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FERNANDO CARDOSO O EVANGELHO INCLUSIVO EA HOMOSSEXUALIDADE

Amostra das primeiras 12 páginas

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Preparei uma pequena amostra contendo as primeiras 12 páginas do livro, incluindo o sumário, o prefácio e a introdução.

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Page 1: Amostra das primeiras 12 páginas

FERNANDO CARDOSO

O EVANGELHO INCLUSIVO E A HOMOSSEXUALIDADE

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1ª edição

São Paulo

Clube de Autores

2010

Copyrith © 2010, Fernando Cardoso

Editor

Fernando Cardoso

Formatação e Diagramação

Fernando Cardoso

Revisão ortográfica

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Fernando Cardoso

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Cardoso, Fernando

O Evangelho Inclusivo e a Homossexualidade / Fernando Cardoso – São Paulo: Clube de Autores, 2010. 113p.

1. Evangelho   Inclusivo   2.     Homossexualidade.       I. Fernando Cardoso.   II. Título

                                                                                       CDD: 230

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Todos   os   direitos   reservados   e   protegidos   pela   Lei   9.610   de 19/02/1998.

Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito do Autor poderá  ser reduzida ou transmitida sejam quais forem os meios  empregados:   eletrônicos,  mecânicos,   fotográficos,   gravação ou quaisquer outros.

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A Bíblia não deve ser lida de forma literal, mas sim levando­se em consideração o contexto histórico em que foi escrita.  

Passagens bíblicas isoladas e fora de contexto foram usadas para justificar o racismo e a submissão das mulheres, assim 

como hoje são usadas para atacar os homossexuais. 

Mas todos somos iguais perante Deus, 

e é possível ser gay e ser religioso.

Gene Robinson 

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Amar a Deus é estudarmos sua palavra com afinco;

É reconhecer a nossa perfeição ao sermos criados

 à sua imagem e semelhança;

É ter fé na nossa própria existência,

enxergando o propósito da criação;

É nos aceitarmos sem questionamentos, 

pois os planos divinos são misteriosos,

E não cabe a nós, ainda, a revelação.

Fernando Cardoso

Fevereiro, 2010.

A g r a d e c i m e n t o s

Humildemente  e   com alegria  quero  expressar  minha gratidão a diversos teólogos cristãos aos quais recorri para uma percepção mais profunda do Evangelho da Graça aos homossexuais e dos pressupostos antagônicos da condenação 

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bíblica à homossexualidade: Brennan Manning, Yvette Dube, Gene   Robinson,  Robin   Scroggs,   Victor   Paul   Furnis,   John McNeill,   William   Countryman,   John   Boswell,  Norman Pittenger,  David Payne,  André  Sidnei Musskopf,  Daniel A. Helminiak,  Philip   Yancey,   Desmond   Tutu,   Peter   Gomes, Jimmy Creech, Mel White, Brian Zachary Mayer, Leonardo Boff, Márcio Retamero, Bruno Lima, Marcos Gladstone, Luis Corrêa Lima, entre outros.

E,   ainda,   a   diversos   outros   escritores   e   críticos engajados no campo político­social da homossexualidade, por suas contribuições em minhas percepções, enquanto escritor estreante: Atila Iamarino, Bruno Bimbi, Daniel G. Karslake, Humberto Rodrigues,  Luis Mott, Talissa Camara Tinoco de Siqueira, Danuza da Silva Crespo Bastos, Andrea Camperio Ciani,  Bruce   Bagemihl,   Christopher   Bagley,   Pierre Tremblay,   Deco   Ribeiro,   Paula   Caplan,   Ana   Bock,   entre outros.

Apesar   de   não   ter   tido   apoio   dos   meus   pais   na elaboração deste trabalho, contei com o incentivo de alguns amigos   mais   próximos   –   cujo   papel,   foi   fundamental   na concretização –, através do suporte moral, análise crítica do conteúdo, revisão do texto e artes. Mas, principalmente, ao Vinicius de Souza pela dedicação constante, pela paciência, pelo   companheirismo   na   formulação   das   idéias   deste trabalho. Apesar dos vieses, foi grande a importância da tua presença   na   conclusão   desta   obra.   Dispenso,   pois,   meu “obrigado” a você.

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Contudo, minha dívida mais profunda, ainda assim, é para   com   minha   mãe,   pelo   amor   dedicado   não   apenas materno,  mas   também enquanto   cristã.  Pelo  abrir  de   seu coração   e   mente   ao   assunto   homoafetividade,   cujo desenvolvimento   não   foi   fácil   devido   sua   formação tradicionalista   e   conservadora.   Ao   meu   pai   pela   garra   e empenho despendido incondicionalmente em meu sustento, pelo amor dedicado a mim, à sua maneira, independente da minha identidade sexual. E, a ambos, pela educação, tanto pessoal quanto cristã, que me proporcionaram. 

O  F o c o  D e s t e  T r a b a l h o...

O

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  Evangelho   Inclusivo   e   a   Homossexualidade...  Foi direcionado   a   um   grupo   específico   de   pessoas,   cujas necessidades foram traduzidas através dos mesmos anseios que tive durante esta caminhada, cuja solidão somente não foi  total  devida a sensação de que tinha um Deus ao meu lado, mesmo diante de tantos anos de dúvidas advindas das afirmações descontextualizadas que a Igreja impunha, com sua tradicional hermenêutica.

Este   livro   não   foi   escrito   para   cristãos fundamentalistas o considerarem uma afronta à Palavra de Deus.

Não   foi   escrito   para   ser   usado   como   uma   saída alternativa nos debates contra a homofobia religiosa.

Não   foi   escrito   sob   a   forma   de   militância  gay  para refutar   bravamente   o   que   cristãos   confusos   vêm   gritando falaciosamente aos sete ventos.

Não   foi   escrito   para   tornar   as   Escrituras   Sagradas relativistas   e   tampouco   para   andar   lado   a   lado   com   o liberalismo moral que há em alguns guetos inclusivos que se denominam “cristãos”.

Não foi escrito para cristãos que vivem constantemente em um pedestal apoiando­se na Bíblia e imaginando saber o que   se   passa   dentro   de   um   coração   aflito   e   sedento   por compreensão.

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Não foi escrito para despertar soldados adormecidos e fanáticos, em busca da vitória justificada através da guerra.

Não foi escrito para diplomar pessoas em um assunto que só  é  passível  de entendimento através da santificação diária e compreensão através do Espírito Santo.

Não   foi   escrito   para   se   ter   um   álibi,   justificativas pessoais   ou um modo de  vida  a   ter  que  viver   seguindo o exemplo de Jesus aqui na terra.

O   Evangelho   Inclusivo   e   a   Homossexualidade... Foi escrito para os que crêem na Bíblia, como única fonte de fé; portanto, se você não crê no Deus Criador, pare a leitura por aqui.

Foi  escrito para iniciantes,  e não para pesquisadores intelectualóides em busca de um divisor de águas.

Foi   escrito   para   pessoas   angustiadas,   cansadas, perseguidas,  humilhadas,   andando  na   contramão  da   vida, porém   com   determinação,   humildade,   gosto   pelo   viver, esperança   no   porvir,   que   buscam   a   justiça   divina   e   se conforta com a revelação do amor incondicional de Jesus.

Foi escrito para aqueles que sabem que são meramente pó e ao pó retornarão, e que não se contentam com um olhar de compaixão daqueles que crêem estarem salvos.

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Foi   escrito   para   pessoas   “alegres”,   felizes,   teatrais, espirituosas, expansivas, graciosas, únicas, diante de tanta seriedade, inveja, rancor, orgulho, pretensão, ódio e soberba.

Foi   escrito   para   aqueles   com   almas   puras,   mesmo tendo o  seu  exterior  pintado  com extravagâncias.  Aquelas criaturas que seguem o criador não apenas com exclamações verbais de fé, mas sim concomitantemente às obras.

Foi escrito para aqueles que não têm medo de dizer “Eu Te Amo” e de erguer a bandeira – não do “orgulho” de uma única comunidade –, mas sim das comunidades de Cristo que são bem mais amplas.

Foi escrito para os que não sentem mérito algum por merecer  o  amor e  proteção de  Deus diante  das  provas  da vida. Foi escrito para pessoas providas de inteligência, mas que   compreendem   que   suas   mentes   são   limitadas;   para servos fiéis que sabem que estão propensos a cair.

O   Evangelho   Inclusivo   e   a   Homossexualidade... Foi escrito para mim mesmo e para quem quer que tenha se sentido   em   pecado   e   afastado   de   Deus,   cansado   e sobrecarregado, mas almejam o alívio efetivo deste fardo ao longo do caminho estreito.

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Fernando Cardoso

Autor

SUMÁRIO

Introdução,  11

Conhecendo a homossexualidade,  15

Aspectos históricos da condenação aos homossexuais, 22

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Mudança lenta, porém positiva,   27

O relacionamento familiar e social,  31

Algumas teorias sobre os homossexuais,  38

Assembléia de Deus,  38

Astrologia,  39

Budismo,  40

Hare krishnas, 40

Espiritismo,  41

Psicanálise,  42

Seicho­no­ie,  43

Umbanda e Candomblé,  43 

  

Cura da homossexualidade – verdade ou mentira?,  44

A homossexualidade e o Cristianismo,  49

A homossexualidade e a Bíblia,  55

 Gênesis 1.27,   58

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 Gênesis 2.24,  60

 Gêneses 19.1­19,  61

 Levítico 18. 22,   63

 Levítico 20.13,   63

 Deuteronômio 22.5,  68

 Deuteronômio 23.17,  70

 Juízes 19.22,  71

 Romanos 1.26­27,  73

 1 Coríntios 6.9­11,  76

 1 Timóteo 1.10,   76

Uma incoerência ao citar Paulo,  80

A Aids é profética?,  82

Supostos personagens homossexuais,  85

Davi e Jônatas,  87

Noemi e Rute,   90

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Daniel e Aspenaz,  91

Outras referências teológicas,  93

Exercendo o cristianismo,  96

A igreja inclusiva,  98

Conclusão do Assunto,  103

Considerações Finais,  105

Carta a uma Fundamentalista,  109

Bibliografia,  112

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I N T R O D U Ç Ã O

  Evangelho   Inclusivo   e   a   Homossexualidade  é   um   tema   que   suscita   grandes discussões, mas ao final afirma a possibilidade da Inclusão Espiritual de todos em Cristo! 

Eu tenho esta certeza e você também a terá a partir do momento que abrir o coração para que a luz destas palavras transcenda as barreiras do entendimento humano. Segundo o teólogo Luís Corrêa   Lima1  a   Igreja   nasceu   rompendo   as   fronteiras   do   judaísmo   no   primeiro   século, incorporando multidões de povos que não eram circuncidados. Hoje, pode também se conceber uma  identidade   simultaneamente  Homossexual   e  Cristã,   estimulando  os  grupos   cristãos  a acolherem as diversidades segundo a interpretação correta da Bíblia a cerca do tema.

O

Tudo começou aos 5 anos. Foram as primeiras memórias que tive, enquanto homossexual ou  gay, tanto faz. Desde pequeno, enquanto as outras crianças brincavam, aproveitando sua inocência, eu, reflexivo, me auto­analisava e, ao mundo ao meu redor. Sentia que era diferente dos   demais,   mas   não   entendia   o   porquê,   ainda.   Eu   observava   os   meninos   de   longe   com “admiração”, enquanto ficava sempre nos grupos de meninas, compartilhando os assuntos. A partir daí   iniciaram os rótulos “bichinha”,  “viadinho”,  entre outros que ouvi durante a fase escolar, além das chacotas coletivas, com conotações negativas.

Durante  muitos anos de  minha vida passei   tentando criar  teorias próprias,  não  para justificar a minha homossexualidade, como se fosse uma válvula de escape para descarga de conciência – como acreditam alguns –, mas sim para entender os motivos que me levavam a ser “diferente”,   pois   eu   sabia   e   sentia,   acima   de   tudo,   que   era   amado   e   protegido   por   Deus. Contudo, mesmo eu tendo nascido e sido criado em um lar cristão, constantemente ao chegar na igreja,   sentava­me no banco para ouvir os sermões e me deparava com a mesma situação, aquelas   mesmas   retóricas   difamatórias   pastorais   que,   segundo   eles,   são   chamadas   de mensagens “divinas”  contra o homossexualISMO. 

A minha sensação era de estar “murchando”, despertava­me uma angústia, uma vontade de   levantar   e   sair   o   mais   rápido   possível   daquele   lugar,   mas   em   seguida   me   vinha   o pensamento  de  que  se  o   fizera,  as  pessoas  perceberiam que  eu estava encomodado e   logo, perceberiam que eu era Gay.   

Essa situação me matava aos poucos, como certamente a você também não é diferente. Mas tudo mudou a partir do momento que comecei a pesquisar as Escrituras Sagradas, não sob a minha perspectiva, mas sim à luz da palavra de Deus. Ao encontrar outras interpretações que me foram escondidas durante muito tempo, me dava conta do quanto a Igreja é complacente 

1 Padre jesuíta, Doutor em História pela Universidade de Brasília, Professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Coordenador de projeto de pesquisa sobre Homossexualidade e Religião.

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com as  situações conflitantes que milhões de homossexuais  enfrentam ao estar na casa de Deus, cujo objetivo deveria ser para todos. Dessa forma pude compreender melhor e me aceitar como gay – a parte mais difícil do processo –, e entender o mesmo amor de Cristo “pregado” em minha vida.

Fazendo estas observações, não quero atenuar a importância da palavra de Deus contida na Bíblia ou contrariar sua autoridade e inspiração para a vida cristã. Ao contrário, amar a palavra de Deus é esforçar­se para entendê­la e não apenas aceitar o que é dito nos púlpitos por meio   de   pastores,   ou   seja,   homens,   assim   como   eu,   suscetíveis   a   erros   de   interpretação. Tampouco   defendo   minhas   crenças   representadas   por   “placa   de   igreja”,   mesmo   porque   a inclusão espiritual não necessita deste recurso.

A idéia deste livro surgiu após analisar pessoas se surpreendendo ao saber que eu sou Homossexual e Cristão. Por qual motivo a minha identidade sexual me distanciaria de Deus? Isto não ocorre e você entenderá o porquê no decorrer da leitura. Além do mais, durante minha vida  encontrei  pessoas  que  atravessaram conflitos   com a   família   e   com a   fé,   pelo   fato  da homossexualidade. Foi quando pensei que deveria fazer algo a esse respeito.

Outra alavanca deste trabalho se deu após assistir alguns filmes baseados em fatos reais: “Tremendo diante de Deus”,  documentário  de 2001;   “Assim me diz a Bíblia”,  documentário norte­americano de 2007; e “Orações para Bobby”, filme norte­americano de 2009.

Como toda nova idéia dita em voz alta, minha visão sob o assunto trará luz e esperança a alguns, e hostilidade a outros. Isto sempre acontece quando ensinamentos cristãos persuasivos e opressivos são refutados, principalmente daqueles que afirmam ser representantes de Deus aqui na terra.