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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO • SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE CETESB – COMPANhIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO Plano de RESÍDUOS SÓLIDOS do Estado de São Paulo + - + -

Plano de Resíduos Sólidos do Estado de São Paulo

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  • GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO SECRETARIA DO MEIO AMBIENTECETESB COMPANhIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SO PAULO

    Plano deResduos slidos

    do estado de so Paulo

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  • Plano de Resduos slidos do estado de so Paulo

    autoResAndr Luiz Fernandes SimasChristiane Aparecida Hatsumi TajiriMaria Fernanda RomanelliMaria Teresa Castilho MansorMarina Balestero dos SantosMnica Las StorolliWagner Luiz Cabelho da SilvaZuleica Maria de Lisboa PerezPedro Penteado de Castro NetoCristiano Kenji IwaiMaria Heloisa P. L. AssumpoFlvio de Miranda RibeiroEdgar Csar de BarrosNdia Gilma Beserra de LimaJorge Toshiyuki OgataFernando Antnio Wolmer

    oRganizadoResAndr Luiz Fernandes SimasZuleica Maria de Lisboa Perez

    1a edioSo Paulo, 2014

    goveRno do estado de so PaulosecRetaRia do estado do Meio aMbiente

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    Catalogao na fonte: Margot Terada CRB 8.4422

    Dados Internacionais de Catalogao(CETESB Biblioteca, So Paulo, Brasil)

    S242p So Paulo (Estado). Secretaria do Meio Ambiente.1.ed. Plano de resduos slidos do estado de So Paulo [recurso eletrnico] / Secretaria do Meio Ambiente do Estado

    de So Paulo, Coordenadoria de Planejamento Ambiental, CETESB ; Autores Andr Luiz Fernandes Simas ... [et al.] ; Organizadores Andr Luiz Fernandes Simas, Zuleica Maria de Lisboa Perez. 1a ed. So Paulo : SMA, 2014.

    1 arquivo de texto (350 p.) : il. color., PDF; 160 MB

    Publicado tambm em papel e pen-drive. Disponvel em: ISBN 978-85-8156-020-5

    1. Diagnstico ambiental 2. Planejamento ambiental 3. Polticas pblicas 4. Qualidade ambiental 5. So Paulo (Estado) 6. Resduos slidos I. Simas, Andr Luiz Fernandes. II. Perez, Zuleica Maria de Lisboa (org.). III. Ttulo.

    CDD (21.ed. esp.) 363.728 638 161 CDU (2.ed. port.) 502.175:628.4 (815.6)

  • Governo do estado de so Paulo Governador

    secretaria do Meio aMbiente Secretrio

    Secretrio adJUnto

    coordenadoria de Plane jaMento aMbiental coordenadora

    dePartaMento de Plane jaMento aMbiental estratGico diretora

    centro de projetos diretor

    centro de zoneamento ambiental diretor

    centro de polticas pblicas diretora

    dePartaMento de inforMaes aMbientais diretora

    centro de diagnsticos ambientais diretor

    centro de integrao e gerenciamento de informaes diretora

    coordenadoria de educao aMbiental coordenadora

    coordenadoria de biodiversidade e recursos naturais coordenador

    coordenadoria de fiscaliZao aMbiental coordenador

    coordenadoria de ParQues urbanos coordenador

    cetesb coMPanhia aMbiental do estado de so Paulo diretor-PreSidente

    diretoria de gesto corporativa diretor

    diretoria de controle e licenciamento ambiental diretor

    diretoria de engenharia e Qualidade ambiental diretor

    diretoria de avaliao de impacto ambiental diretora

    Geraldo Alckmin

    Rubens Naman Rizek Junior Jos do Carmo Mendes Junior

    Zuleica Maria de Lisboa Perez

    Gabrielle Tambellini

    Andre Luiz Fernandes Simas

    Luiz Roberto Numa de Oliveira

    Denize Coelho Cavalcanti

    Arlete Tieko Ohata

    Edgar Cesar de Barros

    Aline Salim

    Yara Cunha Costa

    Daniel Glaessel Ramalho

    Luiz Ricardo Viegas de Carvalho

    Joaquim Hornink Filho

    Otavio Okano

    Sergio Meirelles Carvalho

    Aruntho Savastano Neto

    Carlos Roberto dos Santos

    Ana Cristina Pasini da Costa

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  • 5

    aPRe

    sent

    aoaPResentao

    A complexidade do tema resduos slidos mostrou-se evidente no processo de formulao das Polticas Nacional e Estadual de Resduos Slidos, institudas pela Lei Federal no 12.305, de 2 de agosto de 2010, e pela Lei Estadual no 12.300, de 16 de maro de 2006. A execuo dessas Polticas no territrio paulista teve respaldo no Programa Estadual de Implementao de Projetos de Resduos Sli-dos, institudo em 2012, cujas aes consistem na elaborao do Plano Estadual de Resduos Slidos; no apoio gesto municipal de resduos slidos e s ativi-dades de reciclagem, coleta seletiva e melhoria na destinao final dos resduos slidos; e na educao ambiental para a gesto de resduos slidos.

    O processo de elaborao do Plano Estadual de Resduos Slidos atendeu ao contedo mnimo previsto na Poltica Nacional e foi idealizado no mbito da Co-misso Estadual de Gesto de Resduos Slidos, concretizando-se no Grupo de Trabalho composto por tcnicos e especialistas da Companhia Ambiental do Es-tado de So Paulo (Cetesb) e da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SMA), com participao de outros rgos estaduais especficos, sob a coordenao da Coordenadoria de Planejamento Ambiental (CPLA).

    O Plano Estadual de Resduos Slidos composto por quatro partes: o Panorama dos Resduos, que retrata a situao da gesto e gerenciamento

    dos resduos slidos no estado; o Estudo de Regionalizao e Proposio de Arranjos Intermunicipais, que

    tem o intuito de fomentar a descentralizao das polticas pblicas voltadas gesto dos resduos slidos e o compartilhamento de servios e atividades de interesse comum aos municpios, a fim de permitir a otimizao dos recursos financeiros, materiais e humanos e a gerao de economia de escala;

    a Proposio de Cenrios, que busca a visualizao de possveis configuraes futuras para os resduos slidos, a partir de projees de gerao;

    as Diretrizes, Metas e Aes, que tratam de estratgias a serem adotadas ao longo de dez anos para assegurar a implementao do Plano Estadual, norte-adas pela obrigatoriedade de adoo da hierarquizao na gesto e gerencia-mento de resduos slidos no gerao, reduo, reutilizao, reciclagem, tratamento e disposio final adequada dos rejeitos.

    O processo de validao do documento pela sociedade foi feito por consultas e audincias pblicas. Entre janeiro e abril de 2014, o Panorama dos Resduos Slidos ficou disponvel no website da SMA para consulta pblica. A verso pre-liminar do Plano Estadual de Resduos Slidos esteve em consulta pblica entre julho e agosto de 2014; e no mesmo perodo, foram realizadas cinco Audincias Pblicas do Plano, em cinco regies do estado. Essas etapas foram fundamentais para o aperfeioamento e a construo conjunta do documento, de forma parti-cipativa e transparente.

    Aps incorporao das contribuies obtidas durante o processo de valida-o, a SMA apresenta o Plano de Resduos Slidos do Estado de So Paulo e convoca toda a sociedade a se envolver e participar ativamente da gesto e do gerenciamento dos resduos slidos, a fim de proteger a sade pblica e preservar os recursos naturais, contribuindo para a construo de cidades sustentveis.

    Rubens Naman Rizek JuniorSecretrio do Meio Ambiente

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    suM

    Rio apresentao 5

    siglas 9

    PanoRaMa dos Resduos slidos do estado de so Paulo 151. introduo 17

    1.1. estrutura do sistema ambiental paulista 171.2. polticas governamentais referentes a resduos slidos 191.3. aes e programas do sistema ambiental em vigncia 23

    2. perfil do estado de so paulo 292.1. divises regionais 29

    3. gesto de resduos slidos no estado de so paulo 334. resduos slidos urbanos 38

    4.1. gerao 384.2. coleta 424.3. tratamento 424.4. disposio final 434.5. gesto dos rsu 484.6. panorama geral da coleta seletiva 52

    4.6.1. gesto da coleta seletiva no estado de so paulo 554.6.2. catadores de materiais reutilizveis e reciclveis no estado de so paulo 574.6.3. cooperativas e associaes de catadores de materiais reutilizveis e reciclveis no estado de so paulo 59

    5. resduos da construo civil 635.1. gerao 655.2. coleta 665.3. destinao 67

    5.3.1. reutilizao e reciclagem 675.3.2. disposio em aterro 70

    6. resduos dos servios pblicos de saneamento bsico 736.1. estimativas de produo de lodo das estaes de tratamento de gua e de esgoto 75

    6.1.1. lodo de eta 766.1.2. lodo de ete 78

    7. resduos de servios de sade 827.1. gerao 857.2. coleta 887.3. tratamento e disposio final 89

    8. resduos slidos de servios de transporte 938.1. resduos slidos de portos 958.2. resduos slidos de aeroportos 1018.3. resduos slidos do transporte rodovirio e ferrovirio 1048.4. resduos slidos de terminais alfandegrios 1078.5. consideraes finais 107

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    suM

    Rio9. resduos slidos agrossilvopastoris 110

    9.1. resduos agrossilvopastoris inorgnicos 1109.2. resduos agrossilvopastoris orgnicos 113

    9.2.1. resduos slidos agrossilvopastoris de origem animal 1149.2.2. resduos slidos agrossilvopastoris de origem vegetal 116

    9.3. resduos provenientes de petrechos de pesca 11610. resduos industriais 118

    10.1. estimativas de gerao de resduos slidos industriais 12110.2. reciclagem, reprocessamento, tratamento e disposio final 126

    11. resduos de minerao 12911.1. caracterizao dos resduos gerados 13311.2. armazenamento e destinao final 135

    12. responsabilidade ps-consumo 13812.1. estratgia adotada no estado de so paulo 13912.2. termos de compromisso assinados at o momento 140

    13. reas degradadas e reas contaminadas por deposio de resduos slidos 15513.1. gesto de reas contaminadas 15613.2. reas contaminadas ou degradadas por deposio de resduos 159

    14. educao ambiental 16214.1. aes de educao ambiental na gesto de resduos slidos 163

    estudo de Regionalizao e PRoPosio de aRRanjos inteRMuniciPais 1691. introduo 171

    1.1. regionalizao aplicada gesto de resduos slidos 1722. unidades regionais 174

    2.1. regies metropolitanas do estado de so paulo 1792.1.1. regio metropolitana de so paulo 1802.1.2. regio metropolitana da baixada santista 1822.1.3. regio metropolitana de campinas 1842.1.4. regio metropolitana do vale do paraba e litoral norte 1862.1.5. regio metropolitana de sorocaba 188

    2.2. aglomeraes urbanas do estado de so paulo 1882.2.1. aglomerao urbana de jundia 1882.2.2. aglomerao urbana de piracicaba 189

    3. solues consorciadas 1913.1. solues consorciadas para a gesto de resduos slidos 1913.2. formas de cooperao voluntria 191

    3.2.1. convnios de cooperao 1923.2.2. consrcios pblicos 1923.2.3. parcerias pblico-privadas 193

    4. projeto de apoio gesto municipal de resduos slidos (girem) 1954.1. atividade com os municpios 198

    5. estudo de regionalizao do estado de so paulo para gesto de resduos slidos 210

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    Sum

    rio cenrioS e projeeS 231

    1. INTRODUO 2332. CeNRIOs e pROjees pARA GesTO De ResDOs sLIDOs 235

    DiretrizeS, metAS e AeS 245

    ReFeRNCIAs BIBLIOGRFICAs 261ANexOs 275

    ANexO I TRAADOs DAs UGRHI e DIvIses ReGIONAIs 277ANexO II DeTALHAMeNTO DA QUANTIDADe De ResDUOs sLIDOs De seRvIOs De TRANspORTe GeRADOs NOs pORTOs ORGANIZADOs De sANTOs e sO seBAsTIO, pOR GRUpO (ANvIsA RDC N 56/08) 290ANexO III LeGIsLAO BRAsILeIRA peRTINeNTe AOs ResDUOs sLIDOs 299ANexO Iv HIeRARQUIZAO NA GesTO e GeReNCIAMeNTO De ResDUOs sLIDOs 321ANexO v CONsRCIOs INTeRMUNICIpAIs 331ANexO vI LIsTA De CONDICIONANTes TCNICAs e LeGAIs pARA IMpLANTAO De ATeRROs sANITRIOs 337

    FICHA TCNICA 349

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    sigl

    assiglasA3P Agenda Ambiental na Administrao PblicaABIB Associao Brasileira das Indstrias Biomassa e Energia RenovvelABIHPEC Associao Brasileira da Indstria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosmticos ABIMA Associao das Indstrias de Massas Alimentcias e Po & Bolo IndustrializadosABINEE Associao Brasileira da Indstria Eltrica e EletrnicaABIOVE Associao Brasileira das Indstrias de leos Vegetais ABIPECS Associao Brasileira da Indstria Produtora e Exportadora de Carne SunaABIPLA Associao Brasileira da Indstria de Produtos de LimpezaABNT Associao Brasileira de Normas TcnicasABRAFILTROS Associao Brasileira das Empresas de Filtros e seus Sistemas Automotivos e IndustriaisABRECON Associao Brasileira para Reciclagem de Resduos da Construo Civil e Demolio ABRELPE Associao Brasileira de Empresas de Limpeza Pblica e Resduos EspeciaisAC rea ContaminadaACI rea Contaminada sob InvestigaoACSA Airports Company South Africa ACV Anlise de Ciclo de Vida AGEM Agncia Metropolitana da Baixada SantistaAGEMCAMP Agncia Metropolitana de CampinasAGRA rea de Gerenciamento de Risco AvirioAMA Associao dos Municpios da AraraquarenseAME rea em Processo de Monitoramento para EncerramentoAMMEP Associao dos Municpios da Mdia PaulistaAMVAPA Consrcio Intermunicipal do Alto Vale do ParanapanemaANA Agncia Nacional de guasANAC Agncia Nacional da Aviao CivilANDAV Associao Nacional de Distribuidores de Insumos Agrcolas e Veterinrios ANTAQ Agncia Nacional de Transportes AquaviriosANTT Agncia Nacional de Transportes TerrestresANVISA Agncia Nacional de Vigilncia SanitriaAP rea com Potencial de Contaminao APA rea de Proteo AmbientalAPM Associao Paulista de MunicpiosAPM rea de Proteo de MananciaisAPP rea de Preservao PermanenteAPRM-B rea de Proteo e Recuperao de Mananciais da Bacia Hidrogrfica do Reservatrio BillingsAPRM-G rea de Proteo e Recuperao dos Mananciais da Bacia Hidrogrfica do GuarapirangaAPTA Agncia Paulista de Tecnologia dos Agronegcios AR rea Reabilitada para o Uso DeclaradoARSESP Agncia Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de So PauloARTESP Agncia Reguladora de Transportes do Estado de So PauloAS rea com Suspeita de ContaminaoASA rea de Segurana AeroporturiaATT rea de Transbordo e TriagemAU Aglomerao UrbanaAUJ Aglomerao Urbana de JundiaAUP Aglomerao Urbana de PiracicabaCADEC Cadastro de Entidades de Catadores de Materiais Reciclveis do Estado de So PauloCADRI Certificado de Movimentao de Resduos de Interesse Ambiental

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    sigl

    as CATI Coordenadoria de Assistncia Tcnica Integral CDA Coordenadoria de Defesa AgropecuriaCDR Combustvel Derivado de Resduos CEA Coordenadoria de Educao AmbientalCEDEPAR Consrcio de Estudos, Recuperao e Desenvolvimento Sustentvel da Bacia Hidrogrfica

    do Rio PardoCEMPRE Compromisso Empresarial para ReciclagemCEPAM Centro de Estudos e Pesquisas de Administrao Municipal Fundao Prefeito Faria LimaCERISO Consrcio de Estudos, Recuperao Desenvolvimento Bacias Rio SorocabaCETESB Companhia Ambiental do Estado de So PauloCFEM Compensao Financeira pela Explorao de Recursos MineraisCFICS Centro de Fiscalizao de Insumos e Conservao do Solo CI Consrcio Intermunicipal Gabriel MonteiroCI Consrcio Intermunicipal GuapiauCIABC Consrcio Intermunicipal Grande ABCCIAS Consrcio Intermunicipal para o Aterro SanitrioCIGA Consrcio Intermunicipal para a Gesto Ambiental e de Resduos Slidos IntegradaCIMA Convnio Intermunicipal de Meio AmbienteCIMBAJU Consrcio Intermunicipal dos Municpios da Bacia do JuqueriCIMP Consrcio Intermunicipal de Meio AmbienteCIOESTE Consrcio Intermunicipal da Regio Oeste Metropolitana de So PauloCIPAS Consrcio Intermunicipal para Aterro Sanitrio de Biritiba-MirimCIPREJIM Consrcio Intermunicipal de Preservao da Bacia do Rio Jaguari-MirimCIRL Consrcio Intermunicipal Ribeiro LajeadoCISAB Consrcio Intermunicipal de Saneamento Bsico da Bacia do Rio Sorocaba e Mdio TietCISBRA Consrcio Intermunicipal de Saneamento Bsico para a Regio do Circuito das guasCITP Consrcio Intermunicipal dos Vales dos Rios Tiet-ParanCIVAP Consrcio Intermunicipal do Vale do ParanapanemaCLT Consolidao das Leis do TrabalhoCNAE Cadastro Nacional de Atividades EconmicasCNEN Comisso Nacional de Energia NuclearCNORP Cadastro Nacional de Operadores de Resduos PerigososCNRH Conselho Nacional de Recursos HdricosCNT Confederao Nacional do TransporteCNUDS Conferncia das Naes Unidas sobre Desenvolvimento SustentvelCODESP Companhia Docas do Estado de So PauloCODENOP Consrcio Pblico Desenvolvimento do Noroeste PaulistaCODIVAP Consrcio de Desenvolvimento Integrado do Vale do ParabaCODIVAR Consrcio de Desenvolvimento Intermunicipal do Vale do RibeiraCODRALIX Consrcio Intermunicipal para Tratamento e Disposio Final do LixoCOMAER Comando da AeronuticaCOMAM Consrcio de Municpios da Alta MogianaCONAC Conselho de Aviao CivilCONAMA Conselho Nacional de Meio AmbienteCONDEMAT Consrcio de Desenvolvimento dos Municpios do Alto TietCONDEPAHAAT Conselho de Defesa do Patrimnio Histrico, Arqueolgico, Artstico e Turstico

    do Estado de So PauloCONDERSUL Consrcio de Desenvolvimento das Regies Sul e Sudoeste do Estado de So PauloCONDESB Conselho de Desenvolvimento da Regio Metropolitana da Baixada SantistaCONIRPI Consrcio Intermunicipal do Ribeiro Pira

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    sigl

    asCONISUD Consrcio Intermunicipal da Regio Sudoeste da Grande So PauloCONSAB Consrcio Intermunicipal na rea de Saneamento AmbientalCONSADE Consrcio Intermunicipal de Sade do Vale do RibeiraCONSEMA Conselho Estadual do Meio AmbienteCONSIMARES Consrcio Intermunicipal de Manejo de Resduos Slidos da Regio Metropolitana

    de CampinasCOTRALIX Consrcio Intermunicipal para Tratamento e Disposio Final de Lixo CP Centro de ProjetosCPLA Coordenadoria de Planejamento AmbientalCPTM Companhia Paulista de Trens MetropolitanosCTRF Centro Tcnico Regional de FiscalizaoCVS Centro de Vigilncia SanitriaCZA Centro de Zoneamento AmbientalDA Digesto AnaerbiaDAESP Departamento Aerovirio do Estado de So PauloDERSA Desenvolvimento RodovirioDIEESE Departamento Intersindical de Estatstica e Estudos Socioeconmicos DPRN Departamento Estadual de Proteo de Recursos NaturaisDNPM Departamento Nacional de Produo MineralEIA Estudo de Impacto AmbientalEM Em perigoEMAE Empresa Metropolitana de guas e EnergiaEMPLASA Empresa Paulista de Planejamento MetropolitanoEMTU Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de So PauloEPE Empresa de Pesquisa EnergticaEPI Equipamento de Proteo IndividualETA Estao de Tratamento de guaETE Estao de Tratamento de EsgotoEVTE Estudos de Viabilidade Tcnico-EconmicaFECOP Fundo Estadual de Preveno e Controle da PoluioFEHIDRO Fundo Estadual de Recursos HdricosFGV Fundao Getlio VargasFUNDOCAMP Fundo de Desenvolvimento da Regio Metropolitana de CampinasFUNDOVALE Fundo Metropolitano de Desenvolvimento da Regio Metropolitana do Vale do Paraba e

    Litoral NorteGEE Gases de Efeito EstufaGIREM Projeto de Apoio Gesto Municipal de Resduos SlidosGSMFC Gulf States Marine Fisheries CommissionGT Grupo TcnicoIAA Indicador de Avaliao AmbientalIBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais RenovveisIBGE Instituto Brasileiro de Geografia e EstatsticaIDHM ndice de Desenvolvimento Humano MunicipalICMS Imposto sobre Circulao de Mercadorias e ServiosICTEM Indicador de Coleta e Tratabilidade de Esgoto da Populao Urbana de MunicpioIGR ndice de Gesto de ResduosIMO International Maritime OrganizationINFRAERO Empresa Brasileira de Infraestrutura PorturiaINPEV Instituto Nacional de Processamento de Embalagens VaziasINVESTE SO PAULO Agncia Paulista de Promoo de Investimentos e Competitividade

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    sigl

    as IPEA Instituto de Pesquisa Econmica AplicadaIPT Instituto de Pesquisas Tecnolgicas do Estado de So PauloIQC ndice de Qualidade de Usinas de CompostagemIQR ndice de Qualidade de Aterros de ResduosIQR-Valas ndice de Qualidade de Aterros de Resduos em ValasIUCN Unio Internacional para Conservao da NaturezaLDO Lei de Diretrizes OramentriasLOA Lei Oramentria AnualLUPA Levantamento de Unidades de Produo AgrcolaMAPA Ministrio da Agricultura, Pecuria e AbastecimentoMETR Companhia do Metropolitano de So PauloMMA Ministrio do Meio AmbienteMME Ministrio de Minas e EnergiaMMP Macrometrpole PaulistaMNCR Movimento Nacional de Catadores de Materiais ReciclveisMPM-ESP Mapa da Produo Mineral do Estado de So PauloMPSP Ministrio Pblico do Estado de So PauloMR Microrregio MW MegawattNBR Norma BrasileiraOACI Organizao Internacional da Aviao CivilOLUC leos Lubrificantes Usados ou ContaminadosOTM Ordenamento Territorial GeomineiroP&D Pesquisa e DesenvolvimentoP+L Produo Mais LimpaPAE Projeto Ambiental EstratgicoPAM Plano de Ao da Macrometrpole PaulistaPEMC Poltica Estadual de Mudanas ClimticasPEMLS Parque Estadual Marinho da Laje de SantosPERS Poltica Estadual de Resduos SlidosPEV Ponto de Entrega VoluntriaPEXJ Parque Estadual Xixov-JapuPCA Plano de GerenciamentoPCJ Consrcio Intermunicipal das Bacias do Rio Piracicaba, Capivari e JundiaPGRM Plano de Gerenciamento de Resduos de MineraoPIB Produto Interno BrutoPMA Plano de Melhoria AmbientalPMGIRS Plano Municipal de Gesto Integrada de Resduos SlidosPMVA Programa Municpio VerdeAzulPNAD Pesquisa Nacional por Amostra de DomiclioPNGRF Programa Nacional de Gerenciamento do Risco da FaunaPNMA Programa Nacional de Meio AmbientePNRS Poltica Nacional de Resduos SlidosPNSB Plano Nacional de Segurana de BarragensPNUD Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento PP Petrecho de PescaPPA Plano PlurianualPP-APD Petrecho de Pesca Abandonado, Perdido ou DecartadoPPP Parceria Pblico-PrivadaPROCLIMA Programa de Mudanas Climticas do Estado de So Paulo

  • 13

    sigl

    asPVPAF Posto de Vigilncia Sanitria de Portos, Aeroportos, Fronteiras e Recintos AlfandegadosRA Regio AdministrativaRE Regionalmente ExtintaRCC Resduos da Construo CivilRCL Regime de Concesso de LavraRDC Resoluo da Diretoria ColegiadaRECAP Sindicato do Comrcio Varejista de Derivados de Petrleo de Campinas e RegioREGRAN Sindicato do Comrcio Varejista de Derivados de Petrleo do A.B.C.D.M.R.R-SPRESAN Sindicato do Comrcio Varejista de Derivados de Petrleo, Lava-Rpidos e Estacionamentos

    de Santos e RegioREx Regime de ExtraoRIMA Relatrio de Impacto AmbientalRLi Regime de LicenciamentoRM Regio MetropolitanaRM Resduos de MineraoRMBS Regio Metropolitana da Baixada SantistaRMC Regio Metropolitana de CampinasRMS Regio Metropolitana de SorocabaRMSP Regio Metropolitana de So PauloRMVPLN Regio Metropolitana do Vale do Paraba e Litoral NorteRPC Responsabilidade Ps-ConsumoRSD Resduo Slido DomiciliarRSS Resduos de Servios de SadeRSU Resduo Slido UrbanoSAA Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de So PauloSABESP Companhia de Saneamento Bsico do Estado de So PauloSEADE Fundao Sistema Estadual de Anlise de DadosSEAQUA Sistema Estadual de Administrao da Qualidade Ambiental, Proteo, Controle e

    Desenvolvimento do Meio Ambiente e Uso Adequado dos Recursos NaturaisSEBRAE Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas EmpresasSEP Secretaria Especial de Portos da Presidncia da RepblicaSIGEINRES Consrcio Intermunicipal para Gesto Integrada de Resduos SlidosSIGMINE Sistema de Informaes Geogrficas da MineraoSIGOR Sistema de Gerenciamento Online de Resduos SlidosSIMEPETRO Sindicato Interestadual das Indstrias Misturadoras e Envasilhadoras de Produtos

    Derivados de PetrleoSINCOPETRO Sindicato do Comrcio Varejista de Derivados de Petrleo do Estado de So PauloSINDICOM Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustveis e de LubrificantesSINDILUB Sindicato Interestadual do Comrcio de LubrificantesSINDIREPA Sindicato da Indstria de Reparao de Veculos e Acessrios do Estado de So PauloSINDIRREFINO Sindicato Nacional da Indstria do Rerrefino de leos MineraisSINDITELEBRASIL Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Servio Mvel Celular e PessoalSINDITRR Sindicato Nacional do Comrcio Transportador, Revendedor, Retalhista de CombustveisSINIMA Sistema Nacional de Informaes sobre Meio AmbienteSINISA Sistema Nacional de Informaes sobre Saneamento BsicoSINDUSCON-SP Sindicato da Construo Civil do Estado de So PauloSISNAMA Sistema Nacional de Meio AmbienteSMA Secretaria do Meio AmbienteSNIS Sistema Nacional de Informaes sobre SaneamentoSNVS Sistema Nacional de Vigilncia Sanitria

  • 14

    sigl

    as SNUC Sistema Nacional de Unidades de ConservaoSSHR Secretaria de Saneamento e Recursos HdricosSTM Secretaria dos Transportes MetropolitanosSUASA Sistema Unificado de Ateno Sanidade AgropecuriaSUTACO Subsecretaria do Trabalho Artesanal nas ComunidadesSVA Servio de Vigilncia Agropecuria InternacionalTEBAR Terminal Martimo Almirante BarrosoTMB Tratamento Mecnico-BiolgicoUGRHI Unidade de Gerenciamento de Recursos HdricosUMMES Unio dos Municpios da Mdia SorocabanaUNICIDADES Agncia de Desenvolvimento RegionalURE Unidade de Recuperao EnergticaUVE Unidade de Valorizao EnergticaVIGIAGRO Vigilncia Agropecuria InternacionalVTI Valor da Transformao IndustrialVU Vulnervel ZEE Zoneamento Ecolgico-Econmico

  • Panorama dos resduos slidos do estado de so Paulo

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  • Pano

    ram

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    lid

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    tado

    de

    so

    Paul

    o

    17

    1. introduoA gesto dos resduos slidos possui carter dinmico e requer estra-

    tgias de enfrentamento transversais, que abarquem toda a sociedade e extrapolem a perspectiva ambiental. Os aspectos a considerar nesse en-frentamento envolvem, alm de questes ambientais, questes tcnicas complexas, econmicas, de produo e consumo sustentveis, de educao e cidadania e sociais. Parte da complexidade associada gesto de resduos slidos deve-se ao envolvimento inerente do poder pblico, iniciativa pri-vada e sociedade civil, quer como gerador ou usurio, quer como prestador de servios, formulador de regulamentos ou executor de polticas pblicas. Soma-se a isso o fato de que normalmente no se trata e dispe os resduos slidos no local em que so gerados.

    1.1. Estrutura do sistEma ambiEntal PaulistaA insero do termo resduos slidos na esfera ambiental formal no Es-

    tado de So Paulo deu-se com a promulgao da Lei Estadual no 997, de 31 de maio de 1976, e do Decreto Estadual no 8.468, de 8 de setembro de 1976, dispondo sobre a preveno e o controle da poluio do meio ambiente, com o estabelecimento de padres legais de qualidade e emisso e a insti-tuio de instrumentos de gesto e exigncias gerais para licenciamento e fiscalizao de fontes de poluio. A aplicao da lei foi atribuda Com-panhia Ambiental do Estado de So Paulo (Cetesb), criada em 1968, com a denominao de Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental, por meio do Decreto no 50.079, de 24 de julho.

    Em 1983, foi criado o Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema), pelo Decreto Estadual no 20.903, de 26 de abril, com a atribuio de pro-por normas e padres estaduais de controle e manuteno da qualidade do meio ambiente, entre outras, servindo de embrio para a criao da Secre-taria do Meio Ambiente do Estado de So Paulo (SMA), em 1986, pelo De-creto Estadual no 24.932, de 24 de maro. A SMA incorporou o Consema e a Cetesb sua estrutura, a fim de coordenar e integrar atividades ligadas defesa do meio ambiente. Em 1989, novas atribuies foram conferidas SMA, responsvel pela elaborao da Poltica Estadual de Meio Ambien-te e sua implantao a partir de 1997, com o estabelecimento do Sistema Estadual de Administrao da Qualidade Ambiental, Proteo, Controle e Desenvolvimento do Meio Ambiente e Uso Adequado dos Recursos Natu-rais (Seaqua), do qual a SMA o rgo central.

    A SMA teve a sua estrutura administrativa reorganizada pelo Decreto Estadual no 53.027, de 26 de maio de 2008, estabelecendo-se como ins-tncia de formulao de poltica e de planejamento ambiental. Em 2009, efetuou-se a reviso das atribuies do Consema pela Lei Estadual no 13.507, de 23 de abril, estabelecendo-se entre suas atribuies: a avaliao e o acompanhamento da poltica ambiental; o estabelecimento de normas e padres ambientais; a convocao e conduo de audincias pblicas; e, sob determinadas circunstncias, a apreciao de Estudos e Relatrios de Impacto sobre o Meio Ambiente (EIA/Rima).

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    As alteraes no Sistema Ambiental Paulista se sucederam com a Lei Es-tadual no 13.542, de 8 de maio de 2009, quando a Cetesb, rgo executor da SMA, adquire novas atribuies, principalmente relativas unificao e centralizao do licenciamento ambiental no Estado. Em consonncia com essa lei, o Decreto Estadual no 54.653, de 6 de agosto de 2009, tornou a SMA responsvel por analisar e acompanhar as polticas pblicas setoriais que im-pactem o meio ambiente, bem como articular e coordenar os planos e aes relacionados rea ambiental, dentre os quais aqueles relativos a resduos slidos. A reestruturao administrativa instituda pelo Decreto Estadual no 57.933, de 2 de abril de 2012, atualmente em vigor, estabelece que a es-trutura da SMA constituda por: Gabinete do Secretrio; Consema; Coor-denadorias de Biodiversidade e Recursos Naturais, Educao Ambiental, Planejamento Ambiental, Fiscalizao Ambiental, Parques Urbanos; Insti-tutos de Botnica, Florestal, Geolgico. Integram a SMA ainda as entidades vinculadas: Fundao para a Conservao e a Produo Florestal do Estado de So Paulo; Fundao Parque Zoolgico de So Paulo; e Companhia Am-biental do Estado de So Paulo (Cetesb). A Figura 01 apresenta um mapa da distribuio das unidades regionais da Cetesb, Centros Tcnicos Regionais de Fiscalizao (CTRF) da SMA e unidades de policiamento ambiental da Polcia Militar do Estado de So Paulo. A Polcia Militar do Estado de So Paulo incumbida, nos termos da Constituio Estadual, da preveno e represso das infraes cometidas contra o meio ambiente, sendo que a co-laborao entre SMA e Secretaria de Segurana Pblica do Estado de So Paulo se baseia em termo de parceria firmado entre ambas.

    Figura 01. mapa da distribuio das unidades regionais da Cetesb, Centros tcnicos regionais de Fiscalizao (CtrF) da sma e unidades de policiamento ambiental da Polcia militar do Estado de so Paulo

    Fonte: sma (2013b), elaborado por sma/CPla (2013).

    G O

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    440'0" W

    LegendaLimite EstadualLimite das Agncias da CETESBLimite do Batalho da Polcia Militar Ambiental

    Limite do Centro Tcnico Regional de FiscalizaoAraatubaBauruCampinasPresidente PrudenteRibeiro PretoSo Jos do Rio PretoSantosSorocabaSo PauloTaubat

    4 o B a t a l h o d e P o l c i a A m b i e n t a l

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    520'0" W 500'0" W 480'0" W 460'0" W

    S I S T E M A D E C O O R D E N A D A SG E O G R F I C A S

    D A T U M H O R I Z O N T A L :S I R G A S 2 0 0 0

    FONTE:Limite Estadual: IBGE, 1:2.500.000Limite CTRF: SMA/CBRNLimite Batalho: Polcia AmbientalLimite Agncias: CETESB

    ELABORADO POR:Centro de Integrao e Gerenciamento de Informaes

    DATA: 07/11/2013

    25 0 25 50 km

    E S C A L A G R F I C A :

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    Nos anos 2000, a SMA intensificou a integrao com outros rgos do Estado, alm de firmar parcerias com prefeituras, setor privado, organi-zaes no governamentais e instituies de ensino e pesquisa. Concomi-tantemente, as questes ambientais deixaram de integrar exclusivamente a agenda da SMA, para integrar a agenda de diferentes rgos e esferas pblicas do Estado de So Paulo.

    1.2. PoltiCas GovErnamEntais rEFErEntEs a rEsduos slidosA complexidade do tema resduos slidos mostrou-se evidente no pro-

    cesso de formulao da Poltica Nacional de Resduos Slidos (PNRS), ins-tituda pela Lei Federal no 12.305, de 2 de agosto de 2010, aps 21 anos de tramitao. A PNRS, regulamentada pelo Decreto Federal no 7.404, de 23 de dezembro de 2010, traz como princpios preveno e precauo, classi-fica os resduos slidos quanto origem e periculosidade e faz distino entre resduo (material que pode ser reaproveitado ou reciclado) e rejeito (o que no passvel de reaproveitamento ou reciclagem). De forma a as-segurar a governana do processo de implantao da PNRS, cria o Comit Interministerial e o Comit Orientador para a Implantao dos Sistemas de Logstica Reversa. Dentre as metas da PNRS esto a elaborao de planos de resduos slidos at agosto de 2012 e a disposio final ambientalmente adequada dos rejeitos a partir de agosto de 2014.

    A concepo do Sistema Nacional de Informaes sobre a Gesto dos Resduos Slidos (SINIR), um dos instrumentos da PNRS, envolve o Siste-ma Nacional de Informaes sobre Meio Ambiente (Sinima), o Sistema Na-cional de Informaes Sobre Saneamento Bsico (Sinisa), coordenado pelo Ministrio das Cidades, o Inventrio de Resduos e o Sistema Declaratrio Anual de Resduos Slidos referente a origem, transporte e destinao fi-nal. O Cadastro Nacional de Operadores de Resduos Perigosos (CNORP), regulamentado pela Instruo Normativa no 1, de 25 de janeiro de 2013, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis (Ibama), outro instrumento da PNRS para cadastramento das pessoas ju-rdicas que operam com resduos perigosos, em qualquer fase do seu geren-ciamento. O Ibama1 responsvel por coordenar esse cadastro, e promover a integrao com o Cadastro Tcnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais (regulamentado pela Instruo Normativa no 31, de 3 de dezembro 2009) e com o SINIR.

    Amparada no SINIR e assumindo que a articulao das formas de ges-to garante melhor eficincia econmica, ambiental e social, a PNRS apre-senta trs conceitos cruciais:

    gesto integrada dos resduos slidos inclui as aes voltadas busca de solues para todos os tipos de resduos slidos, como os planos de gesto sob responsabilidade dos entes federados, prevendo participao da sociedade civil nas etapas de elaborao, implementao e monitora-mento e estabelecendo meios de controle social e fiscalizao;

    1 Publicou a Lista Brasileira de Resduos Slidos pela Instruo Normativa Ibama no 13, de 18 de dezembro de 2012, a fim de permitir a padronizao da linguagem utilizada para prestao de informaes sobre resduos slidos.

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    responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos abrange fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, consumido-res e titulares dos servios pblicos de limpeza urbana e de manejo de resduos slidos e tem como objetivo reduzir os impactos causados sade humana e qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos, envolvendo toda a sociedade na reavaliao dos padres de consumo, na incluso social, entre outros;

    logstica reversa objetiva o recolhimento de produtos (agrotxicos, seus resduos e embalagens; pilhas e baterias; pneus; leos lubrificantes, seus resduos e embalagens; lmpadas fluorescentes, de vapor de sdio e mer-crio e de luz mista; produtos eletroeletrnicos e seus componentes) e embalagens plsticas, metlicas ou de vidro ps-consumo, independente do servio pblico de limpeza urbana e de manejo de resduos, e assegura o reaproveitamento no mesmo ciclo produtivo ou a reinsero em outros ciclos; gera obrigaes para o setor empresarial, por meio de Regulamen-to, Acordos Setoriais ou Termos de Compromisso com o poder pblico.

    A Poltica Estadual de Resduos Slidos de So Paulo (PERS) anterior PNRS, tendo sido instituda pela Lei Estadual no 12.300, de 16 de maro de 2006, e regulamentada pelo Decreto Estadual no 54.645, de 5 de agosto de 2009, a partir de um processo que se iniciou em 1998. A PERS categoriza os resduos slidos conforme a origem e define gesto integrada e compar-tilhada, sendo uma poltica de proteo sade pblica e aos ecossistemas, de incluso social e desenvolvimento. Ainda, inova com princpios como a promoo de padres sustentveis de produo e consumo, a preveno da poluio por reduo na fonte, a adoo dos princpios do poluidor-paga-dor e da responsabilidade ps-consumo. De forma a assegurar a governan-a do processo de implantao da PERS, instalou-se a Comisso Estadual de Gesto de Resduos Slidos por meio do Decreto Estadual no 54.645, de 5 de agosto de 2009, composta por representantes das Secretarias de Estado de Agricultura e Abastecimento, Energia, Sade, Saneamento e Recursos Hdricos, Desenvolvimento Metropolitano e Meio Ambiente.

    So atribuies da Comisso Estadual: cooperar para a elaborao e participar da execuo do plano de resduos slidos; propor, em conjunto com instituies de normalizao, quando necessrio, padres de qualida-de para materiais obtidos por meio da reciclagem, para fins de certificao ambiental de produtos; e estabelecer, em conjunto com os setores produ-tivos, instrumentos e mecanismos econmicos para fomentar a gesto e o gerenciamento dos resduos slidos.

    Considerando os princpios da gesto integrada e compartilhada, ficaram estabelecidos pela PERS como responsveis pela gesto de resduos slidos:

    todos os geradores, equiparando-se ao gerador o rgo municipal ou a entidade responsvel pela coleta, pelo tratamento e pela disposio final dos resduos urbanos;

    os geradores de resduos industriais, sendo responsveis pelo gerencia-mento desde a gerao at a disposio final;

    os produtores ou importadores de matrias primas, de produtos interme-dirios ou acabados, transportadores, distribuidores, comerciantes, con-

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    sumidores, catadores, coletores, administradores e proprietrios de rea de uso pblico e coletivo e operadores de resduos slidos em qualquer fase do gerenciamento dos resduos slidos;

    o gerador, no caso do emprego de resduos industriais perigosos, mes-mo que tratados, reciclados ou recuperados para utilizao como adu-bo, matria prima ou fonte de energia, bem como no caso de suas in-corporaes em materiais, substncias ou produtos (o que depender de prvia aprovao dos rgos competentes);

    no caso de ocorrncias envolvendo resduos que coloquem em risco o ambiente e a sade pblica: o gerador, nos eventos ocorridos em suas instalaes; o gerador e o transportador, nos eventos ocorridos durante o transporte de resduos slidos; o gerador e o gerenciador de unidades receptoras, nos eventos ocorridos nas instalaes das ltimas.

    Reafirmando as responsabilidades trazidas pela PERS, a PNRS incumbe ao Distrito Federal e aos Municpios a gesto integrada dos resduos s-lidos gerados nos respectivos territrios, sem prejuzo das competncias de controle e fiscalizao dos rgos federais e estaduais do Sistema Na-cional do Meio Ambiente (Sisnama), Sistema Nacional de Vigilncia Sa-nitria (SNVS) e Sistema Unificado de Ateno Sanidade Agropecuria (Suasa), bem como da responsabilidade do gerador pelo gerenciamento de resduos. Ainda, especifica que o gerador de resduos slidos domiciliares tem cessada sua responsabilidade pelos resduos com a disponibilizao adequada para a coleta ou com a devoluo dos resduos em que se aplica a logstica reversa. Por fim, estabelece que, se o titular do servio pblico de limpeza urbana e de manejo de resduos slidos, por acordo setorial ou termo de compromisso firmado com o setor empresarial, encarregar-se de atividades de responsabilidade dos fabricantes, importadores, distribuido-res e comerciantes nos sistemas de logstica reversa dos produtos e embala-gens, as aes do poder pblico sero devidamente remuneradas, na forma previamente acordada entre as partes.

    Ainda em relao aos resduos slidos domiciliares, imprescindvel apontar a interface entre as polticas referentes a resduos slidos e a Polti-ca Nacional de Saneamento Bsico (PNSB), cujas diretrizes esto definidas na Lei no 11.445, de 5 de janeiro de 2007, regulamentada pelo Decreto Fe-deral no 7.217, de 21 de junho de 2010. A PNSB considera saneamento b-sico o conjunto de atividades, infraestruturas e instalaes operacionais de: abastecimento de gua potvel; esgotamento sanitrio; drenagem e manejo das guas pluviais urbanas; e limpeza urbana e manejo de resduos slidos conjunto de atividades, infraestruturas e instalaes operacionais de co-leta, transporte, transbordo, tratamento e destino final do lixo domstico e do lixo originrio da varrio e limpeza de logradouros e vias pblicas. O titular dos servios de saneamento bsico fica obrigado, pela PNSB, a ela-borar plano de saneamento bsico, sendo isto condio necessria para o acesso a recursos oramentrios da Unio ou a recursos de financiamentos geridos ou administrados por rgo ou entidade da administrao pblica federal, quando destinados a servios de saneamento bsico, a partir do exerccio financeiro de 2014.

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    No Estado de So Paulo, o papel fundamental de fazer cumprir as dire-trizes das legislaes federal, estadual e municipal para o saneamento b-sico e exercer, no que aplicveis, as atribuies legais do poder concedente (municpios) delegado Agncia Reguladora de Saneamento e Energia (Arsesp) entidade autrquica, vinculada Secretaria de Saneamento e Energia, criada pela Lei Complementar no 1.025, de 07 de dezembro de 2007, e regulamentada pelo Decreto no 52.455, de 07 de dezembro 2007, para regular, controlar e fiscalizar, no mbito do Estado, os servios de gs canalizado e, preservadas as competncias e prerrogativas municipais, de saneamento bsico de titularidade estadual.

    A Lei Estadual no 13.798, de 9 de novembro de 2009, regulamentada pelo Decreto Estadual no 55.947, de 24 de junho de 2010, instituiu a Po-ltica Estadual de Mudanas Climticas (PEMC) com os objetivos gerais de dispor sobre as condies para as adaptaes necessrias aos impactos derivados das mudanas climticas e contribuir para reduzir ou estabilizar a concentrao dos gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera, em sintonia com a Conveno do Clima das Naes Unidas e com a Poltica Nacional sobre Mudanas do Clima. Nesse sentido, a Cetesb iniciou em 2008 o Pro-jeto Inventrio de Gases de Efeito Estufa do Estado de So Paulo coor-denado pelo Programa de Mudanas Climticas do Estado de So Paulo (Proclima), criado em 1995. O inventrio de emisses antrpicas de GEE no territrio paulista, discriminadas por fontes, e das remoes por meio de sumidouros dos GEE no controlados pelo Protocolo de Montreal teve a segunda edio publicada em 2011, referente ao perodo de 1990 a 2008, constituindo parte importante da Comunicao Estadual (instrumento da PEMC). O documento mostra a estimativa de emisses de GEE de seis setores: energia (incluindo transportes); agropecuria; uso da terra, mu-dana de uso da terra e florestas; processos industriais e uso de produtos; e resduos slidos e efluentes lquidos.

    A PEMC determina uma meta de reduo de CO2 de 20% abaixo das emisses de 2005, a ser atingida no ano de 2020. Entre 2004 e 2010, cerca de 40 projetos de reduo de emisso de GEE relativos a resduos slidos foram aprovados no estado de So Paulo pela Comisso Interministerial de Mudana Global do Clima, no mbito do Mecanismo de Desenvolvimen-to Limpo, os quais abrangem: recuperao de gs de aterro com gerao de eletricidade ou no; gerao de eletricidade por meio de biomassa; uso de escria de alto-forno como substituto para o clnquer em produo de cimento; uso de licor negro como combustvel; substituio de leos com-bustveis por fontes renovveis na matriz energtica; substituio de com-bustvel fssil por biomassa renovvel para gerao de energia trmica; e compostagem para fabricao de adubo orgnico (BRASIL, 2010a).

    Como instrumento da PNRS e da PERS, o Plano Estadual de Resduos deve estar em consonncia com os objetivos e as diretrizes das polticas citadas acima e do Plano Plurianual Estadual2 vigente, bem como, em nvel

    2 Instrumento legal de planejamento de mdio prazo que, atravs de diretrizes governamentais, estabelece programas, aes, objetivos e metas fsicas e financeiras da Administrao Pblica, para um perodo de quatro anos; promove a identificao clara de prioridades da Unio, Estados e Municpios e tem como principal resultado a produo de bens e servios visando a promoo do bem-estar social.

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    estadual e no que for pertinente, o Plano deve estar em consonncia com os Planos Nacionais de Resduos Slidos, Mudanas do Clima, Recursos Hdricos, Saneamento Bsico, Produo e Consumo Sustentvel, entre outros.

    1.3. aEs E ProGramas do sistEma ambiEntal Em viGnCiaPara fins de aprimoramento dos mecanismos de gesto ambiental e em

    cumprimento a dispositivos legais, a Cetesb iniciou em 1997 a organizao e sistematizao anual de informaes e dados sobre gerao e condies ambientais e sanitrias dos locais de tratamento e disposio final de res-duos slidos domiciliares dos municpios paulistas e publicou o primeiro Inventrio Estadual de Resduos Slidos Domiciliares, com dados referen-tes a 1996.

    Ao longo de 16 anos de publicao, a Cetesb aperfeioou tecnicamente os critrios de pontuao e classificao dos locais de destinao, com base no conhecimento e experincia adquiridos, tornando os procedimentos alinhados aos preconizados na PNRS e PERS. Os dados inventariados ex-pressam as condies ambientais dos locais de tratamento e disposio de resduos slidos domiciliares por meio dos ndices de Qualidade de Aterro de Resduos (IQR), de Qualidade de Aterro de Resduos em Valas (IQR-Va-las) e de Qualidade de Usinas de Compostagem (IQC) (CETESB, 2013a). De 1997 a 2011, os ndices foram estratificados em trs categorias (adequa-do, controlado e inadequado), e a partir de 2012 alterou-se a estratificao para duas categorias (adequado e inadequado).

    Em junho de 2013 foi publicada a 16a edio do Inventrio Esta dual de Resduos Slidos Domiciliares, na qual foram classificados como ade-quados, em termos de locais de tratamento e disposio final de resduos slidos domiciliares, 590 municpios paulistas. Os 54 municpios restantes, classificados como inadequados, so alvo das aes de controle da Cetesb. H 32 municpios com Termos de Compromisso de Ajustamento de Con-duta assinados e vigentes, nos quais esto consignados compromissos das administraes municipais, visando regularizao ou encerramento de aterros irregulares e lixes e adoo de soluo tcnica definitiva e regu-larmente implantada, o que dever possibilitar a adequao tcnica e am-biental das instalaes, seguida de licenciamento ambiental e remediao de passivos ambientais existentes (CETESB, 2013a).

    Alm das aes da Cetesb, o desenvolvimento de aes governamen-tais de auxlio e assessoramento aos municpios contribui para o aperfei-oamento dos mecanismos de gesto de resduos slidos. Entre as aes se destacam o Fundo Estadual de Recursos Hdricos (Fehidro), o Fundo Estadual de Preveno e Controle da Poluio (Fecop), os Projetos Am-bientais Estratgicos (PAE), o Programa Municpio VerdeAzul (PMVA), o Programa Estadual de Implementao de Projetos de Resduos Slidos, o Programa Estadual de Apoio Tcnico Elaborao de Planos Municipais de Saneamento, a Estratgia para o Desenvolvimento Sustentvel 2020, o Cadastro de Entidades de Catadores de Materiais Reciclveis, o Circuito Ecofeiras nos Parques Urbanos e o Programa Estadual de Apoio Financeiro a Aes Ambientais.

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    O Fehidro foi criado pela Lei Estadual no 7.663, de 30 de dezembro de 1991, e regulamentado pelos Decretos Estaduais no 37.300, de 25 de agosto de 1993, no 43.204, de 23 de junho de 1998 e no 48.896, de 26 de agosto de 2004, com o objetivo de dar suporte financeiro Poltica Estadual de Recursos Hdricos e aes correspondentes. Os projetos financiados pelo Fehidro so enquadrados conforme as prioridades estabelecidas no Pla-no Estadual de Recursos Hdricos (PERH), instrumento tcnico, estrat-gico e econmico-financeiro para implantao da Poltica, o qual fornece as diretrizes, objetivos e metas para realizao de programas de proteo, recuperao, controle e conservao de recursos hdricos. De modo ge-ral, a limpeza pblica, o tratamento e a destinao de resduos slidos so atividades que contribuem para a manuteno das condies de sanida-de dos recursos hdricos, permitindo ao setor pleitear recursos do fundo. Desde 1997, ano em que a Cetesb publicou o primeiro Inventrio Estadual de Resduos Slidos Domiciliares, foram alocados recursos do Fehidro no montante de R$18,9 milhes para a elaborao de projetos e a implantao de aterros sanitrios, construo de centros de triagem e reciclagem de re-sduos slidos, elaborao de planos de gesto e gerenciamento integrado de resduos slidos e outros, por intermdio dos Comits de Bacias Hidro-grficas (CETESB, 2013a).

    O Fundo Estadual de Preveno e Controle da Poluio (Fecop) foi cria-do pela Lei Estadual no 11.160, de 18 de junho de 2002, com o intuito de apoiar e incentivar a execuo de projetos relacionados ao controle, preser-vao e melhoria das condies do meio ambiente no estado de So Paulo. Os tomadores do recurso podem ser rgos ou entidades da administrao direta ou indireta, consrcios intermunicipais, concessionrios de servios pblicos e empresas privadas. At 2012, de acordo com o Inventrio Esta-dual de Resduos Slidos Domiciliares, o Fecop liberou R$196,86 milhes a 614 municpios para a aquisio de caminhes coletores e compactadores de lixo, caminhes para coleta seletiva, retro escavadeiras e ps carregadei-ras, trituradores de galhos, tratores de esteira e implantao de centros de triagem de resduos slidos urbanos e da construo civil e de ecopontos. O Fecop contempla, no total, R$202,72 milhes, considerando os proces-sos em andamento, com recursos pendentes de liberao, mas j compro-metidos no mbito do Estado (CETESB, 2013a).

    Entre 2007 e 2010, a poltica ambiental paulista foi efetivada com a for-mulao de 21 Projetos Ambientais Estratgicos (PAE), dentre os quais o PAE Lixo Mnimo, institudo pela Resoluo SMA 21, de 16 de maio de 2007, e Resoluo SMA 50, de 11 de novembro de 2007, o qual tinha como metas a serem cumpridas at 2010 eliminar aterros em situao inade-quada, viabilizar a implantao de solues regionalizadas e integradas no estado, desenvolver o ndice de Qualidade de Gesto de Resduos Slidos (IGR) e executar aes de educao ambiental.

    Em 2007, a equipe tcnica do PAE Lixo Mnimo desenvolveu o IGR, calculado pela combinao do ndice de Qualidade de Aterro de Resduos (IQR), ndice de Qualidade de Usinas de Compostagem (IQC) e ndice de Qualidade de Gesto de Resduos Slidos (IQG), este agregando indi-cadores de quatro reas (instrumentos para a poltica de resduos slidos; programas ou aes municipais; coleta e triagem; tratamento e disposio).

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    O resultado do IGR foi publicado pela SMA no Relatrio de Qualidade Am-biental para os anos de 2008 a 2012, e est em andamento o processamento de informaes dos 506 municpios respondentes em 2013 (SO PAULO, 2013a).

    O PAE Municpio Verde, lanado em 2007, se mantm vigente sob o sta-tus de Programa Municpio VerdeAzul (PMVA). O PMVA visa estimular e capacitar as prefeituras a desenvolverem uma agenda ambiental estratgica. A adeso do municpio voluntria, por assinatura de um Protocolo de In-tenes com dez diretivas que abordam questes ambientais prioritrias, en-tre elas uma relativa a resduos slidos. Avalia-se a eficcia dos municpios na conduo de aes propostas a cada ciclo anual, sendo esta avaliao a base para o clculo do Indicador de Avaliao Ambiental (IAA), por meio do qual a SMA classifica os municpios em um ranking ambiental, em termos de eficincia na gesto. Hoje, a participao do municpio no PMVA pr-requisito para a liberao de recursos do Fecop. Em novembro de 2008, o primeiro ranking foi divulgado com 44 municpios certificados pelo PMVA; em 2012, 133 municpios foram certificados (SO PAULO, 2013b).

    Em fevereiro de 2012, o Decreto Estadual no 57.817 instituiu o Progra-ma Estadual de Implementao de Projetos de Resduos Slidos, que cria uma estrutura de quatro projetos: (1) elaborao do Plano Estadual; (2) apoio gesto municipal de resduos slidos; (3) melhoria na gesto dos resduos (responsabilidade ps-consumo, sistema declaratrio e resduos de construo civil); (4) educao ambiental. Nesse contexto, o Projeto de Apoio Gesto Municipal de Resduos Slidos (Girem) parceria entre a SMA, o Centro de Estudos e Pesquisas de Adminis trao Municipal (Ce-pam) e a Cetesb visa apoiar os municpios com at 100.000 habitantes que no estejam inseridos em regies metropolitanas, na elaborao dos respectivos Planos Municipais de Gerenciamento Integrado de Resduos Slidos (PMGIRS). Em 2012, o Projeto Girem3 capacitou, em 15 oficinas regionais, representantes de prefeituras de 250 municpios; em 2013 foram 20 oficinas regionais de capacitao envolvendo 405 municpios; a meta capacitar representantes de prefeituras de 508 municpios at dezembro de 2014. Em relao a municpios com populao acima de 100.000 habitantes e municpios que integrem re gies metropolitanas, a SMA, em parceria com a Associao Brasileira de Empresas de Limpeza Pblica e Res duos Especiais (Abrelpe), publicou um manual de referncia4 para guiar a elabo-rao do PMGIRS e realizou quatro oficinas de capacitao, em que parti-ciparam 86 municpios.

    Em 2012, foi elaborada a Resoluo Conjunta SMA/SSRH no 05, de 21 de dezembro de 2012, com o intuito de promover o intercmbio de in-formaes, no que diz respeito limpeza urbana e manejo dos resduos slidos, entre o Projeto de Apoio Gesto Municipal de Resduos Slidos, da SMA, e o Programa Estadual de Apoio Tcnico Elaborao de Planos Municipais de Saneamento, da SSRH este criado pelo Decreto no 52.895,

    3 Disponvel em: http://www.ambiente.sp.gov.br/cpla/residuos-solidos-2/projeto-de-apoio-a-gestao-municipal-de-residuos-solidos-girem/

    4 Disponvel em: http://www.ambiente.sp.gov.br/cpla/residuos-solidos/manual-de-boas-praticas-na-gestao-dos-residuos-solidos/

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    de 11 de abril de 2008, que autoriza a SSRH a representar o Estado na cele-brao de convnios com os municpios paulistas, com vistas elaborao conjunta dos planos municipais de saneamento (PMS), em conformidade com a Lei no 11.445, de 5 de janeiro de 2007.

    A SSRH definiu a elaborao dos PMS por Unidades de Gerenciamento de Recursos Hdricos (UGRHIs), a fim de integr-los posteriormente em planos regionais de saneamento, bases para a elaborao do Plano Estadu-al de Saneamento. Especificamente em relao a resduos slidos, enfoca-se nos PMS: tratamento e destinao final dos resduos slidos urbanos (RSU); identificao e anlise da viabilidade de implantao de solues consorciadas, de abrangncia regional ou sub-regional; adoo de solues e tecnologias ambientalmente mais adequadas a mdio e longo prazos; e identificao de instrumentos econmicos disponveis para implantao de servios de gerenciamento de resduos slidos, tais como medidas fis-cais, incentivos financeiros, dentre outros.

    At o presente momento, a partir da celebrao de convnio entre SSRH e municpios do estado, foram elaborados e entregues 105 PMS5 para os municpios inseridos: na Ugrhi 11 (Vale do Ribeira e Litoral Sul); Ugrhi 07 (Baixada Santista); Ugrhi 10 (Sorocaba e Mdio Tiet); Ugrhi 01 (Serra da Mantiqueira); Ugrhi 02 (Paraba do Sul); e Ugrhi 03 (Litoral Norte). Esto em processo de elaborao os PMS de 72 municpios das UGRHIs 09 (Mogi Guau) e 14 (Alto Paranapanema), com previso de entrega para 2014. Concomitantemente, mais 130 municpios inseridos na Ugrhi 17 (Mdio Paranapanema), Ugrhi 20 (Aguape), Ugrhi 21 (Peixe), Ugrhi 22 (Pontal do Paranapanema), Ugrhi 04 (Pardo), Ugrhi 08 (Sapuca/Grande) e Ugrhi 12 (Baixo Pardo/Grande) esto em processo de licitao para con-tratao de empresa/consrcio que dar apoio elaborao dos planos de saneamento.

    Em 2012, a SMA assinou um convnio com o Sindicato da Indstria da Construo Civil de Grandes Estruturas no Estado de So Paulo (Sindus-Con-SP), aditado em 2013 com a incluso da Cetesb, que envolveu parceria para a publicao de um diagnstico de situao no estado e de material orientador, a realizao de oficinas de capacitao e a discusso de critrios tcnicos e de certificao. Ainda, a parceria possibilitou o desenvolvimen-to do primeiro mdulo do Sistema de Gerenciamento Online de Resduos Slidos (Sigor) da Cetesb. O projeto piloto ser implementado em Santos em 2013 e ser expandido para todo estado em 2017.

    A Estratgia para o Desenvolvimento Sustentvel do Estado de So Pau-lo 2020, instituda pelo Decreto Estadual no 58.107, de 5 de junho de 2012, foi produzida no contexto da Conferncia das Naes Unidas sobre Desen-volvimento Sustentvel (CNUDS), Rio+20. Sob coordenao da Assessoria Especial para Assuntos Internacionais (Casa Civil) e da SMA, uma agenda paulista de desenvolvimento sustentvel foi constru da coletivamente por dezesseis Secretarias Estaduais, com consultas a lideranas empresariais e sociedade civil. Dentre as propostas da Estratgia, destacam-se metas seto-riais em resduos slidos para definir aes at 2020:

    5 Disponvel em: www.saneamento.sp.gov.br

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    aumentar, at 2020, a participao de 55% para 69% de energias renov-veis no consumo final de energia do estado (hidrulica, biomassa, bio-gs, biodiesel, etanol, solar, elica e resduos slidos);

    universalizar o saneamento bsico at 2020: 100% de abastecimento de gua, 100% de coleta de esgotos e 100% de tratamento de esgotos em todos os municpios do estado;

    atingir 20% de todas as contrataes pblicas em conformidade com referncias socioambientais.

    A Estratgia traz benefcios fiscais concedidos a partir do Imposto so-bre Circulao de Mercadorias e Servios (ICMS), com objetivo de fomen-tar polticas e induzir mudanas na atuao do setor produtivo, dentre os quais: deferimento do lanamento do imposto incidente nas sucessivas sadas

    de papel usado ou apara de papel, sucata de metal, caco de vidro, reta-lho, fragmento ou resduo de plstico, de borracha ou de tecido, garrafas PET usadas e do produto resultante de sua moagem ou triturao;

    iseno do imposto incidente na sada de leo lubrificante usado ou contaminado destinado a estabelecimento rerrefinador ou coletor re-vendedor registrado e autorizado pelo rgo federal competente e de leo comestvel usado destinado utilizao como insumo industrial, especialmente na indstria saboeira e na produo de biodiesel B-100;

    iseno do imposto na operao de devoluo impositiva de embalagem vazia de agrotxico e respectiva tampa;

    iseno do imposto na sada de pilhas e baterias usadas, aps seu es-gotamento energtico, que contenham em sua composio chumbo, cdmio, mercrio e seus compostos, com a finalidade de reutilizao, reciclagem, tratamento ou disposio final ambientalmente adequada.

    A Estratgia traz entre as aes referentes a resduos slidos, estabe-lecidas com foco na Economia Verde, com meta at 2014, a implantao do Programa Habitao Sustentvel no Litoral Paulista e do Programa de Construo Civil Sustentvel nas obras do Estado.

    A SMA comeou a trabalhar, em 2012, um conjunto de aes com a finalidade de promover a incluso de catadores de materiais reutilizveis e reciclveis na gesto integrada de resduos slidos, conforme princpios e objetivos da PNRS e PERS. A partir do reconhecimento da importncia do trabalho desenvolvido por essa categoria, que encontra dificuldades de organizao e profissionalizao, em decorrncia do alto grau de vulne-rabilidade ao qual seus agentes esto expostos, essas aes foram sendo planejadas e desenvolvidas em parceria com o Movimento Nacional de Ca-tadores de Materiais Reciclveis (MNCR) e outras Secretarias de Estado de atuao correlata.

    Em 2013, a SMA lanou o Cadastro de Entidades de Catadores de Mate-riais Reciclveis do Estado de So Paulo (Cadec), institudo pela Resoluo SMA no 88, de 17 de setembro, com foco em organizaes como coopera-tivas, associaes ou grupos no formalizados que contribuem com ati-

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    vidades de reciclagem. O objetivo do cadastro reunir informaes para diagnosticar o trabalho desenvolvido pelos catadores no estado e, assim, subsidiar futuras aes de apoio, tais como capacitaes, financiamentos de equipamentos, suporte formalizao e constituio jurdica das enti-dades. Em outubro de 2013, o Cadec possua 95 entidades cadastradas.

    Como resultado de uma parceira com a Secretaria de Desenvolvimento Econmico, Cincia, Tecnologia e Inovao, por meio da Subsecretaria do Trabalho Artesanal nas Comunidades (Sutaco) e o MNCR, a SMA iniciou, em maio de 2013, o Circuito Ecofeiras nos Parques Urbanos, com o in-tuito de fomentar e divulgar os produtos desenvolvidos por mais de cem artesos em todo o circuito, a partir de materiais reutilizveis e reciclveis como papel, papelo, garrafas PET, latas de alumnio, entre outros. O Cir-cuito Ecofeiras de 2013 contemplou Parques Urbanos nos municpios de So Paulo e Carapicuba, com a realizao de sete eventos.

    Em junho de 2013, o Programa Estadual de Apoio Financeiro a Aes Ambientais, denominado Crdito Ambiental Paulista, foi institudo pelo Decreto Estadual no 59.260, de 5 de junho de 2013, a fim de apoiar finan-ceiramente aes ambientais, dentre elas a coleta, reciclagem, tratamento e disposio ambientalmente adequada dos resduos slidos. Os grupos beneficiados por esse Programa, no que diz respeito gesto de resduos slidos so: prefeituras municipais, por meio de instrumento de liberao de crditos no reembolsveis amparado por recursos do Fecop, para aqui-sio de mquinas e equipamentos destinados ao incremento da qualidade de gesto de resduos slidos nos municpios; e entidades de catadores de materiais reciclveis que congreguem, de forma cooperativa ou associativa, pessoas fsicas de baixa renda familiar que se dediquem s atividades de coleta, triagem, beneficiamento e processamento de materiais reutilizveis ou reciclveis.

    H ainda aes governamentais especficas a determinado tipo de re-sduo e detalhamentos referentes s aes acima expostas, que sero con-templados nos captulos a seguir, complementando as informaes aqui disponibilizadas.

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    2. PerFil do estado de so PauloO estado de So Paulo, composto por 645 municpios, o mais populoso

    da Federao, com cerca de 40.177.096 habitantes 22% da populao bra-sileira, conforme estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE) para o ano de 2012. O estado ocupa uma rea de 248.209 km2, com-preendendo 2,9% do territrio nacional. Em termos econmicos, contribui com cerca de um tero de toda a riqueza produzida no pas; o Produto Inter-no Bruto (PIB) de 2010 era de R$ 1,25 trilho (IBGE, 2010); o PIB per capita, segundo o IBGE, era de R$ 30.243, valor acima da mdia nacional; o ndice de Desenvolvimento Humano de 2010 (IDHM) para o estado de So Paulo era igual a 0, 783 (PNUD, 2010). A capital do estado, So Paulo, com 11,3 milhes de habitantes, o municpio mais populoso do Hemisfrio Sul.

    2.1. divisEs rEGionaisPara fins de exposio e anlise dos dados referentes a resduos slidos

    em nvel estadual, adotaram-se trs diferentes recortes regionais, quer pe-las caractersticas intrnsecas a cada categoria de resduo, quer pelos v-rios processos de planejamento a serem orientados pelo Plano Estadual de Resduos Slidos. Dentre as divises regionais adotadas esto: as regies administrativas, as regies metropolitanas e aglomeraes urbanas, insti-tudas nos termos da Constituio Federal, e as Unidades Hidrogrficas de Gerenciamento de Recursos Hdricos (Ugrhi), institudas legalmente pelo Plano Estadual de Gerenciamento de Recursos Hdricos. Adicionalmente, um quarto recorte foi adotado, agrupando-se os municpios em regies vocacionais quanto tipologia das atividades ali desenvolvidas (industrial, em industrializao, agroindustrial e de conservao).

    O estado de So Paulo dividido em quinze mesorregies ou regies ad-ministrativas (RA), cada qual composta por municpios contguos geografi-camente, tendo similaridades sociais, econmicas e ambientais. Criada para fins estatsticos, essa diviso, instituda por instrumento legal a partir dos anos 1980, no constitui entidade poltica ou administrativa. Entretanto, utilizada para integrao de recursos e de aes governamentais em nvel estadual. A Figura 02 apresenta as regies administrativas do estado de So Paulo.

    As regies metropolitanas e aglomeraes urbanas so organizaes re-gionais que, de acordo com a Lei Complementar Estadual no 760, de 1o de agosto de 1994, objetivam: o planejamento regional para o desenvolvi-mento socioeconmico e a melhoria da qualidade de vida; a cooperao dos diferentes nveis de governo visando ao mximo aproveitamento dos recursos pblicos; a utilizao racional do territrio, dos recursos naturais e culturais e a proteo do meio ambiente; e a reduo das desigualdades sociais e regionais. O estado de So Paulo possui quatro regies metropo-litanas6 (So Paulo, Campinas, Baixada Santista e Vale do Paraba e Litoral Norte) e duas aglomeraes urbanas (Jundia e Piracicaba), como demons-tra a Figura 03.

    6 Texto elaborado anteriormente promulgao da Lei Complementar no 1.241, de 08 de maio de 2014, que cria a Regio Metropolitana de Sorocaba.

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    Figura 03. regies metropolitanas e aglomeraes urbanas do estado de so Paulo

    Fonte: so Paulo [201-?a], elaborado por sma/CPla (2013).

    Figura 02. regies administrativas do estado de so Paulo

    Fonte: sEadE [2010?], elaborado por sma/CPla (2013).

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    FONTE:Limite Municipal: IGC, 1:50.000Limite Estadual: IBGE, 1:2.500.000Regies Administrativas: IGC, 2009

    ELABORADO POR:Centro de Integrao e Gerenciamento de Informaes

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    Regies Administrativas Regio Administrativa CentralRegio Administrativa de AraatubaRegio Administrativa de BarretosRegio Administrativa de BauruRegio Administrativa de CampinasRegio Administrativa de FrancaRegio Administrativa de MarliaRegio Administrativa de Presidente PrudenteRegio Administrativa de RegistroRegio Administrativa de Ribeiro PretoRegio Administrativa de SantosRegio Administrativa de SorocabaRegio Administrativa de So Jos do Rio PretoRegio Administrativa de So Jos dos CamposRegio Administrativa de So Paulo

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    FONTE:Limite Municipal: IGC, 1:50.000Limite Estadual: IBGE, 1:2.500.000Unidades Regionais: EMPLASA

    ELABORADO POR:Centro de Integrao e Gerenciamento de Informaes

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    LegendaLimite MunicipalLimite Estadual

    Unidades Regionais Aglomerado Urbano de Jundia (7 municpios )Aglomerado Urbano de Piracicaba (22 municpios)Regio Metropolitana de Campinas (19 municpios)Regio Metropolitana do Vale do Paraba/Litoral Norte (39 municpios)Regio Metropolitana da Baixada Santista (9 municpios)Regio Metropolitana de So Paulo (39 municpios)

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    A Regio Metropolitana de So Paulo (RMSP), composta por 39 muni-cpios, foi instituda pela Lei Complementar Federal no 14, de 8 de junho de 1973, e disciplinada pela Lei Complementar Estadual no 94, de 29 de maio de 1974. Em 16 de junho de 2011, foi editada a Lei Complementar no 1.139, que reorganizou a RMSP e criou o respectivo Conselho de Desenvolvi-mento. A RMSP o maior polo de riqueza nacional e a mais importante concentrao urbana do pas, com cerca de 19,8 milhes de habitantes. O PIB da RMSP atingiu R$ 572 bilhes em 2008, o que corresponde a cerca de 57% do PIB paulista (IBGE, 2010; SO PAULO, [201-?a]). A RMSP tem recorte coincidente com a Regio Administrativa de So Paulo.

    A Regio Metropolitana de Campinas (RMC), instituda pela Lei Com-plementar no 870, de 19 de junho de 2000, uma das regies metropolita-nas mais dinmicas no cenrio econmico brasileiro e possui cerca de 2,8 milhes de habitantes. O PIB da RMC atingiu R$ 77 bilhes em 2008, o que corresponde a 7,75% do PIB paulista (IBGE, 2010; SO PAULO, [201-?a]).

    A Regio Metropolitana da Baixada Santista (RMBS), instituda pela Lei Complementar no 815, de 30 de junho de 1996, caracteriza-se pela grande diversidade de funes dos municpios integrantes, que somam 1,7 milho de habitantes. O PIB da RMBS atingiu R$ 41 bilhes em 2008, o que corres-ponde a cerca de 4% do PIB paulista (IBGE, 2010; SO PAULO, [201-?a]). A RMBS tem recorte coincidente com a Regio Administrativa de Santos.

    A Regio Metropolitana do Vale do Paraba e Litoral Norte (RMVPLN) foi instituda pela Lei Complementar no 1.166, de 9 de janeiro de 2012, possui 2,2 milhes de habitantes e dispe de um amplo polo industrial, automobilstico e mecnico. A Regio Metropolitana do Vale do Paraba e Litoral Norte tem recorte coincidente com a Regio Administrativa do Vale do Paraba Paulista.

    A Aglomerao Urbana de Jundia (AUJ) foi instituda pela Lei Comple-mentar no 1.146, de 24 de agosto de 2011. O municpio de Jundia ocupa o oitavo lugar no PIB estadual e situa-se na regio polo de empresas de logs-tica; possui um parque industrial com mais de 500 empresas.

    A Aglomerao Urbana de Piracicaba (AUP), instituda pela Lei Com-plementar 1.178, de 26 de junho de 2012, ocupa territrio de 6.998,15 km2 e recebe influncias socioeconmicas da RMC e da RMSP.

    De modo geral, o foco do Plano Estadual no recorte de regies metro-politanas e aglomeraes urbanas se d pela possibilidade de integrao dessas organizaes regionais em planejamento e uso da terra, transporte e sistema virio regionais, habitao, saneamento bsico, meio ambiente e desenvolvimento econmico, tpicos influentes na questo dos resduos slidos.

    Entretanto, para fins especficos de planejamento ambiental, h uma tendncia legal de se adotar a diviso regional por bacias hidrogrficas, como observado na Poltica Estadual de Recursos Hdricos (instituda pela Lei Estadual no 7.663, de 30 de dezembro de 1991) e na PEMC (instituda pela Lei Estadual no 13.798, de 9 de novembro de 2009, e regulamentada pelo Decreto Estadual no 55.947, de 24 de junho de 2010), a qual determina a adoo de Unidades Hidrogrficas de Gerenciamento de Recursos Hdri-

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    cos (Ugrhi) como unidades de planejamento territorial para o Zoneamento Ecolgico Econmico (ZEE).

    A adoo da bacia hidrogrfica como unidade fsico-territorial de pla-nejamento e gerenciamento descentralizado, participativo e integrado no Estado de So Paulo deu-se a partir do PERH (institudo pela Lei Estadual no 9.034, de 27 de dezembro de 1994), que dividiu o territrio estadual em 22 Ugrhi, conforme mostra a Figura 04.

    O Anexo I traz as Figuras A1 e A2, que apresentam o traado das 22 Ugrhi sobreposto s divises regionais anteriormente discutidas, e uma ca-racterizao do estado de So Paulo por Ugrhi.

    Figura 04. unidades Hidrogrficas de Gerenciamento de recursos Hdricos do estado de so Paulo

    Fonte: sma (2013a), elaborado por sma/CPla (2013).

    LegendaUnidades de Gerenciamento de Recursos Hdricos (UGRHI)Limite MunicipalLimite Estadual

    01-MANTIQUEIRA02PARABA DO SUL03LITORAL NORTE04PARDO05PIRACICABA/CAPIVARI/JUNDIA06ALTO TIET07BAIXADA SANTISTA08SAPUCAI/GRANDE09MOGIGUAU10TIET/SOROCABA11RIBEIRA DE IGUAPE/LITORAL SUL

    12BAIXO PARDO/GRANDE13TIET/JACAR14ALTO PARANAPAREMA15TURVO/GRANDE16TIET/BATALHA17MDIO PARANAPAREMA18SO JOS DOS DOURADOS19 BAIXO TIET20AGUAPE21PEIXE22PONTAL DO PARANAPAREMA

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    FONTE:Limite Municipal: IGC, 1:50.000Limite UGRHI: IGC, 1:1.000.000Limite Estadual: IBGE, 1:2.500.000

    ELABORADO POR:Centro de Integrao e Gerenciamento de Informaes

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    3. gesto de resduos slidos no estado de so Paulo

    A elaborao do diagnstico da situao atual dos resduos slidos no estado de So Paulo visa fornecer informaes necessrias para a avaliao e embasamento das propostas e aes governamentais necessrias ao aten-dimento das polticas nacional e estadual, em consonncia com a neces-sria interlocuo entre os entes federados Unio, Estados e Municpios de forma a possibilitar a definio de metas e aes estratgicas no Plano Estadual de Resduos Slidos do Estado de So Paulo.

    As informaes utilizadas no diagnstico so basicamente dados se-cundrios provenientes de rgos pblicos das trs esferas governamen-tais, instituies oficiais de pesquisa e instituies privadas especializadas no tema. Ressalta-se que, em muitos casos, as informaes no estavam padronizadas, impossibilitando uma anlise temporal. Foram consultados tambm outros documentos, como artigos e trabalhos cientficos pertinen-tes ao assunto.

    Uma das ferramentas utilizadas neste diagnstico foi o IGR, calculado anualmente desde 2007, que tem por objetivo avaliar a gesto dos res-duos slidos nos municpios paulistas e assim subsidiar a proposio e implantao de polticas pblicas estaduais e municipais. Os dados para a construo do IGR so obtidos por meio de um questionrio declaratrio, no obrigatrio. Os resultados so avaliados e divididos em 3 categorias: ineficiente (IGR 6,0), mediana (6,0 < IGR 8,0) e eficiente (8,0 < IGR 10,0).

    Figura 05. ndice de Gesto de resduos dos municpios do estado de so Paulo

    Fonte: so Paulo (2013c), elaborado por sma/CPla (2013).

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    520'0" W 500'0" W 480'0" W 460'0" W

    S I S T E M A D E C O O R D E N A D A SG E O G R F I C A S

    D A T U M H O R I Z O N T A L :S I R G A S 2 0 0 0

    FONTE:Limite Municipal: IGC, 1:50.000Limite UGRHI: IGC, 1:1.000.000Limite Estadual: IBGE, 1:2.500.000IGR: SMA, 2013

    ELABORADO POR:Centro de Integrao e Gerenciamento de Informaes

    DATA: 09/09/2013

    25 0 25 50 km

    E S C A L A G R F I C A :

    20 0

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    22 0

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    LegendaLimite MunicipalLimite Estadual

    Enquadramento (ndice de Gesto de Resduos 2013)Sem informao (138)Ineciente (273)Mediano (224)Eciente (9)Bananal dispe os Resduos no Rio de Janeiro (1)

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    O IGR de 2013, ano base 2012, foi respondido, total ou parcialmente, por 506 do total de 645 municpios, ou seja, 78% desses municpios. O resultado da avaliao pode ser observado na Figura 05, que mostra a dis-tribuio do IGR por municpio.

    Ao analisar os dados do IGR 2013, verifica-se que 273 dos 506 munic-pios respondentes, ou seja, 54%, se enquadraram como ineficientes; 224, equivalente a 44%, encontram-se em situao mediana; e apenas 9, ou 2% do total, foram enquadrados como eficientes, como pode ser verificado na Figura 05 e na Tabela 01, que aponta ainda o percentual de gerao de res-duos desses municpios em relao ao total gerado no estado.

    tabela 02. Enquadramento dos municpios no iGr 2013 e o porcentagem da gerao de rsu com relao ao total gerado no estado de so Paulo, apresentados por regies administrativas

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    Araatuba 43 7 19 44,19 0,20 17 39,53 0,52 0 0,00 0,00

    Barretos 19 1 7 36,84 0,34 10 52,63 0,47 1 5,26 0,01

    Bauru 39 9 19 48,72 1,23 10 25,64 0,68 1 2,56 0,13

    Campinas 90 24 39 43,33 3,72 26 28,89 8,63 1 1,11 0,50

    Central 26 8 10 38,46 0,46 7 26,92 0,78 1 3,85 0,51

    Franca 23 4 10 43,48 0,39 9 39,13 1,00 0 0,00 0,00

    Marlia 51 9 17 33,33 0,46 24 47,06 1,28 1 1,96 0,02

    Presidente Prudente 53 11 25 47,17 0,99 17 32,08 0,37 0 0,00 0,00

    Registro 14 5 8 57,14 0,22 1 7,14 0,02 0 0,00 0,00

    Ribeiro Preto 25 5 12 48,00 0,49 6 24,00 0,29 2 8,00 2,03

    Santos 9 2 2 22,22 0,76 4 44,44 1,08 1 11,11 0,98

    So Jos do Rio Preto 96 11 41 42,71 0,52 44 45,83 2,14 0 0,00 0,00

    So Jos dos Campos 39 12 16 41,03 2,50 11 28,21 2,05 0 0,00 0,00

    Sorocaba 79 20 34 43,04 1,32 23 29,11 2,99 2 2,53 0,64

    Metropolitana de So Paulo 39 11 15 38,46 6,55 13 33,33 41,53 0 0,00 0,00

    Fonte: sma (2013b), elaborado por sma/CPla (2013).

    tabela 01. Enquadramento dos municpios no iGr 2013 e o porcentagem da gerao de rsu com relao ao total gerado no estado de so Paulo

    Enquadramento Nmero de municpios Porcentagem entre os municpios respondentes

    Porcentagem da gerao total do estado

    Eficiente 10 2 5

    Mediana 222 44 64

    Ineficiente 274 54 20

    Total 506 100 89

    Fonte: so Paulo (2013c), elaborado por sma/CPla, (2013).

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    Objetivando melhores possibilidades de anlise da situao dos res duos slidos no estado, a regionalizao desse resultado apresentado pelas 15 regies administrativas pode ser observada na Tabela 02.

    Alm do prprio ndice, outras informaes importantes podem ser obtidas dos questionrios que foram respondidos para o clculo do IGR. No que tange existncia de legislao especfica para a gesto de res-duos slidos, 240 dos 500 municpios responderam afirmativamente a essa questo.

    Outro ponto importante com relao gesto dos resduos slidos le-vantado nos questionrios do IGR foi a existncia de um Plano Municipal de Gesto de Resduos Slidos (PMGIRS).

    O PMGIRS um dos instrumentos da Poltica Nacional de Resduos S-lidos e sua elaborao, conforme artigo 19 da referida Lei, condio para o Distrito Federal e os Municpios terem acesso a recursos da Unio ou por ela controlados destinados a empreendimentos e servios relacionados limpeza urbana e ao manejo de resduos slidos, ou para serem beneficia-dos por incentivos ou financiamentos de entidades federais de crdito ou fomento para tal finalidade.

    Dos 496 municpios que responderam a essa questo, 302 afirmaram possuir o plano. Observa-se que nesse momento considerou-se somente a informao quanto declarao de existncia do PMGIRS, no levando em considerao o seu contedo com relao ao atendimento ao estabele-cido nas Polticas Nacional e Estadual de Resduos Slidos.

    Contudo, outras informaes, diferentes e mais precisas, foram obtidas pela SMA, por meio do Programa Municpio Verde Azul. A apresentao do PMGIRS foi um dos critrios para pontuao dos municpios na direti-va Resduos Slidos em 2013, sendo que 219 municpios enviaram os seus planos para esse fim.

    A Secretaria de Meio Ambiente (SMA) realizou a leitura de todos os planos recebidos, com vistas a obter uma perspectiva sobre seu conte-do e verificar sob ponto de vista tcnico, sem carter fiscalizador sua adequao PNRS e PERS e ao contedo apresentado nas capacitaes do Protejo de Apoio Gesto Municipal de Resduos Slidos (Girem); tam-bm objetivou coletar informaes sobre as diferentes realidades locais do estado para subsidiar a elaborao do Plano Estadual de Resduos Slidos.

    A partir da anlise e compilao das informaes contidas nos PMGIRS, foi traado um panorama sobre sua estruturao e os temas abordados. Apesar do envolvimento e mobilizao de muitos municpios, verificou-se, de modo geral, a necessidade de melhoria em alguns aspectos apresentados a seguir.

    A maior parte dos planos no apresenta dados suficientes para carac-terizar gerao de resduos slidos municipais, tais como volume (dados anuais ou mensais em kg/hab/dia), origem e caracterizao por meio de gravimetria (percentuais de composio) de cada tipo de resduo.

    O mesmo verificou-se com relao s informaes fornecidas sobre o local utilizado para disposio dos resduos slidos. Para que o municpio possa avaliar as condies e propor melhorias para sua rea de disposio

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    final de resduos, importante levantar informaes sobre sua localizao, licenciamento, propriedade, nmero de funcionrios e vida til e, caso haja previso de trmino desta antes do prazo previsto para reviso do plano, necessrio identificar novas reas para disposio adequada de rejeitos.

    A maioria dos municpios conta com a participao de catadores de materiais reciclveis formalmente organizados ou no na gesto dos resduos slidos, porm muitos PMGIRS no especificam a forma como se d o apoio da Prefeitura Municipal s entidades de catadores (apoio finan-ceiro, realizao de capacitaes e treinamento, fornecimento de infraes-trutura, entre outros).

    Com relao identificao de eventuais passivos ambientais presentes no municpio tais como pontos de disposio irregular de resduos ou rejeitos, reas contaminadas e aterros encerrados , para que possam ser previstas medidas direcionadas sua recuperao, tambm se notou que, na maior parte dos planos, ainda no h tal identificao e previso de me-didas de remediao.

    Os PMGIRS tambm deveriam apresentar dados relacionados aos gera-dores sujeitos a elaborao de planos de gerenciamento especficos, porm, a maioria no apresenta tais informaes ou apenas mencionam a exis-tncia desses geradores e sua responsabilidade de elaborao dos planos e gerenciamento dos resduos gerados.

    Quanto ao levantamento de custos da prestao dos servios pblicos de limpeza urbana e de manejo de resduos slidos, muitos planos no apresentam detalhamento suficiente sobre as fontes de custeio ou sobre as despesas relacionadas gesto de resduos slidos, como mo de obra, equipamentos, empresas terceirizadas/concessionrias, coleta, transporte e disposio final, comprometendo a realizao do planejamento financeiro da prefeitura.

    Em relao s metas, programas e aes propostos, em muitos planos eles no esto adequadamente detalhados ou quantificados. Se mostram ora no realistas, ora excessivamente genricos e/ou apresentados apenas como sugestes ou recomendaes.

    As aes de educao ambiental, essenciais para a implementao bem sucedida dos PMGIRS, tambm apresentaram lacunas. A maioria dos mu-nicpios apontou que realiza aes pontuais, principalmente voltadas ao pblico infantil, e poucos planos apresentam programas ou projetos es-truturados, que descrevam a metodologia aplicada, perfil do pblico-alvo, identificao de locais de realizao, periodicidade e prazos.

    Observaram-se, ainda, algumas lacunas nas etapas subsequentes elabo-rao dos planos: leis que deveriam aprovar o PMGIRS no o fazem algu-mas dessas leis possuem contedo idntico ao da PNRS, ou seja, fornecem diretrizes para elaborao dos PMGIRS; aprovao dos planos por decreto, sem submisso do texto Cmara Municipal ou adoo de mecanismos de participao da sociedade, por meio de audincia ou consulta pblica.

    Contudo, cabe ressaltar o aprimoramento de alguns planos, se com-parados queles apresentados pelas prefeituras ao PMVA em 2012, e que tambm haviam sido analisados, com o material apresentado em 2013.

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    Essa evoluo pode ser percebida tanto pela abordagem de determinados temas de forma mais minuciosa, quanto pela introduo de novas prti-cas e conceitos, especialmente em relao a: utilizao do roteiro proposto nas capacitaes do Projeto Girem para elaborao de PMGIRS; realizao de anlise gravimtrica; meno participao de catadores na prestao de servios de coleta municipal; realizao de audincias pblicas desde a fase de elaborao do diagnstico dos planos; e aprovao do PMGIRS por meio de lei.

    Complementarmente, foram analisados os captulos sobre resduos s-lidos de alguns Planos Municipais de Saneamento Bsico a Poltica Na-cional de Saneamento, base para a elaborao de tais planos, anterior PNRS e foi observado que os tpicos relacionados a resduos slidos no atendem integralmente Poltica Nacional de Resduos Slidos. Embora a PNRS preveja a possibilidade do PMGIRS estar inserido no Plano de Sa-neamento Bsico, necessrio que o texto contemple o contedo mnimo institudo pela PNRS.

    Apesar do esforo evidente por parte dos municpios para se adequa-rem PNRS, no estudo realizado concluiu-se que a maioria dos planos ainda no atende integralmente ao contedo mnimo estabelecido por essa poltica e muitos planos apresentam insuficincia de dados munici-pais, indicando a pouca nfase dada realidade local. Tal situao pode estar relacionada s dificuldades enfrentadas por parte dos municpios e carncia de recursos financeiros e conhecimento tcnico em reas voltadas a planejamento e gesto, o que compromete a excelncia no exerccio de todas as atribuies das prefeituras. Dessa forma, se faz imprescindvel que o Estado invista constantemente em capacitao tcnica dos agentes muni-cipais e em outras ferramentas que promovam o aprimoramento da gesto municipal de resduos slidos.

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    4. resduos slidos urbanosDe acordo com o estabelecido na Poltica Nacional de Resduos Sli-

    dos, os resduos slidos urbanos (RSU) englobam os resduos domiciliares, originrios de atividades domsticas em residncias urbanas, e os resduos de limpeza urbana, originrios da varrio, limpeza de logradouros e vias pblicas e outros servios de limpeza urbana.

    Essa conceituao similar da Poltica Estadual, com algumas diferenas. A lei federal classifica os resduos de estabelecimentos comerciais e prestado-res de servios quanto origem, como uma tipologia diferenciada de resduo; a estadual os engloba como resduos urbanos. Na Poltica Estadual os resduos provenientes da drenagem urbana so classificados tambm como urbanos.

    Para este diagnstico, fez-se a opo por classificar os resduos de estabe-lecimentos comerciais e prestadores de servios como urbanos, uma vez que em sua grande maioria, excetuando aqueles gerados por grandes geradores, so coletados, tratados e destinados como resduos domiciliares. Os resduos originrios de poda e capina tambm foram excludos das estimativas.

    Para a caracterizao dos resduos slidos urbanos, foram analisadas di-ferentes informaes secundrias disponveis em f