletores, que na medula

se unem uns aos outros, formando tubos cada vez mais calibrosos, e se dirigem para as

papilas.

A maior parte dos tubos coletores é medular e segue um trajeto retilíneo.

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Os tubos coletores de menor diâmetro são revestidos por epitélio cúbico e tem diâmetro

40 um. À medida que se fundem e se aproximam das papilas, suas células ficam mais

altas, até se transformarem em cilíndricas. Ao mesmo tempo, aumenta o diâmetro do

tubo que próximo à papila, chega a atingir 200um.

APARELHO JUSTAGLOMERULAR:

Próximo corpúsculo de malpighi, a arteríola aferente (as vezes também eferentes),

apresenta uma modificação de sua camada média que possui células epitelióides em vez

de fibras musculares lisas. Essas células chamadas justa-glomerulares, têm núcleos

esféricos e citoplasma carregado de grânulos (que se coram por técnicas especiais).

A mácula densa do tubo distal localiza-se próximo as células justaglomerulares,

formando com estas um conjunto conhecido como aparelho justaglomerular.

Ainda como parte do aparelho justaglomerular, encontramos células com citoplasma

claro de função desconhecida, e denominamos de células mesangiais extraglomerulares.

As células justaglomerulares produzem um polipeptídeo chamado de RENINA, que

aumenta a pressão arterial, aumentando indiretamente a secreção de aldosterona.

A renina secretada ativa uma globulina plasmática, chamada de angiotensinogênio,

e libera um decapeptídeo chamado de angiotensina I. O pulmão libera uma enzima

conversora que remove dois aminoácidos transformando a angiotensina I em um

octapeptídeo chamado de angiotensina II.

Principais efeitos fisiológicos da angiotensina II:

- Aumenta pressão sanguínea aumenta secreção de aldosterona (Hormônio

secretado pelo córtex da adrenal)

.

A Aldosterona inibe a excreção de Sódio (Na) pelos rins.

*A deficiência de Na é um estímulo para a liberação da renina que acelera a secreção de

aldosterona, vindo esta inibir a secreção de Na pelos rins.

Efeitos da Angiotensina: *Aumento da pressão arterial

*Diminuição da excreção de água e sal

*Estimula a secreção de aldosterona

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RIM

RENINA - ENZINA (1h)

Substrato renina.-------..Angiotensina I (polipeptídeo)

Enzina conversora (pulmão)

Remove 2 Aa

Angiotensina I I (sangue + ou – 1minuto ) - octapeptideo

Angiotensinases destroem a angiotensina II em poucos minutos

Vasoconstrição

Aumento da pressão arterial

Estimula a secreção de aldosterona RIM Aumenta absorção de Na

Aumenta a excreção de K

Inversamente - O excesso de Sódio no sangue

. Deprime a secreção de renina

.Que inibe a produção de aldosterona

E isto aumenta a excreção de sódio na urina

Assim o aparelho justaglomerular tem um importante papel no controle do balanço

iônico.

OBS: O sistema Vasoconstritor Renina Angiotensina requer mais ou menos 20

minutos para se tornar totalmente ativo.

* O excesso de Na sangue deprime a secreção de Renina

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que inibe a produção de Aldosterona e aumenta a excreção de Na.

Efeitos Hormonais

ADH (hormônio anti diurético) - grande ingestão de água – ocorre a inibição ADH e a

parede dos túbulos distais e coletores tornam-se impermeáveis a água, formando uma

urina abundante e hipotônica.

- Defict água – Ocorre a liberação do ADH e as paredes dos túbulos distais e coletores

tornam-se permeáveis a água a qual é absorvida formando uma urina hipertônica.

ALDOSTERONA - ativado pela Renina, quando há déficit de sódio no organismo.

BEXIGA E VIAS URINÁRIAS

A bexiga e as vias urinárias armazenam por algum tempo e conduzem para o exterior a

urina formada pelos rins. Os cálices, a pélvis, o ureter e a bexiga tem a mesma estrutura

histológica básica, embora a parede se torne gradualmente mais espessa no sentido da

bexiga.

A mucosa é formada por um epitélio de transição e por uma lâmina própria de tecido

conjuntivo que varia do frouxo ao denso.

As células mais superficiais do epitélio de transição são responsáveis pela barreira

osmótica entre a urina e os fluidos teciduais.

A túnica muscular é formada por uma camada longitudinal interna e uma circular

externa. A partir da porção inferior do ureter aparece uma camada longitudinal externa.

Essas camadas musculares são mal definidas. Na parte proximal da uretra, a musculatura

da bexiga forma o esfíncter interno da mesma.

O ureter atravessa obliquamente a parede da bexiga, de modo que se forma uma

válvula que impede o refluxo de urina. A parte do ureter colocada na parede da bexiga

mostra apenas músculo longitudinal, cuja contração abre a válvula e facilita a passagem de

urina do ureter para a bexiga.

As vias urinárias são envolvidas externamente por uma membrana adventícia,

exceto a parte superior da bexiga, que é coberta por membrana serosa (peritônio).

URETRA

É um tubo que leva a urina da bexiga para o exterior, no ato de micção. No

macho, a uretra dá passagem ao esperma durante a ejaculação. Na fêmea, é um órgão

exclusivamente do aparelho urinário.

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A uretra do macho é formada pelas porções:

1. Uretra Prostática: situa-se muito próxima a bexiga e no interior da próstata. Os

ductos que transportam a secreção a secreção prostática abrem-se na nesta uretra. O

epitélio de revestimento é o de transição.

2. Uretra membranosa: tem apenas 1 cm de extensão e é revestido por epitélio pseudo

estratificado colunar. Nessa parte da uretra existe um esfincter de músculo estriado: o

esfíncter externo da uretra.

3. Uretra Cavernosa: localiza-se no corpo cavernoso do pênis. Próximo a sua

extremidade externa, a luz da uretra cavernosa dilata-se, formando a fossa navicular.

O epitélio de revestimento desta uretra é pseudo-estratificado colunar, com áreas de

epitélio estratificado pavimentoso.

As glândulas de Littrè são do tipo mucoso e encontra-se em toda a

extensão da uretra, mas predominam na uretra peniana.

Uretra da Fêmea:

É um tudo de um pouco mais extenso ( humano - 4 a 5 cm), revestido por epitélio

plano estratificado com áreas de pseudo estratificado colunar. Próximo a sua abertura no

exterior, a uretra feminina possui um esfíncter de músculo estriado, o esfíncter externo da

uretra.

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APARELHO REPRODUTOR MASCULINO

- Constituição: - Testículos

- Ductos Genitais ou Excretores: - Epidídimo

- Ducto Deferente

- Glândulas Acessórias: - Vesícula Seminal

- Próstata

- Bulbo uretrais

- Pênis

1. Testículos:

É uma glândula com dupla função:

- Produzir espermatozóides;

- Produzir hormônio sexual masculino.

Apresenta-se envolvido por uma espessa e resistente cápsula de tecido conjuntivo,

rico em fibras colágenas, a albugínea. Cobrindo a albugínea encontramos, nas porções

anterior e lateral do testículo, um saco seroso derivado do peritônio, chamado de túnica

vaginal.

O conjunto acima descrito fica imerso nas bolsas escrotais, estruturas revestidas

por pele e que contém abundante camada de músculo liso. Desta maneira, os testículos

permanecem fora da cavidade abdominal. Atribuem-se às bolsas escrotais papel

importante em manter a temperatura dos testículos alguns graus abaixo da temperatura

abdominal.

A albugínea apresenta um espessamento da sua região posterior de onde partem

septos fibrosos no sentido radial, que caminham na espessura do órgão até atingir a

albugínea do lado oposto. Desta maneira, os testículos são divididos em

aproximadamente 250 compartimentos piramidais, os chamados lóbulos testiculares.

Os septos não são completos em todo o seu trajeto e, freqüentemente há

intercomunicação entre os lóbulos.

Cada lóbulo é ocupado por 1 a 4 túbulos seminíferos imersos em uma trama de

tecido conjuntivo frouxo, rico em vasos sangüíneos e nervos.

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1.1 Túbulos Seminíferos

São tubos retorcidos terminando em fundo de saco. Medem cerca de 0,2 mm de

diâmetro e 30 a 70cm de comprimento. Os túbulos seminíferos terminam na região

posterior do testículo, nos túbulos retos que, por sua vez, se anastomosam em uma rede

de túbulos, a rede testicular, de onde partem de 8 a 15 ductos eferentes que penetram na

porção cefálica do epidídimo.

Os túbulos seminíferos são formados pelas seguintes estruturas, de fora para

dentro:

a. Uma cápsula ou túnica própria de conjuntivo fibroelástico, com poucos fibroblastos;

b. Uma nítida lâmina basal;

c. Uma camada interna formada por um complexo epitélio estratificado.

O epitélio é constituído por células de duas naturezas, de um lado temos a célula

nutriente de Sertoli e do outro, as células que constituem a linhagem espermatogênica ou

seminal. As células da linhagem seminal dispõem-se em 4 a 8 camadas de células, que

ocupam o espaço entre a lâmina basal e a luz do túbulo. Essas células se dividem e

diferenciam-se e terminam por produzir espermatozóides. Durante esse processo elas

sofrem várias alterações.

Espermatogênese: Aplica-se o termo à seqüência de alterações que ocorrem nas

espermatogônias, para que elas se transformem em espermatozóides. As espermatogônias

são células germinativas situadas ao longo da membrana basal do túbulo seminífero.

As espermatogônias são células grandes e arredondadas, sendo que três tipos

podem ser reconhecidos de acordo com o aspecto do núcleo.

- Tipo A escuro - núcleo fortemente corado;

- Tipo A claro - núcleo pouco corado;

- Tipo B - núcleo esférico com grumos de cromatina ao longo da membrana

nuclear.

Diferença entre os termos:

- Espermatocitogênese: Divisão das espermatogônias até espermátides;

- Espermiogênese: Transformação das espermátides em espermatozóides.

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Espermatogênese esquematicamente: Slides P.point

Curiosidades:

* Em humanos a espermatogênese tem início por volta dos 14 anos;

* O espermatozóide maduro é menor que o óvulo, e tem cerca de 60 um de comprimento;

* O espermatozóide maduro pode viver várias semanas nos ductos do aparelho reprodutor

masculino, mas pode viver apenas 2 a 3 dias nos ductos das vias reprodutoras femininas.

Espermatozóide

É constituído de: - Cabeça

- Colo

- Corpo

- Cauda

- Cabeça: É formada na maior parte, pelo núcleo condensado e é revestida pela membrana

celular. O capuz cefálico recobre os 2/3 anteriores do núcleo e contém várias enzimas,

incluindo a hialuronidase e proteases que estão envolvidas na penetração do óvulo.

- Colo: Atrás da cabeça, há uma ligeira constrição, formando o colo, que contém 2

centríolos.

- Corpo ou peça intermediária: Estão presentes mitocôndrias.

- Cauda: Constitui a maior parte do espermatozóide, e é a região móvel da célula.

OBS: A cabeça do espermatozóide contém as estruturas responsáveis pela transmissão da

informação genética, e o restante da célula está relacionado com a locomoção.

Sensibilidade:

Os testículos são sensíveis a estímulos negativos:

1. Intoxicações;

2. Avitaminoses;

3. Alimentação deficiente

Page 60: Poligrafo histologia animal ii 2015

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4. Radiações;

5. Criptorquidia;

6. Altas temperaturas;

7. Estados febris, especialmente após a ligação dos ductos deferentes.

Ocorre em resposta a estes estímulos negativos, inicialmente redução, debilitação

e depois atrofia com a conseqüente destruição do epitélio espermatogênico. Primeiro

ocorrem ataques aos espermatócitos e espermátides em formação. No caso de prolongar-

se o estímulo ocorrem hipertrofia das células de Leydig.

- Células de Sertoli:

As células de sertoli situam-se sobre a membrana basal do túbulo seminífero. Elas

são relativamente poucas em número e ocorrem em intervalos entre as espermatogônias.

Cada célula tem uma forma um tanto colunar e estendem-se da membrana basal

até a luz do túbulo. Ao longo dos lados de cada célula, uma corrente de células

germinativas em proliferação e diferenciação move-se vagarosamente em direção a luz.

Existe uma relação muito íntima entre as células de Sertoli e as células germinativas; de

fato as células germinativas ocupam reentrâncias profundas nas regiões laterais das

células de sustentação e, mais tarde, em sua superfície apical.

O núcleo da célula de Sertoli é endenteado.

Funções das células de Sertoli:

1. Sustentação, proteção e liberação das células espermatogênicas;

2. Nutrição dos espermatozóides, espermátides e espermatócitos;

3. Fagocitose dos corpos residuais provenientes das espermátides;

4. Secreção de líquido para a luz do túbulo seminífero para o transporte dos

espermatozóides;

5. Formação de pequenas quantidades de estrógenos;

- Células intersticiais ou células de Leydig:

Estão agrupadas no tecido conjuntivo frouxo entre os túbulos, são células grandes

e poliédricas; núcleo excêntrico; citoplasma fracamente corável; secretam andrógenos -

testosterona.

A testosterona produzida pelas células de Leydig é responsável pelo crescimento,

desenvolvimento e maturação dos órgãos sexuais masculinos acessórios ( próstata,

vesícula seminal, gl. bulbouretrais, pênis).

A testosterona também é responsável pelas alterações sexuais secundárias que

ocorrem na puberdade, tais como o crescimento dos pêlos faciais, axilares e púbicos,

aumento da laringe e o crescimento muscular e esquelético.

1.2. Túbulos Retos

São revestidos por células de sertoli sem espermatogônias; formam a rede

testicular, e apresentam-se internamente com epitélio plano a cúbico baixo.

Page 61: Poligrafo histologia animal ii 2015

61

1.3. Túbulos Eferentes

Passam pela cápsula albugínea e juntam-se ao epidídimo, revestidos por epitélio

colunar ciliado. Apresentam abaixo da membrana basal uma camada de fibras musculares

lisas dispostas circularmente e envolvidas por tecido conjuntivo frouxo.

2. Ductos excretores ou genitais

Transportam os espermatozóides produzidos nos testículos:

* Epidídimo

* Ducto Deferente

2.1. Epidídimo

Apresenta-se constituído por um tubo longo e único ( 4 a 6 m), e intensamente

enovelado sobre si mesmo. É revestido internamente por um epitélio pseudo estratificado

com estereocílios.

Essas células se apoiam sobre uma lâmina basal envolta por fibras musculares

lisas e um tecido conjuntivo frouxo, rico em capilares sangüíneos.

Funções:

- Absorção de líquidos;

- Adição de substâncias ao líquido seminal para nutrição e talvez fagocitose de

algumas células;

- Secreta geralmente quantidade de líquido contendo hormônios, enzimas e

nutrientes específicos que podem ser importante ou mesmo essenciais para a maturação

dos espermatozóides.

Segundo Dellmann, o epidídimo é o local de maturação e armazenamento dos

espermatozóides. A observação dos espermatozóides coletados:

- Ductos eferentes: realizam fracos movimentos vibratórios sem deslocamento;

- Cabeça do epidídimo: realizam movimentos circulares;

- Cauda do epidídimo: realizam movimentos para diante, progressivos.

A cauda do epidídimo é o principal local de armazenamento para os

espermatozóides; no touro, 45% dos espermatozóides do epidídimo estão armazenados

neste segmento do órgão. No touro o desenvolvimento de espermatozóides a partir de

espermatócitos exige aproximadamente 40 dias, e sua passagem através do epidídimo

leva aproximadamente 10 dias. Portanto, quaisquer influências nocivas exógenas sobre as

espermatogônias não são refletidas no sêmem até aproximadamente 50 dias mais tarde.

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62

2.2. Ducto Deferente

O epidídimo continua com um túbulo reto de paredes espessas, que se dirige à

uretra prostática, onde desemboca, é o ducto deferente.

Caracteriza-se por apresentar uma estreita luz e parede espessa constituída por

músculo liso, e a mucosa apresenta-se pregueada. O ducto é revestido internamente por

epitélio pseudo-estratificado prismático (ou colunar) com estereocílios.

Lâmina própria: Tecido conjuntivo, rico em fibras elásticas e glândulas simples túbulo

alveolares ramificadas;

Lâmina muscular: É espessa e em espiral;

Na sua porção terminal, antes de penetrar na próstata, o ducto deferente dilata-se,

formando uma região chamada âmpola. Neste local o epitélio se torna mais espessa com

aspecto arredondado.

Na porção terminal da âmpola, desemboca a vesícula seminal, daí para diante, o

ducto deferente penetra na próstata, indo logo terminar na uretra prostática.

A porção intraprostática desse ducto denomina-se ducto ejaculatório e apresenta

uma mucosa igual a da âmpola, desaparecendo, porém a camada muscular.

Função: Transportar os espermatozóides do epidídimo ao ducto ejaculatório na

ejaculação, por peristaltismo.

OBS: segundo Dellmann, existem diferenças entre espécies: Em todos os animais

domésticos, exceto no gato e no porco, a parte terminal do ducto deferente, alarga-se para

formar a âmpola. Portanto existe ampola: garanhão, ruminantes e cão.

3. Glândulas Acessórias

O ejaculado é constituído não só de espermatozóides, mas também do fluido

produzido pelas glândulas acessórias masculinas.

a. Parte glandular do ducto deferente;

b. Vesícula seminal

c. Próstata

d. Bulbo uretrais ou gl. de Cowper

OBS: Todas as glândulas acessórias estão presentes: garanhão, ruminantes e porco.

- Glândulas vesiculares estão ausentes nos carnívoros;

Page 63: Poligrafo histologia animal ii 2015

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- Glândulas bulbouretrais estão ausentes no cão.

a. Vesícula Seminal

São dois órgãos, cada um é formado por um tubo de 15 cm de comprimento,

intensamente enrolado sobre si mesmo.

Mucosa: intensamente pregueada;

Lâmina epitelial: epitélio pseudoestratificado colunar, com células ricas em grânulos de

secreção;

Lâmina própria: Rica em fibras elásticas, envoltas pela camada muscular, constituída por

duas lâminas:

- Uma interna de fibras circulares;

- Uma externa de fibras longitudinais.

A secreção da vesícula seminal é acumulada em seu interior, e é eliminada na

ejaculação graças à contração da musculatura lisa.

Essa secreção contém proteínas e é rica em vitamina C e frutose, metabólicos

importantes para os espermatozóides; além de prostaglandinas e fibrinogênio.

Função: Nutrição.

Durante a ejaculação, cada vesícula seminal esvazia seu conteúdo no ducto

ejaculatório pouco depois do canal deferente liberar o esperma. Isso aumenta

apreciavelmente o volume do sêmen ejaculado, e a frutose e outras substâncias contidas

no líquido seminal são de grande valor nutritivo para o esperma ejaculado, até que um

deles fertilize o óvulo.

Acredita-se que as prostaglandinas ajudem a fertilização de duas maneiras:

1ª - Ao reagir com o muco cervical para torná-lo mais receptivo ao espermatozóide;

2ª - Possivelmente, ao causar contrações peristálticas inversas no útero e nas trompas de

falópio, de modo a movimentar o espermatozóide em direção aos ovários (alguns

espermatozóides atingem a extremidade superior das trompas de falópio dentro de 5

minutos).

OBS: Na castração ocorre atrofia das vesículas, pois está sob controle da testosterona.

A altura do epitélio da vesícula seminal e a intensidade de seus processos

secretórios, incluindo a secreção de frutose, dependem da testosterona. Na ausência deste

hormônio, o epitélio da vesícula seminal se atrofia, o que pode ser corrigida com a

administração deste hormônio.

Page 64: Poligrafo histologia animal ii 2015

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O funcionamento da musculatura lisa dos ductos, epidídimo e das glândulas do

aparelho genital masculino também são afetados pela testosterona.

b. Próstata

É um conjunto de 30 a 50 glândulas tubuloalveolares ramificadas, cujos ductos

desembocam na uretra prostática.

A próstata não só produz o líquido prostático, mas também o armazena no seu

interior para expulsá-lo durante a ejaculação. A próstata apresenta-se envolta por uma

cápsula fibroelástica rica em músculo liso, que envia septos que penetram na glândula.

Essas glândulas são revestidas internamente por epitélio cúbico simples ou

colunar pseudo estratificado, cujas células secretam proteínas.

- As glândulas prostáticas se dividem em 3 grupos:

- Mucosas;

- Submucosas;

- Principais.

Elas se dispõem em tres regiões separadas; situadas concentricamente em volta da

uretra; e destas glândulas, as que mais contribuem para a secreção prostática são as

principais.

Curiosidades:

- O carcinoma da próstata, tumor freqüente em homens de idade avançada, comumente se

origina nas glândulas principais.

- Os processos secretórios da próstata dependem da testosterona, quando este hormônio

falta, a glândula regride.

Função:

A função da próstata é controlada pela testosterona, e a castração causa atrofia da

glândula. A secreção é um líquido leitoso e pouco denso, contendo ácido cítrico e

fosfatase ácida.

No momento da ejaculação ele é adicionado ao líquido seminal. A secreção de

muitas glândulas é lançada na uretra prostática por meio de contração do músculo liso da

cápsula e do parênquima.

A secreção prostática é alcalina e ajuda a neutralizar a acidez vaginal.

Conforme GAYTON, a glândula prostática secreta um líquido alcalino contendo

íon citrato, cálcio, fosfato ácido, uma enzima coagulante e uma pró-fibrolisina.

Durante a emissão, a cápsula da próstata contrai-se simultaneamente com as

contrações do canal deferente, de modo que o líquido fino e leitoso da próstata aumente o

volume do sêmen.

Page 65: Poligrafo histologia animal ii 2015

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A natureza alcalina do líquido prostático pode ser muito importante para o

sucesso da fertilização do óvulo, visto que o líquido do canal deferente é relativamente

ácido devido a presença dos produtos metabólicos finais do espermatozóide, inibindo,

portanto sua fertilidade. Além disso, as secreções vaginais da mulher são ácidas (pH 3,5-

4,0). O espermatozóide não se movimenta muito bem até que o pH dos líquidos

circulantes atinja cerca de 6 a 6,5. É provável que o líquido prostático neutralize a acidez

dos outros líquidos após a ejaculação, aumentando acentuadamente a motilidade e a

fertilidade do espermatozóide.

- A próstata libera um líquido leitoso contendo:

- ácido cítrico

- fosfatase ácida

- íon citrato

- cálcio

- enzima coagulante

- pró-fibrolisina.

- A vesícula seminal libera um líquido mucóide contendo:

- proteínas

- vitamina C

- frutose

- fibrinogênio

- prostaglandinas.

c. Glândulas bulbouretrais ou glândulas de Cowper

São formações pares, do tamanho de uma ervilha, que se situam atrás da uretra

membranosa, onde desembocam.

São glândulas tubuloalveolares do tipo mucoso. Sua secreção tem aspecto

mucoso, e é descarregado antes da ejaculação, onde aparentemente serve para neutralizar

o ambiente uretral e lubrificar tanto a uretra como a vagina.

Diferenças entre espécies:

Vesicula seminal: totaliza aproximadamente:

- 25 a 30% do ejaculado do touro;

- 10 a 30% do ejaculado do porco;

- 7 a 8% no carneiro e bode;

- 60% no humano.

É rico em frutose, que serve como fonte energética para os espermatozóides ejaculados.

Próstata: Contribuição ao ejaculado:

- 4 a 6% nos ruminantes;

- 25 a 30% no garanhão;

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- 35 a 60% no porco

Uma das funções da próstata é neutralizar o plasma seminal, que se torna ácido pelo

acúmulo de dióxido de carbono metabólico.

Bulbouretrais:

É uma glândula composta tubular no porco, gato e bode, e túbulo alveolar no

garanhão, touro e carneiro, e está ausente no cão.

- São revestidas por epitélio cilindrico simples, com ocasionais células basais.

- A glândula é envolvida por uma cápsula fibroelástica contendo uma quantidade variável

de células musculares estriadas.

- O produto de secreção mucoso e protéico é descarregado antes da ejaculação nos

ruminantes, onde aparentemente servem para neutralizar o ambiente uretral e lubrificar

tanto a uretra como a vagina.

- No porco, o produto de secreção, exclusivamente mucoso é parte do ejaculado - 15 a

30%, e possivelmente está envolvido na oclusão do cérvix para evitar perda de esperma.

- No gato, o produto secretório é mucoso e também contém glicogênio, para fornecer

energia para o metabolismo dos espermatozóides ejaculados.

Sêmen

O ejaculado normal ou sêmen consiste em espermatozóides e plasma seminal, um

líquido que fornece os nutrientes para o metabolismo e a motilidade dos espermatozóides.

A quantidade do sêmen e, especialmente o número e a qualidade dos

espermatozóides estão sujeitos a variações dentro de amplos limites e são influenciados

por numerosos fatores exógenos e endógenos. Por exemplo, variações sazonais definidas

são particularmente obvias no garanhão e nos ruminantes.

Embora os espermatozóides adquiram maturidade integral durante sua passagem

através do sistema reprodutor masculino, o que exige aproximadamente 50 dias no touro,

a capacidade de fertilização integral dos espermatozóides só é alcançado no interior do

trato reprodutor feminino. Este processo é conhecido como capacitação.

Espécie

média ejaculado

Touro 1.7 a 9 ml sêmen 1 milhão esperm/microlitro

Carneiro 1 ml 2 a 5 milhões

esperm/microl

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Bode 1 ml 1 a 5 milhões

esperm/microl

Garanhão 18 a 320ml 30.000 a

800.000esp./microlitro

Porco 225 (70 - 500)* 2.500 a 1 milhão/microlitro

Cão 0.1 a 30 ml 60.000 a 200.000 "

Dellmann(82).

* GALLOWAY in: Sims & Glastonbury (96)

Sêmen (humano)

O sêmen que é ejaculado durante o ato sexual masculino, é composto do líquido e

do esperma proveniente do canal deferente - cerca de 10% do total, do líquido das

vesículas seminais - cerca de 60% do total, do líquido da próstata e de pequenas

quantidades das glândulas mucosas, especialmente das bulbouretrais - cerca de 30%.

Portanto, a maior parte do sêmen consiste em líquido da vesicula seminal, que é o

último a ser ejaculado e que serve para empurrar os espermatozóides para fora do duto

ejaculatório e da uretra.

O pH médio do sêmen combinado é de cerca de 7,5, quando o líquido prostático

alcalino já neutralizou a ligeira acidez das outras porções do sêmen.

O líquido prostático confere ao sêmen um aspecto leitoso, enquanto o líquido da

vesícula seminal e das gl. mucosas proporciona-lhes consistência mucóide.

Além disso, a enzima coagulante do líquido prostático faz com que o fibrinogênio

do líquido da vesícula seminal forme um leve coágulo que mantém o sêmen nas regiões

mais profundas da vagina, onde se localiza o colo uterino. “A seguir, o coágulo se

dissolve nos próximos 15 a 30”, devido a lise pela fibrolisina (próstata). Nos primeiros

minutos após a ejaculação, o esperma permanece relativamente imóvel, talvez devido à

viscosidade do coágulo; mas, à medida que o coágulo se dissolve, o esperma torna-se

simultaneamente muito móvel.

Embora o esperma possa viver durante muitas semanas nos ductos genitais

masculinos, uma vez ejaculados, seu tempo máximo de vida é de apenas 24 à 48hs, na

temperatura corporal. Em baixas temperaturas, o sêmen pode ser armazenado por várias

semanas, e congelado a uma temperatura abaixo de 100ºC, preserva-se durante anos.

Armazenamento do Espermatozóide:

Os dois testículos, do adulto jovem (humano), formam cerca de 120 milhões de

espermatozóides/dia. Uma pequena quantidade desse esperma pode ser armazenada no

epidídimo, porém a maior parte é armazenada no canal deferente e na ampôla.

OBS: a distância do canal eferente até a uretra é de 6 m, e os espermatozóides levam em

torno 8 dias para percorrê-la.

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4. Pênis

É constituído essencialmente por três, massas cilíndricas de tecido eréctil, mais a

uretra, envoltas excentricamente por pele.

Duas dessas massas cilíndricas são colocadas dorsalmente e recebem o nome de

corpos cavernosos do pênis. A outra ventral chama-se corpo esponjoso da uretra, e

envolve a uretra peniana em todo seu trajeto, na porção terminal, dilata-se formando a

glande.

Os três corpos encontram-se envoltas por uma resistente membrana de tecido

conjuntivo denso, a túnica albugínea do pênis.

Os corpos cavernoso e esponjoso são formados por um emaranhado de vasos

sangüíneos dilatados, revestidos por endotélio.

O prepúcio é uma prega retrátil da pele do pênis contendo tecido conjuntivo, com

músculo liso no seu interior.

Observam-se, na pele que recobre a glande, pequenas glândulas sebáceas.

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SISTEMA REPRODUTOR FEMININO

Constituição: . 1 par de ovários

. 1 par de tubas uterinas ou trompas de falópio

. Útero

. Vagina

. Genitália Externa - Vestíbulo

- Clitóris

- Lábios

Funções:

1. Produzir óvulos - células germinativas feminina pela ovulogênese;

2. Facilitar o transporte de células germinativas femininas e de espermatozóides que

tenham sido introduzidos para aumentar a chance de fertilização.

3. Manter embriões implantados durante o seu período gestacional.

4. Nutrir as crias no período pós-natal pelo processo de lactação.

1. OVÁRIOS

São responsáveis pela produção de células germinativas femininas (óvulos), e pela

elaboração dos hormônios sexuais - estrógenos e progesterona - na fêmea sexualmente

madura.

Em animais os ovários possuem várias formas e variados tamanhos:

Égua - forma de rim - devido a fossa de ovulação;

Porca - forma de amora devido ao grande número de folículos na sua superfície;

Vaca - forma de amêndoa;

Cadela - é encapsulado.

Os ovários apresentam uma região medular e uma região cortical.

Região Medular Contém numerosos vasos sangüíneos e regular quantidade de

tecido

conjuntivo frouxo.

Região Cortical Onde predominam os folículos ovarianos, contendo os ovócitos.

OBS: Não há linha definida entre a cortical e a medular.

Page 70: Poligrafo histologia animal ii 2015

70

A superfície do ovário é revestida por um epitélio simples cúbico em sua maior

extensão, mas apresentando-se pavimentoso em certas áreas. Sob este epitélio o estroma

forma uma camada mal delimitada de tecido conjuntivo denso, que constitui a albugínea

do ovário. A albugínea é responsável pela cor esbranquiçada do ovário.

A) Folículos Ovarianos:

Distinguem-se em: * Folículos primários

* Folículos em crescimento

* Folículos maduros ou de Graff

Em animais estima-se de 70.000 a 150.000 folículos ao nascer. A regressão pode

atingir qualquer tipo de folículo, desde os primários até os quase completamente

maduros. Quando o animal chega a velhice, o número de folículos está reduzido entre

1.000 a 2.500, isto devido aos folículos que entram em atresia.

- Folículos primários: É uma célula volumosa, com núcleo grande e claro, esférico e bem

evidente. Apresenta epitélio simples e um ovócito ( ou oócito ).

- Folículos secundários ou em crescimento: Por meio da divisão das células epiteliais do

folículo primário, forma-se o folículo secundário, que apresenta um epitélio estratificado.

Estes folículos praticamente só existem no ovário da fêmea sexualmente ativa. Em cada

ciclo estral vários folículos entram em crescimento, dependendo da espécie animal,

apenas um ou mais de um atingem a maturação, ao passo que os demais degeneram.

A fase de crescimento começa com o aumento de volume e a multiplicação das

células foliculares. Essas células tornam-se poligonais e o seu conjunto forma a camada

granulosa do folículo. O ovócito também aumenta de volume e em sua volta surge uma

camada acidófila, homogênea e acelular denominada de Zona Pelúcida.

O estroma imediatamente em torno do folículo modifica-se para formar as tecas

foliculares, com duas (2) camadas: a teca interna e a teca externa.

As células da teca interna, quando completamente diferenciadas apresentam

características de células produtoras de esteróides. A teca externa apresenta células

semelhante as células do estroma ovariano, entre as quais existem numerosas fibras do

conjuntivo e vasos sangüíneos que se dirigem para a teca interna.

O limite entre as duas tecas é pouco nítido, o mesmo ocorre com o limite da teca

externa e o estroma ovariano. O limite entre a teca interna e a granulosa é bem evidente,

pois suas células são distintas morfologicamente e entre as duas existe uma lâmina basal.

À medida que o folículo cresce, principalmente pelo aumento do número das

células granulosas, surgem acúmulos de líquido rico em ácido hialurônico entre essas

células ( líquido folicular ).

As cavidades contendo líquido confluem e acabam formando uma cavidade única,

o Antro Folicular. As células da granulosa são mais numerosas em determinado ponto da

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71

parede folicular, formando um espessamento, o Cummulus Oophorus, que contém o

ovócito.

- Folículos Maduros ou de Graff: O folículo maduro varia o diâmetro entre as espécies:

na égua - 50 a 70mm; vaca - 15 a 20mm; ovelha, porca e cabra - 10mm; cadela e gata -

2mm. Pode ser visto como uma vesícula transparente fazendo saliência na superfície do

ovário. Devido ao acúmulo de líquidos, aumenta muito a cavidade folicular, ficando o

ovócito preso à parede do folículo por um pedículo constituído por células foliculares.

As células da primeira camada em volta do ovócito tornam-se alongadas e

formam a Corona Radiata, que acompanha o ovócito quando este deixa o ovário. A

corona radiata está ainda presente quando o espermatozóide cerca o ovúlo ( na tuba

uterina).

OVULAÇÃO

Denomina-se ovulação a ruptura do folículo maduro, com a liberação do ovócito

que será colhido pela extremidade dilatada da tuba uterina. Apenas um ovócito

(dependendo da espécie) é liberado pelo ovário de cada vez, porém algumas vezes dois ou

mais óvulos podem ser expulsos ao mesmo tempo e se estes forem fertilizados, haverá

mais de um feto ( gestação multipla ).

Durante a ovulação, o ovócito é lançado ao exterior do ovário junto com líquido

folicular e um pouco de sangue. “O folículo após romper-se fica aberto e há

extravasamento de sangue, então este é denominado de CORPUS HEMORRÁGICO”.

Após isto há uma proliferação das tecas e células da granulosa e começa a se formar o

“corpo lúteo” , que começa a liberação de progesterona na qual é responsável pela

manutenção do embrião.

Quando há regressão do corpo lúteo, este passa a ser chamado de corpo albicans

ou cicatricial.

A extremidade da tuba uterina voltada para o ovário é franjada e tem forma de

funil. No momento da ovulação ela se acha próxima à superfície do ovário e recebe o

óvulo. Em seguida, este é conduzido pelo interior da tuba na direção do útero.

No infundíbulo existem numerosas células ciliadas, chamadas FIMBRIAS que são

responsáveis pela captação do óvulo para jogá-lo no interior do oviduto. No final da

âmpola, próximo ao ístimo é onde ocorre a fecundação. E o ístimo ajuda a chegada do

espermatozóide ao óvulo. O ístimo é uma continuação do útero, e na junção útero-

tubárica serve para regular a fecundação, pois em fases estrogênicas esta se encontra mais

aberta, e em fase progesterônica fica mais fechada.

Ocorrendo a fecundação o embrião fica no oviduto por um período de quatro a

cinco dias (fase de 32 células à mórula - 64 células), e nestes dias o oviduto é responsável

pela nutrição e secreção para proporcionar o ambiente propício ao embrião.

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2. TUBAS UTERINAS OU TROMPAS DE FALÓPIO OU OVIDUTO

Porções: - Infundíbulo ou pavilhão

Âmpola

Ístimo

Segmento intramural - atravessa a parede uterina ( considerada por alguns

autores)

Obs: Do infundíbulo ao ístimo:

nº de cél. Ciliadas - < nº de células ciliadas

< nº de cél. Secretoras- > nº de células secretoras

Parede da Trompa

1. Mucosa numerosas pregas longitudinais delicadas;

. O epitélio de revestimento é formado por três tipos celulares:

1ª Células colunares ciliadas

2ª Células colunares não ciliadas - secretoras de muco

3ª Células intercaladas - podem ser precursoras das secretoras ou estas em

repouso.

2. Muscular Fibras musculares lisas, dispostas em uma camada circular interna e outra

longitudinal externa.

3. Conjuntiva Formada por tecido conjuntivo frouxo coberto em parte por células

mesoteliais ( pavimentosas ) do peritônio pélvico.

3. ÚTERO

A parede do útero é relativamente espessa e constituída por três túnicas, que de

fora para dentro são:

1º Serosa ou Perimétrio - tecido conjuntivo e mesotélio;

2º Miométrio - Túnica de músculo liso;

3º Endométrio - é a túnica mucosa.

ENDOMÉTRIO

. É a camada mucosa;

. O epitélio da mucosa é cilíndrico simples;

. Possuem glândulas uterinas que são tubulares simples ou ramificadas;

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. Lâmina própria - formada por tecido conjuntivo frouxo, contendo inúmeras células de

defesa ( mononucleares e polimorfonucleares).

.OBS: Na porca e na Vaca há a presença de áreas de epitélio pseudo estratificado

cilíndrico ciliado, focos isolados de epitélio cúbico.

MIOMÉTRIO

. É a túnica mais espessa do útero, sendo formada por feixes de fibras musculares lisas

separadas por tecido conjuntivo.

. É a camada muscular;

. Constituída por: - Sub-camada circular interna espessa (musculo liso);

- Sub-camada vascular rica em vasos sangüíneos calibrosos;

- Sub-camada longitudinal externa delgada.

PERIMÉTRIO OU CAMADA SEROSA

. Típica;

. Grande número de vasos linfáticos.

4. CÉRVIX OU COLO UTERINO

. Túnica Mucosa Face interna: é revestido por células cilíndricas e com glândulas

muco secretoras. Face externa: apresenta epitélio plano estratificado e aglandular.

Sua parede é espessa, muscular e rica em fibras elásticas. Há formação de pregas

na mucosa.

A atividade secretora das glândulas varia conforme os estágios do ciclo estral e da

prenhez. Um muco claro e fluído é secretado durante o estro (ou fase estrogênica); e um

selo cervical espesso é produzido durante a prenhez (ou fase progesteronica).

OBS: porca - é uma estrutura de paredes finas;

vaca- extremamente desenvolvida e intensamente glandular.

. Túnica Muscular: É bem desenvolvida e rica em fibras elásticas.

5. VAGINA

É um tubo muscular que se estende do cérvix ao vestíbulo. Apresenta pregas

longitudinais na mucosa que correm em todo o comprimento da vagina.

. Túnica mucosa lâmina epitelial: epitélio plano estratificado, geralmente aglandular.

Lâmina prórpia: tecido conjuntivo frouxo ou denso, nódulos linfóides

dispersos, rica em fibras elásticas.

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74

. Túnica muscular apresenta duas a três sub-camadas: 1 long. Interna ( variável)

1 circular média

1 long. Externa

. Túnica serosa face cranial

. Túnica adventícia face caudal.

6. VESTÍBULO E VULVA

6.1. Vestíbulo: é a abertura da vagina no exterior.

. Túnica mucosa: epitélio plano estratificado não queratinizado;

própria e submucosa: tecido conjuntivo frouxo e denso, rico em

fibras elásticas, infiltração linfocitária.

Presença de glândulas vestibulares maiores ou Bartholin: são em número de duas,

dispostas uma de cada lado do vestíbulo. As outras glândulas vestibulares menores são

mais numerosas e dispostas principalmente ao redor da uretra e clitóris.

OBS: A função das glândulas vestibulares não é bem definida. Ela provavelmente

fornece a lubrificação mucosa do vestíbulo.

. Túnica Muscular: apresenta uma camada de musculo liso no sentido longitudinal

interna e uma circular externa.

. Túnica adventícia: típica.

6.1.1. Clitóris: está constituída no vestíbulo.

. Revestida por epitélio plano estratificado queratinizado. É constituída por corpos

eréteis- corpo, glamde e prepúcio de forma rudimentar.

6.2. Vulva: É formada pelos lábios.

. Lábios: São pregas de pele composta por estruturas tegumentares típicas. Os

lábios são especialmente bem supridos de pequenos vasos sangüíneos e linfáticos, que se

tornam congestos durante o estro, especialmente na cadela e na porca.

CICLO ESTRAL

O ciclo estral difere nas várias espécies animais, mas geralmente é dividido:

Proestro, estro, metaestro, diestro, anestro.

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ALTERAÇÕES CÍCLICAS DO ENDOMÉTRIO

. Grandes folículos ovarianos produzem estrógenos:

Proestro - período de maturação folicular e desenvolvimento uterino.

Estro - É o período de receptividade sexual e ovulação.

. Corpo lúteo produz progesterona:

Metaestro - É o período de desenvolvimento do corpo lúteo.

Diestro - É a fase luteínica ativa.

Anestro - Ocorre na pseudo gestação ou diestro gestacional e lactacional.

Obs: O estrógeno e a progesterona são em grande parte responsáveis pelas alterações

cíclicas do endométrio.

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PELE E ANEXOS

A pele recobre toda a superfície do corpo e é o seu maior órgão. Continua-se com

as membranas mucosas que revestem os sistemas digestivo, respiratório e urogenital, nos

locais onde estes se abrem para a superfície. Na margem das pálpebras, a pele é contínua

com a conjuntiva e, na orelha, reveste o meato acústico externo e recobre a membrana do

tímpano.

Conforme COMARCK (2003) a pele e as várias estruturas acessórias que cobrem

e protegem a superfície externa do corpo constituem a superfície externa do corpo

constituem a sistema tegumentar (do latim integumentum, cobertura). Representando o

órgão mais volumoso do corpo, a pele é constituída de dois principais componentes –

uma camada de epitélio estratificado pavimentoso queratinizado, chamado epiderme, e

uma camada de tecido conjuntivo subjacente, chamada derme. Em comum com os outros

epitélios, a epiderme é desprovida de vasos sanguíneos. Sua nutrição é dependente da

difusão a partir de capilares no tecido conjuntivo da derme. A nutrição sustenta somente

as camadas profundas da epiderme, de modo que à medida que mais células superficiais

atingem a superfície do corpo, elas não são nada mais do que escamas mortas de

queratina.

Intimamente a pele, estão várias estruturas acessórias conhecidas como anexos

cutâneos. Este termo é aplicado ao pêlo e às unhas, assim como também as glândulas

cutâneas que liberam secreções por sobre a superfície da pele. As garras e os cascos

altamente queratinizados dos mamíferos e o bico, as garras e as escamas das aves também

são derivados cutâneos ( BACHA Jr e BACHA, 2003).

Há dois tipos distintos de pele, a pele espessa e a pele delgada. Isso se refere

apenas à espessura proporcional da epiderme, e não à espessura total da pele (

COMARCK, 2003).

A pele é constituída por duas camadas distintas, a epiderme e a derme,

firmemente unidas entre si. A epiderme é a camada mais externa, composta por um

epitélio pavimentoso estratificado queratinizado. A derme é a camada mais profunda e é

formada por tecido conjuntivo. A pele repousa sobre um tecido subcutâneo, conhecido

também como fascia superficial, constituído por tecido conjuntivo frouxo ou adiposo.

Este tecido subcutâneo permite à pele movimentar-se livremente sobre as estruturas mais

profundas –hipoderme (SNELL, 83).

1. EPIDERME

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É um epitélio pavimentoso estratificado constituído por 3 tipos de

diferentes linhagens celulares:

* QUERATINÓCITOS

* MELANÓCITOS

* CÉL. DE LANGERHANS

0BS: alguns autores ainda consideram um outro tipo celular, a célula de MERKEL.

. QUERATINÓCITOS: Constituem a maior parte da epiderme. As células são formadas

em sua camada mais profunda, a partir de células cilíndricas que sofrem contínua

atividade mitótica.

Uma vez formadas, são empurradas sucessivamente para camadas mais mais

superficiais, pela produção de novas células abaixo delas. À medida que se dirigem para a

superfície, uma proteína é sintetizada dentro do seu citoplasma, a queratina.

O grau de queratinização e a espessura da epiderme nas diferentes regiões do

corpo são determinados antes do nascimento e estão sob controle genético. Nas palmas

das mãos e nas solas dos pés, a queratinização é extensa, mas no antebraço é reduzida. O

desgaste excessivo pode estimular os queratinócitos a reproduzir-se mais rapidamente e,

como resultado torna-se mais espessa e as células mais queratinizadas. Esta é uma

importante resposta da pele ao trauma e tem claramente o objetivo de proteger os tecidos

moles subjacentes.

.MELANÓCITOS: São células epiteliais com prolongamentos, que sintetizam o

pigmento melanina.

Estas células estão continuamente em atividade mitótica, embora suas divisões

seja mais lenta do que a dos queratinócitos.

Há em média, cerca de 1.500 melanócitos por milímetro quadrado de superfície de

pele. Sua distribuição varia com os indivíduos e com as regiões do corpo, sendo estas cél.

mais numerosas na área genital, menos na face e mais dispersas no tronco. Embora uma

das diferenças mais óbvias entre as várias raças humanas seja a variação da cor da pele, o

número de melanócitos nas diferentes raças é mais ou menos o mesmo. As variedades de

cor devem-se as diferenças na atividade dos melanócitos; assim, os negros têm em sua

pele mais melanócitos ativos que os brancos.

As células recém formadas são empurradas para a superfície, acompanhado dos

queratinócitos, onde finalmente descamam. À medida que os melanócitos se dirigem para

a superfície, perdem sua habilidade de produzir melanina, degeneram e morrem.

.CÉLULAS DE LANGERHANS: São células epiteliais ramificadas. Estas células contêm

enzimas hidrolíticas e acredita-se que sejam fagocíticas, tendo provavelmente migrado da

derme para a epiderme.

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.CÉLULA DE MERKEL: São terminações nervosas sensoriais.

CAMADAS DA EPIDERME

1.CAMADA GERMINATIVA OU BASASL OU DE MALPIGHI (EPITÉLIO

MALPIGHIANO)

2.CAMADA ESPINHOSA

3.CAMADA GRANULOSA

4.CAMADA LÚCIDA

5.CAMADA CÓRNEA

1. CAMADA GERMINATIVA: Faz limite com a derme; é constituída por uma

camada única de células colunares baixas que repousam sobre uma lâmina basal. Estas

células são os queratinócitos, que estão continuamente sofrendo divisão mitótica e

formando pilhas de novas células, que são empurradas para a superfície.

2. CAMADA ESPINHOSA: Esta camada está situada superficialmente à camada

germinativa e possui várias camadas celulares. Os queratinócitos desta camada são mais

achatados e poliédricos.

3. CAMADA GRANULOSA: Situa-se acima da camada espinhosa e possui 3 a 4

camadas celulares. As células são achatadas e fortemente coradas.

4. CAMADA LÚCIDA: Acima da granulosa, constituída por várias camadas de

células achatadas e anucleadas.

5. CAMADA CÓRNEA: Consiste em muitas camadas de células mortas repletas

de queratina.

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2. DERME

É uma espessa camada de tecido conjuntivo que se estende da epiderme

até a hipoderme.

Nesta camada, situam-se os anexos da pele, muitos vasos sanguíneos,

linfáticos e nervos.

A derme é dividida em: . camada papilar

. camada reticular

1. CAMADA PAPILAR: é a mais delgada e preenche as cavidades entre as cristas

epidérmicas formando as papilas ou criptas dérmicas.

Constituída por tecido conjuntivo frouxo formado por: feixes delicados de fibras

colágenas, fibras reticulares e fibras elásticas dispostas em uma rede frouxa. As fibras são

circundadas por um gel de glicosaminoglicanas.

2. CAMADA RETICULAR: é formado por tecido conjuntivo denso, constituído por

fibras colágenas entrelaçadas, fibras elásticas e reticulares.

3. HIPODERME

É formada por tecido conjuntivo frouxo, que une de maneira pouco firme

a derme aos órgãos subjacentes. É a camada responsável pelo deslizamento da pele sobre

as estruturas na qual se apoia.

4. INERVAÇÕES DA PELE

- A pele contém numerosos receptores sensoriais constituídos por

terminações periféricas de neurônios sensoriais.

- Os mais numerosos deles são as terminações nervosas livres da

epiderme, mas também há na derme.

- Os da epiderme se estendem até a granulosa e funcionam como

receptores da dor.

- Muitos folículos são circundados por terminações nervosas livres da

derme.

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- Outras terminações nervosas são envolvidas por uma cápsula, estas

podem ser:

.Corpúsculo de Pacini

.Corpúsculo de Meissner

.Corpúsculo de Ruffini

Além disso, a pele contém fibras nervosas eferentes que inervam os vasos

sanguíneos, as glândulas sudoríparas, e o músculo liso associado à glândula sebácea.

5. COR DA PELE

Três pigmentos principais contribuem para determinar a cor da pele: a

melanina, a hemoglobina e os carotenos.

A melanina é de cor amarelada, alaranjada ou marrom e é produzida pelos

melanócitos na epiderme. Se escapar para a derme é fagocitada pelos macrófagos, e irão

aparecer azul devido ao efeito de dissipação de luz causado pela epiderme.

A hemoglobina presente nos eritrócitos dos capilares dérmicos contribui para a

cor avermelhada ou azulada da pele, dependendo da concentração relativa de oxi-

hemoglobina e de hemoglobina reduzida.

Os carotenos são amarelados e estão presentes na camada córnea. Esta cor é mais

evidente nas palmas das mãos e solas dos pés, onde a camada córnea é mais espessa.

6. ANEXOS DA PELE

6.1. UNHAS

As unhas são placas córneas achatadas, situadas na superfície dorsal das

extremidades distais dos dedos das mãos e pés. A parte proximal da unha é chamada raíz,

que emerge de uma ranhura da pele para formar o corpo da unha, região esta que fica

exposta. A raíz da unha é recoberta por uma prega de pele chamada de prega ungueal

proximal. A camada córnea desta prega estende-se sobre o corpo da unha por uma certa

distância, para constituir o eponíquio (cutícula). As bordas laterais do corpo da unha são

cobertas por dobras de pele denominadas pregas ungueais laterais. O leito ungueal

representa a pele abaixo do corpo da unha e, nesta região, a epiderme é constituida apenas

pela camada germinativa. Na parte proximal do leito ungueal, a camada germinativa

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torna-se espessa e opaca e forma a lúnula. A camada germinativa da lúnula tem uma

intensa atividade proliferativa e é responsável pelo crescimento da unha. Esta região ativa

é conhecida como matriz ungueal. À medida que as células vão sendo formadas, e se

tornam queratinizadas e dispostas compactamente, estas células não descamam. Com o

contínuo crescimento da unha, seu corpo desliza sobre o leito ungueal, em direção à

extremidade distal. As unhas dos dedos das mãos crescem numa velocidade de 0,5 a 1,2

mm por semana, porém as dos dedos dos pés crescem mais lentamente.

No leito ungueal, a derme é contínua com o periósteo da falange. Nesta região, as

papilas dérmicas formam criptas longitudinais que correm em direção ao eixo

longitudinal da unha. As papilas dérmicas são muito vascularizadas e é isto que produz a

cor rósea vista através do corpo translúcido da unha. A lúnula é branca porque, nesta

região, as papilas dérmicas são menos vascularizadas e a camada germinativa é espessa e

opaca.

6.2.Pêlos

Estão presentes em quase toda a superfície corporal, com exceção dos lábios,

palmas da mãos,

solas dos pés, superfície dorsal das falanges distais dos dedos, glande do pênis, glânde do

clitóris, pequenos lábios e superfície interna dos grandes lábios. Os pêlos podem ser

divididos em dois grandes grupos: aqueles que são curtos, claros e delicados - os velos - e

aqueles que são grossos, escuros e grandes - os pêlos terminais.

Os pêlos são fibras epiteliais mortas compostas por células queratinizadas

fundidas, que se projetam na superfície da epiderme. Os Pêlos variam em comprimento,

espessura e cor nas diferentes partes do corpo e nas diferentes raças. Não crescem

continuamente, tendo, ao invés disso, um crescimento cíclico, Diz-se que os pêlos em

crescimento estão na fase anagênica. Esta fase é seguida por um curto período de

involução, chamada de fase catagênica. A seguir, há uma fase de repouso ou fase

telogênica e, neste estágio, o pêlo cai ou é arrancado. O pêlo assim, fora de seu folículo,

recebe o nome de pêlo em clava, devido a forma de sua raíz. Após um período de

descanso, um novo pêlo cresce para substituir o anterior, repetindo-se o ciclo de

crescimento. A vida média de um único pêlo varia nas diferentes partes do corpo,

durando desde 4 meses nas axilas até 4 anos no couro cabeludo. O Pêlo cresce

rapidamente entre os 16 e os 46 anos de idadee, após os 50 anos, seu número diminui em

determinadas regiões.

Durante a gravidez, a maior parte dos pêlos continua a crescer, mas após o parto

há aumento temporário da queda desses pêlos, de modo que sua densidade reduz-se. Este

efeito fisiológico é causado pela sincronização dos ciclos dos pêlos durante a época final

da gravidez, que resulta em muitos deles entrando na fase telogênica e caindo, juntos.

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O pêlo tem uma haste, que é a parte que se projeta da superfície da pele, e uma

raíz, representada pela região mergulhada na pele. A raíz do pêlo provém de uma

invaginação tubular da epiderme conhecida como folículo piloso.

- ESTRUTURA DO PÊLO -

. A PARTE DISTAL OU LIVRE É CHAMADA DE EIXO DO PÊLO OU

HASTE.

. A PARTE INFERIOR DE DENTRO DO FOLÍCULO É CHAMADA DE RAÍZ.

CAMADAS DO PÊLO: .MEDULAR

.CORTICAL

.CUTICULAR

1.CUTICULAR: É mais externa e é formada de células queratinizadas achatadas.

2. CORTICAL: Ou camada média e pigmentada, consiste de uma camada de cél.

queratinizadas compactas.

3. MEDULAR: Esta camada forma o centro do pêlo e está frouxamente preenchida por

células cúbicas ou achatadas. Na raíz ela é compacta e sólida.

- ESTRUTURA DO FOLÍCULO PILOSO -

1. BAINHA CONJUNTIVA: Tecido conjuntivo que envolve o folículo.

2. BAINHA OU MEMBRANA VÍTREA: Separa o folículo da bainha conjuntiva.

3. BAINHA EXTERNA: Envolve o eixo do pêlo, continua com o epitélio da epiderme.

4. BAINHA INTERNA: Também envolve o eixo do pelo, continuando com o epitélio da

epiderme e desaparecendo na região onde as gl. sebáceas desembocam.

5. BULBO PILOSO: Dilatação terminal, cujo centro se observa a papila dermica; as

células que recobrem a papila formam a raíz do pêlo.

6. FEIXES DE MÚSCULO LISO: Presentes na derme e dispostos obliquamente,

inserindo-se de um lado na bainha conjuntiva, do outro na camada papilar da derme. A

contração destes promove o eriçamento do pêlo, por isto são chamados de músculo eretor

do pêlo.

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OBS: A PIGMENTAÇÃO DO PÊLO PROCESSA-SE GRAÇAS À PRESENÇA DE

MELANÓCITOS, DISPOSTOS ENTRE A PAPILA E O EPITÉLIO DA RAÍZ DO PÊLO.

- PIGMENTAÇÃO DO PÊLO: É formado pelos melanócitos situados no bulbo pilosos

próximo à papila. A diferença na cor dos pêlos é produzida por dois pigmentos, a

melanina marrom ou preta e a feomelanina amarela. A melanina marrom ou preta deriva

da tirosina e a feomelanina do triptofano.

O pêlo grisalho ou branco que aparece com a idade tem duas causas:

1. Falha dos melanócitos na matriz germinativa do bulbo piloso de continuar a formar

grânulos de pigmento;

2. O surgimento de pequenas bolhas no córtex e na medula da haste pilosa. O reflexo da

luz nas bolhas de ar é responsável pelo brilho ou pelo aspecto prateado do pêlo branco.

. GLÂNDULAS DA PELE

1. SEBÁCEAS: São encontradas, com raras exceções, em todas as regiões do corpo.

Situam-se na derme e seus ductos geralmente desembocam na porção terminal do folículo

pilosos, com exceção dos lábios, glande e pequenos lábios, onde seus ductos

desembocam diretamente na superfície da pele.

É do tipo holócrina ( morte da cél. secretora), e sua secreção é uma mistura

complexa de lipídeos. A atividade desta glândula é influenciada pelos hormônios sexuais.

2. SUDORÍPARAS: São encontradas em toda a pele, exceto na glande e lábios. São

glândulas tubulosas simples enoveladas. Encontra-se na derme e seu ducto desemboca

diretamente na superfície da pele.

O suor secretado é um líquido fluido contendo: proteínas, Na, K, Cl, uréia,

amônia e ácido úrico.

` A maioria é do tipo merócrino, porém nas axilas e região anal são do tipo

apócrina.

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