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Estrutura , fisiologia e bioquímica da pele aplicadas à ciência cosmética . Alexandre Ferreira Entrega de ativos por via cutânea

Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

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Page 1: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Estrutura, fisiologia e bioquímica da pele aplicadas à ciência cosmética.

Alexandre Ferreira

Entrega de ativos por via cutânea

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Exposição Cutânea

• Sujeito a exposição a diferentes substâncias

– Exposição ocupacional / acidental

– Uso de produtos cosméticos

– Uso da pele como rota de entrega de Drogas

• É o maior e mais acessível órgão do corpo

– Torna-se um sítio importante tanto para entrega de drogas para ação tópica ou sistêmica

• Barreiras Cutâneas

Page 3: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Absorção Percutânea

• Pele é uma membrana biológica semipermeável

• Moléculas aplicadas sobre a pele sofrem difusão passiva

[ ] >> 0

[ ] ≈ 0

DIF

USÃO

Page 4: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Rotas de AbsorçãoPenetração Folicular

- Folículo piloso é o anexo mais importante em área superficial

- Representa apenas 2% da superfície da pele

- Relevante para moléculas que não permeiam pela barreira cutânea

Penetração transcorneal

- Rota mais importante para moléculas pequenas e permeáveis pela barreira cutânea

- Representa quase a totalidade da superfície da pele

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Fatores que influenciamComponente Fator

• Molécula- Tamanho molecular

- Coeficiente de partição lípide/água

- Ionização

- Efeitos locais na pele

- Estado físico

• Pele

- Espécie

- Sítio anatômico

- Hidratação do EC

- Danos no EC

- Metabolismo

- Doença na pele

- Descamação

- Fluxo de sangue e linfa

• Ambiente- Temperatura

- Oclusão- Umidade

• Veículo

- Solubilidade

- Volatilidade

- Espaleabilidade

- Excipientes

- pH

- Efeito sobre o EC

• Dose

- Concentração

- Finita/Infinita

- Dose por área

- Total de área de contato

- Duração de exposição

• Outros- Efeito reservatório

- Composição LqR

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Metabolização

• A molécula pode ser metabolizada quando permeia pela pele

– Conjugação; clivagem; modificação

• Metabólitos gerados podem ser ativados (segurança) ou inativados (eficácia)

Page 7: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Fatores pouco Relevantes

• Pouco se sabe sobre efeito da idade

• Sexo e aspectos étnicos parecem não influenciar

Page 8: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Definições• Absorção Dermal = Percutânea:

– Transporte de moléculas através da pele

• Penetração: Entrada em uma estrutura/camada

• Permeação: Penetração de uma camada para a outra

• Resorção: Tomada da substância pelo sistema vascular

• Adsorção (reversível) x Substantividade (irreversível)

Page 9: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Rota Transdérmica

• Circulação cutânea = 5-10% fluxo sanguíneo (em Normotermia) / 2x > do que fluxo pelo fígado

• Não sofre o efeito de 1ª passagem pelo fígado– Menor metabolização (> eficácia/segurança)

– Menor excreção

– Maior durabilidade no organismo

• Doses mais longas

• Maior facilidade/conforto para a aplicação da dose

Page 10: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Produtos tópicos

• Entrega Tópica

– Ação sobre pele

• Pele íntegra ou pele danificada

– Cosméticos, antienvelhecimento, clareadores, cicatrizantes, tratamento da psoríase, etc...

• Regional

– Ação sobre órgão / tecidos próximos do sítio de aplicação

– Analgésicos musculares

• Transdermal

– Ação sistêmica

– Ex.: reposição hormonal

Page 11: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Focos na entrega tópica• Eficácia

– Substâncias ativas

• Produtos de ação tópica ou de entrega transdérmica

– Substância aplicada sobre a pele resulta no efeito DESEJADO pelo usuário.

• Segurança

– Substâncias com perigo caracterizado

• Exposição acidental (ambiental ou ocupacional)

• Manuseio de produtos limpeza, tintas, etc...

• Uso de produtos cosméticos ou farmacêuticos

– Substância aplicada sobre a pele resulta em um efeito INDESEJADO para usuário.

Page 12: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Parâmetros Importantes

• Molécula x efeito Biológico desejado/indesejado

– Depende de Biodisponibilidade

• [ ] / Local / Tempo

• Farmacocinética

– Estudo da absorção percutânea é importante para a avaliação da farmacocinética de substâncias

Page 13: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Concluindo• Estudo de Absorção Percutânea não mede

eficácia ou segurança

• Determina (ou oferece subsídio para fazer inferências - in vitro) da farmacocinética e biodisponibilidade de uma molécula

– Avaliação de risco (Segurança)

– Inferência de eficácia

• Permite determinar bioequivalência

– Comparação da [ ] em um compartimento

Page 14: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Modelos para Estudo

Page 15: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Características Gerais

• Avalia apenas moléculas / não formulações/misturas

• A quantidade de ativo absorvido costuma ser muito baixa

• Depende extremamente do método analítico usado

• Pode usar diferentes modelos de estudo

Page 16: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

In vivo

• Realizado em organismos

– Animais & Humanos

• Vantagens

– Simula condições de uso

– Modelo ouro – estudo em humanos

• Desvantagens

– Aspectos éticos

– Protocolos complexos

– Custosos

– Variação

Page 17: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

In vivo – “Tape Stripping”

Formulação ↓ Permeação:

Formulação ↑ Permeação:

Fita adesiva:

• CuDerm

Procedimento:

• Fita aplicada sobre a pele

• Retirada de camada de SC

• Quantificação do ativo nas fitas

• Avaliação da quantidade de ativo permeado por profundidade

Problemas:

• Não é possível descamar de forma uniforme

− Pressão + Coesão

• Avalia apenas SC

• Difícil obter dados cinéticos

RESULTADOS:

Page 18: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

In vivo – Microdiálise

Procedimento:

• Colocação de cânula semi-permeável na derme abaixo da epiderme

• Aplicação de um fluxo contínuo de LQR

• Material coletado analisado

• Permite avaliar a cinética da absorção

Problemas:

• Realizado em animais

• Dificuldade de realização em humanos (12 a 24h de experimentação)

Page 19: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

In vivo – Bolha de SucçãoPressão negativa:

Formação de bolhas:

Procedimento:

• Aplicação de pressão negativa sobre a pele

• Descolamento de parte da epiderme

• Formação de bolhas

• Aplicação do produto sobre a bolha

• Avaliação do conteúdo de ativo no líquido

Problemas:

• Aspectos éticos

• Dificuldade em obter dados cinéticos

Page 20: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Métodos Não invasivos

• Espectroscopia Infravermelho com Transformada de Fourier(FT-IR)

– Técnica vibracional

– Resolução espacial limitada & baixa profundidade de penetração em espécies biológicas

• Microscopia confocal

– Demanda marcação da droga com sonda fluorescente Altera Farmacocinética

• Espectroscopia Raman

– Não apresenta problemas mostrados pela FT-IR

– Molécula deve estar associada com Bandas Raman típicas

Estudo in vitro / in vivo

Page 21: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Microscopia Confocal Raman

Características:

• Modo de detecção

• Não invasivo

- In vivo

-In vitro – uso de outros métodos

• Técnica poderosa - Qualitativo

• Permite varredura 3D da amostra (resolução mícron)

• Aplicações:

• Absorção de moléculas, efeito de promotores de permeação, estrutura da pele, distribuição de água

Problemas:

• Detecta ativo apenas na epiderme (~ 100 µm)

• Interferência background da pele

• Apenas moléculas com sinal único

• Dificuldades relacionadas aos estudos in vivo - execução da técnica

Page 22: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

In vitro

• Modelos que simulam in vivo

– Pele, membranas sintéticas

• Vantagens

– Desenhos experimentais mais simples com < número de réplicas

– Execução menos complexa

– Relativamente menos custoso

– Maior controle das variáveis

– Resultados mais repetitivos - mais confiáveis

– Abordagem analítica mais simples;

– Modelo muito flexível

• Desvantagens

– Se afasta do modelo in vivo

Page 23: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Validação in vitro x in vivo

• Poucos estudos mostrando a correlação in vivo / in vitro

• Usando pele humana

– Trabalho de Franz TJ, 1975

• 12 moléculas relativamente hidrofílicas estudadas in vitro

• boa correlação com a obtido em estudos clínicos

– Anjo et al. 1980

• Estudou moléculas lipofílicas

• Embora menor, também obteve também boa correlação

– Pesquisadores FDA (2013)

• consideram o modelo adequado para ser usado durante no desenvolvimento de produtos de uso tópico eficazes

Page 24: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

In vitro

• Célula de difusão

– Forma

• Horizontal / Vertical

– Tipo de coleta

• Estática / Fluxo contínuo

• Características

– Uso de ≠s membranas semi-permeáveis

– Delimita 2 compartimentos

– Permite coleta ao longo do tempo

– Mantém temperatura constante

Page 25: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Célula de difusão - Horizontal

Vista Superior: Uso:

• Avaliação de formulações líquidas

Vista Lateral:

Page 26: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Uso:

• Ativo pouco solúvel no LQR

• Praticidade na coleta

• Possibilidade de diversas formas de fracionamento

Célula de difusão - Fluxo contínuo

Aparato desmontado: Aparato em uso:

Page 27: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Uso:

• Conhecida com célula de Franz

• Destinado a formulações semi-sólidas

• Pode ser adaptado para formulações líquidas

• Célula estática – Coletas pontuais

• Necessário cuidado na definição do tempo e do volume da coleta

• Função de: solubilidade do ativo no LQR X taxa de permeação

• Popular pela facilidade e praticidade no seu uso

• Permite grande flexibilidade

• Modelo a ser discutido

Célula de difusão - Vertical

Page 28: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

In silico

• Predição de kp através da estrutura da molécula de interesse

– PM, doadores/receptores ligação hidrogênio, área superficial polar

– Baseado na relação estatística entre uma série de composto

– Economia em estudos in vivo / in vitro

• Quantitative structure–activity relationships (QSARs)

– Muito usado na predição de toxicologia

– Quando aplicado a determinar kp = QSPRs

(Quantitative structure-permeability relationships)

• Programa: Dermwin

(http://www.epa.gov/opptintr/exposure/pubs/episuite.htm)

Page 29: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

In silico

• QSPRs é atrativo mas com uso restrito

• Bom para moléculas de exposição ambiental / Segurança

• Não contempla matrizes complexas

• Simplifica estrutura da pele

• Prediz apenas para moléculas semelhantes as usadas no banco de dados

• Para se criar um banco de dados para um determinado tipo de molécula é necessário muito investimento (muitos dados de muitas moléculas - semelhantes)

• ↑ investimento computacional – tempo de processamento

• Grupos de pesquisas ativos publicando sobre o assunto

Page 30: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Regulamentação

Page 31: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

RDC 48: 6/10/2009

• Classifica as modificações pós-registro de medicamentos

• Estabelece a documentação e os ensaios exigidos pela ANVISA

– Local de fabricação

– Processo de produção

– Equipamento

– Excipientes

– Matéria prima (Fármaco)

• produtos semi-sólidos e líquidos (- as soluções perfeitas)

– Apresentar resultados comparativos entre a taxa de permeação cutânea da condição anteriormente registrada e da nova condição.

– Incluir discussão relativa ao impacto de eventuais alterações da taxa de permeação cutânea;

Page 32: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

RDC 48: 6/10/2009

– Inclusão de nova concentração

– Inclusão de nova forma farmacêutica

• produtos semi-sólidos e líquidos (- as soluções perfeitas)

– Determinar, com metodologia adequada, a taxa de permeação cutânea

• Disposição final

– A obrigatoriedade da apresentação de documentos relacionados à determinação da taxa de permeação cutânea nos termos deste regulamento, se iniciará no prazo a ser determinado em norma específica.

Page 33: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

RDC 48: 6/10/2009

• Exigências muito semelhantes a do FDA

• Contudo não entra na definição de como deve ser coletado dados de permeação cutânea

• Possível confusão entre Liberação X Permeação Cutânea –Não está claro

Page 34: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

FDA - Guidance for Industry

• Maio de 1997

• Nonsterile Semisolid Dosage Forms

• Scale-Up and Postapproval Changes: Chemistry, Manufacturing, and Controls; In Vitro Release Testing and In Vivo Bioequivalence Documentation

• Teste de liberação + Teste in vivo

• Teste de liberação = controle de qualidade

– Substitui ensaios físico-químicos: solubilidade, tamanho de partícula, forma cristalina, viscosidade e homogeneidade do produto.

– Não precisa ser validado

Page 35: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

FDA - Guidance for Industry

MUDANÇA NÍVEL in vitro in vivo

• Componente/Composição

1 X X

2 Sim X

3 Desejável Sim

• Equipamento1 X X

2 Sim X

• Processo 1 X X

2 Sim X

• Tamanho do Lote1 X X

2 Sim X

• Local de manufatura

1 X X

2 X X

3 Sim X

Page 36: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

U.S. Pharmacopeia - USP

• Capítulo 1724

– Teste de performance para produtos semissólidos

– Cremes, pomadas, géis e loções

• Avalia: Qualidade / Performance

– Performance in vitro não equivale in vivo

• Realizado usando célula de Franz

• Usa membrana sintética

Page 37: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

OECD

• Testing & Assessement No. 28 (Mar, 04)

• in vitro (428: Abr, 04); in vivo (427: Abr, 04)

• Não usa membrana sintética

• Descreve metodologia in vitro de Absorção Percutânea.

• Guideline

Page 38: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Em Cosmética

• Anvisa

– Guia de Avaliação de Segurança em Cosméticos 2ª Ed.-2012

– Parecer Técnico nº 5, de 6 de julho de 2005

Page 39: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Guia de Avaliação de Segurança

• Usado na Avaliação de Margem de Segurança (MS)

– Cálculo de SED (Dose de Exposição Sistêmica - Diária)

• De acordo com OECD 428

SED= PA(µg/cm2) x S(cm2) x F

60Kg x 1000

MS = NOAEL

SED

Maior dose que não causa efeito Sistêmico

Absorção Percutânea

Área de Contato

No. de aplicações Diárias

Page 40: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Parecer Técnico nº 5

• Utilização da Uréia em produtos cosméticos

• Considerando

“uréia aumenta a penetração cutânea de outras SUBSTÂNCIAS ATIVAS”

• Determina:

“Para concentrações acima de 3% e máxima de 10% de uréia, classificar os produtos cosméticos com Grau 2, devendo ser apresentado à Autoridade Sanitária, para fins de registro: testes de segurança (irritabilidade primária, acumulada e sensibilização) e ensaios de PERMEAÇÃO CUTÂNEA.”

Page 41: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Princípio Teórico

Page 42: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Difusão Passiva

Meio 1 = Meio 2

Membrana

Semipermeável( )C1 = X C2 = 0C1 = X C2 = Y

(mol.cm-2.s-1)

J = -D C2-C1

Δx

• Lei da difusão de Flick

(mol.cm-3)

(cm)

Coeficiente de

Difusão

(cm2.s-1)

Page 43: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

CinéticaMembrana

Semipermeável( )

MdentroMforaC2 ≈ 0

MdentroMforaC1 > C2

MdentroMforaC1 = C2

Meio 1 = Meio 2

Page 44: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Representação Gráfica

2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

Tempo (Horas)

100

80

60

40

20

Molé

cula

no M

eio

Recepto

r

(mol.cm

-2)

0

Concentração (C2) = Jss x Tempo

inclinação = Jss,max (mol.cm-2.h-1)

MdentroMFora

MdentroMFora

MdentroMFora

Sink Condition

Dose infinita

Dose finita

Page 45: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Efeito da [ ] da molécula

inclinação = Jss,max

Jss,max = Kp Cv

Coeficiente de permeabilidade

[ ] ativo no veículo

2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

Tempo (Horas)

100

80

60

40

20Molé

cula

no M

eio

Recepto

r (

mol.cm

-2)

0

CvDose infinita

Jss ao longo de todo o estudo

Dose semi-infinita

Jss apenas no início do estudo

Dose finita

Não atinge Jss

Page 46: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Dose Infinita x Finita

Fluxo no estado Estacionário (Jss)

2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

Tempo (Horas)

5

4

3

2

1

J (

mol.cm

-2.h

-0,5)

0

Dose Finita

Dose infinita

Dose semi-infinita

Variação do Fluxo

2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

Tempo (Horas)

100

80

60

20

Porc

enta

gem

Concentr

ação inic

ial (

%)

0

Dose Finita

Dose infinita

Dose semi-infinita

40

Variação na Concentração

> 10% permeado

Page 47: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Linerização da Curva

2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

Tempo (Horas)

100

80

60

40

20

Flu

xo d

e p

erm

eação (

μg/c

m2)

0

0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0

Tempo (Horas0,5)

100

80

60

40

20

Flu

xo d

e p

erm

eação (

μg/c

m2)

0

Não se determina inclinação (Jss,max)

Pode ser usado na comparação de produtos

inclinação (mol.cm-2.h-0,5) ≠ Jss,max = 2 Cv Dπ√

Page 48: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Meios diferentesMembrana

Semipermeável( )

MdentroMfora

Meio 1 ≠ Meio 2

J=-D K C2-C1

Δx

• Lei da difusão de Flick

K = [Meio 1]

[Meio 2]

[ ] < 10% da saturação

↑ Solubilidade ↓ Solubilidade

Coeficiente de partição

Page 49: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Absorção Percutânea

• Pele Membrana heterogênea

– Difusão varia entre as diferentes camadas

– Etapa mais lenta determina a velocidade de permeação

Page 50: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Difusão & Partição

[ ] >> 0

[ ] ≈ 0

• Pele Membrana heterogênea

– Difusão varia entre as diferentes camadas

– Etapa mais lenta determina a velocidade de permeação

Difusão

+

Partição

Disponibilização

Sistêmica

Page 51: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Fatores que afetam

• estrutura da pele

• Molécula (tamanho, polaridade)

• Veículo

Difusão na Pele

Aplicação

Produto

Aplicação

Produto

Epiderme

Barreiras energéticas

Superfície Disponibilidade

Sistêmica

Determina Fluxo de entrada

Page 52: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Representação Gráfica

2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

Tempo (Horas)

100

80

60

40

20

Molé

cula

no M

eio

Recepto

r

(mol.cm

-2)

0

inclinação = Jss,max (mol.cm-2.h-1)Tempo Lag

Page 53: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Retenção Cutânea

Epiderme

Barreiras energéticas

Superfície Disponibilidade

Sistêmica

Retirada do

Produto

Page 54: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Formulando para a Eficácia

Page 55: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Conceito

• Eficácia

– Molécula com atividade biológica

– Sua entrega na localização e concentração para promover o efeito biológico desejado

• Depende muito da formulação

• Possível regular a entrega do ativo pela seleção e controle do sistema emoliente / agente emulsificante

Page 56: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Falhas comuns

• Incorporação em formulações base

– Molécula com atividade biológica comprovada

– Testes preliminares com resultado negativo

– Molécula é descartada para a proposição de uso esperada

• Erros

– não considerar a importância da composição da fórmula na farmacocinética das moléculas ativas por via tópica

– Não ser mensurada a entrega da molécula ativa

Page 57: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Controlando a AbsorçãoParâmetro Mudança Efeito Como Obter?

kp

↑ ↑ taxa de permeação↑ K, D

↓ MW, L

↓ ↓ taxa de permeação↓ K, D

↑ MW, L

D↑ ↑ difusão Uso de Promotores de Penetração

↓ ↓ difusão↑ afinidade do ligante pela pele / retardar penetração

Koct/H2O

↑ ↑ níveis no estrato córneo Tornar molécula mais lipofilica

↓ ↓ níveis no estrato córneo Tornar molécula mais hidrofilica

Kec/formulação

↑ Depende da polaridade da formulação

Mudar a polaridade da formulação↓

ΔC

↑ ↑ fluxo s/ afetar Kec/formulação

Formular mais próximo possível da solub. máxima do ingrediente na formulação

↓ ↓ fluxo s/ afetar Kec/formulação

Formular mais distante possível da solub. máxima do ingrediente na formulação

L – constante na pele

Parâmetros

Alterar a Molécula

Alterar a Formulação

Mais Usado / Menos eficiente

Mais eficiente

Page 58: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Trabalhando com a polaridade

• Princípio:

– Tornar a solubilidade do ativo maior no estrato córneo do que na formulação

– Quanto maior a quantidade de ativo solubilizada no Estrato Córneo (etapa mais lenta do processo difusivo), maior será a absorção do ativo

Page 59: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Índice Relativo de Polaridade (IRP)

• Princípio:

– Considera o Estrato Córneo como um solvente com polaridade homogênea

– Polaridade assumida para o EC ≈ 1-butanol

log Koctanol/water = 0,80

Koctanol/water = 100,80 = 6,3Solubilidade do EC no octanol 6,3 x > que na H2O

Page 60: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Índice Relativo de Polaridade (IRP)

• Casos:

– Polaridade do Ativo = Estrato Córneo

• Pouco comum

– Polaridade do Ativo > Estrato Córneo

– Polaridade do Ativo < Estrato Córneo

Page 61: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

IRPHidrofílico

Lipofílico

0

-∞

+∞

Escala

Log

0,80 Estrato Córneo

0,01 Arbutina

Expresso em Koctanol/water

Afetado pela hidratação do estrato córneo

Δ log Koctanol/water = 0,79

Intervalo de Polaridade do Penetrante = |polaridade do penetrante - polaridade do estrato córneo|

- 0,78 Formulação

IPP

+ IPP

- IPP

↑ mais ativo

dissolve no Estrato Córneo

Multifase, multipolaridade = emulsãoConsidera-se polaridade em que o ativo é solúvel

Page 62: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Hidrofílico

Lipofílico

0

-∞

+∞

0,80Estrato Córneo

0,01 Arbutina

- 0,79 Formulação

Força Motriz para difusão

Hidrofílico

Lipofílico

0

-∞

+∞

0,80Estrato Córneo

0,01 Arbutina

- 0,79 Formulação

Solubilidade da molécula na fórmula

Page 63: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Mais Hidrofílico

Mais Lipofílico

Solubilidade Penetrante

Força Motriz da difusão

Polaridade do Penetrante

+ IPP- IPP

Polaridade ótima da Formulação

Faixa de trabalho

Page 64: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Conclusão

• Formulação deve ter polaridade:

– O mais distante possível da polaridade do penetrante para gerar força motriz de difusão.

Ao mesmo tempo

– O mais próximo possível para permitir atingir quantidades de ativo suficiente para garantir a dose necessária para se obter a eficácia do produto.

Page 65: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Otimizando a formulação

Passo 1- Otimizando a Solubilidade

• Escolha do emoliente ou solvente primário

A) calcular a polaridade do penetrante

B) definir se a fase QUE CONTÉM o ativo será hidrofílica ou lipofílica (Formulação pode ser hidrofílica ou lipofílica independente da fase)

C) Escolher fase com mesmo IRP do penetrante

Penetrantes

Lipofílicos

Penetrantes

Hidrofílicos

Page 66: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Nome INCI IRP (log) Nome INCI IRP (log)

Glycerin -1,76 Isopropyl isostearate 7,4

Dipropyleneglycol -1,2 Ethylhexyl palmitate 9,12

Propylene glycol -0,92 Ethylhexyl isostearate 10,05

Ethanol -0,32 Vegetable squalane 14,93

Triethylhexanoin 2,7 Triisostearin 18,6

Glyceryl isostearate 4,76Trimethylolpropanetriisostearate

20,27

Isopropyl myristate 5,41Pentaerythrityltetraisostearate

25,34

Propylene glycolisostearate

6,08 Isostearyl isostearate 26,98

Solventes Emolientes

Page 67: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Otimizando a formulação

Passo 2 – Otimizando a força motriz

• Escolha do emoliente ou solvente Secundário

A) Reduzir solubilidade do emoliente/solvente primário

B) Adição gradual de solvente/emoliente secundário onde ativo é muito menos solúvel mas ainda miscível

C) Até atingir 90% da solubilidade máxima na mistura de solvente

Cuidado para considerar possíveis alterações de

temperatura durante transporte que podem levar a

cristalização do penetrante

Page 68: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Otimizando a formulação

Alternativa – Uso de apenas um Solvente/Emoliente

• Escolha do emoliente/solvente Com o IRP correto

• Desvantagem:

– Não permite a seleção de combinações de emoliente

– Flexibilidade para oferecer outras características importantes: ex. sensoriais

Page 69: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Exemplo

• Formulação de ácido dióico – IRP = 5,8

– 0,8< polaridade > 10.8

• Emoliente 1° = Propileno glicol isoestearatoIRP = 6,08

– [ ] 17% p/p.

• Emoliente 2° = trietilhexanoina – IRP = 2,7

– Reduzir solubilidade a 2% p/p na formulação

– 10% na fase oleosa

Page 70: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Formula Otimizada para a Penetração

Formula Otimizada para a Estabilidade Físico-Química

Matéria prima p/p% Matéria prima p/p%

Propylene glycol isostearate (1º) 15 Caprylic/capric triglyceride 10

Triethylhexanoin (2º) 3 Glyceryl stearate SE 3

Octadecenedioic acid 2 Steareth-21 5

Steareth-21 5 Steareth-2 1

Steareth-2 1 Cetyl alcohol 2

Glycerin 4 Octadecenedioic acid 2

Xanthan gum 0,2 Glycerin 3

Phenoxyethanol (and) Methylparaben (and) Propylparaben (and) 2-bromo-2-nitropropane-1,3-diol

0,7

Benzoic acid 0,2

2-Amino-2-methyl-1-propanol, to pH 5,5

qs

Aqua ad 100 Aqua ad 100

Page 71: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

15

10

5

0

Formulação Não Otimizada

Formulação Otimizada

Entr

ega d

o á

cid

o d

ióic

o(µ

gcm

-2)

Fitas Adesivas

Pele

LQR

Resultado Experimental

Page 72: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Promotores Químicos de Permeação (PPs)

Page 73: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

O que são PPs

• Compostos inativos farmacologicamente

• Particionam no EC interagindo com lipídeos e facilitando a difusão de outras moléculas

• ↑ entrega de moléculas pequenas através

da pele

Page 74: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Exemplos de PPs

Solventes Terpenos Surfactantes

• Etanol

• Propileno glicol

• Dietileno glicol monoetil éter (transcutol)

• Ácido Oleico

• Mentol

• Nerol

• Cânfora

• Salicilato de Metila

• Tween 80

• SDS

• Cloreto de benzalcônio

• Óleo de castor hidrogenado polioxil 40 (Cremophor RH40)

• Brometo de didecildimetil amônio (DDAB)

• Brometo de didecilTrimetil amônio (DTAB)

Page 75: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Ação

• Alteração da estrutura dos lipídeos do EC e de sua fluidez

• ↑ do coeficiente de partição da molécula dentro da

pele assim como difusividade da droga no EC

• Efeito de desordem nas cadeias alquil dos lipídeos do EC

• Separação localizada de domínios de lipídeos criando poros hidrofílicos e/ou estabelecendo um reservatório de droga no EC

Page 76: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Ação

• causam ↑ desordem do empacotamento

lateral das lamelas de lipídeos da barreira cutânea (exceto propileno glicol & etanol)

• Maior efeito por surfactantes (SDS, DDAB, andDTAB) seguido de terpenos (como nerol)

Page 77: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Alterações Estruturais

Mudança da Polaridade↑ solubilidade molécula

Modelo Molecular

Mecanismo Sugerido p/ Aumento da Permeação

Leve desordem na estrutura lamelar

Modelo Molecular

Mecanismo Sugerido p/ Aumento da Permeação

Desordem na estrutura lamelar

Rompimento da estrutura lamelar

Incorporação de PP na estrutura Lamelar

Estrutura Normal da Lamela lipídica

Page 78: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Efeito de PPQs

- Etanol

- PropilenoGlicol

Modelo Molecular

PP

Modelo Molecular

- SDS

- Transcutol

- Mentol

- Cânfora

- Ácido Oleico

- Nerol

- Salicilato Met.

- DDAB+

- DTAB+

- Tween 80°

- Cloreto Benzalcônio+

- Cremofor°

SOLVENTES

TERPENOS

SURFACTANTES

PP

Page 79: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Outros sistemas de entrega

Page 80: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Partículas

• Alterar a farmacocinética de moléculas

– Absorção, retenção, localização

• Conferir outras propriedades à formulação

• Estabilização do ativo

• Tipos

– Lipossomos − Transferossomos

– Niossomos ─ Nanopartículas

Page 81: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Considerações

0,1 nm 1 nm 10 nm 100 nm 1 µm 10 µm 100 µm

Átomos

Pequenas Moléculas

Lipídeos

ProteínasVírus

Célula Bacteriana

Célula Eucariótica

Barreira Química Barreira Física

Nanopartículas

Micela Micro emulsão

Page 82: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Lipossomos

• Membrana composta de bicamada de fosfolipídeos e colesterol

• Diferentes possibilidades de construção

• Pode carregar moléculas hidrofílicas e lipofílicas

• Transita em substâncias solúveis em lipídeos e água

• Classificam-se:

- Pequena vesícula unilamelar

- Pequena vesícula oligolamelar

- Grande vesícula unilamelar

- Vesícula multilamelar

• Funde a membranas biológicas

• Penetração na barreira cutânea

• Biodegradáveis e não tóxicos

• Possível alterar carga superficial + ou -

- Altera entre retenção / penetração

Page 83: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Niossomos

• Vesículas uni- ou multilamelares compostas de surfactantes não iônicos

• Não apresentam a instabilidade dos lipossomos, baixo custo em comparação aos fosfolipídeos, sem problema de pureza como nesses últimos

• Pode carregar moléculas hidrofílicas e lipofílicas

Page 84: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Transferossomos

• Bicamada da vesícula em estado líquido + elasticidade

• Fosfolípide /surfactantes não iônicos + ativador de borda (surfactante de cadeia única)

• Penetra poros muito menores que seu tamanho

• Menos agregação e fusão

• Maior resistência a estresse osmótico

Page 85: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Nanopartículas

• Tecnologia inovadora – sistema sólido

• Partículas esféricas de lipídio sólido (contem o ativo) + cobertura de fosfolipídeos

• Tamanho = 1000–20 nm

• Controle da liberação

- Capa lipídica: liberação rápida

- Miolo: liberação prolongada

• Formação de filme: oclusão

Page 86: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Emulsões Múltiplas / Microemulsões

Emulsões múltiplas

• Emulsão w/o e o/w coexistem

• Tipos

- w/o/w - o/w/o

• Alta capacidade de retenção de moléculas

• Combinação de substâncias incompatíveis em uma formulação

• Liberação controlada / prolongada

• Estéticas e de fácil aceitação

Microemulsãoes

• Sistemas água e óleo fluido, transparente e estável

• Estabilizado por surfactante + cosurfactante

• Formado a partir da mistura dos componentes

Page 87: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

Outros métodos

• Ruptura Física

– Termal − Laser

– Magnética − Modulação Mecânica

– Pressão − Hidratação

– Iontoforese − Fonoforese

– Microagulhas − Abrasão cutânea

– Punção

Page 88: Seminário 02: Entrega de ativos por via cutânea

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