Prestação de contas

Prestação de Contas

Inspeção Geral da Defesa Nacional – dia 02/07/2014

Formadora: Susana Pimentel

Objectivos e conteúdos do curso

• Enquadramento Legal da Prestação de Contas Publicas

• Os diferentes destinatários da informação contabilística;

• Documentos de prestação de contas, aplicados aos organismos da

Administração Central;

• Conheçam a tramitação inerente à prestação de contas;

• Interpretem a informação obtida dos diferentes documentos de

prestação de contas.

Breve abordagem ao cenário atual das Finanças Publicas

• Desde 2011, a evolução das finanças publicas tem sido condicionada pelo Programa de Ajustamento Económico acordado com a Comissão europeia, o BCE e o FMI (…)

• (…) o cumprimento dos requisitos do PAE tem sido determinante para o aumento da credibilidade do País, quer a nível nacional quer a nível internacional.

• A estratégia delineada no PAE tomou como principal desafio a consolidação orçamental que permitisse atingir uma trajetória sustentável para as finanças publicas, na redução dos níveis de endividamento e no assegurar a estabilidade financeira e na prossecução de politicas estruturais (…)

• Com isto, a posição cíclica da Economia portuguesa gerou pressões adicionais nas finanças publicas (…)

• Retirado de: Documento de Execução Orçamental 2014-2018

Enquadramento Legal da Prestação de Contas Publicas

• Lei nº 37/2013 de 14 de junho – 7º alteração à Lei nº 91/2001 de 20 de agosto.

Artº12º.-C

Regra do saldo orçamental estrutural

(…)

5 — Sempre que a relação entre a dívida pública e o PIB a preços de mercado for significativamente inferior a 60 % e os riscos para a sustentabilidade a longo prazo das finanças públicas forem reduzidos, o limite para o objetivo de médio prazo pode atingir um défice estrutural de, no máximo, 1 % do PIB.

6 — Enquanto não for atingido o objetivo de médio prazo, o ajustamento anual do saldo estrutural não pode ser inferior a 0,5 % do PIB e a taxa de crescimento da despesa pública, líquida de medidas extraordinárias, temporárias ou discricionárias do lado da receita, não pode ser superior à taxa de referência de médio prazo de crescimento do PIB potencial, conforme definido no Pacto de Estabilidade e Crescimento.

7 — Enquanto não for atingido o objetivo de médio prazo, as reduções discricionárias de elementos das receitas públicas devem ser compensadas por reduções da despesa, por aumentos discricionários de outros elementos das receitas públicas ou por ambos, conforme definido no Pacto de Estabilidade e Crescimento.


• O regime da administração financeira do Estado, instituído pela Lei de Bases de Contabilidade Pública e legislação complementar, nomeadamente pelo Decreto-Lei n.º 155/92, de 28 de julho, veio estabelecer uma adequada uniformização dos princípios e procedimentos contabilísticos, com vista a uma correta administração dos recursos financeiros públicos, segundo critérios da legalidade, economia, eficiência e eficácia.

Lei nº 37/2013 – artº10º-E- estabelece o Principio da economia, eficiência e eficácia.

No âmbito da reforma orçamental e da contabilidade pública operada, designadamente pelo Decreto-Lei n.º 155/92, consagra-se um novo sistema de controlo de gestão, definindo-se como formas de controlo da gestão orçamental as seguintes:

a) Autocontrolo, pelos órgãos competentes dos próprios serviços e organismos;

b) Controlo interno, sucessivo e sistemático, da gestão, designadamente através de auditorias a realizar aos serviços e organismos;

c) Controlo externo, a exercer pelo Tribunal de Contas.


Decreto-Lei n.º 232/97, de 3 de setembro, aprovou-se o Plano Oficial de Contabilidade Pública (POCP), estabelecendo como principal objetivo a criação de condições para a integração de uma Contabilidade orçamental, patrimonial e analítica numa Contabilidade moderna, dado que a contabilidade pública clássica se preocupava essencialmente com o controlo orçamental e a legalidade das despesas e receitas públicas. (…)

Ponto 7 - Podendo permitir:

a) Tomada de decisões estratégicas (…)

b) Disponibilizar a informação para a apoiar a atividade de controlo da actividade financeira da AP (…) assegurando a transparência da situação financeira e patrimonial do Estado

c) Obtenção expedita dos elementos indispensáveis (…) para aferição dos compromissos assumidos (…)

Artº 2º âmbito de aplicação – é obrigatoriamente aplicável a todos os serviços e organismos da administração central.

Enquadramento Legal da Prestação de Contas Publicas - POCP

Princípios e regras orçamentais – LEO alinhada com o DEO

• Na Lei de Enquadramento Orçamental – 7ª alteração à Lei nº 91/2001 de 20 de agosto que transpõe para a ordem jurídica interna a Directiva nº 2011/85/EU - está previsto que todas as entidades públicas apresentem contas usando o Plano Oficial de Contabilidade Pública, exceto para as que adotaram o sistema de normalização contabilística ou as Normas Internacionais de Contabilidade.

• O DEO 2014-2018 propõe a 8ª alteração da LEO, enquadrando-a em cinco pilares:

Regras orçamentais

Quadro Plurianual de Programação Orçamental

Programas orçamentais

Contabilização de ativos e passivos

Instituição de entidades independentes

A lei e o documento estabelecem:

a) As disposições gerais e comuns de enquadramento dos orçamentos e contas de todo o setor público administrativo;

b) As regras e os procedimentos relativos a organização, elaboração, apresentação, discussão, votação, alteração e execução do Orçamento do Estado, incluindo o da segurança social, e a correspondente fiscalização e responsabilidade orçamental;

c) As regras relativas á organização, elaboração, apresentação, discussão e votação das contas do Estado, incluindo a da segurança social.

Nos artigos 4.º (Anualidade e plurianualidade) a 12.º (Publicidade) são definidos os princípios que devem ser cumpridos na elaboração do Orçamento.

Retirado de: DEO – Capitulo 5


Prevê-se que, em 2014, a Comissão de Normalização Contabilística apresente propostas de diplomas legais para a aprovação do Sistema de Normalização Contabilística para as Administrações Públicas, ficando Portugal com um referencial contabilístico alinhado com as melhores práticas internacionais em sede de Contabilidade Pública.

Retirado de: DEO – Capitulo 5


Princípios e regras orçamentais – LEO

Regras Orçamentais - Orçamento de Despesas

Esta sequência de procedimentos é articulada na Classe 0 – Contas de controlo orçamental e de ordem, com as regras seguintes:

Regras Orçamentais - Orçamento de Despesas

Na execução do orçamento das despesas, devem ser respeitados os seguintes princípios e regras:

a) Nenhuma despesa poderá ser assumida, autorizada e paga sem que, para além de ser legal, esteja inscrita em orçamento a dotação adequada, e nela tenha cabimento;

b) Os créditos orçamentais da despesa constituem o limite máximo a utilizar na sua realização;

c) É proibido realizar despesas por operações de Tesouraria;

d) Todos os serviços do Estado são obrigados a ter uma conta corrente com as dotações orçamentais;

e) As despesas a realizar com a compensação em receitas legalmente consignadas podem ser autorizadas até á concorrência das importâncias cobradas;

f) As despesas deverão ser autorizadas até 31 de dezembro, terminando no período complementar de execução orçamental, legal e anualmente estabelecido, o prazo para o seu pagamento;

g) Os encargos regularmente assumidos relativos a anos anteriores serão satisfeitos por verbas adequadas do orçamento que estiver em vigor no momento em que se proceda ao seu pagamento.

Orçamento de Receita

Regras de execução definidas por lei:

a) Nenhuma receita poderá ser liquidada e arrecadada se não tiver sido objeto de inscrição orçamental adequada;

b) A cobrança das receitas pode ser efetuada para além dos valores inicialmente previstos no orçamento;

c) As receitas liquidadas, e não cobradas até 31 de dezembro, devem ser contabilizadas pelas correspondentes rubricas do orçamento do ano em que a cobrança se efetuar – princípio de caixa.

DOCUMENTOS EXIGIDOS PARA A PRESTAÇÃO DE CONTAS

POCP ponto 2 – Considerações técnicas

De forma mais detalhada, podemos agrupar os mapas previstos nos planos de contas públicos em função da natureza da informação fornecida.


Mapa de prestação de contas por natureza


Mapas finais de Prestação de Contas



4 - Documentos de prestação de contas exigidos pelo Tribunal de Contas

O Tribunal de Contas é a entidade que:

• Fiscaliza a legalidade e regularidade das receitas e das despesas públicas,

• Aprecia a boa gestão financeira e efectiva responsabilidades por infracções financeiras no território nacional e no estrangeiro.

4 - Documentos de prestação de contas exigidos pelo Tribunal de Contas

Documentos de Prestação de Contas Mapas obrigatórios Notas do Planos de Contas

Grupo I Grupo II POCP (…) (…)

Balanço x - 5

Demonstração de Resultados x - 6

Controlo orçamental - Despesa x x 7.1

Controlo orçamental - Receita x x 7.2

Fluxos de Caixa x x 7.3

Situação financeira a) a) -

Descontos e Retenções a) a) -

Entrega de descontos e retenções a) a) -

Desenvolvimento das despesas com o pessoal a) a) -

Orçamento - Despesa a) a) -

Orçamento - Receita a) a) -

Decomposição das dívidas de terceiros a) - -

Orçamento financeiro - Aplicação de fundos a) - -

Orçamento financeiro - Origem de fundos próprios a) - -

Orçamento económico - Custos e perdas a) - -

Orçamento económico - Proveitos e ganhos a) - -

Caraterização da entidade x x -

Notas ao balanço e à Demonstração de Resultados x - 8.1

Alterações orçamentais - Despesa x x 8.2

Alterações orçamentais - Receita x x 8.3.1-1

Contratação administrativa - situação dos contratos x x 8.3.1-2

Contratação adminsitrativa - Formas de contratos x x 8.3.2-1

Execução de programas e projectos de investimento x x 8.3.2-2

Transferências correntes - Despesa x x 8.3.3

Transferências correntes - Capital x x 8.3.4-1

Subsídios obtidos x 8.3.4-2

Ativos de rendimento fixo x 8.3.4-3

Ativos de rendimento variável x 8.3.4-4

Situação e evolução da dívida e juros x 8.3.4-5

Relatório de Gestão x 8.3.4-6

Guia de remessa x 8.3.5-1

Relação nominal de responsáveis x 8.3.5-2

Ata da reuniões de apreciação das contas pelo órgão competente x 8.3.6

Norma de controlo interno x -

Relação dos documentos de receita e de despesa x -

Certidões ou extratos dos saldos bancários reportados ao fim de exercício x -

Certidões de juros obtidos no exercício x -

Certidão de verbas recebidas de outras entidades x -

Reconciliaçãoes bancárias x -

Síntese das reconciliações bancárias x -

Relação de acumulação de funções x -

Balancetes sintéticos antes e após o apuramento dos resultados, devidamente indentificados x -

Relatório e parecer do orgão de fiscalização e cópia da certificação legal de contas x

5. Documentos exigidos pela Direcção-Geral do Orçamento

• A Direcção-Geral do Orçamento é serviço central da administração directa do Estado que tem por missão:

– superintender na elaboração e execução do Orçamento do Estado,

– contabilidade do Estado,

– controlo da legalidade, regularidade e economia da administração financeira do Estado.

• Neste enquadramento os documentos de envio obrigatório detêm periodicidades distintas em função do acompanhamento que se torna necessário proceder.

• Assim, anualmente o Decreto de Execução orçamental e a Circular complementar ao referido Decreto preconiza a periodicidade e os mapas a enviar

• Mapas periódicos de envio obrigatório à DGO



6. Documentos exigidos pelo Instituto Nacional de Estatística (INE)

O INE, IP é um instituto público, integrado na administração indirecta do Estado, dotado de autonomia administrativa que tem por missão produzir e divulgar de forma eficaz, eficiente e isenta, informação estatística oficial de qualidade, relevante para toda a Sociedade.

Para que seja possível a produção de informação estatística nacional, nomeadamente para a elaboração das contas nacionais torna-se necessário que:

As entidades sujeitas ao POCP enviem o balanço, demonstração de resultados, mapas de execução orçamental, anexos às demonstrações financeiras;

As entidades sujeitas ao POCAL enviem os documentos de prestação de contas até 30 dias após a sua aprovação.

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