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ACAT:
Assistive Context-Aware Toolkit
Vanessa FinotoFaculdade de Tecnologia de Jales
Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza
Jales - SP, [email protected]
Luiz Roberto ReinosoFaculdade de Tecnologia de Jales
Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza
Jales - SP, [email protected]
1. INTRODUÇÃO
Ao longo do tempo, a atitude das sociedades em relação as pessoas com deficiência
foram se modificando (AGUIAR, 2010). A muitos séculos atrás as pessoas valorizavam os
homens por suas habilidades de trabalhar em serviços árduos e pesados. Quando um
determinado individuo possuía algumas limitações era considerado inútil (REZENDE et al.,
2013).
Outros povos, como os hebreus, acreditavam que as deficiências eram como um
castigo, fazendo desses indivíduos pessoas amaldiçoadas (CASTRO, 2010). No entanto,
algumas culturas tinham outra postura com relação à deficiência. Os hindus, por exemplo,
acreditavam que os cegos possuíam sensibilidade aguçada e os estimulavam a
desempenharem funções religiosas (FERRADA; SANTAROSA, 2007).
Foi a partir da revolução francesa que surgiram algumas iniciativas para inclusão das
pessoas que possuíam deficiências (TEIXEIRA, 2008). Alguns inventos como a cadeira de
rodas, bengala, muletas e próteses foram fatores primordiais para trazer uma vida comum para
essas pessoas (AGUIAR, 2010). Nesse período um indivíduo cego conhecido como Louis
Braille criou uma das invenções mais importante e que é utilizado até hoje o Braile
(REZENDE et al., 2013).
Além de recursos e ferramentas a sociedade investiu na reabilitação dessas pessoas
como forma de inseri-las no mercado de trabalho. Essas atividades de reabilitação e
estimulação levaram, posteriormente, às primeiras ações de ensino para pessoas com
deficiência (CASTRO, 2010).
A tecnologia possui uma participação relevante no ensino de pessoas que precisam
de acessibilidade. A Organização das Nações Unidas - ONU (2003) define acessibilidade
como um processo para conseguir a igualdade de oportunidades em todas as esferas da
sociedade.
Novas tecnologias foram criadas e são estudadas até hoje para melhorar a vida
dessas pessoas. Um exemplo dessa tecnologia é a Assistive Context-Aware Toolkit (ACAT) que
é um programa de código aberto desenvolvido pela Intel para pessoas com dificuldades motoras,
visuais e auditivas.
No início foi elaborado para o físico Stephen Hawking que começou a perder seus
movimentos aos 23 anos e na década de 80 perdeu seu bem mais precioso que é a fala devido a
uma traqueotomia de emergência, então em 2012 a Intel teve a ideia de aprimorar o software
utilizado por Hawking (FREIRE, 2015). O presente artigo tem como objetivo estudar e analisar
o funcionamento e as características do software ACAT.
2. METODOLOGIA
Para elaboração do sistema a Intel realizou um estudo com o físico Stephen Hawking
que possui uma doença conhecida como Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). Esse físico perdeu
os movimentos motores e a fala na década de 80. Para conseguir se comunicar utilizava um
sistema arcaico com poucas funcionalidades. Então Hawking e a empresa Intel criaram um
software que fosse capaz de fazer o físico se comunicar com as pessoas.
Esse sistema é somente utilizado pelo sistema operacional Windows pode ser instalado
em computadores e celulares. Para utilização é necessária uma câmera para captar o movimento do
rosto e comunicar com o teclado virtual do sistema (PEDROSO, 2016). O sistema utilizado
consistia apenas na movimentação de um cursor em uma tabela com letras e comandos.
Quando o cursor passava pelo caractere desejado, uma contração feita com a bochecha
acionava o caractere. Porém, a formação de uma única palavra podia levar até um minuto
(ALECRIM, 2015).
Segundo Alecrim (2015) as mudanças mais significativas no processo de
aprimoramento do sistema, aconteceram no software. Uma das mudanças mais positiva por
Hawking observada foi a tecnologia da escrita, à medida que os caracteres vão sendo
escolhidos, a função de auto completar do ACAT dá sugestões de palavras e até de sentenças.
A figura 1 mostra como a câmera colhe a expressão da pessoa, a imagem é captada
através de sensores que quando percebe o movimento abre a tela com o teclado para que
possa ser digitado com os movimentos que foram relatos acima.
Figura 1. Como funciona o sensor do Acat
Fonte: Intel Assistive Context-Aware Toolkit (ACAT, 2015)
Para o desenvolvimento do software foi necessário uma pesquisa cotidiana com o físico e
com outras pessoas para estudar aprofundar-se sobre a doença e a incapacidade das pessoas em
realizarem determinadas tarefas. Depois da pesquisa começou a elaboração dos projetos onde foi
utilizado a linguagem de programação C# através da plataforma Visual Studio 2012 junto com
NET Framework 4.5. Foram utilizadas outras ferramentas para auxílio do C# como: CodeMaid,
StyleCop e ReSharper. Para captar a expressão foram utilizados de acordo com Pedroso (2016):
• RealSenseExpressionTracker: Utiliza o RealSense SDK para perceber as
expressões do usuário e notifica o atuador utilizando eventos
• RealSenseActuator: “traduz” a intensidade das expressões em um
“comportamento de botão” (press e release)
3. RESULTADOS
Graças ao ACAT, Stephen Hawking e muitas outras pessoas com diferentes tipos de
deficiências serão capazes de se comunicarem e navegarem na internet com mais facilidade.
“Meu sistema anterior tem mais de 20 anos de idade, e era muito difícil continuar a me
comunicar de forma eficaz e fazer as coisas que gosto todos os dias” diz Hawking (LYNCH,
2014).
Com o ACAT, o usuário só informa de 15% a 20% dos caracteres das frases a serem
escritas ou faladas pelo sintetizador. O resto fica por conta do software (ALECRIM, 2015). O
novo sistema ACAT permite escrever com o dobro da velocidade, e navegar pelo computador
e aplicativos dez vezes mais rápido que antes (LYNCH, 2014).
4. CONCLUSÃO
Em suma, observamos as diferentes reações possíveis em relação as deficiências ao
longo do tempo, com isso concluímos que a humanidade vem trabalhando e investindo cada
vez mais para a integração das pessoas com os mais variados tipos de dificuldades físicas ou
mentais. Um exemplo dessa dedicação é a tecnologia destacada neste artigo.
O ACAT tem a função de ajudar na comunicação e interação de pessoas que
apresentam dificuldades ou falta de movimentos do corpo, a simplicidade do software
relacionada às deficiências motoras resulta em uma maneira de incluir essas pessoas no
mundo digital.
5. REFERÊNCIAS
AGUIAR, F. O. Acessibilidade Relativa dos Espaços Urbanos para Pedestres com Restrições de Mobilidade. 2010. 189f. Tese (Doutorado em Ciências) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010.
ALECRIM, E. Como funciona o software que ajuda Stephen Hawking a se comunicar. 2015. Disponível em:< https://tecnoblog.net/183787/intel-acat-open-source/>.Acesso em :16 maio 2016.
CASTRO, S. S. Acessibilidade de pessoas com deficiência a serviços de saúde em áreas do Estado de São Paulo – Projeto AceSS. 2010. 191f. Tese (Doutorado em Saúde Pública) -
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010.
FERRADA, R. B. H.; SANTAROSA, L. M. C. Tecnologia Assistiva como apoio à inclusão digital de pessoas com deficiência física. 2007. Disponível em:< http://www.ufrgs.br/niee/eventos/CIIEE/2007/pdf/CP-%20314.pdf>.Acesso em: 16 maio 2016.
FREIRE, R. APP de acessibilidade criada para Stephen Hawking está em código aberto. 2015. Disponível em:<http://www.techtudo.com.br/tudo-sobre/acat.html>Acesso em 16 maio 2016.
LYNCH, G. Como funciona o novo sistema que dá voz a Stephen Hawking, criado por Intel e SwiftKey. 2014. Disponível em:http://m.gizmodo.uol.com.br/novo-sistema-hawking/.Acesso em: 16 maio 2016.
PEDROSO, F. Assistive Context-Aware Toolkit. 2016. Disponível em:< http://pt.slideshare.net/felipe_pedroso/assistive-contextaware-toolkit-portuguese>. Acesso em: 16 maio 2016.
SONZA. A. P. Acessibilidade e Tecnologia Assistiva: Pensando a Inclusão Sociodigital de
PNEs. 2013. Disponível em:<http://www.planetaeducacao.com.br/portal/conteudo_referencia/acessibilidade-tecnologia-assistiva.pdf>. Acesso em:16 maio 2016.
TEIXEIRA, V. P.P. Acessibilidade como fator de equiparação de oportunidades para pessoas com deficiência na escola: análise de garantias legais em países da América Latina. 2008. 121f. Dissertação (Mestrado em Estado Sociedade e Educação) – Universidade de São Paulo.