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ALGUMAS DÚVIDAS E TENTATIVAS DE ESCLARECIMENTOS Qual a diferença entre a Umbanda e o Candomblé? Todas! Aliás a única semelhança é o fato da Umbanda adotar os mesmos nomes dados pelos negros Yorubás ao seu "objeto" de culto. O Orixá na Umbanda é uma qualidade divina. É uma Força Cósmica emanente do Criador, que nunca viveu, nunca teve uma forma física. É pura energia eletro-magnética. Não tem consciência como a tem um ser humano. É uma partição do poder Criador. Já no Candomblé, o Orixá tanto pode ser um ancestral e, desta forma, com qualidades humanas, como pode ser uma Força da Natureza. Nesta segunda condição, se enquadra melhor à definição dada pela Umbanda. Não devemos interpretar que a Umbanda esteja certa e o Candomblé errado ou vice-versa. São coisas totalmente diferentes que possuem o mesmo nome! A Umbanda faz um grande culto ao processo mediúnico, enquanto que o Candomblé não. O verdadeiro Candomblé não aceita a incorporação, admitindo somente que se" dance" para o Orixá. Como o processo de incorporação só é possível através de seres que já tiveram uma forma física, todas as Entidades cultuadas pela Umbanda são tratadas, pelo Candomblé, como eguns, ou seja, pessoas que viveram e estão desencarnadas. O Candomblé não admite a incorporação de eguns. A Umbanda não aceita, de forma alguma, o sacrifício animal, pois que o sangue é um fluido de extrema força enquanto dentro de um corpo, passando a ser de uma força negativa poderosísima, logo após ser vertido deste mesmo corpo. Já no Candomblé, seu Axé, ou seja, a força do culto, está justamente no sangue vertido pelo animal. A Umbanda faz uso, em seu processo mágico, de velas, fitas, pedras, metais, resinas, essências e todas as dádivas da natureza como mel, leite, bebidas diversas, frutas, legumes, cereais, verduras e vegetais diversos. O ponto central do culto umbandista está na invocação de Caboclos, Pretos-Velhos, Exus, Pomba-Giras, Crianças, Boiadeiros, Marinheiros, Mineiros, Ciganos e tantas outras falanges menos cultuadas, porém de não menos importância. Já no Candomblé, o culto é prestado às forças da Natureza. Na Umbanda, a figura do sacerdote é secundária, sendo o culto prestado às Entidades. Já no Candomblé, o sacerdote canaliza em si toda a força do Templo, devendo todos tratá-lo com o máximo respeito, respeito este, superior, até mesmo, aos Orixás. O sacerdote no Candomblé é a própria encarnação do Orixá que dirige aquela comunidade. Na Umbanda, isto é impossível de ocorrer, dentro da sua lógica. O Camdomblé cuida do "santo", enquanto que a Umbanda cultua o "santo". Pela filosofia do Candomblé, tudo é possível para manter o adepto em perfeita prosperidade, saúde e correspondência amorosa. Já pela filosofia Umbandista, o livre arbítrio, seja do adepto, seja de quem quer que seja, deverá sempre ser respeitado. E outras tantas existem, mas o apresentado já é suficiente para se perceber que são duas religiões completamente distintas, trazendo tão somente o nome, na lingua Yorubá, de uma parte da sua liturgia. Infelizmente, o que vemos, na maioria dos "terreiros", são "umbandomblés" que misturam rituais Umbandistas com Candomblecistas, degenerando ambas as Religiões. Existe a Umbanda Branca e a Umbanda Negra? Não! Isto é um grande absurdo! Existe somente uma única Umbanda, que não é branca nem preta, é simplesmente Umbanda. O ser humano, com sua mente bipolar, voltada para o bem e o mal, não consegue conceber uma religião que cultue somente as Forças ditas do bem. Necessita inventar algo que se contraponha ao bem e, assim, da Umbanda "branca" surge a "umbanda negra". Os "feiticeiros" que, não possuindo uma ética, dirigem certas forças para fins duvidosos e nem sempre condizentes com a boa prática religiosa e mágica. Para alguns autores, a "umbanda negra" vem a ser a Quimbanda. Isto é um outro absurdo! Quimbanda é uma religião que se assemelha, em muito, às práticas xamânicas, voltada principalmente para o trabalho de cura. Alguns feiticeiros, de posse destas práticas, dirigiam seus rituais com fins não éticos, degenerando todo o ritual e fazendo surgir uma nova prática, por eles denominada de "umbanda negra". O que representa a Cruz do Cruzeiro ? O Cruzeiro, consagrado aos Pretos-Velhos, representa a ascensão do ser humano aos planos mais sutis da manifestação. O Cruzeiro possui 7 degraus, que simbolizam a sutilização de cada um dos 7 corpos do homem, desde o físico até o nirvânico, ou estado de felicidade pura, ainda inacessível ao ser humano comum.

A conduta nos templos umbandistas

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Page 1: A conduta nos templos umbandistas

ALGUMAS DÚVIDAS E TENTATIVAS DE ESCLARECIMENTOS

Qual a diferença entre a Umbanda e o Candomblé?

Todas! Aliás a única semelhança é o fato da Umbanda adotar os mesmos nomes dados pelos negros Yorubás ao

seu "objeto" de culto. O Orixá na Umbanda é uma qualidade divina. É uma Força Cósmica emanente do Criador, que nunca

viveu, nunca teve uma forma física. É pura energia eletro-magnética. Não tem consciência como a tem um ser humano. É

uma partição do poder Criador. Já no Candomblé, o Orixá tanto pode ser um ancestral e, desta forma, com qualidades

humanas, como pode ser uma Força da Natureza. Nesta segunda condição, se enquadra melhor à definição dada pela

Umbanda. Não devemos interpretar que a Umbanda esteja certa e o Candomblé errado ou vice-versa. São coisas

totalmente diferentes que possuem o mesmo nome! A Umbanda faz um grande culto ao processo mediúnico,

enquanto que o Candomblé não. O verdadeiro Candomblé não aceita a incorporação, admitindo somente que se"

dance" para o Orixá. Como o processo de incorporação só é possível através de seres que já tiveram uma forma física,

todas as Entidades cultuadas pela Umbanda são tratadas, pelo Candomblé, como eguns, ou seja, pessoas que

viveram e estão desencarnadas. O Candomblé não admite a incorporação de eguns. A Umbanda não aceita, de forma

alguma, o sacrifício animal, pois que o sangue é um fluido de extrema força enquanto dentro de um corpo, passando a ser

de uma força negativa poderosísima, logo após ser vertido deste mesmo corpo. Já no Candomblé, seu Axé, ou seja, a força

do culto, está justamente no sangue vertido pelo animal. A Umbanda faz uso, em seu processo mágico, de velas, fitas,

pedras, metais, resinas, essências e todas as dádivas da natureza como mel, leite, bebidas diversas, frutas, legumes,

cereais, verduras e vegetais diversos. O ponto central do culto umbandista está na invocação de Caboclos, Pretos-

Velhos, Exus, Pomba-Giras, Crianças, Boiadeiros, Marinheiros, Mineiros, Ciganos e tantas outras falanges menos

cultuadas, porém de não menos importância. Já no Candomblé, o culto é prestado às forças da Natureza.

Na Umbanda, a figura do sacerdote é secundária, sendo o culto prestado às Entidades. Já no Candomblé, o sacerdote

canaliza em si toda a força do Templo, devendo todos tratá-lo com o máximo respeito, respeito este, superior, até

mesmo, aos Orixás. O sacerdote no Candomblé é a própria encarnação do Orixá que dirige aquela comunidade. Na

Umbanda, isto é impossível de ocorrer, dentro da sua lógica. O Camdomblé cuida do "santo", enquanto que a Umbanda

cultua o "santo".

Pela filosofia do Candomblé, tudo é possível para manter o adepto em perfeita prosperidade, saúde e correspondência

amorosa. Já pela filosofia Umbandista, o livre arbítrio, seja do adepto, seja de quem quer que seja, deverá sempre ser

respeitado. E outras tantas existem, mas o apresentado já é suficiente para se perceber que são duas religiões

completamente distintas, trazendo tão somente o nome, na lingua Yorubá, de uma parte da sua liturgia.

Infelizmente, o que vemos, na maioria dos "terreiros", são "umbandomblés" que misturam rituais Umbandistas

com Candomblecistas, degenerando ambas as Religiões.

Existe a Umbanda Branca e a Umbanda Negra?

Não! Isto é um grande absurdo! Existe somente uma única Umbanda, que não é branca nem preta, é

simplesmente Umbanda. O ser humano, com sua mente bipolar, voltada para o bem e o mal, não consegue conceber uma

religião que cultue somente as Forças ditas do bem. Necessita inventar algo que se contraponha ao bem e, assim, da

Umbanda "branca" surge a "umbanda negra". Os "feiticeiros" que, não possuindo uma ética, dirigem certas forças para

fins duvidosos e nem sempre condizentes com a boa prática religiosa e mágica. Para alguns autores, a "umbanda

negra" vem a ser a Quimbanda. Isto é um outro absurdo! Quimbanda é uma religião que se assemelha, em muito, às

práticas xamânicas, voltada principalmente para o trabalho de cura. Alguns feiticeiros, de posse destas práticas, dirigiam

seus rituais com fins não éticos, degenerando todo o ritual e fazendo surgir uma nova prática, por eles denominada de

"umbanda negra".

O que representa a Cruz do Cruzeiro ?

O Cruzeiro, consagrado aos Pretos-Velhos, representa a ascensão do ser humano aos planos mais sutis da

manifestação. O Cruzeiro possui 7 degraus, que simbolizam a sutilização de cada um dos 7 corpos do homem, desde o

físico até o nirvânico, ou estado de felicidade pura, ainda inacessível ao ser humano comum.

Uma vez galgado todos estes degraus, chega-se até a Cruz, símbolo da redenção da matéria, da libertação de todo o

karma e dharma do Eu superior. Na magia, o Cruzeiro é o local de manifestação das almas desencarnadas, manifestação do

plano astral mais próximo do plano físico, aonde os Pretos-Velhos realizam o seu "trabalho".

Page 2: A conduta nos templos umbandistas

O que representa a "casinha" com velas ?

Representa o local para onde todas as forças são dirigidas. É para ali que são destinadas todas as forças telúricas, ou

seja, forças do nosso plano de manifestação, o plano físico. O "lixo" de toda a limpeza é ali depositado, pois temos que ter

responsabilidade com o meio que nos cerca, não permitindo que estas energias fiquem "soltas" no espaço. Além do

mais, qualquer trabalho de natureza mediúnica, requer um fortalecimento na ligação do médium com o planeta Terra, de

vez que, a prática da mediunidade, elevando o nível de consciência do médium, facilita seu desligamento, mesmo que

temporário, do plano físico. Assim, as velas são elemento de firmeza da energia do médium com o plano físico. É a tão

falada "segurança" do médium. Daí pedir-se que não se mantenha na frente desta "casinha", podendo receber as forças

de descarrego dos trabalhos, o que seria prejudicial aos consulentes, além de bloquear as forças que de lá são

emitidas.

Quais os nomes das principais entidades? Do que elas se ocupam? Como exemplo é citada Nanã que

encaminha as pessoas que morreram.

Pelo exemplo citado percebe-se que não se está falando de Entidades e sim de Orixás, pois que a Força de Nanã não é

uma Entidade e sim um Orixá. Uma Entidade já encarnou e já possuiu, um dia, um corpo físico. Um Orixá jamais encarnou. É

Força Magnética pura, podendo ser manipulada por qualquer Bruxo.

Da mesma forma que podemos manipular a energia elétrica ao nosso bel prazer, desde que com

conhecimento técnico, podemos também manipular a Força dos Orixás, desde que com conhecimento para tal. É

importante o conhecimento, pois que o trabalho com certas Forças pode ser danoso para aquele que dele se

encarrega. Por exemplo, citamos um soldado que irá manipular uma granada. Caso ele conheça perfeitamente o seu

funcionamento e o alto risco daí decorrente, respeitará o artefato, ciente do grande poder que tem nas mãos. Caso seja

um inconsequente, que não tenha conhecimentos técnicos e, portanto, não respeite o artefato que possui nas mãos,

poderá levar a sérios acidentes, pondo em risco muitas vidas.

Mas, voltando aos Orixás, são Emanações de Deus, com sua energia própria, com uma determinada qualidade.

Deus engloba em si todas as qualidades que conhecemos. Porém a mente humana, bastante embotada e pequena, não

consegue entender Deus em toda a Sua Totalidade. Somente através da repartição, podemos entendê-Lo. Daí captarmos a

Força dos Órixás, divididas como nos chegam, até a nossa mente.

Uma vez entendido isto, podemos então enumerar os Orixás com suas qualidades próprias, de modo

resumido:

Oxalá Amor, Paz e Harmonia

Omulu Transformação de todos os processos

Yemanjá Plano emocional

Nanã Transcendência entre os diversos planos de manifestação

Ossãe Cultura e conhecimento

Oxoce Psiquismo

Ogum Criação. Início de qualquer processo

Oxum Poder da mente

Yansã Decisões corretas. Coragem

Xangô Justiça Divina

Por que há pessoas que travalham anos e não incorporam; outras que apenas incorporam algumas

Entidades e outras que incorporam todas? Estaria relacionado a algum tipo de karma?

Tudo na vida está relacionado com o karma de cada um. Karma é a própria Lei de Ação e Reação. É a lei física que diz

que "a toda ação corresponde uma reação contrária e em sentido oposto". Qualquer ato do ser humano gera um karma.

Qualquer movimento gera um karma. Logo, o tipo de mediunidade de cada um, é um problema do karma de cada um.

A mediunidade é um problema kármico. Somente alguns pouquíssimos seres humanos como Jesus, Sidarta Gautama,

Krishina e outros, possuíram uma mediunidade missionária. Nós, seres humanos cheios de defeitos e problemas,

possuímos uma mediunidade kármica.

A origem da mediunidade está na Atlântida, quando os seres humanos daquela época, mantinham ligações diretas com

a Divindade, não necessitando de medianeiros. Pelo mal uso desta qualidade, fechou-se um certo centro energético do

corpo, denominado de chákra frontal, abrindo-se, consequentemente, o plexo solar. Daí surge a nossa humanidade atual,

com sérios problemas no trato com as suas emoções e perda da comunicação direta com a Divindade.

Page 3: A conduta nos templos umbandistas

A comunicação com a Divindade, não podendo ser feita de modo direto como antes, passou a ser realizadade modo

indireto, através de um medianeiro ou médium, que através de uma mudança de seu nível de consciência, consegue

alcançar outros planos de manifestação. Assim, o tipo de mediunidade irá depender da necessidade kármica de cada

um. Não há nenhum paralelo entre a incorporação e o avanço espiritual de cada ser humano. Cada um busca aquilo a que

melhor se adapta, na busca de sua elevação espiritual. Sem sombras de dúvidas, o caminho da espiritualidade, através da

prática mediúnica, é talvez o mais rápido, porém é extremamente perigoso e cheio de armadilhas, levando ao desespero e à

loucura aqueles que não estejam preparados para a sua prática.

O que acontece às pessoas que não trabalham e às que trabalham com suas Entidades?

De um modo muito geral: nada! Quando digo nada, quero dizer nada que não se possa conviver

normalmente, desde que se tenha uma estrutura emocional bastante forte. A mediunidade, antes mesmo de ser um

problema de ordem espiritual é, antes de tudo, um problema de ordem fisiológica. Da mesma forma que uma pessoa

normal não poderá ficar muito tempo sem urinar ou mesmo defecar, podendo ter sérias complicações, levando-a, inclusive à

morte, uma pessoa que não pratique a mediunidade terá problemas de ordem física.

O primeiro sintoma de uma mediunidade mal trabalhada surge com um nervosismo exagerado, irritação levando a

distúrbios neuro-vegetativos. Dependendo da força mental desta pessoa, o processo poderá agravar-se ou não, podendo

até mesmo manter-se sob controle. A necessidade da prática mediúnica vem de acertos realizados antes mesmo de sua

presente encarnação. Para que possa fazer uso da mediunidade é preciso certos acertos em nosso corpo físico e astral.

Caso não se dê vazão a este processo, poderá haver um acúmulo de energia sobre o corpo, principalmente o emocional.

Concluindo, esta estória de que o "Santo" dá surras nas pessoas é pura invenção para por sobre "outros" ombros os

problemas de vida das pessoas. Cada um é responsável pelos seus atos. O "Santo" está ao nosso lado para nos

proteger e mostrar um caminho, nunca com a espada na mão pronta a descê-la ao menor deslize de nossa parte.

Por que a mesma Entidade incorpora pessoas diferentes?

Isto é um outro grande absurdo! A mesma Entidade não incorpora pessoas diferentes. Diferentes Entidades se

apresentam com o mesmo nome. Isto é o que acontece. É o mesmo caso se você, por exemplo, viajasse para fora do

país. Ninguém estaria interessado em saber se você se chama Maria, mora em Itaipuaçú, no município de Maricá, no

Estado do Rio de Janeiro, no Brasil. As pessoas estariam interessadas somente em saber se você é brasileira ou não.

Agora, como você existem mais 150.000.000 de brasileiros! E todos se identificam simplesmente como brasileiros! O

mesmo acontece com as Entidades. É como se fossem grandes famílias ou Escolas formadas por um grande número

de seres, que se identificam com certas práticas mágicas. Estes seres se agrupam por semelhança na maneira de

trabalhar e de ver as coisas.

Quando uma Entidade se apresenta como o Caboclo Pena Branca, não quer dizer que ali esteja realmente o

Caboclo Pena Branca, até porque nós, seres humanos vulgares, não teríamos condições energéticas de incorporá-Lo. Mas

com certeza ali está um Ser que trabalha nesta "Grande Família ou Grande Escola" chefiada por Pena Branca. Junto à

esta Família ou Escola poderemos ter centenas ou milhares de Seres que ali se atraem para realizar um trabalho de busca

de elevação da humanidade como um todo.

Havendo centenas de Centros de Umbanda no Brasil, é possível ter dois médiuns incorporando, ao mesmo

tempo, por exemplo, a Maria Mulambo?

Nenhum de nós, seres vulgares como somos, não teríamos condições de incorporar a Grande Força que é Maria

Mulambo. Quando um médium se diz incorporado com Maria Mulambo, na verdade está incorporado por uma Entidade que

trabalha na Luz de Maria Mulambo. Nesta "Família ou Escola" que chamamos de Maria Mulambo, existem mais centenas

ou milhares de Seres ali trabalhando pela mesma causa. Esta pergunta já está respondida na pergunta anterior.

Há possibilidade de algum médium parar de trabalhar? Quais as consequências?

Sim. Qualquer médium poderá parar de trabalhar sem que isto possa lhe ocasionar algum dano. Já falamos sobre isto em uma pergunta anterior. Se o médium apresentar um psiquismo equilibrado, não terá sérias complicações. Caso contrário, poderá ter problemas de ordem psíquica, acarretando danos ao emocional.

Alguns dizem que o médium tem a consciência de tudo que se passa durante as consultas. Ouros dizem que não. E ainda há os que dizem que isso depende do grau de desenvolvimento de cada um. Em quem deve-se acreditar?

Nos primeiros. O médium tem total consciência do que se passa durante os trabalhos. A perda da

Page 4: A conduta nos templos umbandistas

consciência, que ocorre em alguns casos, é fruto de um desequilíbrio por parte do médium.

Somente pessoas com descontrole emocional, podem apresentar incorporações inconscientes. O médium bem

trabalhado e com equilíbrio emocional apresenta um processo mediúnico consciente. A incorporação inconsciente,

normalmente, é gerada por obsessores, que destroem todos os canais energéticos do corpo por onde circula o prâna.

Como estes canais, a que chamamos de nâddhis, não se regeneram, a prática de incorporação inconsciente destrói, aos

poucos, o perfeito fluxo de energia no corpo do médium.

O que na verdade acontece e que o médium não entende muito bem é o fato de, na maioria das vezes, não lembrar-

se de muitas coisas que foram ditas durante a consulta. Na verdade, este não é um processo de incorporação inconsciente,

e sim uma entrega total do médium à Entidade. Explicando melhor, usarei de um artifício que elucide melhor o fato.

Imagine que você irá emprestar seu carro novo a alguém que você não sabe muito bem como dirige, ou seja, a alguém que

você não tenha muita confiança. No início, você ficará muito tensa e atenta a todos os movimentos desta pessoa. Com

o passar do tempo, você vai verificando que a pessoa dirige muito bem. Chega a um ponto tal que você, após adquirir

tanta confiança naquele ser, é capaz de emprestar-lhe o carro e até dormir durante a viagem! O processo mediúnico é o

mesmo. Com o passar do tempo, você vai adquirindo tanta confiança na Entidade que está dirigindo o seu corpo, que

relaxando, é capaz de se entregar totalmente a Ela e, quando todo o processo de incorporação terminar, você não se

lembrará de muita coisa que tenha dito ou feito. Mas o importante é que durante todo o trabalho, o médium tem inteira noção

daquilo que está acontecendo. Mesmo que mais tarde não venha a se lembrar de algumas coisas, durante o processo

tem inteira consciência de seus atos. Somente para enfatizar, isto não tem absolutamnte nada a ver com o grau de

desenvolvimento de cada um.

Qual o motivo das Entidades se recusarem a me dizer o nome daquela que se utilizou do meu aparelho?

Em primeiro lugar, para as Entidades, o nome não é o mais importante. O importante é, sim, o trabalho que irão

realizar e não um simples nome. Do que adianta um excelente maestro, se na orquestra os músicos não conhecem

muito bem a teoria musical? Seria muito melhor um maestro não tão renomado, mas que tivesse uma orquestra em

excelente condições de trabalho.

Em segundo lugar, o médium em um processo de desenvolvimento, poderá captar várias Entidades, pois que sua

"antena" ainda não encontra-se bem "ajustada". Assim, nenhuma Entidade irá dizer quem se apossou de seu corpo, de

forma a não induzir o médium a canalizar somente aquela determinada Entidade. Em um processo de

desenvolvimento várias Entidades se aproximam do médium ao mesmo tempo.

Em terceiro lugar, o fato de dizer quem está consigo, denota uma etapa já avançada no processo de

desenvolvimento. Quando um médium dá o nome de quem o acompanha, é sinal de avançado estágio no processo.

Logo, as coisas devem vir a seu tempo, não devendo serem antecipadas, sob pena de atrapalhar tudo.

Para a Umbanda, Jesus Cristo possui a mesma história de vida pregada pela Igreja Católica? Ele faz parte

da Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo)?

Visando fazer alguns acertos, Jesus é considerado O Cristo e não Jesus Cristo como se a palavra Cristo fosse um

sobrenome. Christo é um título e não um nome, da mesma forma que Buddha é um título e não um sobrenome. Jesus

incorpora a Força Chrística e Gautama incorpora a Força Búddhica. Ambas são a mesma coisa. Só diferem os nomes de

acordo com a Tradição, seja ocidental ou oriental. Para a Umbanda Jesus é um Avatar, ou seja, aquele que já tendo

ascensionado, volta ao planeta por um profundo amor à humanidade. Jesus é um Avatar em qualquer que seja a

Religião.

A Igreja Católica se apodera de Jesus, como se Ele pertencesse a alguém ou a um grupo de pessoas. Jesus, como

qualquer outro Avatar de nossa humanidade, pertence a toda a raça e não a um grupo de pessoas. Jesus representa

o Filho da Santíssima Trindade. Em todas as religiões existem as três Forças primordiais ou Divinas que a Igreja Católica

chama de Santíssima Trindade.

O problema é que o catolicismo, extremamente preconceituoso, pois é assentado nas idéias de Paulo de Tarso,

não aceitando a presença da mulher em nada, não aceita sequer a presença do feminino na Santíssima Trindade. Em

todas as religiões as Forças Primordiais são o Pai, a Mãe e o Filho. A Igreja Católica chama a Mãe de "o" Espírito Santo. Na

verdade o Espírito Santo é uma Força Feminina, mas camuflada pela Igreja Católica, que a esconde no simbolismo de uma

pombinha. A história de Jesus é contada pela Igreja Católica de forma a reforçar os seus dogmas. A verdade é bem outra.

Mas não nos cabe aqui entrar em detalhes neste assunto.

O fato é que toda religião possui suas três Forças Básicas ou Primordiais que são, em última análise, o Pai, a Mãe e o

Filho. Jesus representa o Filho. A Divindade que se fez carne. É como dizem os Princípios Herméticos:

"aquilo que está em cima é como o que está em baixo". No plano material, para que um ser nasça é preciso o pai e a mãe.

Page 5: A conduta nos templos umbandistas

No Plano Divino também é necessário a Força Feminina unindo-se à Força Masculina, gerando o Filho.

Já bebi água com mel numa Gira de Exu e guaraná com pirulito dissolvido (segundo o menino de angola, era

remédio). Qual o objetivo dessas duas práticas?

Cada Falange tem seus ímãs próprios. Ímãs são dádivas da natureza como as frutas, essências e flores, para citar

somente algumas, que são utilizadas pelas Entidades em seu trabalho mágico. Neste caso específico do mel e do

guaraná vemos o uso da glicose no trabalho de energização da pessoa. Além de energizar, pela presença da glicose que

se transforma em energia no organismo, cada Entidade tem o seu processo alquímico próprio, ou seja transformam o mel

na substância que seu organismo necessita, para encontrar o equilíbrio e, consequentemente, a saúde. O mesmo fato se

dá com o guaraná. Tudo é um processo de alquimia. Tudo pode se transformar naquilo que se queira. Aí está a magia de tudo!

Qual o sentido das Guias (suas cores, a quantidade usada pelos médiuns. Por que não podem ser tocadas

por outras pessoas)?

As Guias são assentamentos móveis usados pelos médiuns. Assentamentos são uma espécie de mandala para atrair

uma determinada Força. O uso das Guias é oriundo das religiões tibetanas. Como sabemos, a Umbanda é uma grande

colcha de retalhos feita com um pouquinho de cada religião.

O uso das Guias vem do Tibet, o nome dos Orixás do Candomblé, o "bater cabeça para o altar" do catolicismo

e asim várias de suas práticas têm origem nas mais diversas religiões. A Guia atrai uma determinada Força, além de

proteger o médium do ataque de seres indesejáveis na Gira, sendo suas cores determinadas pela Falange ou Orixá ao qual

está consagrada.

A quantidade é determinada pela necessidade do médium, não havendo nenhuma correlação entre o número de

Guias e desenvolvimento mediúnico, nem tampouco espiritual. Como é um objeto de uso particular, uma vez que cada

Guia é específica para um médium, não podem ser tocadas por outras pessoas, pois que a energia de cada pessoa é

diferente uma da outra.

Cada vez que se toca uma Guia, coloca-se um pouco da sua energia nela. Como uma Guia é feita para uma pessoa

em particular, o fato de tocá-la por alguém, irá deixá-la maculada por aquela energia. Além do mais, uma Guia é um objeto

ritualístico que, ao ser colocado no corpo, cruza o chákra coronário, ou seja, o ponto de energia mais importante de todo o

nosso corpo, localizado no alto de nossa cabeça, exatamente na posição da moleira de uma criança.

Caso uma pessoa tenha maculado a energia de nossa Guia, ao colocá-la novamente no corpo, é a energia desta

pessoa que irá cruzar este ponto energético tão importante para nós. Com certeza, isto não será benéfico ao médium. Mesmo

se a pessoa que tocou na Guia tiver uma "boa energia", o fato é que por mais boa que seja, é diferente do dono da

Guia. É só isto já é motivo para que ninguém as toque.

Além das Guias, há alguns objetos dados pelas Entidades à assistência que também não podem ser tocados

por outra pessoa. Por que?

Pelo mesmo motivo que o descrito na pergunta anterior. Qualquer objeto "trabalhado" para uma dada pessoa

tem, no seu sentido mais profundo, uma alquimia com a energia daquela pessoa. O fato de outra pessoa tocá-lo, irá

"desmanchar" esta alquimia, pois que irá impregnar o objeto com a sua própria energia. O motivo é o mesmo.

Já ouvi muitas pessoas se dizerem ser filhos, por exemplo, de Yemanjá e Oxoce. O que fazer para se obter

esse tipo de informação?

Ser "filho" de certos Orixás significa conhecer as duas Forças Cósmicas principais que atuam sobre aquele dado ser

humano. Todos nós trazemos uma maior sintonia com duas Forças básicas do Cosmos. Uma masculina e outra feminina.

Tecnicamente, chamamos de Vibração Original Masculina e Vibração Original Feminina, ou seja, na versão bem popular, um

"pai" e uma "mãe" de cabeça.

Quais são os motivos que levam uma Entidade a escolher aquele determinado médium para incorporar, ou

melhor, para trabalhar com ele?

São motivos de afinidade energética. Estes seres que "trabalham" conosco, por alguma razão, já estiveram juntos

conosco em outras vidas. Como alcançaram um desenvolvimento espiritual muito maior que o nosso, hoje vem até nós

para tentarem resgatar a nossa espiritualidade perdida em algum lugar do passado. Tudo, é claro, respeitando o

nosso livre-arbítrio, sem o qual não poderiam dispor de nosso corpo ou de nossa energia.

Povo-de-Rua trata de problemas materiais, como saúde, amor, trabalho. E os Caboclos?

Page 6: A conduta nos templos umbandistas

Os Caboclos tratam de problemas da consciência, principalmente.

Nos ajudam a crescer com nossa espiritualidade nos mostrando certos caminhos a seguir. É bom lembrarmos

que todas as Entidades podem tratar de qualquer problema, desde que estejam preparadas para tal.

Da mesma forma que nenhum ser vivo sobre a Terra é capaz de resolver todos os problemas do saber humano,

nenhuma Entidade também o é. As vezes temos o péssimo defeito de confundir uma Entidade com Deus. Somente Deus é

infalível e a Sua infalibilidade vem da Sua onipotência, onipresença e oniciência. Uma Entidade não! É um ser muito mais

desenvolvido do que qualquer ser humano encarnado, mas ainda muito distante da perfeição de Deus.

E o Preto-Velho?

O Preto-Velho vem nos ensinando a grande lição da humildade, sem a qual nenhum ser humano consegue se

aproximar da Divindade. Os Pretos-Velhos, além de tratarem dos problemas de saúde, também manipulam muito bem

toda a Força Mágica. Conhecem profundamente as artes mágicas, principalmente com respeito a alquimia do ser humano.

E a Criança?

A Criança trabalha com toda a nossa elevação espiritual. São os maiores Magos do Universo. Podem se utilizar de

qualquer ser para atingir o seu intento, desde que se justifique no engrandecimento de toda a raça humana.

E o Oriental, trata de problemas de saúde somente?

Não. Trata de todos os problemas de que tratam as outras Falanges, pois são as mesmas Entidades com uma

roupagem fluídica diferente. Invocamos nestes trabalhos a cura e a transformação de todos os nossos processos doentios,

por serem a maior demanda de nossa raça.

Existe uma ordem no grau de desenvolvimento destas Entidades? Pode uma Pomba-Gira se desenvolver

até se tornar uma Criança?

Não tem nada a ver. São tipos de trabalho e energia diferentes. Neste raciocínio, diríamos que entre o espectro de

luz visível, existem cores que são melhores do que as outras, ou seja, o vermelho iria se "desenvolver" até se tornar um

"violeta". Isto não tem o menor sentido! Cada cor tem a sua função específica e uma não é, de modo algum, melhor do que

a outra. Todas são úteis. Da mesma forma, uma Criança não é melhor do que uma Pomba-Gira. Cada Entidade tem o seu

papel dentro do Plano traçado para evolução de nossa raça. Colocar uma Pomba-Gira com memos importância do que uma

Criança, seria o mesmo que dizer que a matéria não importa ao processo de evolução da raça.

Isto é um absurdo! Sabemos perfeitamente, por depoimentos obtidos em todas as Ordens, que a matéria é a única via de

ascensão do ser humano.

Sem a matéria ninguém evolui. Como dizer que o trabalho de uma Pomba-Gira, conhecida esotericamente como a

Senhora do Templo da Carne, é menos importante do que o trabalho desenvolvido por uma Criança. Todas as Entidades

são igualmente importantes no trabalho de ajuda ao ser humano que a elas recorrem. Cada uma com o seu campo de

ação, porém, todas trabalhando dentro do Grande Plano desenvolvido pelos Senhores do Karma, para a raça humana atual.

Quais as classificações dos espíritos ?

Na verdade as classificações são qualidades para se alcançar a Divindade. Exu e Pomba-Gira representam a

qualidade da ousadia, do crescimento na matéria. Caboclos representam a qualidade da punjança e coragem sem as

quais não se alcança nada. Pretos-Velhos representam a qualidade da humildade, sem a qual a presunção será uma

grande cortina a velar todos os conhecimentos ocultos.

As Crianças representam a qualidade da alegria, sem a qual ninguém poderá ir de encontro à sua Divindade. E todos

representam o Amor, elemento básico na evolução da raça humana. Elemento que vem sendo difundido por todos os

Avatares de nossa Era e que até hoje ainda não aprendemos a desenvolvê-lo dentro de nós. Ainda conhecemos

somente o Amor possessivo e não o verdadeiro Amor altruísta. Todos os espíritos que se adaptam ao ritual de

Umbanda se "encaixam" em uma das inúmeras classificações que existem . Não são somente estas cinco. Existe mais um

grande número de outras Falanges que aqui não foram citadas, como os Marinheiros, Ciganos, Boiadeiros, Mineiros e

tantos outros.

Todas as Falanges estabelecidas pela Umbanda, visam classificar, com fins didáticos somente, os espíritos que nela

atuam.

Mas nem todos os espíritos ligados à aura do planeta Terra estão desenvolvendo o seu trabalho dentro do ritual de

Umbanda.

Page 7: A conduta nos templos umbandistas

Assim, mesmo que possamos a todos enquadrar em uma das diferentes classificações, de vez serem qualidades que

cada um, em última análise possui, nem todos estão "ligados" ao ritual umbandista.

Após ser Criança não há mais o que desenvolver? Qual seria o nome das Entidades mais desenvolvidas do

que as Crianças e menos desenvolvidas do que o Povo-de-Rua? Não há a possibilidade de se trabalhar com

elas?

Novamente aqui vê-se o preconceito de se achar que a Pomba-Gira é menos importante do que a Criança, pois que

trata de problemas de ordem material. A matéria é a única via de ascensão do ser humano. Ela é tão sagrada quanto o

espírito. Uma vez esclarecido que todas as Entidades são suficientemente desenvolvidas para nos ajudarem em nosso

trabalho de elevação espiritual, vamos a explicação. Saindo-se da aura do planeta, iremos encontrar toda uma enorme

hierarquia. Libertando-se do karma do planeta Terra, o indivíduo ascensiona e pode se tornar um Mestre. Depois chega

a ser um Iniciado e chega até um Adepto.

Daí para diante passa por diversos postos até encontrar-se diretamente com a sua essência Divina, ou seja Deus.

Ninguém "trabalha" com estas Entidades através de um processo de incorporação. É somente pela intuição, via de

comunicação com o plano mental, através do qual se "alcança" estas Entidades. Além disto, a mente humana ainda não se

desenvolveu o bastante para alcançar Planos Superiores. A matéria é o plano mais denso de toda a hierarquia. Abaixo de

nosso plano, não há comunicação com a raça humana. Somente nestes casos, o aniquilamento poderá ser feito, pois que,

"do outro lado", o mesmo lhe aguarda. Este aniquilamento, do qual não entraremos em detalhes, por exigir

conhecimentos teosóficos mais profundos, leva o indivíduo a um estado de "trancafiamento" de sua consciência,

permanecendo neste estado até que tenha condições de, novamente, ir em busca de seu despertar. Agora temos o

ponto mais delicado de toda a discussão. Como saber em qual situação encontra-se o indivíduo? É, simplesmente,

impossível de conhecê-lo. Assim, a decisão pela pena de morte é algo muito delicado, principalmente quando, nestes

casos, o juiz vê-se envolvido por uma comoção social que poderá agregar centenas, milhares ou, até mesmo, milhões de

pessoas.

O que é loucura para a Umbanda? Karma, obsessão de outros espíritos...?

Para início de conversa vamos definir bem os termos com os quais estamos lidando. A palavra Loucura, do ponto-de-

vista esotérico, denota o estado de pré-iluminação, no qual todo ser que busca a sua elevação acaba por vivenciar. Bem

entendido, é claro, que este é um estado no qual muitos poucos têm condições de vivenciar. Melhor explicando, a média da

população está longe de entendê-lo. Loucura é o estado vivenciado pelo Louco do Tarô, o ser que inicia seu retorno ao Pai.

Loucura, no jargão esotérico, é um ser que vivencia todos os planos de manifestação simultaneamente. Percebe e

recebe informações, quer sejam do mundo físico, astral ou mental. Caso não tenha sido preparado previamente, este estado

poderá levar o indivíduo ao estado de pura maluquice, doideira, mesmo.

Esta palavra sim, doido, tem a conotação que o vulgo lhe dá. Na maioria das vezes, caso não haja preparação

para o indivíduo tornar-se um Louco, ao vivenciar vários mundos ao mesmo tempo, inicia um processo mental, denominado

pelos psicólogos, de doido ou maluco ou até mesmo de louco. Mas neste caso, bem diferente do Louco que tem plena

consciência daquilo que lhe acontece. Imagine uma pessoa despreparada vivenciar vários planos de manifestação

simultaneamente. Normalmente, não conseguimos nem ao menos vivenciar nosso plano físico de modo íntegro, imagine

aperceber-se de todos os outros ao mesmo tempo.

Este estado de loucura ou maluquice é fruto, logo de início, pela falta da "linha do tempo". O Louco, por não

vivenciar somente o plano físico, vive em mundos em que a "linha do tempo" não existe, pelo menos não como a

entendemos. Desta forma, presente, passado e futuro se misturam e se fundem em sua mente, imprimindo

emoções do agora, do passado e daquilo que ainda está por vir. Isto provoca um estado chamado, pelos psicólogos, de

esquizofrenia. Concluímos, então, que todo Louco (o Divino) é um esquizofrênico, mas nem todo esquizofrênico é um Louco e

sim um maluco ou doido. A meta do ser humano é tornar-se, um dia, um Louco, de modo a iniciar o seu processo de

retorno ao Pai. Neste caminho, ou você se torna um "Louco Divino" ou não passará de um "doido de beira de rua".

Tendo esclarecido estas questões, passamos a pergunta do que vem a ser a loucura, ou melhor, a

"maluquice ou a doideira" das pessoas. Um dos fatores já foi discutido nos parágrafos anteriores. Aliás, esta é a maior de

todas as causas, apresentando um grande índice de incidência. A maioria dos esquizofrênicos são pessoas que não

conseguem lidar com este novo "estado de espírito" que nelas inicia-se a brotar. A fim de tornarmos mais didática a nossa

dissertação, vamos dividir as causas da loucura em dois tipos: exógenas (de origem exterior) e as endógenas (de origem

interior). Começando por aquelas de origem endógena, a busca pela "iluminação" é das mais freqüentes.

Page 8: A conduta nos templos umbandistas

Outra, é a descompensação química no organismo, fator bastante comum, principalmente nos dias de hoje, com a

alimentação tão desequilibrada do ser humano, carente da grande maioria dos oligoelementos (metais que encontram-se

em quantidades ínfimas, porém, de extrema importância) essenciais ao bom desempenho do corpo humano; como

exemplo citamos o lítio, bastante famoso em nossos dias. Analisando agora as de origem exógena, a obsessão de

seres do plano astral, que imprimem códigos comportamentais distintos da sua vítima é a mais freqüente nesta categoria.

Certos psicólogos chamam a este ser, do mundo astral, de personalidade intrusa, os famosos PI. Costumam causar

seríssimos danos à vítima, não só no corpo físico como também em outros corpos da constituição humana. Outra causa,

de ordem exógena, reside nos distúrbios emocionais a que os seres humanos estão sujeitos, tais como, perda de alguém

muito próximo ou bruscas transformações na vida de uma pessoa. Este desequilíbrio emocional altera toda a química

do organismo, favorecendo às personalidades intrusas se instalarem no organismo desequilibrado, gerando um

desequilíbrio ainda maior que, por sua vez, favorece ainda mais a instalação de outros obsessores, levando a estados mais

alterados de consciência. É a doideira generalizada.

O espírito pode reencarnar num animal irracional, planta ou mineral?

Existem duas grandes Escolas ou Tradições nas quais baseia-se a maioria das religiões. Uma Ocidental e a outra

Oriental. Nenhuma religião ocidental, ou seja, do lado de cá de nosso Globo, aceita o fato da "involução", a reencarnação

do homem num animal irracional, planta ou mineral. Estamos sempre caminhando para frente ou, quando muito,

estagnados em um ponto, porém, nunca para trás. Já, certas religiões baseadas na Filosofia Oriental, aceitam a

reencarnação do ser humano como animal irracional. Daí, preocuparem-se muito com os animais domésticos a sua

volta, pois julgam tratar-se de antepassados. Importante é não escarnecer de nenhuma Filosofia, pois que todas são fruto

de "algo" divino. A melhor "filosofia de vida" é aquela que nos ensina a respeitar todo e qualquer ser vivo como se

estivéssemos respeitando a nós próprios!

A Umbanda faz regressão de vidas passadas?

Nenhuma religião se propõe a realizar a regressão a vidas passadas. Este fato não é, por outro lado, banido de seus

rituais, quando ocorram naturalmente. O lapso de tempo, por alguns chamado de "insight", para ocorrer a regressão,

requer uma técnica apurada, de modo a não causar traumas na pessoa que se dispõe a realizá-la. Os rituais da

Umbanda, quando a pessoa se coloca em estado de receptividade, favorecem este "ligamento" com o passado. Mas,

de modo algum, isto deve ser enfatizado ou alimentado. Conforme nos ensina a Teosofia, não é por acaso que todo ser

humano encarna sob o "véu do esquecimento", de forma a facilitar o seu pleno desenvolvimento, além de facilitar, em

muito, seu resgate kármico com todos aqueles com quem deva se relacionar. Imaginemos, por exemplo, uma pessoa que,

na presente encarnação, está aprendendo a amar uma outra pessoa e, ao fazer uma regressão, descobre que aquele a

quem tanto ama foi seu algoz em uma encarnação passada. Imagine a seriedade dos problemas nos quais esta pessoa se

verá envolvida, podendo levá-la a ter ódio daquele que já começava a desenvolver uma forma de amor. Por isso, a regressão

à vidas passadas, quando não com finalidades terapêuticas, deverá sempre ser evitada. É válida quando sugere-se abolir

traumas ou fobias decorrentes de causas no passado distante. Somente nestes casos deverá ser empregada. Nunca com

finalidade de querer se saber quem foi, se príncipes ou princesas. Já perceberam a quantidade de "Cleópatras" encarnadas.

Dificilmente vemos casos de regressão em que o indivíduo se vê como um lavrador, feirante ou gente comum do povo.

Através da Umbanda podemos nos comunicar com amigos ou parentes que já faleceram?

É possível, mas não é norma ou rotina. A Umbanda é uma religião que não faz o culto aos mortos, como o catolicismo e

o kardecismo. A Umbanda cultua Entidades do Plano Mental. É claro que todas as Entidades de culto dentro da Umbanda

já estiveram encarnadas e, sob este aspecto, são também "mortos". A diferença reside no fato de que o "morto", como o

vemos, vivencia o Plano Astral, enquanto que uma Entidade vivencia o Plano Mental. Nossos amigos ou parentes,

pelo simples fato de o serem, significa que têm pouco tempo (10, 20, 30 ou 50 ou 60 anos) de falecidos.

Dependendo do adiantamento espiritual de cada um, isto pode ser ainda muito pouco para já terem se despido

de suas "vestes" astrais, vivenciando, por conseguinte, este Plano. Como o adiantamento espiritual de cada um é algo

extremamente difícil de ser avaliado, fica, da mesma forma, extremamente difícil de se avaliar "por onde anda o nosso

amigo ou parente".

Quando ocorre de uma pseudo-entidade identificar-se como um amigo ou parente, o fato, por si só, já é merecedor

de nossa desconfiança. Uma Entidade (note-se o E maiúsculo) não se identificaria nunca como um amigo ou parente,

isto porque, para que tenha atingido o grau de uma Entidade, na forma como a Umbanda a vê e entende, seria

necessário já ter-se despido de seu ego personalístico ou inferior, pois estaria "vibrando" no Plano Mental. Assim,

Page 9: A conduta nos templos umbandistas

escolheria um nome fantasia qualquer, destes utilizados pela Umbanda e tão carregados de sentido mágico.

Quando acontece da identificação ser através do nome do falecido próximo, com certeza, ali não está uma Entidade e

sim, a própria essência do falecido, buscando conforto e o que necessitar. Só que este conforto deve ser realizado pelas

Entidades, através da Falange de Pretos-Velhos. É a eles que devemos dirigir nossas preces ao desencarnados. Do

exposto, fica claro que a invocação de pessoas desencarnadas é algo a ser evitado, pois carrega consigo toda a energia do

Plano Astral, o que, dependendo da energia, poderá trazer malefícios aos que lhe cercam.

Qual a posição frente ao álcool, ao cigarro, às drogas a base de ervas e cocaína, heroína, crack, êxtase e

outras?

A grande Força da Umbanda reside na prática do mediunismo. Esta prática é natural, não devendo ser induzida por

nada. Tudo o que foi citado na pergunta, sejam quaisquer que sejam as drogas, gera um estado de alteração na

consciência provocado por fator externo e não natural. Esta forma de indução do transe é extremamente prejudicial à saúde,

"queimando" e rompendo com os nâddhis do nosso corpo. Os nâddhis são canais energéticos por onde circula a energia

prânica. Melhor explicando, são canais por onde circula a energia emanada do Sol, fonte de toda a nossa vitalidade. Estes

canais têm sua correspondência no plano físico no sistema linfático.

Estes nâddhis, são como as células nervosas de nosso organismo, que uma vez destruídas não se recuperam mais. Daí

o cuidado que devemos ter nas práticas mediúnicas. Outro fator que deve ser ponderado em nossa análise, é o fato do uso de

drogas, levar o usuário a níveis de consciência que o fazem vivenciar planos, onde os habitantes, pela simples

"proximidade", induzem a cada vez mais, a procura de sua própria satisfação. Como se tudo isto não bastasse, alia-se o

grande mal que todas estas drogas acabam por provocar em nosso corpo físico, o qual é tão sagrado quanto os outros.

O corpo que nos faz vivenciar o mundo físico não nos pertence. Pertence à Mãe Terra que no-lo empresta para seguirmos

nossa rota evolucionária. Ao final da presente encarnação, temos a obrigação de devolvê-lo, sem que tenha sofrido muitos

maus tratos. Não temos o direito de destruir algo que não nos pertence. Os Mestres já nos diziam que, nossa raça atual,

teve seu corpo físico "planejado" para durar mais de 100 anos e que, por diversas práticas errôneas, aos 70 anos ou em

muitos casos bem menos, nosso corpo já está bastante alquebrado, não permitindo ao nosso espírito que se manifeste

em toda a sua plenitude. O uso de drogas provoca sérios danos ao corpo físico, tanto quanto aos corpos energéticos. Além

disto, todas estas drogas induzem ao vício e, qualquer que seja o vício gera uma dependência. Esta dependência não cessa

com a "morte" do corpo físico. Como tem sua origem no corpo emocional ou astral, também chamado de corpo das ilusões,

a necessiade do uso, no sentido de satisfazer a dependência, irá continuar mesmo após a "morte". Isto gera dantescas

situações, onde drogados fazem qualquer coisa na busca de sua satisfação, nem que seja através de um corpo que não o

seu.

De todo o exposto, concluímos que o uso das drogas, por qualquer que seja o motivo, é terminantemente vedado

em qualquer que seja a religião. Visando não omitirmos nada com referência a este assunto, cabe-nos mostrar o

outro lado da questão. Quando falamos que todas as religiões abominam o uso das drogas, estamos falando do uso

exotérico, ou seja, do uso por qualquer ser, fora de uma ritualística. Analisando mais profundamente a questão, vamos

perceber que todas as religiões utilizam várias ervas denominadas de sagradas. Estas ervas sagradas, em sua maioria,

são ervas alucinógenas, que provocm um estado de "transe". A diferença está em que este transe provocado pela erva

sagrada é feito dentro do Templo, sob supervisão, em horários corretos.

Outro fator é a hora da colheita das ervas. Uma erva lunar não pode ser colhida com o Sol. Já as ervas solares não

podem ser colhidas com a Lua. Uma erva lunar não pode ser consumida à noite. Já as ervas solares não devem ser

consumidas ao Sol. E mais diversos outros parâmetros devem ser considerados.

Não vamos nos estender mais sobre este assunto, pois que estaríamos entrando em uma seara esotérica, ou seja, vedada

aos curiosos. Somente a título de curiosidade, basta ler qualquer trabalho sobre as religiões antigas e vamos encontrar

o uso de diversas ervas, ditas sagradas, na sua liturgia.

Qual a finalidade de se entrar por um lado e sair pelo outro durante as consultas?

Durante os trabalhos de consulta são formadas diversas correntes, em volta de todo o Templo, como se

estivessem circulando em volta das Entidades que ali estejam presentes, em volta de altares e em volta de vários

outros lugares. Estas correntes, exatamente como se fossem uma corrente elétrica, têm um sentido.

Caso você tome o sentido contrário de uma dessas correntes, ou a interrompa, poderá causar um "curto-circuito" e

receber um "choque". Este choque, não necessariamente sentido na hora, poderá lhe ocasionar danos aos seus

corpos energéticos. Daí a necessidade de se respeitar as indicações de como se movimentar dentro de um Templo, dadas por

um médium experiente.

Page 10: A conduta nos templos umbandistas

Que comida é típica de cada Falange? Qual o motivo dessa prática?

Iniciando por responder pela segunda parte da pergunta, a palavra "comida" para designar os ímãs de cada Falange

não é a mais apropriada. Comida nos dá a impressão, como o nome sugere, algo que será comido, ou degustado por uma

dada Entidade. E isto é completamente falso. Nenhuma Entidade precisa se alimentar, tal qual estivesse em um corpo

material. Só a matéria precisa do alimento físico, e como as Entidades não possuem um corpo físico, não precisam de

comida para se alimentarem. Como dissemos, só a matéria precisa do alimento. Assim, de forma a atingir objetivos de

ordem material, são ofertadas "comidas", para que a energia por elas liberadas, sejam utilizadas para um

determinado fim, na matéria.

Quando oferecemos cachaça, mas conhecida por marafa, a uma determinada Entidade, é evidente que a Entidade

não bebe a cachaça. A energia contida naquele material é canalizada, pela Entidade, a um determinado fim. No caso

específico da cachaça, a título de curiosidade, sabemos que possui, em sua composição, o azoto. Este mesmo componente é

a matéria prima na formação da vida no planeta, sem o qual, a mesma não seria possível. Vemos, então, que é o azoto

contido na cachaça, a matéria-prima utilizada nos "trabalhos" de certas Entidades e, que de modo algum, uma verdadeira

Entidade, utilizaria a cachaça ofertada para bebê-la. O mesmo se aplica às "comidas". Nenhuma Entidade irá comer o que

lhe foi ofertado. Utilizará, isto sim, da energia emanada pela combinação alquímica do "despacho". As Entidades são os

grandes alquimistas. O processo de "despacho com comidas de santo", conforme o vulgo define é, em realidade, uma

poderosa alquima, que combinando diversos materiais, produzem uma emanação energética tal, que atenderá aos objetivos

que se propõe.

Esta alquimia, normalmente feita com as dádivas da natureza, como as frutas, legumes, vinhos, sumos de plantas

e diversos outros materiais que não sejam de origem sacrificial, poderá, também, ser feita utilizando-se metais, pedras,

velas coloridas e qualquer outra coisa que a natureza nos ofereça sem que tenhamos que "matar", ou melhor, cortar a

evolução, para conseguirmos noso intento. A oferenda de flores, tão popular nos ritos Umbandísticos, tem uma

interpretação semelhante. É evidente, por exemplo, que a Força de Yemanjá, não necessita de nossas flores para agradá-

la. Quando vamos à praia, habitat natural da vibração de Yemanjá, para ofertar-Lhe flores, estamos, na verdade, facilitando

a comunicação nossa com esta vibração. Explicando melhor, no momento em que colocamos no mar as flores,

estando em presença do habitat natural de Yemanjá, estaremos canalizando para nós mesmos esta vibração, entrando,

desta forma, em sintonia com esta vibração e recebendo seus eflúvios. Percebemos, do exposto, no fundo da questão, que

as flores são para nós mesmos e não para Yemanjá. Como é sábia e interessante a Umbanda! Voltando, agora, para a

primeira parte de sua pergunta, abaixo apresentamos as "comidas" típicas de cada Falange:

Ibeijada: Todos os doces de um modo geral, como os distribuídos nas Festas de S. Cosme e S. Damião, cocadas e guaraná.

Caboclos: Frutas diversas e legumes diversos, dependendo do Orixá ao qual está ligado. Vinho moscatel ou sumo de

ervas, dependendo, também, do Orixá ao qual está ligado.

Pretos-Velhos: Mingau-das-Almas (preparado feito com água e farinha de arroz), agrião, rapadura, melado e vinho

tinto.

Exu: Farinha de mesa, dendê, cebola, alho, pimentas malaguetas e cachaça

Pomba-Gira: Farinha de mesa, dendê, cebola, alho, pimentas dedo-de-moça e Cidra.

Quando se tem várias Entidades, da mesma Falange, nos incorporando, isto significa que todas irão

trabalhar conosco ou que, ao final de um processo, só restará uma trabalhando?

Normalmente, o médium em um estágio de desenvolvimento sofre a atuação de diversas Entidades da mesma

Falange. Ao final do processo, as Entidades ficam definidas e, quase sempre, somente uma irá trabalhar nas

consultas, ou mesmo nenhuma, caso não seja um médium com este tipo de mediunidade. Só ao final do processo tudo

irá se definir.

As rosas vermelhas são utilizadas na Gira de Povo-de-Rua. Quais as flores utilizadas nas outras Giras e por

quê?

A utilização das flores tem o mesmo significado dos ímãs (comidas de santo) ou da libação (bebida de santo). Cada

uma atrai, com maior facilidade, determinadas vibrações. As rosas vermelhas, carregadas de grande magia são

consagradas à Pomba-Gira. A seguir apresentamos as demais:

Exu: qualquer flor, dependendo do Orixá ao qual se liga. Normalmente, possuem uma flor sua, que lhe é característica.

Caboclos: aplica-se o mesmo que a Exu.

Pretos-Velhos: margaridas ou qualquer outra, dependendo da Entidade

Page 11: A conduta nos templos umbandistas

Crianças: flores do campo ou qualquer outra, dependendo da Entidade

Oriente: qualquer flor de miolo amarelo

Como as pessoas iniciam seu trabalho na Umbanda?

Freqüentando um Templo e aguardando que, um dia, a Entidade que dirige os trabalhos faça o convite par o ingresso.

Qual o significado da Cruz?

Conforme já respondido em perguntas anteriores, a Cruz representa a crucificação do Espírito na matéria. É o próprio

processo de encarnação. Reparamos que a Cruz possui quatro partes, que simbolizam também a "prisão" nos quatro

elementos que formam o mundo material: terra, água, fogo e ar. No Antigo Egito colocava-se uma espécie de cruz sobre

os cadáveres, da mesma forma que hoje o praticam os católicos. Reparem que estamos falando da cruz católica, um dos

símbolos mais difundidos no mundo ocidental. Existem várias outras cruzes com simbolismos os mais diversos da cruz

católica. Como por exemplo, citamos a Cruz Ansata, a Cruz do Calvário, a Cruz Suástica, a Cruz Hermética e a Cruz Jaina,

dentre outras.

Por que devemos pedir o que queremos para as Entidades? Elas não sabem do que necessitamos?

Aqui cabe-nos ressaltar dois pontos distintos. O primeiro é a tendência que temos de julgar uma Entidade como se o

próprio Deus fora. Uma Entidade, por mais evoluída, espiritualizada que possa estar, ainda assim, está bastante distante

de Deus. Somente Deus tem a faculdade de estar em todos os lugares ao mesmo tempo, significando poder

nos sentir e compreender em toda extensão. Assim, somente Deus poderá nos entender profundamente. É claro

que, comparados conosco, seres imperfeitos e rudes que ainda somos, uma Entidade é o próprio Deus, mas devemos

lembrar que, ainda assim, não é Deus. Outro ponto, é a questão que novamente se coloca, que é a aplicação da Lei Maior

que nos fala sobre o livre-arbítrio. Uma Entidade, mesmo sabendo de todas as nossas necessidades, nada poderá fazer

caso não seja convocada a intervir. Quanto mais espiritualizada e evoluída seja uma Entidade, quanto menos intervem

em nossas vidas, pois o respeito à Lei do Livre-arbítrio é o mais sagrado de todos os princípios. Nada é feito a menos que seja

solicitado! Logo, uma Entidade só nos ajuda, quando for solicitada. Do contrário, nada é feito, pois há o respeito ao livre-

arbítrio de cada um. Outro ponto a ser ressaltado, quando abordamos este assunto é a questão da humildade. O fato

de julgarmos que uma Entidade sabe de nossas necessidades, nos abstendo do direito de solicitar ajuda, denota uma

grande falta de humildade. É desculpa que buscamos, tentando encobrir nossa arrogância e prepotência, julgando que as

Entidades têm a obrigação de saber de nossos problemas, como se os mesmos fossem a coisa mais importante com

a qual teriam de se ocupar.

Quanta falta de senso de coletividade, achar que pequenos probleminhas nossos, possam ser mais

importantes que as grandes diretrizes a serem seguidas pelos nossos Mestres. De todo o exposto, nossa correta

atitude perante uma Entidade, é sempre a de pedir por algo ou alguém, sem que o pedido interfira no livre-arbítrio de

outrem. E que não se esqueça de algo tão importante quanto o pedir, que é o agradecimento por todas as dádivas recebidas.

Agindo desta forma, e respeitando uma Entidade com todas as reverências de que são merecedoras, estaremos, sem

dúvida alguma, agindo da maneira a mais correta possível.

Como conseguimos resgatar um karma familiar, quando a Entidade pede para levarmos uma pessoa até o

Templo e a mesma se recusa a nos acompanhar?

O resgate de qualquer karma é uma ação que poderá envolver uma, duas, centenas, milhares ou até milhões de

pessoas.

Existem casos em que o resgate é feito através de uma única pessoa, cabendo para tanto que a mesma faça aquilo

previsto pelos Senhores do Karma, sempre ressaltando-se que todo o ser realiza o que quer, movido pela Lei do Livre-

arbítrio. Quando as ações a serem desenvolvidas dependem de mais de uma pessoa, é preciso que se reuna as condições

propícias para tal resgate. É o caso de se agruparem as pesoas em famílias; bairros; cidades; nações ou grupamentos

sociais, como por exemplo, escolas, empresas ou templos religiosos. Vemos, então, que é importante a participação de

todos os envolvidos com um determinado resgate. E, sempre, de uma forma ou de outra, nossas ações acabam nos dirigindo

para tal fim. Mas a Lei do Livre-arbítrio novamente precisa ser aplicada. Quando a Entidade solicita a presença de uma

pessoa através de uma outra, cabe àquela que recebeu o recado, passá-lo adiante. Sua responsabilidade estará aí encerrada.

Agora, só dependerá da pessoa que foi solicitada acatar ou não o recado. O importante é que o intermediário

desincubiu-se de sua missão, estando as próximas ações nas mãos do outro.

Page 12: A conduta nos templos umbandistas

O que significam os elementos Fogo, Água, Terra e Ar?

O Fogo representa o espírito. Em nosso organismo é representado pelos nossos hormônios. É a criação. É a essência

Divina. É a chama que a tudo dá vida e ilumina. A chama da vela simboliza este elemento. A Água representa a nossa

emoção, nosso corpo astral e todas as ilusões da vida. Em nosso organismo é representada por todos os fluidos de nosso

corpo. Todas as flores e plantas, bem como a própria água, simbolizam este elemento.

A Terra representa nosso corpo físico e toda a fartura e prosperidade do mundo material. Em nosso organismo

está representada pelos nossos ossos que nos dão a sustentação para a vida. Os cristais e o punhal simbolizam bem

este elemento.

O Ar representa nossa mente. Em nosso organismo está representado pelo próprio ar que move nossos pulmões e

promove a vida dentro de nós. Os incensos, de um modo geral, simbolizam este elemento. Reparem que fizemos menção

ao nosso espírito e à nossa mente. São coisas distintas. O Espírito é a nossa essência mais pura e Divina. Nele está o elo de

conexão com a Divindade. Nele está a partícula Divina que habita em nós. Já nossa mente é algo mais denso, que da mesma

forma que nosso corpo astral, burilado pelas nossas emoções, forja os diversos corpos de nosso ser, evoluindo até fundirem-

se em uma única coisa que é o espírito.

O que distingue os espíritos que estão "ligados" ao ritual umbandista dos que não estão?

Absolutamente nada! Quanto mais evoluído for um espírito, maior a sua capacidade de adaptação em qualquer que

seja o ritual praticado.

A CONDUTA NOS TEMPLOS UMBANDISTAS

O sucesso dos trabalhos efetuados em uma sessão espiritual depende, em grande parte, da concentração e da postura de médiuns e assistentes presentes.

Os templos umbandistas são locais sagrados, especialmente preparados para atividades espirituais, e que têm sobre seus espaços uma cúpula espiritual responsável pelas diretrizes básicas de amparo, orientação e segurança daqueles que, ou buscam ali a solução ou o abrandamento de seus males, ou dos que emprestam sua estrutura física para servirem de veículos à prática da caridade.

Apesar disto, alguns participantes julgam que, por tratar-se de culto de invocação, não se deve dar a devida atenção e respeito, sendo tais virtudes ausentes nestes indivíduos. Respeito, palavra que muitos bradam quando são contrariados, mas que cai no esquecimento daqueles que muito ofendem.

Temos visto, para nossa tristeza, que alguns dirigentes de terreiros deixam muito a desejar no que se refere ao assunto em pauta. Permitem que pessoas de má índole façam parte de seu quadro médiúnico; permitem aconchegos e conchavos; são muito tolerantes ao permitirem ingressar no salão de trabalhos pessoas com trajes incompatíveis com o que se realiza ou pretenda realizar. Permitem conversas paralelas, algazarras, exibicionismos, bajulações etc., esquecendo-se que tais comportamentos atraem e "alimentam" os kiumbas desqualificados, que, aproveitando-se das vibrações negativas emanadas por estas pessoas, desarmonizam e quebram a esfera fluídica positiva, comprometendo assim os trabalhos assistenciais.

Devemos lembrar que o silêncio e a pureza de pensamentos são essenciais ao exercício da fé.Temos observado também que alguns assistentes, e mesmo alguns médiuns, dirigirem-se desrespeitosamente aos

espíritos trabalhadores. Debocham de suas características e duvidam de sua eficiência. Entretanto, quando passam por uma série de sofrimentos físicos e espirituais, tendo recorrido inclusive a médicos, sem êxito, recorrem àqueles mesmos espíritos que outrora foram alvos de sua indiferença. Restabelecidos, atribuem sua melhora ao acaso.

Que Deus na sua infinita misericórdia, abra estes os corações brutos à preciosidade dos trabalhos de Umbanda.Devem, médiuns e assistentes, observar o silêncio e o pensamento em situações ou coisas que representem fluídos do bem. Este procedimento tem como consequência a irmanação energética com os espíritos, decorrendo daí o derramamento sobre o terreiro do elixir etéreo da paz e da fraternidade.O que se consegue do mundo astral é, antes de tudo, fruto da bondade e do merecimento de cada um.

A conduta reta e positiva deve ser a tônica em uma agremiação umbandista, para que os Guias e Protetores possam instalar no mental e no coração de cada participante sementes de bondade, amor e proteção. A homogeneidade de pensamentos é instrumento de poder do ser humano, rumo a concretização de seus desejos, sendo fundamental que se apresentem límpidos e sinceros em uma Casa de Umbanda.

CONCENTRAÇÃO E EQUILIBRIO

Você está equilibrado emocionalmente e psicologicamente com a sua saúde em perfeito estado?São pontos primordiais para uma boa Concentração dentro de um terreiro de umbanda, ou fora dele.Dizemos fora dele, aos Médiuns que estejam prontos e com a permissão do guia chefe do Centro, para desempenhar os seus trabalhos e consultas fora do terreiro. O equilíbrio destas funções é necessário para qualquer Médium em desenvolvimento, ou já desenvolvido, para que possa trabalhar na linha da FÉ e Caridade.Não é porque um Médium tem vinte anos de mediunidade que ele está sempre pronto para concentrar para qualquer guia ou entidade. Meus irmãos o ato de você se concentrar nada mais é do que você ligar um rádio dentro da sua mente e sintonizar uma estação. Essa estação que você tenta captar é a ligação que você Médium tem com o Mundo Espiritual. Neste momento é que vem a importância de um Centro.

Queridos e amados irmãos, para você aprender a se concentrar é importantíssimo verificar onde você está pisando e quem vai lhe desenvolver, pois você ira se doar plenamente a essa pessoa. Assim é recomendado que você veja e reflita

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no que está fazendo, e no passo que irá dar, pois uma vez que você estiver Concentrando em um lugar que não seja de bem, você irá receber a comunicação de Espíritos que não estejam do bem também.Para uma Concentração de bem e perfeita, é importante que esses pontos acima estejam em perfeita harmonia com o irmão.

Para o Médium novo nunca se deve concentrar com o Mundo Espiritual fora de um Centro, sem a presença de seu Médium Chefe. Assim como há irmãos no Mundo Espiritual que queiram ajudar, também tem irmãos que só querem atrapalhar ou mesmo prejudicá-lo. Às vezes não fazem por mal, mas por ignorância ou falta de esclarecimento.Existem alguns locais que temos que evitar nos Concentrarmos, a não ser que tenhamos autorização.São eles: encruzilhadas, cemitérios, hospitais, capelas, centros em visita, casa de Exú, pôr brincadeira ou curiosidade.

Concentração: simples:

Peça licença a Deus.Peça licença a nosso pai Oxalá.Peça licença e proteção ao Dono do Gongá.Peça licença e proteção a seu Anjo de Guarda.Afaste tudo que estiver tomando a sua atenção.Feche os seus olhos.Sinta o seu corpo.Respire fundo lentamente.Bloqueie seus ouvidos para o que tiver escutando.Através do pensamento eleve-se e transporte-se até onde você quer chegar.Leve o pensamento até quem você quer sintonizar ou chamar.Solte o corpo e mente.Não fique ansioso.Não interfira com outros pensamentos.Confie plenamente nos seus guias ou entidades.Entre no compasso e nas batidas do tambor se houver.Sinta arrepios, calor, frio, vontade de chorar, rir, pular, dançar, felicidade.Deste modo, você está pronto para a incorporação, o irmão abrirá um canal, podemos assim dizer, para o mundo Espiritual. Muito importante também é para que e para quem vamos abrir esse canal!Na Umbanda nos comunicamos com o Mundo Espiritual através dos guias, Orixás e entidades dentro da nossa filosofia e rituais, bem como já sabemos.Um canal aberto sem propósito tende a abrir campo para indesejáveis incorporações nem sempre fáceis de doutrinar.Outra coisa muita importante é a Corrente de Concentração.Quando se abre uma Corrente de Concentração com todos os Médiuns do Centro, os irmãos devem levar o pensamento a Oxalá pedindo força e saúde para o filho que pediu a corrente. Se for uma corrente de descarrego levar o pensamento ao irmão que precisa de ajuda, mas lembre-se Médium novo não pode se concentrar nesta gira. Peçam encaminhamento para o irmão ou irmãos que estão atrapalhando a vida de quem está sendo descarregado. Nunca com ódio nem raiva e muito menos brincadeira. Lidar com o Mundo Espiritual não é fácil, quanto mais se forem irmãos sem esclarecimento.

UMBANDA NÃO É UM SHOW!

Quando eu digo que a Umbanda é uma religião abarcadora de consciências, significa que suas portas estão constantemente abertas para todos.A Umbanda não é discriminatória e no movimento umbandista sempre existe um terreiro em que nossas almas se harmonizam, adequado ao nosso nível de consciência e preparado para desenvolver o nosso reencontro com o Sagrado.É verdade, que no primeiro momento, muitos procuram a Umbanda para tentar sanar os seus males, sejam eles de origem material, física e objetiva (saúde, dinheiro, emprego, amor, causas as mais diversas etc.), sejam as espirituais e subjetivas (mediunidade, saúde, distúrbios psíquicos e psicológicos, demandas etc.).Para isso, em dias de reuniões nos terreiros, a maior parte do tempo é dedicado aos trabalhos mediúnicos. Os médiuns incorporam as entidades espirituais e essas realizam o atendimento ao público presente. Esse atendimento visa também a prática da caridade do ouvir, do deixar falar e desabafar, da palavra e do ombro amigo, da mão estendida, do conselho e da orientação proporcionada pelos caboclos, pretos-velhos, crianças, exús entre outros.

Nas reuniões o material vai ao encontro ou serve de instrumento ao espiritual, o visível se conecta ao invisível, objetivo e subjetivo se completam e encarnados e desencarnados se comunicam. As palavras-chaves servir, conexão, completude e comunicação conseguem cumprir os seus significado nas reuniões em um terreiro, se existirem a contra-partida dos trabalhos espirituais. E trabalhos espirituais em 99,9% dos terreiros do movimento umbandista acontecem com médiuns incorporados e entidades atendendo alguém.

A gira mediúnica é o auge ou o clímax de uma reunião umbandista que é dividida em três momentos básicos a saber: abertura, momento que se evocam as forças e entidades espirituais e se invocam as bençãos, proteções, pedidos e auxílios; a gira mediúnica, instante em que os médiuns incorporam as entidades espirituais para atendimento ao público; encerramento, ou seja, o término da reunião, em que se agradece a assistência das forças e entidades espirituais.

Os ritos e liturgias utilizadas nas reuniões do movimento umbandista, variam de terreiro para terreiro, assim, como também, pode se diferenciar a decisão de como se processa a gira mediúnica, que tipos de entidades se fará presente e como deverá se proceder o atendimento ao público. Isso acontece, por que os terreiros são células religiosas que se adequam a coletividade que os rodeia, oferecendo dentro de um determinado padrão mínimo, os ritos, as liturgias, as manifestações espirituais que mais afinizem com os adeptos e o público que frequenta determinada casa.

Abarcar consciências é isso, atender as necessidades espirituais essenciais do indivíduo, mesmo que este processo se inicie por resolver suas necessidades materiais básicas, permitindo um equilíbrio mínimo da sua existência. Proporciona-se assim, condições estáveis a alma para realizar vôos evolutivos mais altos e abrir sua consciência a entendimentos mais profundos e finalmente se religar a Deus.

Através do que já discorremos, podemos chegar a conclusão que o atendimento ao público é o objetivo primordial de todas as reuniões de um terreiro. As pessoas que se encaminham a uma casa espiritual umbandista, possuem expectativas, estão ansiosas para encontrar a solução de seus problemas, desejam sair dali pelo menos reconfortadas, com esperança etc. O público, portanto, deve ter um tratamento especial por parte dos dirigentes, dos organizadores e do corpo mediúnico da casa.

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Tudo deve ser voltado para se fornecer um bom atendimento ao público presente. Devem ser bem recebidos, encaminhados a um local apropriado para assistirem a reunião, informados de como se processará o andamento da mesma, como deve ser o seu comportamento durante os trabalhos, em qual momento e como devem se dirigir aos médiuns incorporados, se houver necessidade de se retirar antes da gira terminar como fazê-lo, devem também ser indicados a eles os banheiros, aonde beber água etc. É de bom tom, que o dirigente em algum instante na abertura, faça uma pequena e rápida preleção (palestra) trazendo para o público, informações, avisos, ensinamentos e doutrina.

Na gira mediúnica devem incorporar somente os médiuns que já tiverem mais experiência e estejam, como dizemos comumente, mais bem afirmados com suas entidades. Desenvolvimento mediúnico deve ser uma reunião a parte e fechada ao público. Após todos os médiuns incorporarem, os cambonos (pessoas que dão assistência as entidades espirituais e ajudam na organização durante a reunião) devem encaminhar o público para o atendimento.O restante do corpo de adeptos, que não estiverem incorporados, devem sustentar a gira dos que estão em trabalhos mediúnicos através dos cânticos, de bons pensamentos e intenções. É necessário, que se mantenha o bom nível vibratório, para que os trabalhos espirituais aconteçam em segurança e bem equilibrados. Todo o público deve ser atendido, sem exceção.Uma reunião umbandista é algo bonito de se ver, os cânticos, a batida das palmas, as guias coloridas, a decoração do ambiente, as imagens e símbolos do altar e mesmo a forma como se processa os ritos e liturgias enche os olhos e ouvidos de quem vem participar. Visual e som somam-se a um sem número de detalhes para permitir a harmonização de todos os presentes, mas tudo isso não é um espetáculo, nem uma encenação para agradar o público.

Muitas casas umbandistas se ressentem pela existência de muito pouco ou quase nenhum público. Geralmente são sempre as mesmas pessoas que se repetem em todas reuniões. Quando tem a casa lotada sempre é por ocasião de festas, comemorações e louvações especiais.

O terreiro já tem lá seus anos de existência, é um local bem decorado, limpo, asseado, de ambiente agradável e bastante arejado e iluminado. Os adeptos presentes em grande número, com um uniforme impecável, guias coloridas no pescoço e todos os adereços e material de trabalho de suas entidades. A reunião tem todo um processo organizado, bem estruturado, desde a abertura até o encerramento.

A hierarquia da casa é plenamente identificada, médiuns, guia chefe, cambones, etc., no entanto, cadê o público? Ou mediante as essas condições por que ele não é em grande número?

Diversos fatores contribuem para que tais fatos ocorram dentro de um terreiro:

Nas giras mediúnicas os médiuns trabalham para si mesmos;Muitas vezes, existem guerras particulares, em que médiuns incorporados tentam demandar uns aos outros;Ausência do Guia Chefe na reunião, e quando presentes sem tomar as rédeas dos trabalhos na mão, nem uma iniciativa, nem participação a não ser ficar sentado olhando tudo acontecer como o público que ali se faz presente;Sim, o público, porque se eles não tiverem iniciativa própria para falar com alguma entidade, terminam a reunião como iniciaram, apenas assistindo e nada mais;Entidades tolhidas (impedidas) de fazerem quaisquer trabalhos espirituais, que não sejam apenas, falar com o consulente e no máximo aplicar-lhe um passe. Já que todos os trabalhos devem ser direcionados para o dirigente através de se provocar uma consulta particular;Todos os médiuns trabalham, independente de sua condição de já estarem preparados o suficiente para dar consultas;Giras mediúnicas confusas, barulhentas, com bebida alcoólicas em excesso, entra-e-sai de médiuns, conversas o tempo todo entre os que estão na corrente, etc. Eis, meus amigos o que ocorre quando o objetivo da Umbanda se perde, num jogo de interesses e mau condução, quando o dirigente perde o gosto pelas reuniões de sua casa em troca de questões extra-religiosas.O terreiro fica sem dono ou com várias pessoas querendo ser dono dele.Ah! O público, sim, afinal é ele a nossa principal preocupação e da Umbanda, se os adeptos tem outras formas válidas de conseguirem a sua harmonização, o seu religare e conhecimentos, ao público só resta este contato momentâneo que as reuniões proporcionam.Em situações como eu relatei, ao público, geralmente leigo e incapaz de identificar esses problemas, se perguntado porque ele frequenta este terreiro a resposta será: "É porque eu acho bonito!".Amigo leitor, tenha certeza, a Umbanda não é um show!

ALGUNS ERROS DE DIVERSOS TERREIROS

Como em toda família ou sociedade, estamos propensos a cometer erros. Não é só de acertos e harmonia que vivem os terreiros de Umbanda, existem erros que são praticados por alguns médiuns.

Sob um olhar critico, resolvemos relacionar os mais comuns e esperamos que os que lerem esse tópico concordem conosco. Esses erros tendem a gerar uma vibração negativa, vindo a desestabilizar o foco de equilíbrio:

Dar guarida a fofoca e comentários malediscentes. Lembrem-se que o ciúme é um dos maiores venenos que a pessoa pode ter;

Uso indevido de determinados elementos em determinados rituais e/ou uso de elementos estranhos ao ritual do culto;

Exploração financeira contra filhos da casa e/ou freqüentadores. A Umbanda não cobra qualquer incentivo financeiro ou material sobre seus trabalhos. Na Umbanda não se pratica a Lei de Salva, ou seja, não se paga por qualquer tipo de trabalho espiritual que venha a ser realizado;

Mau cumprimento dos preceitos pelos membros da casa;

Conduta imprópria ou desrespeitosa de membros da casa;

Atividades não relacionadas ao culto dentro do mesmo ambiente da casa;

Omissão de Socorro, pouco caso ou deboche daqueles que ali buscam auxilio;

Ciúmes pelo tratamento dado pelo dirigente da casa a um ou outro filho;

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Tratamento a um filho da casa de forma exagerada ou excessiva em quaisquer circunstâncias pelo dirigente da casa;

Atenção dispensada de forma exagerada, ao dirigente da casa, ou outros da hierarquia;

Falta de preparo dos filhos da casa nos ritos da casa;

Elevar um filho da casa para médium de passe, sem ele estar devidamente preparado;

Deixar desavenças de ordem particular interferirem nos trabalhos;

Não dedicar pelo menos um trabalho ao mês, ao desenvolvimento dos filhos da casa;

Não transmitir os ensinamentos adquiridos, compartilhá-los com os demais;

Agregar filhos apenas para fazer volume;

Tratar de forma diferente os filhos ou freqüentadores da casa, pelo poder aquisitivo ou pela atenção por eles dispensada;

Negar-se a auxiliar um filho da casa, quando o mesmo procura auxilio;

Não respeitar a vida particular do dirigente da casa, levando a ele problemas fúteis, fora da casa;

Confundir a liberdade dada;

Confundir Umbanda com Nação Nagô, Batuque, Catimbó, Juremada,Candomblé, etc, etc, etc... Erros absurdos podem advir deste tipo de confusão. Valha-se do conhecimento dos fundamentos da Umbanda para poder ensinar aos demais;

Pensar que a entidade com a qual está trabalhando é sempre mais importante que as outras entidades que trabalham na casa;

Animismo excessivo, o que é extremamente prejudicial ao médium e à casa;

Aproveitar e interferir nas comunicações entre a entidade e o consulente, usando e aplicando seus próprios conceitos e exprimindo suas opiniões pessoais;

Nunca tomar a frente da entidade com a qual está trabalhando. Nunca pense que está incorporado, mas sim, tenha certeza disso antes de começar a trabalhar.

Demandar contra qualquer pessoa. Os filhos da casa devem ter consciência sobre a manipulação de energia. A Umbanda não utiliza sua magia para prejudicar quem quer que seja. A Lei Divina se encarrega para que todos tenham o que merecem;

Usar sangue ou sacrifício animal em qualquer tipo de trabalho. A Umbanda não se utiliza destes elementos para seus trabalhos. Não é sacrificando um animal ou usando sangue que se alcança a graça divina, pois nós não temos o direito de tirar a vida de quem quer que seja.

Mistificação. Abusar da credibilidade, enganar, iludir, burlar, lograr e ludibriar. MÍSTICO = misterioso ou espiritualmente alegórico ou figurado.

Adornos - estes objetos são geralmente de metal e podem causar distúrbios, visto que o médium necessita ter seus plexos nervosos isentos de quaisquer percalços que possam coibi-los em algo. E, também porque, a regra do umbandista é a simplicidade, nada de exibições, de vaidade e aparência fúteis. Casa espiritual não é casa de modas.

Roupas insinuantes. Deve-se ter consciência que ao adentrar o terreiro, você está adentrando uma casa santa. Deve, então, livrar-se de pensamentos pecaminosos, contrários aos trabalhos espirituais. Roupas insinuantes são absolutamente negativas e dispensáveis aos trabalhos de qualquer casa espiritual. Não é mostrando o corpo ou a silhueta que o trabalho será bem desenvolvido, mas sim, completamente ao contrário.

Aos médiuns iniciantes, não convém e é ato de pura irresponsabilidade chamar as entidades com as quais se está trabalhando fora da casa de trabalhos. Isto, além de irresponsável, pode ser extremamente perigoso, pois os médiuns iniciantes ainda não conhecem as vibrações energéticas das entidades e podem dar passagem a quiumbas ou afins sem saber.

É fato que os médiuns, ao se encontrarem nos dias de trabalho, direcionam suas conversas, muitas vezes até inocentemente, a rumos antagônicos ao desenvolvimento dos trabalhos da casa. É preciso que os médiuns tenham consciência que a preparação para os trabalhos começam à 0:00 hora do mesmo dia (pelo menos) e que conversas diversas que não são afim ao trabalho que será desenvolvido começam por desestabilizar o equilíbrio da casa.

Falta de conhecimento espiritual. As entidades valem-se do conhecimento dos médiuns para poderem se comunicar. Quando o médium pouco sabe, pouco estuda, as entidades pouco podem fazer pelo seu desenvolvimento e pelo próximo. Faz-se absolutamente necessário o estudo e a aquisição de conhecimento espiritual para atingir a própria evolução e, conseqüentemente, auxiliar as entidades em sua evolução espiritual.

O conhecimento é a base do bom viver, é a estrutura de uma vida de sucessos. Atentem-se senhores (as) médiuns, que o conhecimento nunca será em demasia e é a única coisa que fará parte de cada um.

As casas que possuem médiuns com alto grau de conhecimento espiritual, normalmente têm seus trabalhos muito bem desenvolvidos.

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Excesso de problemas na desincorporação. Muitos médiuns têm um péssimo hábito de mostrar problemas excessivos na incorporação ou desincorporação, muitas vezes somente para mostrarem-se o quão forte são, o quão fortes são suas entidades e para tomarem um pouco mais de atenção do dirigente da casa. Lembrem-se, senhores (as) médiuns que uma entidade que chega ao terreiro para trabalhar é normalmente uma entidade com alto grau de evolução e nunca faria um filho sofrer principalmente durante sua desincorporação.

Descarregar o médium quando de sua partida não tem relação alguma com sofrimento deste. Estabilizar a energia do médium não é aplicar um choque.

É comum encontrarmos nos terreiros médiuns de outras casas ou até mesmo médiuns que não se encontram trabalhando espiritualmente, terem a chance de receber suas entidades durante os trabalhos da casa.

Com entidades não afins ao trabalho deve-se mostrar energia e nunca desrespeito. Lembremo-nos que muitas vezes, durante os finais dos trabalhos, todas as entidades já sabem que devem deixar o recinto e desincorporar. Normalmente o que segura as entidades nos trabalhos são os próprios médiuns. Outras vezes faz-se necessário que a(s) entidade(s) fique(m) no terreiro para terminar de equilibrar o ambiente e os médiuns do trabalho, bem como os consulentes que ainda permanecem ali. Srs. presidentes, muito cuidado com a autoridade para com as entidades e para com os filhos da casa. Um presidente de terreiro é aquele que detém bom conhecimento espiritual, é aquele que coloca ordem nos trabalhos e os conduz a um bom fim, nunca aquele que determina, dá ordens e abusa de sua autoridade.

Outro ponto muito interessante no qual gostaríamos de declinar é o seguinte:

Alguns terreiros, nos trabalhos com Exús e Pomba-Giras, não permitem que um médium do sexo masculino venha a incorporar uma entidade cuja energia é feminina. Têm-se um preconceito muito grande com relação a isso, chegam-se a falar que o homem que tem, ou recebe, uma entidade feminina como a Pomba-Gira, é tendencioso ao homossexualismo. Perdoem-nos àqueles que pensam dessa forma, mas seu pensamento está completamente errado. O gênero sexual é um consenso do plano físico, não existe gênero no plano astral e as manifestações de entidades femininas ou masculinas não tendem a interferir na opção sexual do médium.

Plagiando uma frase que ouvimos: "Então uma médium nunca poderia receber um Caboclo ou um Exú ou vice-versa".

Esse é um preconceito machista e absolutamente de acordo com o conceito relacionado à nossa sociedade atual. De forma alguma está relacionado às raízes da Umbanda.

DESENVOLVIMENTO

A mediunidade física é um dom inato, necessita de muito tempo e muita paciência para alcançar seu pleno desenvolvimento.

A correria e o alvoroço dos dias de hoje exigem sucessos instantâneos que não podem produzir grandes médiuns mentais ou físicos, principalmente que sejam capazes de pesquisarem lentamente, de procurar a verdade com paciência e finalmente alcançar a convicção de que a personalidade humana sobrevive após a morte corporal.

O estudo da raça humana dos tempos imemoriais é um objeto de lição para todos, todavia não observamos essas lições que temos aprendido, não vemos o presente no passado; e o que é o presente, senão o resultado dos acontecimentos passados, dos erros anteriores, das tolices consumadas? O que nos falta realmente é simplicidade e conhecimento da essência do espírito.

Quais são os sentimentos durante uma sessão? Ficamos completamente cientes do que é divulgado? Entramos mesmo em transe durante uma sessão? Geralmente ficamos muito lúcidos e podemos ouvir tudo o que é dito, tanto pelas pessoas que estão na sessão como as vozes do espírito em nossa mente.

O médium não começou ainda a realizar o que pretende ser verdadeiramente, no sentido real; ser preparado para se dar em amor e colocar-se a serviço de Deus; realizando isso, o poder que emana do espírito pode mudar não só a si mesmo, mas através dele, possivelmente o mundo todo.

Há muitas religiões diferentes, muitas até confusas, com conflitos de idéias e pensamentos; no entanto só há uma única verdade: verdade da vida eterna, que todos nós morrendo, vivemos. Os espíritos desejam ardentemente o bem estar da humanidade. Muitas pessoas pensam que um médium é como uma máquina; colocamos o dinheiro e automaticamente a máquina funciona. Não é assim. Seria perigoso e fútil para qualquer médium dirigir sessões durante todo o tempo, ao capricho desta ou daquela pessoa, no momento em que desejam

Os guias espirituais protegem os médiuns, para que não se desgastem, pois pretendem conservar seu poder, com a finalidade de ser usado esses dons para fazer comunicações e fazer caridade, de alto valor para o mundo todo e na necessidade.

A mediunidade deve ser usada eficazmente para ajudar tantas pessoas quanto for possível, sem sobrecarregar as próprias forças e o sistema nervoso.

Devemos estar conscientes que, apesar de sermos médiuns, não devemos esperar por uma vida fácil, nem imaginar que temos o direito a privilégios especiais. Assim foi dito: "Não teremos tudo o quisermos, mas durante todo o tempo em que servimos com fé, seremos providos com tudo o que precisamos."

Algumas vezes poderão ficar desapontados, deprimidos e sentir que não estão fazendo progresso suficiente. Não se pode precisar o tempo que levará o desenvolvimento espiritual de cada um. Com alguns ele demora anos, com outros aparece muito depressa, se perseverarem. Mas, tenham fé, sejam sinceros de espíritos e usem seus talentos para servirem à comunidade.

A ignorância e o egoísmo dos homens têm trazido grandes sofrimentos para a humanidade e as pessoas perguntam: Por que Deus permite essas coisas? Investiguem e procurem um elo através dos espíritos e lembrem-se da promessa de Jesus quando se reunirem: "Vede, Eu estou sempre com vós".

Sigam em frente, fortalecidos, e saibam que também vocês estarão servindo. Sejam Seus servos, Suas crianças e a Paz Eterna virá até vocês.

Cada ser humano possui uma substância conhecida como ectoplasma, que é a força vital. O corpo físico de um médium possui esta substância em quantidade muito maior do que a maioria das pessoas.

Durante uma sessão mediúnica, esse elemento ou força vital e que algumas pessoas chamam de poder, é retirado do médium e moldado pelos espíritos numa réplica do organismo físico vocal, que dizemos "caixa vocal". O espírito comunicante concentra seus pensamentos nessa "caixa de voz", fazendo criar uma freqüência ou vibração, devendo

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equiparar a freqüência vibratória conforme o aparelho possa receber. Utilizam os médiuns, como veículo de evolução espiritual, tornando-se guias, orientadores e amenizadores do ser humano.

Os espíritos que se comunicam com a matéria, vêm nos dar forças e poder, afim de tornar possível o caminho para várias entidades evoluírem ou outras comunicações de importância para a humanidade.

A personalidade humana sobrevive após a morte corporal, isso devemos admitir e estamos convictos. Percebemos a ruptura dos valores morais, o fracasso da autoridade, a estagnação das igrejas e o empobrecimento da vida familiar e de nossa juventude rebelde que, à procura de algo, é guiada a uma falsa percepção química de alguma outra coisa, que as drogas alucinógenas podem lhe dar momentaneamente , porém a um alto preço. Entre esses abandonados e iludidos jovens podem existir grandes médiuns em potencial, cujos talentos nunca se desenvolverão, pois há poucos espíritos que podem dar convicções mostrando-lhes o caminho da verdade.

A missão da mediunidade é tratar das almas, ajudando-as a se livrarem de suas velhas e estagnadas idéias, medo, ódio e preconceitos, que impedem seus progressos espirituais.

As pessoas precisam saber que um homem é o que ele pensa, e pelos seus pensamentos e ações cria seu próprio céu ou inferno no outro lado da vida.

SER MÉDIUM

Ser médium é ser intermediário entre a vida espiritual e a material. Cabe ao médium receber e transmitir mensagens ditadas pelo mestre, guia ou protetor. Toda e qualquer pessoa é potencialmente um médium, sendo diversas as modalidades, graus e faixas de evolução com que se apresenta a mediunidade de um indivíduo.

Não é finalidade deste artigo estudar uma a uma essas formas de mediunidade, mas de mostrar que, em todas elas, há requisitos, direitos e deveres a serem cumpridos por todas as pessoas, esteja ela com a mediunidade aberta ou não. Mediunidade "aberta" se aplica naquelas pessoas em que o fenômeno da mediunidade, ou seja, a recepção de mensagens espirituais já se manifestou de alguma forma.

A responsabilidade do médium é grande, não só porque dele dependem diversos irmãos materiais, como também porque nele é depositada a confiança do Supremo Criador.

O médium deve ser humilde, resignado, perseverante, caridoso e acima de tudo, justo para com todos os que o rodeiam e o procuram. O médium deve ter fé, esperança, compreensão e amor para distribuir a todos que, carentes de palavras de conforto, ouvem as mensagens do Astral. Somente dotado destas virtudes pode o médium receber transmissões de verdade, paz e harmonia para retransmití-las a seus irmãos.

O desenvolvimento da mediunidade se processa a medida que o indivíduo vai fixando estes conceitos dentro de seu íntimo e, o que é mais importante, a medida que estes conceitos vão sendo praticados realmente, do fundo do coração, é que ele vai subindo na escala de desenvolvimento mediúnico.

O tempo deste desenvolvimento está diretamente relacionado com a aceitação da Verdade Divina e a aplicação desta verdade no cotidiano do médium.

Existem certos entraves e barreiras na vida de um médium que, por vezes, em segundos apenas, pode ele perder anos de aperfeiçoamento espiritual. Entre eles podemos citar o ódio, o rancor, o ciúme, a inveja, o fanatismo e o materialismo abusivo.

São obras dos espíritos sem luz que estão à espreita dos menos avisados e tomam posse do corpo astral do indivíduo, incutindo-lhes sensações e sentimentos mórbidos que na certa irá destruí-lo se não forem combatidos a tempo. Neste caso o médium torna-se um possesso das forças do mal, chegando até, o que muito freqüentemente ocorre, a influir materialmente na vida do médium, fazendo com que este transmita estes sentimentos impuros a todos os que o rodeiam. Torna-se então num antro de forças negativas e cai no abismo escuro e profundo das trevas.Portanto tem, o médium, sempre duas portas à sua frente e depende dele abrir a porta certa. Não é como se diz "um tiro no escuro", todo médium ao encontrar-se numa situação semelhante deve elevar seu pensamento à Deus e com forte e vigorosa prece implorar aos seus mentores que iluminem sua mente e o impila a seguir por caminhos retos.

O médium tem proteção espiritual, basta preservar esta proteção e sempre renová-la através de pensamentos positivos de paz, amor, verdade e justiça.

O médium, para conseguir isto, não necessita ser um intelectual, nem um recluso da vida material. Basta que tenha uma vida normal, regular, mas sempre voltado para as coisas espirituais, que é a razão de sua existência, mas nunca com fanatismo, que é uma das portas do abismo. Deve ser controlado, estável diante de situações tanto alegres como tristes, felizes como desesperadoras, sem entretanto perder o sentimento de humanidade. Deve sempre ter em mente que Deus a tudo vê e a tudo fiscaliza. Deve semear a harmonia de partes conflitantes, não importando de que lado esteja. Deve perdoar a todos sem exceção, não interessando por quem ou por que foi ofendido. Deve ter paciência com os menos esclarecidos, afastando sentimentos de ódio, inveja, ciúmes e rancor.

Não deve ter ilusões nem iludir a quem quer que seja. Deve sim, mostrar a realidade dos fatos e aceitá-la como tal. Deve saber distinguir o certo do errado e saber dizer esta verdade sem ferir a ninguém. Deve seguir os mandamentos ditados pelo Mestre dos Mestres, não como uma obrigação, mas como uma coisa natural, real e verdadeira.

Para isso deve imprimir no seu íntimo a essência e as razões de tais mandamentos. Deve principalmente: "AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS E AO TEU PRÓXIMO COMO A TI MESMO".

VESTIMENTA

Na umbanda usa-se como roupagem para os médiuns apenas roupa branca e ou descalço, representando a simplicidade e humildade. Não é comum o uso de fantasias, adornos, enfeites, objetos brilhantes e coloridos, ou afins, como se verifica no candomblé ou kimbanda por exemplo, onde cada qual segue sua ritualística. Podendo haver também, dentro de um mesmo segmento religioso, influências dos seus dirigentes, podendo furtar-se aos fundamentos da religião em que se encontra. Deve-se atentar quando algumas manifestações sejam influência do próprio médium ou de sua entidade. Mas uma outra visão sobre a vestimenta e apetrechos materiais utilizados pelos médiuns é de que são usados pelos espíritos como condensadores de energia, um modo de concentrar a energia e depois enviá-la se positiva ou dissipá-la no elemento apropriado quando negativa.

A QUEDA DOS MÉDIUNS

Os médiuns na Umbanda e em outras correntes, também, costumam cair ou baquear por três coisas:

a) Excesso de vaidadeb) Ambição pelo dinheiro fácil facultado pelo mau uso da mediunidadec) Sexo, ou seja, ligações amorosas nas dependências do terreiro

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Temos observado, verificado mesmo, que muitos médiuns dentro do 1º e 2º caso, costumam voltar à linha justa, depois de convenientemente disciplinados pelos seus protetores. Para uns, apenas alguns trancos duros os consertam; para outros, faz-se necessário severos castigos etc, para se reintegrarem e finalmente receberem o perdão, visto terem deixado de lado tanta vaidade oca e prejudicial e tanta ambição pelo dinheiro fácil, "do santo"...

Porém, no 3º caso, o perdão - salvo condições excepcionalíssimas - é difícil, é raro... Quando, por via das condições excepcionais em que aconteceu o erro, alguns têm sido perdoados de consequências maiores, mas uma coisa é certa: - geralmente são abandonados pelos seus protetores, isto é "o caboclo, o preto-velho" não volta ao exercício mediúnico com eles - os médiuns que decaíram pelo sensualismo, pelo desrespeito às coisas espirituais de seus Terreiros ou de seus "congás" e, portanto, sagradas...

Não adianta a esses tais "médiuns-decaídos" quererem empurrar teimosamente, nos outros, "o seu caboclo , o seu preto-velho"... Uma mancha negra persegue-os, não se apaga, ninguém se esquece do caso e, no fundo, ninguém acredita neles e mesmo os de muita boa vontade, acabam sempre duvidando de suas "mediunidades, de seus protetores etc"...

Sabemos que a maior regra, a maior força que existe para um médium segurar por toda sua vida terrena a proteção de suas entidades afins, é a sua conduta reta em todos os setores, é a sua MORAL, especialmente no seio familiar...

Allan Kardec - Livro dos Médiuns, fala sobre isso também, de outra forma.

Vejamos:

2ª Estará no esgotamento do fluido a causa da perda da mediunidade?

"Seja qual for a faculdade que o médium possua, ele nada pode sem o concurso simpático dos Espíritos. Quando nada mais obtém, nem sempre é porque lhe falta a faculdade; isso não raro se dá, porque os Espíritos não mais querem, ou podem servir-se dele."

3ª Que é o que pode causar o abandono de um médium, por parte dos Espíritos?

"O que mais influi para que assim procedam os bons Espíritos é o uso que o médium faz da sua faculdade. Podemos abandoná-lo, quando dela se serve para coisas frívolas, ou com propósitos ambiciosos; quando se nega a transmitir as nossas palavras, ou os fatos por nós produzidos, aos encarnados que para ele apelam, ou que têm necessidade de ver para se convencerem.

Este dom de Deus não é concedido ao médium para seu deleite e, ainda menos, para satisfação de suas ambições, mas para o fim da sua melhora espiritual e para dar a conhecer aos homens a verdade. Se o Espírito verifica que o médium já não corresponde às suas vistas e já não aproveita das instruções nem dos conselhos que lhe dá, afasta-se, em busca de um protegido mais digno."

8ª A suspensão da faculdade não implica o afastamento dos Espíritos que habitualmente se comunicam?

"De modo algum. O médium se encontra então na situação de uma pessoa que perdesse temporariamente a vista, a qual, por isso, não deixaria de estar rodeada de seus amigos, embora impossibilitada de os ver. Pode, portanto, o médium e até mesmo deve continuar a comunicar-se pelo pensamento com seus Espíritos familiares e persuadir-se de que é ouvido. Se é certo que a falta da mediunidade pode privá-lo das comunicações ostensivas com certos Espíritos, também certo é que não o pode privar das comunicações morais."

10ª Por que sinal se pode reconhecer a censura nesta interrupção?

"Interrogue o médium a sua consciência e inquira de si mesmo qual o uso que tem feito da sua faculdade, qual o bem que dela tem resultado para os outros, que proveito há tirado dos conselhos que se lhe têm dado e terá a resposta."

ORIXÁS

Desde os primórdios da criação o homem sempre atribuiu aos fenômenos da natureza, os quais ele não sabia explicar, à obra de um ser supremo ao qual deu o nome de deus. Não foi diferente com os africanos da antiguidade. A cada fenômeno da natureza ele atribuiu a uma divindade que, para seu entendimento, deu-lhe a sua forma humana e um nome. O deus do trovão é Xangô, dos rios é Oxum, do ferro é Ogum e assim por diante.

São os chamados orixás. As lendas mitológicas desses orixás contam que em algum tempo atrás eles viveram na terra entre os homens lhes ensinando, protegendo e castigando. Após sua morte, subida ao Orum (morada dos deuses), transformaram-se em orixás. Transformaram-se em ancestrais divinizados que continuam até os dias de hoje influenciando a vida de seus descendentes.

Dentre as mais variadas definições para a palavra Orixá, a mais aceita pela maioria dos umbandistas é a que significa "dono da cabeça" ou "energia que comanda a cabeça", uma energia vibrante de determinado deus (ancestral divinizado) que liga o homem - espírito (energia) encarnado - ao mundo espiritual (poder da criação).

Esta energia, invisível ao olho humano, possui uma fonte geradora (divindade) e uma freqüência modular que imprime certas características particulares e efeitos na personalidade do ser humano e interfere na sua vida e destino. A fonte dessa energia comanda e influencia determinados pontos e fenômenos naturais que ocorrem no planeta terra. Por isso cada energia (orixá), diferente uma da outra, possui uma cor, um lugar, uma planta, um animal, um dia da semana, um objeto sagrado e por conseguinte, também diversos seres humanos (filhos de orixás) cuja energia espiritual se lhe parece.

Pela forte influência do catolicismo no Brasil Colônia e a proibição dos cultos ditos profanos praticados pelos escravos africanos, os orixás receberam nomes de santos católicos. É o chamado sincretismo.

Os Orixás não são Deuses como muitas pessoas podem conceber como em outras religiões, mas sim Divindades criadas por um único Deus: Olorun (dentro da corrente Nagô) ou Zamby (dentro da corrente Bantu e das correntes sincréticas).

Na UMBANDA (de uma maneira geral, pois existem variações referentes às diversas ramificações existentes), os Orixás são cultuados como divindades de um plano astral superior, ARUANDA, que na Terra representam às forças da natureza (muitas vezes confundindo-se a força da natureza com o próprio Orixá):

Page 19: A conduta nos templos umbandistas

Exu: o mensageiro, o ponto de contato entre os Orixás e os seres humanos;Oxalá: o senhor da força, o senhor do poder da vida.Oxum: as águas doces;Iemanjá: a rainha dos peixes das águas salgadas;Iansã: os ventos, chuvas fortes, os relâmpagos;Xangô: a força do trovão e o fogo provocado pelos relâmpagos quando (diz uma lenda que "sem Iansã, Xangô não faz fogo ... ") chegam 'a Terra;Ogum ou Ogun: senhor dos caminhos; os desbravador dos caminhos; senhor do ferro;Oxossí: o Orixá Odé, o Orixá caçador, senhor da fartura 'a mesa, senhor da caça;Ossãe: o Orixá das folhas e, sem folhas, nada é possível na Umbada ou no Candomblé; o dono, preservador, das matas e florestas, das folhas medicinais, das ervas de culto;Obá: a guerreiro, a força da libertade;Nanã: senhora do lodo, das águas lodosas da junção entre o rio e o mar, fonte de vida, e também senhora da morte;Obaluayê: "O dono da Terra, o Senhor da Terra"; o Orixá das doenças, senhor dos mortos (pois conta uma lenda que Obaluayê foi o único Orixá que dominou a morte, Iku); é aquele que tira a doença, mas também aquele que dá a doença.Oxumaré: é o Orixá do arco-íris, um dos pontos de ligação entre o Aye (a Terra) e o Orun (o Céu); também representa a fartura, o bem estar.

BENDITA E LOUVADA SEJA A UMBANDA! SARAVÁ TODAS AS SUAS FALANGES! QUE POSSAMOS TER A SABEDORIA PARA COMPREENDÊ-LA