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Papa Francisco

Alegria do evangelho

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Evangelii gaudium - A alegria do Evangelho - é a primeira Exortação Apostólica do pontificado de Papa Francisco. Trata do anúncio do Evangelho no mundo atual. Nesta obra o Papa se refere amplamente à alegria, sobretudo a alegria que vem do encontro com o Senhor. O Documento está organizado em cinco capítulos: a transformação missionária da Igreja, a crise do compromisso comunitário, o anúncio do Evangelho, a dimensão social da evangelização, evangelizadores com espírito. Resgata as dimensões de participação e de colegialidade proposta pelo Vaticano II, apontando para a necessidade de uma descentralização da Igreja. Podemos sintetizar com as palavras do próprio Papa a temática abordada na Exortação: "Escolhi propor algumas diretrizes que possam encorajar e orientar, em toda a Igreja, uma nova etapa evangelizadora, cheia de ardor e dinamismo. [...] decidi, entre outros temas, me deter amplamente sobre as seguintes questões: a) A reforma da Igreja em saída missionária; b) As tentações dos agentes pastorais; c) A Igreja vista como a totalidade do povo de Deus que evangeliza; d) A homilia e a sua preparação; e) A inclusão social dos pobres; f) A paz e o diálogo social; g) As motivações espirituais para o compromisso missionário" (n. 17).

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Page 1: Alegria do evangelho

Papa Francisco

Page 2: Alegria do evangelho

• 232 páginas divididas em:

– Apresentação

– Cinco capítulos.

Estrutura da Exortação

Page 3: Alegria do evangelho

• A experiência de Deus toca o coração e ninguém jamais esquece (EG, 13):

Foco da Apresentação

Os Apóstolos nunca mais esqueceram o momento em que

Jesus lhes tocou o coração: “Eram às quatro horas da tarde” (Jo 1, 39).

Gera a alegria que ninguém poderá nos tirar (Jo 16, 22).

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• O Papa adverte: Há cristãos que parecem ter escolhido viver uma Quaresma sem Páscoa (EG,

5 e 6).

– Vê no desânimo e no egoísmo uma ameaça a fé: Desenvolve-se a psicologia do túmulo, que pouco a pouco transforma os cristãos em múmias de museu. Desiludidos com a realidade, com a Igreja ou consigo mesmos, vivem constantemente tentados a apegar-se a uma tristeza melosa, sem esperança, que se apodera do coração como “o mais precioso elixir do demônio” (EG, 83).

Foco da Apresentação

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• Papa nos diz para não deixar que nos roubem a alegria e a esperança:

- “Nos tempos atuais, [...] devemos discordar desses profetas de desgraças, que anunciam acontecimentos sempre infaustos, como se estivesse iminente o fim do mundo... Quem começa sem confiança, perdeu de antemão metade da batalha e enterra os seus talentos”. (EG, 84 e 85).

- Consequentemente, um evangelizador não deveria ter constantemente uma cara de funeral (EG, 10).

Foco da Apresentação

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• Quanto ao método: passar “de uma pastoral de conservação para uma pastoral missionária” (EG, 15).

• Rever as estruturas (EG,27).

• Descentralização do poder e transparência administrativa (EG, 16 e 32).

Propostas

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Capítulo I: A transformação missionária da Igreja (19-49)

• Descobrir que o cristianismo ou é missionário ou não é cristianismo.

• A Igreja deve chegar aos afastados e excluídos: Sentir o “cheiro de ovelha” (EG, 24).

• Forte chamada do papa que se estabeleça um saudável equilíbrio entre o conteúdo da fé e a linguagem que a expressa (EG, 27).

Page 8: Alegria do evangelho

Capítulo I: A transformação missionária da

Igreja (19-49) • Quanto aos Movimentos: manter raízes (EG,

29).

• Quanto ao bispo e ao clero: “devem favorecer sempre a comunhão e devem ouvir a todos, e não apenas alguns sempre prontos a lisonjeá-los” (EG, 31).

• Quanto ao agir pastoral: recusar o «fez-se sempre assim» (EG, 33).

Capítulo I: A transformação missionária da Igreja (19-49)

Page 9: Alegria do evangelho

• Quanto à pregação: Do que se fala mais?

Não é prudente falar mais da lei que da graça, mais da Igreja que de Jesus Cristo, mais do Papa que da Palavra de Deus” (EG, 38).

• Rever costumes e conceitos do passado (EG, 43 e 94).

• Acolher com misericórdia: o confessionário não deve ser uma câmara de tortura (EG, 44).

• Sacramentos: “abrir portas”, a Igreja não é uma alfândega; é a casa paterna, onde há lugar para todos com a sua vida fadigosa (EG, 47).

Capítulo I: A transformação missionária da Igreja (19-49)

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• Evangelizar é sair ao encontro:

Capítulo I: A transformação missionária da Igreja (19-49)

Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter

saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias

seguranças (EG, 49).

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• Relativismo:

– o primeiro obstáculo para a evangelização e como difusor de uma enorme superficialidade no campo moral.

• Sacerdotes e religiosos atraídos pela ‘mundanidade espiritual’ e com desejo dos aplausos do mundo.

• É necessário recuperar a própria identidade.

Capítulo II: Na crise do compromisso comunitário (50-109)

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• Não a uma economia da exclusão - Esta economia mata. O ser humano é visto como: um bem de consumo, descartável, resíduo, sobra.... Para se poder apoiar um estilo de vida que exclui os outros ou mesmo entusiasmar-se com este ideal egoísta, desenvolveu-se uma globalização da indiferença, uma cultura do bem estar que anestesia-nos, já não choramos à vista do drama dos outros, responsabilidade de outrem, que não nos incumbe (EG, 53 e 54).

Capítulo II: Na crise do compromisso comunitário (50-109)

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• A Igreja deve chegar às “periferias” "As grandes mudanças da história foram realizadas quando a realidade é vista não do centro, mas da periferia” (EG, 46 e 191).

• Não à desigualdade social que gera violência (EG, 59-60).

• Espiritualidade e compromisso social (EG, 78).

• Espiritualidade não é fuga (EG, 88).

Capítulo II: Na crise do compromisso comunitário (50-109)

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• Liturgia e compromisso social (EG, 96 e 97).

• Pastoralismo e burocracia (EG, 95).

• Pastorais e Movimentos (EG, 98 e 100).

• Missão do Leigo e da Mulher (EG, 102 e 103).

Capítulo II: Na crise do compromisso comunitário (50-109)

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• A evangelização é uma tarefa de todo o povo de Deus, ninguém está excluído. Ela não está reservada nem pode ser delegada a um grupo particular. Todos os batizados estão diretamente envolvidos nela.

• Quanto à Piedade Popular (EG, 126).

• Quanto ao mundo da Educação: Universidades e Escolas Católicas (EG, 134)

Capítulo III: O anúncio do Evangelho (110-175)

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• Quanto à homilia (EG, 135-175): Direcionado ao sacerdote que não prepara bem o sermão, que não anuncia a verdade da Igreja e sim a sua própria, ou que se limita a imitar os programas de televisão e de auditórios.

Capítulo III: O anúncio do Evangelho (110-175)

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• Quanto à homilia:

– não pode ser um espetáculo de divertimento;

– deve ser breve e evitar que se pareça com uma conferência ou uma lição;

– PERIGO: quando “se fala mais da lei que da graça, mais da Igreja que de Jesus Cristo, mais do Papa que da Palavra de Deus” (EG, 38).

Capítulo III: O anúncio do Evangelho (110-175)

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• A simplicidade tem a ver com a linguagem utilizada (EG, 158)

• Escutar com o coração

– Escutar, na comunicação com o outro, é a capacidade do coração que torna possível a proximidade, sem a qual não existe um verdadeiro encontro espiritual (EG, 171).

Capítulo III: O anúncio do Evangelho (110-175)

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“O consentimento ao mal, que é um sinal preocupante de degeneração, intelectual, espiritual e moral não só para os cristãos, está produzindo, em numerosos contextos, um desconcertante vazio cultural e político, que torna incapazes de mudar e renovar Enquanto as relações sociais não mudarem e a justiça e solidariedade permanecerem ausentes e invisíveis, as portas do futuro fecham-se e o destino de tantos povos fica aprisionado num presente cada vez mais incerto e precário”. (PONTIFICIO CONSELHO JUSTIÇA E PAZ. Para uma melhor Distribuição da terra – o desafio da reforma agrária. São Paulo: Ed. Paulinas, 1998, 61).

Capítulo IV: A dimensão social da Evangelização (176-258)

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• Dedicado à doutrina social, faz uma defesa da política como vocação a santidade: A política, tão denegrida, é uma sublime vocação, é uma das formas mais preciosas da caridade, porque busca o bem comum. Lembremo-nos que «ser cidadão fiel é uma virtude, e a participação na vida política é uma obrigação moral» (EG, 183, 205 e 220).

• Missão da Igreja e promoção humana: não se limita a preparar as almas para o céu (EG, 182). Missão da Igreja é Evangelizar.

Capítulo IV: A dimensão social da Evangelização (176-258)

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A MISSÃO DA IGREJA É EVANGELIZAR

Evangelizar

Boa Nova, Boa Notícia

Jesus

Jesus é a Salvação.

Page 22: Alegria do evangelho

Por que levar as pessoas a Cristo?

Para salvar a alma?

ALMA

CORPO

MEIOS

AMBIENTE

Page 23: Alegria do evangelho

AMBIENTE

• Miséria: pode embrutecer a pessoa

e levá-la a violar as leis de Deus.

• Opulência: endurece o coração, esvazia o eterno.

Em Mateus 9,35-38 • Jesus estava comprometido num projeto

de libertação integral do ser humano, por isso ia ao encontro dos mais excluídos (povoados, periferias, margem), lá Ele vê melhor a realidade, isto é, a condição das pessoas: cansadas, abatidas como ovelhas sem pastor (sem rumo, sem horizonte etc).

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Então Ele chama mais pessoas para este projeto. A Igreja como continuadora de sua missão tem aqui a orientação e o lugar social para sua atuação. A missão de Jesus e da Igreja é salvar a pessoa na sua totalidade. Sua atuação será sempre profética, quando seu compromisso é com os mais desprotegidos da sociedade, não se atrela aos poderes deste mundo.

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MISSÃO DA IGREJA

Papel e tarefa do cristão

- Melhorar o mundo: da escola, do trabalho, da política...

“Ai de mim se eu não evangelizar” (1Cor 9,16).

- Compromisso com realidades complexas (opção de fé, graça de Deus)

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Gaudium et Spes

“Ao negligenciar os seus deveres temporais,

o cristão negligencia os seus deveres para o

próximo e o próprio Deus e coloca em

perigo a sua salvação eterna” (GS, 43).

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• O clamor dos pobres deve nos convencer:

Ex: Lc 16, 19-31.

• Deus vota em nós: “somos administradores

da vida” (Lc 12,32-48 ou Mt 24, 45-51).

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O Catecismo da Igreja Católica diz que não usar as capacidades para transformar a realidade pra melhor é homicídio: “A aceitação pela sociedade humana de condições de miséria que levem à própria morte sem se esforçar para remediar a situação constitui uma injustiça escandalosa e uma falta grave. Todo aquele que se der a práticas desonestas e mercantis que provoquem a fome e a morte dos seus irmãos de humanidade comete indiretamente um homicídio que é de sua responsabilidade” (CIC, 2269).

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• Igreja e os pobres: Desejo uma Igreja pobre para os pobres, mas, além de ser pobre para os pobres, a Igreja querida por Francisco é valente na hora de denunciar o atual sistema econômico, injusto desde a raiz (EG, 59).

Capítulo IV: A dimensão social da Evangelização (176-258)

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• Papa Profeta: fala por aqueles que não têm voz, ninguém se preocupa quando ele abraça os doentes e ama os pobres. Mas quando ele se atreve a refletir sobre as causas morais e estruturais da pobreza, essa é outra questão.

Capítulo IV: A dimensão social da Evangelização (176-258)

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• Igreja e a ortodoxia: tomar posição (EG, 251).

• A questão do diálogo: é a energia nuclear que radia em todas as partes da Evangelii gaudium:

– No diálogo pastoral trata-se de um “processo participativo” que visa não somente à participação na Igreja, mas o diálogo com a humanidade (EG, 31) e as culturas com suas tendências de segregação e violência (EG, 74).

Capítulo IV: A dimensão social da Evangelização (176-258)

Page 32: Alegria do evangelho

• Busca expressar o “espírito da nova evangelização”. Este se desenvolve sob o primado da ação do Espírito Santo que infunde sempre e de novo o impulso missionário, a partir da vida de oração na qual a contemplação ocupa a posição central.

Capítulo V: Evangelizadores com Espírito (259-288)

Só pode ser missionário quem se sente bem ao

buscar o bem do próximo, quem deseja a felicidade

dos outros (EG, 272).

Page 33: Alegria do evangelho

• Igreja, clericalismo e carreirismo (EG, 277).

“Quando não há profecia no povo de Deus, o vazio é ocupado pelo clericalismo. Senhor, livra o teu povo do espírito do clericalismo e ajuda-o com o espírito da profecia!” (Papa Francisco, Casa Santa Marta, 16/12/2013).

Capítulo V: Evangelizadores com Espírito (259-288)

Por isso, se consigo ajudar uma só pessoa a viver melhor, isso já é suficiente para justificar o dom da minha vida (EG, 274).

Page 34: Alegria do evangelho

• Na relação com o mundo, que o cristão sempre dê razão da sua própria esperança, não como um inimigo que aponta com o dedo e condena (EG, 271).

• Somos incentivados a vencer “o mal com o bem” (Rm 12,21), sem nos cansarmos de “fazer o bem”.

Conclusão

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Homilia do Papa em Lampedusa

08 de julho de 2013

"Peçamos ao Senhor a graça de chorar pela nossa indiferença"

Page 36: Alegria do evangelho
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“Adão, onde estás?” “Onde está o teu irmão?”

São as duas perguntas que Deus coloca no início da história da humanidade e dirige também a todos os

homens do nosso tempo, incluindo nós próprios.

Page 38: Alegria do evangelho

“Barcos que em vez de ser uma rota de esperança, foram uma rota de morte [...] o caso volta-me continuamente ao pensamento como

um espinho no coração que faz doer”

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Quem de nós chorou por este

fato?

E por fatos como este?

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Estamos desorientados, já não estamos atentos ao mundo em que vivemos, não cuidamos nem guardamos aquilo que Deus criou para todos, e já não somos capazes sequer de nos guardar uns com os outros.

Hoje ninguém no mundo se sente responsável por isso; perdemos o sentido da responsabilidade fraterna.

A cultura do bem-estar faz-nos viver como se fôssemos bolas de sabão: estas são bonitas mas não são nada, são pura ilusão do fútil, do provisório caímos na globalização da indiferença.

Page 41: Alegria do evangelho

Globalização da Indiferença Somos uma sociedade que esqueceu a experiência de

chorar, de “padecer com”: a globalização da indiferença tirou-nos a capacidade de chorar!

Page 42: Alegria do evangelho

“Pedimos perdão pela indiferença

por tantos irmãos e irmãs; pedimo-Vos perdão, Pai,

por quem se acomodou, e se fechou no seu próprio bem-

estar que leva à anestesia do

coração”

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PAPA FRANCISCO, Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, Ed. Paulinas. São Paulo: 2013, 232 p. Publicada em 24/11/13. PASSOS, J. Décio e SOARES, M. L. Afonso (Orgs). Francisco: Renasce a esperança. São Paulo: Paulinas, 2013, p. 141-142. PONTIFICIO CONSELHO JUSTIÇA E PAZ. Para uma melhor distribuição da terra – o desafio da reforma agrária. São Paulo: Ed. Paulinas, 1998, 61. Encontro do Papa com os Formadores da União Geral dos Superiores dos Institutos religiosos masculinos em 06/01/14, no Vaticano. http://www.ihu.unisinos.br/noticias/526951-qformem-o-coracao-caso-contrario-formarao-pequenos-monstrosq-os-seminarios-segundo-o-papa Homilia do Papa em Lampedusa, 08/07/13, em: http://www.zenit.org/pt/articles/pecamos-ao-senhor-a-graca-de-chorar-pela-nossa-indiferenca Homilia na missa de 16/12/13, Casa Santa Marta, em http://www.zenit.org/pt/articles/homilia-do-papa-francisco-senhor-livra-o-teu-povo-do-clericalismo

Referências