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Setença processo nº 0003018 50.2014.4.01.3300

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PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA

9ª VARA-JEF CÍVEL

92ECCC2976E94387F516DDCF2471A7EC

PROCESSO N.: 0033018-50.2014.4.01.3300 PARTE AUTORA: LEANDRO SANTOS DA SILVA PARTE RÉ: UNIAO FEDERAL

SSEENNTTEENNÇÇAA

A parte autora ingressou com a presente ação postulando a condenação

da União ao pagamento de danos morais, decorrentes de suposta ilicitude praticada pelo

Conselho Nacional de Justiça.

Embora tendo ajuizado a ação em Salvador, afirmou, na petição inicial,

possuir domicílio na Cidade de Valença/BA. Juntou, no ensejo, comprovante de residência

em seu nome, com endereço na referida cidade.

Ocorre, todavia, que perfilho do entendimento de que somente existe

competência concorrente entre a Justiça Federal da capital do estado-membro e da subseção

que tem jurisdição sobre o domicílio do autor quando a ação versar sobre direito

previdenciário. Nas demais hipóteses, a competência do Juízo do domicílio do autor é

absoluta.

Nessa linha firmou-se o posicionamento do STF, cuja Súmula 689

estabelece que “o segurado pode ajuizar ação contra a instituição previdenciária perante o

Juízo Federal do seu domicílio ou nas varas federais da capital do estado-membro”, assim

como das Turmas Recursais da Bahia, cuja Súmula 01 dispõe que, “nas ações de natureza

previdenciária, a competência é concorrente, podendo ser ajuizadas tanto no juizado

especial federal da Subseção Judiciária que abrange o domicílio do autor, quanto no

juizado especial da Capital do Estado-Membro”.

Sendo assim, e considerando que a Cidade de Valença/BA, onde reside o

acionante, se insere na jurisdição da Subseção Judiciária de Ilhéus, há que se reconhecer a

incompetência territorial deste Juízo para o processamento e julgamento da causa.

Extingo, pois, o processo sem resolução do mérito, com fundamento no

artigo 267, IV, do CPC c/c o artigo 51, III, da Lei 9.099/95.

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Resta prejudicada, por consequência, a apreciação das exceções de

suspeição e incompetência suscitadas pela parte autora.

No que se refere à capacidade postulatória, considerando que o

acionante optou por ajuizar a ação sem o auxílio de um advogado, cabível no âmbito das

demandas do JEF, e não sendo ele menor ou interditado - embora alegando diversos

problemas de ordem psicológica, não há notícia de que seja interditado judicialmente -,

descabe ao juiz designar um defensor para representá-lo.

No entanto, se desejar recorrer da presente sentença, precisará se fazer

representar por advogado. Deverá, para tanto, se não tiver condições de contratar um

profissional da área, dirigir-se à Defensoria Pública da União - seja em Salvador (na

Avenida Paulo VI, n. 844, Ed. Redenção, Trade II, Pituba), seja em uma cidade próxima

do local onde mantém domicílio - ou demonstrar a impossibilidade de se deslocar ao

referido órgão, comprovando documentalmente nos autos, a fim de que se lhe nomeie

Advogado Dativo, nos termos da Resolução do CJF.

Defiro a gratuidade da justiça.

Sem condenação em custas, tampouco em honorários advocatícios, por

força do disposto no artigo 55 da Lei n. 9.099/95.

Certificado o trânsito em julgado, arquivem-se os autos com baixa na distribuição.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

SALVADOR (BA), 24 de abril de 2015.

MANOELA DE ARAÚJO ROCHA

Juíza Federal Substituta da 15ª Vara Federal (Atuando no processo da 9ª Vara na condição de substituta legal)

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