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Apostila: A Evolução do Cristianismo até o Espiritismo e a Umbanda 1 rebezerrademeneses.blogspot.com.br Apostila Auxiliar de Estudo A Evolução do Cristianismo até O Espiritismo e a Umbanda Este trabalho é o resultado de pesquisa que proporciona apoio aos estudos dos assuntos abordados. Aqui incluímos também histórico e comentários sobre a Umbanda, no intuito de fornecimento aos expositores espíritas que por falta de fontes confiáveis, lembrando que a mesma não é codificada, algumas vezes acabam expondo pensamentos distorcidos da realidade. Revista Espírita Dr. Bezerra de Menezes

Apostila auxiliar de estudos a evolução do cristianismo até o espiritismo e a umbanda

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    Apostila Auxiliar de Estudo

    A Evoluo do Cristianismo at

    O Espiritismo e a Umbanda

    Este trabalho o resultado de pesquisa que proporciona apoio aos estudos

    dos assuntos abordados. Aqui inclumos tambm histrico e comentrios

    sobre a Umbanda, no intuito de fornecimento aos expositores espritas que

    por falta de fontes confiveis, lembrando que a mesma no codificada,

    algumas vezes acabam expondo pensamentos distorcidos da realidade.

    Revista Esprita Dr. Bezerra de Menezes

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    ndice

    Apostila auxiliar de estudos

    A Evoluo do Cristianismo at o Espiritismo e a Umbanda

    PG. 4 Introduo

    I - Breve histrico do Cristianismo 6 O Cristianismo entre as crianas espirituais

    6 A evoluo do Cristianismo de acordo com a evoluo do ser humano.

    8 Breves trechos da histria do Cristianismo

    8 A crucificao de Jesus Cristo

    9 As primeiras comunidades Crists

    9 A Revolta Judaica

    9 Perseguio dos cristos

    11 Conclio de Nicia

    13 A importncia dos Conclios para o Cristianismo e breves comentrios sobre as religies

    15 Conclio de Constantinopla

    17 Dados histricos

    18 Alguns dos clebres vultos do Cristianismo, no ocidente

    II - Espiritismo

    26 A implantao do Espiritismo na Terra

    33 Dana das mesas (Mesas girantes)

    35 Alguns venerveis nomes defensores do Espiritismo

    46 Considerao Inicial

    48 Expresso filosfica do Espiritismo

    51 Doutrina Esprita - Conceitos e Princpios Bsicos

    III - Mediunidade

    54 Histria da Mediunidade

    54 Mediunidade nos povos primitivos

    56 Mediunidade na antiguidade

    59 Detalhando os fenmenos medinicos (Dr. Ricardo Di Bernadi)

    65 Trabalhando com a mediunidade (Herculano Pires)

    67 Ectoplasma

    72 Livros indicados

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    IV - Umbanda 75 Costumes e tradies no Brasil em 1908 77 Anlise do Brasil em 1908

    80 O Cristianismo abre seus braos a todas as raas 81 Histria da Umbanda at os dias atuais - informaes histricas

    87 Quem foi Gabriel Malagrida? 92 Anlise Histrica 97 O Cristianismo abre seus braos a todas as raas

    98 Desmit ificando a formao das linhas de trabalho na Umbanda e Prtica Medinica

    104 Finalizando os estudos sobre a Umbanda - Leal de Souza

    V- A evoluo inacreditvel do Cristianismo

    107 Mensagens psicogrficas de Dr. Bezerra de Menezes 112 Concluso

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    Introduo

    Jesus

    No nosso propsito narrarmos histria de Jesus. Apesar de

    belssima e que enriquece qualquer trabalho que a contenha. Nosso

    intuito o de coloc-lo em sua exata posio como o Governador

    Espiritual de todo o planeta Terra.

    Ele, o governador de todo o nosso planeta e de todos ns que aqui

    residimos temporariamente nessa casa escola, pessoalmente veio ensinar-

    nos a como agir pensar e sentir. De conformidade com os desgnios de

    nosso Pai, visando a nossa evoluo espiritual que tem como objetivo levar-

    nos a um estado progressivo de felicidade pessoal atravs de nossa

    evoluo espiritual. Evoluo espiritual que apenas atestamos estar

    conseguindo se retiramos de ns, principalmente, o egosmo e o orgulho de

    nossas personalidades. A felicidade verdadeira s a temos quando

    efetuamos o cumprimento das leis de Deus.

    Mas pensamento falho por demais o julgarmos que somos ns, moradores

    de uma parte apenas do planeta os felizardos de termos recebido o Mestre

    em nosso meio em detrimento a outra parte da Terra que no teve a

    oportunidade de t-lo entre eles. Afinal, Jesus o governador de toda a

    Terra e no apenas um governador de uma parte do planeta. Se ao longo

    de sua passagem fsica pela Terra houve a possibilidade de ele estar entre

    ns. Pela brevidade de uma existncia em comparao a complexidade da

    tarefa para qual ele veio, que era o de implantar no seio de nosso povo o

    Cristianismo. Era impossvel que estivesse em todos os quatro cantos do

    mundo. Assim, de uma forma totalmente compreensvel, Ele, como

    governador dos quatro cantos desse planeta coordenou a vinda de seus

    grandes auxiliares para a implantao no restante do mundo dos conceitos

    elevados. E assim que ocorreu o surgimento do Budismo e tantas outras

    religies.

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    A ns que temos compreenso de como na parte espiritual, cabe-nos uma

    pergunta: por qual razo seno de forma puramente pedaggica

    diferenciamos as religies que intitulamos de Crists, das demais? Uma vez

    que de diferente, apenas, foram as mos pelas quais elas vieram para o

    nosso planeta. Apenas isso. Pois sabemos que a coordenao foi de

    uma nica personalidade. Jesus. Nosso governador geral.

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    I - Breve histrico do Cristianismo

    O Cristianismo entre as crianas espirituais

    Inicialmente, explicando o termo: "O Cristianismo entre as crianas

    espirituais". Queremos justific-lo por nos referirmos aos nossos primrdios

    quando ramos bem mais do que hoje, inferiores. Espritos ainda mais no

    incio de nossa evoluo moral e intelectual graas lei do progresso que

    rege a todos.

    Aos que puderem, ser de grande validade escutar os profundos

    apontamentos do orador Haroldo Dutra Dias: Desperta, tu que dormes,

    levanta-te dentro os mortos e o Cristo te esclarecer. (Paulo, 15:14)II Congresso Esprita

    Alagoano -Palestra ministrada no dia 27/04/2014 em Macei/AL

    A evoluo do Cristianismo de acordo com a evoluo do ser

    humano.

    No livro: O Evangelho Segundo o Espiritismo. No captulo 1 Instruo

    dos Espritos A ERA NOVA. Encontramos respaldo a questo da evoluo

    do Cristianismo, na medida certa em relao ao desenvolvimento humano.

    Observemos:

    9. Deus nico, e Moiss, o Esprito que Deus enviou em misso para se

    fazer conhecer, no somente pelos Hebreus, mas ainda pelos povos pagos.

    O povo hebreu foi o instrumento de que Deus se serviu para fazer sua

    revelao por Moiss e os profetas. As vicissitudes desse povo eram

    destinadas a impressionar os olhos e fazer cair o vu que escondia a

    divindade dos homens. Era, na poca, o nico povo monotesta.

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    Os mandamentos de Deus dados a Moiss trazem o germe da mais ampla

    moral crist; os comentrios da Bblia limitavam-lhe o sentido, porque,

    postos em prtica em toda a sua pureza, ela no teria sido, ento,

    compreendida; mas nem por isso, os dez mandamentos de Deus deixaram

    de permanecer como o frontispcio brilhante, como o farol que deveria

    iluminar a Humanidade no caminho que deveria percorrer. (Moiss pela

    rudeza do povo foi obrigado a colocar leis suas como, por exemplo: se um

    animal passar para o seu terreno, ele seu, ainda outros mandamentos

    bem materializados).

    A moral ensinada por Moiss era apropriada ao estado de adiantamento no

    qual se encontrava o povo a que ele foi chamado a regenerar. Esse povo,

    semi-selvagem, quanto ao aperfeioamento de sua alma, no teria

    compreendido que se pode adorar a Deus de outro modo e no pelos

    holocaustos. Muito menos que se precisasse perdoar a um inimigo. As idias

    das artes e das cincias eram muito atrasadas. A moralidade ainda

    engatinhava e no se teriam convertidos sob o imprio de uma religio

    inteiramente espiritual. Era-lhes preciso uma representao semi-material,

    tal qual lhe oferecia, ento, a religio hebraica. Assim, os holocaustos

    falavam aos seus sentidos, enquanto que as ideias de Deus falavam s suas

    almas.

    O Cristo foi o iniciador da moral mais pura e mais sublime moral evanglico-

    crist que deve renovar o mundo, aproximar os homens e torn-los irmos.

    S com Jesus foi criada a palavra perdo que deve fazer jorrar de todos os

    coraes humanos a caridade e o amor ao prximo. Criar entre todos os

    homens uma solidariedade comum. Moral, enfim, que deve transformar a

    Terra, e dela fazer dela uma morada para os Espritos Superiores que a

    habitaro amanh. a lei do progresso em ao...

    (Um Esprito Israelita, Mulhouse, 1861)

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    Breves trechos da histria do Cristianismo

    O Cristianismo de conformidade com o que at ento pensvamos de uma

    forma restritiva e imperfeita a religio predominante na Europa, Amrica,

    Oceania e em grande parte de frica e partes da sia.

    A Histria do cristianismo remonta mais de 2014 anos de histria da religio

    crist e suas Igrejas, principiando-se no ministrio de Jesus e seus

    apstolos, at a atualidade. Iniciado no primeiro sculo d.C. em Jerusalm.

    Baseada nos ensinamentos deixados por Jesus, que so de cunho

    monotesta. Durante a Era dos Descobrimentos ocorridos entre os sculos

    XV ao XVII, o cristianismo se expandiu para o mundo. Ao longo da sua

    histria os cristos tem se dividido por disputas teolgicas que resultaram

    em muitas igrejas distintas.

    A crucificao de Jesus Cristo

    Segundo a religio judaica o Messias iria um dia restaurar o Reino de Israel.

    Jesus, que era judeu, ao pregar uma nova doutrina e atrair seguidores

    acabou aclamado como o Messias. Mas, no aceito por seu prprio povo.

    Considerado por apstata pelas autoridades judaicas. Condenado por

    blasfmia e executado pelos romanos pela acusao de ser um lder

    rebelde.

    Com a morte e a ressurreio de Jesus, os apstolos renem-se numa

    comunidade religiosa composta principalmente por judeus, em Jerusalm,

    seguindo as orientaes deixadas por Jesus. Praticavam a comunho dos

    bens, administrava o batismo aos novos convertidos e celebravam a

    "partilha do po" em lembrana da ltima refeio tomada por Jesus.

    De l os apstolos partiram para pregar a nova mensagem, anunciando a

    nova religio. Filipe prega aos Samaritanos. Em contato pela primeira vez

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    com os pagos, em Antioquia, os discpulos entram e passam a ser

    denominados de cristos.

    Paulo de Tarso no se contava entre os doze apstolos. Mas bandeirante do

    Novo Testamento prega entre os gentios. Entre os anos de 44 e 58 ele fez

    trs viagens que levaram o Cristianismo para a sia Menor e a outras

    regies da Europa.

    As primeiras comunidades Crists

    Nas primeiras comunidades crists a coabitao entre os cristos oriundos

    do paganismo e os de origem no judasmo gerava conflitos. Muitos dos

    provenientes do judasmo permaneciam fiis s restries alimentares, bem

    como se recusavam a sentarem mesa com os pagos.

    A Revolta Judaica

    Em Junho do ano 66 inicia-se a revolta judaica. Em Setembro do mesmo

    ano a comunidade crist de Jerusalm decide separar-se dos judeus

    insurrectos, seguindo a advertncia dada por Jesus de que enquanto

    Jerusalm fosse cercada por exrcitos a desolao dela estaria prxima.

    Exilam-se em Pela, na Transjordnia, o que representa o segundo momento

    de ruptura com o judasmo.

    Perseguio dos cristos.

    As perseguies organizadas contra os cristos surgem em especial a partir

    do sculo II, no ano de 112, quando Trajano volta-se contra os cristos. Se

    fossem cidados romanos eram decapitados, caso contrrio podiam ser

    atirados s feras ou enviados para trabalhar nas minas.

    Durante a segunda metade do sculo II houve o desenvolvimento das

    primeiras heresias. Marcio rejeitou o Antigo Testamento, opondo o Deus

    vingador dos judeus ao Deus bondoso do Novo Testamento, apresentado

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    por Cristo. Elaborou um Livro Sagrado feito a partir de passagens retiradas

    das epstolas de Paulo e do Evangelho de Lucas. Tatiano, cristo de origem

    sria, convertido em Roma, gera uma seita agnstica que reprova o

    casamento e que celebrava a eucaristia, com gua, e no com o vinho. O

    latim passa a ser usado como lngua sagrada.

    Durante o sculo III, com o relaxamento da intolerncia aos cristos, a

    Igreja havia conseguido muitos donativos e bens. Porm, com o

    fortalecimento da perseguio pelo imperador Diocleciano esses bens foram

    confiscados. Posteriormente com a derrota de Diocleciano e a ascenso do

    imperador romano Constantino, o cristianismo foi legalizado pelo dito de

    Milo de 313, e os bens da Igreja devolvidos. de sua prpria autoria a

    ordenao de diversas baslicas e templos e as doou Igreja. Constantino

    convocou o Primeiro Conclio de Nicia em 325, onde se definiu o Credo

    Niceno, uma manifestao mnima da crena partilhada pelos bispos

    cristos.

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    Conclio de Nicia

    Alguns dos principais pontos discutidos no snodo foram:

    A questo ariana e a profisso de F

    Excluindo dois seguidores de Ario, todos os demais envolvidos assinaram as

    atas do Conclio de Nicia

    Profisso de F

    "Cremos em um s Deus, Pai todo poderoso, Criador de todas as coisas,

    visveis e invisveis; E em um s Senhor, Jesus Cristo, Filho de Deus, gerado

    do Pai, unignito, isto , da substncia do Pai, Deus de Deus, Luz da Luz,

    Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, no criado, consubstancial do

    Pai, por quem todas as coisas foram feitas no cu e na terra, o qual por

    causa de ns homens e por causa de nossa salvao desceu, se encarnou e

    se fez homem, padeceu e ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos cus e vir

    para julgar os vivos e os mortos; E no Esprito Santo. Mas quantos queles

    que dizem: 'existiu quando no era' e 'antes que nascesse no era' e 'foi

    feito do nada', ou queles que afirmam que o Filho de Deus uma

    hipstase ou substncia diferente, ou foi criado, ou sujeito alterao e

    mudana, a estes a Igreja Catlica anatematiza".

    Os participantes do Cristianismo divergiam quanto data da Pscoa da

    ressurreio. Apesar da tentativa efetuada, as diferenas de calendrio

    entre Ocidente e Oriente fez com que esta vontade de festejar a Pscoa em

    toda a parte no mesmo dia continue no realizado. No conclio de Nicia

    decidiu-se a questo estabelecendo que a Pscoa dos cristos fosse

    celebrada, sempre, no domingo seguinte ao plenilnio aps o equincio da

    primavera.

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    * As igrejas da sia Menor, que contava com a igreja de feso, celebravam,

    juntamente com os judeus, no 14 dia da primeira lua da primavera

    * As igrejas de Roma e de Alexandria, juntamente com muitas outras

    igrejas tanto ocidentais quanto orientais, celebravam-na no domingo

    subsequente ao 14 Nisan. Mas, o ponto mais importante desse conclio,

    referia-se a Doutrina de Arius.

    Doutrina de Arius

    A Doutrina da Cristologia, de Arius, defendia:

    Que o Logos e o Pai no eram da mesma essncia (Opondo-se a

    Trindade)

    Que o Filho era uma criao do Pai

    Que houve um tempo em que o Filho (ainda) no existia

    No ano de 318 ocorreram desavenas entre Arius e o Bispo Alexandre de

    Alexandria. Uma vez que esse acusava Alexandre de Sabelianismo. Sendo

    condenado no Conclio. Arius, contudo, encontrando apoio de Eusbio de

    Cesareia bem como outros apoios, espalhou a desavena da Alexandria por

    todo o Oriente. Para restabelecer a unio entre os cristos o Imperador

    Constantino I convocou o Primeiro Conclio de Nicia em 325, onde a

    doutrina de Arius acabou por ser condenada como hertica.

    Arius foi expulso tendo, no entanto, a sua banio anulada pela influncia

    do Bispo Eusbio de Nicomdia no ano de 328, na mesma poca em que

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    Atansio se tornou Bispo de Alexandria. No ano de 335 Arius seria

    supostamente reabilitado. Ele concordou em subscrever a doutrina de Nicia

    que havia recusado anteriormente. Contudo, antes de receber a comunho

    em Constantinopla, "morreu" subitamente.

    A importncia dos Conclios para o Cristianismo e breves

    comentrios sobre as religies

    Apesar de inmeros absurdos absolutamente normais do ponto de vista da

    evoluo da humanidade ter sido efetuado nos Conclios, h uma

    observao importante sobre eles que devemos efetuar. Sem eles a unidade

    crist no se observaria como observamos ao longo da histria. Em sntese:

    podemos concluir que foi um mal necessrio.

    O Cristianismo, seus ensinamentos, propagava-se entre as comunidades

    atravs de dilogos, principalmente. Bem como as comunicaes entre as

    cidades e regies eram espordicas e nesse processo rudimentar se

    espalhava. Normal conceber que foram geradas inmeras alteraes no

    contedo e prticas Crists.

    Os conclios, em fim, tinham a funo de estabelecer uma maior

    padronizao na prtica e nos ensinamentos Cristos. E se isso no

    ocorresse, poderia gerar a fragmentao do Cristianismo. O que bem

    diferente do que historicamente veio a ocorrer foi formao de inmeras

    religies crists. Visto que a no fragmentao do Cristianismo

    proporcionou-nos a preservao da Bblia seguida pelo Catolicismo.

    Posteriormente, da Bblia surgiram os denominados protestantes, iniciados

    por Lutero que se rebelou contra o catolicismo e suas mximas. Quanto ao

    surgimento de diversas religies, em nada tem haver com a fragmentao

    ou no do Cristianismo. Mas, sim, sendo o resultado da aplicao religiosa

    do Cristianismo para os diversos graus evolutivos dos espritos encarnados

    na Terra. Uma vez que os conhecimentos cristos ampliam-se ou no em

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    cada religio de acordo com a exata capacidade de esses religiosos

    compreenderem e as praticarem.

    Apenas ilustrando o que acima foi dito. Acabo de ter uma breve conversa

    com a proprietria da penso onde me encontrava at pouco tempo. E,

    nessa conversa, em determinado momento ela falou: Toda a minha famlia

    seja da parte de meu falecido marido e os meus foram e so extremamente

    religiosos. At o presente momento nenhum dos nossos mortos veio contar

    como do outro lado e, nem poderiam! Esto dormindo, aguardando a

    volta de Jesus. Alis, eles esto dormindo em seus aposentos. Apesar de

    ns utilizarmos o nome errado de tmulos. O certo falarmos em

    aposentos.

    Essa senhora que aqui no vou declinar o nome, pelo tempo que a conheo

    posso dizer que uma excelente praticante do cristianismo. Se eu tentasse

    impor as verdades que o cristianismo aquilatou para a humanidade atravs

    do Espiritismo, estaria sendo um pssimo religioso. Pois, se h condies de

    compreender mais coisas do que essa senhora, tambm sou obrigado a

    reconhecer que o grau evolutivo, intelectual, espiritual dela outro.

    Portanto, suas consideraes devem ser ouvidas e respeitadas. Sem uma

    ao intil e equivocada de gerar uma discusso que apenas eu conseguiria

    mago-la se tentasse expor que o que ela est a dizer no o que

    verdadeiramente ocorre. Que os espritos de seus entes queridos se

    encontram em outra dimenso e muito vivos, totalmente livres da matria.

    Por fim, necessrio expor uma grande diferena entre a evoluo espiritual

    e a evoluo intelectual-espiritual que no depende da evoluo intelectual

    acadmica. A primeira sendo a mais importante permite-nos ao morrer

    sermos merecedores de estarmos em regies espirituais mais elevadas.

    Pois, quem tem determinada evoluo espiritual mais apurada faz a prtica

    do bem. J quem tem apenas a evoluo intelectual-espiritual tem maiores

    condies de compreender as novas revelaes Crists. (Revelaes e no

    inovaes ou descobertas.) Mas, infelizmente, entre ter condies de

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    compreender e coloc-la em prtica em suas vidas, h uma grande

    diferena e nem sempre o fazemos. O ideal que tenhamos as duas

    evolues. Para, como dizia em suas palestras meu pai: podermos voar

    mais alto, com a utilizao das duas asas. A asa do conhecimento e a asa

    da prtica do bem que Jesus e todos os seus colaboradores de alta

    hierarquia espiritual vieram nos ensinar.

    Conclio de Constantinopla

    dito de Justiniano: Se algum diz ou sustenta que as almas

    humanas preexistiram na condio de inteligncias e de santos

    poderes; que, tendo-se enojado da contemplao divina, tendo-se

    corrompido e, atravs disso, tendo-se arrefecido no amor a Deus,

    elas foram, por essa razo, chamadas de almas e, para seu castigo,

    mergulhadas em corpos, que ele seja anatematizado!

    O Conclio de Constantinopla realizado na cidade de Constantinopla

    (Istambul, Turquia), de cinco de maio a dois de junho do ano 553. Foi

    realizado pelo imperador romano Justiniano e participado principalmente

    por bispos orientais. Sendo apenas seis bispos ocidentais, justamente como

    manobra para se obter os votos necessrios para os interesses de

    Justiniano. Foi neste conclio que a preexistncia da alma deixou de ser

    aceita e pregada dentro da Igreja Catlica, sendo declarada como hertica.

    Afinal, manter a preexistncia da alma faria admitir, por exemplo, a

    possibilidade de que o imperador e sua famlia, em outra existncia,

    poderiam nascer ou j terem sido pessoas do povo. Alm do mais,

    Justiniano casou-se com Teodora, que era uma prostituta, sendo que ao

    longo do tempo suas antigas amigas tendo em vista a sua jornada de xito

    comearam a se insuflar, e ela, diante do fato, e at para procurar apagar

    seu passado, mandou matar cerca de 500 outras prostitutas. Depois disso o

    povo comeou a dizer que ela ia pagar na outra vida o crime hediondo

    realizado. Ento ela pediu ao marido para que ele banisse a reencarnao

    das crenas populares. Coisa que o orgulho de suas posies no admitia,

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    jamais. Por outro lado, h de se justificar de o Papa haver assinado esse

    banimento no Catolicismo das realidades da preexistncia da alma visto que

    se opusesse a vontade do imperador certamente ele estaria colocando o seu

    poder em perigo, e sua prpria vida, uma vez que no estaria atendendo

    aos interesses polticos de Justiniano que o mantinha no controle da Igreja

    Catlica Apostlica Romana. Na reunio final deste conclio participaram

    cerca de 165 bispos. Dos quais, 159 bispos orientais. Algo totalmente

    planejado para o xito de seus propsitos.

    Como consequncia desse Conclio observamos que o cristianismo que na

    poca representava-se, na Terra, atravs da Igreja Catlica Apostlica

    Romana, aboliu a preexistncia da alma. Sendo que, o mais curioso, foi

    o fato de os cristos terem aceitado. Entretanto, nada mais natural.

    Afinal, nessa poca ramos crianas espirituais. E, como tais, facilmente

    manipulveis por alguns poucos. Felizmente essa uma realidade que

    deixamos para trs. Afinal, hoje, nossa sociedade no admite tal

    acontecimento ocorrer impunemente. Isso uma evoluo de nossa

    sociedade. De cada um de ns, Graas a Deus!

    Finalmente conclumos que se a rvore do Cristianismo foi mutilada

    atravs desse Conclio, nada mais foi do que o arrancarmos um de

    seus galhos que nos orienta. Mas que em momento oportuno,

    quando a humanidade encontrou-se mais evoluda, assim como

    ocorre em uma rvore que a mutilamos, atravs da poda, torna-se

    mais bela e frondosa expondo para ns toda a sua fora e beleza.

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    Dados histricos

    Em 500 d.C., criou-se o purgatrio. O que demonstra a modificao dos

    ensinamentos do Cristianismo atravs da Igreja Catlica Apostlica

    Romana.

    Em 1074 d.C, estabeleceu-se o celibato clerical, que um atentado

    natureza humana ocasionando inmeros sacrifcios, sofrimentos e desvios

    de religiosos de todos os tipos.

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    Alguns dos clebres vultos do Cristianismo, no ocidente.

    John Wycliffe

    (1320 31 de dezembro 1384) Professor da

    Universidade de Oxford, telogo e reformador

    religioso ingls. Precursor das reformas religiosas

    que sacudiram a Europa nos sculos XV e XVI.

    Trabalhou na primeira traduo da Bblia para o

    idioma ingls, entregando a traduo da Bblia aos

    padres. Acreditava que essa deveria ser um bem comum de todos os

    cristos e precisaria estar disponvel para uso cotidiano, na lngua nativa

    das populaes. "a joia do clero tornou-se o brinquedo dos leigos". A

    influncia dos escritos de Wyclif foi fundamental em outros movimentos

    reformistas, como o movimento liderado por Jan Huss e Jernimo de

    Praga.

    NaBomia, Na Universidade, aplicou-se nos estudos de teologia, filosofia e

    legislao cannica. Tornou-se sacerdote e depois serviu como professor no

    Balliol College, ainda em Oxford. Por volta de 1365 tornou-se bacharel em

    teologia e, em 1372, doutor em teologia.

    Como telogo destacou-se pela firme defesa dos interesses nacionais contra

    as demandas do papado, ganhando reputao de patriota e reformista.

    Wycliffe afirmava que havia um grande contraste entre o que a Igreja era e

    o que deveria ser e por isso defendia reformas. Suas idias apontavam a

    incompatibilidade entre vrias normas do clero. Uma destas

    incompatibilidades era a questo das propriedades e da riqueza material do

    clero. Ele pregava o retorno da Igreja primitiva pobreza dos tempos dos

    evangelistas, algo que, na sua viso, era incompatvel com o poder

    temporal do papa e dos cardeais. Para ele o Estado deveria tomar posse de

    todas as propriedades da Igreja e encarregar-se diretamente do sustento do

    clero. Logo a ctedra deixou de ser o nico meio de propagao de suas

  • Apostila: A Evoluo do Cristianismo at o Espiritismo e a Umbanda

    19

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    idias, ao iniciar a escrita de seu trabalho mais importante, a Summa

    theologiae. Entre as idias mais revolucionrias desta obra est a afirmao

    de que, nos assuntos de ordem material, o rei est acima do papa e que a

    Igreja deveria renunciar a qualquer tipo de poder temporal. Sua obra

    seguinte, De civili dominio, aprofunda as crticas ao Papado de Avignon

    (onde esteve a sede provisria da Igreja de 1309 at 1377), com seu

    sistema de venda de indulgncias e a vida perdulria e luxuosa de muitos

    padres, bispos e religiosos sustentados com dinheiro do povo. Wycliffe

    defendia que era tarefa do Estado lutar contra o que considerava abusos do

    papado. A obra contm 18 teses que vieram a pblico em Oxford, no ano de

    1376.

    Em 22 de maio de 1377, o Papa Gregrio XI, que em janeiro havia

    abandonado Avignon para retornar a sede da Igreja a Roma, expediu uma

    bula contra declarando que suas 18 teses eram errneas e perigosas para a

    Igreja e o Estado. Mas o apoio de que Wycliffe desfrutava na corte e no

    parlamento tornaram a bula sem efeito prtico, pois era geral a opinio de

    que a Igreja estava exaurindo os cofres ingleses.

    Jan Huss

    Seus pais eram checos de poucas posses materiais. Esse reformador

    bomio, de origem da cidade de Husinec, teve seu

    nascimento no dia 6 de Julho de 1369. (data

    provvel). Morreu queimado na cidade de

    Constana, no dia 6 de Julho de 1415.

    Estudou em Praga, onde esteve por volta dos anos

    80. Foi grandemente influenciado por Stanislav ze

    Znojma, que mais tarde se tornaria seu amigo ntimo e finalmente um

    grande inimigo. Nos seus escritos usava frequentemente citaes de John

    Wyclif. Em 1393 fez Bacharelado em Letras, em 1394 o Bacharelado em

    Teologia, e em 1396, finalmente o Mestrado. Em 1400 foi ordenado padre,

    tornando-se em 1401 reitor da faculdade de Filosofia. No ano seguinte foi

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    reitor da Universidade Carlos. Em 1402, nomeado pregador na Igreja de

    Belm em Praga, onde pregava em lngua checa. No em latim, como

    costume de sua poca. Uma afronta aos costumes de poca.

    A sua inclinao para as reformas eclesisticas foi despertada pelos escritos

    teolgicos de Wyclif. O que ficou denominado de Hussismo das primeiras

    dcadas do sculo XV, no era mais do que Wyclifismo transplantado para

    solo Bomio. Os escritos teolgicos de Wycliffe espalharam-se rapidamente

    pela Bomia, trazidos em 1402 por Jernimo de Praga, e que, mais tarde,

    tornou-se amigo e seguidor de Huss. Esses escritos causaram profunda

    impresso em Hus. A Universidade decretou-se contra as novas doutrinas.

    Sob a tutela do Arcebispo Zbynk Zajc, Hus gozou nos primeiros tempos de

    boa reputao e proteo. Em 1405 ele estava ativo como pregador sinodal,

    mas o bispo foi forado a depor contra ele devido aos ataques dele contra o

    sacerdcio.

    Hus pregava o Sacerdcio Universal dos Crentes, no qual qualquer pessoa

    pode comunicar-se com Deus sem a mediao sacramental e eclesial. Antes

    de ser queimado, Hus exps as seguintes palavras ao carrasco: "Vocs hoje

    esto queimando um ganso (Hus significa "ganso" na lngua bomia), mas

    dentro de um sculo encontrar-se-o com um cisne. E este cisne vocs no

    podero queimar." Identificamos nessas palavras a vinda de Martinho

    Lutero, com esta profecia. Pois, 102 anos depois, Lutero pregou suas 95

    teses em Wittenberg.

    Martinho Lutero

    Martinho Lutero nasceu em Eisleben, no dia 10 de

    novembro de 1483. Morrendo tambm em Eisleben, em

    18 de fevereiro de 1546. Desenvolveu traduo da Bblia

    em outros idiomas gerando um impacto violento tanto na

    Igreja quanto na cultura germnica. E, tambm, o que fez

    desse livro mais acessvel e ao alcance de mais pessoas. Seu casamento

  • Apostila: A Evoluo do Cristianismo at o Espiritismo e a Umbanda

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    com Catarina von Bora estabeleceu padro para a prtica do casamento

    clerical, permitindo o matrimnio dos pastores protestantes. Seus hinos

    incentivaram a prtica do ato de cantar em igrejas. Era padre e professor

    de teologia. Iniciador da Reforma Protestante. Ops-se fortemente as

    compras de indulgncias praticada pela Igreja Catlica Apostlica Romana.

    Apresentou suas 95 teses no ano de 1517. E sua recusa em retirar seus

    escritos em cumprimento ao pedido do Papa Leo X, em 1520, e do

    Imperador Carlos I de Espanha, na Dieta de Worms, no ano de 1521.

    Provocou a sua excomunho pelo papa e a condenao como um fora-da-lei

    pelo imperador. Ele pregava que a salvao no provia de bons feitos, mas

    de um livre presente de Deus, recebida apenas pela graa atravs da f em

    Jesus como um redentor do pecado. Sua teologia desafiou a autoridade

    papal na Igreja Catlica Romana por ensinar que a Bblia a nica fonte de

    conhecimento divino e ops-se ao sacerdotalismo, por considerar todos os

    cristos batizados como um santo e natural sacerdcio.

    Considerao necessria: No desenvolvimento do Cristianismo, Lutero

    representa um dos momentos mais importantes dessa evoluo. Notemos,

    contudo, que sua obra representa o fruto de contnua evoluo de muitos

    que o antecederam, em cumprimento dos desgnios de Deus. Entretanto,

    para os que no visualizam esses acontecimentos, reportando-se as pocas

    em que ocorreram, lembramos que ele rompeu no iniciar do sculo XVI,

    com prticas seculares da Igreja Catlica. Exigir naquela poca mais

    realizaes e mudanas, impossvel. Afinal, a nossa evoluo nesse perodo

    no comportaria.

    Nota: Quando falamos em desenvolvimento do Cristianismo, subtende-se

    que no ele propriamente dito, que evolui. Mas, sim, o ser humano em

    seu progresso incessante, como esprito imortal, que lentamente permite ao

    Cristianismo retirar os vus que antes estavam ocultando verdades que

    sempre existiram. Mas que o progresso dos espritos encarnados e

    desencarnados, na Terra, ainda no permitia que ns tivssemos acesso a

    essas informaes. Utilizando uma linguagem figurada: O Cristianismo, ao

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    longo da histria da humanidade mede a intensidade de seu brilho de

    conformidade com a nossa capacidade de ver e trabalhar com essa luz. E,

    na atualidade dos nossos desenvolvimentos, quantas verdades ainda no

    tm condies de compreendermos no atual estgio evolutivo em que

    estamos? Certamente, dentro de cem ou duzentos anos a mais, quantas

    coisas teremos condies de saber dessa rvore generosa e que hoje,

    simplesmente, no temos condies de compreender?

    H, contudo, uma exposio que no se pode comprovar. Mas provvel

    que se antigamente houvesse a necessidade de sculos serem gastos para

    que pudssemos ter condies de ampliar nossos conhecimentos em

    alguma coisa, o perodo atual em que nos encontramos e dai em diante,

    permitir que maiores informaes sejam fornecidas pelo Cristianismo, em

    um menor perodo de tempo.

    Hippolyte Lon Denizard Rivail - "Allan Kardec"

    Nascido em famlia catlica com tradio profissional

    na advocacia e na magistratura. Efetuou estudos na

    Escola de Pestalozzi, Sua. Pas de formao

    religiosa tipicamente protestante. Tornando-se um

    dos seus mais distintos discpulos e ativo propagador

    de seu mtodo, que influenciou na reforma do ensino

    na Frana e na Alemanha.

    Em 1824, de volta a Frana, publicou um plano para aperfeioamento do

    ensino pblico. No dia 6 de fevereiro de 1832 desposou Amlie Gabrielle

    Boudet. Tinha profundo domnio da lngua alem, traduzindo para este

    idioma algumas obras de educao e de moral, com destaque para as obras

    de Franois Fnelon. Conhecia a fundo os idiomas francs, ingls e

    holands, alemo, italiano e espanhol. De 1834 em diante passou a lecionar

    e a publicar diversas obras sobre educao. Tornando-se membro da Real

    Academia de Cincias Naturais.

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    Como pedagogo dedicou-se luta para uma maior democratizao do

    ensino pblico. Entre 1835 e 1840, residiu na rua de Svres. Onde

    ministrava cursos gratuitos de Qumica, Fsica, Anatomia, Astronomia; entre

    outras matrias. As matrias que lecionou como pedagogo foram:

    Astronomia, Qumica, Matemtica, Fsica, Fisiologia, Retrica, Anatomia

    Comparada e Francs. Sobre a utilizao do pseudnimo "Allan Kardec",

    segundo biografias, foi adotado pelo Prof. Rivail a fim de diferenciar a

    Codificao Esprita dos seus trabalhos pedaggicos anteriores.

    Zlio Fernandino de Morais

    Natural do distrito de So Gonalo/RJ. Extremamente jovem

    no ano de 1908, ento com dezessete anos de idade.

    Preparando-se para o ingresso na carreira militar na

    Marinha de Guerra Brasileira. Foi acometido por

    inexplicveis problemas no debelados pela medicina

    daquela poca, certo dia ergueu-se no leito declarando:

    "Amanh estarei curado!" No dia seguinte levantou-se normalmente e

    voltou a caminhar, como se nada houvesse ocorrido. Sendo, dessa forma,

    que acabou fundando a Umbanda. Religio de origem 100% nacional.

    Casou-se com Isabel de Moraes e teve duas filhas, Zlia e Zilmia. Faleceu

    no dia 3 de outubro de 1975 em Cachoeiras de Macacu, no Rio de Janeiro.

    Sua atividade profissional era como comerciante. Sendo que no ano de

    1924, tornou-se vereador. Trs anos depois foi reeleito e trabalhou como

    secretrio do Legislativo Gonsalense. No poder pblico dedicava-se, em

    especial, difuso de escolas pblicas. Tal a sua preocupao que criou

    escola gratuita, de curso primrio, em seu centro religioso para atender as

    crianas de Neves.

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    Francisco Cndido Xavier

    Francisco Cndido Xavier nasceu em Pedro Leopoldo/MG,

    Brasil. Em dois de abril de 1910. Morreu em 30 de Junho de

    2002. Considerado o mdium do sculo e o maior

    psicgrafo de todos os tempos. Atravs, em especial, dos

    livros produzidos pelo esprito Andr Luiz, trouxe

    significativos avanos para os conhecimentos Espritas.

    Durante sua existncia psicografou 451 livros. Cedeu todos os direitos

    autorais para organizaes espritas e instituies de caridade. Vendeu mais

    de 50 milhes de exemplares em portugus, com tradues em espanhol,

    italiano, ingls, mandarim, sueco, russo, japons, esperanto, romeno e

    braile.

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    II - Espiritismo

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    A implantao do Espiritismo na Terra

    Irms Fox

    A famlia Fox

    Em 11 de dezembro de 1847, a famlia Fox, de origem canadense, instalou-

    se em uma casa modesta na povoao de Hydesville, no estado de Nova

    Iorque.

    A famlia Fox, compunha-se da Sra. Margareth Fox e seu marido. Sr. John

    D. Fox. Alm de suas filhas, Kate e Margareth, respectivamente com 11 e

    14 anos de idade. A mais conhecida e divulgada fonte sobre o ocorrido em

    Hydesville, com a famlia Fox, o depoimento da Sra. Margareth Fox que

    encontra-se no livro Histria do Espiritismo de Arthur Conan Doyle. Abaixo

    exposto.

    O casal possua mais filhos e filhas. Entre estas, Leah, mais velha, que

    escreveria um livro, "The Missing Link" (New York, 1885), no qual abordou

    s supostas faculdades paranormais de seus antepassados.

    O fato ocorreu, inicialmente, apenas com Margareth e Kate. Depois, Leah

    juntou-se a elas e teve participao ativa nos acontecimentos ao de

    Hydesville.

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    Depoimento da Sra. Margareth Fox

    "Na noite da primeira perturbao, todos nos levantamos, acendemos uma

    vela e procuramos pela casa inteira, enquanto o barulho continuava e era

    ouvido quase que no mesmo lugar. Conquanto no muito alto, produzia um

    certo movimento nas camas e cadeiras a ponto de notarmos quando

    deitadas. Era um movimento em trmulo, mais que um abalo sbito.

    Podamos perceber o abalo quando de p no solo. Nessa noite continuou at

    que dormimos. Eu no dormi at quase meia-noite. Os rumores eram

    ouvidos por quase toda a casa. Meu marido ficou espera, fora da porta,

    enquanto eu me achava do lado de dentro, e as batidas vieram da porta

    que estava entre ns. Ouvimos passos na copa, e descendo a escada; no

    podamos repousar, ento conclui que a casa deveria estar assombrada por

    um Esprito infeliz e sem repouso. Muitas vezes tinha ouvido falar desses

    casos, mas nunca tinha testemunhado qualquer coisa no gnero, que no

    levasse para o mesmo terreno.

    Na noite de sexta-feira, 31 de maro de 1848, resolvemos ir para a cama

    um pouco mais cedo e no nos deixamos perturbar pelos barulhos: amos

    ter uma noite de repouso. Meu marido aqui estava em todas as ocasies,

    ouviu os rudos e ajudou a pesquisa. Naquela noite fomos cedo para a cama

    apenas escurecera. Achava-me to quebrada e sem repouso que quase

    me sentia doente. Meu marido no tinha ido para a cama quando ouvimos o

    primeiro rudo naquela noite. Eu apenas me havia deitado. A coisa comeou

    como de costume. Eu o distinguia de quaisquer outros rudos jamais

    ouvidos. As meninas, que dormiam em outra cama no quarto, ouviram as

    batidas e procuraram fazer rudos semelhantes, estalando os dedos.

    Minha filha menor, Kate, disse, batendo palmas: "Senhor P-Rachado, faa

    o que eu fao". Imediatamente seguiu-se o som, com o mesmo nmero de

    palmadas. Quando ela parou, o som logo parou. Ento Margareth disse

    brincando: "Agora faa exatamente como eu. Conte um, dois, trs, quatro"

  • Apostila: A Evoluo do Cristianismo at o Espiritismo e a Umbanda

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    e bateu palmas. Ento os rudos se produziram como antes. Ela teve medo

    de repetir o ensaio. Ento Kate disse, na sua simplicidade infantil: "Oh!

    mame! eu j sei o que . Amanh primeiro de abril e algum quer nos

    pregar uma mentira".

    Ento pensei em fazer um teste de que ningum seria capaz de responder.

    Pedi que fossem indicadas as idades de meus filhos, sucessivamente.

    Instantaneamente foi dada a exata idade de cada um, fazendo uma pausa

    de um para o outro, a fim de os separar at o stimo, depois do que se fez

    uma pausa maior e trs batidas mais fortes foram dadas, correspondendo

    idade do menor, que havia morrido.

    Ento perguntei: " um ser humano que me responde to corretamente?"

    No houve resposta. Perguntei: " um Esprito? Se for d duas batidas."

    Duas batidas foram ouvidas assim que fiz o pedido. Ento eu disse: "Se foi

    um Esprito assassinado d duas batidas". Estas foram dadas

    instantaneamente, produzindo um tremor na casa. Perguntei: "Foi

    assassinado nesta casa?" A resposta foi como a precedente. "A pessoa que

    o assassinou ainda vive?" Resposta idntica, por duas batidas. Pelo mesmo

    processo verifiquei que fora um homem que o assassinara nesta casa e os

    seus despojos enterrados na adega; que a sua famlia era constituda de

    esposa e cinco filhos, dois rapazes e trs meninas, todos vivos ao tempo de

    sua morte, mas que depois a esposa morrera. Ento perguntei: "Continuar

    a bater se chamar os vizinhos para que tambm escutem?A resposta

    afirmativa foi alta.

    Meu marido foi chamar Mrs. Redfield, nossa vizinha mais prxima. uma

    senhora muito delicada. As meninas estavam sentadas na cama, unidas

    uma outra e tremendo de medo. Penso que estava to calma como estou

    agora. Mrs. Redfield veio imediatamente, seriam cerca de sete e meia,

    pensando que faria rir s meninas. Mas quando as viu plidas de terror e

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    quase sem fala, admirou-se e pensou que havia algo mais srio do que

    esperava. Fiz algumas perguntas por ela e as respostas foram como antes.

    Deram-lhe a idade exata. Ento ela chamou o marido e as mesmas

    perguntas foram feitas e respondidas.

    Ento, Mrs. Redfield chamou Mr. Duesler e a esposa e vrias outras

    pessoas. Depois, Mr. Duesler chamou o casal Hyde e o casal Jewell. Mr.

    Duesler fez muitas perguntas e obteve as respostas. Em seguida, indiquei

    vrios vizinhos nos quais pude pensar, e perguntei se havia sido morto por

    algum deles, mas no tive resposta. Aps isso, Mr. Duesler fez perguntas e

    obteve as respostas: Perguntou: "Foi assassinado?" Resposta afirmativa.

    "Seu assassino pode ser levado ao tribunal?" Nenhuma resposta. "Pode ser

    punido pela lei?" Nenhuma resposta. A seguir, disse: "Se seu assassino no

    pode ser punido pela lei d sinais." As batidas foram ouvidas claramente.

    Pelo mesmo processo Mr. Duesler verificou que ele tinha sido assassinado

    no quarto de leste, h cinco anos passados, e que o assassnio fora

    cometido meia-noite de uma tera-feira, por Mr.; que fora morto com um

    golpe de faca de aougueiro na garganta; que o corpo tinha sido levado

    para a adega; que s na noite seguinte que havia sido enterrado; tinha

    passado pela despensa, descido a escada, e enterrado a dez ps abaixo do

    solo. Tambm foi constatado que o motivo fora o dinheiro.

    "Qual a quantia: cem dlares?" Nenhuma resposta. "Duzentos? Trezentos?"

    etc. Quando mencionou quinhentos dlares as batidas confirmaram.

    Foram chamados muitos dos vizinhos que estavam pescando no ribeiro.

    Estes ouviram as mesmas perguntas e respostas. Alguns permaneceram em

    casa naquela noite. Eu e as meninas samos. Meu marido ficou toda a noite

    com Mr. Redfield. No sbado seguinte a casa ficou superlotada. Durante o

    dia no se ouviram os sons; mas ao anoitecer recomearam.

  • Apostila: A Evoluo do Cristianismo at o Espiritismo e a Umbanda

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    Diziam que mais de trezentas pessoas achavam-se presentes. No domingo

    pela manh os rudos foram ouvidos o dia inteiro por todos quantos se

    achavam em casa.

    Na noite de sbado, 1 de abril, comearam a cavar na adega; cavaram at

    dar n'gua; ento pararam. Os sons no foram ouvidos nem na tarde nem

    na noite de domingo. Stephen B. Smith e sua esposa, minha filha Marie,

    bem como meu filho David S. Fox e sua esposa dormiram no quarto aquela

    noite.

    Nada mais ouvi desde ento at ontem. Antes de meio-dia, ontem, vrias

    perguntas foram respondidas da maneira usual. Hoje ouvi os sons vrias

    vezes.

    No acredito em casas assombradas nem em aparies sobrenaturais.

    Lamento que tenha havido tanta curiosidade neste caso. Isto nos causou

    muitos aborrecimentos. Foi uma infelicidade morarmos aqui neste

    momento. Mas estou ansiosa para que a verdade seja conhecida e uma

    verificao correta seja procedida. Ouvi as batidas novamente esta manh,

    tera-feira, 4 de abril. As meninas tambm ouviram.

    Garanto que o depoimento acima me foi lido e que a verdade; e que, se

    fosse necessrio, prestaria juramento de que verdadeiro."

    Assinado Margareth Fox.

    Construindo uma rudimentar combinao alfabtica, com as pancadas

    produzidas. Foi possvel que as irms Fox, obtivessem o nome do esprito

    que era o causador dos sons. E foi dessa forma, que descobriram que seu

    nome era a do mascate, de 31 anos. De nome Charles B. Rosma.

    Assassinado h quatro anos, naquela casa e enterrado na adega. E por

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    dedues, que seu assassino era antigo inquilino. Sr. Bell. Interessados em

    esclarecer o caso, algumas pessoas escavaram a adega, em busca de

    encontrar os restos mortais do suposto assassinado. No sendo nenhuma

    prova cabal encontrada. E, por essa razo foram suspensas.

    Depoimentos j haviam ocorridos. Mais houve em especial um depoimento,

    com muitos detalhes, de quem se lembrava da passagem pela regio de um

    certo mascate na mesma data em que o suposto esprito indicou como

    sendo o do seu assassinato. Nesse depoimento descreveu o comportamento

    dos antigos proprietrios da residncia em Hydesville, o Sr. Bell e a esposa

    que, sozinhos, teriam recebido o mascate.

    No Vero de 1848,o irmo mais velho da famlia. David Fox. Retomou a

    busca. Mas a opinio de muitos que os resultados encontrados, no eram

    originais. Uma armao. Nessa busca, a uma profundidade das escavaes

    de um metro e meio, encontrou-se inicialmente, uma tbua. Aprofundando

    o buraco, encontraram cabelos, restos de carvo, cal e alguns fragmentos

    de ossos que, segundo Doyle, foram reconhecidos por um mdico como

    pertencentes a um esqueleto de um ser humano.

    Equivocadamente, Margareth e Kate chegaram a ser separadas e afastadas

    do lar paterno. David Fox ficou com Margareth. E Kate ficou com Leah. Mas

    essa separao das irms no foi suficiente para que os fenmenos

    deixassem de ocorrer. E, no caso da irm mais velha, Lea Fish, passou a

    tambm apresentar fenmenos catalogados como medinicos. Sendo esse

    episdio narrado no livro Histria do Espiritismo:

    "Era como uma nuvem psquica, descendo do alto e se mostrando nas

    pessoas suscetveis. Sons idnticos foram ouvidos em casa do Reverendo A.

    H. Jervis, ministro metodista residente em Rochester. Poderosos fenmenos

    fsicos irromperam na famlia do Dicono Hale, de Greece, cidade vizinha de

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    Rochester. Pouco depois a Sra. Sarah A. Tamlin e a Sra. Benedict de

    Auburn, desenvolveram notvel mediunidade (...)."

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    Dana das mesas (Mesas girantes)

    No sculo XIX ocorreu na Europa e nos

    Estados Unidos esse fenmeno, mais

    conhecido como as mesas girantes. A

    sociedade mundial, inicialmente, apenas

    levava esses acontecimentos, para o campo

    do entretenimento. Mas o que desconheciam

    era que isso ocorria para, justamente,

    chamar ateno da humanidade. Consistindo

    no movimento de mesas e outros objetos

    pesados, sem causa fsica, em torno dos quais se reuniam nos sales

    pessoas de todas as classes sociais e culturais. Sem que a princpio fosse

    levado esse acontecimento em suas reais propores. Pois, durante sua

    fase inicial, at meados de 1870. As mesas girantes foram objeto

    unicamente de curiosidade e divertimento, em especial nos pases

    europeus. Mas, atravs da seriedade do professor e pedagogo Hippolyte

    Lon Denizard Rivail - "Allan Kardec. Culminou no estudo e

    sistematizao de conhecimentos que construram a Doutrina Espirita.

    O professor Rivail foi convidado pelo amigo Fortier, a verificar o fenmeno

    das mesas girantes com a disposio de observar e analisar os fenmenos

    que despertavam curiosidade no sculo XIX.

    As primeiras manifestaes tidas como medinicas aconteceram por meio

    de mesas se levantando e batendo, com um dos ps, um nmero

    determinado de pancadas e respondendo, desse modo, sim ou no,

    segundo fora convencionado, a uma questo proposta.

    Analisando esses fenmenos, Allan Kardec, concluiu que no havia nada de

    convincente neste mtodo para os cticos, pois se podia acreditar num

  • Apostila: A Evoluo do Cristianismo at o Espiritismo e a Umbanda

    34

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    efeito eltrico, cujas propriedades eram minimamente conhecidas pela

    cincia de ento. Foram ento utilizados mtodos para se obter respostas

    mais desenvolvidas por meio das letras do alfabeto: o objeto mvel,

    batendo um nmero de vezes corresponderia ao nmero de ordem de cada

    letra, chegando, assim, a formular palavras e frases respondendo s

    perguntas propostas. Sociedades Cientficas de diversas partes do mundo

    foram criadas para a investigao dos fenmenos. O mundo cientfico

    acordou para analisar esses acontecimentos. Personalidades como Oliver

    Lodge, Friedrich Zllner, William Crookes, Michael Faraday, Camille

    Flammarion e Alfred Russel Wallace. Foram umas dos nomes da cincia a

    confirmarem esses acontecimentos. Bem como o criminologista Cesare

    Lombroso. Kardec concluiu que a preciso das respostas e sua correlao

    com a pergunta no poderiam ser atribudas ao acaso. O ser misterioso que

    e respondia, quando perguntado sobre sua natureza, declarou que era um

    esprito, fornecendo o seu nome e forneceu outras informaes a seu

    respeito. Apresentando ao mundo, dessa forma, a imortalidade da alma.

    Que apenas troca, por motivos que o Espiritismo veio ao mundo explicar, a

    sua existncia espiritual pela material.

    Nota: Construdo entre 1900 a 1903, houve um registro cinematogrfico

    sobre este acontecimento: /Spiritisme

    abracadabrant (1900) 1:14 (traduo literal: Espiritismo Moderno /

    Espiritismo abracadabra).

  • Apostila: A Evoluo do Cristianismo at o Espiritismo e a Umbanda

    35

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    ALGUNS VENERVEIS NOMES DEFENSORES DO ESPIRITISMO

    Johann Karl Friedrich Zllner

    Johann Karl Friedrich Zllner (Berlim, 8 de

    Novembro de 1834 Leipzig, 25 de Abril de 1882).

    Astrnomo e fsico germnico.

    Membro da Imperial Academia de Cincias Fsicas e

    Naturais de Moscou, da Royal Society, da Sociedade

    Cientfica de Estudos Psquicos de Paris, da Real Sociedade Astronmica de

    Londres. Alm de membro honorrio da Associao de Cincias Fsicas de

    Frankfurt. Em 1860, apresentou ao mundo a iluso de tica que leva o seu

    nome: a chamada iluso de Zllner. Em 1872 passou a ocupar a cadeira de

    Astrofsica na Universidade de Leipzig.

    Zllner efetuou diversas reunies com pesquisadores famosos e mdiuns no

    sculo XIX, em sua prpria residncia, em Leipzig.

    Dentro do Espiritismo, desenvolveu a "teoria da quarta dimenso". Com

    isso, os fenmenos espritas perdem a sua caracterstica mstica e

    ingressam no campo da Fsica. Conhecimento esse que defendeu apoiado

    em posies tericas e experincias prticas. Por essa teoria, o universo

    teria uma quarta dimenso at ento no visualizada pela fsica. Atravs da

    qual explicam-se os fenmenos de ordem medinica. Essa quarta dimenso

    uma extenso da prpria matria, apesar de invisvel e imperceptvel aos

    sentidos fsicos humanos.

    Faleceu sem conseguir publicar sua segunda obra, que abordava sobre os

    fenmenos pesquisados. Em reconhecimento de seu trabalho, uma cratera

    na Lua recebeu o seu nome: a cratera de Zllner.

  • Apostila: A Evoluo do Cristianismo at o Espiritismo e a Umbanda

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    Cesare Lombroso

    (Verona, 6 de novembro de 1835 Turim, 19 de outubro de 1909).

    Mdico, cientista e cirurgio italiano.

    Nasceu em Verona, proveniente de famlia de

    posses, que lhe permitiu efetuar os estudos. Estudou

    Medicina na Universidade de Pavia, no ano de 1858,

    formou-se. Em 1859, em Cirurgia. Na Universidade

    de Gnova. Indo para Viena, onde apurou seus

    conhecimentos, alinhando-se com o pensamento

    positivista.

    Desde os vinte anos demonstra a sua linha de interesses, com um estudo

    sobre a loucura. Servindo como oficial mdico, publicou em 1859 estudos

    sobre os ferimentos das armas de fogo, considerado um dos mais originais.

    Entre os anos de 1871 a 1876, dirige o manicmio de Pdua. Vindo a ser

    aprovado para a cadeira de Higiene e Medicina Legal da Universidade de

    Turim. Tambm em 1876 publicou "O Homem Delinqente" - sua primeira

    obra sobre criminologia, onde faz-se presente a influncia da "frenologia.

    Referente a mediunidade, estuda o fenmeno sob o aspecto positivista de

    comprovao factual - tal como fizeram outros cientistas da poca, noutras

    partes. Ao final conclui pela comprovao cientfica dos fenmenos e

    doutrina estudados. Tornando-se um fervoroso defensor do Espiritismo na

    Itlia de seu tempo, juntando-se a vrias correntes do movimento

    positivista da poca.

  • Apostila: A Evoluo do Cristianismo at o Espiritismo e a Umbanda

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    William Crookes

    William Crookes (Londres, 17 de junho de 1832

    Londres, 4 de abril de 1919). Fsico e qumico ingls.

    Em 1861, descobriu um elemento qumico ao qual deu o

    nome de tlio. Posteriormente identificou a primeira

    amostra conhecida de hlio, em 1895. inventor do

    radimetro de Crookes. Bem como desenvolveu os tubos

    de Crookes, investigando os raios canal. Foi um pioneiro

    na construo e no uso de tubos de vcuo para estudar

    os fenmenos fsicos. Igualmente um dos primeiros

    cientistas a pesquisar o que hoje chamado de plasmas. Desenvolveu um

    dos primeiros instrumentos para estudar a radioatividade nuclear, o que

    acabou denominado de espintariscpio. No ano de 1870, Crookes concluiu

    que a cincia tinha o dever de estudar os fenmenos associados com o

    Espiritualismo. Sua forma de conduo de sua investigao sempre foi de

    forma imparcial e descreveu as condies que ele impunha aos mdiuns da

    seguinte forma: "Deve ser na minha prpria casa e com minha prpria

    seleo de amigos e espectadores, sob minhas prprias condies e

    podendo eu fazer o que achar melhor quanto a dispositivos" (Doyle, 1926:

    volume 1, 177). Entre os mdiuns que ele estudou estavam Florence Cook e

    Kate Fox.

    William Crookes, atravs de seus pareceres favorveis aos fatos

    espiritualistas, chegou ao ponto de ter o seu nome cancelado da filiao

    Royal Society. Apenas no o sendo, pois, tornou-se mais cauteloso. Uma

    vez que a sociedade cientfica da poca no concordava com as suas

    afirmaes, que comprovavam o espiritualismo. Razo de seu silncio. Mas,

    no ano de 1898, em seu discurso de posse na presidncia da British

    Association for the Advacement of Science (Associao Britnica pelo

    Avano da Cincia), abordou sobre o assunto: "J se passaram trinta anos

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    desde que publiquei um relatrio dos experimentos tendentes a mostrar

    que fora de nosso conhecimento cientfico existe uma Fora utilizada por

    inteligncias que diferem da comum inteligncia dos mortais... Nada tenho

    a me retratar. Confirmo minhas declaraes j publicadas. Na verdade,

    muito teria que acrescentar a isto". (Crookes, 1898).

    Camille Flammarion

    Nicolas Camille Flammarion. Nasceu em Montigny-le-

    Roi, em 26 de fevereiro de 1842. Falecendo em

    Juvisy-sur-Orge, em 3 de junho de 1925). Astrnomo

    francs.

    Instruiu-se em Langres e, por quatro anos, entre

    1862 at 1866. Trabalhou no Observatrio de Paris.

    De 1866 em diante, comea a escrever vrios livros

    sobre Astronomia que acabaram traduzidos para outras lnguas. E, mais

    tarde, tambm sobre Fsica. Fundou o observatrio de Juvisy-sur-Orge,

    dirigindo-o at sua morte. Onde incentivava o trabalho de observadores

    amadores. No ano de 1887, funda a Sociedade Astronmica da Frana.

    Sendo no ano de 1922, agraciado com o premiado da Legio da Honra,

    graas ao seu trabalho de popularizao da Astronomia. Seu apoio as

    realidades espiritualistas, era total. E,como exemplo, temos a sua entrevista

    na The International Psychic Gazette, em 1917. Onde textualmente

    exps:"Nunca tive jamais qualquer ocasio para modificar minhas ideias a

    respeito. Estou perfeitamente satisfeito com o que eu disse nos primeiros

    dias. absolutamente verdadeiro que uma conexo foi estabelecida entre

    este mundo e o outro". (Fodor, N. - Encyclopaedia of Psychic Science,

    U.S.A.: University Books, 1974, p.70).

  • Apostila: A Evoluo do Cristianismo at o Espiritismo e a Umbanda

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    Dr. Bezerra de Menezes

    Conheceu a Doutrina Esprita quando do lanamento da traduo em lngua portuguesa de O Livro dos Espritos (sem data, em 1875), atravs de um exemplar que lhe foi oferecido com dedicatria pelo seu tradutor, o tambm mdico Dr. Joaquim Carlos Travassos. Sobre o contato com a obra, o prprio Bezerra registrou posteriormente:

    "Deu-mo na cidade e eu morava na Tijuca, a uma hora de

    viagem de bonde. Embarquei com o livro e, como no tinha distrao para a

    longa viagem, disse comigo: ora, Deus! No hei de ir para o inferno por ler

    isto Depois, ridculo confessar-me ignorante desta filosofia, quando

    tenho estudado todas as escolas filosficas. Pensando assim, abri o livro e

    prendi-me a ele, como acontecera com a Bblia. Lia. Mas no encontrava

    nada que fosse novo para meu Esprito. Entretanto, tudo aquilo era novo

    para mim! Eu j tinha lido ou ouvido tudo o que se achava no 'O Livro dos

    Espritos'. Preocupei-me seriamente com este fato maravilhoso e a mim

    mesmo dizia: parece que eu era esprita inconsciente, ou, mesmo como se

    diz vulgarmente, de nascena."11

    Contribuiu para a sua adeso o contato com as "curas extraordinrias" obtidas pelo mdium Joo Gonalves do Nascimento (1844-1916), em 1882.

    Com o lanamento do peridico Reformador, por Augusto Elias da Silva em 1883, passou a colaborar com a redao de artigos doutrinrios.

    Aps estudar por alguns anos as obras de Allan Kardec, em 16 de agosto de 1886, aos cinquenta e cinco anos de idade, perante grande pblico (estimado, conforme os seus bigrafos, entre mil e quinhentas e duas mil pessoas) no salo de conferncias da Guarda Velha, no Rio de Janeiro, em longa alocuo, justificou a sua opo em abraar o Espiritismo. O evento chegou a ser referido em nota publicada pelo "O Paiz".

    No ano seguinte, a pedido da Comisso de Propaganda do Centro da Unio Esprita do Brasil, inicia a publicao de uma srie de artigos sobre a Doutrina em O Paiz, peridico de maior circulao da poca. Na seo intitulada "Spiritismo - Estudos Philosophicos", os artigos saram regularmente aos domingos, no perodo de 23 de outubro de 1887 a dezembro de 1893, assinados sob o pseudnimo "Max".

    Na dcada de 1880 o incipiente movimento esprita na capital (e no pas) estava marcado pela disperso de seus adeptos e das entidades em que se reuniam. J havia tambm uma clara diviso entre dois "grupos" de

  • Apostila: A Evoluo do Cristianismo at o Espiritismo e a Umbanda

    40

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    espritas: os que aceitavam o Espiritismo em seu aspecto religioso (maior grupo, o qual se inclua Bezerra) e os que no aceitavam o Espiritismo nesse aspecto.

    Em 1889, Bezerra foi percebido como o nico capaz de superar as divises, vindo a ser eleito presidente da Federao Esprita Brasileira. Nesse perodo, iniciou o estudo sistemtico de "O Livro dos Espritos" nas reunies pblicas das sextas-feiras, passando a redigir o Reformador; exerceu ainda a tarefa de doutrinador de espritos obsessores. Organizou e presidiu um Congresso Esprita Nacional (Rio de Janeiro, 14 de abril), com a presena de 34 delegaes de instituies de diversos estados. Assumiu a presidncia do Centro da Unio Esprita do Brasil a 21 de abril e, a 22 de dezembro de 1890, oficiou ao ento presidente da Repblica, marechal Deodoro da Fonseca, em defesa dos direitos e da liberdade dos espritas contra certos artigos do Cdigo Penal Brasileiro de 1890.

    De 1890 a 1891 foi vice-presidente da FEB na gesto de Francisco de Menezes Dias da Cruz, poca em que traduziu o livro "Obras Pstumas" de Allan Kardec, publicado em 1892. Em fins de 1891, registravam-se importantes divergncias internas entre os espritas e fortes ataques exteriores ao movimento. Bezerra de Menezes afastou-se por algum tempo, continuando a frequentar as reunies do Grupo Ismael e a redao dos artigos semanais em "O Paiz", que encerrou ao final de 1893. Aprofundando-se as discrdias na instituio, foi convidado em 1895 a reassumir a presidncia da FEB (eleito em 3 de Agosto desse ano), funo que exerceu at data de seu falecimento. Nesta gesto iniciou o estudo semanal de "O Evangelho segundo o Espiritismo", fundou a primeira livraria esprita no pas e ocorreu a vinculao da instituio ao Grupo Ismael e Assistncia aos Necessitados.

    Foi em meio a grandes dificuldades financeiras que um acidente vascular cerebral o acometeu, na manh de 11 de abril de 1900. No faltaram aqueles, pobres e ricos, que socorreram a famlia, liderados pelo Senador Quintino Bocaiva. No dia seguinte, na primeira pgina de "O Paiz", foi lhe dedicado um longo necrolgio, chamando-o de "eminente brasileiro". Recebeu ainda homenagem da Cmara Municipal do ento Distrito Federal pela conduta e pelos servios dignos.

    Ao longo da vida acumulou inmeros ttulos de cidadania.

    Fonte: Wikipdia

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    Eurpedes Barsanulfo

    Nascido em 1 de maio de 1880, na pequena cidade de

    Sacramento, Estado de Minas Gerais, e desencarnado na

    mesma cidade, aos 38 anos de idade, em 1 de novembro

    de 1918.

    Logo cedo manifestou-se nele profunda inteligncia e senso de

    responsabilidade, acervo conquistado naturalmente nas experincias de

    vidas pretritas.

    Era ainda bem moo, porm muito estudioso e com tendncias para o

    ensino, por isso foi incumbido pelo seu mestre-escola de ensinar aos

    prprios companheiros de aula. Respeitvel representante poltico de sua

    comunidade, tornou-se secretrio da Irmandade de So Vicente de Paula,

    tendo participado ativamente da fundao do jornal "Gazeta de

    Sacramento" e do "Liceu Sacramentano". Logo viu-se guindado posio

    natural de lder, por sua segura orientao quanto aos verdadeiros valores

    da vida.

    Atravs de informaes prestadas por um dos seus tios, tomou

    conhecimento da existncia dos fenmenos espritas e das obras da

    Codificao Kardequiana. Diante dos fatos voltou totalmente suas atividades

    para a nova Doutrina, pesquisando por todos os meios e maneiras, at

    desfazer totalmente suas dvidas.

    Despertado e convicto, converteu-se sem delongas e sem esmorecimentos,

    identificando-se plenamente com os novos ideais, numa atitude sincera e

    prpria de sua personalidade, procurou o vigrio da Igreja matriz onde

    prestava sua colaborao, colocando disposio do mesmo o cargo de

    secretrio da Irmandade.

  • Apostila: A Evoluo do Cristianismo at o Espiritismo e a Umbanda

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    Repercutiu estrondosamente tal acontecimento entre os habitantes da

    cidade e entre membros de sua prpria famlia. Em poucos dias comeou a

    sofrer as consequncias de sua atitude incompreendida.

    Persistiu lecionando e entre as matrias incluiu o ensino do Espiritismo,

    provocando reao em muitas pessoas da cidade, sendo procurado pelos

    pais dos alunos, que chegaram a oferecer-lhe dinheiro para que voltasse

    atrs quanto nova matria e, ante sua recusa, os alunos foram retirados

    um a um.

    Sob presses de toda ordem e impiedosas perseguies, Eurpedes sofreu

    forte traumatismo, retirando-se para tratamento e recuperao em uma

    cidade vizinha, poca em que nele desabrocharam vrias faculdades

    medinicas, em especial a de cura, despertando-o para a vida missionria.

    Um dos primeiros casos de cura ocorreu justamente com sua prpria me

    que, restabelecida, se tornou valiosa assessora em seus trabalhos.

    A produo de vrios fenmenos fez com que fossem atradas para

    Sacramento centenas de pessoas de outras paragens, abrigando-se nos

    hotis e penses, e at mesmo em casas de famlias, pois a todos

    Barsanulfo atendia e ningum saa sem algum proveito, no mnimo o

    lenitivo da f e a esperana renovada e, quando merecido, o benefcio da

    cura, atravs de bondosos Benfeitores Espirituais.

    Auxiliava a todos, sem distino de classe, credo ou cor e, onde se fizesse

    necessria a sua presena, l estava ele, houvesse ou no condies

    materiais.

    Jamais esmorecia e, humildemente, seguia seu caminho cheio de percalos,

    porm animado do mais vivo idealismo. Logo sentiu a necessidade de

    divulgar o Espiritismo, aumentando o nmero dos seus seguidores. Para

  • Apostila: A Evoluo do Cristianismo at o Espiritismo e a Umbanda

    43

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    isso fundou o "Grupo Esprita Esperana e Caridade", no ano de 1905,

    tarefa na qual foi apoiado pelos seus irmos e alguns amigos, passando a

    desenvolver trabalhos interessantes, tanto no campo doutrinrio, como nas

    atividades de assistncia social.

    Certa ocasio caiu em transe em meio dos alunos, no decorrer de uma aula.

    Voltando a si, descreveu a reunio havida em Versailles, Frana, logo aps

    a 1 Guerra Mundial, dando os nomes dos participantes e a hora exata da

    reunio quando foi assinado o clebre tratado.

    Em 1 de abril de 1907, fundou o Colgio Allan Kardec, que se tornou

    verdadeiro marco no campo do ensino. Esse instituto de ensino passou a

    ser conhecido em todo o Brasil, tendo funcionado ininterruptamente desde a

    sua inaugurao, com a mdia de 100 a 200 alunos, at o dia 18 de

    outubro, quando foi obrigado a cerrar suas portas por algum tempo, devido

    grande epidemia de gripe espanhola que assolou nosso pas.

    Seu trabalho ficou to conhecido que, ao abrirem-se as inscries para

    matrculas, as mesmas se encerravam no mesmo dia, tal a procura de

    alunos, obrigando um colgio da mesma regio, dirigido por freiras da

    Ordem de S. Francisco, a encerrar suas atividades por falta de

    frequentadores.

    Liderado a pulso forte, com diretriz segura, robustecia-se o movimento

    esprita na regio e esse fato incomodava sobremaneira o clero catlico,

    passando este, inicialmente de forma velada e logo aps, declaradamente,

    a desenvolver uma campanha difamatria envolvendo o digno missionrio e

    a doutrina de libertao, que foi galhardamente defendida por Eurpedes,

    atravs das colunas do jornal "Alavanca", discorrendo principalmente sobre

    o tema: "Deus no Jesus e Jesus no Deus", com argumentao

    abalizada e incontestvel, determinando fragorosa derrota dos seus

  • Apostila: A Evoluo do Cristianismo at o Espiritismo e a Umbanda

    44

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    opositores que, diante de um gigante que no conhecia esmorecimento na

    luta, mandaram vir de Campinas, Estado de S. Paulo, o reverendo Feliciano

    Yague, famoso por suas pregaes e conhecimentos, convencidos de que

    com suas argumentaes e convices infringiriam o golpe derradeiro no

    Espiritismo.

    Foi assim que o referido padre desafiou Eurpedes para uma polmica em

    praa pblica, aceita e combinada em termos que foi respeitada pelo

    conhecido apstolo do bem.

    No dia marcado o padre iniciou suas observaes, insultando o Espiritismo e

    os espritas, "doutrina do demnio e seus adeptos, loucos passveis das

    penas eternas", numa demonstrao de falso zelo religioso, dando assim

    testemunho pblico do dio, mostrando sua alma repleta de intolerncia e

    de sectarismo.

    A multido que se mantinha respeitosa e confiante na rplica do defensor

    do Espiritismo, antevia a derrota dos ofensores, pela prpria fragilidade dos

    seus argumentos vazios e inconsistentes.

    O missionrio sublime, aguardou serenamente sua oportunidade, iniciando

    sua parte com uma prece sincera, humilde e bela, implorando paz e

    tranqilidade para uns e luz para outros, tornando o ambiente propcio para

    inspirao e assistncia do plano maior e em seguida iniciou a defesa dos

    princpios nos quais se aliceravam seus ensinamentos.

    Com delicadeza, com lgica, dando vazo sua inteligncia, descortinou os

    desvirtuamentos doutrinrios apregoados pelo Reverendo, reduzindo-o

    insignificncia dos seus parcos conhecimentos, corroborado pela

    manifestao alegre e ruidosa da multido que desde o princpio confiou

    naquele que facilmente demonstrava a lgica dos ensinos apregoados pelo

    Espiritismo.

  • Apostila: A Evoluo do Cristianismo at o Espiritismo e a Umbanda

    45

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    Ao terminar a famosa polmica e reconhecendo o estado de alma do

    Reverendo, Eurpedes aproximou-se dele e abraou-o fraterna e

    sinceramente, como sinceros eram seus pensamentos e suas atitudes

    Barsanulfo seguiu com dedicao as mximas de Jesus Cristo at o ltimo

    instante de sua vida terrena, por ocasio da pavorosa epidemia de gripe

    que assolou o mundo em 1918, ceifando vidas, espalhando lgrimas e

    aflio, redobrando o trabalho do grande missionrio, que a previra muito

    antes de invadir o continente americano, sempre falando na gravidade da

    situao que ela acarretaria.

    Manifestada em nosso continente, veio encontr-lo cabeceira de seus

    enfermos, auxiliando centenas de famlias pobres. Havia chegado ao

    trmino de sua misso terrena. Esgotado pelo esforo despendido,

    desencarnou no dia 1 de novembro de 1918, s 18 horas, rodeado de

    parentes, amigos e discpulos.

    Sacramento em peso, em verdadeira romaria, acompanhou-lhe o corpo

    material at a sepultura, sentindo que ele ressurgia para uma vida mais

    elevada e mais sublime.

    Fontes: Paulo Alves de Godoy - Os Grandes Vultos do Espiritismo

    (www.autoresespiritasclassicos.com)

  • Apostila: A Evoluo do Cristianismo at o Espiritismo e a Umbanda

    46

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    Considerao Inicial

    Quando expomos nesse trabalho que o Cristianismo, em seu princpio, por

    motivo de interesses polticos e atravs da Igreja Catlica Apostlica

    Romana, em determinado momento no Conclio de Constantinopla, no

    ano de 553, deixou de pregar a reencarnao e as suas causas e

    consequncias. Isso foi possvel, mais uma vez colocado nesse trabalho,

    pois a humanidade daquela poca muito mais do que hoje, deve ser

    considerada composta por crianas espirituais fceis de serem manipuladas.

    Mas, apesar dessa realidade, como toda verdade que por algum motivo

    encoberta. Um dia, ela reaparece, dessa vez para ficar conosco e nos

    nortear para sempre! E para tornar-se inquestionvel como vimos at o

    presente nesse trabalho, sendo comprovada por pessoas do mais alto nvel

    intelectual. E, abertamente, em todos os tempos, a disposio de todos ns

    para a comprovao de suas realidades, como pura verdade. A beleza do

    Cristianismo, quanto mais cincia humana se desenvolve mais fica

    comprovado!

    O Cristianismo, atravs do Espiritismo, como o Consolador prometido veio

    restabelecer a verdade. Veio com essa funo atravs de Allan Kardec. Na

    prtica, a implantao definitiva dos conhecimentos espirituais em nosso

    planeta, representa um fato da mais alta importncia, pois, representa o

    Cristianismo ampliando os horizontes da humanidade. No caminho

    inquestionvel da imortalidade do esprito e de seu destino que o de

    galgar em rumo de sua prpria evoluo, atravs de mltiplas

    encarnaes.

    Proveniente de fenmenos ocasionados por espritos, como aqui vemos, a

    humanidade foi chamada a ateno. Mas, se essa mesma humanidade na

    poca, apenas via esses acontecimentos como interessantes para

    divertimento, isso no ocorreu quando o professor Rivail se deparou com

    esses intrigantes fenmenos. Rapidamente constatando que havia por

    detrs desses um princpio inteligente. E atravs de seu carter nobre e

  • Apostila: A Evoluo do Cristianismo at o Espiritismo e a Umbanda

    47

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    amante da verdade acabou sendo pea fundamental para a implantao do

    Espiritismo na Terra.

    O Consolador prometido veio no momento certo, quando a

    humanidade possua o mnimo exigido de maturidade para assimilar

    os conhecimentos que atravs do Espiritismo, o Cristianismo estava

    a nos dar. Bem como demonstra a infinita bondade de Deus e nossos

    orientadores espirituais, incansveis. Que no momento propcio, trazem

    novamente para a face da Terra o eminente esprito de Jan Huss.

    Reencarnando, agora, como Hippolyte Lon Denizard Rivail. Para atravs

    de sua slida coordenao material, os espritos superiores conseguirem

    implantar na Terra, o Espiritismo.

    O Espiritismo informa ds de seu incio para todos ns, que ele ir ampliar

    os conhecimentos que atravs dele a humanidade conhecer. De acordo

    com a nossa possibilidade de compreender e colocar em prtica, essas

    verdades. Como exemplo disso vimos no sculo passado, atravs do

    inesquecvel mdium brasileiro, Francisco Cndido Xavier, que serviu como

    ferramenta medinica para que o esprito de Andr Luiz ampliasse os

    nossos conhecimentos sobre o mundo espiritual e diversos assuntos, de

    forma impressionante.

    Para encerrar esses comentrios iniciais. Disponibilizamos, na ntegra, matria

    publicada em HARMONIA REVISTA ESPRITA N 64 FEVEREIRO/2000.

  • Apostila: A Evoluo do Cristianismo at o Espiritismo e a Umbanda

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    EXPRESSO FILOSFICA DO ESPIRITISMO

    O lastro experimental, com a apresentao de fatos comprobatrios, ainda

    uma necessidade, pois estamos muito longe, por enquanto, daquele

    estgio evolutivo em que a mediunidade ficar no puro domnio da intuio

    , como diz a prpria Doutrina. Ser uma expresso muito elevada em

    funo, porm do tempo e do melhoramento espiritual do ser humano.

    Claro que a prtica medinica, como geralmente falamos, precisa de

    condies bsicas: honestidade pessoal, perseverana, lucidez e prudncia

    do verdadeiro esprito cientfico. A mediunidade exercitada a esmo, embora

    bem intencionada, como acontece muitas vezes, tem os seus riscos.

    Ento, sem perder de vista o valor do estudo filosfico, a que Kardec atribui

    influncia decisiva, lgico entender que o aspecto medinico sempre teve

    e tem o seu momento de necessidade e relevncia, seja pelo consolo das

    mensagens, seja pelos elementos de estudo e reflexes que oferece. Mas o

    Espiritismo no se contm todo ele no campo medinico, conquanto este

    lhe tenha servido de ponto de partida, como se sabe. O fenmeno por si s

    no nos levaria a consequncias profundas, ou seria apenas objeto de

    observao ou motivo de deslumbramento, sem a formulao filosfica.

    Justamente por isso - repetimos Kardec - "a fora do Espiritismo est em

    sua filosofia". E por que no est no fato medinico? Porque o fato prova e

    convence objetivamente, no h dvida, porm no elucida os problemas

    mais graves de nossa vida, por si mesmo, se no tomar a direo filosfica

    que conduz inquirio das causas, dos porqus e das consequncias.

    A comunicao dos espritos demonstra praticamente a sobrevivncia da

    alma "aps a morte". o elemento bsico. Mas preciso partir da para as

    indagaes que compreendem essencialmente o destino humano e as

    consequncias morais do Espiritismo. A esta altura j esfera da filosofia e

    a fora do Espiritismo - no faz mal insistir neste ponto - est exatamente

    nesse corpo de princpios em cuja homogeneidade e coerncia e

    encontramos respostas s mais complexas e momentosas questes de

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    nossa vida: a existncia de Deus, a justia divina e as desigualdades

    morais, intelectuais e sociais, livre arbtrio e determinismo, a reparao do

    mal pelas provas, o reajuste de compromissos do passado atravs das

    experincias reencarnatrias. So temas de reflexo filosfica. Entretanto, a

    Doutrina estaria incompleta e no decorresse da as consequncias morais

    com que nos defrontamos a cada passo.

    Quem, por exemplo, gosta apenas de ver sesses medinicas, porque acha

    interessante ouvir os conselhos dos espritos ou conversar com os mdiuns,

    mas no vai alm desse hbito, que se transforma em rotina com o

    decorrer do tempo, naturalmente no tem uma viso global do ensino

    Esprita. Conhece o Espiritismo apenas pela parte fenomnica, que muito

    rica de lies e sempre tem o que oferecer para estudo e meditao, porm

    no abre horizonte mais amplo a respeito das leis e causas, a que o

    fenmeno est sujeito. H pessoas, por exemplo, que se interessam muito

    pelo lado experimental do Espiritismo e fazem realmente estudos srios,

    mas encaram o fenmeno do intercmbio entre dois mundos com a mesma

    neutralidade ou frieza com que os especialistas lidam com os fenmenos da

    Fsica ou da Eletrnica, e assim, por diante. A preocupao

    exclusivamente com o fenmeno puro e simples. E da?... Que resulta de

    tudo isso? Sim, o fenmeno da comunicao entre vivos e mortos neutro

    at certo ponto, uma vez que sempre ocorreu no mundo, muito antes das

    civilizaes e, portanto, do Espiritismo. E pode ser observado e registrado

    em ambientes no espritas como tambm pode ser discutido luz de

    critrios diversos, nas reas da Parapsicologia, Psiquiatria, Antropologia,

    etc., sem nenhuma cogitao quanto s causas e consequncias. Se o

    psiquiatra se volta para a procura da anormalidade, j o antroplogo v o

    fenmeno dentro de um contexto cultural sem implicaes de ordem

    transcendental, como se costuma dizer.

    Quando, porm, o fenmeno est situado no contexto esprita, j no to

    neutro, porque assume um valor moral muito especial e, por isso mesmo,

    no pode ser considerado indiferentemente, como se estivesse em

  • Apostila: A Evoluo do Cristianismo at o Espiritismo e a Umbanda

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    laboratrio de Fsica ou Qumica. O fato de o esprito entrar em

    comunicao com o nosso mundo pela via medinica j pressupe muita

    responsabilidade para o mdium e tambm para quantos tenham de lidar

    com esse tipo de trabalho. H necessidade, portanto, de um preparo moral

    indispensvel. J se v que a situao, agora, bem diferente. E porque,

    finalmente, o Espiritismo engloba o fato medinico numa contextura

    filosfica de consequncias to acentuadas? Exatamente porque a

    verificao de que os mortos continuam vivos e vm at ns, identificando-

    se, interferindo-se, interferindo em nossos atos, "chorando as suas mgoas"

    ou trazendo alegria e esperana, confirma a tese capital de que a vida

    continua no tempo e no espao. Partimos da, desse princpio essencial,

    para a especulao filosfica das origens e do chamado sobrenatural. O

    prprio impulso da sede de saber nos leva a propor questes dessa

    natureza: que significa esse intercmbio em nossa vida? Qual o ponto

    inicial, a causa primria dessa fora ou inteligncia aparentemente

    misteriosa? Que benefcio poder esse tipo de conhecimento trazer para a

    humanidade? Comeamos a sentir o contedo tico e filosfico do

    Espiritismo desde o momento em que lhe avaliamos a profundidade e a

    integridade como Doutrina capaz de corresponder s nossas preocupaes

    com o desconhecido e o nosso destino.

    Mas a especulao filosfica, embora necessria e valiosa, ainda no

    suficiente para atender satisfatoriamente s necessidades do ser humano

    quando desperta para os problemas espirituais; torna-se necessrio, seno

    indispensvel, alm deste passo no conhecimento, procurar as

    consequncias dos princpios espritas na vivncia individual e coletiva. E a,

    principalmente, que se sente fora do Espiritismo em sua filosofia.

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    DOUTRINA ESPRITA - CONCEITOS E PRINCPIOS BSICOS

    PRINCPIOS BSICOS

    Existncia de Deus;

    Imortalidade da Alma;

    Comunicao entre o mundo espiritual e o mundo material

    Reencarnao;

    Evoluo Universal e Infinita.

    O Espiritismo no possui dogmas, bem como nenhum ritual.

    Fundamentando-se na razo e nos fatos. Sendo uma Doutrina Trplice,

    estruturada na Cincia, Filosofia e Religio.

    1- Cincia:

    Enquanto fundamentada na parte experimental. Formou-se idias

    organizadas a partir dos fatos, dos fenmenos medinicos e das

    manifestaes em geral.

    2- Filosofia:

    Sua temtica abrange essencialmente objetos de conhecimento que

    esto alm dos sentidos.

    Tais como:

    A existncia de Deus;

    As Leis Morais;

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    Os Princpios formadores do Universo.

    3- Religio

    A sua funo de religare, como elemento de ligao entre Criador e

    Criatura. Ensinando a renovao definitiva do homem para a

    grandeza e evoluo de seu imenso futuro espiritual.

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    III - Mediunidade

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    HISTRIA DA MEDIUNIDADE

    No oriente e ocidente sempre observamos ao longo da histria a

    comunicabilidade de ns, encarnados, com o mundo espiritual. Servindo

    como exemplos claros dessa comunicabilidade, o Cdigo de Manu e o

    Cdigo de Vedas. Igualmente, so exemplos vivos de personalidades tais

    como: Hermes, Buda,Scrates, Plato e Pitgoras, que plenamente foram

    favorveis sobre os fenmenos medinicos. Outros exemplos de

    conhecimento de todos, tais como, Joana DArc foi que atuou em prol da

    Franca, como grande mdium.

    MEDIUNIDADE NOS POVOS PRIMITIVOS

    O xamanismo a forma mais antiga que a

    humanidade teve para se conectar com o

    mundo espiritual. As origens do xamanismo

    data entre 40.000 a 50.000 anos. Ainda na

    Idade da Pedra. Sendo caminho de

    autoconhecimento, atravs de rituais,

    cerimnias, preces, meditao e, acima de

    tudo, vivncia.

    Povos pri