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ANHANGUERA EDUCACIONAL - FAC 3 PSICOLOGIA Noturno 4º semestre Disciplina: Psicologia Social EQUIPE Adriana Vazzoler Mendonça 1299422998 Carlos Ismael Correa de Toledo Jr 6252221416 Matheus Alves de Morais 6445298797 Rhenan Augusto Medéa Inácio 7078536769 Atividade: ATPS - Etapa 4 Violência contra a mulher: quando a vítima protege o agressor Projeto completo Prof. Juliana Corbett Campinas Novembro, 2014

Projeto de Psicologia Social - Violência doméstica contra a mulher

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Trabalho acadêmico

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Page 1: Projeto de Psicologia Social - Violência doméstica contra a mulher

ANHANGUERA EDUCACIONAL - FAC 3

PSICOLOGIA – Noturno – 4º semestre

Disciplina: Psicologia Social

EQUIPE

Adriana Vazzoler Mendonça 1299422998

Carlos Ismael Correa de Toledo Jr 6252221416

Matheus Alves de Morais 6445298797

Rhenan Augusto Medéa Inácio 7078536769

Atividade: ATPS - Etapa 4 Violência contra a mulher: quando a vítima protege o agressor

Projeto completo

Prof. Juliana Corbett

Campinas

Novembro, 2014

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Violência contra a mulher: quando a vítima protege o agressor Resumo do Projeto

Este projeto tem por objetivo acolher e informar vítimas de violência doméstica

com o propósito de reduzir a incidência dessa violência, especificamente nos casos

em que a vítima protege o agressor. A experiência da atuação da Polícia Militar

constata que, quando a vítima protege o agressor, há mais oportunidades de

recorrência da violência e óbito das vítimas que nos casos em que as vítimas não

protegem os agressores. A atuação da equipe de profissionais psicólogos será através

de grupos de encontro com as vítimas e outros membros da família que são

impactados ou influenciados pela situação de direitos violados. Os resultados

esperados são a informação das vítimas sobre os riscos e consequências de se

permitir a continuidade da violência e a construção em conjunto de alternativas para

que elas tenham opções de escolha com autonomia e protagonismo.

1. Introdução

A violência doméstica, mais especificamente contra a mulher, percorre

historicamente por uma luta de dignidade e valorização humana, visto que, segundo

dados recentes do Instituto Sangari, 42.000 mulheres foram mortas no Brasil desde

1988, data em que se deu início a proteção da mulher por meio da Constituição

Federal, pela Lei 9.099/95 na Convenção de Belém do Pará e a mais recente Lei,

11.340/06, chamada de Lei Maria da Penha, visando punições mais severas para os

atos de violência.

Com base na psicologia humanista, nosso objetivo não é estudar os porquês,

os nexos causais da violência contra a mulher, mas sim, como poderemos trazer

alguma luz para a mudança dos comportamentos das vítimas, objetivando salvar vidas

e também favorecer a saúde psicoemocionalespiritual dos membros da família.

Serão considerados, para nos basearmos para preparar as orientações, as

formas de proteção aos agressores, os aparentes motivos pelos quais a denúncia não

é feita ou é retirada no âmbito jurídico, tornando os fatos violentos impunes,

negligenciados e permitidos dentro da esfera familiar, configurando vítimas não só as

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mulheres que sofrem a violência diretamente, mas sim toda a família que presencia

os fatos ou é influenciada por eles, enquanto a vítima protege, defende e até

testemunha a favor do agressor nos tribunais.

A partir disso, o grupo propõe uma intervenção na forma de grupos de encontro

para acolhimento, rodas de conversa e apresentações didáticas para informação.

Por causa do laço afetivo que a vítima cria com o agressor, fica difícil ela aceitar

que alguém diga que a conduta agressiva do parceiro não é culpa dela. Ela é que

poderá ir se dando conta, pelas conversas com outras mulheres e esclarecimentos

prestados pelos psicólogos.

Pela experiência da PM, enquanto a mulher não se libertar por si mesma da

dependência afetiva do agressor, ela não conseguirá se libertar física e

economicamente. Mesmo que ele seja preso, condenado e cumpra pena, ela

continuará se sentindo culpada e será a visitante fiel, submetendo-se a esse homem

durante seu tempo de carceragem e depois, quando ele sair.

O fato de haver contatos sociais fora de casa já serve para começar a se formar

vínculos afetivos com pessoas que poderão ajudar a desconstruir a imagem de

submissão a que a vítima se encontra dentro de casa, logo que é sabido que os

agressores tendem a isolar suas vítimas.

A experiência mostra também que muitas vítimas nasceram e foram criadas em

lares onde houve violência conjugal ou contra outros membros da família, o que torna

mais difícil a conscientização de que isso não pode ser considerado normal. As

conversas em grupo também podem ajudá-las a entender a história de sua relação,

de como o relacionamento foi evoluindo para esse caminho. Assim ela poderá tomar

consciência de suas atitudes, sentimentos e pensamentos para os próximos

relacionamentos.

2. Objetivos

2.1 Objetivo geral:

Reduzir episódios de violência doméstica (psicológica, física, sexual, patrimonial e

moral) contra a mulher que protege o agressor.

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2.2 Objetivos específicos:

2.2.1 Informar os sujeitos sobre o ciclo da violência e os riscos e consequências de se

proteger o agressor, aspectos jurídicos, direitos e deveres.

2.2.2 Informar sobre os papeis e os meios de acesso às instituições de atendimento

da rede – polícias, guarda municipal, saúde, assistência social, conselho tutelar, poder

judiciário etc.

2.2.3 Proporcionar espaço de convivência e acolhimento para conversas, troca de

experiências e fortalecimento do protagonismo para redução de danos e exploração

de novas possibilidades de escolha.

3. Metodologia

3.1 Sujeitos

Elas serão convidadas a participar voluntariamente de nosso projeto pela Polícia Civil

e Militar e a rede de atendimento psicossocial, que vão nos sugerir as vítimas de

violência doméstica para serem acolhidas.

3.2 Materiais

O local das reuniões será nas instalações da igreja católica do bairro, que nos cedeu

três salas.

Os recursos audiovisuais como projetor, tela, computador, caixa de som, serão

cedidos por organizações governamentais da rede.

Será servido lanche na chegada dos participantes, patrocinado por empresas

parceiras.

Serão fornecidos os passes de ônibus, patrocinado pelas empresas de ônibus.

3.3 Método

O método escolhido foi o de grupos de encontro, abertos, nos quais as mulheres

podem participar a qualquer momento e não têm obrigatoriedade de frequência.

Segundo Carl Rogers (2006), o grupo de encontro pode alavancar o crescimento

pessoal, o aperfeiçoamento da comunicação e relações interpessoais, através do

processo experiencial.

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Ao mesmo tempo, em outra sala, haverá trabalho com as crianças e, na terceira sala,

um grupo de encontro com adolescentes e jovens moradores da mesma casa.

4. Cronograma

Legenda

Novo ciclo para o ano seguinte

Grupos em funcionamento do ano anterior

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Planejamento com polícias, rede,

empresas parceiras, participantes

Divulgação rede/mídia

Funcionamento

grupos

Os grupos funcionarão o ano todo, podendo haver cancelamento/reposição de algum

encontro por decisão do grupo.

Haverá uma reunião mensal com todos os atores – polícias, rede, psicólogos e

assistentes sociais – para avaliação de resultados e correção de rota quando

necessário.

Referências

DIAS, Maria Berenice. A Lei Maria da Penha na Justiça: A efetividade da lei 11.340/2006 de combate à violência doméstica e familiar contra a mulher. Editora

Revista dos Tribunais, Ed 1. São Paulo, 2007, 160p.

PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPINAS, Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência e Inclusão, CEAMO Centro de Apoio à Mulher Operosa. FO736 - Out/05

- alterado 04/08 - via única - formato A4 (210 X 297mm) – cód. material:34.025. folder. ROGERS, Carl. Grupos de Encontro. Martins Fontes, 2006.

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Anexo 1

Entrevistas:

Dra. Juliana Rodrigues de Sousa Fanelli CRP 06/ 56024-3 do Centro de

Referência e Apoio à Mulher Operosa (CEAMO) em Campinas-SP, que atua

no CEAMO desde sua inauguração em 2002 e como Coordenadora desde

2012.

Psicóloga Gisélia Bernardes Silvério, Tenente-Coronel Comandante do 48º

Batalhão de Polícia Militar Interior do Estado de São Paulo que, como Policial,

presencia e atua em casos de violência doméstica.