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3º trimestre 2015 lição 11 adultos

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VERDADE PRTICA

A igreja local deve subordinar-se orientao de Deus, atravs de sua Palavra, que o "Manual de Administrao Eclesistica" por excelncia.

LEITURA DIRIASegunda - At 18.11Um ano e meio ensinando a poderosa Palavra de DeusTera - At 18.23Indo de um lugar para o outro animando os irmosQuarta - Ef 5.19Animando os irmos com salmos, hinos e canes espirituaisQuinta - Mt 28.19,20A ordenana do Senhor Jesus para que a Igreja ensine a todosSexta - 1 Co 4.1,2A fidelidade dos servidoresde Cristo JesusSbado - Rm 16.5; 1 Co 16.19Saudao aos crentes que se reuniam nas casas dos irmos

OBJETIVO GERALApresentar os requisitos bblicos para formar um ministro do Evangelho.

OBJETIVOS ESPECFICOSExplicar: O panorama da epstola a Tito.Conscientizar: Sobre as qualificaes dos pastores segundo a epstola.Destacar: A percepo de pureza que a epstola apresenta.

ESBOO DA LIOI. A EPSTOLA ENVIADA A TITO1. O intento da Epstola.2. Data em que foi escrita.3. Um viver correto. II. O PASTOR PRECISA PROTEGER O REBANHO DE DEUS1. Qualificao dos pastores.2. Crentes, porm problemticos.3. No dar ouvidos a ensinos falsos.III. A PERCEPO DA PUREZA PARA OS PUROS E PARA OS IMPUROS1. Tudo puro para os puros (v. 15).2. Nada puro para os impuros (v. 15).3. Conhecem a Deus, mas o negam com as atitudes (v. 16).

PONTO CENTRAL

A epstola de Paulo a Tito demonstra com vigor as qualificaes honestas para quem se pretende pastor.

LEITURA BBLICA EM CLASSETito 1.4-144 - a Tito, meu verdadeiro filho, segundo a f comum: graa, misericrdia e paz, da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador.5 - Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbteros, como j te mandei:6 - aquele que for irrepreensvel, marido de uma mulher, que tenha filhos fiis, que no possam ser acusados de dissoluo nem so desobedientes.

7 - Porque convm que o bispo seja irrepreensvel como despenseiro da casa de Deus, no soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobioso de torpe ganncia;8 - mas dado hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante,9 - retendo firme a fiel palavra, que conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a s doutrina como para convencer os contradizentes.10 - Porque h muitos desordenados, faladores, vos e enganadores, principalmente os da circunciso,

11 - aos quais convm tapar a boca; homens que transtornam casas inteiras, ensinando o que no convm, por torpe ganncia.12 - Um deles, seu prprio profeta, disse: Os cretenses so sempre mentirosos, bestas ruins, ventres preguiosos.13 - Este testemunho verdadeiro. Portanto, repreende-os severamente, para que sejam sos na f,14 - no dando ouvidos s fbulas judaicas, nem aos mandamentos de homens que se desviam da verdade.

TEXTO UREO

"Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbteros, como j te mandei. (Tt 1.5)

INTRODUOCom esta lio estaremos iniciando o estudo da Epistola de Tito. Timteo recebeu a incumbncia de exortar uma igreja que estava sofrendo com os ataques dos falsos mestres. A misso de Tito era semelhante a de Timteo, mas com um encargo a mais, que foi o de estabelecer presbteros, "em cada cidade", pondo "em ordem" a Igreja. Paulo mostra, na Carta a Tito, que no era apenas pregador, ensinador e "doutor dos gentios", mas tambm um administrador eclesistico.

QUEM ERA TITO

Seu nome significa louvvel. Um cristo gentio, grego, convertido atravs da pregao de Paulo (1.4), e excelente ajudador no ministrio do apstolo. Quanto Paulo partiu de Antioquia da Sria para defender seu evangelho em Jerusalm,levouTito com ele(Gl 2.1-3). A aceitao de Tito como cristo sem ser circuncidado deu fora a tomada de posio de Paulo no Conclio de Jerusalm (Gl 2.3-5). Supe-se que Tito, que no mencionado nenhuma vez em Atos, trabalhava com Paulo em feso durante a terceira viagem missionria.

Depois que Paulo foi solto do primeiro encarceramento em Roma (At 28), ele e Tito trabalharam por breve perodo em Creta (1.5), e em seguida ele comissionou Tito para permanecer ali como seu representante e completar alguns trabalhos necessrios (1.5; 2.15; 3.12,13). Paulo pedia a Tito que o encontrasse em Nicpolis (litoral oeste da Grcia) depois que chegasse em Creta um substituto na obra (3.12). Posteriormente Tito foi em misso a Dalmcia (regio da antiga Iugoslvia, atual Eslovnia, Crocia e Bsnia) e essas so as ltimas informaes que temos a respeito dele no Novo Testamento.

I. A EPSTOLA ENVIADA A TITO1. O intento da Epstola.2. Data em que foi escrita.3. Um viver correto.

Qual era o principal propsito da Epstola de Tito? O objetivo de Paulo era dar conselhos ao jovem pastor Tito a respeito da responsabilidade que ele havia recebido.Tito recebeu a incumbncia de supervisionar e organizar as igrejas na ilha de Creta. Paulo havia visitado a ilha com Tito e o deixou ali com esta importante incumbncia (v. 5).1- O intento da Epstola.

Os judeus, embora alguns deles se dissessem cristos, consideravam Paulo o maior de todos os hereges, o destruidor de Moiss, porquanto grande parte dos primeiros convertidos ao cristianismo vinha do judasmo, e esses se inclinavam para o legalismo.

A aceitao de Paulo como ministro de Deus era relutante, e o dcimo quinto captulo do livro de Atos mostram-nos que muitos se opunham amargamente a ele, devido a questes doutrinrias. O legalismo no desapareceu prontamente, e foi preciso que surgisse uma outra gerao de crentes antes que as doutrinas da graa divina e da justificao pela f tivessem ascendncia no seio do cristianismo.

Os Motivos Da Carta

Essa carta, como tambm as cartas a Timteo, no endereada a comunidade, mas aos seus pastores, a homens que exercem o ministrio na igreja. Sendo assim, talvez tenhamos nesses documentosos primeiros testemunhos de ordenao eclesistica na Igreja Primitiva. Neles podemos encontrar as normas e regulamentaes de como deve ser o comportamento do ministro cristo.Segundo parece, Paulo introduziu o cristianismo em Creta quando ele e Tito visitaram a ilha; depois disso deixou Tito ali para organizar as comunidades crists.

Paulo enviou a carta junto com Zenas e Apolo numa viagem que inclua Creta no itinerrio (3.13), a fim de dar a Tito autorizao e orientao para enfrentar a oposio (2.1,7,8,15; 3.9), instrues a respeito da f e da doutrina e advertncias a respeito dos falsos mestres.As igrejas em Creta vinham sendo perturbadas por falsos mestres, os quais por ganncia estavam pervertendo casas inteiras (1.11). Isso provavelmente se referia a congregaes inteiras porque as igrejas primitivas se reuniam em casas de convertidos. Paulo chama esses indivduos de abominveis e desobedientes (1.16) e diz que preciso que esse pessoal tenha a boca fechada.

O gnosticismo foi uma praga no cristianismo pelo espao de cento e cinqenta anos; e se porventura tivesse ganhado a batalha, o cristianismo terse-ia tornado outra das religies orientais misteriosas.

Portanto, a verdade, nestas epstolas pastorais, consiste de cristianismo ortodoxo, conforme interpretado por Paulo. E esse cristianismo que posto em contraposio heresia gnstica; e a autoridade apostlica de Paulo serve de pendo dessa causa da ortodoxia.

Acredita-se que foi escrita no ano de 64.d.C., aproximadamente. A carta a Tito foi escrita na mesma poca da Primeira Carta a Timteo. Provavelmente foi redigida na Macednia, durante as viagens que Paulo fez quando esteve sob a custdia dos romanos. 2- Data em que foi escrita.

possvel que Paulo tenha escrito a carta na Macednia, pois ainda no chegara a Nicpolis (3.12). A carta foi escrita aps sua soltura do primeiro encarceramento em Roma (At 28), provavelmente entre 63 e 65 d.C. Foi escrita na mesma poca da Primeira Carta a Timteo... .Creta.. . Essa uma ilha montanhosa que fica no mar Mediterrneo, ao sul do mar Egeu. Tem cerca de duzentos e cinqenta quilmetros de comprimento, variando em largura de onze a cinqenta e seis quilmetros.

provvel que os quereteus, que faziam parte da guarda pessoal de Davi, fossem provenientes da ilha de Creta, embora a prpria ilha nunca seja chamada por nome nas pginas do A.T. As referncias a essa ilha, no N.T., ficam em Atos 27:7,12,13,21. dito, em Atos 2:11, que havia cretenses presentes no dia de Pentecoste, quando houve o derramamento inicial do Esprito Santo. Paulo fez uma parada em Creta, durante a sua viagem a Roma, antes do seu primeiro perodo de encarceramento.

Como ministro do evangelho, Paulo exige ordem na igreja e que os irmos vivam de maneira correta, santa.Segundo a Bblia de Estudo Aplicao Pessoal, a ilha de Creta era conhecida pela preguia, glutonaria e maldade de seus habitantes. Ao aceitar a Cristo como Salvador, o novo convertido torna-se santo pela lavagem da regenerao do Esprito (Tt 3.5), por meio da Palavra de Deus (Ef 5.26).

3- Um viver correto.

A santificao tambm um processo gradual e contnuo que conduz ao aperfeioamento do carter e da vida espiritual do crente, tornando-o participante da natureza divina (2 Pe 1.4). Sem a santificao, jamais algum ver a Deus (Hb 12.14).

Paulo instruiu Tito, no captulo um, a auxiliar as igrejas da ilha de Creta a identificar e escolher presbteros.Uma das responsabilidades de tais homens seria confrontar indivduos que estavam desencaminhando outros pelos seus ensinamentos de fbulas judaizantes e mandamentos dos homens. Enquanto essas pessoas professavam que conheciam Deus, elas negavam sua prpria afirmao por sua desobedincia (1:10-16). Agora, no captulo 2, Paulo ordena a Tito que ensine, em contraste, como as pessoas devem comportar-se.

Paulo continua observando em geral por que os cristos deveriam viver de acordo com a s doutrina (2:11-14).

Deus demonstrou sua graa para com a humanidade enviando seu Filho - / para morrer na cruz. / = ktisis (qti-sis): formao original(propriamente)o ato(por implicao)a coisa.

Hebreus 1:5 diz:...Pois a qual dos anjos disse jamais: Tu s meu Filho, eu hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei Pai, e ele me ser Filho?..."

II O PASTOR PRECISA PROTEGER O REBANHO DE DEUS1. Qualificao dos pastores. 2. Crentes, porm problemticos. 3. No dar ouvidos a ensinos falsos.

Em sua carta a Tito, Paulo enfatiza as qualificaes do bispo, em relao a famlia, como homem casado, fiel sua esposa e na criao de seus filhos de forma exemplar (v. 6). Paulo diz que os filhos dos ministros, presbteros ou pastores, no devem ser "acusados de dissoluo", nem de serem "desobedientes". No original, tais adjetivos vm de anupotaktos, "no sujeito", "indisciplinado", "desobediente". O exemplo mau dos filhos do sacerdote Eli referncia negativa para a famlia dos pastores (1 Sm 2.12, 31). 1. Qualificao dos pastores.

Paulo mostra que o bispo deve ser uma pessoa ntegra, irrepreensvel, "como despenseiro da casa de Deus" (v.7); Por outro lado, ensina tambm que o bispo no pode ser "soberbo", "iracundo", "dado ao vinho", "no espancador", "cobioso de torpe ganncia" (vide os mercantilistas na atualidade que s trabalham por dinheiro); Paulo instrui que o obreiro precisa ser "dado hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante" (Tt 1.8).

...marido de uma s mulher...

Muita controvrsia gira em torno dessa exigncia, a qual tem sido compreendida das mais diversas maneiras.

As sugestes so as seguintes: 1. Seria uma proibio ao concubinato; 2. Seria uma declarao contrria poligamia; 3. seria proibio de casamento aps o divrcio; ou 4. seria contra a digamia, isto , segundo matrimnio, aps o falecimento da primeira esposa.

E embora talvez no nos parea assim, a quarta possvel a que tem maiores probabilidades de estar com a razo. A mesma regra estabelecida no caso dos diconos (ver I Tim. 3:12), como tambm no caso das vivas que esto arroladas como tais, para serem sustentadas pela comunidade crist (ver I Tim. 5:9); e justamente esta ltima referncia que torna quase necessrio que esta expresso aluda a qualquer tipo de segundo casamento, porquanto essa proibio inegavelmente exigida das vivas. Essa a interpretao melhor confirmada pelos primeiros pais da igreja, embora algum exagero tenha sido criado em torno da questo.

Espiritualmente falando, s pode haver uma mulher para cada homem; e pensava-se que essa era uma exigncia que devia ser imposta aos lderes cristos. (Quanto a notas expositivas completas sobre essa questo, ver I Tim. 3:2).

interessante que a igreja crist no tem sentido que essa regra obrigatria, e muitas excees tm sido abertas, ainda que algumas seces da cristandade, numa poca ou noutra, a tenham guardado zelosamente. A moderna igreja evanglica a ignora, permitindo qualquer outra interpretao.

...filhos crentes...

No grego usado o termo pistos, que pode significar crente ou fiel, e os intrpretes tm compreendido esse adjetivo de uma maneira ou de outra. No entanto, ser algum fiel ou digno de confiana pressupe que seja um crente em Cristo, pois de outra maneira, do ponto de vista do cristianismo, no poderia ser algum chamado de fiel. Se um homem no pode conquistar para Cristo os seus prprios familiares, sero baldados os seus esforos por conquistar para o Senhor os de fora (os incrdulos).

Ou ento, se no puder manter seus prprios filhos na lealdade a Cristo, dificilmente se poder esperar que consiga isso com os filhos dos outros, e nem com os membros das igrejas locais. A passagem de I Tim. 3:4 diz, ...que governe bem a sua prpria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo respeito; e o quinto versculo d a razo disso:...(pois se algum no sabe governar a prpria casa, como cuidar da igreja de Deus?)...E a mesma regra geral se aplica aos diconos, conforme se aprende em I Tim. 3:12 .

...no... acusados de dissoluo...

No grego asotia, deboche, devassido, forma privativa de sodzo, isto , aqueles no salvos dos excessos. provvel que estejam em foco pecados de natureza sexual, pecados grosseiros como o alcoolismo, embora o termo aqui usado no se limite a tal significao. Foi dito acerca do filho prdigo que ele vivia dissolutamente. E na narrativa a seu respeito usado o mesmo termo empregado aqui, posto que sob forma adverbial. (Ver Luc. 15:13).

...nem so insubordinados...

No grego anupotaktos, que significa no sujeito, indisciplinado, desobediente, rebelde. Isso uma das tentaes que assolam os jovens, cujas personalidades so instveis, aos quais, naturalmente, falta o respeito pelos ancios e pela autoridade devidamente constituda. (Ver Ef. 6:1 acerca da necessidade dos filhos serem obedientes os seus pais). Os filhos que so rebeldes em casa, com freqncia se mostram rebeldes em sociedade, entrando em dificuldades perante as autoridades civis.

Esses filhos desordeiros no mostraro respeito pela posio de seus pais, na igreja, e nem por suas aspiraes espirituais; e isso desqualifica seus pais para posies eclesisticas. Os filhos desses homens so motivo de m reputao para seus progenitores. Todos os de fora perguntaro como que algum pode confessar-se religioso, ao mesmo tempo em que tem filhos profanos e indisciplinados. No entanto, lembremo-nos que alguns filhos so extremamente difceis de serem controlados, bem capazes de anular todo o bom treinamento no lar, porquanto, afinal de contas, so apenas indivduos.

Os filhos de Eli eram maus, e finalmente o desqualificaram para o sacerdcio.

(Ver I Sam. 2:12 e ss., 31 e ss.). Esses filhos tambm tiveram um mau fim, tendo sido julgados por Deus. Ser algum lder na igreja de Deus questo extremamente sria, que exige todo o nosso respeito. Nem todo o homem que se julga espiritual est qualificado para ser lder na igreja.

Na primeira epstola a Timteo enfatizada a autoridade que o pai da famlia tem de manter a ordem no seu lar; neste ponto salientada a necessidade de seus filhos se lhe submeterem.

1:7: ...Pois necessrio que o bispo seja irrepreensvel, como despenseiro de Deus, no soberbo, nem irascvel, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobioso de torpe ganncia;...

So exigncias mnimas, mas imprescindveis. ...bispo... Devemos observar que o quinto versculo deste captulo comea usando o plural, ancios, ao passo que aqui passa para o singular, bispo.

Portanto, (contudo) esses termos so usados intercambiavelmente, como normal nas pginas do N.T.; contudo, destaca-se certa diferena de ofcio, em trs nveis, bispos, ancios e diconos, nestas epstolas pastorais. Isso tambm refletido nas epstolas a Incio, ainda que de maneira mais firme e formalizada. Ver I Tim. 5: 17 quanto a notas expositivas sobre essa questo. Ver notas adicionais a respeito, no quinto versculo deste captulo.

O bispo ou supervisor precisa possuir qualidades administrativas, alm de mostrar-se apto na pregao da Palavra e no ensinamento das doutrinas crists. Nem todos os ancios precisam dessas qualidades no mais alto grau, mas alguns deles s levantados principalmente como mestres. Mas outros recebero a responsabilidade de guiar a igreja local, de administrar seus negcios; e o supervisor ter de agir como administrador de uma rea maior, incluindo certo nmero de igrejas locais.

Paulo ressalta o respeito que o presbtero deve ter doutrina e a autoridade ministerial para argumentar com os contradizentes (vv. 9,10). Entre os crentes da igreja de Creta, haviam os "complicados" e "contradizentes", "faladores", tipos no raros em igrejas nos tempos presentes. Mas o apstolo indicou a maneira de trat-los.2. Crentes, porm problemticos.

Aos contradizentes e desobedientes ao ensino da Palavra de Deus, Paulo demonstra no ter nenhuma afinidade com eles, pois so perigosos, no s para a igreja local, mas para as famlias crists, e devem receber a admoestao e repreenso altura: aos quais convm tapar a boca; homens que transtornam casas inteiras, ensinando o que no convm, por torpe ganncia" (v.11). O fato de tais falsos crentes terem espao para transtornar "casas inteiras" se devia realidade das igrejas crists em seus primrdios. Elas funcionavam, em grande parte, nas residncias dos convertidos (Rm 16.5; 1 Co 16.19; Cl 4.15). Alm de desordenados, eles so "faladores" e murmuradores.

...te deixei em Creta...

Na qualidade de supervisor daquele lugar, Timteo tinha autoridade sobre a ilha inteira, com a responsabilidade de nomear pastores apropriados para as congregaes locais dos cristos. Isso mencionado para que todos vissem que Tito agia debaixo da autoridade de Paulo. Portanto, Tito representa o supervisor missionrio, que trabalha em uma rea onde j h igrejas locais, EMBORA FROUXAMENTE organizadas e firmadas, conforme este mesmo versculo passa-nos a dizer.

.. .para que pusesses em ordem as cousas restantes...

Essa frase tambm poderia ter sido traduzida como ..para que corrigisses o que fosse defeituoso... Havia certa desordem nas comunidades crists de Creta, tanto porque as igrejas dali ainda no se tinham desenvolvido corretamente em sua organizao, como tambm porque os hereges tinham comeado a agitar e a estragar o trabalho que se fizera. Tito deveria fazer oposio aos hereges, ao mesmo tempo em que deveria encontrar homens qualificados que ensinassem aos crentes a autntica tradio crist.

O original grego diz aqui, literalmente, ...endireitar..., palavra usada pelos mdicos para indicar a correo de membros quebrados ou distorcidos. (Ainda que fosse necessrio fazer uso da ortodoxia.

Na passagem de Heb. 9:10 usada uma forma dessa palavra, com o sentido de reforma.

Esse vocbulo, epidortoo, usado exclusivamente aqui em todo N.T., sendo uma das cento e setenta e cinco dessas palavras nas epstolas pastorais.

(Quanto s peculiaridades lingsticas destas epstolas, e acerca do problema' de autoria por isso criado, ver a seco I, parte quarta, da introduo s mesmas).

Tito, na condio de "supervisor", estabelecendo igrejas, "de cidade em cidade", tinha que ministrar a palavra de edificao e advertncia contra os falsos cristos. Deveria repreend-los de modo veemente. Na verdade, eles eram desviados da verdade. Mais adiante, Paulo resume como tratar os desviados e hereges: "Ao homem herege, depois de uma e outra admoestao, evita-o" (Tt 3.10).

3. No dar ouvidos a ensinos falsos.

1.Controvrsias estpidas e insensatas.

(Ver I Tim. 1:4; 6:4 e II Tim. 2:23). O trech o de II Tim. 2:23 se u tiliz a do vocbulo grego zetesis (controvrsias, querelas), tal como o faz este versculo. (Ver tambm I Tim. 6:4). E o trecho de II Tim. 2:23 tem a expresso exata que aqui usadaEsto em foco os enigmas teolgicos, sem soluo, especulaes filosficas ou teolgicas tolas, que tentam entrar em esferas acerca das quais no tm qualquer conhecimento, ou sobre o que nenhum conhecimento necessrio e til.

2. Genealogias.

(Quanto a esse elemento da doutrina gnstica, ver I Tim. 1:4). possvel que estejam em foco as genealogias judaicas; o mais provvel, entretanto , que o autor se referisse s especulaes dos gnsticos, acerca dos aeons angelicais (entram em xtase e caem no cho).

on, eo, eon ou ainda aeon do grego (ain), na mitologia gnstica, so entidades emanadas de Deus, geralmente em pares, ou Sizgias e que existem no Pleroma. Seus nomes freqentemente denotam atributos mentais ou espirituais como Pistis (f), Sophia ou Protenoia (previso), ou ainda conceitos importantes do gnosticismo como o anthropos (homem) ou spirito. O on mais comum na mitologia gnstica Sophia.Freqentemente um on est envolvido na criao da humanidade conferindo-lhe esprito aos seres-humanos, contra o desejo do Demiurgo e seus arcontes que tipicamente criam a alma e o corpo.

Os judeus tinham um orgulho todo particular em poder traar a sua descendncia desde os patriarcas; e todos eles davam grande nfase a registros genealgicos completos sobre suas famlias. No entanto, os gnsticos especulavam sobre a descendncia, a ordem e as rvores genealgicas das emanaes angelicais; e, posto que eles considerassem esses aeons como seus mediadores e salvadores, evidentemente essa seqncia lhes parecia importantssima. isso que est em foco nesse ponto.

3. Contendas.

(Ver I Tim. 6:4, onde usado o termo grego eris, que a palavra geral para briga, contenda). Havia intensa discrdia acerca das questes teolgicas entre os gnsticos, o que dava lugar a tremendas polmicas de palavras, o que mencionado em I Tim. 6:4.

4. Debates sobre a lei!

(Ver os trechos de I Tim. 1:7-10 e II Tim. 2:23 acerca dessa questo). E bem possvel que os gnsticos tivessem incorporado em seu sistema certas pores das leis judaicas, especialmente aquelas pores que aludem ao ascetismo, com suas muitas exigncias cerimoniais. Parece que os gnsticos ultrapassavam at mesmo os limites da lei, tomando-se celibatrios e vegetarianos, alm de se absterem totalmente do vinho.

...evita...

No grego usado o verbo paraiteomai, isto , pedir, o sentido da passagem. solicitar, mas que tambm era usado para indicar declinar, rejeitar, demasiado, no seio da igreja, para que as congregaes locais pudessem recusar. Tanto a traduo RSV como a traduo de Williams, ambas em exclu-los. Portanto, antecipada aqui uma espcie de excluso dentro da congregao.

III. A PERCEPO DA PUREZA PARA OS PUROS E PARA OS IMPUROS

1. Tudo puro para os puros (v. 15).2. Nada puro para os impuros (v. 15).3. Conhecem a Deus, mas o negam com as atitudes (v. 16).

Paulo diz que "todas as coisas so puras para os puros" (Tt 1.15), pois esses procuram viver segundo a Palavra de Deus. Aqueles que vivem de modo santo no vem mal em tudo, pois seus olhos so bons, santos. Isso reflexo de suas mentes e coraes bondosos.Deus nos chamou para sermos santos em todas as esferas e aspectos da nossa vida (1 Pe 1.15). Quem despreza esse ensino no despreza ao homem, mas sim a Deus.

1- Tudo puro para os puros.

...todas as coisas so puras. ..

bem possvel que encontremos aqui um provrbio, desenvolvido pela igreja crist primitiva, a fim de combater a mera religio ritualista. Os preceitos judaicos se tornaram interminveis, e apontavam para um nmero infinito de coisas impuras, com relao vida pessoal ou com relao adorao cerimonial.

Certos tipos de carne eram proibidos; o casamento e o uso do sexo eram proibidos; o vinho entrava na lista das coisas proibidas. Alguns gnsticos eram totais vegetarianos, o que vai alem de todas as exigncias do A.T. e dos regulamentos mosaicos. Tambm sabemos que muitos essnios eram celibatrios e vegetarianos, mas isso no sugere, necessariamente, que tenham influenciado aos mestres gnsticos ou que tenham sido influenciados por eles.

Os gnsticos se deixavam atrair por todas as formas de ascetismo, e alm de criarem suas prprias prticas ascticas, tomavam outras por emprstimo do judasmo. (Ver Marc. 7:14,15, quanto a notas sobre essa atividade exagerada no judasmo, que foi condenada pelo SenhorJesus. (Comparar tambm com Rom. 14:1-23, onde Paulo aborda esse problema).

A passagem de I Tim. 4:3,4 mostra-nos que nessas proibies estavam envolvidos os alimentos e o matrimonio, no havendo duvidas sobre a existncia de muitos outros tabus. A doutrina paulina, em contraste com isso, abole todo e qualquer preceito cerimonial (ver Gal. 4:9-11), e, realmente, toda e qualquer lei mosaica (ver Gal., 2:16-18 e Rom. 10:4) de natureza moral ou cerimonial.

A Pedro foi necessrio uma viso especial, para que pudesse aprender essa verdade. (Ver Atos 10:9 era.Nesse primeiro versculo referido tambm h notas expositivas sobre o problema legalista que houve na igreja crist primitiva, o que importou em autntico conflito. Ver igualmente o dcimo captulo do livro de Atos, mormente os versculos dcimo e dcimo primeiro do mesmo.

...para os puros...

Essas palavras aludem aos verdadeiros crentes e aos verdadeiros ministros do evangelho, os quais, por estarem informados sobre a verdade, chegaram a reconhecer que Cristo a substncia total da religio, e que as prticas ascticas servem apenas para degenerar. E as pessoas aqui aludidas so puras porque se converteram verdadeiramente aCristo, tendo sido lavadas dos seus antigos pecados, tendo iniciado o processo de transformao segundo a imagem de Cristo. (Ver Gal. 5:22,23). Para esses no h mais qualquer coisa impura, como alimentos, carnes, bebidas, etc.

De fato, para os "contaminados e infiis", tudo o que eles pensam e praticam de m natureza. O motivo pelo qual "nada puro para os contaminados" porque "confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abominveis, e desobedientes, e reprovados para toda boa obra" (v.16).Esses so hipcritas e maliciosos, pois dizem uma coisa e fazem outra.2. Nada puro para os impuros.

...impuros...

No grego temos o particpio perfeito de miaino, que significa macular, contaminar, sendo palavra usada para indicar os pecados e os vcios, que so contaminadores. Embora os mestres gnsticos fossem ascetas em elevado grau, e pretendessem seguir uma adorao religiosa exata, com suas interminveis listas de preceitos, nada disso conseguia convert-los e lav-los de seu paganismo e de sua culpa moral. O autor sagrado no se deixava impressionar com todas aquelas formalidades externas.

Pois sabia que a verdadeira religio crist muito mais profunda do que isso, ultrapassando o que meramente formal e sacramental. mister que o homem interior, a alma, seja transformada segundo a imagem moral de Cristo. Ora, isso o sistema gnstico jamais conseguiu fazer.

H certo exagero de interpretao, da parte de certos estudiosos, os quais asseveram que as palavras que ora comentamos indicam que no existe qualquer coisa que seja m por si mesma, como se todas as aes se tornassem ms quando sujeitas a abusos. Mas isso no representa uma interpretao legtima, porquanto existem coisas que so ms por si mesmas, como aquelas que so proibidas pelos dez mandamentos da lei de Deus. O texto que ora comentamos refere-se a coisas indiferentes, o que tambm feito no dcimo quarto captulo da epstola aos Romanos.

...nada puro... Nem qualquer tipo de carne, nem o uso moderado do vinho, e nem mesmo o matrimnio e o uso legtimo do sexo (ver 1 Tim. 4:3,4), alm de muitas outras coisas, eram reputados puros pelos descrentes mestres gnsticos, ainda que Deus quem tenha decretado que isso tudo fosse usado e desfrutado. Os mestres gnsticos tinham sepultado a sua f religiosa no negativismo, pervertendo o seu juzo moral.

...descrentes...

Essa palavra poderia ser compreendida com o sentido de infiel; mas o termo portugus aqui usado, provavelmente sua melhor traduo. O autor sagrado no aceita os hereges como crentes autnticos em Cristo; e, portanto, so incrdulos pervertedores, no estando sujeitos ao poder transformador que a f em Cristo nos confere. Assim sendo, tinham destrudo a verdadeira imagem de Cristo, j que o reduziam a apenas umdos muitssimos mediadores angelicais. No tinham f no verdadeiro Cristo,, e, por isso mesmo, permaneciam como indivduos impuros, sem jamais terem sido lavados de seus antigos pecados.

...a mente...

Temos aqui aluso funo intelectual da alma, mediada, pelo crebro at ao corpo. Isso os mestres gnsticos haviam corrompido, levando as suas mentes a abrigarem idias ridculas e prejudiciais, que distorciam a verdadeira natureza do mundo.

...conscincia...

(Ver Rom. 13:5 quanto a notas expositivas a esse respeito). Normalmente est em pauta a capacidade de a alma julgar entre o que certo e o que errado, em sentido moral, o que tambm mediado por meio do crebro, ainda que seja uma das propriedades da alma. Vem-se como as drogas e as enfermidades podem modificar a conscincia humana.

Atualmente muitos dizem conhecer a Deus, porm, se olharmos para suas atitudes veremos que estes nunca conheceram ao Senhor. A nossa conduta revela a nossa f e o nosso relacionamento com Deus. O que as pessoas aprendem com voc ao observar a sua conduta na igreja e fora dela?

3. Conhecem a Deus, mas o negam com as atitudes .

conhecer a Deus

Por meio de todos esses mtodos, mas suas aes negavam que realmente tivessem o conhecimento do Senhor. (Ver as notas expositivas sobre o verdadeiro conhecimento de Deus, em Ef. 1:17 e Col.' 1 :10 ). O autor sagrado, pois, no podia aprovar nem o ascetismo dos gnsticos (ver o dcimo quinto versculo deste captulo), e nem a licenciosidade deles (ver II Tim. 2:6), porquanto em nenhum desses excessos percebia provas de um verdadeiro conhecimento de Deus.

Disse o Senhor Jesus, de certa feita: Toda rvore que no produz bom fruto cortada e lanada ao fogo.Assim, pois, pelos seus frutos os cnhecereis (Mat. 7:19,20). E assim, embora o chamem de Senhor e profetizem em seu nome, expulsando a demnios, supostamente atravs de seu poder (ver Mat. 7:21,22), na realidade no o reconhecem como Senhor.

Os gnsticos aliceravam seu sistema inteiro sobre o conhecimento, que no grego gnosis, e do qual vocbulo se deriva a palavra que os designa. Criam eles que o homem pode ser remido, no pela f, mas antes, pelo conhecimento. E o conhecimento que concebiam era esotrico, expresso por meio de um ascetismo ou de uma licenciosidade, tudo rebuscado em meio a frmulas mgicas, encantamentos, ritos e cerimnias.

...fala...

Temos aqui o termo comum que indica falar, usado para aludir s conversaes normais ou para aludir a discursos formais, como na prdica crist . Porm, em qualquer atividade em que se envolva um supervisor, isso deveria ser feito com o propsito de transmitir doutrina significa ser prprio, ser conveniente. A propriedade divinamente apontada que deve caracterizar queles que esto seriamente' ocupados no pastoreio das almas. No podero eles cumprir apropriadamente a sua misso, a menos que sintam esse imperativo moral, ocupando-se no ensino da s doutrina.

...s doutrina...

Essa expresso pode ser encontrada em vrias outras pores das epstolas pastorais, onde so amplamente anotadas. (Ver Tito 1:9 e I Tim. 1:10). Trata-se de uma doutrina saudvel, que promove o bem-estar espiritual, em contraste com as doutrinas doentias e destruidoras dos gnsticos.

...cristianismo paulino ortodoxo...

A saber, a f normativa, em contraste com as novidades que os hereges procuravam introduzir na igreja. (Ver tambm as notas expositivas sobre a doutrina, em I Tim. 1:10 e 4:1,6,13,16). Notemos a importncia dada ao ensino, em todas estas epstolas pastorais. (Ver Mat. 28:20, quanto importncia do ensino. Isso faz parte da Grande Comisso. Ver ainda as notas expositivas em I Tim. 4:15,16). A palavra grega lalei enfatiza a importncia do ensinamento oral.